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De Júpiter ou de Saturno?Kaylaine Andrade Definir Intoxicação Crônica Manifestação clínica, através de sinais e sintomas, do efeito nocivo resultante da interação de uma substância química com um organismo vivo, e que são resultantes de uma exposição crônica, ou seja, exposição a pequenas doses, durante vários meses ou anos. Identificar a epidemiologia, fisiopatologia, as manifestações clínicas e e o tratamento das intoxicações de chumbo, mercúrio e benzeno, identificando os agentes neurotóxicos encontrados nos ambientes de trabalho e seus efeitos CHUMBO – Saturnismo epidemiologia · Estudo do Banco Mundial, 2019, aponta morte de 5,5 milhões de pessoas acima dos 25 anos devido à intoxicação por chumbo. · Os autores, os pesquisadores Bjorn Larsen e Ernesto Sánchez-Triana, calcularam o impacto global do chumbo na saúde pública e na economia e concluíram que o custo financeiro anual do problema equivale a US$ 6 trilhões, ou 7% do PIB global. Mais de 90% do impacto socioeconômico recai sobre os países em desenvolvimento. · Enquanto nos países de alta renda a taxa média de chumbo no sangue da população é de 1,3 μg/dL (microgramas por decilitro), os outros têm uma média de 4,6 μg/dL. O Brasil, que aparece em estudos recentes, com uma taxa de 2,65 μg/dL, ainda está longe do ideal, apesar de estar melhor que a média dos países em desenvolvimento. Fisiopatologia Conceito O chumbo (Pb), do latim plumbum, é um elemento de ocorrência natural, pesado, macio, maleável e mau condutor de eletricidade, abundante na crosta terrestre e geralmente encontrado na forma de outros minerais. É um cátion divalente, que está amplamente distribuído e é encontrado livre ou em associação com outros elementos. É um metal tóxico, amplamente utilizado no meio industrial, doméstico, farmacêutico, em construção civil e em mineração, além de ter grande evidência no uso como manta protetora para as ondas eletromagnéticas de raio-X. É relativamente resistente aos ácidos sulfúrico e clorídrico mas, em ácido nítrico, se dissolve lentamente. FONTES: Suas fontes naturais incluem as emissões vulcânicas, marítimas e do intemperismo geoquímico. Outras formas de exposição incluem: • os processos de extração, concentração e refino de minérios contendo chumbo; • fundição de chumbo, latão e bronze; • produção de cristais e cerâmicas; • operações com uso de maçarico em materiais de chumbo ou revestidos de tinta à base de chumbo; •reparo de radiadores de carro •jateamento de tintas antigas à base de chumbo; • soldas à base de chumbo; • produção de pigmentos ou operações de lixamento/polimento de materiais contendo chumbo; • residência vizinha de empresas que manuseiam ou manusearam chumbo; • presença de projéteis de arma de fogo alojados no organismo; • ingestão acidental de água ou alimentos contendo ou contaminados com chumbo, • contato com solo contaminado com pesticidas contendo chumbo • eliminações atmosféricas resultantes da combustão de gasolina. MECANISMO: Pode ter três mecanismos de ação: 1. Ligação a diversas proteínas estruturais, enzimáticas e receptoras; 2. Interferência em diversas vias metabólicas, principalmente mitocondriais e de segundo-mensageiros que regulam o metabolismo de energia celular 3. Efeitos mutagênicos in vitro e carcinogênicos em ratos. As alterações mais relevantes ocorrem em nível hematológico, em que podemos encontrar uma anemia hipocrômica e microcítica com pontilhados basofílicos. Chumbo nos eritrócitos 1. O chumbo é um metal divalente e tem forte interação com as proteínas (grupo sulfidril). 2. Assim ele tem alta afinidade com o eritrócito (hemácia). 3. Causa danos oxidativos 4. Modificam a membrana das hemácias 5. Ocasionando um tempo menor de vida 6. Elas irão morrer mais rápido e sobrecarregara o fígado 7. Ocasionando a hiperbilirrubinia e a anemia. Chumbo nos rins 1. O chumbo tem grande poder de inibição nos rins. 2. Leva a uma diminuição da produção de eritropoetina. 3. Menos hemácias produzidas na medula óssea vermelha. 4. Anemia de origem microcítica Chumbo nas mitocôndrias Além disso, ele pode afetar a fosforilação oxidativa das mitocôndrias, entrando nessas organelas como substrato do transportador de cálcio. Na intoxicação ocorre inibição de enzimas do grupo heme: ácido aminoleulínico-desidratase (ALAD), porfirinogênio e ferroquelatase. Além disso, ocorrem alterações nas cadeias globínicas α e β. A ferroquelatase é uma enzima codificada pelo gene FECH e que participa da conversão protoporfirina IX no heme B, que tem uma função importante no transporte de oxigênio na hemoglobina. Quando inibida, a ferroquelatase faz com que no lugar do ferro junte-se o zinco à protoporfirina IX, formando a Zinco Protoporfirina, por esse motivo a intoxicação por chumbo pode ser avaliada através de dosagem da concentração de zinco protoporfirina em sangue total (ZPP). · o chumbo altera a síntese do anel heme da hemoglobina. O mecanismo da toxicidade se dá pela inibição de enzimas do metabolismo do heme, especialmente delta ALA desidrogenase e ferro quelatase. Também inibe a bomba Na-K-ATPase, diminuindo o metabolismo do eritrócito, alterando a estabilidade da membrana e facilitando a hemólise. Chumbo trato gastrointestinal A dor abdominal recorrente e o episódio agudo de dor abdominal, conhecida como cólica saturnina, ocorrem em decorrência do envolvimento negativo na motilidade intestinal, particularmente sobre a musculatura lisa. O chumbo interfere nos canais de transporte de sódio da membrana intestinal. Chumbo nos ossos O chumbo interfere no crescimento ósseo por intermédio de sua união com a osteocalcina e inibição de 1,25-di-hidroxivitamina D3. Chumbo nos neurônios Altera diversos neurotransmissores como a dopamina e acetilcolina. Chumbo no coração Constritor do músculo liso cardiovascular, aumento da atividade simpática, alteração do sistema renina-angiotensina-aldosterona como efeito tem-se a hipertensão e a doença isquêmica. manifestações clínicas São inespecíficas, não podendo ser consideradas característicos da intoxicação por chumbo inorgânico - isoladamente ou associadas; são mais evidentes no sistema nervoso central e periférico, no sistema hematopoiético, renal e ósseo. A exceção são as linhas de Burton, sinal específico do plumbismo caracterizado por linhas de coloração azul- acinzentada ao longo das gengivas, no colo dos incisivos e dos caninos, por deposição local de sulfeto de chumbo. Ingestão aguda Quando o chumbo é ingerido em grandes quantidades, pode haver : · dor abdominal · anemia hemolítica · hepatite · encefalopatia. Intoxicação subaguda ou crônica Efeitos Constitucionais: