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MODALIDADES DE INTERVENÇÃO: AÇÕES EXTENSIONISTAS EM GESTÃO PÚBLICA Professora Silvéria Basniak Professor Sidney Sândheskinny Os projetos de extensão são uma parte fundamental da prática acadêmica por permitirem a aplicação do conhecimento teórico em contextos práticos e o engajamento direto com a comunidade. Na área de gestão pública, essas iniciativas são essenciais para promover o desenvolvimento social, a cidadania ativa e a melhoria dos serviços públicos. Diversas modalidades de intervenção podem ser implementadas, cada uma com características e objetivos específicos que se adequam a diferentes necessidades e contextos. As modalidades de intervenção apresentadas neste material são instrumentos que podem ser utilizados para promover a transformação social e o desenvolvimento sustentável, ao conectar a universidade e a sociedade em torno de objetivos comuns. Ao explorar e implementar essas diversas formas de intervenção, acadêmicos e universidade podem contribuir de maneira significativa para o bem-estar coletivo e a melhoria dos serviços públicos no município. Ressaltamos que a modalidade de intervenção e o tema da atividade extensionista deverão estar relacionados a uma das quatro áreas propostas para a execução da ação deste semestre. Palestra A palestra é uma modalidade de intervenção caracterizada por uma apresentação oral sobre um tema específico, conduzida por um especialista ou profissional da área. O principal objetivo é informar, sensibilizar ou educar o público-alvo sobre determinado assunto, promovendo o conhecimento e a reflexão. Estrutura de uma palestra Abertura: apresentação do palestrante e breve explanação sobre a importância do tema para a área de gestão pública. Desenvolvimento: exposição detalhada do tema, com base em dados, exemplos e experiências práticas. Interação: momentos para perguntas ou participação do público, podendo ser durante ou após a apresentação. Encerramento: fechamento da ação e agradecimentos aos participantes. Dicas para planejar e realizar uma palestra Escolha de tema relevante: selecionem um tema que seja atual e de grande interesse para o público-alvo. O tema deve estar relacionado a uma das quatro áreas definidas para as ações extensionistas. Para isso, considerem o diagnóstico da realidade realizado para o levantamento das demandas do município. Seleção de palestrante: o palestrante deve ter experiência comprovada e conhecimento profundo sobre o tema. A credibilidade do palestrante é fundamental para o sucesso da palestra. Por isso, procurem profissionais com histórico de boas práticas na área ou acadêmicos com pesquisas relevantes. Divulgação eficiente: façam uma boa divulgação para garantir a presença do público-alvo. Utilizem diferentes canais de comunicação, como redes sociais, cartazes e parcerias com instituições. Iniciem a divulgação com antecedência e forneçam informações detalhadas sobre o evento (tema, palestrante, data, local). Preparação do conteúdo: o conteúdo deve ser claro, objetivo e bem estruturado, com uso de exemplos práticos e dados atualizados. É interessante usar apresentações visuais (slides, vídeos) para tornar a exposição mais dinâmica e envolvente. Interação com o público: envolver o público é essencial para manter a atenção e garantir a absorção do conteúdo. Reservem um tempo para perguntas e respostas e incentivem a participação com perguntas direcionadas ao público. Benefícios da palestra como projeto de extensão Proporciona aprendizado contínuo para profissionais e estudantes e mantém-nos atualizados sobre novas tendências e práticas. Incentiva a reflexão e o debate sobre temas importantes para a sociedade e a gestão pública. Pode fortalecer o vínculo entre a universidade, o poder público e a comunidade. Workshop Workshop é uma atividade prática e interativa que visa capacitar os participantes em um tema específico, por meio de métodos que combinam teoria e prática. Diferente de palestras, os workshops exigem a participação ativa dos envolvidos e promovem a troca de experiências e o desenvolvimento de habilidades. Estrutura de um workshop Introdução: breve apresentação do facilitador, destacando sua experiência no tema e esclarecimento sobre o que será abordado e os resultados