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<p>FITOTERAPIA</p><p>APLICADA AO</p><p>EXERCÍCIO</p><p>APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 4</p><p>1. CONCEITOS EM FITOTERAPIA 7</p><p>Fitoterapia: Um breve histórico 7</p><p>O que é fitoterapia? 7</p><p>O que é fitoterápico? 8</p><p>O que são medicamentos fitoterápicos? 8</p><p>O que é princípio ativo? 8</p><p>Onde estão os princípios ativos? 8</p><p>Quais são os principais princípios bioativos de uma</p><p>planta? 9</p><p>Quais são as principais alegações de saúde dos</p><p>fitoterápicos? 9</p><p>Metabolismo primário e secundário de plantas 10</p><p>Considerações finais 11</p><p>2. LEGISLAÇÃO EM FITOTERAPIA 13</p><p>Resolução RDC 26/2014 da ANVISA 13</p><p>Resolução RDC 10/2010 da ANVISA 16</p><p>3. FITOTERAPIA NO CONTEXTO DO EXERCÍCIO FÍSICO 25</p><p>Composição corporal 25</p><p>Camellia sinensis (chá verde) 26</p><p>Zingiber officinale (gengibre) 27</p><p>Citrus aurantium (laranja-amarga) 28</p><p>Capsicum annuum (pimenta) 28</p><p>Tribulus terrestres (tribulus) 29</p><p>Desempenho físico 29</p><p>Tribulus terrestres (tribulus) 29</p><p>Ginseng 30</p><p>Paullinia cupana (guaraná) 30</p><p>Camellia sinensis (chá verde) 31</p><p>3</p><p>Lesão muscular 31</p><p>Curcuma longa 32</p><p>Zingiber officinale (gengibre) 32</p><p>Considerações finais 33</p><p>4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35</p><p>4</p><p>4</p><p>12.</p><p>APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA</p><p>Ementa da disciplina:</p><p>A disciplina aborda conceitos básicos acerca da ciência dos fitoterápicos,</p><p>bem como apresenta as legislações que regulamentam o uso deste recurso. Não</p><p>obstante, é abordada a fitoterapia no contexto do exercício físico. As</p><p>informações apresentadas são baseadas em evidências científicas e nas</p><p>recomendações de órgãos renomados na área da saúde e da nutrição.</p><p>Objetivo da disciplina:</p><p>Discutir, com base em evidências científicas, sobre a fitoterapia aplicada</p><p>ao exercício físico.</p><p>Objetivos específicos:</p><p> Apresentar os conceitos básicos acerca da ciência da fitoterapia.</p><p> Discutir sobre as legislações que regulamentam o uso de fitoterápicos.</p><p> Apresentar a fitoterapia no contexto do exercício físico.</p><p>Habilidades e competências a serem alcançadas:</p><p>5</p><p>4.</p><p> Compreender conceitos básicos, bem como as legislações que</p><p>regulamentam o uso de fitoterápicos.</p><p> Compreender o uso de fitoterápicos no contexto do exercício físico.</p><p>Bibliografia básica da disciplina:</p><p>Costa, E.A. Nutrição & Fitoterapia. Tratamento alternativo através</p><p>das plantas. 2ª Ed. Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 2012.</p><p>Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução - RDC</p><p>Nº 10, de 9 de março de 2010.</p><p>Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução - RDC</p><p>Nº 26, de 13 de maio de 2014.</p><p>Sellami, M. et al. Herbal medicine for sports: a review. J Int Soc Sports</p><p>Nutr. 2018; 15: 14.</p><p>6</p><p>7</p><p>7</p><p>1. CONCEITOS EM FITOTERAPIA</p><p>A fitoterapia está longe de ser</p><p>uma ciência recente, no entanto,</p><p>nunca se falou tanto sobre</p><p>estratégias fitoterápicas nos mais</p><p>diversos contextos, como no âmbito</p><p>esportivo. Nesse sentido, é</p><p>indispensável que os profissionais</p><p>de saúde compreendam conceitos</p><p>básicos acerca da ciência da</p><p>fitoterapia, conteúdo que nem</p><p>sempre é ministrado em cursos de</p><p>graduação, como no bacharelado em</p><p>Nutrição, por exemplo. Assim, é</p><p>objetivo desta primeira seção expor</p><p>conceitos básicos comuns em</p><p>fitoterapia.</p><p>Fitoterapia: Um breve histórico</p><p>O homem utiliza plantas</p><p>“medicinais” desde a pré-história,</p><p>quando, por instinto, estes recursos</p><p>eram usados com fins</p><p>medicamentosos. Registros</p><p>arqueológicos indicam que,</p><p>principalmente os povos orientais,</p><p>compreendiam a funcionalidade das</p><p>plantas e as utilizavam de diversas</p><p>formas, por exemplo, como</p><p>medicamentos, óleo essencial e</p><p>substância aromática. O</p><p>conhecimento acerca do que hoje</p><p>chamamos de “fitoterapia” foi e</p><p>ainda é transmitido de geração em</p><p>geração.</p><p>O que é fitoterapia?</p><p>8</p><p>4.</p><p>O termo fitoterapia é definido</p><p>como a prevenção e/ou o tratamento</p><p>de doenças por meio do uso de</p><p>plantas. Normalmente, são</p><p>mencionados três tipos de</p><p>fitoterapia: (i) fitoterapia popular,</p><p>aquela de uso doméstico e popular,</p><p>que foi transmitida oralmente de</p><p>geração para geração, (ii) fitoterapia</p><p>tradicional, cuja prática é registrada</p><p>há muitos anos (décadas, séculos ou</p><p>até mesmo milênios) e (iii)</p><p>fitoterapia científica, também</p><p>denominada de fitoterapia racional,</p><p>a qual se baseia em achados</p><p>científicos referentes à qualidade, à</p><p>eficácia, à segurança, bem como às</p><p>boas práticas de produção e</p><p>manipulação dos fitoterápicos.