Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

1
O início do século XX trouxe consigo avanços econômicos e estru-
turais. Um exemplo disso é o que o número de trabalhadores indus-
triais nos Estados Unidos saltaram de 2.700.000 nos anos 1880 para 
4.500.000 nos anos 1900. O crescimento das organizações tem rela-
ção direta com a revolução industrial e impactou no crescimento do 
êxodo rural americano; a complexidade das organizações, oriunda do 
seu crescimento, fez com que existisse a necessidade de uma profis-
sionalização em seu setor administrativo.
As organizações cresceram e com esse crescimento vem a comple-
xidade para a gestão: técnicas e práticas administrativas passaram a ser 
ainda mais necessárias para que houvesse crescimento e lucratividade.
Capítulo 2
Abordagem clássica
2 Teorias da administração M
at
er
ia
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
ist
ân
ci
a 
da
 R
ed
e 
Se
na
c 
EA
D,
 d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, 
so
b 
as
 p
en
as
 d
a 
Le
i. 
©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
Nesse contexto surge a primeira das escolas de teorias administrati-
vas, a Abordagem Clássica. A Abordagem Clássica é formada por duas 
teorias – a Administração Científica e a Teoria Gerencial – e essa junção 
possibilitou uma abordagem que auxiliou inúmeras empresas nos EUA 
e na Europa. Ao longo deste capítulo, falaremos sobre as duas teorias.
1 Administração Científica
Um dos principais nomes da teoria da Administração Científica é 
Frederick Winslow Taylor, considerado por muitos pesquisadores como 
o pai da administração científica.
Taylor nasceu na Pensilvânia em 1856, oriundo de uma família abas-
tada financeiramente, trabalhou como torneiro de 1874 a 1878, ano em 
que iniciou suas atividades na Midvale Steel, onde ficou por 12 anos, 
iniciando como trabalhador manual e terminando com engenheiro che-
fe. Entre 1890 e 1893, foi gerente geral de uma empresa fabricante de 
papel. Em 1893, já como consultor, foi contratado pela Bethlehem Steel 
para trabalhar exclusivamente para ela, e foi nesse período que desen-
volveu suas principais ideias a respeito da administração científica. Em 
1901, voltou para a Filadélfia para se dedicar a divulgação de suas ideias.
Taylor era um homem de personalidade forte, que tinha convic-
ções sobre a importância do trabalho para a dignificação do homem. 
Formado em engenharia mecânica, escreveu dois livros – Administração 
de oficinas e Princípios da Administração Científica – que resumem os 
conceitos primordiais da administração científica.
IMPORTANTE 
Segundo Taylor (1990, p. 24) “O principal objetivo da administração 
deve ser o de assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e, ao mes-
mo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado”.
 
3Abordagem clássica
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Segundo Silva (2013), no livro Administração de oficinas, publicado 
em 1903, Taylor define alguns pontos importantes, a saber:
 • O objetivo de uma boa administração era pagar altos salários e 
ter baixos custos de produção – a ideia de pagamento de altos 
salários permeou as pesquisas de Taylor ao longo dos anos, ele 
entendia que o pagamento de altos salários incentivava os traba-
lhadores a produzirem mais e possibilitavam um mercado mais 
aquecido, considerando a possibilidade de consumo desses tra-
balhadores. As organizações poderiam obter lucro considerando 
a diminuição dos custos de produção, ou seja, menos desperdí-
cio de insumos e produção de qualidade.
 • A administração devia aplicar métodos científicos de pesquisa e ex-
perimento, a fim de formular princípios e estabelecer processos pa-
dronizados para o controle das operações de produção – Taylor era 
contrário a simples utilização de instinto para gerir, acreditava que 
a prática da ciência e da pesquisa possibilitariam para as organiza-
ções crescimento estruturado. Menos “achismos” e mais pesquisa.