esperados ao final da atividade. Exposição teórica: introdução teórica sobre o tema para contextualizar os participantes e apresentação de cases, estudos de caso ou exemplos práticos relacionados ao tema. Atividade prática: atividades que incentivam a colaboração entre os participantes, como resolução de problemas, simulações ou jogos com uso de ferramentas ou metodologias específicas que os participantes podem aplicar em seus contextos. Discussão e feedback: espaço para os participantes discutirem os resultados das atividades e compartilharem suas percepções. Encerramento: recapitulação dos pontos chave abordados no workshop e orientações sobre como continuar o aprendizado ou aplicar o conhecimento adquirido. Dicas para planejar e realizar um workshop Definição clara dos objetivos: redijam objetivos específicos, mensuráveis e alinhados com as necessidades do público-alvo para direcionar as atividades e garantir que todos os participantes alcancem os resultados esperados. Escolha do facilitador: busquem profissional que tenha experiência prática no tema e habilidades para conduzir atividades interativas. Preparação de materiais: materiais bem elaborados são essenciais para a compreensão e aplicação dos conteúdos abordados. Por isso, preparem guias práticos e apresentações visuais para apoiar o aprendizado dos participantes. Planejamento de atividades práticas: essas atividades são o coração de um workshop e devem ser cuidadosamente planejadas para serem eficazes para incentivar colaboração, resolução de problemas e aplicação imediata do conhecimento. Ambiente de aprendizado: escolham um local que permita a movimentação, grupos de trabalho e o uso de recursos audiovisuais. Engajamento dos participantes: a participação ativa é fundamental para o sucesso do workshop. Para isso, utilizem técnicas de facilitação que incentivem todos a contribuir, como dinâmicas de grupo e discussões orientadas. Benefícios do workshop como projeto de extensão Proporciona aos participantes a oportunidade de adquirir e praticar novas habilidades em um ambiente controlado e colaborativo. Os conhecimentos adquiridos podem ser aplicados diretamente no contexto profissional dos participantes, resultando em melhorias práticas na gestão pública. Workshop promove o networking entre os participantes e facilita a troca de experiências e a formação de parcerias. Mesa redonda Mesa redonda é um formato de debate em que especialistas discutem um tema específico sob diferentes perspectivas, geralmente em um ambiente mais informal e interativo. O objetivo é promover o diálogo entre os participantes e o público, permitindo uma abordagem multidimensional do assunto abordado. Estrutura de uma mesa redonda Abertura: apresentação dos especialistas convidados, com destaque para suas áreas de atuação e experiência e breve contextualização sobre o tema da mesa redonda e sua relevância para a gestão pública. Discussão principal: cada participante apresenta sua visão sobre o tema, geralmente com um tempo limitado para cada exposição. Após as exposições iniciais, o moderador promove o debate entre os especialistas para incentivar a troca de ideias e a análise crítica. Interação com o público: espaço reservado para que o público faça perguntas aos especialistas a fim de enriquecer o debate com novas perspectivas. Encerramento: o moderador faz um resumo dos pontos principais discutidos. E, por fim, agradeceaos participantes e ao público. Dicas para planejar e realizar uma mesa redonda Escolha de um tema relevante: o tema deve ser de grande interesse para o público-alvo e permitir diferentes abordagens e pontos de vista. Para essa escolha, considerem o diagnóstico da realidade realizado no levantamento das demandas do município. Seleção dos participantes: escolham especialistas com diferentes formações e experiências – que representem diferentes setores, como academia, governo, sociedade civil e setor privado – a fim de enriquecer o debate e oferecer uma visão ampla sobre o tema. Escolha de um moderador experiente: o moderador deve ser capaz de conduzir o debate de forma equilibrada, garantir que todos os participantes tenham a oportunidade de falar e que o tempo seja respeitado. Planejamento do tempo: o controle do tempo é importante para garantir que