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Paleontologia 
 
Resumo 
 
Livro: CARVALHO, Ismar de Souza (editor). Paleontologia: conceitos e métodos, Volume 1. 
3. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2010. (apenas introdução e parte de tafonomia) 
 
Introdução à Paleontologia 
 
 Estudo dos fósseis 
 Fósseis: “Restos ou vestígios preservados de organismos de um passado remoto, 
geralmente mais antigos que 11.000 anos” (Carvalho, 2010) 
 “Restos de organismos ou evidências de suas atividades que ficaram preservados 
em rochas sedimentares, em sedimentos ou em outros materiais como o gelo e o 
âmbar.” 
 Macrofósseis e microfósseis 
 Icnofósseis: evidências de atividade (ex: pegada) 
 Biologia: apresenta subsídios para estudar os fósseis, já que eles são restos de um 
antigo organismo. 
 Paleontologia: fornece uma dimensão do tempo em que os grandes ecossistemas atuais 
se estabeleceram e também informações complementares às teorias evolutivas. 
 Geologia: os fósseis são utilizados como ferramentes para datação e ordenação das 
sequências sedimentares, contribuindo para o detalhamento da coluna cronogeológica. 
 Princípios: 
 fornecer dados para o conhecimento da evolução biológica; 
 estimar a datação relativa das camadas, pelo grau de evolução ou pela ocorrência 
de diversos grupos de plantas e animais fósseis. A sucessão das camadas de rochas 
e seu conteúdo fóssil está resumida na coluna cronoestratigráfica, onde os grandes 
grupos e sistemas estão arranjados em sequência, com as rochas mais antigas na 
base e mais novas no topo; 
 reconstruir o ambiente em que o fóssil viveu, contribuindo para a paleogeografia e 
paleoclimatologia; 
 auxiliar na reconstituição da história geológica da Terra, através do estudo das 
sucessões faunísticas e florísticas preservadas na rochas; 
 identificar as rochas em que podem ocorrer substâncias minerais e combustíveis, 
como o fosfato, carvão e petróleo, servindo de apoio à Geologia Econômica. 
 
Tafonomia (resumo separado) 
 
Tempo Geológico e a coluna cronoestratigráfica internacional 
 
 A Estratigrafia é um ramo da geologia que estuda, descreve e classifica camadas 
rochosas (conhecidas como estratos) e as correlacionam espacialmente e 
temporalmente. 
 Princípios: 
 Horizontalidade original: 
 Os sedimentos se depositam originalmente em camadas horizontais. Se 
houver camadas rochosas alteradas, como dobradas ou inclinadas, sabe-se 
que foram deformadas, por tectonismo, após a sua deposição. 
 Superposição: 
 Em uma sequência de camadas rochosas, a camada mais antiga está abaixo 
da camada mais nova. 
 Continuidade lateral: 
 As camadas sedimentares são horizontalmente contínuas, estendendo-se até 
suas margens ou afinando-se lateralmente. 
 Intersecção: 
 intersecções ocorridas em camadas rochosas, como intrusões de diques ou 
falhas geradas por tectonismos, ocorrem após a deposição de tal camada 
afetada. 
 Discordâncias (hiato temporal na sequência de camadas depositadas, indicando 
que ou a camada foi erodida e perdida ou não houve sedimentação naquele 
período: 
 Desconformidade: 
 Um hiato entre rochas sedimentares por erosão ou falta de sedimentação 
 Não Conformidade: 
 É o contato erosivo que separa camadas de rochas metamórficas ou ígneas 
da camada sedimentar sobreposta. 
 Discordância angular: 
 Contato também erosivo entre duas camadas rochosas, a qual a inferior foi 
dobrada (por tectonismo) e erodida antes da deposição da superior. 
 Camadas com angulação 
 Tempo Geológico: é o tempo desde a formação da Terra até ao presente, dividida em 
éons, eras, períodos, épocas e idades, que se baseiam nos grandes eventos geológicos 
da história do planeta. 
• Carta cronoestratigráfica atual: 
https://stratigraphy.org/ICSchart/ChronostratChart2023-09.pdf 
 