 • Os empregados tinham de ser cientificamente colocados em 
postos em que os materiais e as condições de trabalho fossem 
cientificamente selecionados, para que as normas pudessem ser 
cumpridas – na concepção Taylorista era fundamental que as 
atividades fossem atribuídas para pessoas com perfil adequado 
para executá-las e que os trabalhos fossem racionalizados. A 
ideia central era de que não se pode atribuir atividades por ques-
tões de afinidade e sim por questões funcionais.
 • Os empregados deviam ser cientificamente treinados para desen-
volver aptidões e, portanto, executar uma tarefa de modo a cumprir 
a produção normal – O treinamento é defendido como uma das 
questões primordiais para que se tenha êxito na realização das ati-
vidades organizacionais, todo trabalhador deve ser treinado para 
que consigo cumprir os desejos e anseios das organizações.
4 Teorias da administração M
at
er
ia
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
ist
ân
ci
a 
da
 R
ed
e 
Se
na
c 
EA
D,
 d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, 
so
b 
as
 p
en
as
 d
a 
Le
i. 
©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 • A alta administração devia desenvolver uma atmosfera de coo-
peração para com os trabalhadores, de modo a garantir um am-
biente que possibilite a aplicação dos outros aspectos menciona-
dos – É função da alta administração que exista uma atmosfera 
de cooperação, onde todos os trabalhadores estejam integrados 
para conquistar os objetivos estabelecidos.
O segundo livro de Taylor Princípios da Administração Científica (1911) 
apresenta estudos sobre a administração geral, mas focado na tarefa 
dos operários. Ao longo do livro, Taylor defende que as organizações 
padeciam de três males centrais que deveriam ser combatidos, que, 
segundo Silva (2013) podem ser agrupados da seguinte forma:
1. Vadiagem sistemática por parte dos operários, com o objetivo de 
evitar a redução das taxas de salário pela gerência – o primeiro 
mal apresentado por Taylor é a vadiagem sistemática, que signi-
fica que o trabalhador não trabalha em sua potencialidade máxi-
ma, tendo períodos ao longo do dia de vadiagem, esse ponto era 
justificado na época pela forma como os salários eram pagos, 
o maior volume de trabalho não rendia maiores salários e para 
Taylor esse era um problema a ser resolvido nas organizações.
2. Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do 
tempo necessário para a sua realização – um dos grandes apon-
tamentos de Taylor era que a gerência das organizações não sa-
biam o que compunha e quanto tempo levava cada tarefa execu-
tada pelos trabalhadores, em consequência, tudo que era dito por 
que executava era aceito, em resumo, quem decide deve saber 
como executa, caso isso não aconteça, as decisões serão falhas.
3. Falta de uniformidade das técnicas e dos métodos de trabalho 
dos empregados, que realizavam as tarefas cada um a seu modo 
– As atividades não podem ser executadas de forma diferente 
por cada trabalhador, a uniformidade da execução permite uma 
uniformidade do produto final.
5Abordagem clássica
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
IMPORTANTE 
Ainda que o potencial de aplicação dos princípios científicos aos pro-
cessos de trabalho fosse reconhecido a partir do século XVIII por au-
tores como Charles Babbage (1791-1871), o principal representante do 
movimento de administração científica foi o norte-americano FrederickWinslow Taylor (1856-1915). Sua principal obra, Princípios de adminis-
tração científica, de 1911, sintetiza um conjunto de princípios em bus-
ca da gestão eficiente do trabalho, direcionado ao chamado “homem 
comum”, que, por meio de um treinamento rápido e adequado, poderia 
executar a tarefa “taylorista”, na qual “é especificado o que deve ser 
feito e também como deve ser feito, além do tempo exato concebido 
para a execução” (SOBRAL; PECI, 2008, p. 38).
 
As obras de Taylor auxiliaram na construção de novos formatos no 
pensamento administrativo. Embora ele tenha sofrido e ainda e sofre 
inúmeras críticas, é inegável sua contribuição com organizador, criador 
e disseminador de vários conceitos. 
