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INTRODUÇÃO À TEORIA DO CRIME CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL 1 DIFERENÇAS ENTRE O CRIME E A CONTRAVENÇÃO PENAL 2 SUJEITOS DO CRIME 3 VITIMIZAÇÃO (Marvin Wolfgang) 5 OBJETO DO CRIME 6 CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES 6 CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL A doutrina aponta 3 enfoques/conceitos para a definição de infração penal. Conforme Rogério Sanches (CUNHA, 2020, p. 198), temos: 1. Enfoque formal / formal sintético: infração penal é aquilo que assim está rotulado em uma norma penal incriminadora, sob ameaça de pena. Leva em consideração a chamada teoria do etiquetamento/rotulagem (labelling approach), para a qual não existe um conceito material de crime, mas apenas um conceito formal. Ou seja, para essa teoria, “crime” e “criminoso” são etiquetas ou rótulos que o poder punitivo coloca em onde lhe aprouver. 2. Conceito Material / substancial: Infração penal é comportamento humano causador de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado, passível de sanção penal. Percebe-se, portanto, que os conceitos se complementam. Isso porque o conceito de crime deve ser formal e material, visto que, caso a conduta esteja apenas prevista em lei como crime, mas não há uma violação relevante ao bem jurídico, então é possível a aplicação do princípio da insignificância, que resulta na exclusão da tipicidade. 3. Conceito Analítico / dogmático / formal analítico: leva em consideração os elementos estruturais que compõem a infração penal, que, segundo a orientação dominante, é um fato típico, ilícito e culpável. 4. Conceito bipartido de crime: o crime teria apenas dois elementos: fato típico e ilicitude, sendo a culpabilidade apenas um pressuposto para a aplicação da pena. ATENÇÃO: para a teoria tripartida, o menor de idade não comete crime, visto que falta a culpabilidade em sua conduta. Isso é observado, inclusive, no Estatuto da Criança e do Adolescente. Já para a teoria bipartida, o menor comete crime, pois há fato típico e ilicitude. No entanto, como a culpabilidade não é elemento do crime, ao menor não seria possível aplicar uma pena, mas sim uma medida socioeducativa. 1 http://www.a-pdf.com/?tr-demo 5. Conceito quadripartido de crime: o crime teria quatro elementos: fato típico, ilicitude, culpabilidade e punibilidade. Apesar de esse ter sido um conceito que teve muita relevância, hoje, no Brasil, não há doutrinadores que o defenda. 6. Teoria constitucionalista do delito (Luiz Flávio Gomes): considera crime como sendo fato típico, ilicitude e punibilidade em abstrato. A culpabilidade, portanto, não é um elemento do crime, mas sim um pressuposto para a aplicação da pena. 7. Teoria da ratio essendi: no conceito tripartido de crime, o fato típico e a ilicitude formam o chamado injusto penal. No âmbito da teoria da ratio essendi, o crime seria fato típico e ilícito, somado à culpabilidade. Nesse caso, há dois elementos, sendo o primeiro formado pela soma do fato típico e ilícito e o segundo formado pela culpabilidade. Essa junção do fato típico e ilícito forma o que a doutrina chama de tipo total de injusto. A consequência prática disso é que, para essa teoria, se houver um fato típico com uma excludente de ilicitude, esta excluiria o próprio fato típico, uma vez que fato típico e ilicitude formam um elemento único. 8. Claus Roxin: o crime possui três elementos: fato típico, ilicitude e responsabilidade. Essa responsabilidade é a culpabilidade, acrescida da ideia de prevenção. Embora Roxin seja um autor bastante elogiado no Brasil, hoje, a sua teoria não encontra seguidores no país, visto que a ideia de prevenção não tem importância na teoria do crime, mas sim na teoria da pena. Infração penal é gênero do qual são espécies (sistema dualista ou binário): a) Crime; b) Contravenção / Crime anão / Delito liliputiano / Crime vagabundo. ATENÇÃO: não guardam entre si distinções de natureza ontológica, mas apenas axiológicas, ou seja, diferenças de valor. Crime anão: contravenções penais. Crime anão crescido1: contravenções penais com pena máxima superior a dois anos de prisão simples. DIFERENÇAS ENTRE O CRIME E A CONTRAVENÇÃO PENAL CRIME CONTRAVENÇÃO Pena: reclusão/detenção Pena: prisão simples/multa Ação penal pública incondicionada, ação penal pública condicionada (representação/requisição), ação penal privada. Ação penal pública incondicionada. 