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Artigo Casa de Nhozinho

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Questões resolvidas

O que foi proposto como atividade de extensão de aula para os alunos relacionarem o tema com o meio em que vivem?

a) Fazer uma pesquisa sobre as características e origem das máscaras de fofão.
b) Desenvolver um projeto de releitura da obra trabalhada em sala.
c) Elaborar uma tabela com as técnicas e materiais utilizados por diferentes artistas na confecção de máscaras.
d) Participar de uma exposição de arte indígena na Casa de Nhozinho.

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Questões resolvidas

O que foi proposto como atividade de extensão de aula para os alunos relacionarem o tema com o meio em que vivem?

a) Fazer uma pesquisa sobre as características e origem das máscaras de fofão.
b) Desenvolver um projeto de releitura da obra trabalhada em sala.
c) Elaborar uma tabela com as técnicas e materiais utilizados por diferentes artistas na confecção de máscaras.
d) Participar de uma exposição de arte indígena na Casa de Nhozinho.

Prévia do material em texto

ESTADO DO MARANHÃO 
SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA E TURISMO 
UNIDADE GETORA DE CULTURA POPULAR 
 CENTRO DE CULTURA POPULAR DOMINGOS VIERA FILHO 
CASA DE NHOZINHO 
 CASA DO MARANHÃO
LUIS FERNANDO LIMA FIGUEREDO
O MÉTODO MULTIPROPÓSITO: MÁSCARA KOKRIT RAMKOKAMEKRÁ COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO
São Luís- MA
2018
O MÉTODO MULTIPROPÓSITO: MÁSCARA KOKRIT RAMKOKAMEKRÁ COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO
Luis Fernando Lima Figueredo
RESUMO
O presente relato parte de uma experiência significativa, resultado da aula desenvolvida no Método Multipropósito de Robert Saunders, ministrada na disciplina Metodologia do Ensino das Artes Visuais do curso De Artes Visuais da Universidade Federal do Maranhão. O objeto de estudo do plano de aula abordado é um exemplar da Máscara Kokrit dos povos Ramkokamekrá-Canela que faz parte do acervo museológico da Casa de Nhozinho. Este artigo procura analisar o potencial pedagógico que o Museu promove através de seus acervos, no processo de aprendizagem e formação cultural do indivíduo, em especial alunos da rede de ensino público, traçando uma discussão acerca da utilização de máscaras em cerimônias como prática comum há milhares de anos, sendo de fundamental importância nos rituais de iniciação, de passagem, ou de evocação de entidades espirituais e uma visão interdisciplinar dos assuntos discutidos, relacionando-os com o tema patrimônio. No percurso das ações, buscaram-se referências centrais no artigo “Rastros do espirito: fragmentos para a leitura de algumas fotografias dos Ramkokamekrá por Curt Nimuendaju” do pesquisador Francisco Simões Paes e nos treinamentos promovidos pela Secretaria de Estado da Cultura e Turismo do Maranhão.
PALAVRAS-CHAVE: Método Multipropósito, Máscara Kokrit, Canela-Ramkokamekrá, Curt Nimuendaju.
ABSTRACT
The present report is based on a significant experience, a result of the class developed in the Robert Saunders Multipurpose Method taught in the Methodology Teaching of Visual Arts course of the Visual Arts course of the Federal University of Maranhão. The study object of the lesson plan discussed is an example of the Kokrit Mask of the Ramkokamekrá-Canela people, which is part of the museum collection of Casa de Nhozinho. This article seeks to analyze the pedagogical potential that the Museum promotes through its collections, in the process of learning and cultural formation of the individual, especially students of the public education network, drawing a discussion about the use of masks in ceremonies as common practice there are thousands of years, being of fundamental importance in the rituals of initiation, of passage, or of evocation of spiritual entities and an interdisciplinary view of the subjects discussed, relating them with the patrimony theme. In the course of the actions, central references were sought in the article "Traces of the spirit: fragments for the reading of some photographs of the Ramkokamekrá by Curt Nimuendaju" of the researcher Francisco Simões Paes and in the training promoted by the State Secretariat of Culture and Tourism of Maranhão.
