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1 O início do século XX trouxe consigo avanços econômicos e estru- turais. Um exemplo disso é o que o número de trabalhadores indus- triais nos Estados Unidos saltaram de 2.700.000 nos anos 1880 para 4.500.000 nos anos 1900. O crescimento das organizações tem rela- ção direta com a revolução industrial e impactou no crescimento do êxodo rural americano; a complexidade das organizações, oriunda do seu crescimento, fez com que existisse a necessidade de uma profis- sionalização em seu setor administrativo. As organizações cresceram e com esse crescimento vem a comple- xidade para a gestão: técnicas e práticas administrativas passaram a ser ainda mais necessárias para que houvesse crescimento e lucratividade. Capítulo 2 Abordagem clássica 2 Teorias da administração M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . Nesse contexto surge a primeira das escolas de teorias administrati- vas, a Abordagem Clássica. A Abordagem Clássica é formada por duas teorias – a Administração Científica e a Teoria Gerencial – e essa junção possibilitou uma abordagem que auxiliou inúmeras empresas nos EUA e na Europa. Ao longo deste capítulo, falaremos sobre as duas teorias. 1 Administração Científica Um dos principais nomes da teoria da Administração Científica é Frederick Winslow Taylor, considerado por muitos pesquisadores como o pai da administração científica. Taylor nasceu na Pensilvânia em 1856, oriundo de uma família abas- tada financeiramente, trabalhou como torneiro de 1874 a 1878, ano em que iniciou suas atividades na Midvale Steel, onde ficou por 12 anos, iniciando como trabalhador manual e terminando com engenheiro che- fe. Entre 1890 e 1893, foi gerente geral de uma empresa fabricante de papel. Em 1893, já como consultor, foi contratado pela Bethlehem Steel para trabalhar exclusivamente para ela, e foi nesse período que desen- volveu suas principais ideias a respeito da administração científica. Em 1901, voltou para a Filadélfia para se dedicar a divulgação de suas ideias. Taylor era um homem de personalidade forte, que tinha convic- ções sobre a importância do trabalho para a dignificação do homem. Formado em engenharia mecânica, escreveu dois livros – Administração de oficinas e Princípios da Administração Científica – que resumem os conceitos primordiais da administração científica. IMPORTANTE Segundo Taylor (1990, p. 24) “O principal objetivo da administração deve ser o de assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e, ao mes- mo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado”. 3Abordagem clássica M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Segundo Silva (2013), no livro Administração de oficinas, publicado em 1903, Taylor define alguns pontos importantes, a saber: • O objetivo de uma boa administração era pagar altos salários e ter baixos custos de produção – a ideia de pagamento de altos salários permeou as pesquisas de Taylor ao longo dos anos, ele entendia que o pagamento de altos salários incentivava os traba- lhadores a produzirem mais e possibilitavam um mercado mais aquecido, considerando a possibilidade de consumo desses tra- balhadores. As organizações poderiam obter lucro considerando a diminuição dos custos de produção, ou seja, menos desperdí- cio de insumos e produção de qualidade. • A administração devia aplicar métodos científicos de pesquisa e ex- perimento, a fim de formular princípios e estabelecer processos pa- dronizados para o controle das operações de produção – Taylor era contrário a simples utilização de instinto para gerir, acreditava que a prática da ciência e da pesquisa possibilitariam para as organiza- ções crescimento estruturado. Menos “achismos” e mais pesquisa. • Os empregados tinham de ser cientificamente colocados em postos em que os materiais e as condições de trabalho fossem cientificamente selecionados, para que as normas pudessem ser cumpridas – na concepção Taylorista era fundamental que as atividades fossem atribuídas para pessoas com perfil adequado para executá-las e que os trabalhos fossem racionalizados. A ideia central era de que não se pode atribuir atividades por ques- tões de afinidade e sim por questões funcionais. • Os empregados deviam ser cientificamente treinados para desen- volver aptidões e, portanto, executar uma tarefa de modo a cumprir a produção normal – O treinamento é defendido como uma das questões primordiais para que se tenha êxito na realização das ati- vidades organizacionais, todo trabalhador deve ser treinado para que consigo cumprir os desejos e anseios das organizações. 