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EXMO. SR.(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA Vara da Fazenda Pública do Município de Macaubal Processo nº XXXXXXXXXXXXXX Embargante: Márcia Embargante: residente e domiciliada na XXXXXX Advogada: XXXXX – OAB/XXX EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL MÁRCIA, brasileira, agricultora, portadora do CPF nº XXXXXXXX, residente e domiciliada na XXXXXX, por intermédio de sua advogada, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar seus EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL pelas razões de fato e de direito que passa a expor: 1. Dos Fatos 1.1. A Embargante adquiriu judicialmente, em 10.02.2012, um imóvel localizado no município de Macaubal, pelo valor de R$ 150.000,00, conforme consta nos autos do processo de arrematação. 1.2. O Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis ITBI foi devidamente recolhido com base no valor da arrematação em Juízo, conforme determinado pela legislação aplicável. 1.3. A Embargante utiliza o imóvel para sua atividade agrícola e pecuária, sendo que o mesmo está localizado em área definida como zona urbana pelo Município de Macaubal. 1.4. Em 10.12.2013, a Embargante recebeu notificação fiscal exigindo diferença no valor do ITBI pago, alegando que o tributo deveria ser calculado com base no valor de avaliação judicial realizada no processo de arrematação de R$ 350.000,00. 1.5. A Embargante não reconhece a legitimidade da cobrança adicional, pois o recolhimento do ITBI foi realizado de acordo com a legislação vigente, utilizando-se do valor da arrematação judicial como base de cálculo. 1.6. Além disso, a Embargante nunca foi notificada a respeito de débitos de IPTU referentes aos anos de 2012 e 2013, conforme alegado pelo Município. 2. Do Direito 2.1. O valor do ITBI foi recolhido em conformidade com a legislação aplicável, utilizando-se do valor da arrematação judicial como base de cálculo, conforme previsto na Lei art. 38 do CTN. Não há previsão legal que justifique o recálculo do ITBI com base no valor de avaliação judicial. Inclusive, este é o entendimento exarado pelo STJ. Assim sendo, o imposto efetivamente devido já foi quitado, não podendo falar em cobrança de valor residual do imposto, por ser considerada ilegal. 2.3. Quanto à cobrança do IPTU, ainda que o imóvel esteja localizado em zona urbana, há a exceção prevista no art. 15 do DL nº 57/1966, que versa: “o disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agro-industrial, incidindo assim, sobre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo cobrados.” Desta forma, não há falar em cobrança de um imposto municipal quando se incide sobre a propriedade um imposto federal. Por fim, conclui-se pela impossibilidade de continuidade da execução fiscal em curso, uma vez que os seus dois objetos (ITBI e IPTU) não possuem fundamentos legais que validem suas cobranças. 3. Dos Pedidos Diante do exposto, requer: 3.1. Citação da parte-ré para, caso queira, oferecer impugnação; 3.2. Deferimento de todos os meios de provas admitidas em direito para demonstrar a verdade alegada nos fatos; 3.2 Procedência do pedido para cancelamento a inscrição em dívida ativa, face à inexistência de ITBI devido, bem como extinção da execução fiscal de cobrança do ITBI e do IPTU; 3.3 Seja a parte-ré condenada ao pagamento de honorários advocatícios e verbas sucumbenciais. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. Atribui-se à presente causa o valor de R$ [valor correspondente ao total do ITBI e IPTU cobrados na execução fiscal], que corresponde ao montante da dívida exigida pelo Município de Macaubal. Termos em que, Pede deferimento. [Local] [Data] [Assinatura] [Nome da Advogada] OAB/[Número da OAB]