KEY WORDS: Multipurpose Method, Mask Kokrit, Ramkokamekrá-Cinnamon, Curt Nimuendaju.
[footnoteRef:1] [1: 1 Luis Fernando Lima Figueredo, Graduando do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Federal do Maranhão, período: Fatorial. Estagiário no Museu de Cultura Popular- Casa de Nhozinho.] 
1. INTRODUÇÃO
Vivemos em uma sociedade caracterizada pela revolução tecnológica, o excesso de informações e o avanço da tecnologia exercem uma grande influência no modo de vida da sociedade, potencializando diversas mudanças nas relações sociais. A forma como aprendemos, observamos o mundo e nos relacionamos uns com os outros se estabelece de acordo com o avanço da dos meios de comunicação e globalização.
Nesse contexto de transformações sociais, a linguagem visual tem um papel determinante na informação, comunicação e formação de opinião. A cultura de imagem enquanto representação da expressão cultural humana e de sua relação com o mundo, nos remete a uma experiência singular na medida em que provoca o olhar sensível do apreciador. As imagens então, sempre fizeram parte do universo humano, desde as primeiras representações na arte rupestre às imagens eletrônicas da contemporaneidade, estabelecendo valores e escolhas em cada época, além de promoverem diálogos que podem ser atemporais. Portanto, as imagens atuam como mediadores da realidade no processo pedagógico da apropriação do conhecimento, registrando e transmitindo o acúmulo de conhecimentos já produzidos pela humanidade ao longo da história.
O Método Multipropósito de Robert Saunders, desenvolvido em 1984, trabalha com esse contexto de apreciação da obra por meio de imagens, promovendo o exercício de ver, o exercício de aprendizagem, extensão de aula e o produzir artisticamente, ou seja, o método tem ênfase na leitura de obra associada com o fazer artístico, valorizando o contato com a obra de arte ou suas reproduções. O método não utiliza nem um aparato eletrônico para visualização da imagem, a exemplo do projetor multimídia, é usado apenas uma fotografia colorida ou não, dependendo do objeto a ser fotografado ou proposta. A foto utilizada na aula foi da Máscara do ritual Kokrit-ho dos povos Ramkokamekrá-Canela do acervo museológico da Casa de Nhozinho.
2. MÁSCARAS – INSTRUMENTOS DE RITUAIS NAS SOCIEDADES
A utilização de máscaras em cerimônias é prática comum há milhares de anos, sendo de fundamental importância nos rituais de iniciação, de passagem, ou de evocação de entidades espirituais. Segundo Pablo Neruda e Octávio Paz (2012, pág. 20) Além do uso festivo ou teatral, a máscara também funciona como instrumento de contato com deuses e espíritos da natureza, em rituais sociais ou religiosos: ora é usada para manter o equilíbrio da comunidade, ora serve como reforço a mitos, ora reitera laços da cultura com o seu passado. Em rituais mágico-religiosos, as máscaras podem ainda desempenhar papel terapêutico, na cura ou na prevenção de doenças. Há ainda as máscaras de fertilidade, que desde as primeiras sociedades agrícolas participam da oferenda ritual da colheita aos deuses.
 Ao observarmos alguns povos ou etnias que ainda hoje mantêm suas tradições ritualísticas, percebemos exemplos vivos do quanto o uso da máscara possui um valor distinto no cotidiano dessas culturas, apresentando-se como elementos de afirmação étnica, expondo características particulares. Desta forma, podemos identificar uma enorme diversidade de formas, modelos, técnicas de confecção e aplicações. Normalmente, a máscara é apenas um dos elementos utilizados nas cerimônias e rituais, havendo a combinação com outras manifestações, como dança, música e instrumentos musicais. Aparece ainda o uso de máscaras associado a objetos de cunho animista, como amuletos.