4 Teorias da administração M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . • A alta administração devia desenvolver uma atmosfera de coo- peração para com os trabalhadores, de modo a garantir um am- biente que possibilite a aplicação dos outros aspectos menciona- dos – É função da alta administração que exista uma atmosfera de cooperação, onde todos os trabalhadores estejam integrados para conquistar os objetivos estabelecidos. O segundo livro de Taylor Princípios da Administração Científica (1911) apresenta estudos sobre a administração geral, mas focado na tarefa dos operários. Ao longo do livro, Taylor defende que as organizações padeciam de três males centrais que deveriam ser combatidos, que, segundo Silva (2013) podem ser agrupados da seguinte forma: 1. Vadiagem sistemática por parte dos operários, com o objetivo de evitar a redução das taxas de salário pela gerência – o primeiro mal apresentado por Taylor é a vadiagem sistemática, que signi- fica que o trabalhador não trabalha em sua potencialidade máxi- ma, tendo períodos ao longo do dia de vadiagem, esse ponto era justificado na época pela forma como os salários eram pagos, o maior volume de trabalho não rendia maiores salários e para Taylor esse era um problema a ser resolvido nas organizações. 2. Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para a sua realização – um dos grandes apon- tamentos de Taylor era que a gerência das organizações não sa- biam o que compunha e quanto tempo levava cada tarefa execu- tada pelos trabalhadores, em consequência, tudo que era dito por que executava era aceito, em resumo, quem decide deve saber como executa, caso isso não aconteça, as decisões serão falhas. 3. Falta de uniformidade das técnicas e dos métodos de trabalho dos empregados, que realizavam as tarefas cada um a seu modo – As atividades não podem ser executadas de forma diferente por cada trabalhador, a uniformidade da execução permite uma uniformidade do produto final. 5Abordagem clássica M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. IMPORTANTE Ainda que o potencial de aplicação dos princípios científicos aos pro- cessos de trabalho fosse reconhecido a partir do século XVIII por au- tores como Charles Babbage (1791-1871), o principal representante do movimento de administração científica foi o norte-americano FrederickWinslow Taylor (1856-1915). Sua principal obra, Princípios de adminis- tração científica, de 1911, sintetiza um conjunto de princípios em bus- ca da gestão eficiente do trabalho, direcionado ao chamado “homem comum”, que, por meio de um treinamento rápido e adequado, poderia executar a tarefa “taylorista”, na qual “é especificado o que deve ser feito e também como deve ser feito, além do tempo exato concebido para a execução” (SOBRAL; PECI, 2008, p. 38). As obras de Taylor auxiliaram na construção de novos formatos no pensamento administrativo. Embora ele tenha sofrido e ainda e sofre inúmeras críticas, é inegável sua contribuição com organizador, criador e disseminador de vários conceitos. Segundo Silva (2013), pode-se entender que a Administração Científica se caracteriza por cinco aspectos centrais: 1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos – é necessário saber o que compõe o trabalho, realizando uma análise e estabelecendo os tempos para a sua execução e os movimentos que necessitam ser realizados. Essa análise pos- sibilita que se compreenda o trabalho, o aprimore e estabelece padrões produtivos. 2. Padronização das ferramentas – as ferramentas utilizadas pelos trabalhadores devem ser padronizadas. A padronização pode ge- rar a uniformidade. 3. Seleção e Treinamento dos trabalhadores – todo trabalhador deve ser selecionado segundo as necessidades organizacionais e trei- nados adequadamente para cumprir o planejado pela organização. 6 Teorias da administração M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . 4. Supervisão e planejamento – é necessário que tenha uma super- visão adequada para que exista uma execução efetiva das ativi- dades. O planejamento é fundamento central da administração científica, é necessário que se tenha objetivos estabelecidos e um planejamento elaborado. Apenas sabendo onde se quer che- gar pode-se construir um caminho bem estruturado. 