Fadiga, mal-estar, irritabilidade, anorexia, insônia, perda de peso, redução da libido, artralgias e mialgias; Efeitos Neurológicos: A encefalopatia pode ocorrer em crianças e adultos, tanto aguda como cronicamente, porém as crianças são mais suscetíveis do que os adultos aos efeitos da encefalopatia sobre o sistema nervoso central. O curso clínico da encefalopatia aguda pelo chumbo varia, dependendo da idade e da condição geral do paciente, da quantidade absorvida, do tempo de exposição e de certos fatores concomitantes, . Em casos graves, pode ocorrer edema cerebral e aumento da pressão intracraniana. Pode resultar em morte de 1 a 2 dias após o início dos sintomas. Podem ser afetadas as funções da memória e do aprendizado em todos os ciclos da vida. Quadros de intoxicação leve à moderada podem cursa com comprometimento cognitivo leve, cefaleia, fadiga, perda de memória, perda da concentração e atenção, alterações de humor - com irritabilidade, depressão, insônia ou sonolência excessiva. Em crianças pequenas ocorrem deficiências neurocomportamentais e no quociente de inteligência. Quadros de intoxicação grave podem cursar com distúrbios de comportamento evidentes (paranoia, delírios e alucinações), alterações da marcha, equilíbrio e agitação psicomotora. Efeitos Renais: A exposição aguda ou crônica ocasiona dano reversível no túbulo proximal e uma lenta e progressivainsuficiência renal. Com contínua exposição ao chumbo a nefropatia aguda (reversível) pode evoluir para uma nefrite crônica. A nefropatia irreversível é caracterizada por esclerose vascular e glomerular, atrofia ou hiperplasia das células tubulares e fibrose intersticial progressiva; Efeitos Gastrintestinais: A cólica é um efeito inicial no quadro de intoxicação por chumbo em exposição ocupacional ou aguda em níveis elevados, e pode sugerir quadro de abdome agudo. Nos quadros agudos e sub-agudos as cólicas abdominais não respondem a antiespasmódicos. Podem haver náuseas, vômitos, constipação/diarreia, dispepsia, gastrite e anorexia. Vômitos intermitentes, anorexia e dor abdominal também podem ocorrer em quadros crônicos, além de queimação epigástrica; Efeitos Osteomusculares: Em adultos, pode afetar o metabolismo no período da menopausa, contribuindo para o desenvolvimento da osteoporose. Em crianças pode ocorrer deficiência no crescimento ósseo e de estatura. Quadros de intoxicação leve à moderada podem cursar com mialgias e artralgias crônicos podem evoluir com mialgia generalizada ou principalmente em panturrilhas. Efeitos Hematológicos: Há diminuição nos níveis de hematócrito e hemoglobina; anemia normocítica e normocrônica mesmo não associada à deficiência de ferro, pode ser leve a moderada em adultos e possivelmente grave em crianças, evidencia-se tardiamente e quando o nível de Pb-S perdura. Efeitos Reprodutivos: Quadros de intoxicação leve à moderada podem cursar com aborto espontâneo e anormalidades no esperma (morfologia e número de espermatozóides). Em casos crônicos pode haver perda da libido; Efeitos Cardiovasculares: Hipertensão; Efeitos Endócrinos: Hipotireoidismo. diagnóstico Complementar o Laboratorial específico Dosagem de chumbo no sangue (plumbemia - PbS) ou na urina (plumbúria - PbU) * Crianças: níveis séricos de Pb entre 20 e 44 mcg/dL podem estar associados a alterações comportamentais e cognitivas crônicas; > 44 mcg/dL possuem alta probabilidade de sintomas e lesões graves de SNC de caráter subagudo e crônico. * Adultos: * A encefalopatia e a nefropatia ocorrem geralmente com níveis acima de 100 mcg/dL; * Níveis sanguíneos superiores a 80 mcg/ dL estão relacionados a séria intoxicação,incluindo fortes cólicas abdominais e nefropatia; * Níveis sanguíneos entre 60 e 80 mcg/dL estão geralmente associados a sintomas gastrintestinais e efeitos renais subclínicos; Exames Gerais Função renal, hemograma, eletrólitos, aumento de protoporfirina IX na forma livre (EP) ou zincada (ZPP), diminuição na atividade da ácido deltaminolevulínico dehidratase (ALA-D), aumento de ácido deltaminolevulínico (ALA-U) e coproporfobilinogênio (CPU) na urina. tratamento · Podem ser necessárias transfusões sanguíneas em decorrência da anemia. · Em caso de pacientes que apresentem convulsões podemos utilizar benzodiazepínicos. · O tratamento é feito pela terapia quelante. Medidas de suporte · Desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio se necessário; · Monitorizar sinais vitais; · Manter acesso venoso calibroso; · Hidratação adequada. Descontaminação · Ingestão aguda: em crianças, ocasionalmente, pode ser indicada irrigação intestinal; · Considerar a remoção endoscópica ou cirúrgica de corpos estranhos contendo chumbo; · Exposição cutânea ou ocular: remover roupas e objetos contaminados e lavar com água sabão. Antídoto O tratamento com quelantes reduz as concentrações sanguíneas de chumbo e aumenta a sua excreção urinária. · Ácido etilenodiaminotetracético cálcico dissódico (EDTACaNa2), administrado por via endovenosa. · Succímero é um medicamento usado na terapia quelante. Pessoas com uma leve intoxicação por chumbo recebem succímero por via oral. · Medicamentos quelantes, como dimercaprol, succímero e edetato de cálcio dissódico. Visto que os medicamentos quelantes também podem eliminar do organismo os minerais benéficos, como zinco, cobre e ferro, geralmente administram-se suplementos destes minerais. A sua indicação depende da idade do paciente, dos exames laboratoriais e da sintomatologia, embora a redução da exposição seja a providência mais importante. Indica o EDTA (edetato dissódico de cálcio) para tratamento da patologia, a fim de realizar excreção do chumbo, melhorar a encefalopatia e as crises convulsivas. Adultos · Com encefalopatia ou sintomas sugestivos de encefalopatia ou nível sérico de chumbo > 100 mcg/dL. Administrar BAL 4 mg/Kg IM a cada 4 horas por 5 dias; após a segunda dose do BAL administrar EDTA cálcico dissódico na dose de: 50 a 75 mg/Kg/ por dia IV, em infusão contínua ou dividido em 2 a 4 doses. · Com sintomas leves ou nível sanguíneo de 70 a 100 mcg/dL: administrar DMSA Succimer 10 mg/Kg VO 3 X ao dia por 5 dias e após 2 x dia por 14 dias; Crianças · Com encefalopatia ou sintomas sugestivos de encefalopatia ou nível sérico de chumbo > 69 mcg/dL. Administrar BAL 4 mg/Kg IM a cada 4 horas por 5 dias; após a segunda dose do BAL administrar EDTA cálcico dissódico na dose de: 50 a 75 mg/Kg/ por dia IV, em infusão contínua ou dividido em 2 a 4 doses. · Assintomáticos e com nível sanguíneo de 45-69 mcg/dL: administrar DMSA Succimer 10 mg/Kg VO 3 X ao dia por 5 dias ou após 2 x dia por 14 dias; · Assintomáticos e nível sanguíneo < 44 mcg/dL: não indicada a quelação de rotina. Tratamento