Segundo Silva (2013), pode-se entender que a Administração 
Científica se caracteriza por cinco aspectos centrais:
1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos – é 
necessário saber o que compõe o trabalho, realizando uma 
análise e estabelecendo os tempos para a sua execução e os 
movimentos que necessitam ser realizados. Essa análise pos-
sibilita que se compreenda o trabalho, o aprimore e estabelece 
padrões produtivos.
2. Padronização das ferramentas – as ferramentas utilizadas pelos 
trabalhadores devem ser padronizadas. A padronização pode ge-
rar a uniformidade.
3. Seleção e Treinamento dos trabalhadores – todo trabalhador deve 
ser selecionado segundo as necessidades organizacionais e trei-
nados adequadamente para cumprir o planejado pela organização.
6 Teorias da administração M
at
er
ia
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
ist
ân
ci
a 
da
 R
ed
e 
Se
na
c 
EA
D,
 d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, 
so
b 
as
 p
en
as
 d
a 
Le
i. 
©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
4. Supervisão e planejamento – é necessário que tenha uma super-
visão adequada para que exista uma execução efetiva das ativi-
dades. O planejamento é fundamento central da administração 
científica, é necessário que se tenha objetivos estabelecidos e 
um planejamento elaborado. Apenas sabendo onde se quer che-
gar pode-se construir um caminho bem estruturado.
5. Pagamento por produção – considerando a preocupação com 
pagamento de salários adequados, a administração científi-
ca defende o pagamento por produção. O conceito do Homo 
Economicus está implícito nessa característica, a administração 
científica entendia que o homem trabalhava apenas por dinheiro, 
por tanto, o pagamento baseado em produtividade possibilitaria 
um maior engajamento dos trabalhadores.
PARA SABER MAIS 
O filme Tempos Modernos do Charlie Chaplin, lançado em 1936, traz 
uma crítica ao modelo fabril Fordista e possibilita a visualização de 
inúmeros conceitos da administração científica.
 
A administração científica trouxe diferenciais para a gestão de orga-
nizações. Apesar de Taylor ser o nome central dessa teoria, ele não é o 
único: deve se dar destaque também para os trabalhos de Harrington 
Emerson, Carl Barth, Henry Gantt, Frank e Lilian Gilbreth, Morris Cooke. 
Além dos autores citados anteriormente, Henry Ford também foi 
adepto dos conceitos da Administração Científica. A principal diferença 
entre Taylor e Ford é que, enquanto Taylor defendia que o trabalho de-
veria ser regulado segundo o tempo de execução do trabalhador, Ford 
adaptou esteiras para que pudesse aumentar o ritmo de produção sem-
pre que necessário, ampliando deliberadamente a velocidade, amplian-
do assim a produtividade de sua equipe.
7Abordagem clássica
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Aí está a principal diferença entre os dois sistemas de adminis-
tração: Taylor manda executar movimentos sob rígido controle 
e Ford manda adaptar movimentos tão comodamente quanto 
possível ao ritmo da produção, às aptidões e à vontade (SILVA, 
2013, p. 122).
A administração científica tem seu foco nas operações da organiza-
ção. Vejamos um resumo de fatores determinantes para a administra-
ção científica.
Quadro 1 — O movimento da Administração Científica
FATORES-CHAVE DO CONTEXTO
Fase monopolista do capitalismo
Desperdícios de eficiência e produtividade
Força de trabalho desqualificada
PRESSUPOSTOS
Homo Economicus (ser humana essencialmente egoísta e racional, orientado por motivações materiais)
A organização é considerada um sistema fechado – foco nos processos internos
Existe uma ciência de administração, capaz de ser universalizada
FOCO DE ANÁLISE
Processos operacionais de trabalho
CONCEITOS-CHAVE
Existe uma única maneira certa para o desempenho de cada tarefa
Dissociação da concepção do trabalho de sua execução (administração/trabalhador)
Seleção, treinamento e aperfeiçoamento do trabalhador com base nos métodos científicos.