Uma das sociedades que mais se expressam simbolicamente através de suas expressões artísticas, culturais e tornou-se conhecida através de suas máscaras são as etnias indígenas. Dentro do Maranhão encontram-se várias sociedades, onde cada uma possui traços específicos e particulares respeitando seu contexto cultural. O objeto de estudo do trabalho e plano de aula abordado é um exemplar da Máscara Kokrit dos povos Ramkokamekrá-Canela que faz parte do acervo museológico da Casa de Nhozinho.
3. UM POUCO DO RITUAL DAS MÁSCARAS KOKRIT RAMKOKAMEKRÁ
Entre os Ramkokamekrá Canela existem sociedades responsáveis por realizações de festas e cerimonias, formadas por membros masculinos. A que faz parte do presente estudo, é a sociedade cerimonial Kokrit (monstros aquáticos mascarados), responsável por realizar a festa do baile das máscaras. 
Os Ramkokamekrá- Canela realizam uma festa para os espíritos Kokrit, descritos como seres sobrenaturais, ou seja, monstros que vivem nos rios. As máscaras cobrem o rosto e todo o corpo do usuário, formada por duas esteiras, franjas de palha de buriti, dois chifres de madeira, uma fenda na parte frontal para se expressarem e são pintadas com motivos decorativos diferentes,de acordo com o personagem representado. Segundo Francisco Simões Paes (2004, pág. 271):
Uma vez tomada a decisão de realizar o ritual e de anunciar o evento ao restante da aldeia, a sociedade dos Kokrit dirige-se a um curso d’água algo distante e lá constrói um rancho, no qual destina-se a confeccionar as máscaras. É o próprio usuário da máscara que a confecciona, coletando a matéria-prima, trançando os folíolos de prefoliação do buriti e decorando-a. Com as folhas novas da palmeira amarradas a uma trança prévia, que por sua vez é presa a um suporte de varas crava- do no chão, o artesão inicia o trançado diagonal (tipo espinha de peixe) da peça. Na borda superior é fixada uma estrutura horizontal de madeira que servirá de apoio para o mascarado dançarino. 
Ao retornarem à aldeia, os Kokrit chegam dançando em passos curtinhos balançando as franjas das máscaras e logo são rodeados pelas mulheres nas quais amarram pequenos enfeites de miçangas em seus chifres, com a pretensão de tornarem-se mães da máscara, onde em determinados momentos do ritual serão responsáveis por disponibilizarem comidas em suas casas para os mascarados. 
Durante a festa acontecem várias corridas de toras, as quais os próprios Kokrit fazem e adornam. Na busca de compreender a festa das máscaras é revelado ao antropólogo Curt Nimuendaju o mito de origem descrido Por Francisco Simões Paes (2004, pág. 275) a seguir:
Contaram os Ramkokamekrá a Nimuendaju que, certa vez, a classe de idade mais nova caçava à beira do Tocantins acompanhada de um velho. Depois de os jovens matarem e moquearem uma anta, o comandante da expedição resolveu retornar à aldeia. O grupo já estava distante do rio quando o velho percebeu que esquecera seu arco no acampamento. Como todos se negaram a acompanhá-lo, o velho, aborrecido, voltou sozinho. Ao alcançar a beira do Tocantins, viu-se cercado pelos Kokrit. Um dos monstros, que antes avistara os caçadores, voltou para chamar seus companheiros, mas estes, chegando ao local indicado, encontraram somente o velho. Alguns se precipitaram contra ele, ameaçando perfurá-lo com seus chifres. Fizeram-no suplicar por sua vida. Mas eis que chegou Kenpéy, chefe dos Kokrit (e também personagem-chefe do ritual), impedindo os outros de molestar o velho. Conduzindo-o para a aldeia dos Kokrit, Kenpéy tratou dele com esmero, incitando-o a observar com atenção as cerimônias que realizavam os monstros, pois deveria ensiná-las a seus companheiros. Quando o velho finalmente voltou para sua aldeia, ordenou aos Ramkokamekrá que fizessem máscaras de buriti exatamente como os verdadeiros Kokrit, demonstrando, em seguida, o ritual. 