Alternativo Em caso de reações adversas muito graves que impeçam a utilização do BAL e do DMSA Sucimer, uma terceira opção de quelação é a D- penicilamina, na dose de: □ Adultos: 250 mg 6/6 horas VO por 3 a 10 dias; □ Crianças: 20 a 40 mg/Kg/dia VO (máximo de 1 g/dia) por 3 a 10 dias. Em caso de ingestão de chumbo se alimentar com leite e leite de magnésio. Repor ferro e vitamina D. Chumbo maior de 45. MERCURIO epidemiologia Boletim Epidemiológico divulgado recentemente pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, atrelada ao Ministério da Saúde, indica que o Brasil registrou 1.103 casos de intoxicação exógena por mercúrio de 2006 a 2021. conceito O vapor de mercúrio é muito mais perigoso que sua forma líquida. O metal liga-se a outros elementos (tais como o cloro, o enxofre ou o oxigênio) para formar sais inorgânicos mercurosos (Hg2+) ou mercúricos (Hg2+). FORMAS DE EXPOSIÇÃO Exposição alimentar: · O consumo de peixe é a principal rota de exposição ao metilmercúrio. · O mercúrio na atmosfera e na água potável é geralmente tão baixo que não constitui uma fonte importante de exposição da população em geral. Exposição ocupacional: · A inalação do vapor de na indústria cloro-álcali. · A exposição ocupacional pode ocorrer durante a fabricação de uma variedade de instrumentos científicos e aparelhos de controle elétricos, na odontologia. Exposição acidental: A exposição ao mercúrio pela quebra de frascos contendo mercúrio, aparelhos médicos, barômetros e derretimento de restaurações de amálgama dentário para recuperação de prata. Mecanismo de toxicidade A ligação de alta afinidade do mercúrio divalente aos grupos sulfidrilas de proteínas nas células é um mecanismo importante para a produção de danos celulares não específicos ou até mesmo a morte celular. Outros mecanismos gerais, como a interrupção da formação de microtúbulos A inibição de enzimas, o estresse oxidativo, a interrupção da síntese de proteínas e DNA e respostas autoimunes, também foram propostos. O mercúrio causa a superexpressão dos genes relacionados ao sistema glutationa e metalotioneína em tecidos de ratos. O mercúrio leva à inibição enzimática e a alterações das membranas celulares através da reação com grupos sulfidrila, carboxila, fosforila e amida. O principal órgão-alvo do vapor de mercúrio é o cérebro, mas também causa danos renais, imunológicos, endócrinos, musculares, gastrintestinais e cutâneos. Intoxicação aguda: A inalação aguda de altas concentrações de vapor de mercúrio metálico causa pneumonite química e edema pulmonar. A ingestão aguda de sais de mercúrio inorgânico pode desencadear dor abdominal, gastroenterite hemorrágica e necrose tubular aguda com consequenteinsuficiência renal. Intoxicação crônica: A exposição crônica a doses clinicamente significativas de vapor de mercúrio geralmente produz uma tríade clássica caracterizada por distúrbios neuropsiquiátricos, tremores e gengivoestomatite. Em casos de exposições leves, sintomas inespecíficos como fraqueza, fadiga, anorexia, perda de peso, estomatite e distúrbios gastrointestinais têm sido descritos. Os estágios iniciais se caracterizam por tremores de extremidades e distúrbios de movimento. As manifestações psiquiátricas envolvem fadiga, anorexia, perda de memória, insônia e transtornos de humor. Os sais de mercúrio, na exposição crônica, são tóxicos para o SNC. Os compostos de mercúrio orgânico, como o metilmercúrio, afetam primariamente o SNC, provocando ataxia, disartria, parestesia, comprometimento da audição e campos visuais. A exposição perinatal pode levar ao retardo mental e síndrome semelhante à paralisia cerebral no feto. Toxicidade do metilmercúrio: O maior efeito à saúde humana decorrente da exposição ao metilmercúrio é a neurotoxicidade. As manifestações clínicas de neurotoxicidade incluem parestesias (sensação de dormência e formigamento ao redor da boca e nos lábios) e ataxia, manifestada por dificuldade em andar, e dificuldade em engolir e articular palavras. Outros sinais incluem neurastenia (sensação generalizada de fraqueza), perda de visão e audição, espasticidade e tremor. Esses sintomas podem progredir para coma e morte. O efeito agudo geral é um edema cerebral, mas com a destruição prolongada da massa cinzenta e subsequente gliose, resultando em atrofia cerebral. FARMACOCINÉTICA Absorção Cerca de 80% do vapor de mercúrio metálico é absorvido pelos pulmões através da inalação. A absorção gastrointestinal do mercúrio metálico é desprezível e considerada não tóxica em uma ingestão acidental de pequeno volume (mercúrio de termômetros). Os sais de mercúrio inorgânico podem ser absorvidos de 7 a 10% quando ingeridos, e somente 1% após contato com a pele intacta. metilmercúrio é bem absorvido pelo intestino (90%). Distribuição Mercúrio atravessa as barreiras hematoencefálicas e placentárias. Além do cérebro, ele se deposita na tireoide, mamas, coração, músculos, rins, adrenais, fígado e pâncreas, podendo estar associado à disfunção desses órgãos. A maior concentração de íons mercúrio é nos túbulos renais. O metilmercúrio é lipofílico e se distribui em todos os tecidos, incluindo placenta e SNC. Eliminação O mercúrio metálico é excretado via renal e fecal como mercúrio mercúrico. A meia-vida de excreção pode variar, com valores variando de poucos dias a vários meses, mas uma fração pode ficar retida por anos em órgãos como rins e cérebro. A meia-vida do mercúrio metálico e do mercúrio inorgânico é de 30 a 60 dias. O mercúrio orgânico é excretado predominantemente pelas fezes e sua meia-vida é de 70 dias. No encéfalo a meia-vida é de 1 ano DIAGNÓSTICO A análise de mercúrio por espectrometria de absorção atômica é um método sensível, mas não diferencia a forma química do mercúrio. Uma vez que o metilmercúrio se concentra nas hemácias, é possível correlacionar seus níveis totais no corpo, numa intoxicação aguda TRATAMENTO: Descontaminação ○ Em caso de intoxicação por via inalatória, remover o paciente do local de exposição; ○ Na exposição cutânea, realizar descontaminação com água em abundância. Antídoto ○ Pacientes sintomáticos após exposição aguda ou crônica são candidatos a terapia com quelante. Opções de quelante: ■ Dimercaprol: 2,5 a 5 mg/kg IM de 4/4 horas nos dois primeiros dias; após, 2,5 mg/Kg a cada 6 horas por mais dois dias e de 12/12 horas até o décimo dia ou até que seja possível a administração de um quelante por VO; ■ DMSA-succimer: 10 mg/Kg VO três vezes ao dia por 5 dias; após, duas vezes ao dia por 14 dias; ■ D-penicilamina: ● Adultos: 250mg VO de 6/6 horas, antes das refeições, por 3 a 10 dias; ● Crianças: 20 a 40mg/kg/dia (dose diária: 1g/dia), antes das refeições, por 