1 Biffe Junior, João Concursos públicos : terminologias e teorias inusitadas / João Biffe Junior, Joaquim Leitão Junior. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017, pag 59. 2 Tentativa, em regra, punível. Tentativa não é punível. Admite extraterritorialidade da lei penal Não admite extraterritorialidade. Pode ser julgado pela Justiça Estadual ou Federal. Só é julgado pela Justiça Estadual. Duração da pena não pode ser superior a 40 anos. Duração da pena não pode ser superior a 5 anos. Sursis: prazo de 2 a 4 anos, ou, excepcionalmente, 4 a 6 anos. Sursis: prazo de 1 a 3 anos. Cabimento de prisão preventiva e temporária: Conforme aponta o professor Rogério Sanches: A prisão preventiva não pode ser imposta pela prática de contravenção penal por interpretação do artigo 313 do Código de Processo Penal. Esta medida cautelar restringe-se à prática de crime. A prisão temporária, por sua vez, somente pode ser aplicada às infrações penais listadas em rol taxativo previsto no artigo 1°, III, da Lei n° 7.960/89, rol no qual não se incluiu qualquer contravenção penal (CUNHA, 2020, p. 201). Observações2 Súmula 38-STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. E se a contravenção penal for conexa com crime federal? Haverá a cisão dos processos, de forma que o crime será julgado pela Justiça Federal e a contravenção pela Justiça Estadual (STJ. CC 20454/RO, j. em 13.12.1999). exceção na qual a Justiça Federal julgaria contravenção penal: contravenção penal praticada por pessoa com foro privativo no Tribunal Regional Federal. SUJEITOS DO CRIME SUJEITO ATIVO: é aquele que pratica a infração. Poderá ser qualquer pessoa física capaz e com 18 anos. Pessoa jurídica pode ser sujeito ativo de infração penal? A Constituição Federal, em seu art. 225, §3º, prevê um mandado de criminalização que parece incluir a pessoa jurídica como sendo responsável pela prática de crime ambiental. A par disso, temos a Lei 9.605/98 (lei de crimes ambientais), que expressamente prevê a responsabilização penal da pessoa jurídica. Correntes doutrinárias quanto à possibilidade de pessoa jurídica praticar infração penal: 1ªC A CF/88 não previu a responsabilidade penal da pessoa jurídica, mas apenas sua responsabilidade administrativa. Adotam essa corrente: Miguel Reale Jr., Cézar Roberto Bitencourt, José Cretela Jr. 2 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 38-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2227d753dc18505031869d44673728e2> 3 2ªC A ideia de responsabilidade da pessoa jurídica é incompatível com a teoria do crime adotada no Brasil. É a posição majoritária na doutrina Conforme explica Silvio Maciel, esta segunda corrente baseia-se na Teoria da ficção jurídica, de Savigny, segundo a qual as pessoas jurídicas são puras abstrações, desprovidas de consciência e vontade (societas delinquere non potest). Logo, “são desprovidas de consciência, vontade e finalidade e, portanto, não podem praticar condutas tipicamente humanas, como as condutas criminosas.” (Meio Ambiente. Lei 9.605, 12.02.1998. In: GOMES, Luiz Flávio; CUNHA, Rogério Sanches (Coord.). Legislação Criminal Especial. São Paulo: RT, 2009, p. 691). · As pessoas jurídicas não podem ser responsabilizadas criminalmente porque não têm capacidade de conduta (não têm dolo ou culpa) nem agem com culpabilidade (não têm imputabilidade nem potencial consciência da ilicitude). · Além disso, “é inútil a aplicação de pena às pessoas jurídicas. As penastêm por finalidades prevenir crimes e reeducar o infrator (prevenção geral e especial, positiva e negativa), impossíveis de serem alcançadas em relação às pessoas jurídicas, que são entes fictícios, incapazes de assimilar tais efeitos da sanção penal.” (idem, p. 692). · Adotam essa corrente: Pierangelli, Zafaroni, René Ariel Dotti, Luiz Regis Prado, Alberto Silva Franco, Fernando da Costa Tourinho Filho, Roberto Delmanto, LFG, entre outros. 3ªC É plenamente possível a responsabilização penal da pessoa jurídica no caso de crimes ambientais porque assim determinou o § 3º do art. 225 da CF/88. A pessoa jurídica pode ser punida penalmente por crimes ambientais ainda que não haja responsabilização de pessoas físicas. É a posição do STF e do STJ. Não mais se adota a TEORIA DA dupla imputação. 4ªC É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica, desde que em conjunto com uma pessoa física. Era a antiga posição da jurisprudência. Posição de Édis Milaré. 