Após o rito as máscaras são retiradas pelas suas mães que as desmancham e reaproveitam como abanos, esteiras de dormir, cobertura para utensílios domésticos. O ritual deixou de ser uma forte prática há mais cinquenta anos, mas permanece vivo na memória dos membros mais velhos que vivenciaram a festa das máscaras e resguardada pelos museus, a exemplo da Casa de Nhozinho e o Centro de Pesquisa em História Natural e Arqueologia do Maranhão.
Os conhecimentos tradicionais e os artefatos dos povos indígenas se classificam em patrimônio cultural imaterial e material. A máscara Kokrit é um ótimo exemplo da cultura material dos povos indígenas do Maranhão, um patrimônio que se relaciona com o local habitado com práticas e técnicas mantenedoras do meio ambiente em equilíbrio.
4. APLICAÇÃO DA AULA 
O desenvolvimento desta ação iniciou-se com os estudos sobre o Método Multipropósito na disciplina Metodologia do Ensino das Artes Visuais, alinhado com os treinamentos e experiências de mediações na Casa de Nhozinho acerca da cultura indígena do Maranhão e posterior com o planejamento por meio da elaboração do plano de aula para organizar e discutir sobre a melhor estratégia educativa.
A metodologia foi realizada de forma contínua, por meio de acompanhamento sistemático e orientações diretas por meio da supervisão, que visaram contribuir para o aprimoramento das ações dos alunos, explorando e potencializando competências e habilidades, percebendo suas capacidades de observações, criações, comunicações, convívios, cooperações e ações. 
A escolha do objeto a ser estudado partiu da idéia de trabalhar com uma cultura local, representativa de um povo e que fosse desconhecida por boa parte do público. Nessa perspectiva, o objetivo inicial foi tornar esse artefato conhecido pelos alunos, mostrando a sua importância cultural e social para aquele povo e assim promover uma discussão acerca da diversidade étnica, social e cultural no estado.
Desta forma, a aula inicia-se com um momento de apreciação da imagem da Máscara Kokrit. Nessa parte inicial é realizado o Exercício de Ver, a partir das seguintes perguntas feitas aos alunos: (1-O que seria essa obra e como descreveriam? 2-Vocês conseguem identificar alguns elementos da linguagem visual nessa obra? Quais? 3-Que materiais foram utilizados?). A ação teve o propósito de desenvolver o olhar crítico dos participantes e assim fazerem uma descrição clara, identificação acurada e interpretação de detalhes visuais. O objetivo foi alcançado, todos participaram de forma significativa ao responderem às perguntas, levantando questionamentos sobre a temática apresentada. Ainda no Exercício de Ver, é realizada uma breve contextualização para desenvolvimento da temática acerca da indumentária e da etnia Ramkokamekrá, buscando sempre a participação dos alunos.
Na segunda parte foi realizado o Exercício de Aprendizagem, onde Saunders propõe a compreensão das imagens, expressando julgamentos de valor, exercitando o uso das capacidades inventivas da imaginação, o desenvolvimento de conceitos espaciais e dos sentidos da organização espacial. Nesse sentido, é importante que os alunos consigam relacionar aspectos da obra com o cotidiano deles, através de três exercícios: 1- Relacionar a máscara com outra da cultura popular regional; 2- Descrever como se sentiram ao ver a máscara pela primeira vez; 3- Fazer uma relação da matéria prima utilizada na confecção da máscara com outros objetos da cultura regional. 