3 a 10 dias. Sintomáticos ○ Tratar broncoespasmo com beta-2 adrenérgicos e corticoides se necessário; BENZENO (benzenismo) epidemiologia O benzeno está entre os dez maiores problemas químicos para a saúde pública global, demandando medidas de prevenção à exposição a esse agente químico. OMS O benzeno é o quinto produto orgânico mais usado em todo o mundo e um dos sete mais utilizados como matéria-prima para a produção de milhares de outros produtos. definição Fundamentalmente, o benzeno é derivado do petróleo e é usado na síntese de outros produtos químicos e como agente antidetonante na gasolina livre de chumbo. EXPOSIÇÃO A inalação é a principal via de exposição em ambientes industriais e no dia a dia. · O tabagismo é a principal fonte de benzeno em ambientes residenciais. · Fumantes têm taxas corpóreas de benzeno 6 a 10 vezes maiores do que não fumantes. O fumo passivo pode ser uma fonte significativa de exposição para não fumantes. Emissões de vapor de gasolina e de escapamento de automóveis são outros fatores que contribuem para a exposição da população em geral. · A exposição ocupacional ao benzeno ocorre em diversos setores incluindo indústrias químicas e petroquímicas, siderúrgicas e locais revendedores de derivados de petróleo, como os postos de combustíveis (GERALDINO et al., 2020). toxidade A toxicidade hematopoiética da exposição crônica ao benzeno pode manifestar-se inicialmente como anemia, leucopenia, trombocitopenia ou como uma combinação destes. A depressão da medula óssea parece ser dose dependente em animais de laboratório e humanos. A exposição continuada pode resultar em aplasia medular e pancitopenia, um resultado, muitas vezes, fatal. Sobreviventes da anemia aplásica frequentemente exibem um estado pré-neoplásico, denominado mielodisplasia, que pode progredir para leucemia mieloide. Um número de metabólitos do benzeno liga-se covalentemente a GSH, proteínas, DNA e RNA. Isso pode resultar em rompimento do microambiente hematopoiético funcional pela inibição de enzimas, destruição de determinadas populações de células e alteração do crescimento de outros tipos de células. Uma ligação covalente de hidroquinonas com as proteínas da fibra do fuso inibirá a replicação celular. (2) O estresse oxidativo contribui para a toxicidade do benzeno. Como a medula óssea é rica em atividade da peroxidase,metabólitos fenólicos do benzeno podem ser ativados a derivados de quinona reativos, que podem provocar dano de DNA, levando a mutação celular ou apoptose. A modulação da apoptose pode levar a hematopoiese anômala e progressão neoplásica. Diagnóstico O diagnóstico da intoxicação por benzeno é obtido com base em uma história de exposição e nos achados clínicos típicos. No caso de toxicidade hematológica crônica, as contagens de eritrócitos, leucócitos e trombócitos poderão se elevar inicialmente e, em seguida, cair, após o aparecimento da anemia aplástica. Nível de fenol na urina Tratamento Emergência ○ Manter uma via aérea aberta e fornecer ventilação quando necessário. ○ Tratar coma, choque, arritmias e outras complicações caso ocorram. ○ Ser cauteloso com o uso de qualquer agente adrenérgico (p. ex., epinefrina, albuterol) pela possibilidade de ocorrência de arritmias devidas à sensibilização do miocárdio. ○ Monitorar os sinais vitais e o ECG por 12 a 24 horas após exposição significativa. Fármacos e antídotos específicos Não existe antídoto específico. Descontaminação Inalação Deslocar imediatamente a vítima para local de ar puro e fornecer oxigênio quando disponível. Pele e olhos Remover as roupas e lavar a pele; irrigar os olhos expostos com quantidades copiosas de água ou soro fisiológico. Ingestão Administrar carvão ativado, VO, caso as condições sejam apropriadas. Considerar aspiração gástrica com um tubo pequeno flexível em caso de ingestão ampla (p. ex., 150 a 200 mL) e ocorrida nos 30 a 60 minutos anteriores. ● Eliminação aumentada. Diálise e hemoperfusão não são eficientes. Caracterizar a importância e as formas e manejo dos resíduos industriais elogística de descarte reverso obrigatória formas de manejo Resíduos Classe I (Resíduos Perigosos) Listados conforme características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. · Resíduo de tinta proveniente de pintura industrial · Lodo de Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI) · Agrotóxicos · Borras oleosas e graxas · Solventes halogenados e não-halogenados · Restos de plástico, borracha (pneus) e acrílico · Catalisadores usados · Solos contaminados · Latas de aerossol · Pilhas, baterias e lâmpadas · Lodo de refinarias de petróleo Resíduos Classe II (Não Perigosos) Que são separados em duas subcategorias: não inertes e inertes. Inceneração A incineração de resíduos é uma tecnologia de tratamento térmico regulamentada pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Para as indústrias, os principais benefícios da incineração são: · redução de 90% do volume do resíduo inicial · destruição total de substâncias patógenas · controle das emissões atmosféricas · não contaminação de solos e mananciais · reaproveitamento energético · segurança jurídica e rastreabilidade dos resíduos industriais (emissão do Certificado de Destinação Final – CDF) · Temperatura > 800°C · Transforma em cinzas, gases de combustão e calor. · Os gases formados são tratados e só depois são liberados. Torre de condensamento. Coprocessamento Coprocessamento de Resíduos, na etapa de blendagem, o resíduo é totalmente descaracterizado e misturado de forma a produzir um mix de resíduos com alto poder calorífico que será utilizado nas cimenteiras substituindo matéria prima, minimizando assim a utilização de recursos naturais, a geração de passivos ambientais e aproveitando o potencial energético mineral do material. Benefícios: · Completa destruição térmica; · Redução da necessidade de armazenamento; · Redução do risco a reputação administrativa; · Preservação de recursos energéticos; · Menos utilização de recursos naturais, menor intensidade de CO2 para a atmosfera nas cimenteiras; · Não há emissão de gás metano como ocorre nos aterros. Compostagem É um processo no qual a matéria orgânica putrescível (restos de alimentos, aparas e podas de jardins etc.) é degradada biologicamente, obtendo-se um produto que pode ser utilizado como adubo. A compostagem permite aproveitar os resíduos orgânicos, que constituem mais da metade do lixo domiciliar. A compostagem pode ser feita em casa ou em unidades de compostagem. PIRÓLISE Diferentemente da incineração, na pirólise a queima acontece em ambiente fechado e com ausência de oxigênio. · Muito interessante esse projeto, pois transformam lixo em: carvão natural, gás