</p><p>Embora as fitoterapias popular</p><p>e tradicional sejam um norte para</p><p>pesquisas científicas, é importante</p><p>salientar que, pela ausência de</p><p>evidências científicas bem</p><p>consolidadas, estes tipos de</p><p>fitoterapia muitas vezes oferecem</p><p>riscos à saúde de seus praticantes.</p><p>O que é fitoterápico?</p><p>O termo “fitoterápico” é</p><p>definido pela Agência Nacional de</p><p>Vigilância Sanitária (ANVISA) como</p><p>“o produto obtido de planta</p><p>medicinal, ou de seus derivados,</p><p>exceto substâncias isoladas, com</p><p>finalidade profilática, curativa ou</p><p>paliativa”.</p><p>O que são medicamentos</p><p>fitoterápicos?</p><p>De acordo com a ANVISA,</p><p>medicamentos fitoterápicos “são</p><p>medicamentos obtidos a partir de</p><p>plantas medicinais. Eles são obtidos</p><p>empregando-se exclusivamente</p><p>derivados de droga vegetal (extrato,</p><p>tintura, óleo, cera, exsudato, suco e</p><p>outros)”.</p><p>É essencial ressaltar que, tal</p><p>como os medicamentos tradicionais,</p><p>os medicamentos fitoterápicos</p><p>devem oferecer garantia de</p><p>qualidade, ter efeitos terapêuticos</p><p>comprovados, composição</p><p>padronizada e segurança de uso</p><p>para a população.</p><p>O que é princípio ativo?</p><p>É denominado de “princípio</p><p>ativo” as substâncias que</p><p>caracterizam quimicamente uma</p><p>planta e que apresentam efeitos</p><p>biológicos bem elucidados. O efeito</p><p>do princípio ativo é muito</p><p>dependente da sua quantidade,</p><p>sendo que, em excesso, a maior</p><p>parte dos princípios ativos</p><p>provocará efeitos maléficos.</p><p>Onde estão os princípios ativos?</p><p>9</p><p>4.</p><p>Nas plantas, os princípios</p><p>ativos podem estar presentes nas</p><p>raízes, rizomas, talos, caules,</p><p>sementes, folhas ou flores etc. É</p><p>importante ressaltar que os</p><p>princípios ativos não se distribuem</p><p>de forma homogênea nas plantas e,</p><p>portanto, a raiz de uma planta pode</p><p>promover efeitos biológicos</p><p>diferentes quando comparada com a</p><p>folha da mesma planta, por</p><p>exemplo.</p><p>Destaca-se, também, que o</p><p>conteúdo de princípios ativos de</p><p>uma planta varia consideravelmente</p><p>de acordo com a época do ano, o solo</p><p>e o clima aos quais a planta está</p><p>sendo submetida. É interessante que</p><p>esta variação pode ocorrer mesmo</p><p>em plantas que se localizam uma ao</p><p>lado da outra, da mesma forma que</p><p>a síntese hormonal difere entre</p><p>indivíduos de uma mesma família</p><p>que convivem juntos.</p><p>Vale salientar que a utilização</p><p>de fitoterápicos merece muita</p><p>cautela, sendo que cada planta</p><p>apresenta diversos princípios ativos,</p><p>os quais podem apresentar efeitos</p><p>benéficos ou não.</p><p>Quais são os principais</p><p>princípios bioativos de uma</p><p>planta?</p><p>Dentre os principais princípios</p><p>ativos de uma planta destacam-se:</p><p> Alcaloides;</p><p> Glicosídeos;</p><p> Taninos;</p><p> Mucilagens;</p><p> Óleos essenciais;</p><p> Substâncias pécticas.</p><p>Quais são as principais</p><p>alegações de saúde dos</p><p>fitoterápicos?</p><p>São atribuídas aos fitoterápicos</p><p>as mais diversas alegações de saúde,</p><p>como anti-inflamatórios, diuréticos,</p><p>cicatrizantes, ansiolíticos,</p><p>hepatoprotetores, entre outros.</p><p>Estes efeitos de saúde são</p><p>específicos ao gênero e a espécie da</p><p>planta ou de seus derivados e, dessa</p><p>forma, nem todo o fitoterápico irá</p><p>apresentar todas estas</p><p>propriedades.</p><p>No Quadro 1 são apresentadas</p><p>as principais definições acima</p><p>mencionadas.</p><p>10</p><p>4.</p><p>Quadro 1. Conceitos em fitoterapia.</p><p>TERMO DEFINIÇÃO</p><p>Fitoterapia</p><p>Fitoterápico</p><p>Medicamento</p><p>fitoterápico</p><p>Princípio ativo</p><p>Metabolismo primário e</p><p>secundário de plantas</p><p>Entende-se por “metabolismo”</p><p>o conjunto de reações químicas</p><p>anabólicas e catabólicas</p><p>que</p><p>ocorrem no interior celular, sendo</p><p>indispensáveis à sobrevivência da</p><p>célula. Em vegetais, o metabolismo</p><p>se divide em dois tipos –</p><p>metabolismo primário e</p><p>metabolismo secundário, sendo que</p><p>o primeiro é responsável por</p><p>processos que são indispensáveis ao</p><p>vegetal, como a fotossíntese, e os</p><p>compostos envolvidos nesse</p><p>metabolismo se distribuem de forma</p><p>homogênea nas plantas. Quanto ao</p><p>metabolismo secundário, esse</p><p>culmina na produção de compostos</p><p>não essenciais às plantas, os quais,</p><p>por sua vez, não se distribuem</p><p>universalmente no vegetal. Um</p><p>exemplo desses compostos são as</p><p>antocianinas e os fatores bióticos, os</p><p>quais são responsáveis pelo ataque</p><p>contra patógenos, competição entre</p><p>plantas, atração de compostos e</p><p>organismos benéficos etc.</p><p>Os compostos secundários</p><p>normalmente se originam a partir</p><p>do ácido mevalônico (como os</p><p>terpenos), do ácido chiquímico</p><p>(como os compostos fenólicos) ou de</p><p>11</p><p>4.</p><p>aminoácidos (triptofano, tirosina,</p><p>ornitina e lisina), os quais são</p><p>gerados a partir do ácido chiquímico</p><p>(como os alcaloides). Ressalta-se</p><p>que a via do ácido chiquímico não</p><p>ocorre em animais, apenas em</p><p>plantas, fungos e bactérias.