1. O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação. 3. Condicionar a aplicação do art. 225, §3º, da Carta Política a uma concreta imputação também a pessoa física implica indevida restrição da norma constitucional, expressa a intenção do constituinte originário não apenas de ampliar o alcance das sanções penais, mas também de evitar a impunidade pelos crimes ambientais frente às imensas dificuldades de individualização dos responsáveis internamente às corporações, além de reforçar a tutela do bem jurídico ambiental. STF. 1ª Turma. RE 548181/PR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 6/8/2013 (Info 714). Pessoa jurídica dissolvida durante a apuração ou o processo criminal: Conforme Rogério Sanches3, a maioria da doutrina entende não existir óbice à continuidade da apuração ou do processo, nem mesmo à aplicação da pena se for constatada a prática de um crime e à pessoa jurídica for dissolvida nesse momento, desde que isso ocorra antes da liquidação. Pessoa jurídica de Direito Público pode ser responsabilizada penalmente por delito ambiental? 3 SANCHES (2020), pag. 206. 4 1ª corrente: Não pode (MAJORITÁRIA). A pessoa jurídica de direito público não pode receber o mesmo tratamento dos demais entes. A punição criminal da pessoa jurídica de direito público é inadequada, pois não age no interesse próprio, mas da sociedade. A sua punição significa o Estado punindo a si mesmo. 2ª corrente: Pode. A Constituição e a Lei de crimes ambientais não excepcionam a pessoa jurídica de direito público. Não se pode cobrir a pessoa jurídica de direito público com o manto da impunidade. CLASSIFICAÇÃO DO CRIME QUANTO AO SUJEITO ATIVO a) COMUM: o tipo penal não exige qualidade ou condição especial do agente. Exemplo: homicídio. b) PRÓPRIO: o tipo penal exige qualidade ou condição especial do agente Exemplo: peculato. c) DE MÃO PRÓPRIA / DE CONDUTA INFUNGÍVEL: o tipo penal exige qualidade ou condição especial do agente e que a execução do crime somente pode ser praticado por ele. Exemplo: falso testemunho; falsa perícia. SUJEITO PASSIVO: pessoa ou ente que sofre as consequências da infração penal. Pode ser pessoa física ou jurídica ou mesmo ente indeterminado destituído de personalidade jurídica, a exemplo da família ou coletividade. Segundo Sanches (2020, pag. 202/203), “Vítima e sujeito passivo não se confundem porque vítima compreende uma definição mais abrangente que engloba tanto situações nas quais existe crime quanto aquelas nas quais não há crime nenhum. Mas, havendo o crime, tem-se que sujeito passivo e vítima se reúnem na mesma pessoa.” VITIMIZAÇÃO (Marvin Wolfgang)4 VITIMIZAÇÃO primária: “decorre direta e imediatamente da prática delitiva. Ex.: a pessoa que sofre uma lesão corporal”. VITIMIZAÇÃO secundária: “é o produto da equação que envolve as vítimas primárias e o Estado em face do exercício do controle formal. Em outras palavras, é o ônus que recai na vítima em decorrência da operação estatal para apuração e punição do crime. Ex.: além de sofrer as consequências diretas da conduta (vitimização primária), uma pessoa que é lesionada deverá seguir a uma delegacia de polícia, aguardar para ser atendida, passar por um exame de corpo de delito, prestar depoimento em juízo, enfim, estará à disposição do Estado para que o autor do crime seja punido”. VITIMIZAÇÃO terciaria: “é a provocada pelo meio social, normalmente em decorrência da estigmatização trazida pelo tipo de crime. Exemplo clássico é a vítima de crimes contra a dignidade 4 https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2017/10/22/o-que-se-entende-por-vitimizacao-primaria-vitimizacao-secundaria-e-vitimizaca o-terciaria/ 5 sexual, que, além de suportar o crime, sofre o preconceito de outras pessoas, que não a aceitam como anteriormente”. CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO: a) Sujeito passivo constate/mediato/forma/geral/genérico: é o Estado, interessado na manutenção da paz pública e da ordem social. b) Sujeito passivo eventual/imediato/material/particular/acidental: É o titular do interesse penalmente protegido. c) Sujeito passivo comum: A lei não exige qualidade ou condição especial. Exemplo: homicídio. d) Sujeito passivo próprio: A lei exige qualidade ou condição especial. Exemplo: estupro de vulnerável. CRIME DE DUPLA SUBJETIVIDADE PASSIVA: é aquele que tem obrigatoriamente pluralidade de vítimas. Exemplo: violação de