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Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Disciplina: Gestão da Qualidade e Ética Profissional ===================================================================== Apostila destinada ao Curso Técnico de Nível Médio em Mecânica das Escolas Estaduais de Educação Profissional – EEEP Material elaborado pelo professor Francisco Aquiles de Paula Chaves - 2018 ===================================================================== Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 1 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Sumário Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 2 1 - Evolução da Qualidade 3 2 - A Evolução da Qualidade no Ocidente 3 3 - A Evolução da Qualidade no Brasil 7 4 - Qualidade na Indústria X Qualidade em Serviços 8 5 - Origem da Norma ISO 12 6 - Princípios de Gestão da Qualidade 13 7 - ISO 9001 20 8 - Normas NBR ISO 9000 23 9 - Ferramentas da Qualidade 23 10 - Fordismo 32 11 - Toyotismo 33 12 -Sistema 5 s 34 13 - Sistema Just in Time 40 14 – Sistema Kanban 42 15 - Introdução a ética Profissional 44 16 - Ética, MoraleDireito 45 17 - FundamentosdaResponsabilidade 46 18 - ResponsabilidadeSubjetiva 59 19 - ResponsabilidadeObjetiva 50 20- Responsabilidade ContratualeExtracontratual 50 21 - A Responsabilidade Técnica ouÉtica 51 22 - Doutrina 57 23 - Manual 64 24 - Normativa 71 25 - Lista de Execícios 77 26 - Referências Bibliográficas 106 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional GESTÃO DA QUALIDADE A gestão da qualidade pode ser definida como sendo qualquer atividade coordenada para dirigir e controlar uma organização no sentido de possibilitar a melhoria de produtos/serviços com vistas a garantir a completa satisfação das necessidades dos clientes relacionadas ao que está sendo oferecido, ou ainda, a superação de suas expectativas. De forma generalista Qualidade – Um termo subjetivo, para o qual cada pessoa, ou setor, tem a sua própria definição. Em sua utilização técnica, a qualidade pode ter dois significados: 1. As características de um produto ou serviço, que dão suporte (ou sustentação), à sua habilidade em satisfazer requisitos especificados ou necessidades implícitase; 2. Um produto ou serviço livre dedeficiências. 1.Evolução da Qualidade Qualidade existe desde que o mundo é mundo. Ao longo da história o homem sempre procurou o que mais se adequasse às suas necessidades, fossem estas de ordem material, intelectual, social ou espiritual. A relação cliente- fornecedor sempre se manifestou dentro das famílias, entre amigos, nas organizações de trabalho, nas escolas e na sociedade em geral. No final do 2º. milênio vivemos o cenário da busca da Qualidade Total nas empresas como fator de sobrevivência e competitividade. Hoje, nos primeiros passos do 3º. Milênio, para melhor compreender a evolução do conceito Qualidade é importante analisarmos "de onde viemos", a fim de entendermos "onde estamos", para então sabermos, "para onde estamos indo" na trilha de evolução da Qualidade no mundo. Neste sentido, a arte de se obter Qualidade experimentou uma grande evolução no século XX, partindo da mera inspeção de produtos acabados à visão estratégica de negócios. Esta evolução pode ser analisada conforme seu contexto no Ocidente, no Japão e no mundo como um todo. 2.A Evolução da Qualidade noOcidente Voltando no tempo, especialmente a partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento das ferramentas de trabalho e dos sistemas de unidades de medidas, tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos da América , a Qualidadeevoluiu até nossos dias essencialmente através de quatro Eras, dentro das quais a arte de obter Qualidade assumiu formas distintas: Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 3 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Era da Inspeção – Qualidade com foco noproduto Era do Controle Estatístico da Qualidade – Qualidade com foco no processo Era da Garantia da Qualidade – Qualidade com foco nosistema Era da Gestão da Qualidade Total ("Total Quality Management -TQM") Qualidade com foco no negócio Segue uma síntese de cada Era, destacando-se os aspectos que mais as caracterizam. a) A Era da Inspeção - Qualidade com Foco noProduto No final do século XVIII e início do século XIX a Qualidade era obtida de uma forma bem diferente da obtida hoje em dia. A atividade produtiva era artesanal e em pequena escala. Os artesãos e artífices eram os responsáveis pela construção de qualquer produto e por sua Qualidade final. Com o desenvolvimento da industrialização, e o advento da produção em massa, tornou-se necessário um sistema baseado em inspeções, onde um ou mais atributos de um produto eram examinados, medidos ou testados, a fim de assegurar a sua Qualidade. No início do século XX, o engenheiro e executivo Frederick W. Taylorestabeleceu os Princípios da Administração Científica , e G.S. Radford, comapublicação do seu livro The Control of Quality in Manufacturing, legitimaramafunção do inspetor conferindo a ele a responsabilidade pela Qualidade dos produtos A força-motriz do “Século da Produtividade”5 foram os conceitos adotados por Taylor que atribuiu ao inspetor a responsabilidade pela qualidade do trabalho. A conseqüência imediata deste estudo sobre os métodos gerenciais foi a separação do planejamento da produção, baseada na concepção de que os operários e os supervisores não estavam preparados para colaborar com o planejamento. Taylor atribuiu a responsabilidade do planejamento a gerentes e engenheiros, deixando aos supervisores e aos operários a execução das tarefas. Durante a primeira grande guerra, com o aumento da atividade industrial, surge a figura do inspetor em tempo integral. Em 1922, a atividade de inspeção é formalmente incorporada ao Controle da Qualidade sendo, pela primeira vez, a qualidade vista como responsabilidade gerencial e independente8. Mas, ainda, a função do Controle da Qualidade permanece limitada a inspeção. A atividade dos inspetores se restringia a identificação e quantificação dos produtos defeituosos, que, muitas vezes, resultava em medidas punitivas. Os fabricantes removiam as peças. b) Era do Controle Estatístico da Qualidade – Qualidade com Foco no Processo Com o crescimento da produção, o modelo baseado na inspeção 100% Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 4 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional torna-se caro e ineficaz. Em 16 de maio de 1924, Shewhart, aplicando conhecimentos estatísticos, desenvolve poderosa técnica com a finalidade de solucionar problemas de controle da qualidade da Bell Telephone Laboratories: o Gráfico de Controle de Processo, até hoje utilizado na indústria. Em seu livro Shewhart, em 1931, forneceu um método preciso e mensurável para definição do controle do processo, estabelecendo princípios para monitorar e avaliar a produção. Como a matéria prima, operador e equipamento são algumas das fontes de variabilidade (causas) que podem apresentar variações no seu desempenho e característica e, portanto, afetar o produto(efeito). O conhecimento destas variações permite que a partir da sua quantificação e do estabelecimento de limites estatísticos seja possível manter o processo sob estado de controle. Atravésdos gráficos de controle de processo é possível identificar, minimizar e, algumas vezes, remover as causas especiais de variação. c) Era da Garantia da Qualidade - Qualidade com Foco no Sistema Durante a 2ª. Grande Guerra os produtos destinados a uso militar tiveram prioridade no que dizia respeito a instalações, material, mão-de-obra habilitada e serviços de toda ordem. A produção de bens de consumo foi diminuída, incluídos os automóveis e eletrodomésticos. Enquanto isso, os operários que trabalhavam na produção militar, em muitas horas extras, fez aumentar o poder aquisitivo de várias famílias. No fim da guerra, em 1945, os bens para a população civil eramescassos. A prioridade máxima das empresas passou a ser, então, o cumprimento dos prazos de entrega para garantir uma fatia maior do mercado, e a qualidade dos produtos foi se deteriorando de forma escandalosa - um fenômeno que sempre serepete em tempos de escassez. A falta de produtos atraiu para o mercado novos competidores, cuja inexperiência contribuiu ainda mais para o declínio da qualidade. Nos anos que se sucederam após a segunda grande guerra, ocorre grande desenvolvimento tecnológico e industrial. Foram lançados no mercado, novos materiais e novas fontes de energia principalmente a fornecida pelas centrais nucleares, com seus requisitos tecnológicos bastante exigentes. Todos estes fatores tecnológicos, associados ao aumento das pressões provocadas pela concorrência, provocaram profundas revisões dos conceitos adotados e grande reviravolta administrativa e econômica nos meios empresariais, bem como em toda a sociedade. Entre 1950 e 1960 vários trabalhos foram publicados ampliando o campo de abrangência da Qualidade. Em 1951, enfatizando a necessidade de "evidências objetivas", uma nova ideia propõe uma abordagem que torna mensurável a qualidade de produtos e serviços, correlacionando-a aos custos de retrabalho, mão-de-obra para o reparo, perdas financeiras associadas a insatisfação do consumidor, entre outro fatores, Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 5 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional definidos como evitáveis. Já os custos inevitáveis foram associados a prevenção, inspeção, amostragem e outras atividades ligadas ao Controle da Qualidade. A prevenção passa a ser adotada na gestão dos processos produtivos tendo implicações positivas no nível qualidade resultante, mensurado pela redução de desperdícios. Os quatro principais movimentos que compõem esta Era são: a. A quantificação dos custos da Qualidade; Os Custos Totais de uma Empresa13 compreendem todos os esforços e recursos que são investidos para o fornecimento de produtos e serviços aosclientes. Os Custos de Produção compreendem os gastos com materiais diretamente consumidos, commão-de-obra direta, com equipamentos utilizados e tecnologiaempregada. Os Custos de Fabricação são a soma dos Custos de Produção com os Custos Indiretos de Produção, tais como gastos com engenharia, projeto, pesquisa e desenvolvimento, controle de produção, manutenção além dos insumos utilizados, salários e gastos administrativos associados a estas atividades de apoio àprodução. b. O controle total daQualidade(TQC); Segundo estes princípios, a qualidade de produtos e serviços é "um trabalho de todos . O controle inicia-se na elaboração do projeto e termina somente,‖ quando o produto está nas mãos do consumidor, que fica satisfeito, ou seja, se caracteriza como visão sistêmica, cujo objetivo básico era o de prover um controle preventivo, desde o início do projeto dos produtos até seu fornecimento aos clientes. c. As técnicas deconfiabilidade; No desenvolvimento das técnicas de confiabilidade, onde as teorias de probabilidade e estatística foram estudadas mais profundamente, o objetivo foi o de evitar falhas do produto ao longo do seu uso. As indústrias aeroespacial, eletrônica e militar foram as propulsoras destas técnicas. As técnicas desenvolvidas, com impacto direto nos projetos dos produtos,incluem: análise de efeito e modo de falha: revisão sistemática dos modos pelos quais um componente de um sistema podefalhar; análise individual de cada componente: verificação da probabilidade de falhas dos componentes-chave de umsistema; redundância: utilização de componentes em paralelo no sistema, a fim de garantir seu funcionamento mesmo que um delesfalhe. d. O programa Zero Defeitos. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 6 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O programa Zero Defeitos originou-se no ano de 1961 na construção dos mísseis nos E.U.A. Sua filosofia básica consistiu em fazer certo o trabalho na primeira vez. Neste sentido, foi dada ênfase a aspectos motivacionais e à iniciativa dos funcionários através de treinamento, estabelecimento de objetivos e divulgação dos resultados da Qualidade e reconhecimento por sua obtenção. Em suma, a Era da Garantia da Qualidade caracterizou-se pela valorização do planejamento para a obtenção da Qualidade, da coordenação das atividades entre os diversos departamentos, do estabelecimento de padrões da Qualidade além das já conhecidas técnicas estatísticas. 3.A Evolução da Qualidade no Brasil A partir do ano de 1990 o movimento em prol da Qualidade teve um crescimento avassalador no País, que remonta à década de 80, onde foram lançadas as bases deste movimento. Até o início da década de 90 ainda não havia um movimento coordenado e global, mas sim ações isoladas de alguns segmentos da sociedade. No final do 2º. Milênio o movimento brasileiro pela Qualidade, segundo especialistas japoneses, era o segundo mais vigoroso programa em favor da Qualidade em todo o mundo. A- Evolução da Qualidade no Mundo Da década de 1990 até os nossos dias, com o sistema de comunicações cada vez mais globalizado e eficiente, intensificou-se o intercâmbio de informações e lições aprendidas entre o Ocidente e o Japão, tornando mais unificado o processo de evolução da Qualidade no mundo. O advento do fenômeno da globalização teve um impacto significativo no movimento mundial em prol daQualidade. Alguns aspectos da Gestão da Qualidade foram realçados na Era da Globalização: 1. Qualidade passa a ser uma ―linguagem internacional de negócios, o que pode serevidenciado através da explosão do processo de certificação ISO9000 e ISO 14000 e da consolidação dos prêmios nacionais da qualidade na maioria dos países do mundo civilizado 2. Satisfação total do cliente, não só em relação às características do produto, mas também a aspectos sociais e ecológicos. O produto não tem que ser sem defeito, ele tem que ser ecologicamente e socialmenteperfeito. 3. Qualidade é uma ferramenta eficaz nosnegócios, 4. O significado da palavra parceria migra para dentro das empresa, com fornecedores ocupando espaço físico na planta do consumidor, diminuindo significativamente oleadtime. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 7 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 5. Empresas se destacam no aspecto Liderança, através dos conceitos abrangidos pelaQualidade. 6. Contabilidade moderna baseada na atividade gerencial. A idéia de Unidade Estratégica do Negócio se consolida e cada gerente tem seu centro de custos e é diretamente reponsável porele. 7. Gerenciamento do tempo, os leadtime passam a ser cada vez menores a fim de atender um mercado cada vez mais exigente e estar a frente dosconcorrentes. O fluxo a seguir resumea evolução da Qualidade no mundo, de onde se conclui que o que evoluiu, essencialmente, foi a forma de se obter Qualidade. OBTER QUALIDADE ATRAVÉS == > De inspeção dos produtos ... ... do controle dos processos de produção de produtos ... ... da organização que administra os processos que produzem os produtos ... ... das pessoas que compõem a organização que administra os processos ... ... do ambiente social que favorecem as ações das pessoas que compõem a organização ... ... do meio-ambiente que interfere no ambiente social que favorece as ações das pessoas ... ... da visão globalizada que influencia o meio-ambiente que interfere no ambiente social ... 4.Qualidade na Indústria X Qualidade em Serviços A evolução da Qualidade no mundo foi construída essencialmente no âmbito da indústria, ou seja, nas empresas fabricantes de produtos, tendo as prestadoras de serviços, de modo geral, ficado à margem deste processo. Na década de 1990, com a crescente concentração de mão-de-obra no setor de serviços e o aumento progressivo da sua importância na economia mundial, Qualidade passou a ser um fator preponderante. Assim sendo, as prestadoras de serviços absorveram parte dos conhecimentos elições aprendidas sobre Qualidade naindústria. Marcadamente a partir do início da década de 1990, impulsionadas pelo Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 8 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional trabalho de vários especialistas, muitas empresas prestadoras de serviços em todo o mundo vêm lançando-se na busca da Qualidade Total. Neste sentido, vários casos de sucesso já se verificam em diversas áreas de atividade neste setor, o que vem provocando o fechamento gradativo do "gap" de evolução da Qualidade em relação àindústria. A abordagem da Qualidade em prestadoras de serviço se diferencia basicamente da abordagem da Qualidade Industrial no que diz respeito à concepçãoconceitual. Apesar de não existir, na atualidade, um único conceito que contemple todas as tendências e experiências profissionais, houve uma profunda e rápida mudança ao longo do final do milênio passado na forma de assegurá-la. A evolução os métodos de medição têm acompanhado o desenvolvimento do conceito da qualidade de produtos e serviços, adequando-se às novas exigências e ao aumento da abrangência. Este fato tem proporcionado condições para a redução das incertezas que envolvem as organizações, apesar do crescente desafio que as impele no sentido do aprimoramento contínuo. Deve-se considerar as seguintes variáveis que exercem influencia no processo de busca da qualidade: • tempo sobre o qual são marcados os passos do processo de evolução e, em função do qual, são exigidas respostas rápidas e eficazes; • nível de complexidade, apresentando novos desafios à compreensão dos processos e a definição de modelos de gestão que assegurem a perpetuação dosnegócios; • as incertezas que refletem o desconhecimento sobre os aspectos relevantes do processo produtivo e de comercialização numa nova era. • estilo de gestão, que consiste na filosofia que orienta as técnicas administrativas, ou os modelos organizacionaispropostos. O profissional que lida na área tem que levar em consideração as quatro aprendizagens consideradas essenciais para os profissionais do século XXI, segundo a UNESCO: • Aprender a Conhecer - conciliar uma cultura geral, ampla o suficiente, com a necessidade de aprofundamento em uma área específica de atuação, construindo as bases para se aprender ao longo de toda a vida; • Aprender a Fazer - desenvolver a capacidade de enfrentar situações inusitadas que requerem, na maioria das vezes, o trabalho coletivo em pequenas equipes ou em unidades organizacionais maiores; assumir iniciativa e responsabilidade em face das situações profissionais; Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 9 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional • Aprender a Conviver - perceber a crescente interdependência dos seres humanos, buscando conhecer o outro, sua história, tradição e cultura e aceitando a diversidade humana. A realização de projetos comuns, a gestão inteligente e pacífica dos conflitos envolvem a análise compartilhada de riscos e a ação conjunta em face dos desafios dofuturo; • Aprender a Ser - desenvolver a autonomia e a capacidade de julgar, bem como fortalecer a responsabilidade pelo autodesenvolvimento pessoal, profissional esocial Desta forma, a gestão da qualidade envolve a observância de alguns conceitos básicos, ou princípios de gestão da qualidade, que podem e devem ser observados por qualquer organização. A saber: Focalização no cliente: qualquer organização tem como motivo de sua existência a satisfação de determinada necessidade de seu cliente, seja com o oferecimento de um produto ou serviço. Portanto, o foco no cliente é um princípio fundamental da gestão da qualidade que deve sempre buscar o atendimento pleno das necessidades do cliente sejam elas atuais ou futuras e mesmo a superação das expectativasdeste; Liderança: cabe aos líderes em uma organização criar e manter um ambiente propício para que os envolvidos no processo desempenhem suas atividades de forma adequada e que se sintam motivadas e comprometidas a atingir os objetivos da organização; Envolvimento das pessoas: toda organização é formada por pessoas que, em conjunto, constituem a essência da organização. Portanto, a gestão da qualidade deve compreender o envolvimento de todos, o que possibilitará o uso de sãs habilidades para o benefício da organização; Abordagem por processos: a abordagem por processos permite uma visão sistêmica do funcionamento da empresa como um todo, possibilitando o alcance mais eficiente dos resultadosdesejados; Abordagem sistêmica: a abordagem sistêmica na gestão da qualidade permite que os processos inter-relacionados sejam identificados, entendidos e gerenciados de forma a melhorar o desempenho da organização como um todo; Melhoria contínua: para que a organização consiga manter a qualidade de seus produtos atendendo suas necessidades atuais e futuras e encantando-o (excedendo suas expectativas), é necessário que ela tenha seu foco voltado sempre para a melhoria contínua do seu processo e produto/serviço; Abordagem factual para a tomada de decisão: todas as decisões dentro de um sistema de gestão de qualidade devem se tomadas com base em fatos, dados Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 10 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional concretos e análise de informações, o que implica na implementação e manutenção de um sistema eficiente de monitoramento; Benefícios mútuos nas relações com fornecedores: a organização deve buscar o relacionamento de benefício mútuo com seus fornecedores através do desenvolvimento de alianças estratégicas, parcerias e respeito mútuo, pois o trabalho em conjunto de ambos facilitará a criação de valor 5.Origem da Norma ISO O que significa a sigla ISO? ISO é a sigla Internacional Organization for Standardization. É uma organização internacional, não governamental, que elabora normas (internacionais), fundada em 23 de fevereiro de 1974, com sede em Genebra, na Suíça. Fazem parte da ISO entidades de normalização de noventa e um países, representando mais de 95% da produção industrial do mundo. O Brasil participa da ISO através da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - que é umasociedade privada, sem fins lucrativos, e tem pessoas físicas e jurídicas como associadas. Ela é reconhecida pelo Governo Brasileiro, como o Foro Nacional deNormalização. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 11 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O que são as NORMAS ISO 9000? As ISO Série 9000 formam um conjunto de cinco normas relacionadas com gestão e garantia daqualidade. As normas ISO 9000 tendo sido elaboradas pelo ISO Technical Comitee 176 (ISSO TC 176). Essas normas estão em vigor desde 1987, embora sua elaboração, pela ISO TC 176, tenha ocorrido 1979, ano de criação de referido Comitê, que foi sobre gestão e garantia da Qualidade na ISO. A Origem das Normas ISO Série 9000 Durante muitos anos e, infelizmente, em parte ainda hoje, o processo interativo de fazer, aceitar, ou retificar foi a base da atividade industrial. Apenas recentemente o conceito mais eficiente e econômico de que se deve "fazer certo da primeira vez - sempre" começou a prevalecer como fundamento da gestão dos processos industriais. Essa visão, inclusive, expande-se rapidamente para a área de prestação de serviços. A tentativa de padronizar a qualidade foi bastante enfatizada nos Estados Unidos, onde essas transformações e seus efeitos foram maiores e significativos. Durante a Primeira Guerra Mundial houve sérios problemas com a qualidade do material militar. Essa constatação levou à necessidade do estabelecimento de normas para as atividades de inspeção e para a definição de Sistemas de Qualidade. Ao longo dos anos essa necessidade foi crescendo, principalmente com iniciativas dentro da OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte de modo a debater e fixar requisitos do tema qualidade, de tal forma que fossem reduzidos os custos com a defesa e também para aumentar a competitividade empresarial. Esta necessidade de padronização deu origem à norma MIL-Q-9858, que é uma especificação de Sistema de Controle da Qualidade, bem como à norma MIL- Q-45208, que especifica as exigências para um sistema de inspeção. Essas duas normas serviram de base para a OTAN elaborar três normas, para uso próprio, em relação à qualidade. Elas foram chamadas de Publicações Aliadas de Garantia da Qualidade (AQAP), respectivamente 1,4 e9. A AQAP-1, homologada em 1868, tratava de Sistema da Qualidade, cobrindo a fabricação, inspeção e teste, enquanto as AQAP-4 e AQAP-9 travam dos sistemas de inspeção, cobrindo apenas a inspeção final. A partir de então, várias normas foram desenvolvidas por diversos países e organizadores. No Reino Unido, em 1874, surgiu a BS 5179, como um guia para Sistemas de Garantia da Qualidade, baseada nas Normas militares AQAP. A partir de então, a disseminação e utilização desse norma expandiu-se, o que conduziu à necessidade de uma norma nacional mais completa e adequada a um processo de utilização da certificação de terceira parte para os Sistemas de Qualidade implantados. Em 1979 passou a ser utilizada a BS 5750, cujo impacto ainda se mostroureduzido. O Comitê ISO TC 176 foi criado em 1979 para conduzir os assuntos Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 12 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional relacionados com garantia da qualidade e gestão da qualidade. Apenas em 1987, as normas elaboradas pelo TC 176 foram provadas dentro da ISO, gerado as denominadas ISO Série9000. Muitos países já adotaram as normas ISO Série 9000 como normas nacionais. Pelo menos cinqüenta e três nações, até o momento, já se enquadraram neste caso, dentre elas, o Brasil. Somente vinculadas ao sistema inglês de certificação existem atualmente cerca de 16.000 empresas que têm implantado uma das normas da Série ISO 9000. Objetivos e Aplicações das Normas ISO Série 9000 ISO 9000 - Normas de Gestão da Qualidade- Diretrizes de Seleção e Uso Esta norma tem por objetivo esclarecer as diferença de inter-relações ente os principais conceitos da qualidade de fornecer diretrizes para seleção e uso de outras normas da série que tanto podem ser utilizadas para o gerenciamento interno da qualidade bem para uso externo, quando se quer adquirir algum produto com os aspectos da qualidade verificados. 6.Princípios de Gestão da Qualidade Os Princípios de Gestão da Qualidade que procura facilitar o estabelecimento de uma cultura de gestão bem sucedida para os usuários das normas da família ISO 9000. As normas ISO 9000-.2005 foram baseadas nestes Princípios. Com o crescimento da competição global, a gestão da qualidade se tomou intensamente importante para a liderança e para a gestão de todas organizações. Os Princípios de Gestão da Qualidade aplicam-se, de uma maneira global, a todos os grupos de usuários. Esse documento está focado sobre as necessidades dos gerentesexecutivos. Aplicando os oito Princípios de Gestão da Qualidade, as organizações produzirão benefícios para os clientes, acionistas, fornecedores, comunidades locais e para a sociedade como um todo. Definição de Princípio de Gestão da Qualidade "Um Princípio de Gestão da Qualidade é uma crença ou regra fundamental e abrangente para conduzir e operar uma organização, visando melhorar, continuamente, seu desempenho a longo prazo, pela localização nos clientes e, ao mesmo tempo, encaminhando as necessidades de todas as partes interessadas." Princípio 1 - Organização Focada no Cliente "As organizações dependem de seus clientes e,. po rtanto. deveram entender as necessidades atuais e futuras, atender os requisitos e se esforçarem para excederas expectativas Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 13 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional dos seus Clientes" Aplicar o Princípio de Organização Focada no Cliente conduz às seguintes ações: • Entender toda a gama de necessidades e expectativas do cliente relativas aos produtos, prazo de entrega, preço, confiabilidade,etc. • Garantir uma abordagem balanceada entre as necessidades e as expectativas dos clientes e de outras partes interessadas (acionistas, empregados, fornecedores, comunidades locais e a sociedade como um todo). • Comunicar essas necessidades e expectativas à todaorganização. • Medir a satisfação do cliente e atuar sobre os resultados,e • Gerenciar o relacionamento com ocliente. Benefícios da aplicação desse Princípio para: • a formulação de estratégias e políticas, tomando as necessidades do cliente e as necessidades de outras partes interessadas compreendidas por toda a organização, • a adequação de objetivos e metas, garantindo que objetivos e metas importantes estejam ligadas às necessidades e expectativas dosclientes", • a gestão operacional, melhorando o desempenho da organização a fim de atender as necessidades dosclientes, • a gestão de recursos humanos, garantindo que as pessoas tenham o conhecimento e habilidades exigidas para satisfazer os clientes da organização. Princípio 2 - Liderança "Líderes estabelecem a unidade de propósitos e a direção da organização. Eles deveriam cifar e manter um ambiente íntemo no qual as pessoas possam se tomar plenamente envolvidas no alcance dos objetivos daorganização". Aplicar o Princípio de Liderança conduz às seguintes ações: • Ser pró-ativo e liderar por meio deexemplos, • Compreender e responder às mudanças no ambienteexterno, • Considerar as necessidades de todas as partes interessadas, incluindo clientes, acionistas, empregados, fornecedores, comunidades locais e a sociedadecomo umtodo, Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 14 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional • Estabelecer uma visão clara do futuro daorganização, • Estabelecer modelos éticos e valores compartilhados para todos os níveis daorganização, • Construir a confiança e eliminar omedo, • Prover liberdade e os recursos exigidos para as pessoas atuarem com responsabilidade • Inspirar, encorajar e reconhecer as contribuições daspessoas, • · Promover a comunicação honesta eaberta, • · Educar, treinar e assistir aspessoas, • Adequar objetivos e metas desafiadoras, e • Implementar estratégias para alcançar esses objetivos emetas. Benefícios da aplicação desse Princípio para: • a formulação de estratégias e políticas, estabelecendo e comunicando uma visão clara do futuro daorganização, • adequação de objetivos e metas, traduzindo a visão da organização em"objetivos e metasmensuráveis-1 • a gestão operacional, dando poder e envolvendo as pessoas para alcançar os objetivos daorganização, • a gestão de recursos humanos, tendo a força de trabalho estável, bem informada, motivada e compoder. Princípio 3 - Envolvimento de Pessoas "Pessoas de todos os níveis são a essência de uma organização e o pleno envolvimento delas permite que suas capacidades sejam usadas para o benefício da organização, Aplicar o Princípio de Envolvimento de Pessoas conduz às seguintes ações destaspessoas: • Aceitar a responsabilidade e a propriedade de solucionarproblemas, • Buscar ativamente oportunidades para fazermelhoramentos, • Buscar ativamente oportunidades para aumentar suas competências, conhecimento eexperiência, • Compartilhar livremente o conhecimento e a experiência em equipes e grupos, • Focalizar na criação de valor para osclientes, • Ser inovador e criativo em adição aos objetivos daorganização, Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 15 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional • Representar melhor a organização aos clientes, comunidades locais e sociedade como umtodo, • Derivar satisfação do seu trabalho,e • Estar entusiasmado e orgulhoso de fazer parte daorganização. Benefícios da aplicação desse Princípio para: • a formulação de estratégias e políticas, pessoas contribuindoefetivamente para melhorias das estratégias e políticas daorganização, • a adequação de objetivos e metas, pessoas compartilhando apropriedade dos objetivos daorganização; • a gestão operacional, pessoas sendo envolvidas em decisões apropriadas e em processos demelhorias • a gestão de recursos humanos, pessoas ficando mais satisfeitas comseus empregos e sendo ativamente envolvidas em seu desenvolvimento e crescimento pessoal para o benefício daorganização. Princípio 4 - Enfoque de Processo "Um resultado desejado é alcançado mais eficientemente quando as atividades e recursos relacionados são gerenciados como umprocesso." Aplicar o Princípio de Enfoque de Processo conduz às seguintes ações: • Definir o processo para alcançar o resultadodesejado, • Identificar e mensurar as entradas e saídas doprocesso, • Identificar as interfaces do processo com as funções daorganização, • Avaliar possíveis riscos, consequencias e impactos de processos sobre os clientes, fornecedores e outras partes interessadas doprocesso, • Estabelecer claramente a responsabilidade e a autoridade para gerenciar o processo, • Identificar os clientes internos e externos, fornecedores e outras partes interessadas do processo,e • Quando projetar processos, considerações devem ser dadas às etapas do processo, atividades, fluxos, medições de controle, necessidades de treinamento, equipamentos, métodos, informação, materiais e outros recursos, para alcançar o resultadodesejado. Benefícios da aplicação desse princípio para: Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 16 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional • a formulação de estratégias e políticas; a utilização de processos definidos por toda a organização conduz a resultados mais previsíveis, melhor uso de recursos, tempos de ciclo mais curtos e custos maisbaixos, • a adequação de objetivos e metas- o conhecimento da capacidade dos processos permite a criação de objetivos e metas desafiadoras; a gestão operacional; a adoção do enfoque de processos para todas as operações resulta em custos mais baixos, prevenção de erros, controle da variabilidade, tempos de cicio mais curtos, e saídas maisprevisíveis; • a gestão de recursos humano; o estabelecimento de processos eficientes para a gestão de recursos humanos, tais como contratação, educação e treinamento, permite o alinhamento desses processos com as necessidades da organização e produz uma força de trabalho maiscapaz. Princípio 5 - Enfoque Sistêmico para a Gestão "Identificar, compreender e gerencíar um sistema de processos inter-relacionados para um dado objetivo melhora a eficácia ea eficiência da organização" . Aplicar o Princípio de Enfoque Sistêmico para a gestão conduz às seguintes ações: • Definir o sistema através da identificação ou desenvolvimento de processos que afetam um dadoobjetivo, • Estruturar o sistema para alcançar o objetivo de forma maiseficiente, • Compreender as interdependências entre os processos dosistema, • Melhorar continuamente o sistema por meio de mensuração e avaliação,e • Estabelecer restrições de recursos antes deatuar. Benefícios da aplicação desse Princípio para: • a formulação de estratégias e políticas; a criação de planos desafiadores e abrangentes que ligam funções e entradas deprocessos. • a adequação de objetivos e metas; os objetivos e metas de processos individuais são alinhados com os objetivos chaves daorganização, • a gestão operacional; uma visão mais ampla da eficácia de processos a qual conduz ao entendimento das causas de problemas e oportunas ações de melhorias, • a gestão de recursos humanos; fornece um melhor entendimento de papéise responsabilidades para alcançar objetivos comuns, portanto, reduzindo barreiras funcionais e melhorando o trabalho deequipe. Princípio 6 - Melhoria Contínua Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 17 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional "A melhora a contínua devera ser um objetivo permanente da organização". Aplicar o Princípio de Melhoria Contínua conduz às seguintes ações: • Fazer que a melhoria continua de produtos, processos, e sistemas sejaum • objetivo de cada indivíduo naorganização, • Aplicar os conceitos de básicos de melhora visando a melhoria incremental e projetos de ruptura para saltos demelhora, • Usar a avaliação periódica com base em critérios de excelência para identificar áreas para melhoraspotenciais, • Melhorar continuamente a eficácia e a eficiência de todos osprocessos, • Promover atividades com base emprevenção, • Fornecer, para cada membro da organização, educação e treinamento apropriados sobre os métodos e as ferramentas de melhoria contínua, tais como: O cicloPDCA, Solução deProblemas, Processo de re-engenharia,e Processo deinovação, • Estabelecer medidas e objetivos para dirigir e rastrear oportunidadesde melhorias,e • Reconhecer asmelhorias. Benefícios da aplicação desse Princípio para: • a formulação de estratégias e políticas; criando e alcançando planos de negócios mais competitivos por meio da integração da melhoria contínua com os planejamentos de negócios eestratégico, • a adequação de objetivos e metas;adequando objetivos de melhorias desafiadores e realistas, e fornecendo os recursos paraalcançá-los, • a gestão operacional; envolvendo as pessoas da organização na melhoria contínua deprocessos • a gestão de recursos humanos; fornecendo, para todas as pessoas da organização, ferramentas, oportunidades, e estímulo para melhorar produtos, processos esistema. Princípio 7 - Enfoque Factual para a Tomada de Decisão "Decisões eficazes são baseadas em análises de dados e informações." Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 18 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aplicar o Princípio de Enfoque Factual para a tomada de decisões conduz às seguintes ações: • Fazer medições e coletar dados e informações pertinentes aoobjetivo, • Garantir que os dados e as informações sejam suficientemente precisos, confiáveis e acessíveis, • Analisar os dados e as informações usando métodosválidos, • Compreender o valor das técnicas estatísticas apropriadas,e • Tomar decisões e agir com base nos resultados de análises lógicas balanceadas com a experiência eintuição. Beneficios da aplicação desse Princípio para: • a formulação de estratégias e políticas; estratégias baseadas em informações e dados importantes são mais realistas e mais prováveis de seremalcançadas, • a adequação de objetivos e metas; utilizando informações e dados comparativos relevantes para ajustar objetivos e metas desafiadoras e realistas, • a gestão operacional, informações e dados são a base para a compreensão do desempenho de sistemas e processos para orientar as melhorias e prevenir problemasfuturos, • a gestão de recursos humanos; analisando dados e informações a partir de fontes tais como, pesquisas de clima, sugestões e grupos focalizados para orientar a formulação de políticas de recursoshumanos. Princípio 8 - Relacionamento Mutuamente Benéfico com o Fornecedor "Uma organização e seus fornecedores são interdependentes, e um relacionamento mutuamente benéfico aumenta a capacidade de ambos criarem valor." Aplicar o Princípio de Relacionamento Mutuamente Benéfico com o Fornecedor conduz às seguintesações: • Identificar e selecionar fornecedoreschaves, • Estabelecer relacionamentos com fornecedores que equilibrem ganhos de curto prazo, com considerações de longo prazo para a organização e a sociedade como umtodo, • Criar comunicações claras eabertas, • Iniciar melhoria e desenvolvimentos em conjunto de produtos eprocessos, • Estabelecer conjuntamente um claro entendimento das necessidades Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 19 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional do cliente, • Compartilhar informações e planos futuros,e • Reconhecer as melhoras e conquistas dofornecedor. Benefícios de aplicação desse Princípio para: • a formulação de estratégias e políticas; criando vantagem competitiva por meio do desenvolvimento de alianças ou parcerias comfornecedores, • a adequação de objetivos e metas; estabelecendo objetivos e metas mais desafiadoras por meio da antecipação da participação e envolvimento defornecedores, • a gestão operacional; criando e gerenciando relacionamentos com fornecedores para garantir fornecimentos sem defeito, dentro dos prazos e confiáveis, • a gestão de recursos humanos, desenvolvendo e aumentando as capacidades do fornecedor por meio de treinamento e esforços conjuntos paramelhoramentos. 7. ISO 9001 O que é a NBR ISO 9001? A NBR ISO 9001 é a versão brasileira da norma internacional ISO 9001 que estabelece requisitos para o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) de uma organização, não significando, necessariamente, conformidade de produto às suas respectivasespecificações. Em 1987 a ISO editou a série 9000 com o objetivo de estabelecer critérios para implantação de Sistemas de Garantia da Qualidade. A primeira versão criou uma estrutura de três normas sujeitas à certificação, a ISO 9001, 9002 e 9003, além da ISO 9000 que era uma espécie de guia para seleção da norma mais adequada ao tipo de organização. Com três anos de atraso, a ABNT emitiu a primeira versão (tradução) da série no Brasil. A mesma foi nomeada série NBR 19000. Em 1994, a série foi revisada, porém sem grandes modificações, apenas com uma pequena ampliação e alguns esclarecimentos em seus requisitos, mantendo a mesma estrutura, ou seja, três normas sujeitas à certificação; em paralelo, a ABNT revisou as normas brasileiras, adotando o nome "série NBR ISO 9000", alinhando-se com o resto do mundo que já adotava nomenclatura similar para suas versões nacionais. Em Dezembro de 2000 a série foi totalmente revisada; além das alterações em sua estrutura, tendo apenas a ISO 9001 sujeita à certificação. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 20 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional As últimas estatísticas da ISO, de Dezembro de 2006, revelam que existem cerca de um milhão de organizações certificadas de acordo com a norma ISO 9001:2000, em todo o mundo. Infelizmente, muitas dessas organizações estão apenas familiarizadas com os requisitos básicos da ISO 9001 e não aprofundam o conhecimento dos princípios de gestão da qualidade nos quais esta norma se baseia, nem investigam as potencialidades da informação disponível que permite implementar um sistema de gestão da qualidade eficaz e eficiente. O Brasil possui cerca de 10.000 certificados. Objetivo O objetivo da NBR ISO 9001 é complementar os requisitos dos produtos e serviços prestados por uma organização, que pretende implementar os seus padrões de qualidade e tornar-se mais competitiva nos mercados interno eexterno. O conceito de qualidade A qualidade de um produto ou serviço pode ser olhada de duas óticas: a do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à concepção e produção de um produto que vá ao encontro das necessidades do cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e à utilidade reconhecidas ao produto, estando em alguns casos ligada ao preço. Do ponto de vista dos clientes, a qualidade não é unidimensional. Quer dizer, os clientes não avaliam um produto tendo em conta apenas uma das suas características, mas várias. Por exemplo, a sua dimensão, cor, durabilidade, design, funções que desempenha, etc. Assim, a qualidade é um conceito multidimensional. A qualidade tem muitas dimensões e é por isso mais difícil de definir. De tal forma, que pode ser difícil até para o cliente exprimir o que considera um produto de qualidade. Do ponto de vista da empresa, contudo, se o objetivo é oferecer produtos e serviços (realmente) de qualidade, o conceito não pode ser deixado ao acaso. Tem de ser definido de forma clara e objetiva. Isso significa que a empresa deve apurar quais são as necessidades dos clientes e, em função destas, definir os requisitos de qualidade do produto. Os requisitos são definidos em termos de variáveis como: Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 21 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional comprimento, largura, altura, peso, cor, resistência, durabilidade, funções desempenhadas, tempo de entrega, simpatia de quem atende ao cliente, rapidez do atendimento, eficácia do serviço, etc. Cada requisito é em seguida quantificado, a fim de que a qualidade possa ser interpretada por todos(empresa, trabalhadores, gestores e clientes) exatamente da mesma maneira. Os produtos devem exibir esses requisitos, a publicidade se faz em torno desses requisitos (e não de outros), o controle de qualidade visa assegurar que esses requisitos estão presentes no produto, a medição da satisfação se faz para apurar em que medida esses requisitos estão presentes e em que medida vão realmente ao encontro das necessidades. Todo o funcionamento da "empresa de qualidade" gira em torno da oferta do conceito de qualidade que foi definido. A implementação das normas é baseada no ciclo PDCA: • Planejar (P - Plan) - Estabelecer objetivos e processos; Resultados p/ Clientes eOrganização. • Fazer (D - Do) - Implementar osprocessos • Verificar (C – Check) Monitorar / Medir Processos e produtos (requisitosprodutos) • Agir (A – Act) - Agir para melhorar continuamente o desempenho dos processos 8.Normas NBR ISO 9000 Existem três normas na família ISO 9000 que são: • ABNT NBR ISO 9000:2000: Descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e estabelece a terminologia para estessistemas. • ABNT NBR ISO 9001:2000: Especifica requisitos para um Sistema de Gestão da Qualidade, onde uma organização precisa demonstrar sua capacidade para fornecer produtos que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos regulamentares aplicáveis, e objetiva aumentar a satisfação do cliente. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 22 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional • ABNT NBR ISO 9004:2000: Fornece diretrizes que consideram tanto a eficácia como a eficiência do sistema de gestão da qualidade.Oobjetivodestanormaémelhorarodesempenho da organização e a satisfação dos clientes e das outras partes interessadas 9.Ferramentas Da Qualidade As empresas cada vez mais necessitam certificar através de política e ações. Fazer qualidade é procurar a satisfação dos clientes em primeiro lugar. A verificação deste princípio fez com que muitas empresas de sucesso dominassem o mercado de produto e serviço nos últimos anos. As ferramentas analisadas a seguir são as mais utilizadas no TQC, mas não são as únicas. Essas ferramentas são usadas por todos em uma organização e são extremamente úteis no estudo associado às etapas ao fazer rodar o ciclo. Segundo Yoshinaga (1988:80), "As ferramentas sempre devem ser encaradas como um MEIO para atingir as METAS ou objetivos". Meios são as ferramentas que podem ser usadas para identificar e melhorar a qualidade, enquanto a meta é onde queremos chegar(fim). A qualidade não pode estar separada das ferramentas básicas usadasno controle, melhoria e planejamento da qualidade, visto estas fornecerem dados que ajudam a compreender a razão dos problemas e determinam soluções para eliminá- los. O objetivo deste trabalho é demonstrar a aplicação de cada uma das ferramentas, os pré-requisitos para a construção e como fazer a relação entre cada uma. As sete ferramentas da qualidade estudadas neste trabalho são: Diagrama dePareto Histograma Diagrama de Causa e Efeito Folha deVerificação Gráficos deControle Fluxogramas Cartas de Controle a) Gráfico de Pareto O gráfico de pareto é um gráfico de barras que dispõe a informação de forma a tornar evidente e visual a priorização de temas. A informação assim disposta também permite o estabelecimento de metas numéricas viáveis de serem alcançadas. A figura abaixo é um exemplo de aplicação do Gráfico de Pareto, Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 23 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional relacionado a problemas em cobrança. O gráfico demonstra quantos casos são referentes a cada um dos problemas listados no eixo horizontal –notas fiscais atrasadas, cobrança indevida, problemas no setor, nota fiscal errada, recebimento errado no caixa e outros. Conforme podemos observar, para diminuirmos os problemas em cobrança, será adequado iniciar tratando o atraso das notas fiscais, uma vez que se tem muitos mais casos de notas fiscais atrasadas que recebimento errado no caixa, por exemplo. Percebe-se então, que o Gráfico de Pareto é particularmente útil na priorização de temas. Não significa que não se deva tratar os demais problemas, mas se iniciarmos pelo que apresenta o maior número de casos, provavelmente economizaremos mais recursos e maistempo. Resumindo, o Gráfico de Pareto dispõe a informação de forma a permitir a concentração dos esforços para melhoria nas áreas onde os maiores ganhos podem ser obtidos. b) Histograma O histograma é um gráfico de barras que tem por objetivo representar uma distribuição de freqüência de uma variável de interesse. A barra horizontal representa os intervalos ou classes e a barra vertical representa a freqüência do intervalo correspondente. A tabela abaixo é uma distribuição de freqüência de altura de um dado grupo. Cada classe é composta de um intervalo de valores de altura. O símbolo informa que o valor mais baixo do intervalo está incluído no intervalo, enquanto o limite superior não está incluído. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 24 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Sendo assim, uma altura de 1,40 está incluída na terceira classe e não nasegunda. Para a tabela de distribuição de freqüência de alturas dada, temos a figura do Histogramareferente. O importante a ressaltar é que a área da barra é proporcional à freqüência do intervalo. Isto nos dá uma idéia visual da distribuição de freqüência, bem como podemos saber que tipo de distribuição representa o efeito ou fenômeno. No caso em questão a distribuição de alturas é representada por uma Distribuição Binomial. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 25 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional c) Diagrama Causa e Efeito O Diagrama de Causa e Efeito é também conhecido como Diagrama de Ishikawa, ou Espinha de Peixe. O método do Diagrama de Causa e Efeito atua como um guia para a identificação da causa fundamental de um efeito que ocorre em um determinadoprocesso. A figura a seguir mostra uma aplicação do Diagrama de Ishikawa. Dado um efeito no produto ou em um processo, devemos procurar dentro dos quadrados quais poderiam ser as causas relacionadas a este tema (os seis ―Ms‖) que poderiamser responsáveis pelo problema ou efeitodetectado. Em geral, este tipo de ferramenta é aplicado em grupos interdisciplinares de forma que o grupo tenha condições de detectar diversas possíveis causas para o efeito, sendo que cada participante contribui com seu conhecimento específico. É importante que se considere todas as causas possíveis, mesmo que o grupo ache que uma causa específica não seja a responsável. É muito comum a utilização de outras técnicas, tais como "brainstorming", na determinação das possíveis causas para que o grupo possa considerar todas as possibilidades. Dependendo do tipo de problema a ser resolvido, pode ser necessário a construção de um sub-diagrama para a causa que o grupo ache que seja a mais provável, quando este fator é composto de outros sub-fatores. A figura abaixo mostra um exemplo desubdiagramas. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 26 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Resumindo: o Diagrama de Causa e Efeito é uma ferramentautilizada para apresentar a relação existente entre um resultado de um processo (efeito) e os fatores (causas) do processo que por razões técnicas possam afetar o resultado considerado. d) Folha de Verificação Uma folha de verificação é um meio bastante simples de coleta de dados. A folha de verificação mais simples é um conjunto de itens que podem aparecer em um processo, para o qual se deve verificar a ocorrência ou não. A tabela abaixo exemplifica o funcionamento de uma folha de verificação, utilizada para verificar se houve ocorrência ou não de alguns dos defeitos mais comuns para uma peça que tenha sofrido um processo de desmoldagem. Existem vários tipos de folhas de verificação. Algumas, como por exemplo para verificação de um item de controle de um processo produtivo, podem conduzir diretamente à formação de um histograma, ou mesmo de um gráfico de controle. e) Diagrama deDispersão Os Diagramas de dispersão são representações de duas ou mais variáveis que são organizadas em um gráfico, uma em função da outra. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 27 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional A figura abaixo mostra um gráfico de variáveis que representam uma medida experimental de um determinado produto, sendo que os dados do eixo Y representam a medição feita no laboratório ―A‖ e os dados do eixo X, as medições feitas no laboratório ―B‖. Este tipo de Diagrama é muito utilizado para correlacionar dados, como a influência de um fator em uma propriedade, dados obtidos em diferentes laboratórios ou de diversas maneiras (predição X medição, por exemplo). As variáveis do gráfico acima são ditas positivamente correlacionadas, uma vez que a medida do laboratório A aumenta, com o aumento da medida do Laboratório B. Quando uma variável tem o seu valor diminuído com o aumento da outra, diz-se que as mesmas são negativamente correlacionadas. Por exemplo, a venda de carros é negativamente correlacionada com o aumento de desemprego. Quanto maior o índice de desemprego, menor a venda decarros. Este gráfico permite que façamos uma regressão linear e determinemos uma reta, que mostra o relacionamento médio linear entre as duas variáveis. Dentre vários benefícios da utilização de diagramas de dispersão como ferramenta da qualidade, um de particular importância é a possibilidade de inferirmos uma relação causal entre variáveis, ajudando na determinação da causa raiz de problemas. f) Gráfico deControle Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 28 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O Gráfico de Controle é a ferramenta da qualidade mais conhecida e difundida. Muitas empresas já a utilizam há muito tempo, pois ela é muito útil no controle de processos e produtos. A ferramenta é baseada em dados estatísticos e tem por princípio que todo processo tem variações estatísticas. A partir da determinação desta variação, são calculados parâmetros que nos informam se o processo está ocorrendo dentro dos limites esperados ou se existe algum fator que está fazendo com que o mesmo saia fora do controle. Nós não explicaremos neste tutorial, todas as informações que podem ser decorrentes de um controle estatístico como este, mas daremos a seguir algumas informações básicas, que nãodemonstraremos. O gráfico de controle é construído da seguinte maneira: 1. Primeiramente, faz-se um experimento para determinação dos parâmetros de controle, medindo-se a propriedade que se quer controlar em uma amostra com pelo menos 6pontos. 2. Determina-se a partir de então os valores de Média e DesvioPadrão. 3. A seguir, os limites de controle são calculados da seguinte forma: a.LimiteInferiordeControle:éovalordamédiamenostrêsvezesodesvio padrão. b.Limite Superior de Controle: é o valor da média mais três vezes o desvio padrão. 4. Em seguida, os valores são colocados em um gráfico e uma linha cheia, que representa a linha média é desenhada por toda a extensão dográfico. 5. Os limites inferior e superior de controle também são desenhados, como uma linha tracejada, por toda a extensão dográfico. 6. Uma vez que os valores de média e desvio padrão foram traçados com Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 29 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional base no experimento, tais valores são utilizados posteriormente para controlar as medidas doprocesso. De tempos em tempos, faz-se necessária uma revisão dos valores de controle, que podem ser calculados a partir dos valores medidos no dia-a-dia, desde que tais valores não tenham sofrido nenhuma influência ou desvio gerado por fator externo e que tenham sido obtidos dentro das condições normais do processo. Fluxograma O fluxograma é uma ferramenta muito útil na determinação e principalmente na visualização das etapas de um processo. O fluxograma utiliza alguns símbolos que representam diferentes tipos de ações, atividades e situações. Veja alguns dos símbolos utilizados no Fluxograma: Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 30 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional A figura a seguir mostra um exemplo simples de procedimento que pode ser visualizado por um fluxograma. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 31 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 10.Fordismo Com esta pequena descrição é possível notar que todas as ferramentas são de grande utilidade no tratamento de dados de processo e, por conseqüência, no controle daqualidade. As ferramentas são complementares entre si e, quando usadas em conjunto, permitem uma determinação mais apurada das causas de problemas ou efeitos encontrados. É de grande utilidade para o administrador do sistema da qualidade ou para os envolvidos na solução de problemas, auxiliando-os a obter resultados maiseficazes Fordismo Sistema de Produção em Massa - Fordismos Idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, o Fordismo é um modelo de Produção em massa que revolucionou a indústria automobilística na primeira metade do século XX. Ford utilizou à risca os princípios de padronização e simplificação de Frederick Taylor e desenvolveu outras técnicas avancadas para a época. Suas fábricas eram totalmente verticalizadas. Ele possuia desde a fábrica de vidros, a plantação de seringueiras, até asiderúrgica. Ford criou o mercado de massa para os automóveis. Sua obsessão foi atingida: tornar o automóvel tão barato que todos poderiamcomprá-lo. Uma das principais características do Fordismo foi o aperfeiçoamento da linha de montagem. Os veículos eram montados em esteiras rolantes que movimentavam-se enquanto o operário ficava praticamente parado, realizando uma pequena etapa da produção. Desta forma não era necessária quase nenhuma qualificação dostrabalhadores. O método de produção fordista exigia vultuosos investimentos e grandes instalações, mas permitiu que Ford produzisse mais de 2 milhões de carros por ano, durante a década de 1920. O veículo pioneiro de Ford no processo de produção fordista foi o mítico Ford Modelo T. mais conhecido no Brasil como "Ford Bigode". Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 32 Escola Estadual de Educação Profissional[EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O Fordismo, teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960, que ficaram conhecidas na história do capitalismo como Os Anos Dourados. Entretanto, a rigidez deste modelo de gestão industrial foi a causa do seu declínio. Ficou famosa a frase de Ford, que dizia que poderiam ser produzidos automóveis de qualquer cor, desde que fossem pretos. O motivo disto era que com a cor preta, a tinta secava mais rápido e os carros poderiam ser montados mais rapidamente. A partir da década de 20 o Fordismo entra em declínio. A General Motors flexibiliza sua produção e seu modelo de gestão. Lança diversos modelos de veículos, várias cores e adota um sistema de gestão profissionalizado, baseado em colegiados. Com isto a GM ultrapassa a Ford, como a maior montadora do mundo. Na década de 70, após os choques do petróleo e a entrada de competidores japoneses no mercado automobilístico, o Fordismo e a Produção em massa entram em crise ecomeçam gradativamente a serem substituídos pela Produção enxuta, modelo de produção baseado no Sistema Toyota de Produção. Em 2007 a Toyota torna-se a maior montadora de veículos do mundo e pôe um ponto final no Fordismo. 11.Toyotismo O Sistema Toyota de Produção, também chamado de Produção enxuta e Lean Manufacturing, surgiu no Japão, na fábrica de automóveis Toyota, logo após a Segunda Guerra Mundial. Nesta época a indústria japonesa tinha uma produtividade muito baixa e uma enorme falta de recursos, o que naturalmente a impedia adotar o modelo da Produção em massa. A criação do sistema se deve a três pessoas: O fundador da Toyota e mestre de invenções, Toyoda Sakichi, seu filho Toyoda Kiichiro e o principal executivo o engenheiro Taiichi Ohno. O sistema objetiva aumentar a eficiência da produção pela eliminação contínua de desperdícios. O sistema de Produção em massa desenvolvido por Frederick Taylor e Henry Ford no início da século XX, predominou no mundo até a década de 90. Procurava reduzir os custos unitários dos produtos através da produção em larga escala, especialização e divisão do trabalho. Entretanto este sistema tinha que operar com estoques e lotes de produção elevados. No início não havia grande preocupação com a qualidade do produto. Já no Sistema Toyota de Produção os lotes de produção são pequenos, permitindo uma maior variedade de produtos. Exemplo: em vez de produzir um lote de 50 sedans brancos, produz-se 10 lotes com 5 veículos cada, com cores e modelos variados. Os trabalhadores são multifuncionais, ou seja, desenvolvem mais do que uma única tarefa e operam mais que uma única máquina. No Sistema Toyota de Produção a preocupação com a qualidade do produto é extrema. Foram desenvolvidas diversas técnicas simples mas extremamente eficientes para proporcionar os resultados esperados, como o Kanban e o Poka-Yoke. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 33 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional De acordo com Taiichi Ohno (1988): Os valores sociais mudaram. Agora, não podemos vender nossos produtos a não ser que nos coloquemos dentro dos corações de nossos consumidores, cada um dos quais tem conceitos e gostos diferentes. Hoje, o mundo industrial foi forçado a dominar de verdade o sistema de produção múltiplo, em pequenasquantidades. A base de sustentação do Sistema Toyota de Produção é a absoluta eliminação do desperdício e os dois pilares necessários à sustentação é o Just-in-time e a Autonomação. Os 7 desperdícios que o sistema visa eliminar: Superprodução, a maior fonte de desperdício. Tempo de espera, refere-se a materiais que aguardam em filas para serem processados. Transporte, nunca geram valor agregado no produto. Processamento, algumas operações de um processo poderiam nem existir. Estoque, sua redução ocorrerá através de sua causa raiz. Movimentação Defeitos, produzir produtos defeituosos significa desperdiçar materiais, mão-de-obra, movimentação de materiais defeituosos e outros. O Sistema Toyota de Produção vem sendo implantado em várias empresas no mundo todo, porém nem sempre com grande sucesso. A dificuldade reside no aspecto cultural. Toda uma herança histórica e filosófica conferem uma singularidade ao modelo japonês. Em 2007 a Toyota tornou-se a maior empresa automobilística do mundo, fato que só era previsto para 2008. 12.Sistema 5 S O que é 5 S Pode-se criar um ambiente de qualidade em torno de si, usando as mãos para agir, a cabeça para pensar e o coração para sentir, por meio do programa 5S. É só colocar em ação os CINCO SENSOS que estão dentro de cada um de nós: Seiri Seiton Seisou Seiketsu Shitsuke Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 34 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Os 5 Sensos da Qualidade O 5S é um conjunto de conceitos simples que, ao serem praticados, são capazes de modificar o seu humor, o ambiente de trabalho, a maneira de conduzir suas atividades e as suasatitudes. O termo 5S é derivado de cinco palavras japonesas iniciadas com a letraS. A melhor forma encontrada para expressar a abrangência e profundidade dessas palavras foi acrescentar o termo "Senso de" antes de cada palavra em português. Assim, o termo original 5S foi mantido, mesmo na línguaportuguesa. O termo "Senso de' significa "exercitar a capacidade de apreciar, julgar e entender". Significa ainda a "aplicação correta da razão para julgar ou raciocinar em cada casoparticular. Devemos combater os desperdícios. Diariamente, os brasileiros desperdiçam 39 milhões de quilos de alimentos, o que seria o suficiente para alimentar 19 milhões de pessoas por dia. Para se ter uma ideia do desperdício, de cada 100 caixas produzidas no campo, apenas 39 chegam à mesa do consumidor. Além disso, 60% do lixo da cidade de São Paulo é orgânico,ou seja, formado por restos de alimentos. Os supermercados desperdiçam alimentos que equivalem a 2,52% do faturamento do setor, cerca de R$ 2 bilhõesanuais. Precisamos trabalhar com mais saúde e segurança: No Brasil, em um período de 10 anos (1986/1996) ocorreram 7.727.795 acidentes de trabalho, acarretando 124.026 doenças ocupacionais, 206.329 incapacidades e 48.923 óbitos. Os números são do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), que na primeira versão Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 35 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional de seu anuário de 1996 apontou5.538 óbitos por acidentes de trabalho no ano de 1996. A taxa de 0,23 acidentes fatais por mil pessoas seguradas coloca o Brasil no quarto lugar entre os de maior risco de morte no trabalho, abaixo apenas de El Salvador, Coreia e índia que lidera esta triste estatística. Levando-se em conta que estes números retratam apenas o universo dos trabalhadores assalariados, formalmente registrados, a situação se torna ainda maiscrítica. Vantagens do 5S Quem pratica o 5S Trabalha com segurança Mantém bons hábitos para a saúde Busca limpeza e organização Combate os desperdícios Tem espírito de equipe Aceita os desafios É responsável Utilização Arrumação Organização Seleção SEIRI Utilização Arrumação Organização Seleção “Guardar" É um instinto natural das pessoas. Portanto, o Senso de Utilização pressupõe que além de identificar os excessos e/ou desperdícios, estejamos preocupados em identificar "o porquê“, para que medidas preventivas possamser adotadas para evitar que voltem a ocorrer. Como praticar o SEIRI Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 36 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional É identificar materiais, equipamentos, ferramentas, utensílios, informações e dados necessários e desnecessários, descartando ou dando a devida destinação àquilo considerado desnecessário ao exercício dasatividades E M P R E S A Basta verificar aquele espaço da casa onde colocamos tudo que não serve, os brinquedos quebrados que não usamos mais, a roupa velha que guardamos, as revistas e jornais que jamais serão lidos novamente, dentre outros exemplos que você já deve estar imaginando . E M C A S A Utilização é preservar consigo apenas os sentimentos valiosos como amor,amizade, sinceridade, companheirismo, compreensão, descartando aqueles sentimentos negativos e criando atitudes positivas para fortalecer e ampliar a convivência , apenas com sentimentos valiosos. N A V ID A SEITON Ordenação Sistematização Classificação Significa "cada coisa no seu devido lugar". É definir locais apropriados e critérios para estocar, guardar ou dispor TUDO de modo a facilitar o uso, manuseio, procura, localização e guarda de qualquer item. Como praticar o SEITON Na definição dos locais apropriados, adota-se como critério a facilidade para estocagem, identificação, manuseio, reposição, retorno ao local de origem após uso, consumo dos itens mais velhosprimeiro. E M P R E S A Não é incomum para você as cenas de correria pela manhã à procura da agenda, dos Crachá, dos cadernos, das chaves, do uniforme. E na hora de declarar o imposto de renda? E as idas e vindas ao mercado? Cada hora falta alguma coisa para comprar. E M C A S A É distribuir adequadamente o seu tempo dedicado ao trabalho, ao lazer, à família, aos amigos. É ainda não misturar suas preferências profissionais com as pessoais, ter postura coerente, serenidade nas suas decisões, valorizar e elogiar os atos bons, incentivar as pessoas e não somente criticá-las. N A V ID A Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 37 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional SEIKETSU Asseio Higiene Saúde Significa criar condições favoráveis à saúde física e mental, garantir ambiente não agressivo e livre de agentes poluentes, manter boas condições sanitárias nas áreas comuns, zelar pela higiene pessoal e cuidar para que as informações e comunicados sejam claros, de fácil leitura e compreensão. Como praticar o SEIKETSU Manter boas condições sanitárias nas áreas comuns (lavatórios, banheiros, cozinha, restaurante, etc.), zelar pela higiene pessoal usar EPI e cuidar para que as informações e comunicados sejam claros, de fácil leitura e compreensão. E M P R E S A Cuidar do asseio de banheiro, cozinha, higienizar alimentos, vacinação em dias, usar tapetes, cortinas, capas de proteção, escovar os dentes, manter limpos, cabelos, barba, unhas, roupas e calçados. E M C A S A Ter comportamento ético, promover um ambiente saudável nas relações interpessoais, sejam sociais, familiares ou profissionais, cultivando um clima de respeito mútuo nas diversas relações. N A V ID A Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 38 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional S H I T S U K E Autodisciplina Educação Compromisso É desenvolver hábito de observar e seguir normas, regras, procedimentos, atender especificações, sejam escritas ou informais. Este hábito é resultado do exercício da força mental,moralefísica.Nãosetratadeumaobediênciacega,submissa,“AtitudedeCordeiro".É a demonstração de respeito a si próprio e aosoutros. Seguir os procedimentos, regras e normas da empresa, bem como a cultura, buscando contribuir sempre para melhoria do ambiente de trabalho com sugestões e instruindo os colegas com boas práticas. E M P R E S A Ensinar aos familiares o que aprender na empresa, praticar as técnicas que se encaixarem em casa e se policiar para não voltar os velhos costumes. E M C A S A Desenvolver o autocontrole (contar sempre até dez), ter paciência, ser persistente na busca de seus sonhos, anseios e aspirações, respeitar o espaço e a vontade alheias. N A V ID A Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 39 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 13 - SISTEMA JUST IN TIME Just in time (JIT) é conhecida por ser uma filosofia de gestão empresarial para o planejamento e controle das operações com foco na máxima qualidade e na redução de desperdícios. O JIT está relacionado com a abordagem enxuta de produção, visando uma produção que flua com mais intensidade, evitando a criação de estoques. No just in time, para que os estoques sejam mínimos, é utilizado o sistema de "produção puxada", onde a solicitação dos clientes é quem inicia a fabricação. Do contrário, a produção mais tradicional realiza a "produção empurrada". Sistemas de produção puxado e empurrado O diagrama a seguir representa de forma simples, as diferenças entre os dois sistemas de produção. O sistema just in time faz com que um estágio da produção seja um tipo de "cliente" que solicita ao estágio anterior apenas o que é necessário. Sistema de "produção empurrada" (acima) em comparação ao Just in Time (abaixo). É possível perceber que a produção empurrada vai acumulando estoques conforme o produto vai se transformando, o que é minimizado no sistema just in time. Significado de Just in Time Na tradução para o português, a expressão just in time possui como significado a expressão "bem na hora", pois indica que os bens ou serviços devem ser produzidos somente no instante em que são requisitados. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 40 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O JIT significa produzir no exato momento necessário, ou seja, sem ser antes do tempo para que não produza estoques e nem depois para que clientes não fiquem a espera do produto pronto. Origens do Just in Time A montadora de carros japonesa Toyota é pioneira no uso da abordagem just in time, que se popularizou a partir da segunda metade do século XX. Ao lado do sistema de controle kanban, o just in time é uma das bases do modelo de produção que ficou conhecido como toyotismo. Atualmente, o uso do just in time não está restrito apenas à indústria automobilística. Entre os exemplos de empresas de outros setores que adotam o método está a multinacional do ramo de cosméticos Avon. Como funciona o just in time? Pela filosofia just in time, quem puxa a produção é a demanda. Ou seja, a empresa busca criar um fluxo que atenda à quantidade de encomendas sem que faltem nem sobrem produtos acabados, semiacabados e matérias-primas. Para que isso seja possível, é preciso uma coordenação perfeita com os fornecedores e um conhecimento preciso do mercado consumidor. A relação com os fornecedores deve ser próxima e de confiança, pois eles precisam estar aptos não apenas para cumprir prazos, mas também para garantir a qualidade das encomendas que entregam. Qualquer falha nessa logística pode parar a produção. Além disso, o just in time exige uma definição perfeita das quantidades a serem produzidas. Se a demanda for superestimada, sobrarão estoques. Se for subestimada, a falta de produtos poderáfazer com que se percam oportunidades de venda, prejudicando as receitas. Devido a essas características, o just in time é mais adequado para setores cuja demanda do consumidor seja estável ou nos quais é possível prever de forma confiável as variações provocadas pela sazonalidade. Controle de qualidade No modelo de produção just in time, o controle de qualidade é uma responsabilidade de todos os trabalhadores e é feito a cada etapa do processo. Por esse motivo, o just in time exige uma maior qualificação dos operários, que precisam estar preparados para identificar falhas e defeitos, em vez de essa responsabilidade ficar restrita a um técnico ou supervisor. Os operários também devem possuir uma maior autonomia para tomar as medidas necessárias para a correção dos problemas. É por isso que, ao contrário do fordismo e do taylorismo, que se caracterizam pela especialização e pela alienação da mão-de-obra, no toyotismo o operário deve ter uma consciência maior de todo o processo e mais flexibilidade em suas funções. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 41 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Vantagens e desvantagens do just in time Entre as principais vantagens do método just in time está a redução dos custos com estoques. Isso porque, se o armazenamento é mínimo, é necessário um espaço físico menor para a planta industrial. A infraestrutura mais enxuta diminui os gastos com sua manutenção. Manter estoques em níveis mínimos também reduz eventuais riscos de perdas, deterioração e furtos, o que significa um menor desperdício de materiais e um maior controle. Também são menores os custos com transporte interno, uma vez que a produção é desenhada de modo que se evite o acúmulo de produtos semiacabados. Por outro lado, como não possui estoques, a empresa fica mais vulnerável em caso de falhas com a cadeia de suprimentos. Se algum fornecedor atrasar uma entrega, a produção poderá ficar totalmente paralisada. O mesmo poderá acontecer em caso de problemas com alguma das etapas do processo produtivo. Outra desvantagem do just in time é sua pouca flexibilidade para se adequar a demandas extraordinárias. Por não ter produtos estocados, a empresa não conseguirá atender de forma imediata a uma encomenda maior do que o normal. 14 - SISTEMA KANBAN Kanban é um sistema de gestão visual de tarefas, utilizado inicialmente no controle de estoque pelo sistema puxado de produção industrial. É um quadro preenchido com cartões que mostram o status de cada tarefa e associam com o que deve ser executado nas etapas anteriores e posteriores. Em japonês, o termo kanban quer dizer cartão ou sinalização. No Brasil, kanban também pode ser chamado de gestão visual. Criado pela empresa japonesa Toyota, o sistema kanban era integrado à metodologia Just in Time. Combinadas, estas duas técnicas garantiam maior controle no processo produtivo, reduzindo perdas e erros. Você também pode ter interesse em Just in Time. Hoje o kanban é associado também aos métodos ágeis de desenvolvimento de software, como o scrum, simplificando a sistematização da demanda e distribuição entre a equipe. Tipos de Kanban Dentro do processo industrial, os cartões podem ser divididos em três tipos: • Kanban de Produção: São os cartões utilizados para especificar a quantidade a ser produzida pelo processo anterior para repor o utilizado. • Kanban de Retirada: São os cartões que especificam as quantidades a serem retiradas pelo processo seguinte. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 42 https://www.dicionariofinanceiro.com/just-in-time/ Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional • Kanban do fornecedor: Cartões com a identificação de quanto deve ser solicitado ao fornecedor de suprimentos,com a hora da entrega, para garantir a integração com o sistema just in time da fábrica. Como funciona o sistema Kanban? Adotar a gestão de processos com kanban pode ser uma solução eficaz dentro de qualquer empresa. Dos métodos ágeis, é a mais fácil de implementar e que pode se adaptar a maior parte das culturas empresariais. Basta um quadro branco e alguns blocos de posts its para começar a organizar. Cria-se colunas conforme os processos, como por exemplo: "Por Fazer". "Fazendo", e "Feito". Cada demanda ou pauta é um post it e deve ser encaminhada à coluna de status correspondente. Por exemplo, um lote de suprimentos chegou do fornecedor hoje e deve ser organizado. Esta demanda é preenchida em um post it e situada na coluna "Por Fazer". No momento em que alguém pegar aquela função para executar, transfere à coluna "Fazendo". Ao concluir troca para "Feito". Na próxima semana, quando chegar o novo lote, o post it volta para a coluna inicial "Por fazer", e assim sucessivamente. No post it, ou cartão, devem ir informações claras e simples sobre a demanda, como a data em que foi solicitada, o responsável pela criação daquela pauta, uma identificação numeral ou um código qualquer que identifique em um banco de dados a totalidade das demandas (pode ser uma simples tabela de excel com os códigos, a demanda, data inicial e data final). Este tipo de organização dos processos facilita a comunicação entre equipes, quando a mesma tarefa deve ser executada por mais de um grupo em etapas diferentes. Usando o mesmo exemplo do recebimento de um lote de suprimentos, no caso de uma empresa grande é provável que mais processos estejam envolvidos, como "verificar quantidades", "armazenar", "catalogar", entre outras ações. E umas podem ser feitas pela equipe de logística, outras pelo estoquista, e etc. Utilizando um kanban, todas as equipes conseguem visualizar o status do trabalho dos colegas e sabem exatamente quando precisam começar seu trabalho naquela tarefa. Vantagens e desvantagens do Kanban Aplicar o kanban facilita o trabalho em equipe, organizando as demandas compartilhadas. Também permite a visualização do quadro geral de fluxo do trabalho, indicando exatamente onde estão os gargalos no trabalho, com transparência. Funciona igualmente na identificação de desperdícios. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 43 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 15. INTRODUÇÃO A ÉTICA PROFISSIONAL O exercício de qualquer das profissões fiscalizadas pelo Sistema CONFEA/CREA enseja a assunção de uma série de responsabilidades à qual, tanto os profissionais como as empresas, estão sujeitos, de modo que a caracterização de qualquer lesão ao interesse de outrem, ocorrida em face deste exercício profissional, dependendo da situação, tem o condão de acarretar penalidades que podem chegar até o cancelamento do registro profissional, dever de refazimento ou indenização, além de penalizaçãocriminal. Para apresentar este universo jurídico aos profissionais da área tecnológica, é indispensável uma ligeira incursão à teoria do direito, embora superficialmente, a fim de não tornar enfadonho ao interesse da categoria profissional a qual este manual é dedicado. Nesse contexto podemos dizer que ao conjunto de normas criadas para regular os eventos, condutas, relações e interações que a sociedade entende relevantes entre os seres humanos, considerados individualmente, organizados em pessoas jurídicas, ou como representantes do Estado (coletividade), é atribuído o conceito de direito em sentido amplo. Apesar de eventos e acontecimentos naturais receberem a incidência das normas jurídicas, tal como o nascimento com vida, a morte etc, são as relações jurídicas, especialmente as expressas em contratos cujos objetosconfiguram realização de trabalhos nas áreas da engenharia, arquitetura, agronomia, geologia, geografia e meteorologia, o cerne da abordagem no presente trabalho. Estes contratos, quer os relativos aos projetos, quer os relativos às execuções, são fontes geradoras de direitos e obrigações em várias esferas do direito. O não atingimento dos resultados finais almejados, face à inobservância das técnicas profissionais adequadas, redundará na responsabilização do profissional responsável. Situações objetivas relacionadas com o exercício das profissões fiscalizadas pelo Sistema CONFEA/CREA, que acarretem lesões à direitos alheios, independentemente da existência de contratos, como por exemplo, o desabamento de um muro sobre um transeunte, ou um curto circuito causador de um incêndio que atinja o usuário de um prédio comercial, em razão de sua evidente relevância, também acarretam responsabilizações. As relações de trabalho protegidas pela CLT, que normalmente decorrem da atividade econômica dos profissionais da área tecnológica também, por esta razão, poderão recair sobre a categoria profissional no exercício de suas profissões. Serão tecidas considerações acerca das obrigações e responsabilidades dos profissionais e empresas da área tecnológica, o tempo que perduram, os tipos e esferas de repercussão, etc., demonstrando, ante a apresentação das noções jurídicas pertinentes, o universo que o profissional está adentrando ao contratar a prestação de seus serviços, de modo a oferecer condições que lhe permitam se precaver, se proteger e mensurar seus honorários de modo proporcional às responsabilidades assumidas no momento da celebração dos acordos, quando isto for possível. Os quadros sinóticos magistralmente concebidos pelo Dr. João Henrique Biasi no ano de 1984 (obra citada no item 1 da bibliografia), serão apresentados devidamente atualizados, em razão de seu precioso valordidático. “NINGUEM SE ISENTA DE CULPA ALEGANDO O DESCONHECIMENTO DA LEI” Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 44 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 16. ÉTICA, MORAL EDIREITO O estudo da Ética deu-se com os filósofos gregos há 25 séculos atrás. Hoje em dia, seu campo de atuação ultrapassa os limites da filosofia e inúmeros outros pesquisadores de diversas áreas do conhecimento dedicam-se ao seu estudo. Ao iniciar um trabalho que envolve a ética como objetivo de estudo, consideramos importante, como ponto de partida, estudar o conceito de ética, estabelecendo seu campo de aplicação e fazendo uma pequena abordagem das doutrinas éticas que consideramos mais importantes para o nosso trabalho. Ética: conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão. Moral: conjunto de regras que trata dos atos humanos, dos bons costumes e dos deveres do homem em sociedade e perante os de sua classe. Direito: o que é justo e conforme com a lei e a justiça. A Ética, a Moral e o Direito estão interligados. A Ética consiste num conjunto de princípios morais, a Moral consiste em conjunto de regras, só que a Moral atua de uma forma interna, ou seja, só tem um alto valor dentro das pessoas, ela se diferencia de uma pessoa para outra e o Direito tem vários significados, ele pode ser aquilo que é justo perante a lei e a justiça, aquilo que você pode reclamar que éseu. A Ética tem uma relação maior com as profissões. Ela seria como uma regra a ser seguida, um dever que profissional tem com aquele que contrata o seu serviço. A partir do momento em que se começa a exercer uma profissão, deve-se começar a praticar a Ética. A Moral e o Direito tem a seguinte base: a Moral tem efeito dentro da pessoa, ela atua como um valor, aquilo que se aprendeu como certo e o Direito tem uma relação com a sociedade, o Direito é aquilo que a pessoa pode exigir perante seus semelhantes, desde que esteja de acordo com a lei, aquilo imposto pelasociedade. O que significa ser ético? Ser ético nada mais é que cumprir os valores da sociedade em que vive, é agir sem prejudicar o próximo, é agir e se responsabilizar pelas consequências de suas ações. Todo ser ético pensa antes de agir e age sabendo que terá que assumir os resultados. A consciência moral, segundo a autora do livro Convite à filosofia, Marilena Chaui, está ligada ao senso moral e ambos dizem respeito a valores, sentimentos, intenções e ações referidas ao bem, ao mal e ao desejo de felicidade, sentimentos e ações que estão intrínsecas às relações que temos com o outro, portanto fazem parte da nossa vida. A consciência e o senso moral se manifestam em nossas vidas com bastante frequência, em situações como, por exemplo, em que jovens inexperientes têm que escolher entre a juventude ou o filho que não foi planejado, em que um pai de família desempregado tem que optar entre ser honesto e continuar na mesma situação ou aceitar um emprego desonesto, na dúvida se devemos entregar para policia um homem que roubou uma fruta para dar de comer a uma criança, enfim várias situações que nos levam a refletir. Como podemos ver a consciência e o senso moral estão diretamente ligados a valores sociais como: honestidade, honradez, justiça e também aos sentimentos provocados por esses valores como: vergonha, admiração, dúvida, entre outros. Geralmente não paramos para refletir sobre os valores morais a que estamos sujeitos, isso porque somos educados para conviver com eles e aprendemos desde cedo que devemos servir a esses valores. A sociedade tende então a naturalizar os Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 45 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional valores morais para que haja a manutenção dos padrões sociais mesmo com o passar dotempo, portanto a ética também é uma criação social e cultural. Cada sociedade criou e cria seus conceitos sobre o que é ser ético ou antiético. E para na julgarmos sem fundamentos precisamos conhecer primeiro as culturas diferentes da nossa e acima de tudo respeitá-las. a) Ética – Conceitos eClassificações: DEFINIÇÃO 1: Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. DEFINIÇÃO 2: Ética é o conjunto de normas de comportamento e formas de vida através do qual o homem tende a realizar o valor do bem. OBSERVAÇÕES: 1.- É ciência: Tem (a) objeto de estudo (a moral, moral positiva, o bem), (b) leis e método próprio; 2.- Etimologia: ethos (grego) = costumes {(mos, mores (latim)--> moral)}; 3.- Moral: É um dos aspectos do comportamento humano; • *(Outros: jurídico, social, alimentar,etc.) • *É um conjunto de regras de comportamento próprias de umacultura. 4.- A ética vai além da moral: procura os princípios fundamentais do comportamento humano (J. R. Nalini). b) Ética – Conceitos eClassificações: “Ética e moral são sinônimas” (M. Camargo). Outra fonte: ÉTICA - MORAL Permanente Temporal Universal Cu ltural Regra Condutad eregra Teoria Prática Princípios Aspectos de condutaespecíficos 17. FUNDAMENTOS DA RESPONSABILIDADE a) Preceitos, Conceitos e Considerações A palavra responsabilidade é originária do verbo latino "respondere". Todo indivíduo que pratica uma ação ou uma omissão, por ela responde, sendo obrigado a justificá-la perante as pessoas e a própria sociedade. Se o resultado desta ação ou omissão não afronta nenhuma norma jurídica, o agente que a praticou não deixa de ser o responsável, muito embora esta responsabilidade não acarrete nenhuma repercussão jurídica. Dessa forma, o avô que presenteia o neto com um sorvete antes do almoço é o responsável pela abstinência da criança na hora da refeição, mesmo que este ato não viole nenhuma norma jurídica e, em decorrência, não origine qualquerobrigação de Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 46 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional reparação. Quando ocorre o afrontamento da norma jurídica, diz-se que o ato é antijurídico, embora possa não causar dano a ninguém. É o caso de alguém que deseja transmitir parte de seus bens a determinadas pessoas após sua morte. Para que sua vontade seja respeitada deverá fazer um testamento na forma autorizada em lei, obedecidas todas as solenidades ordenadas. Se não são observadas as formalidades legais na sua integralidade, o testamento contraria o direito e, a ordem jurídica reage, declarando-o nulo, isto é, negando seus efeitos, mas não causando lesão diretamente ao direito de ninguém. O ato antijurídico que causa dano, através da violação por conduta humana de uma norma jurídica conferidora de direitos absolutos e unilaterais é chamado ilícito, sendo imposto ao agente causador o dever de reparação. Se a lesão tem repercussão moral e/ou patrimonial, configura-se a responsabilidade civil. Se a natureza da infringência é o desrespeito à norma penal, impositiva de deveres sociais, configura-se a responsabilidade criminal. Decorre-se de inobservância das normas regulamentares da profissão, configura a responsabilidade profissional. Se decorre da violação de cláusulas do contrato de trabalho, tem caráter trabalhista. O responsável, em regra é o causador, mas quando a lesão é cometida por empregado ou preposto, estende-se a responsabilidade às pessoas física/jurídica do empregador. Quando a responsabilidade decorre de ato próprio, denomina-se direta; quando resulta de ato ou fato alheio, chama-se indireta. A responsabilidade civil implica uma reparação civil (do latim “reparare”: restabelecer, restaurar), consistente na indenização do prejuízo causado. Esta reparação não se confunde com a sanção criminal, eis que resulta em pena previamente estabelecida na lei, ao passo que a reparação civil limita-se ao prejuízo a ser apurado. Existem atos que não contrariam o direito e que independentemente de culpa, causam lesão ao direito de outros. Para estes, o dever de ressarcir é imposto pela lei, tendo por fundamento a atividade lícita exercida pelo agente que, então, assume o risco ou perigo dela resultante que pode causar a terceiro, dano à vida, à saúde ou aopatrimônio. Exemplificadamente é possível citar: (1) transporte aéreo de coisas ou pessoas; (2) empreendimento de atividade destinada à produção de energia elétrica; (b) à exploração de minerais; (c) à instalação de fios telefônicos; (d) à construção de prédios, etc. No caso de um homicídio, o agente causador pode incorrer na pena de prisão (efeito criminal) e ser obrigado a reparar a família da vítima (efeito civil). Assim, é possível afirmar que a prática de um ato ilícito pode ter diversos efeitos. No contexto do Sistema CONFEA/CREAs, consideradas a culpabilidade do agente, a extensão do dano causado, a natureza das lesões e até a ocorrência de vítimas, as responsabilidades dos engenheiros, arquitetos e agrônomos podem ser enquadradas nas seguintes modalidades: a) Responsabilidade Ético-Profissional b) Responsabilidade Civil c) Responsabilidade Criminal d) Responsabilidade Trabalhista Não existe vinculação necessária entre estas esferas de responsabilidade, de vezque independentes entre si, mesmo que possam ter origem tanto em fatos ou atos distintos, quanto de um mesmo ato oufato. Exemplo que encerra a caracterização de todas estas espécies de responsabilidades é a hipótese de determinada obra, erigida por um engenheiro civil ou arquiteto, vir a desabar em razão de imperícia profissional, causando danos a outros e lesões pessoais aos operários que nela trabalham. Este evento dará ensejo Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 47 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional concomitantemente à incidência dos quatro tipos de responsabilidades mencionados. Quais sejam: (a) sanção profissional pelo descumprimento de preceito inserido na legislação específica e/ou código de ética (responsabilidade técnica); (b) indenização dos prejuízos sofridos pelo dono da construção e por terceiros (responsabilidade civil); (c) punição criminal pela comprovação de culpa (responsabilidade penal); e (d) indenização do acidente sofrido pelos operários (responsabilidade trabalhista). ATIVIDADES GENÉRICAS DOS TÉCNICOS DO 2° GRAU art. 1° da resolução n° 262 do CONFEA 1- Execução de trabalhos e serviços técnicos projetados e dirigidos por profissionais de nívelsuperior. 2- Operação e/ou utilização de equipamentos instalações emateriais. 3- Aplicação das normas técnicas concernentes aos respectivos processos de trabalhos, 4- Levantamento de dados de naturezatécnica. 05-Condução de trabalhotécnico. 06-Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção. 07-Treinamento de equipes de execução de obras e serviços técnicos. 8- Desempenho de Cargo e função técnica circunscritos ao âmbito de sua habilitação. 9- Fiscalização da execução de serviço de sua competência. 10-Organização de arquivostécnicos. 11-Execução de trabalhos repetitivos de mensuração e controle de qualidade. 12-Execução de serviços de manutenção de instalações e equipamentos. 13-Execução·de instalação montagem ereparo, 14-Prestação de assistência técnica, no nível de sua habilitação, na compra e venda de equipamentos emateriais. 15- Elaboração de orçamentos relativos às atividades de sua competência. 16-Execução de ensaios derotina. 17-Execução de desenho técnico. b)Quadro Sinótico QUADRO SINÓTICO DAS RESPONSABILIDADES ÀS QUAIS OS PROFISSIONAIS ESTÃO SUJEITOS: Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 48 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 18. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA A responsabilidade própria, fundada na culpa ou no dolo, é denominada responsabilidade subjetiva. Para sua caracterização é imprescindível a ocorrência de uma conduta ilícita, praticada com culpa ou dolo por alguém, e cujo resultado tenha causado dano à vítima. A ideia da culpa ligada à responsabilidade determina que, em regra, ninguém possa merecer juízo de reprovação sem que tenha faltado com o dever de cautela em seu agir. A ação culposa, em termos civis, se caracteriza pela violação negligente ou imprudente da norma jurídica, e em termos criminais e profissionais também pelo agir imperito. A ação dolosa se dá em face da intencionalidade do querer, pretender, visar o resultado final de violação da norma jurídica, em qualquer esfera jurídica, ou assumir conscientemente o risco de violá-la. Não basta que o agente atue contra uma norma jurídica para ensejar a responsabilização; é preciso demonstrar que sem o ato, o dano não ocorreria. O nexo de causalidade entre o ato e o dano dá-se quando existir a certeza de que sem o fato, o dano não teria acontecido. No âmbito das profissões da área tecnológica, fiscalizadas pelo Sistema CONFEA/CREA´s, são os casos de imprudência, negligência e imperícia que caracterizam a culpa do agente. Esta caracterização se dá na hipótese, por exemplo, da construção de uma usina geradora de energia, em que o profissional não observa as regras de segurança do trabalho e ocorre a morte de uma pessoa. A ação imprudente gera a culpa e a consequente responsabilização. Outra situação que demonstra a caracterização da culpa, por ação negligente é a falta de acompanhamento efetivo do profissional com relação às atividades técnicas que não supervisiona como deveria, realizadas, por exemplo,numa empresa de Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 49 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional armazenamento de grãos, quando estes perecem. 19. RESPONSABILIDADE OBJETIVA A responsabilidade fundada no risco é denominada responsabilidade objetiva. Para sua caracterização, é absolutamente irrelevante a conduta, culposa ou dolosa, do agente que causa dano à integridade física ou patrimonial de alguém, de vez que a simples existência de nexo causal, entre o prejuízo sofrido pela vítima e a ação do agente, é suficiente para o surgimento do dever deindenizar. A obrigação de indenizar é imposta pela lei e não tem causa geradora no ato ilícito. O fundamento da obrigação de indenizar advém dos princípios da equidade e da justiça comutativa, onde todo aquele que, na defesa de seus interesses, prejudicar o direito de outrem, deve indenizar a parte lesada pelo dano causado. A responsabilidade está baseada no risco-proveito da atividade que o agente executa, que possui grande potencialidade de resultar em dano ao direito alheio. Os casos de responsabilidade objetiva são excepcionalíssimos, tendo todos previsão legal. Com o advento do Código de Defesa do Consumidor, e recentemente com a alteração do Código Civil, a responsabilidade objetiva ganhou cada vez mais espaço no direito brasileiro. Para a lei reguladora das relações de consumo, que inclui atividades de prestação de serviços e construção na definição de fornecedor, além de imóvel no conceito de produto, a responsabilidade por vícios de qualidade é objetiva, durante o prazo de cinco anos. O novo Código Civil, que começou a vigorar no ano de 2002, também estabelece esta responsabilidade em caso de empreitada de edifícios e outras construções consideráveis, no mesmo prazo quinquenal. Assim, independentemente de culpa, haverá a responsabilidade e o dever de indenizar quando o ato praticado pelo profissional ou empresa, lesar o interesse de terceiros, sejam estes o contratante ou pessoas alheias ao contrato. Aquele que exerce uma atividade técnica especializada responde tanto pela atividade, quanto pela técnica empregada na realização de determinada obra ou serviço. É a chamada Teoria do Risco, segundo a qual, o responsável é agente que materialmente causou odano. 20. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL A lei civil brasileira estabelece, como regra, a liberdade de contratar em razão e nos limites da função social do contrato. Os contratantes, que são obrigados a observar os princípios da probidade e da boa fé, poderão celebrar contratos que tenham os mais diversos objetos possíveis, desde que estes não encontrem vedaçãolegal. Os acordos celebrados entre os contratantes são elevados à categoria de obrigatórios, verdadeiras "Ieis" a serem observadas entre eles. O descumprimento de uma obrigação contratual, configura infração às regras estabelecidas, gerando responsabilidade passível deindenização. Se os atos ilícitos são ações ou omissões que afrontam as leis em sentido amplo, entendidas estas como normas que têm aplicabilidade perante toda a sociedade, as infrações às obrigações ajustadas são o que poderíamos denominar de ilícitos contratuais, eis que são ilegalidades verificadas no restrito âmbito do contrato que, por se referirem às obrigações que foram voluntariamente assumidas, produzem efeitos somente para as partes contratantes, e não para toda a sociedade. Assim como no universo maior existe responsabilidade pela afrontação do Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 50 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional dever legal, que no âmbito civil encontra-se fixado pelo art. 927 do Código Civil Brasileiro -"aquele que por ato ilícito causar dano a outrem fica obrigado a repará-lo", no restrito universo do contrato, a violação da obrigação enseja o dever de responder por perdas e danos, que abrangem além do que o prejudicado perdeu, o que razoavelmente deixou delucrar. Exemplo de responsabilidade contratual é o atraso na entrega de uma obra ou serviço, por culpa do profissional ou empresa que obrigou a entregá-la (o) numa certa data e não cumpriu. No campo da responsabilidade extracontratual, podemos citar o dever de indenização, que recai sobre o empreiteiro, em construções de porte ou edifícios, em face de problemas com solidez e segurança daobra. 21. A RESPONSABILIDADE TÉCNICA OU ÉTICO·PROFISSIONAL CÓDIGODE ÉTICAPROFISSIONALDAENGENHARIA,DAARQUITETURA, DA AGRONOMIA, DA GEOLOGIA, DA GEOGRAFIA E DA METEOROLOGIA. a) Preceitos, conceitos e considerações Responsabilidade técnica é decorrente da capacidade que os profissionais possuem para responderem por obras ou serviços em que atuaram. Se o interesse público, traduzido em lei, determina que as obras e serviços da área tecnológica, exatamente por pressuporem conhecimento técnico para sua realização, só possam ser realizados por profissionais habilitados, é natural que estes profissionais respondam tecnicamente por eles. Esta capacidade advém do domínio que os responsáveis possuem sobre a técnica empregada na atividade executada. A formação profissional é que define, através das atividades curriculares ministradas nos cursos de nível médio ou superior, quais as atividades técnicas que o profissional poderá desempenhar na qualidade de responsável técnico. A responsabilidade ético- profissional deriva de imperativos morais, de preceitos regedores do exercício da profissão, e do respeito mútuo entre profissionais e suasempresas. O profissional deve observar, em suas relações com clientes e colegas, os preceitos expressos no Código de Ética Profissional da Engenharia, Arquitetura, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia, elaborado pelo CONFEA, órgão incumbido pela Lei Federal nº 5.194/66 de regulamentar o exercício destas profissões. A infringência das normas éticas, estabelecidas no Código de Ética (Resolução nº 1002/2002), acarreta a punição do profissional responsável, através da aplicação das sanções previstas na própria Lei Federal, ou seja, advertência reservada ou censura pública. Ações praticadas por profissionais podem ferir as normas éticas da profissão. além de caracterizar, ou não, ilícitos civis e penais. A Resolução nº 1002/2002 do CONFEA, que instituiu o Código de Ética Profissional da engenharia, da arquitetura, da agronomia, da geologia, da geografia e da meteorologia, estabelece, entre outras disposições: Art. 1º - O Código de Ética Profissional enuncia os fundamentos éticos e as condutas necessárias à boa e honesta prática das profissões da Engenharia, da Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia e relaciona direitos e deveres correlatos de seus profissionais. Art. 2º - Os preceitos deste Código de Ética Profissional têm alcance sobre os profissionais em geral, quaisquer que sejam seus níveis de formação, modalidades ou especializações. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 51 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Art. 3º - As modalidades e especializações profissionais poderão estabelecer, em consonância com este Código de Ética Profissional, preceitos próprios de conduta atinentes às suas peculiaridades e especificidades. DA IDENTIDADE DAS PROFISSÕES E DOS PROFISSIONAIS: Art. 4º - As profissões são caracterizadas por seus perfis próprios, pelo saber científico e tecnológico que incorporam, pelas expressões artísticas que utilizam e pelos resultados sociais, econômicos e ambientais dotrabalho que realizam. Art. 5º - Os profissionais são os detentores do saber especializado de suas profissões e os sujeitos pró-ativos do desenvolvimento. Art. 6º - O objetivo das profissões e a ação dos profissionais voltam-se para o bem- estar e o desenvolvimento do homem, em seu ambiente e em suas diversas dimensões: como indivíduo, família, comunidade, sociedade, nação e humanidade; nas suas raízes históricas, nas gerações atual e futura. Art. 7º - As entidades, instituições e conselhos integrantes da organização profissional são igualmente permeados pelos preceitos éticos das profissões e participantes solidários em sua permanente construção, adoção, divulgação, preservação eaplicação. Art. 8.º - A prática da profissão é fundada nos seguintes princípios éticos aos quais o profissional deve pautar sua conduta: Do objetivo da profissão: I - A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de exercê-Ia, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seusvalores. Da natureza da profissão: II – A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente pelos conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando-se pela prática tecnológica, colocada a serviço da melhoria da qualidade de vida dohomem. Da honradez da profissão: III - A profissão é alto titulo de honra e sua prática exige conduta cidadã, honesta e digna. Da eficácia profissional: IV - A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços é produtos e observando a segurança nos seusprocedimentos. Do relacionamento profissional: V - A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 52 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os profissionais e com lealdade nacompetição. Da intervenção profissional sobre o meio: VI - A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável na intervenção sobre os ambientes natural e construído, e da incolumidadedas pessoas, de seus bens e de seus valores. Da liberdade e segurança profissionais: VIII - A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua prática de interesse coletivo. Art. 9.º - No Exercício da Profissão são Deveres do Profissional: I - Ante ao ser humano e a seus valores: a) oferecer seu saber para o bem dahumanidade; b) subordinar os interesses pessoais aoscoletivos; c) contribuir para a preservação da incolumidade pública; d) divulg ar os conhecimentos científicos, artísticos e tecnológicos inerentes àprofissão. II - Ante aprofissão: a) identificar-se e dedicar-se com zelo àprofissão; b) conservar e desenvolver a cultura daprofissão; c) preservar o bom conceito e o apreço social daprofissão; d) desempenhar sua profissão ou função nos limites de suas atribuições e de sua capacidade pessoal derealização; e) empenhar-se junto aos organismos profissionais no sentido da consolidação da cidadania e da solidariedade profissional e da coibição das transgressõeséticas. III - Nas relações com os clientes, empregadores ecolaboradores: a) dispensar tratamento justo a terceiros, observando o princípio daequidade; b) resguardar o sigilo profissional quando do interesse do seu cliente ou empregador, salvo em havendo a obrigação legal da divulgação ou dainformação; c) fornecer informação certa, precisa e objetiva em publicidade e propagandapessoal; d) atuar com imparcialidade e impessoalidade em atos arbitrais epericiais; e) considerar o direito de escolha do destinatário dos serviços, ofertando-lhe sempre que possível, alternativas viáveis e adequadas às demandas em suaspropostas; f) alertar sobre os riscos e responsabilidades relativos às prescrições técnicas e às consequências presumíveis de sua inobservância; g) adequar sua forma de expressão técnica às necessidades do cliente e às normas vigentesaplicáveis. IV - Nas relações com os demaisprofissionais: a) atuar com lealdade no mercado de trabalho, observando o princípio da igualdade decondições; b) manter-se informado sobre as normas que regulamentam o exercício Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 53 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional daprofissão; c) preservar e defender os direitosprofissionais. V - Ante omeio: a) orientar o exercício das atividades profissionais pelos preceito s do desenvolvimentosustentável; b) atender, quando da elaboração de projetos, execução de obras ou criação de novos produtos, aos princípios e recomendações de conservação de energia e de minimização dos impactosambientais; c) considerar em todos os planos, projetos e serviços as diretrizes e disposições concernentes à preservação e ao desenvolvimento dos patrimônios sócio-cultural e ambiental. Art. 10 - No exercício da profissão, são Condutas Vedadas ao profissional: I - Ante o homem e seusvalores: a) descumprir voluntária e injustificadamente com os deveres doOfício; b) usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função de forma abusiva, para fins discriminatórios ou para auferir vantagenspessoais; c) prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato profissional que possa resultar em dano às pessoas ou a seus benspatrimoniais. II - Ante aprofissão: a) aceitar trabalho, contrato, emprego função ou tarefa: para os quais não tenha efetivaqualificação; b) utilizar indevida ou abusivamente do privilégio de exclusividade de direito profissional; c) omitir ou ocultar fato de seu conhecimento que transgrida a éticaprofissional. III - Nas relações com os clientes, empregadores ecolaboradores: a) formular proposta de salários inferiores ao mínimo profissionallegal; b) apresentar proposta de honorários com valores vis ou extorsiv os ou desrespeitando tabelas de honorários mínimosaplicáveis; c) usar de artifícios ou expedientes enganosos para a obtenção de vantagens indevidas, ganhos marginais ou conquista decontratos; d) usar de artifícios os expedientes enganosos que impeçam o legítimo acesso dos colaboradores às devidas promoções ou ao desenvolvimentoprofissional; e) descuidar com as medidas de segurança e saúde do trabalho sob sua coordenação; f) suspender serviços contratados, de forma injustificada e sem préviacomunicação; g) impor ritmo de trabalho excessivo ou exercer pressão psicológica ou assédio moral sobre oscolaboradores. IV - Nas relações com os demaisprofissionais: a) intervir em trabalho de outro profissional sem a devida autorização de seu titular, salvo no exercício de deverlegal; b) referir-se preconceituosamente a outro profissional ouprofissão; c) agir discriminatoriamente em detrimento de outro profissional ouprofissão; d) atentar contra a liberdade do exercício da profissão ou contra os direitos de outro profissional. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 54 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional V - Ante omeio: a) prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato profissional que possa resultar em dano ao ambiente natural. à saúde humana ou ao patrimônio cultural. DOS DIREITOS: Art. 11º - São reconhecidos os Direitos Coletivos Universais inerentes às profissões, suas modalidades e especializações,destacadamente: a)à livre associação e organização em corporaçõesprofissionais; b) ao gozo da exclusividade do exercícioprofissional; c) ao reconhecimentolegal; d) à representação institucional. Art. 12º - São reconhecidos os Direitos Individuais Universais inerentes aos profissionais, facultados para o pleno exercício de sua profissão, destacadamente: a) à liberdade de escolha deespecialização; b) à liberdade de escolha de métodos, procedimentos e formas deexpressão; c) ao uso do títuloprofissional; d) à exclusividade do ato de ofício a que sededicar; e) à justa remuneração proporcional à sua capacidade e dedicação e aos graus de complexidade, risco, experiência e especialização requeridos por suatarefa; f) ao provimento de meios e condições de trabalho dignos, eficazes eseguros; g) à recusa ou interrupção de trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa quando julgar incompatível com sua titulação, capacidade ou dignidadepessoais; h) à proteção do seu título, de seus contratos e de seutrabalho; i) à proteção da propriedade intelectual sobre suacriação; j) à competição honesta no mercado detrabalho; k) à liberdade de associar-se a corporaçõesprofissionais; l) à propriedade de seu acervo técnicoprofissional Art. 13º - Constitui-se infração ética todo ato cometido pelo profissional que atente contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem. Art. 14º - A tipificação da infração ética para efeito de processo disciplinar será estabelecida, a partir das disposições deste Código de Ética Profissional, na forma que a lei determinar. Art. 52 - Aos profissionais que deixarem de cumprir disposições do Código de Ética Profissional serão aplicadas as penalidade previstas em lei. No que pertine às penalidades que podem ser aplicadas, estabelece a lei 5.194/66: Art. 53º - A aplicação da penalidade prevista no art. 75 da Lei n9 5.194, de 1966, seguirá os procedimentos estabelecidos no § 29 do art. 52. Art. 54º - A pena será aplicada após o trânsito em julgado da decisão. Art. 71° - AsPenalidades aplicáveis por infração da presente lei são as seguintes, de acordo com a gravidade da falta: a) advertênciareservada; b) censurapública; Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 55 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional c) multa; d) suspensão temporária do exercícioprofissional; e) cancelamento definitivo doregistro. Parágrafo único - As penalidades para cada grupo profissional serão impostas pelas respectivas Câmaras Especializadas ou, na falta destas, pelos Conselhos Regionais. Art. 72º - As penas de advertência reservada e de censura pública são aplicáveis aos profissionais que deixarem de cumprir disposições do Código de Ética, tendo em vista a gravidade da falta e os casos de reincidência, a critério das respectivas Câmaras Especializadas. Art. 75º - O cancelamento do registro será efetuado por má conduta pública e escândalos praticados pelo profissional ou sua condenação definitiva por crime considerado infamante. Quanto a aplicabilidade destas penalidade, ensinam Edison Flávio Macedo e Jaime Bernardo Pusch, em seu apreciado Código de Ética Profissional Comentado (obra citada no item 10 da bibliografia). "Advertência Reservada é penalidade aplicável a casos de infrações de menor gravidade, normalmente aos infratores primários; Censura Pública é aplicável aos casos de maior gravidade, aos infratores reincidentes; Suspensão Temporária do Exercício Profissional é penalidade que pode ser acarretada por falta ética conjugada com outro tipo de infração profissional reincidente, ilícito civil ou penal, por prazos variáveis de seis meses a cinco anos; Má Conduta Pública e Escândalos são atentados aos preceitos éticos e podem acarretar o Cancelamento doRegistro.” O anexo da Resolução nº 1.004/2003, do CONFEA, que institui o Regulamento para a Condução do Processo Ético Disciplinar estabelece: § 1º A advertência reservada será anotada nos assentamentos do profissional e terá caráter confidencial. § 2º A censura pública, anotada nos assentamentos do profissional, será efetivada por meio de edital afixado no quadro de avisos nas inspetorias, na sede do CREA onde estiver inscrito o profissional, divulgação em publicaçãodo Conselho ou em jornal de circulação na jurisdição, ou no diário oficial do estado ou outro meio, economicamente aceitável, que amplie as possibilidades de conhecimento dasociedade. § 3º O tempo de permanência do edital divulgando a pena de censura - pública no quadro de avisos das inspetorias e da sede do CREA, será fixado na decisão proferida pela instância julgadora. Parágrafo único: Entende-se como transitada em julgado, a decisão que não mais está sujeita a recurso. b) Quadro Sinótico: Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 56 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 22. DOUTRINA COMPROMETIMENTO ÉTICO DAS ENTIDADES DE CLASSE a) As corporações profissionais e aética O corporativismo – no melhor sentido da palavra - nada mais é que uma ideia formal de organização social pelas afinidades sócioeconômicas que os indivíduos possam ter em comum. É a doutrina das corporações. Como tal pretende o desenvolvimento da cooperação e da lealdade concorrencial, a valorização da Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 57 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional comunidade profissional e das próprias profissões, o consenso entre seus pares, a expressão da afetividade pela solidariedade. Tem como objetivo último o bemcomum. Enquanto do interesse da sociedade, quer visando o bem estar de seus membros, quer organizando, desenvolvendo ou harmonizando a ação profissional para o bem desta própria sociedade, as corporações se apresentam como estruturas de caráter eminentemente ético. Este caráter pode ser lido na sua própria definição: Corporação - congregação de pessoas de atividade profissional afim, sujeitas ás mesmas regras e com os mesmos objetivos, direitos e deveres. Corporativismo – doutrina que considera as agremiações profissionais como fundamentos para a organização política, social e econômica da sociedade, sendo seu controle e proteção de interesse do Estado. O corporativismo é, pois, expressão positiva e pretende a construção do bem comum, quando praticado sob a preceituação ética. No Brasil se pratica o modelo corporativista para a organização, normalização e controle profissional, com vistas à sua utilidade social e econômica. As profissões são praticadas livremente, porém seu exercício individual é regulamentado em lei e permitido em forma de concessão, demonstrando a permanente tutela do Estado sobre sua prática. O Estado manifesta este cuidado pelas autarquias normalizadoras e fiscalizadoras, em nosso caso, o sistema CONFEA-CREA. Da mesma forma, na sociedade civil, a organização profissional é livre, observados alguns requisitos formais e de objetivos que o Estado impõe, segundo o interesse da sociedade e da nação. Assim, as Entidades de Classe se organizam livremente, porém segundo normas legais pré-estabelecidas. Do ponto de vista ético-normativo, as nossas profissões consensuaram sua codificação em comum através de suas entidades corporativas nacionais. Preservando o perfil próprio de cada uma, estabeleceram normas de conduta comuns à prática de todas elas. Indo além dos deveres e direitos a serem observados por cada indivíduo praticante, entenderam que suas corporações também têm o comprometimento com a preceituaçãoética. Assim que, é proclamado no Código de Ética Profissional, em seu artigo 7º: “As entidades, instituições e conselhos integrantes da organização profissional são igualmente permeados pelos preceitos éticos das profissões e participantes solidários em sua permanente construção, adoção, divulgação, preservação e aplicação”. As Entidades de Classe são corporações profissionais naturalmente compromissadas com a ética. b) O que é infraçãoética Embora o nosso Código de Ética Profissional tenha sido concebido como uma Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 58 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional cartilha de orientação de condutas, não podemos ignorar sua função de também ser um referencial identificador de eventos antiéticos. O código é, antes de tudo, um rol de normas éticas pactuadas pelo coletivo profissional. É a expressão afirmativa da vontade geral apontando como se deseja a conduta individual, no interesse deste coletivo. Como tal, ele dispõe das condutas esperadas, das condutas obrigatórias e das condutas vedadas. A virtude, o bem, está no cumprimento destas normas e o vício, o mal, em quaisquer ações praticadas em contrário a suas prescrições. Este código vai além dos simples deveres básicos de conduta exclusivamente técnico-profissional. Ele incorpora entre outros deveres os havidos da ética humana geral, os valores morais da contemporaneidade, um zelo quase sagrado com a própria profissão e um forte compromisso com o ser humano e o ambiente. Além deste amplo leque dedeveres, estabelece limites para a ação profissional, na forma de atitudes vedadas. E, de forma inédita na história dos códigos disciplinares profissionais, proclama sua carta de direitos do profissional e de suaprofissão. O nosso Código de Ética Profissional não dispõe sobre negativas de ação. Vale dizer, em momento nenhum ele proíbe ou obriga qualquer coisa de forma imperativa ou negativa, mesmo porque a norma ética não tem este escopo. Seu caráter é e sempre deverá ser recomendatório. Como um pai ou professor, ele sugere que trilhemos este ou aquele caminho, que tomemos tais e quais atitudes, que observemos esta ou aquela postura. O código não se impõe como um patrulheiro implacável, como um policial de consciências, como um tirano inflexível. Mas, ele não deixa de estar atento a possíveis falhas de ação de cada profissional no exercício de seu ofício. É da natureza humana a incursão eventual no erro. E o erro, quando cometido, é qualificado como infração à norma e sujeita o infrator à punição. O próprio código estabelece como sendo infração apenas e tão somente o contrário de tudo que ele coloca afirmativamente. No seu penúltimo artigo o próprio código estabelece clara e concisamente o critério de infração. É infração ética todo ato cometido por profissional em direção contrária a alguma das suasrecomendações. É sempre bom lembrar que só são passíveis de apreciação os atos cometidos por profissional. Apenas a estes, quer no exercício de sua profissão ou mesmo na vida cidadã comum, são considerados como possíveis infratores. Não seriam suscetíveis de imputação infracional nem as empresas, nem os leigos, nem as instituições. É infração qualquer ato que apresente: Atentado contra princípios éticos; Descumprimento de dever de ofício; Conduta expressamente vedada; Lesão a direito reconhecido de outrem. c) Até onde vai a punição da infração. Não é próprio da norma ética o estabelecimento de penalidades aplicáveis a quem infrinja a qualquer de seus dispositivos. Em uma norma pactuada coletivamente por um grupo social – caso de nosso Código de Ética Profissional – a única sanção cabível é a da reprovação moral, do repúdio à conduta considerada antiética. Neste aspecto nosso código mostra-se coerente com o conceito de normalização ética. Em nenhum de seus artigos encontraremos qualquer alusão a penalidades. Limita-se a definir o que seja infração ética e remeter sua apreciação, tipificação e penalização para a esfera administrativa do sistemaprofissional. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 59 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Por seu turno, a lei 5.194/66 estabelece as penas para tal sorte de infração. Em seu art. 71 dispõe sobre cinco penas possíveis de serem aplicadas administrativamente em caso de infração contra seus mandamentos. Duas delas particularmente nos interessam aqui: a advertência reservada e a censura pública. A própria lei 5.194/66 em seu art. 72 delimita a aplicabilidade destas penas “aos profissionais que deixarem de cumprir disposições do Código de Ética”. Vale dizer, são as penas que podem ser aplicadas apenas sobre a infração ética e tão somente sobre elas. O que é notável é o fato de a lei estabelecer penas de peso moral para a questão que é, por princípio, de natureza moral. Nada mais adequado, por quanto não se poderia esperar que fosse possível punir-se uma infração desta espécie com penas pecuniárias (multa) ou penas de privação de direito (restrição temporária da liberdade do exercício profissional). A pena de advertência reservada tem um aspecto quase paternal em relação ao infrator. Em verdade, chama-se o profissional que cometeu algum deslize ético de menor poder ofensivo e este recebe reservadamente um “puxão de relha” com a recomendação de não mais cometer tal atitude. A aplicação desta pena atende ao princípio da recuperação da boa conduta, onde se espera que o infrator corrija-se e não reincida no erro. Já a pena de censura pública é muito mais severa, podendo ser até mesmo terrível para quem tem escrúpulos acentuados. O infrator que recebe esta sanção vê-se exposto à execração pública, pois que é dado ao conhecimento da sociedade em geral que sua conduta foi considerada pelos seus pares como repudiada, intolerável e nefasta aos interesses de sua profissão. Ainda neste caso, o penalizado não tem nenhuma perda de ordem material ou de seus direitos básicos, porém sobre ele repousará o estigma de ser “um mau profissional”. É uma penalidade bastante dura! Uma terceira penalidade, prevista no art. 71 e tipificada no art. 75, também pode ser examinada sob o ponto de vista da ética profissional. Este art. 75 trata dos casos de cancelamento do registro profissional junto ao CREA. O cancelamento significa a exclusão da pessoa infratora do meio social a que ela pertence, ou seja, da sua própria profissão. Implica em perda do direito de exercer seu ofício para o qual estava qualificado. É uma sentença capital, onde pode ser lido que há a supressão da própria identidade profissional doapenado. A lei dispõe de duas circunstâncias onde tal punição é aplicável. A primeira delas, de interesse puramente ético, é a situação em que se verifica “má conduta pública ou escândalos praticados pelo profissional”. A outra, não menos grave, é a ocorrida quando se verifica “sua condenação definitiva por crime considerado infamante”. Neste segundo caso, o da condenação por crime infamante, a perda do registro pode ser vista como uma pena moral acessória à aplicada ao crime praticado e deve ser estudada dentro da ótica lá do direito penal. Já, a condenação por má conduta e escândalos praticados, passa a ter um viés ético. Aqui se pretende proteger não apenas os valores morais e os princípios de conduta estabelecidos no estrito universo destas profissões, mas de uma maneira bem mais ampla, os valores éticos universais. Assim é que, um profissional, mesmo que não em prática de seu ofício, vier a apresentar uma má conduta e esta for apreciável e reprovável publicamente, estará sujeito a esta sanção máxima. Da mesma forma, qualquer prática reprovável que ganhe repercussão naopinião pública, constituindo-se em escândalo é punível da mesma forma. Esta punição, via de regra, tem sido imposta apenas em casos extremos, publicamente muito rumorosos e apenas a estes deve ser Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 60 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional aplicada, tal o seu poderretaliativo. Isto é o que acontece na esfera do sistema CONFEA-CREA, um sistema gerido pelo direito administrativo. No âmbito de uma Entidade de Classe, organismo da sociedade civil, as punições deverão ser aplicadas segundo seus estatutos. Um modelo de graduação de penas segundo seu nível de gravidade pode ser adotado conforme o pactuado pelo seu corpo associativo. Porém, o recomendável é que para atos contrários à moral, as penas sejam também de caráter moral. As Entidades de Classe podem ter um sistema próprio estatutário de julgamento moral. d) A viaconciliatória. A resolução 1004/03 do CONFEA regulamenta o processo disciplinar ético. Estabelece as rotinas para a instauração, instrução e julgamento dos processos por infração ética. Estabelece ainda a normativa para a aplicação das penalidades previstas em lei ao profissional considerado infrator. Neste regulamento não foi prevista a hipótese da solução infracional pela via da conciliação. Em verdade, nem poderia. Uma vez que a resolução é norma subordinada à lei, não pode criar, suprimir, mudar, reduzir ou ampliar nada que a lei determina. E a lei, no caso a 5.194/66, não prevê nenhuma forma de composição ante a infração ética, senão a retribuição pela aplicação de penalidades. No universo ético, não se objetiva a retribuição, nem se procura obstinadamente a punição. Espera-se a ação honesta de cada um e busca-se o pedagógico ajuste de condutas em direção ao bem comum. O esforço dos componentes do grupo deve objetivar a restauração de uma conduta individual quando em conflito. A motivação da ética é apontar o bom caminho e procurar trazer de volta a ele os que dele eventualmente seafastem. Do ponto de vista prático parece improvável que uma infração ética seja possível de conciliação nos foros do órgão gestor de nossas profissões. O sistema é movido por leis. Uma denúncia infracional ética que eventualmente dê entrada na Câmara Especializada, necessariamente receberá uma decisão. Punitiva ou absolutória, mas sempre uma sentença. Como então possibilitar um conserto de coisas erradas antes do frio efeito de castigo que a leiprevê? Sabemos pela vivência que há um certo perfil recorrente na maioria das infrações éticas. São questões de desinteligências localizadas entre colegas ou entre profissional e cliente. Em grande parte são de pequeno poder de ofensividade, produzem dano moral apenas ao ofendido e são reparáveis no ambiente da própria relação ofensor-ofendido. Via de regra, o infrator apresenta arrependimento e disposição de reparação e o ofendido dispõe-se a aceitá-la. Se o infrator apresenta boa conduta habitual, não tem contumácia no uso de expedientes maliciosos e o erro é reparável, pode-se pensar em uma composição. Ante um quadro destes, onde há um conflito moral sanável entre colegas, ou um pecadilho consertável, o melhor caminho seria a solução da pendenga pela conciliação. Resta uma questão: onde promovê-la se a Câmara Especializada não tem essas atribuições? O art. 7º do nosso CEP oferece um argumento para a resposta, Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 61 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional quando proclama que as entidades de classe são permeadas pelos nossos preceitos éticos e são partícipes solidárias na sua permanente construção, adoção, divulgação, preservação e aplicação. É no meio profissional de base onde ocorreu o desvio de conduta que se tem o dever da prevenção e do possível ajuste. Vale dizer, é no próprio ambiente gerador da norma ética que ela se movimenta e produz resultados positivos. Legitimamente, o foro adequado para a solução destas infrações é a associação à qual o profissional pertence. Para a efetivação, é bastante que estes organismos da sociedade civil equipem-se de suas cortes éticas próprias. Estes grupamentos teriam a nobre missão de além da divulgação preventiva, a missão conciliatória. A promoção de termos de ajuste de conduta resulta em compromissos eficazes para reparações de ofensas e prevenção de reincidências. Sempre que possível, promovem a composição das desinteligências que se mostram sanáveis sem a necessidade da montagem de processos com fins punitivos no âmbito da Câmara Especializada. Valem tanto quanto o velho e bom pedido de desculpas e da promessa de emendar-se, formalizados e sacramentados à luz da ética. Nos processos éticos o CREA tem que julgar. As Entidades de Classe podem também conciliar. e) A entidade de classe e a concorrênciaprofissional. Por princípio, cada um tem o direito de buscar seu sustento na sua arte e assim o faz, pois a realização da profissão é necessariamente remunerada. O nosso CEP diz claramente que cada um tem direito “à justa remuneração proporcional à sua capacidade e dedicação e aos graus de complexidade, risco, experiência e especialização requeridos por sua tarefa”. Estes seriam os parâmetros necessários e suficientes para a pessoa formular os valores que ela julga serem justos para a cobrança de seus honorários. A avaliação de quanto do seu esforço seria demandado, qual a sua possibilidade pessoal de resolução, a posição relativa de seu saber ante o dos demais profissionais face àquele desafio, os riscos a serem corridos, são alguns dos componentes que convergem para a formulação de valores financeiros para tal trabalho. Ninguém melhor que o próprio profissional para dizer quanto vale seu produto. Mas e se os seus honorários divergirem dos propostos por outro profissional para tarefa semelhante? O próprio CEP aponta o direito “à competição honesta no mercado de trabalho”. Então, podemos competir no mercado com preços diferenciados? A resposta é sim. A competição por preços não é antiética, por quanto ao profissional cabe formular os valores de sua remuneração e lhe é assegurado apresentar-se competitivamente no mercado. No rol de nossos direitos fica claro que tanto somos livres para competir com nossos colegas quanto podemos formular nossos honorários a nosso juízo. Isto, porém não nos faculta enviesar pelo caminho do inescrupuloso mercantilismo, da barganha mesquinha e do regateio depreciativo. Há limites! No próprio texto, extraído do CEP duas palavras devem ser lidas e relidas: justa e honesta. Estes, os limites: a Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 62 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional remuneração deve ser justa ea competição honesta. Não fora por si só suficiente a adjetivação dos direitos para configurar os parâmetros limitadores de nossa natural liberdade de ganharmos quanto pudermos e da forma que quisermos, no rol de deveres há outros dispositivos que pautam mais ainda nossa conduta financeira ante a profissão. Lá, no capítulo “dos deveres”, impomo-nos a obrigação de “atuar com lealdade no mercado de trabalho, observando o princípio da igualdade de condições”. Vale dizer: competir, sim, mas com proporcionalidade de recursos, com equidade, sem solerte esperteza e sem artifícios rasteiros para a conquista do contrato. Também, no mesmo CEP pactuamos outros limites de ação na forma de,“condutas vedadas”. Assim é que nos proibimos, entre outras coisas, a “apresentarpropostas de honorários com valores vis ou extorsivos...”. Por este mandamento dois limites ficam claros para o quanto de dinheiro podemos ganhar. Um, o patamar abaixo do qual o valor será considerado aviltante, apresentando correlação irrisória com a efetiva capacidade do profissional ou com o real valor do seu produto. Outro limite é o teto. Na ultrapassagem de um razoável valor superior os honorários poderão ser considerados exorbitantes ou extorsivos. É o momento em que, prevalecendo- se de uma situação de privilégio excepcional, hegemonia no mercado, de ignorância ou ingênua boa-fé do cliente o profissional cobra valores muito acima dos considerados razoáveis ou comumente praticados. Os extremos são eticamente reprováveis. Para que, então, tabelas de honorários? Sua primeira utilização é como parâmetro de valores referenciais para uma concorrência leal. Naturalmente indicam o que seria a transgressão ética pelo aviltamento ou exacerbação de preços no ambiente concorrencial. Presta-se, consequentemente, como produtora de prova em processos disciplinares por infração ao CEP. Outra utilização, não menos importante, é de servir como expressão de equilíbrio. Pela formulação de uma tabela podemos avaliar se ela está atendendo à pretensão de “justa remuneração” a que os profissionais têmdireito. Ainda dentro da perspectiva de ganhos justos, ela se apresenta como fator estimulador ao bom profissional. Este terá na tabela uma referência de piso sobre a qual poderá orçar seus ganhos segundo sua própria capacidade e dedicação. Quanto àquele profissional que costuma desviar sua conduta ética, pela prática sistemática de ofertar serviços (nem sempre satisfatórios para o cliente e para a profissão) mediante remunerações ridículas, a tabela também terá uma utilidade. Prestar-se-á como um fator impulsionador da melhoria de sua prática profissional e resgate de sua conduta ética possibilitando-lhe ganhos melhores. Para ganhos melhores, requer-se melhores serviços e melhor conduta ante os colegas e a clientela. Tabelas podem e devem ser vistas como fatores de valorização profissional, mais do que como meras armadilhas para pegar eventuais mausprofissionais. No entanto, as tabelas de honorários só têm validade e razão de ser se, além de servirem para estes objetivos, tenham legitimidade, legalidade e aplicabilidade. A legitimidade se alcança pela sua construção e prática através de um pacto ético, patrocinado por uma corporação regular. Este pacto deverá conter o mais amplo consenso na sua formulação e a universalidade na sua aceitação. A legalidade de uma tabela se obtém mediante o seu registro no CREA, encaminhada pela entidade de classe que a chancela, como determina a lei 5.194/66. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 63 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional A aplicabilidade é condição requerida pelo próprio CEP Uma tabela é aplicável se, entre outras condições, seja objetiva, contemple serviços efetivamente sujeitos à concorrência, limite-se à circunscrição da entidade que a patrocine, expresse os usos e costumes profissionais, garanta remuneração justa, seja suportável pelos destinatários dos serviços, seja atual e atualizável, permita-se ser autofiscalizável pelos profissionais e fiscalizável pelo CREA. E aqui entra o papel das Entidades de Classe e suas Comissões de Ética. Elas têm o condão de promover a formulação e a pactuação das tabelas. São elas que vigiarão a sua aplicação e estarão atentas às demandas para sua correção e atualização. Sobretudo, caberá a estas organizações a verificação da eticidade da conduta dos profissionais no plano concorrencial, balizando-se pela observância das tabelas compactuadas e pela sensatez na formulação de seushonorários. As Entidades de Classe são legítimas construtoras das tabelas de honorários. As suas Comissões de Ética têm como missão o zelo pela justa e honesta concorrência profissional. 23. MANUAL IMPLANTAÇÃO DE UMA COMISSÃO DE ÉTICA NA ENTIDADE DE CLASSE a) As funções básicas da comissão de ética nas entidades de classe As Comissões de Ética Profissional das Entidades de Classe tem por finalidade a promoção da ética, o aperfeiçoamento moral e o resgate da boa atuação profissionais, particularmente no concernente à conduta do profissional ante a profissão, aos seus colegas e à sociedade. As Comissões possuem três funções primordiais no desenvolvimento de suas atividades: l) Preventiva - divulgando, esclarecendo e orientando a atuação profissional em conformidade com os preceitos éticos daprofissão; m) Conciliatória – mediando e conciliando desinteligências entre profissionais e recuperando a sua boaconduta; n) Corretiva – aplicando sanções em casos de desvio de conduta ética, na forma do estatuto da (Entidade de Classe), quando couber, e encaminhando denúncia à Câmara Especializada do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, que jurisdiciona o profissional infrator. b) Adequação estatutária Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 64 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional A Entidade de Classe deverá promover a sua alteração estatutária criando ou adequando, se existente, seu órgão próprio de Ética Profissional. Este órgão poderá ter a denominação de Comissão, Câmara, Comitê, Junta, Departamento, Grupo, ou o que melhor se adaptar à sua estrutura funcional. Para efeito de utilização neste trabalho empregaremos o termo Comissão de Ética Profissional. A estrutura hierárquica da Comissão de Ética Profissional deverá ser restrita à estrutura do estatuto da Entidade de Classe, devendo evitar externalização das hierarquias. O órgão de ética profissional deverá ser regido por Regimento Interno devidamente aprovado pela Entidade de Classe na sua forma estatutária. Para seu bom funcionamento o órgão deverá ser composto por número não inferior a três membros do quadro associativo e, no caso de entidades multiprofissionais, sugere-se que todas estejam representadas paritariamente, preferencialmente com dois integrantes de cada modalidade. Lembrando que para toda e qualquer alteração estatutária há de se observar o Código Civil Brasileiro – Lei n.º 10.406/2002, em especial seu Capítulo II, que trata das associações(anexo). c) Regimento interno da Comissão de Ética Para a implantação da Comissão de Ética Profissional da Entidade de Classe necessário se faz a aprovação de seu regimento interno. O regimento interno tem a função de nortear, de modo justo, os procedimentos para apreciação de eventuais infrações éticas e para a promoção da composição conciliatória entre pessoas envolvidas em desinteligências ocorridas ematos profissionais. Ressaltamos, no entanto que a Entidade de Classe ao instituir ou adequar seu órgão próprio de ética profissional deverá fazê-lo observando seus objetivos sociais, sua estrutura organizacional e as peculiaridades de relacionamento interpessoal. Anexo, sugerimos um modelo de regimento interno para um órgão de ética profissional em uma Entidade de Classe. d) O processo ético nas Entidades de Classe O Código de Ética Profissional é resultante de um pacto, de um acordo crítico coletivo em torno das condições de convivência e relacionamento que se desenvolvem entre as pessoas integrantes de um mesmo sistema profissional, visando uma conduta profissional cidadã. A criação, implantação, funcionamento e aperfeiçoamento das Comissões de Ética nas Entidades de Classe está devidamente fundamentado no Código de Ética Profissional, da Engenharia, da Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e daMeteorologia, pactuado e proclamado pelas Entidades de Classe Nacionais. A Resolução n.º 1002 de 26 de novembro de 2002, do CONFEA – Conselho Federal deEngenharia,ArquiteturaeAgronomiaadotaoCódigodeÉticaProfissionaldaEngenharia, da Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e daMeteorologia. Quanto ao processo ético, este é regulado pela resolução do CONFEA de nº 1004 de 27 de junho de 2003. Esta resolução aprova o regulamento para a condução do processo ético disciplinar. O regulamento para o processo ético estabelece todos os passos a serem seguidos pelos órgãos instrutores julgadores do sistema (Câmaras Especializadas, Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 65 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Comissões de Ética, Plenários de CREAs e do CONFEA). Confirma que o papel de juiz cabe, em primeira instância, às Câmaras Especializadas da modalidade do profissional em julgamento. Aos Plenários do CREA e do CONFEA, como manda a lei, cabe o papel de instâncias recursais sucessivas. Às Comissões de Ética dos CREAs é destacado o papel de órgãos de instrução processual. Este regulamento é o oficial, com força de lei. Ele não atinge a organização de um processo ético no nível de Entidades de Classe. No entanto, é bom se observar que nele, as Entidades de Classe são dadas como possíveis legítimas iniciadoras de processo ético contra profissional infrator. O regulamento do processo disciplinar aprovado na resolução 1004 presta se como referência modelar para as Entidades de Classe ao instituírem suas Comissões de Ética próprias. Os seis passos do tratamento do processo ético nas entidades de classe 1.º Passo: DO INÍCIO DO PROCESSO O processo ético inicia-se pelo recebimento de denúncia formal ou verbal, porém nestes casos necessita-se de formalização e coleta de identificação e assinatura do denunciante. É importante verificar a identificação do denunciante. Caso não conste, a denúncia não deverá seraceita. 2.º Passo: DO TRATAMENTO DAS DENÚNCIAS A denúncia deve ser encaminhada ao Presidente ou Secretário da Comissão de Ética, que a recebe e procede à pré-análise, verificando se realmente trata-se de processo ético: • Caso não se trate de processo ético, o Presidente ou Secretário da CEP emite despacho determinando o arquivamento, e encaminha para homologação na reunião daCEP; • Após homologação, deverá ser emitido ofício, com A R, ao denunciante, informando oarquivamento; • Caso se trate de processo ético, o Presidente ou Secretário da CEP designa o relator para oprocesso. 3.º Passo: DA CONCILIAÇÃO O Relator deverá identificar se há a possibilidade de conciliação. Não sendo possível conciliar, deverá relatar o processo e encaminhar para reunião da CEP. Havendo possibilidade deverá convocar as partes para reunião de conciliação, através de ofício com comprovação de recebimento: • Caso haja conciliação, elabora-se um termo de conciliação, que deverá ser assinado pelas partes e pela CEP e arquiva-se o processo; • Caso não haja conciliação, o processo deverá ser instruído e a documentação encaminhada àCEP. 4.