</p><p>Em suma, consideram-se como</p><p>metabólitos primários os nutrientes</p><p>fornecidos pelas plantas, enquanto</p><p>que os metabólitos secundários são</p><p>os denominados fitonutrientes e</p><p>fitoquímicos. Ambos, metabólitos</p><p>primários e secundários, estão</p><p>vinculados a uma gama de efeitos de</p><p>saúde, como redução do risco de</p><p>doenças e/ou coadjuvante no</p><p>tratamento destas.</p><p>Considerações finais</p><p>Finalmente, é interessante</p><p>ressaltar a frase mencionada por</p><p>Paracelso, médico e físico do século</p><p>XVI, “a diferença entre o remédio e</p><p>o veneno é a dose”. Nesse contexto,</p><p>enfatiza-se que a prescrição de</p><p>fitoterápicos deve ser realizada com</p><p>muita cautela e baseada em</p><p>evidências científicas bem</p><p>consolidadas.</p><p>13</p><p>5.</p><p>2. LEGISLAÇÃO EM FITOTERAPIA</p><p>A ciência da fitoterapia é</p><p>criteriosa e minuciosa, exigindo</p><p>extenso e contínuo estudo acerca do</p><p>tema. Logo, é indispensável que</p><p>existam legislações para regular o</p><p>uso de fitoterápicos, bem como</p><p>limitações na prescrição destes</p><p>recursos por profissionais de saúde.</p><p>Nesta seção, serão abordadas as</p><p>legislações que regulamentam o uso</p><p>de fitoterápicos e demais</p><p>informações sobre este aspecto que</p><p>devem ser de conhecimento dos</p><p>profissionais de saúde.</p><p>Resolução RDC 26/2014 da</p><p>ANVISA</p><p>Esta resolução dispõe sobre o</p><p>registro de medicamentos</p><p>fitoterápicos e o registro e a</p><p>notificação de produtos tradicionais</p><p>fitoterápicos.</p><p>De acordo com ANVISA,</p><p>consideram-se medicamentos</p><p>fitoterápicos “os obtidos com</p><p>emprego exclusivo de matérias-</p><p>primas ativas vegetais cuja</p><p>segurança e eficácia sejam baseadas</p><p>em evidências clínicas e que sejam</p><p>caracterizados pela constância de</p><p>sua qualidade”.</p><p>Quanto aos produtos</p><p>tradicionais fitoterápicos, estes são</p><p>14</p><p>5.</p><p>“obtidos com emprego exclusivo de</p><p>matérias-primas ativas vegetais cuja</p><p>segurança e efetividade sejam</p><p>baseadas em dados de uso seguro e</p><p>efetivo publicados na literatura</p><p>técnico-científica e que sejam</p><p>concebidos para serem utilizados</p><p>sem a vigilância de um médico para</p><p>fins de diagnóstico, de prescrição ou</p><p>de monitorização”. Enfatiza-se que o</p><p>uso de produtos tradicionais</p><p>fitoterápicos não requer</p><p>acompanhamento médico.</p><p>Nesta resolução, ainda são</p><p>definidos os termos: chá medicinal,</p><p>decocção, infusão, maceração com</p><p>água, derivado vegetal, droga</p><p>vegetal, planta medicinal, matéria-</p><p>prima vegetal, fitocomplexo,</p><p>fitoterápico, marcador, insumo</p><p>farmacêutico ativo vegetal etc. A</p><p>leitura cautelosa de cada uma destas</p><p>definições é essencial para a</p><p>compreensão de conceitos em</p><p>fitoterapia e de como deve ser</p><p>realizada a prescrição destes</p><p>recursos. No Quadro 2 são</p><p>apresentadas estas definições.</p><p>Quadro 2. Definições apresentadas na RDC 26/2014.</p><p>TERMO DEFINIÇÃO</p><p>Medicamentos</p><p>fitoterápicos</p><p>Produtos</p><p>tradicionais</p><p>fitoterápicos</p><p>Chá medicinal</p><p>15</p><p>6.</p><p>Decocção</p><p>Infusão</p><p>Maceração com</p><p>água</p><p>Derivado vegetal</p><p>Droga vegetal</p><p>Planta medicinal</p><p>Matéria-prima</p><p>vegetal</p><p>Fitocomplexo</p><p>16</p><p>6.</p><p>Fitoterápico</p><p>Marcador</p><p>Insumo</p><p>farmacêutico</p><p>ativo vegetal</p><p>Adaptado de: Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução - RDC</p><p>Nº 26, de 13 de maio de 2014.</p><p>Vale salientar que os produtos</p><p>tradicionais fitoterápicos não</p><p>podem fazer menção a doenças ou</p><p>situações de saúde graves, bem</p><p>como não podem conter matérias-</p><p>primas em concentrações que</p><p>possam causar toxicidade. Não</p><p>obstante, os produtos tradicionais</p><p>fitoterápicos não devem ser</p><p>administrados pelas vias injetável e</p><p>oftálmica. Há, ainda, na resolução</p><p>RDC 26/2014 uma lista de espécies</p><p>que não podem ser utilizadas na</p><p>composição de produtos</p><p>tradicionais fitoterápicos.</p><p>Finalmente, essa resolução</p><p>aborda de forma criteriosa como</p><p>deve ser feito o registo dos</p><p>medicamentos fitoterápicos, bem</p><p>como o registo e a notificação de</p><p>produtos tradicionais fitoterápicos.</p><p>Logo, a resolução RDC 26/2014 é</p><p>de grande utilidade para empresas</p><p>que comercializem estes produtos</p><p>(medicamentos fitoterápicos e</p><p>produtos tradicionais fitoterápicos).</p><p>Resolução RDC 10/2010 da</p><p>ANVISA</p><p>Esta resolução dispõe sobre a</p><p>notificação de drogas vegetais junto</p><p>à ANVISA e dá outras providências.</p><p>17</p><p>7.</p><p>A RDC 10/2010 apresenta a</p><p>definição de diversos termos, alguns</p><p>deles que já foram apresentados no</p><p>Quadro 2, e demais conceitos que</p><p>serão fornecidos no Quadro 3,</p><p>como banho de assento, compressa,</p><p>gargarejo, inalação, uso oral, uso</p><p>tópico, uso tradicional e reação</p><p>indesejada.