Arqueano e Proterozoico 
 
https://stratigraphy.org/ICSchart/ChronostratChart2023-09.pdf
 
 
 Pré-Cambriano: Éon Hadeano + Éon Arqueano + Proterozoico 
 Éon Hadeano 
 Datação de meteoritos (condritos) → sólidos mais antigos do sistema solar (CAIs e 
côndrulos) 
 Formação da Terra e do Sistema solar 
 Nebulosa – nuvem molecular 
 95% H2 molecular 
 ~4% He 
 ~1% poeira 
 Grãos ~5nm a 2,5um – grande variedade de composições (areia 
carbonácea a silicatos amorfos) 
 Elementos refratários (C, Si, Mg, Fe, Ca, Al, Ti) 
 As proporções dos elementos acima estão relacionadas com a explosão da 
estrela que originou o sistema solar e, inicialmente, H2 era o único 
composto químico e, posteriormente, foram surgindo outros elementos 
como o ferro. 
 Massa de Jeans: formação de estrela 
 Massa crítica onde ambas as forças estão em equilíbrio entre si. 
 Determinação da massa cujo valor determina a estabilidade de uma 
esfera gasosa autogravitante. 
 Formação do Sistema Solar 
 O material do disco não cai no centro do disco porque está se movendo 
rápido o suficiente para permanecer em órbita 
 Materiais voláteis 
 Materiais refratários: só fundem em temperaturas altas 
 Formação da Lua 
 Formação da primeira crosta terrestre 
 Formação da primeira atmosfera terrestre 
 Minerais do Hadeano: Zircão; 4,400Ma; 
 Éon Arqueano 
 ~4030 Ma a 2500 Ma 
 Surgimento da vida ~3,8 bilhões de anos 
 Groenlândia → cristais de carbono orgânico com 3,8 bilhões de anos 
 Consenso sobre surgimento da vida: fósseis de cianobactérias e estromatólitos, 
na Austrália, com 3,5 bilhões de anos 
 Microbialitos/Estromatólitos 
 Estromatólitos: é considerado icnofóssil (produto de metabolismo de 
bactérias); são estruturas biossedimentares laminadas formadas em águas rasas 
pelo trapeamento e cimentação de partículas sedimentares por tapetes de 
microorganismos. É um tipo de microbialitos. 
 Atualmente são produzidos por cianobactérias (fotossintetizantes). Ex: 
Lagoa Salgada/RJ 
 Craton Pilbara (Austrália) – Fm. Strelley Pool: estromatólitos mais antigos 
 Microbialitos: “Depósitos organosedimentares que se acumularam como 
resultado de uma comunidade microbial bentônica capturando e ligando 
sedimentos detríticos e/ou formando o local de precipitação mineral” 
 Quimiofósseis 
 traços de atividade biológica, como as moléculas orgânicas associadas a grupos 
de organismos em particular 
 Microfósseis/Icnofósseis de bactérias 
 Microfósseis: grupo de diminutos organismos 
 Icnofósseis: registros vestigiais 
 Oxigenação dos oceanos e da atmosfera 
 Fotossíntese 
 Concentração de formações bandeadas de ferro (BIFs ou minério de ferro 
bandeado entre 3 e 1,8 bilhões de anos; 
 As BIFs evidenciaram a fase de transição de condições anóxicas (Fe em 
solução nos mares) para oxidantes (Fe precipitado periodicamente ao 
entrar em contato com o O2 produzido pelas cianobactérias). Acúmulo 
do O2 só depois da oxidação de todo o Fe em solução ou de outros 
compostos reduzidos à superfície da Terra e na atmosfera. 
 Ausência de “Red beds” (oxidação das rochas no continente) e depósitos de 
sulfatos em sequências mais antigas que 1,8 bilhões de anos. 
 Somente a partir de 1,8bi de anos, a atmosfera era suficientemente 
oxidante para permitir a formação de “Red beds”. 
 Origem e evolução de células eucariontes (~1,8bi anos) 
PALEOPROTEROZOICO 
 Reprodução sexuada (1,2 a 1,0bi anos) → variabilidade genética e morfológica 
PALEOPROTEROZOICO 
 
 
 
 Éon Proterozoico 
 Domínio dos organismos formadores de estromatólitos 
 Diferente: 1800Ma – Paleoproterozoico (Era) 
 Acritarcos (primeiros protistas): microestruturas; microfósseis, vesículas 
orgânicas 
 Mesoproterozoico 
 Algas multicelulares microscópicas (~1200 Ma); orgânicas; rocha silicada 
 Neoproterozoico (800 – 750 Ma) 
 maior diversidade de acritarcos 
 VSMs do Grupo Chuar (Grand Canyon) 
 Algas multicelulares (830 – 800 Ma) – Austrália 
 Diversidade de acritarcos no Neoproterozoico 
 Duas grandes glaciações (Terra bola de neve – gelo dos polos ao equador) 
 Crise ambiental – primeira grandeextinção 
 Foi gerada por diversos fatores como o intemperismo (retirou-se CO₂ da 
atmosfera e depositou-o como rocha → principal fator de resfriamento global) 
 Resfriamento Global → geleira nos polos; aumento de reflexão solar (albedo); 
maior resfriamento; aumento de geleiras; 
 Efeito estufa → aquecimento; diminuição de geleiras 
 Registro fóssil do Ediacariano 
 635 Ma 
 Fim da última glaciação “Terra bola de neve” (Stuartian e Marinoan) 
 Acritarcos gigantes; esponjas 
 575 Ma → Fauna de ediacaria 
 Primeiros metazoários 
 Macrofósseis sem partes biomineralizadas (nenhuma estrutura dura, apenas 
partes moles) 
 Biota de Ediacaria 
 Todos extintos; exclusivos do período ediacariano 
 Ambientes marinhos rasos 
 “impressão nas rochas” 
 Rangeomorfos: parecem com folhas 
 Afinidades filogenéticas? 
 Hábito de vida? Alimentação? 
 Simbiose com tapetes microbianos? 
 Tafonomia? 
 Início de extinção 545Ma 
 Primeiros aparecimentos de microfósseis com partes biomineralizados 
 Cloudina 
 Primeiras conchas fósseis (Small shelly fossils – SSFs) 
 Importantes por serem as primeiras evidências de organismos com 
partes biomineralizadas 
 Dá origem à grande diversificação no cambriano 
 Fauna de Ediacaria é totalmente extinta → provavelmente pela alimentação 
dos animais biomineralizados que consumiam o tapete microbiano 
 Corumbella → fóssil encontrado em Corumbá 
 Síntese do Pré-Cambriano: 
 Transformação da Terra de uma atmosfera anaeróbia para aeróbia 
 Proteção UV (ozônio) 
 Início da reprodução sexuada → variação genética → chave para diversidade e 
rápida evolução 
 