5. Pagamento por produção – considerando a preocupação com pagamento de salários adequados, a administração científi- ca defende o pagamento por produção. O conceito do Homo Economicus está implícito nessa característica, a administração científica entendia que o homem trabalhava apenas por dinheiro, por tanto, o pagamento baseado em produtividade possibilitaria um maior engajamento dos trabalhadores. PARA SABER MAIS O filme Tempos Modernos do Charlie Chaplin, lançado em 1936, traz uma crítica ao modelo fabril Fordista e possibilita a visualização de inúmeros conceitos da administração científica. A administração científica trouxe diferenciais para a gestão de orga- nizações. Apesar de Taylor ser o nome central dessa teoria, ele não é o único: deve se dar destaque também para os trabalhos de Harrington Emerson, Carl Barth, Henry Gantt, Frank e Lilian Gilbreth, Morris Cooke. Além dos autores citados anteriormente, Henry Ford também foi adepto dos conceitos da Administração Científica. A principal diferença entre Taylor e Ford é que, enquanto Taylor defendia que o trabalho de- veria ser regulado segundo o tempo de execução do trabalhador, Ford adaptou esteiras para que pudesse aumentar o ritmo de produção sem- pre que necessário, ampliando deliberadamente a velocidade, amplian- do assim a produtividade de sua equipe. 7Abordagem clássica M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Aí está a principal diferença entre os dois sistemas de adminis- tração: Taylor manda executar movimentos sob rígido controle e Ford manda adaptar movimentos tão comodamente quanto possível ao ritmo da produção, às aptidões e à vontade (SILVA, 2013, p. 122). A administração científica tem seu foco nas operações da organiza- ção. Vejamos um resumo de fatores determinantes para a administra- ção científica. Quadro 1 — O movimento da Administração Científica FATORES-CHAVE DO CONTEXTO Fase monopolista do capitalismo Desperdícios de eficiência e produtividade Força de trabalho desqualificada PRESSUPOSTOS Homo Economicus (ser humana essencialmente egoísta e racional, orientado por motivações materiais) A organização é considerada um sistema fechado – foco nos processos internos Existe uma ciência de administração, capaz de ser universalizada FOCO DE ANÁLISE Processos operacionais de trabalho CONCEITOS-CHAVE Existe uma única maneira certa para o desempenho de cada tarefa Dissociação da concepção do trabalho de sua execução (administração/trabalhador) Seleção, treinamento e aperfeiçoamento do trabalhador com base nos métodos científicos. Cooperação da administração com os trabalhadores Remuneração baseada em incentivos materiais 8 Teorias da administração M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . CONTRIBUIÇÕES Melhoria acentuada da produtividade e da eficiência Introduz uma forma diferenciada de remuneração, relacionando-a com a produtividade. Cria a base para o desenvolvimento da cadeia de produção e propicia a produção em série LIMITAÇÕES Concebendo a organização como um sistema fechado, não considerava as influências das forças externas na administração. Baseava-se em pressupostos motivacionais materiais e simplistas. Criava condições propícias para a alienação do trabalhador, uma vez que aumentava excessivamente o processo de especialização e divisão do trabalho. Fonte: Sobral e Peci (2008, p. 40) 2 Teoria Gerencial Henri Fayol, principal autor da teoria gerencial ou administrativa, nasceu em Constantinopla em 1841, e foi educado no Liceu de Lion, na França. Graduou-se em Engenharia de Minas e trabalhou ao longo de toda a sua vida no consórcio francês Commentry-Fourchambault Company. Executou atividades na mineração de carvão e fundição de ferro, como engenheiro de minas, gerente de minas e diretor geral. Segunda Silva (2013) quando assumiu a função de diretor geral, em 1888, a empresa estava em serias dificuldades, não pagava dividendos desde 1885, e Fayol conseguiu revitalizá-la com ações específicas. A nova companhia, denominada Comambault, continua até os tempos atu- ais como parte da Le Creusot Loire. Graças a sua atuação à frente da companhia, Fayol pôde construir seu livro Administração Industrial e Geral. Na primeira parte do seu livro, Fayol afirma que as operações nas organizações podem ser divididas em seis grupos: 9Abordagem clássica M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 1. Operações técnicas – que incluem produção, fabricação e transformação. 