</p><p>Quadro 3. Definições apresentadas na RDC 10/2010.</p><p>TERMO DEFINIÇÃO</p><p>Banho de</p><p>assento</p><p>Compressa</p><p>Gargarejo</p><p>Inalação</p><p>Uso oral</p><p>Uso tópico</p><p>Uso</p><p>tradicional</p><p>Reação</p><p>indesejada</p><p>Adaptado de: Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução</p><p>- RDC Nº 10, de 9 de março de 2010.</p><p>18</p><p>8.</p><p>Tal como a RDC 26/2014, esta</p><p>resolução é de extrema importância</p><p>para empresas que comercializam</p><p>fitoterápicos.</p><p>Em anexo na RDC 10/2010, são</p><p>apresentadas informações sobre</p><p>inúmeros fitoterápicos, incluindo o</p><p>nome científico, o nome popular, a</p><p>parte utilizada, a forma de</p><p>utilização, a posologia, a via, as</p><p>principais alegações de saúde, as</p><p>contraindicações, os efeitos</p><p>adversos e referências bibliográficas</p><p>que fundamentam as informações</p><p>cedidas. Este anexo é de grande</p><p>utilidade para que os profissionais</p><p>de saúde possam orientar a sua</p><p>prescrição. No Quadro 4, serão</p><p>apresentadas as informações acima</p><p>mencionadas sobre alguns</p><p>fitoterápicos de uso comum na</p><p>prática clínica.</p><p>9.</p><p>Quadro 4. Informações sobre fitoterápicos disponíveis na RDC 10/2010.</p><p>NOME</p><p>CIENTÍFIC</p><p>O</p><p>NOME</p><p>POPUL</p><p>AR</p><p>PARTE</p><p>UTILIZA</p><p>DA</p><p>FORMA</p><p>DE</p><p>UTILIZAÇ</p><p>ÃO</p><p>POSOLO</p><p>GIA E</p><p>MODO</p><p>DE USAR</p><p>VIA</p><p>ALEGAÇÕ</p><p>ES</p><p>CONTRA</p><p>INDICAÇÕE</p><p>S</p><p>EFEITOS</p><p>ADVERSOS</p><p>INFORMAÇÕE</p><p>S ADICIONAIS</p><p>EM</p><p>EMBALAGEM</p><p>Allium</p><p>sativum</p><p>Alho Bulbo</p><p>Maceração</p><p>: 0,5g (1</p><p>col café)</p><p>em 30 mL</p><p>(cálice)</p><p>Utilizar 1</p><p>cálice 2 x</p><p>ao dia</p><p>antes das</p><p>refeições</p><p>Oral</p><p>Hipercoleste</p><p>rolemia,</p><p>expectorant</p><p>e e anti-</p><p>séptico</p><p>Não deve ser</p><p>utilizado por</p><p>menores de</p><p>três anos e</p><p>pessoas com</p><p>gastrite e</p><p>úlcera</p><p>gástrica,</p><p>hipotensão e</p><p>hipoglicemia.</p><p>Não utilizar</p><p>em caso de</p><p>hemorragia e</p><p>em</p><p>tratamento</p><p>com</p><p>anticoagulant</p><p>es</p><p>Doses acima da</p><p>recomendação</p><p>podem causar</p><p>desconforto</p><p>gastrointestinal</p><p>Descontinuar o</p><p>uso 10 dias</p><p>antes de</p><p>qualquer</p><p>cirurgia. Deixar</p><p>a droga seca</p><p>rasurada por</p><p>cerca de uma</p><p>hora em</p><p>maceração</p><p>Cinnamomu</p><p>m verum</p><p>Canela Casca</p><p>Decocção:</p><p>0,5-2 g (1</p><p>a 4 col</p><p>café) em</p><p>150 mL</p><p>(xíc chá)</p><p>Utilizar 1</p><p>xíc chá de</p><p>2 a 6 x ao</p><p>dia</p><p>Oral</p><p>Falta de</p><p>apetite,</p><p>perturbaçõe</p><p>s digestivas</p><p>com cólicas</p><p>leves,</p><p>flatulência e</p><p>sensação</p><p>Não utilizar</p><p>na gravidez</p><p>Podem ocorrer</p><p>reações</p><p>alérgicas de</p><p>pele e mucosas</p><p>-</p><p>9.</p><p>de plenitude</p><p>gástrica</p><p>Citrus</p><p>aurantium</p><p>Laranja-</p><p>amarga</p><p>Flores</p><p>Maceração</p><p>: 1-2 g (1-2</p><p>col chá)</p><p>em 150 mL</p><p>(xíc chá)</p><p>Utilizar 1 a</p><p>2 xíc chá,</p><p>antes de</p><p>dormir</p><p>Oral</p><p>Calmante</p><p>suave para</p><p>quadros</p><p>leves de</p><p>ansiedade e</p><p>insônia</p><p>Não deve ser</p><p>utilizada por</p><p>portadores de</p><p>distúrbio</p><p>cardíaco</p><p>-</p><p>Respeitar</p><p>rigorosamente</p><p>as doses</p><p>recomendadas.</p><p>Deixar em</p><p>maceração por</p><p>3 a 4 horas</p><p>Curcuma</p><p>longa</p><p>Curcum</p><p>a,</p><p>Açafrão</p><p>da terra</p><p>Rizomas</p><p>Decocção:</p><p>1,5g (3 col</p><p>café) em</p><p>150 mL (1</p><p>xíc chá)</p><p>Utilizar 1</p><p>xic chá 1 a</p><p>2 x ao dia</p><p>Oral</p><p>Dispepsia e</p><p>anti-</p><p>inflamatório</p><p>Não deve ser</p><p>utilizado por</p><p>pessoas</p><p>portadoras de</p><p>obstrução</p><p>dos dutos</p><p>biliares e em</p><p>caso de</p><p>úlcera</p><p>gastroduoden</p><p>al</p><p>-</p><p>Não utilizar</p><p>junto com</p><p>anticoagulantes</p><p>Cymbopog</p><p>on citratus</p><p>Capim</p><p>santo</p><p>Folhas</p><p>Infusão: 1-</p><p>3g (1 a 3</p><p>col chá)</p><p>em 150 mL</p><p>(xíc chá)</p><p>Utilizar 1</p><p>xíc chá de</p><p>2 a 3 x ao</p><p>dia</p><p>Oral</p><p>Cólicas</p><p>intestinais e</p><p>uterinas.</p><p>Calmante</p><p>suave para</p><p>ansiedade e</p><p>insônia</p><p>- -</p><p>Pode aumentar</p><p>o efeito de</p><p>medicamentos</p><p>sedativos</p><p>(calmantes)</p><p>Lippia alba</p><p>Erva-</p><p>cidreira</p><p>Partes</p><p>aéreas</p><p>Infusão: 1</p><p>a 3 g (1 a</p><p>3 col chá)</p><p>em 150 mL</p><p>(xíc chá)</p><p>Utilizar 1</p><p>xíc chá de</p><p>3 a 4 x ao</p><p>dia</p><p>Oral</p><p>Calmante</p><p>suave para</p><p>ansiedade e</p><p>insônia.</p><p>Atenua</p><p>cólicas</p><p>Uso</p><p>cuidadosame</p><p>nte em</p><p>pessoas com</p><p>hipotensão</p><p>Doses acima</p><p>das</p><p>recomendadas</p><p>podem causar</p><p>irritação</p><p>gástrica,</p><p>-</p><p>9.