correspondência. Morto pode ser sujeito passivo de crime? Não sendo titular de direito, não é sujeito passivo de crime. Animais podem ser sujeito passivo de crime? Não são vítimas de crime, mas podem aparecer como objetos materiais do crime. ATENÇÃO: Lei Sanção (Lei 14.064/2020)5 Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Posição tradicional (antropocêntrica): afirma que o sujeito passivo é a sociedade. Posição moderna: sustenta que a vítima é o próprio animal, que não mais poderia ser considerado como mero “objeto de direitos”, sendo também “sujeito de direitos”. A pessoa física pode ser, ao mesmo tempo, sujeito ativo e passivo? Entende-se que não. Por conta do princípio da alteridade, não pode figurar como os dois sujeitos ao mesmo tempo, pois o direito penal não pune a autolesão. ATENÇÃO: Rogério Greco entende que a rixa é uma exceção neste caso. OBJETO DO CRIME OBJETO MATERIAL: é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. Cuidado, pois não se confunde com o sujeito passivo. 5 https://www.dizerodireito.com.br/2020/09/lei-140642020-aumenta-pena-do-crime-de.html 6 Nem todo tipo penal tem objeto material, a exemplo de crimes de mera conduta, como o ato obsceno. ATENÇÃO: a ausência ou impropriedade do objeto material nos crimes que são indispensáveis gera o chamado “delito impossível”. OBJETO JURÍDICO: trata-se do bem jurídico tutelado, como a vida, a propriedade, a dignidade sexual etc. Alguns tipos penais protegem mais de um bem jurídico (crimes pluriofensivos). É possível crime sem objeto material, mas não é possível crime sem objeto jurídico. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES6 CRIME SIMPLES É o tipo penal básico, sem conter circunstância que modifique a pena CRIME QUALIFICADO O tipo possui circunstância que torna a pena mais elevada do que a do tipo básico CRIME PRIVILEGIADO Possui circunstância que torna a pena menos grave do que a do tipo básico CRIME COMUM Não exige qualidade especial do agente CRIME PRÓPRIO O tipo exige qualidade especial do agente CRIME DE MÃO PRÓPRIA Qualidade especial + pessoalidade CRIME MILITAR PRÓPRIO Previsto apenas no CPM CRIME MILITAR IMPRÓPRIO Mesma figura típica prevista no CPM e no CP ou legislação especial CRIME INSTANTÂNEO ou de estado Consumação imediata CRIME PERMANENTE Consumação se protrai no tempoCRIME necessariamente permanente: Para poder ser considerado consumado, é necessário que se prolongue no tempo. CRIME eventualmente permanente: São instantâneos em regra, mas a ilicitude pode ser prorrogada por vontade do agente CRIME INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES Consumação imediata, mas o resultado se prolonga no tempo independentemente da vontade do agente. Exemplo: bigamia CRIME A PRAZO A sua consumação exige a fluência de determinado período. Exemplo: lesão corporal de natureza grave em decorrência da incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias). 6 MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120), V.1. 14ª ed. Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2020, p.173 e ss. 7 CRIME HABITUAL Reiteração de atos reveladores de um modo de vida do agente. 1 ato – atípico 2 ou mais atos – típico Crime habitual próprio: É aquele que somente se consuma com a prática reiterada e uniforme de vários atos que revelam um criminoso estilo de vida do agente. Cada ato, isoladamente considerado, é atípico. Com efeito, se cada ato fosse típico, restaria configurado o crime continuado. Crime habitual impróprio (acidentalmente habitual): Uma só ação tem relevância para configurar o tipo, ainda quea sua reiteração não configure pluralidade de crimes (MASSON, 2020, p. 185) CRIME COMISSIVO ou de ação Crimes praticados mediante uma conduta positiva, um fazer. Tipo descreve uma ação proibida. A norma penal é proibitiva. CRIME OMISSIVO ou de omissão Aqueles cometidos por meio de uma conduta negativa, ou seja, de uma não fazer CRIME OMISSIVO PRÓPRIO / puro: Não há previsão legal do dever jurídico de agir, de forma que o crime pode ser praticado por qualquer pessoa que se encontre na posição indicada pelo tipo penal. Nesses casos, o omitente não responde pelo resultado naturalístico eventualmente produzido, mas somente pela sua omissão (MASSON, 2020, p. 178). O exemplo clássico é o crime omissão de socorro. CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO / COMISSIVO POR OMISSÃO / espúrios: O tipo penal aloja em sua descrição