Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

APELAÇÃO CRIMINAL
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 1º JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE FLORES/CB
Processo nº: XXXXX-25.2016.8.01.0001 
Classe: Ação Penal 
Acusado: Nome do Acusado 
ALFREDO, já qualificado nos autos da ação penal pública promovida pelo Ministério Público, por meio de seu Advogado que a esta subscreve com endereço profissional indicado no rodapé, onde recebe avisos e intimações em geral, vem, tempestivamente, à presença de Vossa Excelência, não se conformando com a sentença condenatória encartada nos autos fls. , com fulcro no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal, interpor 
RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL 
Para a Colenda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Campo Belo, requerendo, desde já, seja recebido, autuado e remetido o recurso para a Instância Superior, para que seja o subscritor intimado para apresentação das razões de apelação, perante o competente órgão colegiado, conforme a letra do artigo 600, § 4º, do Código de Processo Penal (CPP). 
Termos em que pede deferimento. 
Flores/CB, data.
[Nome do advogado]
OAB/[Secção]/[Número da OAB]
PETIÇÃO DE RAZÕES DA APELAÇÃO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE CAMPO BELO
Processo nº .................................
ALFREDO, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado infra-assinado (procuração em anexo), vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 593 e seguintes do Código de Processo Penal, interpor APELAÇÃO CRIMINAL contra a r. sentença prolatada nos autos do processo em epígrafe, pelos motivos a seguir expostos:
I. DO BREVE RELATO DOS FATOS
Luíza e Alfredo, servidores públicos, casados, ambos com vinte anos de idade, decidiram fazer um cruzeiro pela costa brasileira em um navio transatlântico, apto a navegar por águas internacionais, tendo embarcado no Porto de Santos-SP no dia 10 de dezembro de 2020, com destino a Salvador, BA. Durante o curso da viagem, a bordo do navio e em alto-mar, no dia 11 de dezembro de 2020, Alfredo desferiu um golpe no rosto de Luíza, que veio a sofrer fratura dos ossos da face.
O acusado foi contido pela tripulação e, ao aportar no Porto de Flores, estado de Campo Belo (CB), a vítima foi encaminhada para atendimento hospitalar.
O pedido de prisão preventiva formulado pelo Ministério Público do estado de Campo Belo em detrimento de Alfredo foi negado, por Alfredo ser réu primário e sem antecedentes.
Laudo pericial juntado aos autos constatou que Luíza sofreu lesões corporais que a impossibilitaram de exercer suas atividades por prazo superior a 30 dias, mas também que houve completo restabelecimento após este prazo. Dessa forma, o Ministério Público ofereceu denúncia perante o Primeiro Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra Mulher de Flores, capital do estado de Campo Belo, imputando a Alfredo a conduta tipificada no Art. 129, § 1º, com a causa de aumento dos §§ 9º e 10, todos do Código Penal.
A denúncia foi recebida, o acusado foi citado e apresentou resposta à acusação, arguindo preliminares. Na fase do Art. 397, do CPP, foi confirmado o recebimento da denúncia. Realizada a instrução, ouvidas Luíza e as testemunhas, todos confirmaram os fatos. Interrogado, Alfredo confessou os fatos.
A sentença rejeitou a preliminar de incompetência e condenou Alfredo nos termos da denúncia. A pena-base foi fixada em dois anos e meio de reclusão, ante a média entre a mínima e a máxima, e foi agravada a pena em seis meses, nos termos do Art. 61, inciso II, alínea f, do CP, tendo em vista a situação de violência doméstica. Assim, foi fixada a pena intermediária em três anos de reclusão, e a pena final, com a aplicação da causa de aumento prevista no Art. 129, § 10, do CP, foi fixada em quatro anos de reclusão, sendo estabelecido o regime semiaberto, diante da opinião do julgador sobre a gravidade do crime de violência doméstica. O Juízo determinou, ainda, na forma do Art. 92, inciso I, alínea a, do Código Penal, a perda do cargo público ocupado por Alfredo.
A defesa foi intimada da sentença no dia 7 de dezembro de 2023, quinta-feira.