</p><p>abdominais,</p><p>flatulência e</p><p>atua como</p><p>expectorant</p><p>e</p><p>(pressão</p><p>baixa)</p><p>bradicardia e</p><p>hipotensão</p><p>Peumus</p><p>boldus</p><p>Boldo</p><p>do chile</p><p>Folhas</p><p>Infusão 1 a</p><p>2 g (1 a 2</p><p>col chá)</p><p>em 150 mL</p><p>(xíc chá)</p><p>Utilizar 1</p><p>xíc chá 2 x</p><p>ao dia</p><p>Oral</p><p>Dispepsia,</p><p>como</p><p>colagogo e</p><p>colerético</p><p>Não deve ser</p><p>utilizado por</p><p>pessoas com</p><p>obstrução</p><p>das vias</p><p>biliares,</p><p>doenças no</p><p>fígado e</p><p>gestantes</p><p>-</p><p>Não exceder a</p><p>dosagem</p><p>recomendada</p><p>Pimpinela</p><p>anisum</p><p>Erva-</p><p>doce</p><p>Frutos</p><p>Decocção:</p><p>1,5 g (3 col</p><p>café) em</p><p>150 mL</p><p>água (xíc</p><p>chá).</p><p>Utilizar 1</p><p>xíc chá 3x</p><p>ao dia</p><p>Oral</p><p>Dispepsia,</p><p>cólicas</p><p>gastrointesti</p><p>nais e</p><p>expectorant</p><p>e</p><p>- -</p><p>A droga vegetal</p><p>deve ser</p><p>amassada</p><p>imediatamente</p><p>antes de usar</p><p>Zingiber</p><p>officinale</p><p>Gengibr</p><p>e</p><p>Rizoma</p><p>Decocção:</p><p>0,5 - 1 g (1</p><p>a 2 col</p><p>café) em</p><p>150 mL</p><p>(xíc chá)</p><p>Utilizar 1</p><p>xíc chá de</p><p>2 a 4 x ao</p><p>dia</p><p>Oral</p><p>Enjoo,</p><p>náusea e</p><p>vômito da</p><p>gravidez, de</p><p>movimento</p><p>e pós-</p><p>operatório.</p><p>Dispepsias</p><p>em geral</p><p>Em casos de</p><p>cálculos</p><p>biliares,</p><p>utilizar</p><p>apenas sob</p><p>supervisão</p><p>médica. Não</p><p>utilizar em</p><p>pacientes</p><p>que estejam</p><p>em</p><p>tratamento</p><p>com</p><p>-</p><p>-</p><p>9.</p><p>anticoagulant</p><p>es ou com</p><p>distúrbios na</p><p>coagulação</p><p>ou com</p><p>cálculos</p><p>biliares,</p><p>irritação</p><p>gástrica e</p><p>hipertensão.</p><p>Não utilizar</p><p>em menores</p><p>de seis anos</p><p>Adaptado de: Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução - RDC Nº 10, de 9 de março de 2010.</p><p>O anexo I da RDC 10/2010 (que contém a tabela na íntegra) pode ser acessado pelo link:</p><p>http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/anexo/anexo_res0010_09_03_2010.pdf</p><p>http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/anexo/anexo_res0010_09_03_2010.pdf</p><p>23</p><p>10.</p><p>O que deve conter na prescrição</p><p>e quais são os profissionais que</p><p>podem prescrever?</p><p>É essencial que alguns aspectos</p><p>sejam incluídos na prescrição de</p><p>fitoterápicos, como: (i) identificação</p><p>do paciente, (ii) identificação do</p><p>profissional, incluindo seu número</p><p>no conselho, (iii) data, (iv)</p><p>assinatura e carimbo do</p><p>profissional, (v) identificação do</p><p>fitoterápico, incluindo forma</p><p>farmacêutica, posologia e duração</p><p>do tratamento etc. É essencial que os</p><p>aspectos vinculados ao modo de</p><p>administração do fitoterápico</p><p>estejam bem detalhados.</p><p>Diversos profissionais podem</p><p>prescrever fitoterápicos, como</p><p>médico, nutricionista e dentista,</p><p>porém, existem algumas limitações,</p><p>por exemplo, alguns fitoterápicos</p><p>podem ser prescritos apenas por</p><p>médicos. Concernente aos</p><p>nutricionistas, estes, quando</p><p>possuírem apenas a graduação,</p><p>podem prescrever fitoterápicos na</p><p>forma de alimento, como chás (é</p><p>permitido prescrever os</p><p>fitoterápicos de uso oral do anexo I</p><p>da RDC 10/2010), no entanto,</p><p>quando possuírem título de</p><p>especialista em fitoterapia podem,</p><p>também, prescrever derivados de</p><p>droga vegetal.</p><p>25</p><p>1.</p><p>3. FITOTERAPIA NO CONTEXTO DO EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>A fitoterapia é, na atualidade,</p><p>uma ciência que abarca diversos</p><p>aspectos, incluindo até ramos</p><p>inesperados, como a área da</p><p>nutrição esportiva. Apesar dos</p><p>resultados de estudos científicos</p><p>serem promissores, é indispensável</p><p>salientar que nem sempre há</p><p>embasamento científico suficiente</p><p>para sustentar a prescrição de</p><p>determinados fitoterápicos, sendo</p><p>que nunca foi tão essencial a cautela</p><p>e o bom-senso como pilares para a</p><p>conduta profissional.</p><p>Composição corporal</p><p>Não é segredo que a</p><p>composição corporal representa um</p><p>importante aspecto tanto para</p><p>praticantes de atividade física</p><p>quanto para atletas. Não apenas no</p><p>que se refere à questão estética, mas</p><p>também ao que tange ao</p><p>desempenho físico, tendo em vista</p><p>que a modulação da composição</p><p>corpórea pode afetar a</p><p>performance. Por exemplo: imagine</p><p>um corredor de longas distâncias</p><p>que aumenta o seu peso em dez</p><p>quilos. É de se esperar que este</p><p>indivíduo tenha um declínio</p><p>importante no seu desempenho</p><p>físico, pois, em virtude de estar mais</p><p>pesado, a sua locomoção se torna</p><p>mais lenta, bem como o seu esforço</p><p>se torna maior. Assim, de um modo</p><p>geral, a maior parte dos praticantes</p><p>de atividade física e atletas almeja</p><p>uma redução da gordura corporal e</p><p>um aumento no seu conteúdo de</p><p>massa muscular. Obviamente, os</p><p>objetivos dependem diretamente da</p><p>modalidade esportiva praticada e,</p><p>até mesmo, da posição no time,</p><p>sendo que um goleiro e um atacante</p><p>de um mesmo time de futebol não</p><p>26</p><p>2.