uma ação, uma conduta positiva, mas a omissão do agente, que descumpre seu dever jurídico de agir, acarreta a produção do resultado naturalístico e a sua consequente responsabilização penal (MASSON, 2020, p. 179). São espécies de crimes próprios, pois só podem ser praticados por aqueles que possuem o dever de agir. São crimes que admitem a tentativa. CRIME OMISSIVO por comissão: Segundo Cleber Masson, nestes crimes há uma ação provocadora da omissão. Masson coloca o seguinte exemplo: funcionário superior que impede que uma funcionária subalterna, com problemas de saúde, seja socorrida, e ela vem a falecer. CRIME OMISSIVO quase IMPRÓPRIO: A omissão não produz uma lesão ao bem jurídico, mas apenas um perigo. O direito brasileiro ignora essa classificação. CRIME DE CONDUTA MISTA O tipo prevê dois comportamentos. Exemplo: apropriação de coisa achada (primeiro há o ato de achar e se apropriar e depois o ato de deixar de restituir ao dono). CRIME DE FORMA LIVRE Admite qualquer meio de execução; 8 CRIME DE FORMA VINCULADA Apenas podem ser executados pelos meios indicados no tipo (exemplo:perigo de contágio venéreo). CRIME MONOSSUBJETIVO / UNISSUBJETIVO / UNILATERAIS / DE CONCURSO EVENTUAl Tipo exige apenas um agente realizando conduta típica, mas pode haver concurso de pessoas. CRIME PLURISSUBJETIVO / PLURILATERAIS / DE CONCURSO NECESSÁRIO Tipo exige dois ou mais agentes para a configuração do crime. bilaterais ou de encontro: Exige dois agentes, cujas condutas tendem a se encontrar (exemplo: bigamia); coletivos ou de convergência: 3 ou mais agentes. Divide-se ainda em: de condutas contrapostas: agentes atuam uns contra os outros. Exemplo: Rixa. de condutas paralelas: os agentes se auxiliam, mutuamente, com o objetivo de produzirem o mesmo resultado. CRIME EVENTUALMENTE COLETIVO Possuem caráter unilateral, mas a diversidade de agentes atua como causa de majoração de pena. CRIME UNISSUBSISTENTE Consuma-se com a prática de apenas 1 ato. CRIME PLURISSUBSISTENTE Consuma-se com a prática de 1 ou vários atos CRIME CONSUMADO Reúne todos os elementos da definição legal. CRIME TENTADO Iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. CRIME EXAURIDO Aquele em que o agente já terminou de consumar o crime, mas, mesmo assim, continua a agredir o bem jurídico. Não temos novo crime. Consequência mais lesiva após a consumação. CRIME DE AÇÃO ÚNICA O tipo prevê apenas uma forma de conduta. CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA O tipo prevê várias formas de conduta. A ação múltipla pode ser de ação alternativa ou cumulativa. CRIME MATERIAL Necessário resultado naturalístico. CRIME FORMAL / Consumação Antecipada Possível a realização do resultado naturalístico, mas não exige a realização deste. CRIME DE MERA CONDUTA Não ocorre nenhum resultado naturalístico. CRIME DE DANO ou de lesão Sua consumação somente se produz com a efetiva lesão do bem jurídico. 9 CRIME DE PERIGO Consuma-se com a possibilidade de lesão ao bem jurídico. Perigo abstrato / presumido / de simples desobediência: Consuma-se automaticamente com a prática da conduta. Há presunção absoluta de perigo ao bem jurídico; Perigo concreto: consuma-se com a efetiva comprovação da ocorrência da situação de perigo. Perigo individual: atinge apenas uma pessoa ou um número determinado de pessoas; Perigo comum ou coletivo: atinge um número indeterminado de pessoas; Perigo atual: O perigo está ocorrendo; Perigo iminente: O perigo está prestes a ocorrer; Perigo futuro / mediato: A situação de perigo se projeta para o futuro, como no porte ilegal de arma de fogo. Temos aqui os tipos penais preventivos. CRIME COMPLEXO EM SENTIDO ESTRITO / COMPLEXO PURO Reunião de condutas típicas distintas. Exemplo: roubo = furto + ameaça ou lesão corporal; extorsão mediante sequestro = sequestro + extorsão CRIME COMPLEXO EM SENTIDO AMPLO / COMPLEXO IMPURO7 “Designa o tipo penal formado pela soma de um crime com um comportamento que, isolado, seria penalmente irrelevante. Usualmente se utiliza a denunciação caluniosa como exemplo dessa espécie de crime, pois, no caso, une-se o crime de calúnia com a comunicação, à autoridade, da prática de uma infração penal, dando causa à instauração de procedimento investigatório, o que, por si, é lícito”. CRIMES FAMULATIVOS8 “São os crimes individualmente considerados no crime complexo, que compõem a sua estrutura.” CRIME MONO-OFENSIVO O tipo protege apenas 1 bem jurídico. CRIME PLURIOFENSIVO O tipo protege mais de 1 bem jurídico. CRIME VAGO Sujeito passivo é entidade sem personalidade jurídica (vítima indeterminada). CRIME FUNCIONAL PRÓPRIO Condição de funcionário público é essencial para a configuração do delito, de forma que, sem ela, não há outro delito. CRIME FUNCIONAL A ausência de condição de funcionário público desclassifica a infração. 