Cooperação da administração com os trabalhadores
Remuneração baseada em incentivos materiais
8 Teorias da administração M
at
er
ia
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
ist
ân
ci
a 
da
 R
ed
e 
Se
na
c 
EA
D,
 d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, 
so
b 
as
 p
en
as
 d
a 
Le
i. 
©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
CONTRIBUIÇÕES
Melhoria acentuada da produtividade e da eficiência
Introduz uma forma diferenciada de remuneração, relacionando-a com a produtividade.
Cria a base para o desenvolvimento da cadeia de produção e propicia a produção em série
LIMITAÇÕES
Concebendo a organização como um sistema fechado, não considerava as influências das forças externas na 
administração.
Baseava-se em pressupostos motivacionais materiais e simplistas.
Criava condições propícias para a alienação do trabalhador, uma vez que aumentava excessivamente o 
processo de especialização e divisão do trabalho.
Fonte: Sobral e Peci (2008, p. 40)
2 Teoria Gerencial
Henri Fayol, principal autor da teoria gerencial ou administrativa, 
nasceu em Constantinopla em 1841, e foi educado no Liceu de Lion, 
na França. Graduou-se em Engenharia de Minas e trabalhou ao longo 
de toda a sua vida no consórcio francês Commentry-Fourchambault 
Company. Executou atividades na mineração de carvão e fundição de 
ferro, como engenheiro de minas, gerente de minas e diretor geral.
Segunda Silva (2013) quando assumiu a função de diretor geral, em 
1888, a empresa estava em serias dificuldades, não pagava dividendos 
desde 1885, e Fayol conseguiu revitalizá-la com ações específicas. A 
nova companhia, denominada Comambault, continua até os tempos atu-
ais como parte da Le Creusot Loire. Graças a sua atuação à frente da 
companhia, Fayol pôde construir seu livro Administração Industrial e Geral.
Na primeira parte do seu livro, Fayol afirma que as operações nas 
organizações podem ser divididas em seis grupos:
9Abordagem clássica
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
1. Operações técnicas – que incluem produção, fabricação e 
transformação.
2. Operações comerciais – que incluem compra, vendas e permutas.
3. Operações financeiras – que inclui a procura e gerência de 
capitais.
4. Operações de segurança – que inclui a proteção de bens e de 
pessoas.
5. Operações de contabilidade – que inclui inventário, balanço, 
preço de custo e estatísticas organizacionais.
6. Operações administrativas – que incluem previsão, organização, 
direção, coordenação e controle.
Observe que a divisão deixa muito explícito que na concepção da 
teoria gerencial existemfunções que são típicas da administração, as 
demais devem ter responsáveis específicos e qualificados. Entende-se 
como funções da Administração, segundo Fayol (1960):
 • Previsão – é conseguir observar o futuro e traçar um programa 
de ação.
 • Organização – é constituir de forma adequada os organismos 
material e social da empresa.
 • Direção – é o comando a ser dado aos integrantes da organização.
 • Coordenação – é ligar, unir e harmonizar todos os esforços dos 
membros da organização.
 • Controle – É zelar para que tudo caminhar de acordo com o 
planejado.
10 Teorias da administração M
at
er
ia
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
ist
ân
ci
a 
da
 R
ed
e 
Se
na
c 
EA
D,
 d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, 
so
b 
as
 p
en
as
 d
a 
Le
i. 
©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
IMPORTANTE 
Segundo Fayol (1960, p. 29) “Para a saúde e o bom funcionamento do 
corpo social é necessário certo número de condições, a que se pode 
dar indiferentemente o nome de princípios, afastando, entretanto, de 
sua significação, toda idéia de rigidez. Não existe nada rígido nem ab-
soluto em matéria administrativa; tudo nela é uma questão de medida. 
Quase nunca se aplicará o mesmo princípio em condições idênticas: é 
necessário ter em conta que as circunstâncias são diversas e variáveis, 
que os homens são igualmente variáveis e diferentes e a existência de 
muitos outros elementos inconstantes. Tais princípios serão, pois, ma-
leáveis e suscetíveis de adaptar-se a todas as necessidades. A questão 
consiste em saber servir-se deles: essa é uma arte difícil, que exige 
inteligência, experiência, decisão e comedimento”.