</p><p>compartilharão um mesmo objetivo</p><p>concernente à composição corporal.</p><p>Com o intuito de modular a</p><p>composição corpórea, diversas</p><p>estratégias podem ser aplicadas,</p><p>como alteração na periodização de</p><p>treino e estratégias nutricionais,</p><p>incluindo aspectos vinculados à</p><p>fitoterapia. Aqui, serão abordados</p><p>os principais fitoterápicos</p><p>associados à redução da</p><p>porcentagem de gordura corporal e</p><p>aumento do conteúdo de massa</p><p>muscular.</p><p>Camellia sinensis (chá verde)</p><p>A Camellia sinensis, conhecida</p><p>popularmente como chá verde,</p><p>apresenta diversos compostos</p><p>bioativos, aos quais atribuem-se</p><p>muitos dos seus efeitos benéficos.</p><p>Dentre os compostos bioativos deste</p><p>fitoterápico, destacam-se:</p><p> Epigalocatequina galato;</p><p> Epicatequina galato;</p><p> Epigalocatequina;</p><p> Epicatequina;</p><p> Ácido gálico.</p><p>Os principais efeitos atribuídos</p><p>ao consumo da Camellia sinensis</p><p>são: (i) efeito termogênico,</p><p>promovendo aumento do gasto</p><p>energético do indivíduo, o que, em</p><p>longo prazo, repercutiria em</p><p>redução do peso corporal e (ii) efeito</p><p>anti-obesogênico e lipolítico,</p><p>permitindo a redução da</p><p>porcentagem de gordura corporal.</p><p>Os principais mecanismos de</p><p>ação que explicariam estes achados</p><p>são: (i) redução da absorção</p><p>intestinal de lipídios, (ii) redução da</p><p>expressão da ácido graxo sintase</p><p>(fatty acid synthase – FAS), enzima</p><p>que sintetiza ácidos graxos, o que,</p><p>por sua vez, provocaria diminuição</p><p>da lipogênese e (iii) aumento da</p><p>beta-oxidação de ácidos graxos na</p><p>mitocôndria.</p><p>Aparentemente, os efeitos</p><p>benéficos do chá verde são ainda</p><p>mais pronunciados quando este é</p><p>ingerido em jejum, evitando a</p><p>interação de seus compostos</p><p>bioativos com nutrientes, como a</p><p>caseína.</p><p>Salienta-se que muitos dos</p><p>achados acerca da intervenção com</p><p>Camellia sinensis são provenientes</p><p>de estudos experimentais,</p><p>impedindo a afirmação de que estes</p><p>resultados também ocorreriam em</p><p>seus principais</p><p>compostos bioativos são alcaloides,</p><p>como cafeína, taninos e saponinas.</p><p>O efeito do guaraná seria aumentar</p><p>a atividade do sistema nervoso</p><p>central, elevando o estado de</p><p>vigilância e a resistência à fadiga.</p><p>Em excesso, os efeitos colaterais</p><p>promovidos por esse fitoterápico são</p><p>similares aos decorrentes do uso</p><p>abusivo de cafeína, como insônia,</p><p>irritabilidade, ansiedade, cefaleia</p><p>etc.</p><p>A RDC 10/2010 classifica o</p><p>guaraná como um estimulante</p><p>contra a fadiga, o qual não deve ser</p><p>utilizado por indivíduos com</p><p>ansiedade, hipertireoidismo,</p><p>hipertensão, arritmias, problemas</p><p>cardíacos, estomacais e intestinais,</p><p>taquicardia paroxística, gastrite e</p><p>cólon irritável. Não obstante, é</p><p>recomendado nessa resolução que o</p><p>guaraná não seja associado a outras</p><p>substâncias com base xântica, como</p><p>café, noz de cola e mate, bem como</p><p>não deve ser associado com anti-</p><p>hipertensivos.</p><p>Camellia sinensis (chá verde)</p><p>O chá verde é associado ao</p><p>aumento do desempenho físico</p><p>aeróbio, tendo em vista que</p><p>apresenta elevada concentração de</p><p>cafeína, podendo agir como um</p><p>estimulante do sistema nervoso</p><p>central, de forma a aumentar o</p><p>estado de vigilância e a resistência à</p><p>fadiga. Os efeitos colaterais do</p><p>consumo excessivo de chá verde são</p><p>similares aos decorrentes do excesso</p><p>de cafeína e de guaraná. De forma</p><p>similar ao guaraná, sugere-se que o</p><p>chá verde também não seja utilizado</p><p>em associação com outras</p><p>substâncias xânticas e nem com</p><p>anti-hipertensivos. Os mesmos</p><p>indivíduos aos quais a</p><p>suplementação com guaraná e</p><p>cafeína deve ser restrita também não</p><p>devem administrar chá verde, como</p><p>portadores de distúrbios psíquicos e</p><p>cardíacos.</p><p>Lesão muscular</p><p>O exercício físico, embora</p><p>apresente inúmeros efeitos de</p><p>saúde, é considerado como um</p><p>estresse ao organismo. Nesse</p><p>32</p><p>2.</p><p>sentido, a prática do exercício,</p><p>principalmente quando intensa e</p><p>exaustiva, gera microlesões na</p><p>célula muscular, o que culmina na</p><p>liberação de proteínas intracelulares</p><p>para o ambiente extracelular. São</p><p>exemplos destas proteínas a lactato</p><p>desidrogenase (LDH) e a creatina</p><p>quinase (CK), as quais podem ser</p><p>dosadas no sangue como</p><p>marcadores de lesão muscular.</p><p>Em resposta ao extravasamento</p><p>de conteúdo intracelular para o meio</p><p>extracelular, inicia-se um processo</p><p>inflamatório, o qual é fisiológico e</p><p>natural. No entanto, quando o</p><p>exercício é praticado de forma</p><p>exorbitante, sem o descanso</p><p>adequado, esta inflamação pode se</p><p>tornar crônica e sistêmica, afetando</p><p>o estado de saúde do indivíduo, bem</p><p>como o seu desempenho físico.