8 https://www.institutoformula.com.br/resumo-esquematizado-direito-penal-o-que-e-crime-famulativo/ 7 https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/03/11/certo-ou-errado-o-crime-complexo-pode-se-lo-em-s entido-estrito-ou-em-sentido-amplo/ 10 IMPRÓPRIO CRIME TRANSEUNTE / de fato transitório Não deixa vestígios materiais. CRIME NÃO TRANSEUNTE / /de fato permanente Deixa vestígios materiais. CRIME CONDICIONADO Para a instauração da persecução penal é exigível uma condição objetiva de punibilidade. CRIME INCONDICIONADO O início da persecução é livre. Trata-se da regra geral do nosso ordenamento. CRIME DE ATENTADO OU DE EMPREENDIMENTO Prevê a tentativa como forma de realização do crime. CRIME PRINCIPAL Possui existência autônoma, ou seja não depende da prática de outro anteriormente. CRIME ACESSÓRIO / de fusão / parasitário / crime ameba Depende da existência de outro crime. OBS: A extinção da punibilidade do crime principal não se estende ao crime acessório. CRIME SUBSIDIÁRIO É aquele que só se aplica se não houver a incidência de um tipo mais grave. CRIME INDEPENDENTE Não apresentamnenhuma ligação com outros. CRIME CONEXO estão interligados. A conexão pode ser penal ou processual. Vejamos a conexão penal/material: Conexão teleológica ou ideológica: aqui o crime é praticado para assegurar a execução de outro. Funciona como qualificadora do homicídio e como agravantes genéricas nos demais delitos. Conexão consequencial ou causal: visa assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem de outro. Funciona como qualificadora do homicídio e como agravantes genéricas nos demais delitos. Conexão ocasional: é praticado como consequência da ocasião, ou seja, da oportunidade que outro crime proporciona ao agente. CRIME DE ÍMPETO Pratica o crime sem que tenha premeditado, em momento de emoção. CRIME DE OPINIÃO / PALAVRA Abuso da manifestação do pensamento. CRIME DE HERMENÊUTICA / INTERPRETAÇÃO A pessoa interpreta de forma equivocada e emite uma manifestação falsa. OBS: não comete crime de interpretação o magistrado ao interpretar mal a norma e decidir erroneamente. 11 CRIME DE TENDÊNCIA INTERNA TRANSCENDENTE / DELITO DE INTENÇÃO O agente quer e persegue um resultado que não necessita ser alcançado para a consumação, a exemplo da extorsão mediante sequestro. CRIME DE RESULTADO CORTADO / ANTECIPADO Ocorre quando o agente pratica uma conduta com a intenção de causar certo resultado, mas o tipo não prevê a sua produção para a consumação do crime. O resultado depende de ato de terceiro e não do agente. CRIME MUTILADO DE DOIS ATOS / tipos imperfeitos de dois atos O agente pratica uma conduta com a intenção de futuramente praticar outra conduta distinta, mas o tipo não prevê a prática desta segunda conduta para a consumação do crime. O ato posterior será praticado pelo próprio agente e não por terceiro. CRIME DE TENDÊNCIA INTENSIFICADA / DELITOS DE TENDÊNCIA Necessário verificar o ânimo do agente para a realização do delito. A tendência efetiva do autor delimita a ação típica, ou seja, a tipicidade pode ou não ocorrer em razão da atitude pessoal e interna do agente. Exemplos: toque do ginecologista na realização do diagnóstico, que pode configurar mero agir profissional ou então algum crime de natureza sexual, dependendo da tendência (libidinosa ou não), bem como as palavras dirigidas contra alguém, que podem ou não caracterizar o crime de injúria em razão da intenção de ofender a honra ou de apenas criticar ou brincar (MASSON, 2020, p. 186). CRIMES DE ACUMULAÇÃO / CRIMES CUMULATIVOS Certos tipos penais tutelam bens jurídicos supraindividuais. Em alguns casos somente se constatará a lesão ao bem jurídico se levarmos em consideração não somente a conduta de um agente, mas o acúmulo dos resultados de várias condutas. Por isso é punida uma conduta isolada, mesmo que sem lesividade aparente. CRIME DE TRANSGRESSÃO São os tipos penais que se realizam com a mera desobediência de uma norma. O legislador presume a lesão ao bem jurídico. CRIME À DISTÂNCIA / DE ESPAÇO MÁXIMO Conduta praticada em um país e o resultado ocorre em outro. CRIME PLURILOCAL Conduta em uma comarca e o resultado em outra. CRIME EM TRÂNSITO OU EM CIRCULAÇÃO Crime que envolve mais de dois países. CRIME DE CIRCULAÇÃO É o praticado com o emprego de veículo automotor. CRIME DE ALUCINAÇÃO É hipótese de delito putativo por erro de proibição (erro de proibição invertido). O agente pratica um fato que entende ser criminoso, mas, como não existe norma de proibição (incriminadora), pratica uma conduta típica. 