Prévia do material em texto
I LEONARDO BARROS DE OLIVEIRA 19235007004 FREVO RIO DE JANEIRO 2020 INTRODUÇÃO O frevo é um ritmo musical e uma dança brasileira com origem no estado de Pernambuco. Sua música baseia-se na fusão de gêneros como marcha, maxixe, dobrado e polca, e sua dança foi influenciada pela capoeira. O nome frevo tem origem na palavra ferver, que na pronúncia popular virou “frever”. O significado é o mesmo de fervura, ou seja, agitação, rebuliço. O termo foi usado pela primeira vez em 1908, em um Jornal chamado Pequeno. Foi declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco no ano de 2012, sob a designação "Frevo: Arte do Espetáculo do Carnaval do Recife". Surgido em Pernambuco no fim do século XIX, o frevo caracteriza-se pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu grupo. O frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval para proporcionar mais animação nos folguedos. Com o decorrer do tempo, o frevo ganhou características próprias. Na década de 1930, surge a divisão do frevo em três tipos: Frevo-de-rua; frevo-canção; frevo-de-bloco. Hoje no século XXl o frevo é considerado juntamente com o carnaval a maior manifestação cultural do mundo quando se trata de arrastar multidões sendo o principal foco Recife e Olinda. A partir dessa divisão conseguimos consolidação de grande importância para o frevo, reafirmando a força cultural, sendo este considerado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas. 1.1 Frevo A origem do frevo é apontada no entrudo, brincadeira portuguesa trazida para o Brasil colonial, que compreendia gracejos e peças entre amigos, os comes e bebes e o uso de limas-de-cheiro, que eram jogados por grupos ou individualmente. Nesta brincadeira que acontecia nos dias que antecedem a Quaresma, a distinção entre os espaços privados – o lugar das classes mais abastadas – e os públicos – o lugar do povo – era nítida. Quando os jogos se tornam mais violentos – entrando nos combates urina, frutas podres e lama – o Governo Imperial começa a proibir os seus excessos. Em 1855, num Congresso das Sumidades Carnavalescas, decide-se que o carnaval passaria a existir nos moldes europeus, em “nome da ordem e manutenção dos bons costumes”. Todos os Estados, menos Pernambuco, aderem ao novo modelo – e aqui começamos a entender o que o frevo possui de resistência cultural. Na virada do Século 19 para o Século 20, Recife era o foco de agitação de um Estado que pregava o nacionalismo, a República e a libertação dos escravos. As classes trabalhadoras começam a se organizar, e esta relação entre as organizações trabalhistas e os clubes, blocos e troças carnavalescas pode ser percebida ainda hoje nos nomes destas agremiações – Pás, Abanadores de Olinda, Lenhadores do Recife, Vassourinhas. A música do frevo tem sua origem na fusão de gêneros diversos, como a polca, a mazurca e o dobrado, e seu encontro com as bandas de música, militares e civis, muito em voga em fins do Século 19. Eram estas bandas que animavam os eventos públicos e as festividades, explorando sua mobilidade e alcance numa época em que não existia a reprodução de música e as apresentações eram todas ao vivo. Havia muita rivalidade entre as bandas de música, acirrando-se as disputas em tempos de carnaval. Os capoeiras eram assim acionados para a defesa de uma ou outra banda, e daí seu papel importante no surgimento do passo. O frevo de bloco surge a partir de 1915, serenatas feitas por rapazes, que participavam dos carnavais de rua da época. Executado por orquestras de pau, corda, violões, banjos e cavaquinhos. Suas melodias, muitas vezes interpretadas por corais femininos (LIMA, 2004; AZEVEDO, 2008 sem paginação). Em 9 de fevereiro de 2007, o frevo comemorou cem anos de existência, contados a partir da primeira publicação impressa, pelo extinto 14 Jornal Pequeno, da palavra “frevo”, corruptela do termo “ferver” (SILVA, 2000, p. 101). Essa efeméride é uma convenção, pois a sonoridade precursora do que viria a ser a música por excelência do Carnaval pernambucano já podia ser ouvida nas ruas do Recife desde o fim do século XIX. Nessa época, as bandas militares da cidade começaram a fazer, durante os festejos de Momo, modificações e adaptações de polcas, marchas, dobradas e várias outros ritmos em voga (SILVA, 2000, p. 101). 1.2 Tipos de Frevo Frevo de rua é um frevo tocado por orquestra instrumental, sem adição de nenhuma voz cantando. Nos anos de 1930, com a popularização do ritmo pelas gravações em disco e sua transmissão pelos programas do rádio, convencionou-se definir o frevo como "frevo de rua", quando puramente instrumental. É o mais comumente identificado como simplesmente frevo, cujas características não se assemelham com nenhuma outra música brasileira, nem de outro país. Primeiro gênero a surgir, diferencia-se dos outros por não conter letra alguma, pois é destinado exclusivamente para ser dançado. O frevo-canção é uma vertente do frevo surgida provavelmente na década de 1930, com melodia mais cantável e andamento mais lento que o dos frevos-de-rua. Dentre os intérpretes mais conhecidos dessa modalidade estão Alceu Valença e Claudionor Germano. Já entre os compositores destacam-se Capiba, Nelson Ferreira, J. Michilles. Frevo-de-bloco é um frevo executado por orquestra de pau-e-cordas. Esta orquestra geralmente é composta por violões, cavaquinhos, banjos, bandolins, violinos, além de instrumentos de sopro (como flauta e clarinete) e de percussão (como surdo, caixa e pandeiro). É chamado pelos compositores mais tradicionais de "marcha-de-bloco". Conclusão O frevo é um ritmo que resistiu ao tempo e teve seu reconhecimento na comemoração do seu centenário. Reconhecido como Patrimônio Imaterial Brasileiro como forma de expressão está presente no nordeste brasileiro. O frevo fora criado num momento fortemente caracterizado pela questão da nacionalidade e da identidade cultural, onde não faltaram lhe ações e tentativas de controle por parte do Estado. Pesquisar a Música Popular Brasileira é, de certo modo, inserir se na tradição que constitui a discussão sobre a cultura nacional. O frevo, como música popular, carrega em si, embutida em sua intimidade, a questão da identidade em que você se vê, depois de significativa negociação, finalmente promovido a símbolo da coletividade brasileira. REFERÊNCIAS https://www.infoescola.com/danca/frevo/ https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/20771/1/SANTANA%2C%20Cassio%20Pierre%20Joaquim%20de.pdf https://pt.wikipedia.org/wiki/Frevo#:~:text=O%20frevo%20%C3%A9%20um%20ritmo,dan%C3%A7a%20foi%20influenciada%20pela%20capoeira. image1.png