</p><p>Assim, é comum que atletas</p><p>façam uso de nutrientes e compostos</p><p>bioativos anti-inflamatórios, como a</p><p>glutamina, vitaminas e minerais, e</p><p>fitoterápicos, para atenuar a lesão e</p><p>a inflamação decorrentes do</p><p>exercício extenuante. Aqui, serão</p><p>abordados alguns fitoterápicos com</p><p>potencial anti-inflamatório.</p><p>Curcuma longa</p><p>A Curcuma longa é conhecida</p><p>popularmente como cúrcuma ou</p><p>açafrão da terra. De acordo com a</p><p>RDC 10/2010 e com inúmeras</p><p>evidências científicas, a cúrcuma é</p><p>um potente anti-inflamatório,</p><p>podendo ser utilizada com o intuito</p><p>de atenuar a inflamação decorrente</p><p>de exercícios extenuantes. Além</p><p>deste efeito, a cúrcuma está</p><p>associada com redução da dor</p><p>muscular pós-treino, a qual</p><p>prejudica o desempenho físico em</p><p>sessões subsequentes.</p><p>Segundo a RDC 10/2010, a</p><p>cúrcuma não deve ser utilizada por</p><p>portadores de obstrução dos dutos</p><p>biliares e em caso de úlcera</p><p>gastroduodenal. Não obstante, em</p><p>caso de cálculos biliares, esse</p><p>fitoterápico deve ser utilizado</p><p>somente sob avaliação médica.</p><p>Finalmente, recomenda-se a não</p><p>utilização da cúrcuma em associação</p><p>com anticoagulantes.</p><p>Zingiber officinale (gengibre)</p><p>33</p><p>2.</p><p>Embora a RDC 10/2010 não</p><p>atribua função anti-inflamatória e</p><p>de analgesia ao gengibre, evidências</p><p>científicas indicam papel anti-</p><p>inflamatório desse fitoterápico,</p><p>apesar da magnitude desse efeito ser</p><p>considerada como leve. O</p><p>mecanismo de ação para explicar o</p><p>efeito anti-inflamatório seria a ação</p><p>dos gingeróis em reduzir a atividade</p><p>das enzimas COX-1 e COX-2. Vale</p><p>salientar que o efeito anti-</p><p>inflamatório e analgésico do</p><p>gengibre, além de sutil, não é</p><p>completamente esclarecido na</p><p>literatura. Assim, seria interessante</p><p>que esse fitoterápico fosse associado</p><p>a estratégias mais eficazes.</p><p>Considerações finais</p><p>É importante salientar que</p><p>alguns fitoterápicos apresentam</p><p>efeito cientificamente comprovado,</p><p>porém, este é muito sútil e ocorre</p><p>apenas com muito tempo de uso.</p><p>Nesse aspecto, é interessante</p><p>utilizar este recurso sempre em</p><p>associação com outras estratégias,</p><p>por exemplo, associado à dieta</p><p>equilibrada e à prática regular e</p><p>adequada de exercícios físicos.</p><p>35</p><p>11.</p><p>4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>Antonio, J. et al. The Effects of</p><p>Tribulus Terrestris on Body</p><p>Composition and Exercise</p><p>Performance in Resistance-</p><p>Trained Males. International</p><p>Journal of Sport Nutrition and</p><p>Exercise Metabolism, 2000, 10,</p><p>208-215.</p><p>Attari, E. et al. A systematic</p><p>review of the anti-obesity and</p><p>weight lowering effect of ginger</p><p>(Zingiber officinale Roscoe) and</p><p>its mechanisms of action.</p><p>Phytotherapy Research, 2018.</p><p>Brasil. Agência Nacional de</p><p>Vigilância Sanitária (ANVISA).</p><p>Resolução - RDC Nº 10, de 9 de</p><p>março de 2010.</p><p>Brasil. Agência Nacional de</p><p>Vigilância Sanitária (ANVISA).</p><p>Resolução - RDC Nº 26, de 13 de</p><p>maio de 2014.</p><p>Brasil. Agência Nacional de</p><p>Vigilância Sanitária (ANVISA).</p><p>Resolução - RDC Nº 10, de 9 de</p><p>março de 2010.</p><p>Brasil. Agência Nacional de</p><p>Vigilância Sanitária (ANVISA).</p><p>Resolução - RDC Nº 26, de 13 de</p><p>maio de 2014.</p><p>Costa, E.A. Nutrição &</p><p>Fitoterapia. Tratamento</p><p>alternativo através das plantas.</p><p>2ª Ed. Editora Vozes, Petrópolis,</p><p>RJ, 2012.</p><p>Haaz, S. et al. Citrus aurantium</p><p>and synephrine alkaloids in the</p><p>treatment of overweight and</p><p>obesity: an update. Obes Rev.</p><p>2006 Feb;7(1):79-88.</p><p>Hudson, A.; Lopez, E.; Almalki,</p><p>A.J. et al. A Review of the</p><p>Toxicity of Compounds Found in</p><p>Herbal Dietary Supplements.</p><p>Planta Med 2018; 84: 613–626.</p><p>Powers, S.K.; Howley, E.T.</p><p>Fisiologia do exercício – teoria e</p><p>aplicação ao condicionamento e</p><p>ao desempenho. 8ª Ed. São</p><p>Paulo: Manole. 2014.</p><p>Sellami, M. et al. Herbal</p><p>medicine for sports: a review. J</p><p>Int Soc Sports Nutr. 2018; 15: 14.</p><p>Thavanesan, N. The putative</p><p>effects of green tea on body fat:</p><p>an evaluation of the evidence and</p><p>a review of the potential</p><p>mechanisms. Br J Nutr. 2011</p><p>Nov;106(9):1297-309.</p><p>Tirapegui, J. Nutrição,</p><p>fundamentos e aspectos atuais.</p><p>3ª Ed. São Paulo: Atheneu. 2013.</p><p>Tirapegui, J. Nutrição,</p><p>metabolismo e suplementação na</p><p>atividade física. 2ª Ed. São Paulo:</p><p>Atheneu. 2012.</p><p>Valenzuela, P.L. Supplements</p><p>with purported effects on muscle</p><p>mass and strength. Eur J Nutr.</p><p>2019 Dec;58(8):2983-3008.</p><p>36</p><p>3.</p><p>Zhu, W. et al. A review of</p><p>traditional pharmacological uses,</p><p>phytochemistry, and</p><p>pharmacological activities of</p><p>Tribulus terrestres. Chem Cent J.</p><p>2017; 11: 60.</p>seus principais 
compostos bioativos são alcaloides, 
como cafeína, taninos e saponinas. 