II. DA TEMPESTIVIDADE
A presente apelação é tempestiva, conforme se verifica pela certidão de intimação de fls. [número da folha], na qual consta que a defesa de Alfredo foi intimada da sentença em 07 de dezembro de 2023 (quinta-feira). O prazo para interposição da apelação é de 5 dias, a contar da intimação (art. 593 do Código de Processo Penal). No presente caso, o último dia do prazo recursal seria o dia 12 de dezembro de 2023 (terça-feira). No entanto, tal dia é feriado forense (Dia de Nossa Senhora da Conceição), motivo pelo qual o prazo é prorrogado para o primeiro dia útil subsequente, qual seja, 13 de dezembro de 2023.
III. DA ADMISSIBILIDADE
A apelação é cabível, conforme dispõe o art. 593 do Código de Processo Penal, pois a sentença condenatória recorre de todos os seus termos (art. 593, inciso I, do Código de Processo Penal). A defesa não se conforma com a integralidade da decisão, que condenou Alfredo a quatro anos de reclusão e determinou a perda do cargo público.
IV. DO PLEITO RECURSAL
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência a reforma integral da sentença condenatória, com fulcro nas teses jurídicas a serem expendidas a seguir, para absolver Alfredo das acusações que lhe são imputadas.
4.1. Da Incompetência da Justiça Estadual de Campo Belo
O crime praticado por Alfredo ocorreu a bordo de navio em alto-mar, local considerado território brasileiro ficto, nos termos do art. 5º, § 2º, da Constituição Federal. Nesse sentido, a competência para o julgamento do crime é da Justiça Federal, com fulcro no art. 109 da Constituição Federal e art. 7º, inciso II, do Código Penal.
O Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra Mulher de Flores, do estado de Campo Belo, portanto, é órgão judiciário incompetente para processar e julgar o presente feito.
4.2. Da Inaplicabilidade da Lei Maria da Penha
A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) tem como objetivo coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher no âmbito das relações de convivência familiar e doméstica. No presente caso, o crime foi praticado a bordo de um navio em alto-mar, local que não se configura como ambiente doméstico ou familiar.
Além disso, Alfredo e Luíza, embora casados, estavam em viagem de lazer, o que não caracteriza necessariamente uma relação de convivência familiar. Dessa forma, a legislação específica de violência doméstica não se aplica ao caso concreto.
4.3. Da Desproporcionalidade da Pena
Ainda que a Justiça Federal fosse considerada competente para o julgamento do crime, a pena aplicada se mostra excessiva e desproporcional à gravidade da conduta. A pena-base fixada em dois anos e meio de reclusão já se mostra suficiente para a repressão e prevenção do delito.
Ademais, a aplicação da causa de aumento prevista no art. 129, § 10, do Código Penal, que elevou a pena para quatro anos de reclusão, se baseia na suposta vulnerabilidade da vítima por se tratar de mulher em situação de violência doméstica. Contudo, como já demonstrado, a Lei Maria da Penha não é aplicável ao caso.
Por fim, a determinação de perda do cargo público prevista no art. 92, inciso I, alínea a, do Código Penal, constitui medida gravíssima e desproporcional, diante da natureza do crime e da primariedade do réu.
V. CONCLUSÃO
Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência:
O conhecimento e provimento da presente apelação criminal.
A reforma integral da sentença condenatória para absolver Alfredo das acusações que lhe são imputadas.
A declaração de incompetência da Justiça Estadual de Campo Belo para o julgamento do presente feito, caso a tese de absolvição não seja acolhida.
A cassação da pena imposta e a fixação de nova pena, caso a absolvição não seja acolhida, observando-se os princípios da proporcionalidade e da individualização da pena.
A cassação da determinação de perda do cargo público imposta peloJuízo de primeiro grau, caso a absolvição não seja acolhida.
Dá-se à presente causa o valor de R$ [valor da causa].
Nestes termos,
Pede deferimento.
Flores/CB, data.
[Nome do advogado]
OAB/[Secção]/[Número da OAB]

Mais conteúdos dessa disciplina