12 CRIME PUTATIVO / IMAGINÁRIO OU ERRONEAMENTE SUPOSTO É o crime em que o sujeito acredita que praticou um crime, mas cometeu um simples indiferente penal. CRIME DE ENSAIO / DELITO DE LABORATÓRIO / CRIME PUTATIVO POR OBRA DO AGENTE PROVOCADOR É o crime impossível na hipótese de flagrante preparado ou provocado. CRIMES ABERRANTES São as hipóteses de erro na execução, resultado diverso do pretendido e aberractio causae. CRIMES INFAMANTES Revelam depravação moral, desonra ou desonestidade de quem os pratica. CRIMES POLÍTICO Pune-se uma conduta que causa um dano ou perigo de dano a bem jurídico de interesse da segurança. Próprio: tutela interesse do Estado. Impróprio: além de tutelar interesse do Estado, protege bens jurídicos individuais. CRIME NATURAL São aquelas condutas que sempre foram consideradas como crimes independentemente do momento histórico ou do ordenamento jurídico observado. CRIME DE PLÁSTICO9 Correspondentes as condutas que só são consideradas como relevantes para fins de tipificação penal em um delimitado momento histórico e a luz das peculiaridades de determinadas sociedades. São condutas que normalmente não era objeto de tipificação do ordenamento jurídico mas que passam a ser consideradas como crimes como forma de promover a tutela de uma situação específica ou de dar uma resposta para a coletividade. Exemplo: invasão de dispositivo informático alheio, tipificado ao teor do artigo 154-A do CP, que passou a ser considerado crime após a repercussão social de fatos ocorridos com uma conhecida atriz de televisão CRIME VAZIO Na verdade é modalidade específica de delitos plásticos, todavia caracterizada pela ausência de proteção a qualquer bem jurídico. Não é toda doutrina que aceita essa classificação, mas para aqueles que aceitam, temos como exemplo o crime de embriaguez ao volante quando o motorista está em via pública deserta e sem colocar outra pessoa além dele próprio em risco. CRIME DE MÍNIMO POTENCIAL Não comportam a pena privativa de liberdade, a exemplo da posse de drogas para consumo. CRIME DE MENOR POTENCIAL São aqueles crimes cuja pena privativa de liberdade prevista na lei não 9 https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/artigos/263553377/crime-de-plastico-x-crimes-naturais 13 ultrapassa dois anos, cumulada ou não com a multa. Também se inclui aqui as contravenções. CRIME DE MÉDIO POTENCIAL A pena mínima não ultrapassa um ano, independentemente do máximo da pena privativa de liberdade que seja cominada. CRIME DE ELEVADO POTENCIAL Possui pena mínima superior a um ano e pena máxima acima de dois. CRIME DE MÁXIMO POTENCIAL São aqueles crimes que são tratados de forma diferenciada pela Constituição Federal. São exemplos: crimes hediondos e equiparados. CRIME GRATUITO É aquele crime praticado sem nenhum motivo conhecido. Todavia, vale lembrar que a jurisprudência entende que a ausência de motivo conhecido não deve ser equiparada ao motivo fútil. CRIME PROFISSIONAL É o crime habitual quando cometido com finalidade lucrativa . CRIME DE EXPRESSÃO Caracteriza-se pela existência de um processo intelectivo interno do autor. Exemplo: falso testemunho (CP, art. 342), no qual a conduta tipificada não se funda na veracidade ou na falsidade objetiva da informação, mas na desconformidade entre a informação e a convicção pessoal do seu autor (MASSON, 2020, p. 186). CRIME DE AÇÃO ASTUCIOSA É o crime praticado por meio de fraude, engodo. CRIME FALHO É como a doutrina chama a tentativa perfeita. CRIME OBSTÁCULO São atos preparatórios tipificados como crimes autônomos pelo legislador. CRIME PROGRESSIVO Segundo Masson, “o agente, pretendendo desde o início produzir o resultado mais grave, pratica sucessivas violações ao bem jurídico. Com a adoção do princípio da consunção para solução do conflito aparente de leis penais, o crime mais grave absorve o menos grave. Exemplo: relação entre homicídio e lesão corporal”. (MASSON, 2020, p. 