O terceiro momento foi destinado ao produzir artisticamente, o aluno poderá desenvolver autoimagem através do desenho, encorajar atividades de criação coletiva, experimentar com o espaço positivo e negativo, as formas texturas, cores e linhas, produzindo por meio de colagem, modelagem, pintura e/ou outras linguagens artísticas. O trabalho prático previsto no plano de aula, foi desenvolvido da seguinte maneira: O professor passou novamente a imagem da obra para ser analisada por todos, a turma então, foi dividida em 5 grupos de 5 participantes. Cada grupo ficou responsável por elaborar um projeto de releitura da obra trabalhada em sala. Os grupos tiveram a liberdade de escolher a linguagem com que trabalharam: pintura, trabalhos tridimensionais (máscaras), colagem ou desenho. O projeto teve que identificar descrição e apresentação da obra (releitura), os tipos de materiais selecionados para trabalhar, justificativa da escolha da linguagem e metodologia utilizada. Foram disponibilizados os seguintes materiais: tinta acrilex, papel A4 canson, pincéis, revistas, jornais, tesouras, cola, papela A4 chamex, lápis para desenho, fibras e palhas de buriti e babaçu, papelão, pedaços pequenos de bambu.
Ao final da atividade prática, os alunos se organizaram em um grande círculo, cada grupo teve um tempo estipulado para expor o seu trabalho e apresentar para os colegas e professor suas expectativas e sugestões didáticas seguindo de uma autoavaliação do grupo no desenvolvimento na proposta artística. O exercício proporcionou o desenvolvimento do potencial criativo dos alunos, visto que o processo criativo é um verdadeiro e importante aliado na educação, pois, segundo Relvas (2014, pág. 194): 
Ao estimular e desenvolver a criatividade [...], favorecem a aprendizagem, a liberdade de expressão, a reflexão, o autoconhecimento, a significação, a ressignificação, a autorrealização, o fortalecimento da autoestimapositiva, a saúde mental [...]
No último momento da aula, foi proposta uma extensão de aula para o aluno desenvolver um exercício fora da aula, relacionando o tema com o meio em que vive. A proposta foi descrida da seguinte maneira no plano: “Considerando a rica diversidade das máscaras de fofão e a importância de sua preservação para o estado, faça uma pesquisa sobre suas características, origem, elaborando uma tabela com as técnicas e materiais utilizados por diferentes artistas na confecção”.
Desta forma, avalio e considero que o que havia traçado como objetivos foram consolidados, as atividades proporcionaram experiências e contribuições relevantes para a formação cultural, desenvolvendo o processo de aprendizagem dos alunos. A aula proporcionou a eles, compreender que aquilo que é produzido pelos indígenas não é apenas artesanato, conhecer sobre a etnia Canela e sua produção artística de máscaras, ampliar suas possibilidades expressivas, criativas e reflexivas, além de promover uma discussão acerca da diversidade étnica, social e cultural no estado e uma visão interdisciplinar dos assuntos discutidos, relacionando-os com o tema patrimônio.
 FOTO DA MÁSCARA KOKRIT USADA NA AULA
 Fonte: Acervo Casa de Nhozinho, 2018.
5. RELAÇÃO DA OBRA COM PATRIMÔNIO
Os conhecimentos tradicionais e os artefatos dos povos indígenas se classificam em patrimônio cultural imaterial e material. A máscara Kokrit é um ótimo exemplo da cultura material e imaterial dos povos indígenas do Maranhão, um patrimônio que se relaciona com o local habitado com práticas e técnicas mantenedoras do meio ambiente em equilíbrio. Desta forma, podemos entender que patrimônio cultural indígena são as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados e que as comunidades, os grupos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.
As máscaras dos Ramkokamekrá- Canela são usadas na festa para os espíritos Kokrit, descritos como seres sobrenaturais, ou seja, monstros que vivem nos rios, elas cobrem o rosto e todo o corpo do usuário. São confeccionadas com materiais naturais encontrados no território desses povos e para eles possuem um caráter duplo: ao mesmo tempo que são um artefato produzido por um indígena, são a figura viva do ser sobrenatural que representam.
O Registro do patrimônio imaterial seria uma das formas mais apropriada para a preservação desses bens, já que o registro é um reconhecimento do valor de determinada manifestação cultural (saberes, fazeres, tradições, comidas, festas) para a formação da identidade e da diversidade cultural brasileira, vindo necessariamente acompanhado de um Plano de Salvaguarda, que visa garantir as condições para que esta manifestação possa continuar acontecendo. A antropóloga Manuela Carneiro da Cunha (2005) esclarece que o patrimônio imaterial se compõe de recriação permanente que tem a ver com um sentimento de continuidade em relação às gerações anteriores, ou seja, que ele é ao mesmo tempo dinâmico e histórico; e que suas condições de reprodução, dependem entre outras coisas, do acesso a território e a recursos naturais.