 
Fayol considerava como fundamental a compreensão que para 
uma boa gerencia de organizações era fundamental se ter alguns 
princípios, no entanto, esses princípios não eram rígidos, em sua 
concepção na administração nada é rígido, tudo deve ser maleável 
e adaptável. Ele apresenta no livro os princípios que o nortearam, os 
compartilha no intuído de que outros gestores possam compreender 
suas escolhas e adaptá-las sempre que necessário. Os princípios de-
fendidos por Fayol são:
 • Divisão de Trabalho – o conceito de divisão de trabalho rege que 
as atividades relativas a produção de um item devem ser dividi-
das entre trabalhadores, considerando que um trabalhador sozi-
nho não pode ser responsável por todo o item, isso acaba geran-
do uma certa especialização no funcionário em uma atividade 
especifica relativa ao item produzido.
 • Autoridade e Responsabilidade – neste princípio especifica-se 
que a autoridade e responsabilidade caminham juntas, quanto 
maior autoridade, maior sua responsabilidade.
11Abordagem clássica
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 • Disciplina – a disciplina consiste na obediência, assiduidade, ati-
vidade, presença e nos sinais de respeito. Essa disciplina deve 
estar nos gestores e nos colaboradores, todos devem exercer a 
disciplina para o bom andamento organizacional.
 • Unidade de comando – Fayol defendia que as ordens devem vir 
de um único chefe para a adequada execução.
 • Unidade de direção – esse princípio se refere ao programa esta-
belecido para a execução de objetivos, a direção que as partes 
organizacionais seguem devem ser as mesmas.
 • Subordinação do interesse individual ao interesse geral – o inte-
resse do coletivo deve sempre ser mais relevante que os interes-
ses individuais, esse é o alicerce para esse princípio
 • Remuneração do pessoal – Fayol defendia que a remuneração 
deveria ser justa e sempre que possível satisfazer o trabalhador, 
é sua recompensa pelo trabalho bem feito.
 • Centralização – o conceito de centralização diz respeito ao pro-
cesso de tomada de decisão, Fayol defendia que a centralização 
ou descentralização, são definidas segundo o escopo organiza-
cional. A centralização significa que as decisões são tomadas na 
cúpula da organização.
 • Hierarquia – na concepção de Fayol a Hierarquia é o conjunto de 
chefes que a organização tem desde a cúpula até os mais baixos 
níveis organizacionais. O desenho desse caminho é importante 
para a compreensão da estrutura organizacional.
 • Ordem – a definição que Fayol costumava apresentar para 
esse princípio era “Um lugar para cada pessoa e cada pessoa 
em seu lugar”
12 Teorias da administração M
at
er
ia
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
ist
ân
ci
a 
da
 R
ed
e 
Se
na
c 
EA
D,
 d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, 
so
b 
as
 p
en
as
 d
a 
Le
i. 
©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
 • Equidade – segundo Fayol equidade é uma combinação de bene-
volência com justiça, esse combo, segundo ele, era fundamental 
para a boa condução das pessoas envolvidas na organização.
 • Estabilidade de pessoal – Fayol entendia que para que as pes-
soas pudessem executar da melhor forma as suas funções elas 
precisavam de tempo na organização. Esse tempo era adequado 
para se inteirar dos procedimentos e lógicas organizacionais.
 • Iniciativa – Fayol entendia que conceber um plano e executá-lo 
assegurando o seu sucesso era uma das maiores satisfações 
que um gestor poderia ter, chamando essa ação de concepção e 
execução de iniciativa.
 • União do pessoal – a principal definição de Fayol para esse prin-
cípio era de que a união faz a força. A necessidade de que se te-
nha uma equipe unida e consciente de sua importância para que 
a organização alcance seus objetivos organizacionais.
Os princípios aqui apresentados são as bases centrais da teoria ge-
rencial ou teoria administrativa desenvolvida por Fayol. Pode-se resu-
mir os principais aspectos da teoria da seguinte forma.