todos os participantes possam contribuir e que haja tempo para a interação com o público. Divulgação eficiente: uma boa divulgação é essencial para atrair um público relevante e garantir o sucesso do evento. Utilizem diferentes meios de comunicação, como as redes sociais, e façam parcerias com organizações relacionadas à gestão pública para divulgar a mesa redonda. Benefícios da mesa redonda como projeto de extensão A mesa redonda permite que diferentes perspectivas sobre um tema sejam apresentadas e discutidas, o que enriquece o entendimento coletivo. Incentiva o pensamento crítico e a troca de ideias. O formato facilita o diálogo entre acadêmicos, profissionais e a comunidade, fortalecendo a integração e a colaboração entre esses grupos. Roda de conversa Roda de conversa é uma modalidade de diálogo que se caracteriza pela troca de experiências e conhecimentos entre os participantes. Diferente de outros formatos de debate, a roda de conversa é menos estruturada e permite a participação mais ativa de todos os presentes, independentemente de seu nível de expertise. Esse formato é amplamente utilizado em projetos de extensão, especialmente em contextos comunitários, por seu potencial de engajamento e inclusão. Estrutura de uma roda de conversa Abertura: apresentação breve dos participantes e do tema central da roda de conversa. Nesta etapa, é importante contextualizar o tema na realidade local e mostrar sua relevância para a comunidade envolvida e os objetivos do encontro. Discussão inicial: o facilitador propõe algumas perguntas ou temas para iniciar a conversa. Diferente da mesa redonda, a roda de conversa não segue uma ordem rígida de fala, permitindo que os participantes intervenham livremente, conforme se sentirem à vontade. Troca de experiências: o foco principal da roda de conversa é a partilha de experiências e perspectivas. Todos os participantes têm a oportunidade de contribuir com suas visões, enriquecendo o debate com vivências pessoais e práticas profissionais. Síntese coletiva: o facilitador conduz um momento de reflexão conjunta, em que os principais pontos discutidos são retomados, e os participantes são incentivados a construir, em conjunto, possíveis soluções ou encaminhamentos para as questões levantadas. Encerramento: o facilitador agradece a todos os participantes e abre espaço para considerações finais. Em seguida, destaca a importância de manter o diálogo aberto após o encontro e sugere formas de continuidade das discussões ou ações práticas derivadas da roda de conversa. Dicas para planejar e realizar uma roda de conversa Escolha de um tema acessível e relevante: o tema deve ser de interesse direto dos participantes a fim de promover engajamento e participação ativa. A escolha do tema deve ser orientada pelo diagnóstico da realidade local e pelas demandas específicas da comunidade. Seleção dos participantes: priorizem a diversidade de vozes e experiências. A roda de conversa é mais rica quando envolve participantes de diferentes contextos sociais, culturais e profissionais. Papel do facilitador: o facilitador deve criar um ambiente acolhedor e seguro para a troca de ideias. É importante que ele esteja atento para garantir que todos tenham a oportunidade de falar, sem que a conversa seja dominada por alguns participantes. Planejamento do espaço: organizem o ambiente de forma que todos possam se ver e interagir. Um círculo de cadeiras, sem mesas intermediárias, é o arranjo ideal para este formato. Flexibilidade no tempo: enquanto o controle do tempo é menos rígido do que na mesa redonda, é importante que o facilitador esteja atento para que a discussão flua sem se prolongar excessivamente. Benefícios da roda de conversa como projeto de extensão A roda de conversa promove um diálogo mais íntimo e direto entre acadêmicos, profissionais e membros da comunidade. Ao incluir experiências e percepções da comunidade, a roda de conversa reconhece e valoriza o saber local, o que contribui para a construção coletiva do conhecimento. Ao oferecer um espaço em que todos podem expressar suas opiniões e experiências, a roda de conversa promove o empoderamento dos indivíduos e estimula a participação ativa em processos de decisão e ação comunitária. Oficina A oficina é uma modalidade de aprendizagem prática