2. Operações comerciais – que incluem compra, vendas e permutas. 3. Operações financeiras – que inclui a procura e gerência de capitais. 4. Operações de segurança – que inclui a proteção de bens e de pessoas. 5. Operações de contabilidade – que inclui inventário, balanço, preço de custo e estatísticas organizacionais. 6. Operações administrativas – que incluem previsão, organização, direção, coordenação e controle. Observe que a divisão deixa muito explícito que na concepção da teoria gerencial existemfunções que são típicas da administração, as demais devem ter responsáveis específicos e qualificados. Entende-se como funções da Administração, segundo Fayol (1960): • Previsão – é conseguir observar o futuro e traçar um programa de ação. • Organização – é constituir de forma adequada os organismos material e social da empresa. • Direção – é o comando a ser dado aos integrantes da organização. • Coordenação – é ligar, unir e harmonizar todos os esforços dos membros da organização. • Controle – É zelar para que tudo caminhar de acordo com o planejado. 10 Teorias da administração M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . IMPORTANTE Segundo Fayol (1960, p. 29) “Para a saúde e o bom funcionamento do corpo social é necessário certo número de condições, a que se pode dar indiferentemente o nome de princípios, afastando, entretanto, de sua significação, toda idéia de rigidez. Não existe nada rígido nem ab- soluto em matéria administrativa; tudo nela é uma questão de medida. Quase nunca se aplicará o mesmo princípio em condições idênticas: é necessário ter em conta que as circunstâncias são diversas e variáveis, que os homens são igualmente variáveis e diferentes e a existência de muitos outros elementos inconstantes. Tais princípios serão, pois, ma- leáveis e suscetíveis de adaptar-se a todas as necessidades. A questão consiste em saber servir-se deles: essa é uma arte difícil, que exige inteligência, experiência, decisão e comedimento”. Fayol considerava como fundamental a compreensão que para uma boa gerencia de organizações era fundamental se ter alguns princípios, no entanto, esses princípios não eram rígidos, em sua concepção na administração nada é rígido, tudo deve ser maleável e adaptável. Ele apresenta no livro os princípios que o nortearam, os compartilha no intuído de que outros gestores possam compreender suas escolhas e adaptá-las sempre que necessário. Os princípios de- fendidos por Fayol são: • Divisão de Trabalho – o conceito de divisão de trabalho rege que as atividades relativas a produção de um item devem ser dividi- das entre trabalhadores, considerando que um trabalhador sozi- nho não pode ser responsável por todo o item, isso acaba geran- do uma certa especialização no funcionário em uma atividade especifica relativa ao item produzido. • Autoridade e Responsabilidade – neste princípio especifica-se que a autoridade e responsabilidade caminham juntas, quanto maior autoridade, maior sua responsabilidade. 11Abordagem clássica M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Disciplina – a disciplina consiste na obediência, assiduidade, ati- vidade, presença e nos sinais de respeito. Essa disciplina deve estar nos gestores e nos colaboradores, todos devem exercer a disciplina para o bom andamento organizacional. • Unidade de comando – Fayol defendia que as ordens devem vir de um único chefe para a adequada execução. • Unidade de direção – esse princípio se refere ao programa esta- belecido para a execução de objetivos, a direção que as partes organizacionais seguem devem ser as mesmas. • Subordinação do interesse individual ao interesse geral – o inte- resse do coletivo deve sempre ser mais relevante que os interes- ses individuais, esse é o alicerce para esse princípio • Remuneração do pessoal – Fayol defendia que a remuneração deveria ser justa e sempre que possível satisfazer o trabalhador, é sua recompensa pelo trabalho bem feito. • Centralização – o conceito de centralização diz respeito ao pro- cesso de tomada de decisão, Fayol defendia que a centralização ou descentralização, são definidas segundo o escopo organiza- cional. A centralização significa que as decisões são tomadas na cúpula da organização. • Hierarquia – na concepção de Fayol a Hierarquia é o conjunto de chefes que a organização tem desde a cúpula até os mais baixos níveis organizacionais. O desenho desse caminho é importante para a compreensão da