natural e petróleo. · Já está presente em mais de 5.000 municípios inclusive em Joinville. DIGESTÃO ANAERÓBICA É um processo baseado na degradação biológica, com ausência de oxigênio e ambiente redutor. Neste processo há a formação de gases e líquidos. Este princípio é bastante utilizado em todo o mundo em aterros sanitários. REUSO OU RECICLAGEM Reaproveitamento dos componentes presentes nos resíduos de forma a resguardar as fontes naturais e conservar o meio ambiente. Como todo processo de tratamento produz um rejeito, isto é, um material que não pode ser utilizado, a disposição final em aterros acaba sendo imprescindível para todo tipo de tratamento. ATERRO SANITÁRIO · É um método de aterramento dos resíduos em terreno preparado para a colocação do lixo, de maneira a causar o menor impacto ambiental possível. · Algumas das medidas técnicas empregadas para proteger o meio ambiente: · O solo é protegido por uma manta isolante (chamada de geomembrana) ou por uma camada espessa de argila compactada, impedindo que os líquidos poluentes, lixiviados ou chorume, se infiltrem e atinjam as águas subterrâneas; · São colocados dutos captadores de gases (drenos de gases) para impedir explosões e combustões espontâneas, causadas pela decomposição da matéria orgânica. Os gases podem ser queimados para evitar sua dispersão na atmosfera; · Implantado sistema de captação do chorume, para ser encaminhado a um sistema de tratamento; · As camadas de lixo são compactadas com trator de esteira, umas sobre as outras, para diminuir o volume, e são recobertas com solo diariamente, impedindo a exalação de odores e a atração de animais · O acesso ao local deve ser controlado com portão, guarita e cerca, para evitar a entrada de animais, de pessoas e a disposição de resíduos não autorizados. · Alguns lugares pode ter a presença de biodigestores que transformam a matéria orgânica em gás natural que pode ser usado como fonte energética. ATERRO CONTROLADO ou Lixão O aterro controlado não é considerado uma forma adequada de disposição de resíduos porque os problemas ambientais de contaminação da água, do ar e do solo não são evitados, já que não são utilizados todos os recursos de engenharia e saneamento que evitariam a contaminação do ambiente. No entanto, representa uma alternativa melhor do que os lixões, e se diferenciam destes por possuírem a cobertura diária dos resíduos com solo e o controle de entrada e saída de pessoas. UNIDADES DE SEGREGAÇÃO E OU COMPOSTAGEM: Separação manual dos resíduos, usualmente realizada em esteiras rolantes. Quando o município realiza a coleta seletiva, os resíduos já chegam separados, isto é, materiais recicláveis separados dos resíduos orgânicos. Entretanto, quando não existe esta separação nas residências, comércios etc., os sacos de lixo coletados na coleta convencional são encaminhados para a triagem, onde os resíduo definição É uma solução que envolve procedimentos de pós-venda ou pós-consumo, garantindo o reaproveitamento ou o descarte adequado dos resíduos gerados por bens de consumo que não têm mais utilidade. O conceito é bastante antigo fora do Brasil e já se fala dele há mais de 30 anos. Mas no país o assunto ganhou força com a publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei nº 12.305), em 2010. legislação O artigo 33 da lei nº 12.305 não deixa dúvidas: “São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.” A lei discrimina alguns setores que precisam adotar políticas de logística reversa. São eles: · agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; · pilhas e baterias; · pneus; · óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; · lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; · produtos eletroeletrônicos e seus componentes. Um exemplo que deu certo Um exemplo é a logística reversa de latas de alumínio, que hoje possui uma taxa de 97% de reaproveitamento, já que o alumínio tem um valor significativo de mercado e somos considerados uma referência no mundo na logística reversa desse tipo de material. importância · Incentivar o reuso, a reciclagem e o tratamento dos resíduos; · Aumentar a vida útil dos aterros sanitários por meio do desvio de resíduos que podem ser reinseridos na cadeia produtiva; · Compartilhar a responsabilidade pela gestão de resíduos entre o setor público, setor privado e sociedade civil; · Aumentar a eficiência no uso de recursos naturais; · Ampliar a oferta de produtos ambientalmente amigáveis, gerando emprego e renda; · Ampliar o espaço para a geração de novos negócios. Em 5 anos, de 2017 a 2021, 20.138.214 unidades de lâmpadas foram recolhidas em 3.043 pontos de coleta. · Destinação de 379.931 mil toneladas de pneus em 2020. · Até 2020 são 1.160 pontos de coleta. Em 2021, 52.779,48 Kg de embalagens e resíduos de medicamentos foram coletadas em 3.634 pontos de coleta distribuídos por 74 municípios. Identificar a contaminação dos lençóis freáticos por agentes químicos como possível causa de efeitos nocivos a saúde das pessoas 1. Por que com a chuva, a infiltração do contaminante ocorre mais rápida? Na água da chuva que percola entre o solo, após a sua precipitação, os compostos que estão presentes no solo podem ser carregados juntocom a água e chegar até o lençol freático mais rapidamente. 2. O que é chorume? Inicialmente o chorume era apenas a substância gordurosa expelida pelo tecido adiposo da banha de um animal, mas o seu significado foi abrangido e passou a ter significado de um líquido poluente, com cor escura e odor nauseante, originado de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos. Em aterros sanitários, os liquídos provenientes da decomposição de muitos compostos presentes neste meio, chegam se acumulam e podem permear o lençol freatico ou sofrer escoamento superficial. 