que envolve a realização de atividades colaborativas e mão na massa. Em uma oficina, os participantes são ativos no processo de construção de conhecimento, com aplicação de conceitos/técnicas na prática, resolução de problemas, desenvolvimento habilidades específicas. Este formato é especialmente útil em projetos de extensão em que o objetivo é capacitar indivíduos ou grupos em técnicas ou processos específicos. Estrutura de uma oficina Abertura: uma breve dinâmica de integração para criar um ambiente colaborativo, apresentação do facilitador e dos participantes, explicação dos objetivos e dos resultados esperados. Introdução teórica: o facilitador apresenta os conceitos teóricos necessários para a atividade prática. Este momento deve ser conciso, focando nos pontos essenciais que serão aplicados durante a oficina. Atividade prática: o coração da oficina é a realização das atividades práticas, em que os participantes colocam em ação o que foi apresentado na exposição inicial, ou seja, é o ensinar a fazer. O facilitador guia os participantes, fornece instruções, supervisiona as atividades e oferece orientação imediata. Troca de experiências: após as atividades práticas, é essencial realizar uma discussão reflexiva para os participantes compartilharem suas experiências, desafios encontrados e aprendizagens adquiridas. Este momento permite a consolidação do conhecimento e o ajuste de práticas. Encerramento: a oficina é finalizada com um resumo dos conhecimentos adquiridos e das habilidades desenvolvidas. O facilitador agradece aos participantes e, se possível, fornece materiais ou referências para que os participantes possam continuar aprendendo e praticando após a oficina. Dicas para planejar e realizar uma oficina Definição clara de objetivos: estabeleçam objetivos claros para orientar as atividades da oficina e, assim, garantir que os participantes saiam com as competências desejadas. Escolha do facilitador: o facilitador deve ser alguém com conhecimento do tema e habilidade para ensinar de maneira prática. Preparação de materiais didáticos: materiais bem preparados ajudam os participantes a acompanhar as atividades e facilitam o aprendizado. Podem ser produzidos panfleto com as principais informações, fichas de exercícios e exemplos práticos que possam ser utilizados durante e após a oficina. Criação de um ambiente colaborativo: utilizem dinâmicas de grupo e atividades que estimulem a participação e a interação entre os participantes. Planejamento das atividades práticas:as atividades práticas são o núcleo de uma oficina e devem ser planejadas para proporcionar o aprendizado. Benefícios da oficina como projeto de extensão A oficina permite que os participantes desenvolvam habilidades práticas que podem ser imediatamente aplicadas em seus contextos profissionais. A interação entre os participantes e o facilitador enriquece o aprendizado, pois permite a troca de conhecimentos e experiências. O formato interativo da oficina garante maior envolvimento dos participantes, o que aumenta a eficácia do aprendizado. Consultoria ou assessoria Consultoria ou assessoria são modalidades de projeto de extensão em que especialistas oferecem orientação técnica, estratégica ou operacional para resolver problemas específicos ou melhorar processos em uma organização pública. Diferente de outras modalidades, como oficinas ou palestras, a consultoria ou assessoria é customizada e focada nas necessidades específicas do cliente, proporcionando soluções sob medida. Estrutura de um projeto de consultoria ou assessoria Diagnóstico inicial - Entendimento da demanda: reunião inicial com o cliente (órgão público, gestor, equipe) para entender as necessidades e os desafios que precisam ser abordados. - Análise situacional: avaliação do contexto atual da organização por meio de entrevistas, análise de documentos e visitas técnicas para identificar problemas e oportunidades. Planejamento da intervenção: criação de um plano de ação detalhado com objetivos claros que a consultoria ou a assessoria deve alcançar, com inclusão de atividades, cronograma, recursos necessários e indicadores de sucesso. Execução do plano de ação: realização das atividades planejadas, que podem incluir treinamento, reorganização de processos, desenvolvimento