Em São luís, com o objetivo de salvaguarda e registro da memória do patrimônio cultural indígena, Museus como a Casa de Nhozinho e o Centro de Pesquisa e História Natural e Arqueologia do Maranhão proporcionam ao público, através de seus acervos, um conhecimento acerca da diversidade cultural e artística dos povos indígenas do estado. O Centro de Pesquisa e História Natural e Arqueologia do Maranhão realiza projetos com a temática, a exemplo da Semana dos Povos Indígenas que oferece a comunidade em geral uma vasta programação com exposições, palestras, vídeos documentários e fotografias etnográficas em homenagem ao índio do Brasil.
6. PLANO DE AULA
	
Trabalho de avaliação da disciplina de Metodologia do Ensino em Artes Visuais – 2018 – Patrimônio e meio-ambiente- AV2
 Método Multipropósito
Professora Larissa Menendez
Alunos: Luis Fernando Lima
TEMA DA AULA: PATRIMONIO
1.Identificação da Imagem: 
Autor: Povo Canela (Ramkokamekrá)
Obra: Máscara Kokrit
Ano: 2002
Técnica: trançados com folhas da palmeira do buriti
Identifique a relação da obra com patrimônio 
Os conhecimentos tradicionais e os artefatos dos povos indígenas se classificam em patrimônio cultural imaterial e material. A máscara Kokrit é um ótimo exemplo da cultura material dos povos indígenas do Maranhão, um patrimônio que se relaciona com o local habitado com práticas e técnicas mantenedoras do meio ambiente em equilíbrio.
2.Objetivos da Aula: (de acordo com PCN e BNCC)
- Promover uma discussão acerca da diversidade étnica, social e cultural no Brasil;
- Levar o aluno a compreender que aquilo que é produzido pelos indígenas não é apenas artesanato;
- Conhecer as etnias maranhenses e algumas de suas produções artísticas;
- Ampliar as possibilidades expressivas, criativas e reflexivas dos alunos;
- Promover uma visão interdisciplinar dos assuntos discutidos, relacionando-os com o tema patrimônio.
3.Exercícios de Ver: (use tabela da taxonomia de Bloom- perguntas)
1. O que seria essa obra? Como descreveriam?
2. Vocês conseguem identificar alguns elementos da linguagem visual nessa obra? Quais?
3. que materiais foram utilizados?
4.Exercícios de Aprendizagem: relacionam aspectos da obra ao cotidiano do aluno.
1. Relacionar a máscara com outra da cultura popular regional
2. Descrever como se sentiram ao ver a máscara pela primeira vez
3. Fazer uma relação da matéria prima utilizada na confecção da máscara com outros objetos da cultura regional.
4.Atividade: descreva a atividade e explique a relação da atividade com a obra e objetivos da aula
O professor (a) irá passar novamente a imagem da obra para ser analisada por todos, a turma então, será dividida em 5 grupos de 5 participantes. Cada grupo irá elaborar um projeto de releitura da obra trabalhada em sala. Os grupos terão a liberdade de escolher a linguagem com que trabalharão: pintura, trabalhos tridimensionais (máscaras), colagem ou desenho. O projeto terá que identificar descrição e apresentação da obra (releitura), os tipos de materiais selecionados para trabalhar, justificativa da escolha da linguagem e metodologia utilizada.
Materiais:
Serão disponibilizados os seguintes materiais: tinta acrilex, papel A4 canson, pincéis, revistas, jornais, tesouras, cola, papela A4 chamex, lápis para desenho, fibras e palhas de buriti e babaçu, papelão, pedaços pequenos de bambu.