188). ATENÇÃO: Não confundir com a progressão criminosa: ocorre mudança no DOLO do agente, que de início pratica um crime menos grave, mas, depois de alcançar a consumação, decide prosseguir e praticar crime mais grave. CRIMES PARCELARES São os crimes que compõem a continuidade delitiva, quando presentes dos requisitos do art. 71, caput, do CP. CRIMES DE RUA São aqueles praticados por pessoas de classes sociais desfavorecidas. CRIMES DO COLARINHO BRANCO São cometidos por aqueles que gozam e abusam da elevada condição econômica. Nesses crimes socioeconômicos, surgem as “cifras douradas do Direito Penal”, indicativasda diferença apresentada entre a criminalidade real e a criminalidade conhecida e enfrentada pelo Estado. Raramente existem 14 registros envolvendo delitos dessa natureza, inviabilizando a persecução penal e acarretando a impunidade das pessoas privilegiadas no âmbito econômico (MASSON, 2020, p. 191). CRIMES DO COLARINHO AZUL São os crimes de rua. Cleber Masson nos lembrar que “colarinho azul” se refere à cor dos macacões utilizados pelos operários norte-americanos da década de 1940. CRIMES DO COLARINHO VERMELHO10 Crimes de colarinho branco praticados em países que adotaram o regime socialista. No entanto, também utilizam para se referir à criminalidade associada a organizações de extrema-esquerda. CRIMES DO COLARINHO AMARELO10 Crimes praticados por funcionários públicos que não chegam ao conhecimento dos órgãos estatais devido ao temor de represálias. Ex.: abuso de autoridade, tortura, corrupção passiva e concussão. CRIMES DO COLARINHO VERDE10 Crimes contra o meio ambiente. CRIMES DO COLARINHO ROSA10 Crimes de homofobia. CRIMES DE CATÁLOGO Segundo Cleber Masson, está relacionada com as infrações penais que permitem a interceptação telefônica, para fins de investigação ou instrução processual. CRIMES DE OLVIDO (“OLVIDAR, ESQUECER”) São também conhecidos como delitos de esquecimento. Trata-se de modalidade de crime omissivo impróprio caracterizado pela natureza culposa (culpa inconsciente). Cleber Masson aponta o seguinte exemplo: O pai estaciona seu automóvel em via pública, em um dia de muito calor, e dirige-se ao supermercado, porém esquece seu filho de tenra idade no interior do veículo. Como o genitor demora a retornar, a criança acaba falecendo em consequência da insolação e da asfixia a que foi submetida. CRIME DE CONDUTA INFUNGÍVEL11 Crime de mão-própria, também conhecido como crime de atuação pessoal ou de conduta infungível, é aquele que exige uma qualidade especial do sujeito ativo, ou seja, somente podem ser praticados pelo sujeito expressamente previsto pelo tipo penal incriminador. Ex.: falso testemunho (art. 342 do CP). 11 Biffe Junior, João Concursos públicos : terminologias e teorias inusitadas / João Biffe Junior, Joaquim Leitão Junior. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017, pag. 54 10 Biffe Junior, João Concursos públicos : terminologias e teorias inusitadas / João Biffe Junior, Joaquim Leitão Junior. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017, pag. 41. 15 CRIMES COM SUJEITO PASSIVO EM MASSA12 É aquele praticado contra sujeitos indeterminados, sendo também conhecidos como crimes vagos, uma vez que possuem como vítima um ente destituído de personalidade jurídica. CRIME ANÃO Contravenções penais. CRIME ANÃO CRESCIDO13 Contravenções penais com pena máxima superior a dois anos de prisão simples. CRIME JABUTICABA14 “a exemplo do crime de tortura, é aquele que, como a própria fruta, só se encontra como tal no Brasil. Embora os tratados internacionais e demais ordenamentos tratem do crime de tortura como sendo ele um crime próprio, que exige alguma característica especial do agente, apenas no Brasil o crime de tortura é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Dessa forma, tal característica, exclusivamente brasileira, lhe rendeu o apelido de tal fruta nativa.” 14 https://www.facebook.com/metodoVIPJUS/photos/crime-jabuticaba-a-exemplo-do-crime-de-tortura-%C3%A9-aquele-que-como-a-pr%C3% B3pria-fruta/1334776726635251/ 13 Biffe Junior, João Concursos públicos : terminologias e teorias inusitadas / João Biffe Junior, Joaquim Leitão Junior. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017, pag 59. 12 Biffe Junior, João Concursos públicos : terminologias e teorias inusitadas / João Biffe Junior, Joaquim Leitão Junior. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017, pag. 58 16