 
Éon Fanerozoico – Era Paleozoica – Período Cambriano 
 
 
 
 Fanerozoico: “vida visível” 
 Cambriano: 541 a 485 Ma 
 Número de famílias de animais marinhos aumentam → diversificação no início do 
Cambriano (“explosão de vida no Cambriano”→ surgimento de todos os filos de 
animais; grande disparidade morfológica; evolução genética dos organismos; baixa 
diversidade taxonômica) 
 Cambriano e Ordoviciano: aumento da diversidade na Era Paleozoica 
 Os continentes no Fanerozóico e deriva continental (no tempo geológico impactará nas 
mudanças atmosféricas, fauna, flora, etc.) 
 A Era Paleozoica começou com a segmentação do supercontinete Pannotia e 
fechou com a formação do supercontinente Pangea, quando as massas continentais 
se agruparam mais uma vez. 
 Gondwana no hemisfério sul 
 Laurentia e outros próximos à linha do Equador 
 Não há calotas polares 
 Nível do mar mais altos 
 Explosão de vida do Cambriano e Ordoviciano ocorreu nos mares rasos 
 Só organismos marinhos 
 Registro fóssil do Eocambriano 
 Diversificação de Small shelly fossils – SSFs 
 Macrofósseis com “small shelly fossils” 
 Faunas com preservação excepcional 
 Fauna de Chengjiang (525Ma) 
 Folhelho de Burgess (505 Ma) 
 “explosão de vida no Cambriano”→ surgimento de todos os filos de animais 
 Arthropoda 
 Brachiopoda 
 Echinodermata 
 Lobopodia 
 Priapulida 
 Vetulicolia 
 Chordata 
 Enigmáticos 
 Causas da explosão de vida do Cambriano 
 aumento do nível do mar 
 inundações continentais 
 erosão de regolitos 
 aumento de ambientes hábitáveis (mares rasos, placas continentais) 
 maior disponibilidade de minerais em ambiente marinho (Cálcio, Potássio) 
 toxicidade celular 
 origem do plâncton 
 oxigenação de substrato 
 origem de biomineralização 
 padronização do genoma 
 Complexidade da teia alimentar 
 Extinção cambriana 
 Temperatura caiu drasticamente 
 Diminuição dos níveis de oxigênio nos mares 
 
Período Ordoviciano (485 – 443 Ma) 
 
 Distribuição dos continentes é semelhante a do Cambriano 
 Grande evento de diversificação do Ordoviciano (GOBE) 
 primeiro aparecimento de corais (principais formadores de recifes; concentração 
de biodiversidade) 
 primeiro aparecimento de conodonte 
 expansão ecológica (ex: hábito pelágico, alimentação suspensívora) 
 Diversificação em níveis taxonômicos mais baixos (gênero e família) 
 Animais típicos 
 Trilobitas: grupo de artrópode totalmente extinto 
 Corpo dividido em 3 lobos longitudinais 
 Céfalo, tórax e pigídio 
 Olhos compostos de cristais de calcita (formato poligonal) 
 Crescimento por muda (sutura facial → abertura do exoesqueleto para 
muda) 
 Um indivíduo pode gerar vários fósseis 
 Diversos habitats e composição morfológica 
 Morfologia x hábito de vida 
 Apagamento → escavador ou planctônico 
 Espinhosidade → defesa, estabilidade, flutuação 
 Miniaturização → microhabitats 
 Redução de olhos → águas profundas sem luz 
 Formas pelágicas → natação na zona fótica 
 Aumento de somitos torácicos → bentos anóxico, simbiose com 
bactérias 
 Expansão do céfalo → hábito filtrador 
 Crinóides (Filo Echinodermata) 
 típico representante do GOBE 
 endoesqueleto calcítico 
 Nautilóides (Filo Mollusca, Classe Cephalopoda, Subclasse Nautiloidea) 
 Braquiópodes (Filo Brachiopoda) 
 Corais 
 Extinção em massa do final do Ordoviciano 
 organismos de águas tropicais 
 relacionada a um esfriamento nos oceanos, o qual foi provocado pela glaciação 
que cobria o norte da África, no polo sul.

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