estrutura organizacional. • Ordem – a definição que Fayol costumava apresentar para esse princípio era “Um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar” 12 Teorias da administração M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . • Equidade – segundo Fayol equidade é uma combinação de bene- volência com justiça, esse combo, segundo ele, era fundamental para a boa condução das pessoas envolvidas na organização. • Estabilidade de pessoal – Fayol entendia que para que as pes- soas pudessem executar da melhor forma as suas funções elas precisavam de tempo na organização. Esse tempo era adequado para se inteirar dos procedimentos e lógicas organizacionais. • Iniciativa – Fayol entendia que conceber um plano e executá-lo assegurando o seu sucesso era uma das maiores satisfações que um gestor poderia ter, chamando essa ação de concepção e execução de iniciativa. • União do pessoal – a principal definição de Fayol para esse prin- cípio era de que a união faz a força. A necessidade de que se te- nha uma equipe unida e consciente de sua importância para que a organização alcance seus objetivos organizacionais. Os princípios aqui apresentados são as bases centrais da teoria ge- rencial ou teoria administrativa desenvolvida por Fayol. Pode-se resu- mir os principais aspectos da teoria da seguinte forma. Quadro 2 - Teoria Administrativa FATORES-CHAVE DO CONTEXTO Fase monopolista do capitalismo Existência de empresas altamente verticalizadas e hierarquizadas Crescente conscientização acerca da importância da função da administração PRESSUPOSTOS Prevalece o foco interno da análise organizacional (apesar de Fayol reconhecer a importância de alguns fatores situacionais) Existem princípios gerais de administração, capazes de serem universalizados. Existe a ciência da administração. 13Abordagem clássica M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. FOCO DE ANÁLISE A organização como um todo CONCEITOS-CHAVE As seis áreas de operações empresariais As cinco funções da administração Os 14 princípios da administração CONTRIBUIÇÕES A administração pode ser vista como uma profissão capaz de ser treinada e desenvolvida Muitos dos princípios desenvolvidos por Fayol têm validade na atualidade Marca a forma de compreender a administração como processo, composto por funções-chave, visão que prevalece até hoje. LIMITAÇÕES Prevalece a concepção da organização como um sistema fechado, não dando a devida importância aos fatores externos. Os pressupostos motivacionais ainda são de natureza material e simplista. Fonte: Sobral e Peci (2008, p. 43). Considerações finais O capítulo procurou apresentar as duas teorias centrais da Abordagem Clássica da Administração. Taylor e Fayol são os principais autores dessas teorias, a história os uniu, eles nunca trocaram experi- ência e suas obras foram escritas e construídas de forma autônoma. Fayol teve acesso a obra de Taylor após a publicação de seus trabalhose afirmava que suas teorias não eram divergentes e sim convergentes, praticamente complementares. Pode-se observar na figura 1 os moti- vos que conduzem a esse complementariedade: 14 Teorias da administração M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . Figura 1 – Complementaridade entre as teorias de Taylor e Fayol Pode-se observar que o principal ponto de complementariedade entre as teorias é que Taylor tinha como ênfase as tarefas dos empregados, enquanto Fayol tinha como ênfase a estrutura da organização, a junção das duas teorias possibilita uma abordagem mais ampla e integrativa. A abordagem clássica teve inúmeros críticos, considerando aspec- tos negativos como sua concepção mecanicista e produtivista. Referências FAYOL, Henri; Administração Industrial e Geral. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1960. SILVA, Reinaldo O.; Teorias da administração. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa; Administração: teoria e prática no contexto bra- sileiro. São Paulo: Pearson Hall, 2008. TAYLOR, Frederick Winslow; Princípios de Administração Científica. Editora Atlas S.A., 1990. Objetivo: aumentar a eficiência da organização por meio da definição dos vários níveis de responsabilidade Objetivo: aumentar a eficiência da organização por meio da especialização dos operários Ênfase na estrutura da organização Ênfase na definição das tarefas dos empregados Teoria Gerencial (Clássica) Teoria da Administração Científica Fayol Taylor _Hlk55471418