de estratégias, entre outras ações. Avaliação e relatório final: análise dos resultados alcançados em relação aos objetivos e às metas estabelecidos, utilizando os indicadores definidos, e elaboração de um relatório detalhado com conclusões, recomendações futuras e uma avaliação da eficácia da consultoria ou da assessoria prestada. Dicas para planejar e realizar uma consultoria ou assessoria Compreensão da realidade local: o sucesso de uma consultoria ou uma assessoria depende do conhecimento detalhado do contexto em que se está atuando. Por isso, considerem o diagnóstico da realidade que vocês realizaram aí no município. Definição clara de papéis e responsabilidades: estabeleçam, desde o início, as responsabilidades de cada membro da equipe de consultoria e dos representantes da instituição na qual executarão a ação. Ter clareza sobre quem faz o quê evita confusões e garante que o plano de ação seja executado eficientemente. Planejamento de metas realistas: metas realistas e alcançáveis mantêm o projeto no caminho certo e evitam frustrações. Flexibilidade e adaptação: projetos de consultoria frequentemente encontram desafios imprevistos que exigem ajustes no plano de ação. Estejam preparados para adaptar as estratégias conforme necessário para alcançar os melhores resultados. Benefícios da consultoria ou da assessoria como projeto de extensão Consultorias ou assessorias oferecem soluções sob medida que atendem às necessidades específicas da organização pública, levando em consideração seu contexto único. Além de resolver problemas imediatos, esse formato promove a capacitação de gestores e servidores. Quando bem realizadas, a consultoria ou a assessoria geram mudanças duradouras, melhorando a eficiência, a eficácia e a qualidade dos serviços públicos. Cine debate Cine debate é uma modalidade de projeto de extensão que envolve exibição de filmes, documentários ou vídeos seguida de uma discussão sobre os temas abordados na obra audiovisual. O objetivo é utilizar a narrativa visual como um ponto de partida para reflexões, debates e aprendizagens em torno de questões relevantes, especialmente na área de gestão pública. Estrutura de um cine debate Seleção do filme ou documentário: o filme ou documentário escolhido deve abordar temas pertinentes à gestão pública em uma das quatro áreas propostas para a execução da atividade de extensão deste semestre. Na seleção, considerem a relevância do tema, a qualidade do material e o potencial para gerar discussões produtivas. Também é importante considerar a duração do filme para adequar ao tempo disponível para o debate. Preparação do evento: escolham um local adequado para a exibição, com boa qualidade de som e imagem, além de conforto para os participantes. Convidem especialistas ou profissionais com conhecimento sobre o tema abordado para enriquecer o debate após a exibição. Além disso, realizem a divulgação do evento por meio de redes sociais ou outros canais, com destaque ao tema do filme e à importância da discussão. Exibição do filme: iniciem com uma breve introdução sobre o filme, contextualizando o tema e destacando sua relevância para a gestão pública. Realizem a exibição do filme e garantam que todos os participantes possam assistir em boas condições. Debate: após a exibição, o moderador (que pode ser o organizador ou um especialista) conduz o debate, estimulando a participação do público e dos debatedores. Utilizem perguntas iniciais para direcionar a discussão, como: "Quais aspectos do filme mais chamaram sua atenção?" ou "Como as questões abordadas no filme se relacionam com a realidade da gestão pública em nosso município?" Incentivem o público a fazer perguntas, compartilhar suas opiniões e relacionar o conteúdo do filme com suas próprias experiências. Encerramento: o moderador faz um resumo dos principais pontos discutidos e destaca as conclusões do debate. Por fim, agradece aos participantes e debatedores e dá possíveis indicações de leituras ou filmes complementares. Dicas para planejar e realizar um cine debate Escolha de um filme relevante e provocador: o filme deve ser capaz de gerar interesse e provocar reflexões profundas sobre o tema proposto. Optem por filmes ou documentários que abordem questões atuais e controversas, estimulando debates