5. Avaliação: descreva a avaliação, seus objetivos e seus critérios.
A avaliação será processual, de forma contínua e permanente, levando em consideração a participação e compreensão de cada aluno nas etapas desenvolvidas. No final do curso, os alunos vão se organizar em um grande círculo, cada grupo terá um tempo estipulado para expor os seus trabalhos e apresentar para os colegas e professor suas expectativas e sugestões didáticas seguindo de uma autoavaliação do grupo no desenvolvimento na proposta artística. 
6. Extensões de aula: exercício ou proposta para que o aluno faça fora da escola, relacionando a aula com o meio em que vive.
Considerando a rica diversidade das máscaras de fofão e a importância de sua preservação para o estado, faça uma pesquisa sobre suas características, origem, elaborando uma tabela com as técnicas e materiais utilizados por diferentes artistas na confecção.
REFERÊNCIAS: 
PAES, Francisco Simões Rastros do espirito: fragmentos para a leitura de algumas fotografias dos Ramkokamekrá por Curt Nimuendaju. São Paulo: USP, 2004.
Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/> Acesso em: 19/04/2018.
Parâmetros Curriculares Nacionais. Disponível em: <portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf> Acesso em: 19/04/2018.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta conclusão não é necessariamente o fim deste estudo, ainda tem muito a se explorar de uma forma mais aprofundada.Escolhi relatar essa prática para mostrar a relevância do acervo museológico da Casa de Nhozinho, com destaque para a cultura material indígena (Máscara Kokrit) no processo de aprendizagem e formação cultural do indivíduo, em especial alunos da rede de ensino público.
O artigo desenvolvido é um relato de estudo resultado da experiência elaborada com os alunos da Universidade Federal do Maranhão, do Curso de artes Visuais, e dos estudos e mediações desenvolvidos no período de estágio no museu Casa de Nhozinho. As contribuições de um projeto deste segmento residem na possibilidade de trabalhar a coletividade, a criatividade e a expressão por meio do acervo da Casa de Nhozinho e da mediação cultural, possibilitando ao mesmo tempo a interação, discussão e fomentando o pensamento crítico e a aprendizagem. Vale lembrar que este não é um modelo a ser copiado ou uma receita a ser reproduzida, mas sim uma ação que pode ser repensada em diferentes contextos com novas ideias e práticas e desenvolvida a partir do que foi exposto, pautado na valorização do método, modo e processo. 
Através desse trabalho, observamos que os conhecimentos tradicionais e os artefatos dos povos indígenas se classificam em patrimônio cultural imaterial e material. A máscara Kokrit é um ótimo exemplo da cultura material dos povos indígenas do Maranhão, um patrimônio que se relaciona com o local habitado com práticas e técnicas mantenedoras do meio ambiente em equilíbrio. Observamos também, a riqueza material da Máscara Kokrit com a sua composição estética, trançados, as cores, tipos e também a riqueza imaterial com a tradição dos saberes dos povos Canela-Ramkokamekrá passado de geração a geração. 
REFERÊNCIAS
PAES, Francisco Simões. Rastros do espirito: fragmentos para a leitura de algumas fotografias dos Ramkokamekrá por Curt Nimuendaju. São Paulo: USP, 2004.
BARROS, Nilvânia Mirelly Amorim. Tudo Isso É Bonito! O Festival Das Máscaras Ramkokamekrá: Imagem, Memória, Curt Nimuendajú. Recife: UFPE, 2013.
COSTA, Cristina. Questões de Arte. São Paulo: Moderna, 1999.
Que cérebro é esse que chegou à escola? As bases neurocientificas da aprendizagem/ Carolina Relvas Chaves... [et al.]; Marta Pires Relvas (Org.) - 2 ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2014.
SPLITTER, Laurence. SHARP, Ann Margaret. Uma nova educação: a comunidade de investigação em sala de aula. São Paulo: Nova Alexandria, 2001.
Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/> Acesso em: 19/04/2018.
Revista do IPHAN, no 32, Patrimônio Imaterial e Biodiversidade 2005. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/rev_pat_n32.pdf
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