O efeito do guaraná seria aumentar 
a atividade do sistema nervoso 
central, elevando o estado de 
vigilância e a resistência à fadiga. 
Em excesso, os efeitos colaterais 
promovidos por esse fitoterápico são 
similares aos decorrentes do uso 
abusivo de cafeína, como insônia, 
irritabilidade, ansiedade, cefaleia 
etc. 
A RDC 10/2010 classifica o 
guaraná como um estimulante 
contra a fadiga, o qual não deve ser 
utilizado por indivíduos com 
ansiedade, hipertireoidismo, 
hipertensão, arritmias, problemas 
cardíacos, estomacais e intestinais, 
taquicardia paroxística, gastrite e 
cólon irritável. Não obstante, é 
recomendado nessa resolução que o 
guaraná não seja associado a outras 
substâncias com base xântica, como 
café, noz de cola e mate, bem como 
não deve ser associado com anti-
hipertensivos. 
Camellia sinensis (chá verde) 
O chá verde é associado ao 
aumento do desempenho físico 
aeróbio, tendo em vista que 
apresenta elevada concentração de 
cafeína, podendo agir como um 
estimulante do sistema nervoso 
central, de forma a aumentar o 
estado de vigilância e a resistência à 
fadiga. Os efeitos colaterais do 
consumo excessivo de chá verde são 
similares aos decorrentes do excesso 
de cafeína e de guaraná. De forma 
similar ao guaraná, sugere-se que o 
chá verde também não seja utilizado 
em associação com outras 
substâncias xânticas e nem com 
anti-hipertensivos. Os mesmos 
indivíduos aos quais a 
suplementação com guaraná e 
cafeína deve ser restrita também não 
devem administrar chá verde, como 
portadores de distúrbios psíquicos e 
cardíacos. 
Lesão muscular 
O exercício físico, embora 
apresente inúmeros efeitos de 
saúde, é considerado como um 
estresse ao organismo. Nesse 
 
 
 
 32 
2. 
sentido, a prática do exercício, 
principalmente quando intensa e 
exaustiva, gera microlesões na 
célula muscular, o que culmina na 
liberação de proteínas intracelulares 
para o ambiente extracelular. São 
exemplos destas proteínas a lactato 
desidrogenase (LDH) e a creatina 
quinase (CK), as quais podem ser 
dosadas no sangue como 
marcadores de lesão muscular. 
Em resposta ao extravasamento 
de conteúdo intracelular para o meio 
extracelular, inicia-se um processo 
inflamatório, o qual é fisiológico e 
natural. No entanto, quando o 
exercício é praticado de forma 
exorbitante, sem o descanso 
adequado, esta inflamação pode se 
tornar crônica e sistêmica, afetando 
o estado de saúde do indivíduo, bem 
como o seu desempenho físico. 
Assim, é comum que atletas 
façam uso de nutrientes e compostos 
bioativos anti-inflamatórios, como a 
glutamina, vitaminas e minerais, e 
fitoterápicos, para atenuar a lesão e 
a inflamação decorrentes do 
exercício extenuante. Aqui, serão 
abordados alguns fitoterápicos com 
potencial anti-inflamatório. 
Curcuma longa 
 
A Curcuma longa é conhecida 
popularmente como cúrcuma ou 
açafrão da terra. De acordo com a 
RDC 10/2010 e com inúmeras 
evidências científicas, a cúrcuma é 
um potente anti-inflamatório, 
podendo ser utilizada com o intuito 
de atenuar a inflamação decorrente 
de exercícios extenuantes. Além 
deste efeito, a cúrcuma está 
associada com redução da dor 
muscular pós-treino, a qual 
prejudica o desempenho físico em 
sessões subsequentes. 
Segundo a RDC 10/2010, a 
cúrcuma não deve ser utilizada por 
portadores de obstrução dos dutos 
biliares e em caso de úlcera 
gastroduodenal. Não obstante, em 
caso de cálculos biliares, esse 
fitoterápico deve ser utilizado 
somente sob avaliação médica. 
Finalmente, recomenda-se a não 
utilização da cúrcuma em associação 
com anticoagulantes. 
Zingiber officinale (gengibre) 
 
 
 
 33 
2. 
 
Embora a RDC 10/2010 não 
atribua função anti-inflamatória e 
de analgesia ao gengibre, evidências 
científicas indicam papel anti-
inflamatório desse fitoterápico, 
apesar da magnitude desse efeito ser 
considerada como leve. O 
mecanismo de ação para explicar o 
efeito anti-inflamatório seria a ação 
dos gingeróis em reduzir a atividade 
das enzimas COX-1 e COX-2. Vale 
salientar que o efeito anti-
inflamatório e analgésico do 
gengibre, além de sutil, não é 
completamente esclarecido na 
literatura. Assim, seria interessante 
que esse fitoterápico fosse associado 
a estratégias mais eficazes. 
Considerações finais 
É importante salientar que 
alguns fitoterápicos apresentam 
efeito cientificamente comprovado, 
porém, este é muito sútil e ocorre 
apenas com muito tempo de uso. 
Nesse aspecto, é interessante 
utilizar este recurso sempre em 
associação com outras estratégias, 
por exemplo, associado à dieta 
equilibrada e à prática regular e 
adequada de exercícios físicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
11. 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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