enriquecedores. Planejamento logístico adequado: é essencial garantir que a exibição ocorra sem problemas técnicos e que o ambiente seja propício para a discussão. Por isso, é necessário que seja escolhido um local adequado para a exibição. Além disso, testem previamente os equipamentos de áudio e vídeo e assegurem-se de que o local seja confortável e adequado ao número de participantes. Escolha de debatedores qualificados: convidem debatedores com conhecimento sobre o tema para enriquecer a discussão e oferecer diferentes perspectivas. Promoção de um debate inclusivo: um debate inclusivo garante que todas as vozes sejam ouvidas e que o diálogo seja construtivo. O moderador deve incentivar a participação de todos para evitar que a discussão seja monopolizada por poucos e garantir que diferentes opiniões sejam respeitadas. Benefícios do cine debate como projeto de extensão O cine debate promove a reflexão crítica sobre temas relevantes com uso do poder das narrativas visuais para provocar discussões significativas. Filmes e documentários muitas vezes ilustram problemas sociais e políticos de forma vívida, facilitando a compreensão e o engajamento dos participantes. Esta modalidade incentiva a participação ativa do público ao criar um espaço para o diálogo aberto e a troca de ideias. Feira Feira é um evento público organizado com o objetivo de reunir pessoas, instituições e organizações para a troca de informações, produtos, serviços e experiências. Na área de gestão pública, uma feira pode servir como um espaço para promover políticas públicas, programas governamentais, iniciativas comunitáriase fomentar o desenvolvimento social e econômico local. Estrutura de uma feira Planejamento e organização - Definição do tema: escolham um tema central para a feira, alinhado aos objetivos da gestão pública, como "Sustentabilidade e Inovação na Administração Pública" ou "Empreendedorismo Social e Economia Solidária". - Seleção de expositores: identifiquem e convidem organizações, empresas, órgãos públicos, ONGs e outros atores que possam contribuir com o tema da feira, seja por meio de estandes, palestras ou workshops. - Local e data: escolham um local acessível e com infraestrutura adequada para receber os expositores e visitantes. Definam uma data que seja conveniente para o público-alvo. Divulgação e engajamento: realizem uma campanha de divulgação com uso de diferentes canais, como redes sociais, rádio, panfletagem e parcerias com outras instituições. Envolvam a comunidade desde o início, por exemplo, promovendo concursos culturais, debates abertos ou apresentações artísticas locais. Inscrição e convites: criem um sistema de inscrições para os expositores e um canal de comunicação direta com eles para alinhamento de expectativas e necessidades. Convidem o público-alvo, como gestores públicos, estudantes, empresários e a comunidade em geral. Execução do evento - Montagem dos estandes: coordenem a montagem dos estandes para garantir que todos os expositores tenham o espaço e os recursos necessários para suas apresentações. - Atividades paralelas: organizem palestras, mesas-redondas, workshops e apresentações culturais que possam ocorrer paralelamente à exposição principal a fim de enriquecer a experiência dos participantes. - Apoio logístico: garantam a presença de equipes de apoio para orientar os visitantes, resolver problemas técnicos e auxiliar os expositores. Encerramento: ao final do evento, agradeçam a participação de expositores e visitantes e destaquem os principais resultados da feira. Dicas para planejar e realizar uma feira Definição clara de objetivos: estabeleçam objetivos claros para direcionar o planejamento e a execução do evento, garantindo que todos os esforços estejam alinhados com os resultados esperados. Por exemplo, determinem se o objetivo é promover políticas públicas, capacitar gestores, engajar a comunidade, fomentar o desenvolvimento econômico. Seleção estratégica de expositores: expositores relevantes e bem preparados atraem mais visitantes e garantem que o conteúdo da feira seja enriquecedor. Convidem expositores que tragam novidades e soluções práticas para os desafios enfrentados na gestão pública e que estejam dispostos a interagir com os participantes. Engajamento e divulgação antecipada: uma boa divulgação é essencial para atrair o público certo e garantir a participação de todos os interessados. Por isso, iniciem a divulgação com antecedência e utilizem múltiplos canais, como redes sociais, mídias tradicionais e parcerias com outras instituições, para alcançar um público amplo. Infraestrutura adequada e logística eficiente: a infraestrutura e a logística devem ser bem planejadas para evitar contratempos e proporcionar uma boa experiência para expositores e visitantes. Por isso, escolham um local com boa acessibilidade e capacidade adequada e tenham uma equipe de apoio treinada para atender às necessidades durante o evento. Programação diversificada: uma programação variada atrai diferentes públicos e mantém o interesse ao longo do evento. Combinem a exposição com atividades complementares, como palestras, workshops, debates e apresentações culturais, para enriquecer a experiência dos participantes. Benefícios da feira como projeto de extensão As feiras criam um espaço para a troca de informações entre diferentes atores. Expositores têm a oportunidade de divulgar suas iniciativas, produtos ou serviços para um público amplo e diversificado. A feira promove a interação entre o setor público, privado e a sociedade civil. Intervenção social Intervenção social é uma modalidade de projeto de extensão que envolve ações planejadas e estruturadas para promover mudanças positivas em comunidades ou grupos sociais específicos. O objetivo é abordar problemas sociais, melhorar condições de vida e promover o bem-estar da população por meio de ações diretas e participativas. Em gestão pública, essas intervenções podem abordar questões como pobreza, desigualdade, saúde, educação e direitos humanos. Estrutura de um projeto de intervenção social Diagnóstico da situação: realizem uma análise detalhada das condições sociais e das necessidades da comunidade ou grupo-alvo. Utilizem métodos que estudamos na aula 1, como entrevistas, questionários e observações para identificar problemas e recursos disponíveis. Planejamento da intervenção: criem um plano de ação detalhado que estabeleça objetivos claros, atividades a serem realizadas, cronograma, recursos necessários e indicadores de sucesso, alinhando-os com as necessidades identificadas e com os recursos disponíveis. Implementação da intervenção: realizem as atividades planejadas, que podem incluir campanhas de sensibilização, oficinas, programas de capacitação, serviços de apoio e outras ações voltadas para a resolução dos problemas identificados. Participação da comunidade: envolvam a comunidade na execução das atividades a fim de promover a participação ativa e o engajamento dos beneficiários. Dicas para planejar e realizar uma intervenção social Compreensão da realidade local: entender o contexto e as necessidades da comunidade é essencial para desenvolver uma intervenção eficaz e relevante. Realizem um levantamento detalhado das condições sociais e das necessidades da população-alvo antes de planejar a intervenção. Envolvimento da comunidade: a participação da comunidade aumenta a aceitação e o sucesso da intervenção, proporciona um sentimento de pertencimento e responsabilidade. Para isso, é interessante incluir representantes da comunidade no planejamento e na execução das atividades e promover espaços para a expressão de suas necessidades e opiniões. Estabelecimento de parcerias: parcerias com organizações locais, ONGs e empresas podem ampliar os recursos disponíveis e fortalecer a intervenção. Para isso, identifiquem e envolvam parceiros que compartilhem os mesmos objetivos e que possam contribuir com recursos, conhecimentos ou serviços. Benefícios da intervenção social como projeto de extensão Intervenções sociais podem abordar e resolver problemas específicos enfrentados por comunidades ou grupos. Promover a participação ativa da comunidade fortalece o senso de pertencimento e a capacidade local de enfrentar desafios. A intervenção social contribui para o desenvolvimento social e comunitário, fortalece redes de apoio e promove a coesão social. Campanhas de conscientização Campanhas de conscientização são ações planejadas e estruturadas para educar e informar a população sobre temas importantes, promover mudanças de comportamento e sensibilizar sobre