Quadro 2 - Teoria Administrativa
FATORES-CHAVE DO CONTEXTO
Fase monopolista do capitalismo
Existência de empresas altamente verticalizadas e hierarquizadas
Crescente conscientização acerca da importância da função da administração
PRESSUPOSTOS
Prevalece o foco interno da análise organizacional (apesar de Fayol reconhecer a importância de alguns 
fatores situacionais)
Existem princípios gerais de administração, capazes de serem universalizados.
Existe a ciência da administração.
13Abordagem clássica
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
FOCO DE ANÁLISE
A organização como um todo
CONCEITOS-CHAVE
As seis áreas de operações empresariais
As cinco funções da administração
Os 14 princípios da administração
CONTRIBUIÇÕES 
A administração pode ser vista como uma profissão capaz de ser treinada e desenvolvida
Muitos dos princípios desenvolvidos por Fayol têm validade na atualidade
Marca a forma de compreender a administração como processo, composto por funções-chave, visão que 
prevalece até hoje.
LIMITAÇÕES 
Prevalece a concepção da organização como um sistema fechado, não dando a devida importância aos 
fatores externos.
Os pressupostos motivacionais ainda são de natureza material e simplista.
Fonte: Sobral e Peci (2008, p. 43).
Considerações finais
O capítulo procurou apresentar as duas teorias centrais da 
Abordagem Clássica da Administração. Taylor e Fayol são os principais 
autores dessas teorias, a história os uniu, eles nunca trocaram experi-
ência e suas obras foram escritas e construídas de forma autônoma. 
Fayol teve acesso a obra de Taylor após a publicação de seus trabalhose afirmava que suas teorias não eram divergentes e sim convergentes, 
praticamente complementares. Pode-se observar na figura 1 os moti-
vos que conduzem a esse complementariedade:
14 Teorias da administração M
at
er
ia
l p
ar
a 
us
o 
ex
cl
us
ivo
 d
e 
al
un
o 
m
at
ric
ul
ad
o 
em
 c
ur
so
 d
e 
Ed
uc
aç
ão
 a
 D
ist
ân
ci
a 
da
 R
ed
e 
Se
na
c 
EA
D,
 d
a 
di
sc
ip
lin
a 
co
rre
sp
on
de
nt
e.
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
 e
 o
 c
om
pa
rti
lh
am
en
to
 d
ig
ita
l, 
so
b 
as
 p
en
as
 d
a 
Le
i. 
©
 E
di
to
ra
 S
en
ac
 S
ão
 P
au
lo
.
Figura 1 – Complementaridade entre as teorias de Taylor e Fayol
Pode-se observar que o principal ponto de complementariedade entre 
as teorias é que Taylor tinha como ênfase as tarefas dos empregados, 
enquanto Fayol tinha como ênfase a estrutura da organização, a junção 
das duas teorias possibilita uma abordagem mais ampla e integrativa.
A abordagem clássica teve inúmeros críticos, considerando aspec-
tos negativos como sua concepção mecanicista e produtivista.
Referências
FAYOL, Henri; Administração Industrial e Geral. São Paulo: Editora Atlas S.A., 
1960.
SILVA, Reinaldo O.; Teorias da administração. São Paulo: Pearson Education 
do Brasil, 2013.
SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa; Administração: teoria e prática no contexto bra-
sileiro. São Paulo: Pearson Hall, 2008.
TAYLOR, Frederick Winslow; Princípios de Administração Científica. Editora 
Atlas S.A., 1990.
Objetivo: aumentar a eficiência da 
organização por meio da definição dos 
vários níveis de responsabilidade
Objetivo: aumentar a eficiência da 
organização por meio da especialização 
dos operários
Ênfase na estrutura
da organização
Ênfase na definição das tarefas
dos empregados
Teoria Gerencial
(Clássica)
Teoria da Administração
Científica
Fayol Taylor
	_Hlk55471418

Mais conteúdos dessa disciplina