3. O que é necrochorume? O líquido proveniente da decomposição dos cadáveres, expelido de seis a oito meses depois da morte. Este líquido é formado por 60% de água, 30% de sais (resíduos sólidos) e 10% de substâncias orgânicas biodegradáveis. Os organismos aquáticos captam e acumulam o chumbo presente na água e no sedimento. Nos peixes, o chumbo acumulase principalmente nas brânquias, fígado, rins e ossos. Os alimentos de origem animal, como leite e seus derivados, apresentam níveis variáveis de chumbo. Na carne bovina e suína com osso (local de maior deposição do chumbo), o metal é liberado em maior quantidade quando esta é cozida, podendo alcançar valores de até 350 µg/ Kg (SALGADO, 2003). Segundo Sharma et al. (1982), a ingestão de 500 mg de chumbo, ou mais, por dia pode ocasionar sua excreção no leite bovino em valores médios de 0,06 mg/L. O Brasil é um dos principais produtores agrícolas do mundo e maior consumidor mundial de pesticidas com mais de 400 fórmulas. Como o solo é capaz de reter grande parte dessas substâncias elas acabam fragilizando o solo e reduzindo a sua fertilidade. Caracterizar as instituições envolvidas na prevenção da poluição ambiental e os instrumentos aplicáveis para sua fiscalização. Sisnama Sistema Nacional de Meio Ambiente formado por todas as entidades federativos União, Estados e municípios. DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Art 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais. II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências; V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; § 1º - Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaborarão normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. § 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior. § 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo deverão fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados por pessoa legitimamente interessada. § 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar uma Fundação de apoio técnico científico às atividades do IBAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) Originalmente, o CONAMA, como órgão deliberativo e consultivo do Governo. Função: propor normas e diretrizes ao Conselho de Governo. Com a ausência prática do órgão superior, o CONAMA assumiu sua função, publicando diretamente normas, padrões e regulações gerais sobre o meio ambiente para todo o país. O órgão tem a função de assessorar diretamente a Presidência da República (na falta do Conselho de Governo, que agiria como intermediário) em questões ambientais, o que implica a realização de relatórios, estudos e pesquisas nesse campo. As normas elaboradas pelo CONAMA são publicadas como Resoluções (espécie de ato administrativo). O órgão é sempre presidido pelo Secretário do Meio Ambiente (Lei 6.938/81, parágrafo único do art. 8º). Seu colegiado é formado por representantes de órgãos federais, estaduais, municipais, do setor empresarial e civil. Ministério do Meio Ambiente (MMA) Embora a Lei 6.938/81 tenha previsto como órgão central a Secretaria do Meio Ambiente (órgão extinto), esta função é hoje realizada pelo Ministério do Meio Ambiente, criado em 1992. Cada estado da federação possui suas próprias entidades públicas de proteção ambiental, mas o Ministério do Meio Ambiente é o órgão central, o coordenador. O MMA, por isso, tem a função de planejar e elaborar políticas ambientais para todo o país, coordenando-as e supervisionando-as como órgão federal. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) O IBAMA é sem dúvidas o órgão mais conhecido, sendo a referência da população quando o assunto é proteção ambiental. Isto porque, na figura dos seus agentes, ele se apresenta fisicamente para a aplicação da lei, a faceta mais proeminente de um órgão executor. Para realizar estas funções, o órgão pode tanto fazer trabalho de campo (como fiscalizar e aplicar punições), como articular ações de órgãos estaduais e municipais. O IBAMA também tem as funções de propor e editar normas e padrões de qualidade ambiental, e conceder licenciamentos e outras autorizações em casos previstos na legislação. e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Os órgãos responsáveis pela execução das normas das políticas ambientais são o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ambos vinculados ao Ministério do Meio Ambiente. Ao lado do IBAMA está o ICMBio, criado em 2007 pela Lei nº 11.516/2007. Funções: de execução e implantação das políticas nacionais ambientais dos dois órgãos são muito parecidas. No entanto, o ICMBio está voltado para as Unidades de Conservação estatuídas pela União, como os Parques Nacionais e as Áreas de Proteção Ambiental. Nestas áreas, o ICMBio é o órgão responsável, principalmente, pela conservação, exploração turística, policiamento e outras atividades de implementação das políticas nacionais. Órgãos Seccionais e Locais O SISNAMA, como já explicado, é um sistema nacional, composto de órgãos federais, estaduais e municipais. Os órgãos citados nos itens acima são os membros federais do sistema; estão no topo da hierarquia para estabelecer diretrizes, normas e fiscalizar. Os estados e municípios brasileiros têm autonomia para elaborar as próprias normas e programas ambientais.Porém, como a proteção ambiental brasileira é feita sob a coordenação de um sistema, eles atuam de forma complementar, atingindo apenas suas respectivas jurisdições, sem contrariar as normas federais. Os órgãos seccionais são as entidades estaduais e os órgãos locais são as entidades municipais. Os primeiros são responsáveis por executar programas, projetos, controlar e fiscalizar atividades capazes de provocar a degradação ambiental; os segundos por controlar e fiscalizar essas atividades. Cada um destes órgãos, sejam seccionais ou locais, só têm poder em seus respectivos territórios ou jurisdições. O Inea (Instituto Estadual do Ambiente) É o órgão ambiental do Estado do Rio de Janeiro, responsável direto pela proteção dos recursos naturais do estado. Conceder licenciamentos de exploração, monitorar o uso e qualidade das águas, executar projetos de recuperação ambiental no território etc., são funções pertinentes ao órgão. O IAT (Instituto Água e Terra) Outro órgão seccional, é o órgão ambiental do Paraná, e realiza as mesmas funções do Inep, mas no seu respectivo estado. Sede (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) É órgão ambiental do município de Curitiba. A lógica é a mesma: as atividades ambientais, previstas na legislação, relativas ao território e à jurisdição curitibana são de responsabilidade da Sede. Todos estes órgãos compõem, também, o SISNAMA. São desenvolvidas operações de fiscalização de produtos e atividades potencialmente poluidoras e do uso adequado dos recursos naturais, como: • Exploração mineral ilegal, especialmente em Terras Indígenas e Unidades de Conservação Federais, de forma articulada com outros órgãos federais; • Entrada, comércio e uso ilegal de mercúrio no país; • Produção, importação, exportação, disposição e uso de substâncias químicas perigosas reguladas pela Convenção de Roterdã e de poluentes orgânicos persistentes (POPS) regulados pela Convenção de Estocolmo, com ênfase nos agrotóxicos ilegais; • Produção, importação, exportação, consumo de substâncias destruidoras da camada de ozônio, proibidas ou controladas pelo Protocolo de Montreal; • Importação e exportação de resíduos contaminantes, fiscalizando o cumprimento da Convenção de Basileia, bem como a execução da Política Nacional de Resíduos Sólidos; • Comércio e uso de