questões sociais, ambientais ou de saúde pública. Em gestão pública, essas campanhas visam ampliar o entendimento e a participação da comunidade em iniciativas e políticas públicas e influenciar positivamente comportamentos e atitudes. Estrutura de uma campanha de conscientização Identificação do tema e dos objetivos: a partir do diagnóstico da realidade realizado, selecionem um tema relevante e urgente para a comunidade, como, por exemplo, saúde preventiva, proteção ao meio ambiente ou segurança pública. Após a seleção do tema, estabeleçam objetivos claros e específicos para a campanha, como, por exemplo, aumentar a adesão a práticas sustentáveis, reduzir comportamentos de risco ou melhorar a compreensão de políticaspúblicas. Lembrem-se: o tema precisa estar relacionado a uma das quatro áreas estabelecidas para as ações deste semestre. Pesquisa e análise: identifiquem o público-alvo da campanha, considerando características demográficas, comportamentais e sociais. Realizem uma pesquisa para entender as percepções e as barreiras do público-alvo em relação ao tema, para adaptar a mensagem e os métodos de comunicação. Desenvolvimento da mensagem e materiais: desenvolvam uma mensagem clara, convincente e adaptada ao público-alvo. Utilizem dados e exemplos que ilustrem a importância do tema. Elaborem materiais diversos, como cartazes, folhetos, vídeos e posts em redes sociais para atingir o público-alvo de forma eficaz. Considerem também a criação de slogans e frases de impacto. Escolha dos canais de comunicação: utilizem meios de comunicação tradicionais como rádio, TV e jornais locais para alcançar uma audiência ampla. Aproveitem as redes sociais, e-mails e sites para disseminar a mensagem e engajar a comunidade online. Organizem eventos, workshops e atividades comunitárias para promover a mensagem de forma interativa e participativa. Execução da campanha: iniciem a campanha com um evento ou uma ação de lançamento para gerar visibilidade e engajamento. Acompanhem o progresso da campanha, verificando a adesão e a eficácia das ações realizadas. Além disso, incentivem a participação ativa do público-alvo e promovam interações através de feedback, concursos e compartilhamentos. Dicas para planejar e realizar uma campanha de conscientização Conhecimento sobre o público-alvo: entender as características e as necessidades do público-alvo é fundamental para criar uma mensagem eficaz e escolher os canais de comunicação apropriados. Para isso, realizem pesquisas junto ao público-alvo para adaptar a campanha às suas preferências e preocupações. Mensagem clara e atraente: uma mensagem bem formulada é essencial para captar a atenção e transmitir a importância do tema de forma convincente. Por isso, usem uma linguagem simples e direta e incluam exemplos concretos que ilustrem os benefícios da mudança de comportamento. Além disso, utilizem diversos canais de comunicação para aumentar o alcance da campanha e atingir diferentes segmentos do público. Engajamento da comunidade: o envolvimento ativo da comunidade fortalece a campanha e promove a adoção das práticas recomendadas. Para isso, vocês podem organizar eventos interativos, promover concursos ou desafios e incentivar a participação do público nas atividades da campanha. Benefícios da campanha de conscientização como projeto de extensão As campanhas educam a população sobre questões importantes e promovem maior compreensão e conscientização. Ao sensibilizar a comunidade, as campanhas incentivam a adoção de comportamentos mais saudáveis e sustentáveis. As campanhas promovem a participação ativa da comunidade e fortalecem o envolvimento com as políticas e iniciativas públicas. Referências NOGUEIRA, A. B.; SILVA, W.C. (org.). A curricularização da extensão: práticas exitosas. Campinas: Splendet PUC-Campinas, 2023. PROGRAMA CIDADANIA FISCAL. Cidadania fiscal RFB na extensão universitária. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/receitafederal/pt- br/centrais-de-conteudo/publicacoes/revistas/cidadania-fiscal/publico- externo-texto-de-divulgacao-da-extensao-universitaria.pdf. Acesso em: 12 ago. 2024. RAMOS, A. C. (org.). A extensão universitária: impacto, transformação e desafios um guia a novos extensionistas. 2. ed. Vila Velha: Universidade Vilha Velha, 2023.