itens de ação indesejável instalados em veículos automotores para burlar os programas de controle das emissões veiculares; • Registro de empreendimentos e atividades potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos naturais no Cadastro Técnico Federal, bem como a entrega dos relatórios anuais, com ênfase nas atividades de alto potencial poluidor e econômico; • Logística Reversa de Óleos Lubrificantes Usados e Contaminados (Oluc), verificando o cumprimento das metas de recolhimento e destinação de empresas importadoras, fabricantes e rerrefinadoras; • Importação e a destinação de pneumáticos, fiscalizando o cumprimento das cotas de recolhimento e destinação de empresas importadoras, fabricantes e destinadoras; • Transporte interestadual, fluvial e terrestre (rodoviário e ferroviário) de produtos perigosos; • Áreas críticas com risco de acidentes ambientais, relacionadas às competências da União. Instrumentos Juridícos Como exemplos desses instrumentos, podem-se citar os regulamentos, licenças ambientais, proibições, normas sobre níveis máximos ou mínimos de poluição, o zoneamento, auditoria ambiental, bem como outros atos administrativos que resultam do exercício do poder de polícia administrativa. acidente A contaminação por chumbo em Santo Amaro (BA) é estudada há quase 40 anos, desde as evidências encontradas no Rio Subaé e em amostras de sangue de trabalhadores da Companhia Brasileira de Chumbo (Cobrac), e de urina e cabelo de pescadores. A persistência da contaminação continua motivando novas pesquisas, mesmo após 20 anos do fechamento da Cobrac, o que evidencia a falta de políticas públicas para afastar o risco de contaminação da população exposta, principalmente crianças e mulheres adultas. Elencar ações que possibilitem a recuperação dos recursos naturais degradados pelo homem O principal objetivo da recuperação de áreas degradadas é eliminar todos os riscos de contaminação para a saúde humana em regiões classificadas como ACRi. Além disso, busca-se restabelecer o equilíbrio da fauna e da flora local. Para recuperar uma área com contaminação crítica, classificada como ACRi, ou para reutilizar uma área contaminada é necessário apresentar um Plano de Intervenção à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), agência responsável por fiscalizar atividades geradoras de poluição. No plano, devem constar medidas de intervenção, se necessário, além de: Biorremediação Redução dos contaminantes por meio da ação de micro-organismos como fungos e bactérias. De modo que eles reduzam essas substâncias transformando-as em subprodutos menos nocivos. A biodegradação é fundamental no comportamento e destino dos pesticidas no solo. A degradação acelerada, após repetidas aplicações de uma molécula estruturalmente relacionada, no solo ou em água, tem sido freqüentemente relatada. Para que este fenômeno ocorra é necessário uma população microbiana capaz de utilizar o pesticida como fonte de carbono e energia. Os microrganismos exibem duas estratégias ecológicas para metabolismo de pesticidas: a mineralização e o cometabolismo, isto é, o processo no qual o microrganismo enquanto se desenvolve em um composto tem a capacidade de transformar outro composto sem derivar um benefício direto deste metabolismo. Na mineralização, o substrato absorvido é degradado até C, água e sais inorgânicos. No cometabolismo, o microrganismo pode transformar o pesticida, sem retirar energia para o seu desenvolvimento. As reações oxidativas são as mais importantes no metabolismo microbiano de pesticidas, estando envolvidas enzimas do grupo das oxigenases. fitorremediação É a técnica que recupera o solo e água por meio da degradação, mobilização ou imobilização dos contaminantes. Para isso são empregadas determinadas espécies de vegetais. A fitorremediação leva a uma redução da mobilidade e disponibilidade da molécula contaminante. Considerando-se o impacto da fitorremediação, muitos trabalhos estão sendo incrementados, com resultados animadores. Descontaminação de solos agrícolas por pesticidas altamente persistentes como: alachlor, trifluralina, TCE e muitos outros têm sido realizada através do uso de plantas, como azevém, alfafa, painço e Kochia sp. Estabilização e Solidificação Esta técnica de remediação envolve a mistura do solo contaminado com um agente de ligação, como cimento, para formar uma matriz sólida que imobiliza os metais pesados. De fato, isso pode prevenir a migração de metais pesados para a água subterrânea ou outros ecossistemas, mas não remove os metais pesados do local. Extração de Solo/Vitrificação Vitrificação Nestes processos, o solo contaminado por metais pesados é fisicamente removido (extração de solo) ou tratado no local para transformar o solo e os metais pesados em uma forma de vidro (vitrificação). De fato, estes métodos podem ser eficazes para reduzir a contaminação, mas também são técnicas intensivas e potencialmente caras. Portanto, é importante ter em vista que cada uma dessas técnicas tem suas próprias vantagens e desvantagens, sendo que a melhor escolha dependerá de uma variedade de fatores, tais como: · Tipo e nível de contaminação; · Características do local; · Regulamentos ambientais locais; · Orçamento disponível. CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE DEGRADAÇÃO DO SOLO A degradação do solo é de difícil definição. Na maioria dos casos, os solos utilizados para fins agrícolas podem estar em processo de degradação sem consequências visuais claras e bem caracterizadas. Pode-se definir a qualidade de um solo com a sua: 4. capacidade em manter o crescimento de plantas 5. teor de matéria orgânica 6. profundidade 7. capacidade de retenção de água 8. taxa de infiltração 9. capacidade tampão de pH 10. disponibilidadede nutrientes . De acordo com o código florestal, os proprietários rurais são obrigados a demarcar as áreas de reserva legal e de preservação permanente. Associam-se, ainda, à aceleração dos processos erosivos, a diminuição gradativa e constante do teor de matéria orgânica, originada da erosão hídrica, revolvimento do solo, insolação, exaustão de nutrientes e falta de rotação, provocando assim uma degradação física dos solos, com reflexos negativos na infiltração da água de chuvas. a) SISTEMAS AGRÍCOLAS PRIMITIVOS: Que consomem muitos recursos naturais (desmatamentos, perda de solos, perda de fertilidade natural, erosão genética, etc.). Frequentemente, observam-se em áreas onde a fronteira agrícola ainda está em expansão; b) SISTEMAS DE PRODUÇÃO ALTAMENTE INTENSIFICADOS: Que consomem relativamente menos recursos naturais no local, mas introduzem no ambiente novos elementos e produtos causadores de desequilíbrios (agrotóxicos, fertilizantes e sais). Esses sistemas são observados em locais onde a fronteira agrícola não se expande mais e os processos de produção intensificaram-se. As PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO DO SOLO, usualmente definidas como o conjunto de medidas destinadas a controlar a erosão e outras formas de depauperamento do solo, de modo a mantê-lo permanentemente produtivo Identificar os aspectos sociais e legais que amparam as pessoas que desenvolveram problemas de saúde por atividades laborais. Política Nacional de Saúde do trabalhador De forma a fortalecer a ST no SUS, foi publicada em 2012, a Portaria 1.823, consolidada posteriormente no Anexo XV da Portaria de Consolidação nº 2/2017, do Ministério da Saúde, a qual definiu a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT) de acordo com princípios, diretrizes e estratégias a serem observadas pelas esferas municipais, estaduais, distrital e federal da gestão do SUS, com o objetivo de desenvolver a atenção integral à saúde do trabalhador, com ênfase na vigilância, visando a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos. Trata-se de uma Política Transversal às demais Políticas Públicas de Saúde, alinhada a um conjunto de outras políticas sociais, considerando os determinantes e condicionantes do processo saúde-doença-cuidado. REDE NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAUDE DO TRABALHADOR Uma das estratégias da PNSTT para o desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador é a estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast). A Renast compreende uma rede de serviços de assistência e vigilância em saúde do trabalhador no âmbito do SUS e tem por objetivos ampliar o acesso e executar ações de promoção, proteção, prevenção e de vigilância em saúde, bem como na assistência especializada em saúde do trabalhador; estimular a articulação e a integração com as demais Redes do SUS, qualificando as ações de saúde do trabalhador nos territórios. A Renast possui como principal componente o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest). Os Cerest são serviços especializados, que articulados à Rede de Atenção à Saúde (RAS), desenvolvem ações de assistência especializada e vigilância em saúde do trabalhador, com o objetivo de reduzir a morbimortalidade entre os trabalhadores(as), provenientes dos ambientes e processos de trabalho. VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat) é um dos componentes do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (SNVS), e consiste num conjunto de ações que visam promoção da saúde, prevenção da morbimortalidade e redução de riscos e vulnerabilidades na população trabalhadora e, que devem ser realizadas de forma contínua e sistemática, ao longo do tempo, visando a detecção, conhecimento, pesquisa e análise dos fatores determinantes e condicionantes dos agravos à saúde relacionados aos processos e ambientes de trabalho, tendo em vista seus diferentes aspectos (tecnológico, social, organizacional e epidemiológico), de modo a fornecer subsídios para o planejamento, execução e avaliação de intervenções sobre esses aspectos, visando a eliminação ou controle. Em muitos países, o chumbo é o único metal que apresenta um controle por legislação, da sua presença no ar. O método utilizado por órgãos oficiais para o controle da poluição do ar, em zonas urbanas e industriais, é a filtração por bombeamento de um volume determinado de ar, para posterior análise dos resíduos retidos nos filtros. Outro método de análise é o estudo das Precipitações Sólidas Atmosféricas (PSA), através de uma abordagem Infarma, v.17, nº 5/6, 2005 67geoquímica. No Brasil, não são conhecidos parâmetros que limitem a concentração do chumbo, no ar, assim como não existem normas específicas para o seu controle na atmosfera (VANZ et al., 2003). A contaminação ambiental pelo chumbo ocorre principalmente em função do seu emprego industrial (PAOLIELLO & CHASIN, 2001). Em virtude das diferentes formas de utilização do metal e do grande número de fatores influenciadores, em alguns locais a concentração no ambiente pode chegar a 35 µg/m3 de ar (SCHVARTSMAN, 1985), enquanto que, o limite estabelecido pela Environmental Protect Agency (EPA) nos Estados Unidos é de 1,5µg/m3 de ar (QUITERIO et al., 2001). LEGISLAÇÃO SOBRE O CHUMBO A Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15), do Ministério do Trabalho, estabelece os limites de tolerância para o chumbo, fixando em 100 µg/m3 de ar, o valor máximo permitido em ambientes de trabalho (LARINI et al., 1997, MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS, 1997). Esses valores são adaptados da American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH), que apresenta valores considerados confiáveis para limites de exposição, pois estes são tecnicamente e cientificamente revisados anualmente (DELLA ROSA et al., 2003). No entanto, Cordeiro & Lima Filho (1995) avaliando os valores limites de tolerância biológica para a prevenção da intoxicação profissional pelo chumbo no Brasil, consideraram segura, para exposição ocupacional, a quantidade de 50 µg/m3. No Brasil, a NR-7 (Portaria nº 24, de 29/12/94), determina a realização de exames médicos anuais para monitorar os efeitos tóxicos do chumbo inorgânico no organismo de trabalhadores expostos. Para tanto, a NR-7, estabelece os Valores de Referência (VR), isto é, os níveis máximos de chumbo em pessoas não ocupacionalmente expostas e os Índices Biológicos Máximos Permitidos (IBMP) em trabalhadores expostos; para o metal no sangue estes são respectivamente 40 µg/dl e 60 µg/dl (CORDEIRO, et al., 1996a; SALGADO, 1996; JACOB et al., 2002). A mesma Portaria considera o chumbo urinário como indicador biológico para exposições ao chumbo tetraetila com um VR máximo de 50µg/g de creatinina e um IBMP de 100 µg/g de creatinina. O VR estabelecido para zinco-protoporfirina é de até 40 µg/dl e IBMP 100 µg/dl (SALGADO, 1996). Para o ALA urinário o VR é de 4,5 mg/g de creatinina e IBMP de 10 mg/g de creatinina (CORDEIRO, et al., 1996a; SALGADO, 1996). A ingestão diária tolerável provisória (PTDI) para o chumbo é de 3,6 µg/kg de peso corpóreo, enquanto que a ingestão semanal tolerável provisória (PTWI) é de 25 µg /Kg de peso corpóreo, ambas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. image5.png image6.jpeg image7.png image8.png image9.png image10.jpeg image11.png image12.png image13.png image14.png image15.jpeg image16.png image17.png image18.png image19.png image20.png image21.png image22.png image23.png image24.png image25.png image26.png image27.png image28.png image29.png image1.jpeg image2.jpeg image3.jpeg image4.png