º Passo: DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL Inicia-se com o envio de ofício, com AR, ao denunciado com Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 66 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional prazo para manifestação em 10 dias, a contar da data do recebimento pelo arrolado: Caso não haja o atendimento, poderá ser reiterado o ofício, com novo prazo de 10 dias; Caso não haja atendimento à segunda notificação, o processo seguirá à revelia. Registra-se o pronunciamento do denunciado por via de documento entregue pelo mesmo, ou através de assinatura em depoimento prestado, devidamente redigido, e anexado ao processo: • Numeram-se todas as folhas doprocesso; • Encaminha processo para a Reunião daCEP 5.º Passo: DA ANÁLISE DO PROCESSO A CEP analisará o processo, podendo solicitar maiores esclarecimento ao arrolado. Vale lembrar que qualquer membro da CEP poderá pedir vistas ao processo, devendo fazer relato para apreciação e voto na reunião seguinte da CEP Estando de acordo, o processo deverá ser apreciado pelos membros da Comissão. 6.º Passo: DO JULGAMENTO Trata-se da decisão final da Comissão de Ética da Entidade de Classe, que poderá decidir: • Pelo arquivamento doprocesso; Os documentos deverão ser arquivados em local seguro e sigiloso e deverão ser arquivados até cinco anos após a data de sua última tramitação, podendo ser incinerados na sequência. • Pelo encaminhamento à Câmara Especializada da modalidade do denunciado; O processo será duplicado, encaminhando-se a via original ao CREA, através de ofício de encaminhamento da Entidade, registrando-se através de protocolo para posterior acompanhamento. A fotocópia deverá ser arquivada na Entidade. • •Pelapenalizaçãododenunciadonoâmbitodasdisposições estatutárias. Se a CEP decidir pela punição do profissional, na sua forma estatutária, deverá encaminhar o processo ao CREA para conhecimento. Vale lembrar que a única sanção cabível é a da reprovação moral, do repúdio à conduta considerada antiética. Se o estatuto previr, em casos extremos de má conduta comprovada, é aceitável a pena de exclusão do e) Cuidados especiais Dentro da missão preventiva, a Comissão de Ética deverá promover permanentemente campanhas pela boa conduta dos seus associados e assessorar a Diretoria em seus atos visando a sua retidão moral. Se a Entidade de Classe adotar tabela de honorários, caberá à Comissão de Ética fazer com que ela seja cumprida, orientando sua aplicação e prevenindo a infração. Apenas profissionais, pessoas físicas, poderão ser submetidos a processoético. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 67 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Pessoas jurídicas e leigos não podem figurar no pólo passivo do processo. Apenas os profissionais associados podem ser submetidos a processo ético no âmbito da Comissão de Ética da Entidade de Classe respectiva. Em caso de evidente infração ética, o profissional não associado deverá ser denunciado à Câmara Especializada de sua modalidade, podendo a Comissão de Ética da Entidade figurar como denunciante ou informante. A Entidade, como denunciante, encaminha processo ao CREA com parecer e voto sobre o assunto, cabendo única e exclusivamente ao CREA o efetivo enquadramento e julgamento do profissional como infrator ao Código de Ética Profissional. A Comissão de Ética somente poderá penalizar os profissionais no âmbito das penas previstas em seus estatutos, as quais deverão estar expressamente definidas. Todos os processos deverão tramitar em absoluto sigilo. As penas de advertência reservada também serão mantidas em sigilo. A Entidade de Classe, para efetuar o julgamento moral, há de observar que o enquadramento das infrações, bem como suas sanções, deverão estar expressos e claramente definidos em seus estatutos. Só será admissível a punição de associado havendo justa causa e sempre havendo lhe sido assegurado o amplo direito de defesa e de recurso, cujos termos devem estar previstos em estatuto e na forma do que diz a lei. Deverá ser informado aos arrolados que os mesmos possuem o direito de recorrer à Assembleia Geral da Entidade, conforme dispõe o Código Civil. Deverá ser informado aos arrolados que os mesmos possuem o direito de acionar juridicamente a outra parte a qualquer momento, independentemente do andamento do processo junto à Entidade ou ao CREA. Em nenhum momento do processo deverá sernegligenciado o amplo direito de defesa. O acusado ainda tem a seu favor o benefício da dúvida e a presunção da inocência até prova em contrário. É importante que toda e qualquer discussão ou decisão tomada nas reuniões da Comissão de Ética tenha seu registro efetuado em ata. Os profissionais são detentores de direitos universais e dos que lhes assegura a Constituição Federal. Para reflexão e juízo, é sempre bom destacarmos os direitos profissionais estabelecidos no Código de Ética Profissional. O Profissional tem direito: o) à liberdade de escolha deespecialização; p) à liberdade de escolha de métodos, procedimentos e formas deexpressão; q) ao uso do títuloprofissional; r) à exclusividade do ato de ofício a que sededicar; s) à justa remuneração proporcional à sua capacidade e dedicação e aos graus de complexidade, risco, experiência e especialização requeridos por suatarefa; t) ao provimento de meios e condições de trabalho dignos, eficazes eseguros; u) à recusa ou interrupção de trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa quando julgar incompatível com sua titulação, capacidade ou dignidadepessoais; v) à proteção do seu título, de seus contratos e de seutrabalho; w) à proteção da propriedade intelectual sobre suacriação; x) à competição honesta no mercado detrabalho; y) à liberdade de associar-se a corporaçõesprofissionais; z) à propriedade de seu acervo técnicoprofissional. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 68 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional A via conciliatória só é possível no âmbito da Entidade de Classe e a sua Comissão de Ética deverá promovê-la sempre que for oportuno e cabível. A conciliação poderá ser proposta por membro da Comissão de Ética Profissional da Entidade de Classe ante a evidência de: a)baixo poder de ofensividade da infração; b)dano moral reparável; c) disposição do infrator em recuperar a boa conduta; d)disposição do ofendido em aceitar a reparação; e)inexistência de reincidência ou descumprimento de termo de ajuste anteriormente firmado por parte do infrator; f) boa conduta ética habitual do infrator. Fluxograma do processo disciplinar nas Comissões de Ética das Entidades de Classe Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 69 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 70 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 24. NORMATIVA I - Modelo de Regimento da Comissão de Ética na Entidade deClasse; II - Código de Ética Profissional da Engenharia, da Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e daMeteorologia; III - Regulamento para a Condução do Processo Ético Disciplinar – Anexo da Resolução n.º 1.004, de 27 de junho de2003; IV - Código Civil Brasileiro - Lei n.º 10.406/2002 - Capítulo II – DasAssociações; V - Decisão Normativa do CONFEA n° 069, de23/03/2001. I - MODELO DE REGIMENTO DA COMISSÃO DE ÉTICA NA ENTIDADE DE CLASSE I – Das características Artigo 1º – Comissão de Ética Profissional da (Entidade de Classe) é instrumento de aperfeiçoamento da atuação dos (profissionais) e deverá ter como referência e fundamento o compromisso com a ética profissional, conforme previsto no Código de Ética Profissional adotado pela Resolução 1002/2002 do CONFEA, o regulamento para a condução do processo ético disciplinar aprovado pela Resolução 1004/2003 do CONFEA e demais normas aplicáveis à boaconduta. Artigo 2º – A Comissão de Ética Profissional da (Entidade de Classe) é dotada de autonomia na execução de suas decisões, deliberações e exercício de competências não se subordinando hierarquicamente à diretoria da (Entidade de Classe). Parágrafo único – A Comissão de Ética Profissional atuará como órgão auxiliar da administração da (Entidade de Classe), sendo o agente orientador da eticidade de suas ações. II – Dacompetência Artigo 3º – Compete à Comissão de Ética Profissional a promoção, o aperfeiçoamento e o resgate da boa atuação dos profissionais, particularmente no concernente à conduta ética do profissional ante a profissão, aos seus colegas e à sociedade. Parágrafo único - No desempenho de sua competência a Comissão de Ética atuará: a) Preventivamente – divulgando, esclarecendo e orientando a atuação profissional em conformidade com os preceitos éticos daprofissão; b) Conciliatoriamente – mediando e conciliando desinteligências entre profissionais e recuperando a sua boaconduta; c) Corretivamente – aplicando sanções em casos de desvio de conduta ética, na forma do estatuto da (Entidade de Classe), quando couber, e encaminhando denúncia à Câmara Especializada do Conselho Regional deEngenharia, Arquitetura e Agronomia, que jurisdiciona o profissional infrator. III – Da composição Artigo 4º – A Comissão de Ética Profissional é composta por (nº.) membros, Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 71 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional [assegurada a representação paritária de todas as modalidades que compõem o quadro associativo], com mandato de (nº.) ano(s). [Parágrafo único: A falta ou vacância de representante de qualquer modalidade não impedirá o funcionamento da comissão. Artigo 5º – A Comissão de Ética Profissional será eleita com o mandado de (nº) ano (s) pelos profissionais do quadro associativo em eleição própria. Artigo 6º – Os membros eleitos da Comissão de Ética Profissional elegerão seu Presidente. Artigo 7º – O Presidente da Comissão de Ética Profissional, em cada processo, designará um relator, [preferencialmente profissional de modalidade diferente das partes envolvidas]. Artigo 8º – Qualquer membro da Comissão de Ética Profissional poderá renunciar de suas funções ou declarar-se impedido em processo específico desde que o faça por escrito. Parágrafo único – No caso de renúncia de 01 (um) ou mais membros da Comissão de Ética Profissional, será convocado substituto na forma estatutária. Artigo 9º – O membro convocado que se ausentar, sem justificativa por 03 (três) reuniões em um ano, será automaticamente desligado da Comissão de Ética Profissional. Artigo 10º – No caso de denúncia contra um membro da Comissão de Ética Profissional, o mesmo será afastado temporariamente até o julgamento do processo. Parágrafo Único - Em se confirmando infração ao Código de Ética Profissional o mesmo será desligado definitivamente. Artigo 11º – O membro convocado para reunião que não puder se fazer presente deverá justificar-se com antecedência. Artigo 12º – O membro que mantiver qualquer relação com quaisquer das partes envolvidas no processo, deverá declarar-se impedido de nele participar, salvo na condição detestemunha. IV – Do funcionamento Artigo 13º – A Comissão de Ética Profissional se reunirá ordinariamente cada (nº) mês (es) em local e datas previamente agendados. Parágrafo 1º - Poderá também a Comissão de Ética Profissional realizar reuniões extraordinárias, conforme as necessidades, desde que convocadas no mínimo com 48 (quarenta e oito) horas de antecedência. Parágrafo 2º – As reuniões extraordinárias serão convocadas pelo Presidente da Comissão de Ética Profissional, pelo Presidente da (Entidade de Classe) ou por dois terços de seus membros. Artigo 14º – O quorum mínimo para reunião da Comissão de Ética Profissional será de 03 (três) membros. Parágrafo único – O quorum mínimo para deliberação será de dois terços dos membros. Artigo 15º – Todas as reuniõesda Comissão de Ética Profissional serão registradas em livro de atas próprio. V – Do Processo Artigo 16º – Todas as ocorrências que envolvam desvios de conduta ética profissional deverão ser encaminhadas diretamente à Comissão de ÉticaProfissional. Artigo 17º – Todas as denúncias devem ser encaminhadas por escrito, Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 72 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional assinadas, com identificação do solicitante, acompanhadas de prova e podem ser feitas por qualquer cidadão. Artigo 18º – O Presidente da Comissão de Ética Profissional responsabilizarse-á pela montagem dos processos e elaboração da pauta da reunião. Artigo 19º – A Comissão de Ética Profissional deliberará pelo encaminhamento dos processos segundo sua tipificação, grau de gravidade infracional e existência de provas. Artigo 20º - Havendo possibilidade conciliatória entre as partes, a Comissão de Ética Profissional preferencialmente a promoverá mediante termo de ajuste de conduta a ser celebrado mutuamente. Parágrafo único - A conciliação será proposta por membro da Comissão de Ética Profissional ante a evidênciade: a) Baixo poder de ofensividade dainfração; b) Dano moralreparável; c) Disposição do infrator em recuperar a boaconduta; d) Disposição do ofendido em aceitar areparação; e) Inexistência de reincidência ou descumprimento de termo de ajuste anteriormente firmado por parte do infrator; f) Boa conduta ética habitual do infrator. Artigo 21º – Em cada processo serão anexados os pareceres, bem como cópias de todas as correspondências recebidas e emitidas e dos documentos que digam respeito ao caso. Artigo 22º – Os pareceres deverão conter fundamentalmente relatório objetivo contendo o enquadramento em dispositivo do Código de Ética Profissional, discussão e conclusão. Artigo 23º – Os processos correrão reservadamente, sendo acessíveis à Comissão de Ética Profissional e às partes envolvidas. Artigo 24º – Qualquer membro da Comissão de Ética Profissional no exercício de suas funções poderá pedir vistas a processo, devolvendo-o com pronunciamento de voto fundamentado por escrito. Artigo 25º – A tramitação processuística observará, no que couber, as disposições da Resolução 1004/2003 do CONFEA. VI – DAS DISPOSIÇÕESGERAIS Artigo 26º – A Comissão de Ética Profissional utilizará toda a estrutura da (Entidade de Classe) para seu bom funcionamento. Artigo 27º – A Comissão de Ética Profissional juntamente com o Presidente da (Entidade de Classe), deverá manter arquivo seguro para guardar os documentos da Comissão de Ética Profissional. Parágrafo Único - Todo o processo depois de encerrado, será arquivado por um período mínimo de 05 (cinco) anos a partir da data da última tramitação do processo. Artigo 28º – O denunciado será comunicado de todos os procedimentos processuais e terá amplo direito a defesa. Artigo 29º – Ante a fato novo ou a defeito processual, cabe a qualquer das partes Questões para PensareFazerrequerer reconsideração de decisão da Comissão de Ética Profissional. O processo não poderá ultrapassar o prazo de 180 (cento e oitenta) dias na Comissão de Ética Profissional. Qualquer ato processual não poderá ultrapassar o prazo de 30 (trinta) dias. Parágrafo único – Na impossibilidade circunstancial de cumprimento do prazo, o Presidente poderá, justificadamente, dilatá-lo por mais 30 (trinta) dias, com efeito Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 73 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional cumulativo sobre o prazo disposto no artigo anterior. Artigo 30º – A Comissão de Ética Profissional deverá, em conjunto com aPresidência da (Entidade de Classe), estabelecer um programa de trabalho que tenha como fundamento precípuo a orientação, a educação e a inserção do profissional na cidadania e naética. Artigo 31º – Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão de Ética Profissional. Parágrafo único – No que couber aplicar-se-ão aos casos omissos o disposto na Resolução 1004/2003 do CONFEA, e os princípios gerais da ética e do direito. Nota: expressões entre colchetes são aplicáveis a entidades multiprofissionais. FUNDAMENTOS DA RESPONSABILIDADE Breve Resumo: Todo individuo que pratica uma ação ou uma omissão é responsabilizado pela mesma, perante asociedade; O ato antijurídico é aquele que afronta a norma jurídica conferidora dedireitos; O ato antijurídico quando viola direitos absolutos e unilaterais é chamadode ilícito; A conduta ilícita quando tem repercussão moral, patrimonial ou pessoal é chamada de ResponsabilidadeCivil; Quando desrespeita a norma penal impositiva de direitos sociais, enquadra-sena Responsabilidade Criminal; Quando decorre da não observância das normas regulares da profissão, configura-se a Responsabilidade Técnica ou Ético-Profissional; Por fim, caso o ato ilícito decorra de violação de contrato de trabalho, está enquadrado na ResponsabilidadeTrabalhista; O sistema CONFEA/CREA’s, define claramente as responsabilidades dos profissionais, enquadrando-os em um ou mais dos quatros fundamentos da responsabilidade (Civil, Criminal, Técnica ou Ético-Profissional e Trabalhista),de acordo com a culpabilidade, a extensão do dano causado e a natureza das lesões provocadas em decorrência dos procedimentos ilícitos patrocinados peloagente. A capacidade que os profissionais possuem para responderem pelo desenvolvimento de obras e serviços, denomina-se ResponsabilidadeTécnica; A Lei determina que as obras e serviços da área Técnica e/ou Tecnológica somente poderão ser executadas por profissionais com conhecimentos técnicos, quepermitam a sua execução dentro de padrões de qualidadeespecíficos; Os profissionais que dominam áreas técnicas, tecnológicas específicas, responderão tecnicamente pelas mesmas, em função de seus conhecimentos Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 74 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional específicos com relação as atividades profissionaisexecutadas; Questões para PensareFazerA responsabilidade ético-profissional decorre de imperativo morais, do exercício correto da profissão e da convivência respeitosa entre os profissionais e suas empresas; O código de ética profissional, no âmbito do CONFEA, encontra-se definidopela resolução nº 1002/2002; O código de ética profissional estabelece os direitos, os deveres e as condutas vedadas a todos os profissionais vinculados ao sistemaCONFEA/CREA’s. As A.R.T´s – Anotações de Responsabilidade Técnica, têm uma importância fundamental para os profissionais, uma vez que é o instrumento legal garantidorde direitos e obrigações e compõe o acervo técnico dos citadosprofissionais; A Lei nº 5.194/66 estabelece as penalidades a serem aplicadas aos profissionais de acordo com a natureza e a gravidade da faltacometida; As penalidades a serem aplicadas aos profissionais são as seguintes: advertência reservada, censura pública, multa, suspensão temporária do exercício profissional e cancelamento definitivo do registroprofissional; As penalidades de advertência reservada e censura pública são aplicáveis as infrações ao código de ética e, serão anotadas nos registros do profissional faltosoe por meio de editalrespectivamente; A pena de suspensão temporária do exercício profissional, aplica-se as infrações derivadas do Código de Ética conjugado com outro tipo de infração profissional ou infração éticareincidente; O cancelamento definitivo de registro profissional será aplicado por má conduta pública ou crimesinfames; As penalidade somente serão aplicadas após o processo ético ou disciplinar tramitar em julgado, ou seja, quando esgotarem-se todas as possibilidadesde defesa e derecursos. RESPONSABILIDADE CIVIL a) Quadro Sinótico Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 75 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 76 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional A RESPONSABILIDADE CRIMINAL a) Quadro Sinótico Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 77 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional XIII -RESPONSABILIDADE TRABALHISTA a) Quadro Sinótico ... Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 78 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 25. Lista de Exercícios 1. O Fundamento de Excelência do Prêmio Nacional da Qualidade (FNQ 2012) que traduz pela “compreensão dos fatores que afetam a organização, seu ecossistema e o ambiente externono curto e no longo prazo.” é: a) Aprendizado organizacional b) Visão de futuro c) Pensamento sistêmico d) Orientação por processos e informações 2. Pelas definições utilizadas na Gestão da Qualidade Total, apenas uma das alternativas abaixo é considerada Meta. a) Aumentar o volume de minério de transportado b) Reduzir o índice de reboques em locomotivas em 25% c) Aumentar em 10% o número do quadro efetivo de empregados (QLP), até 31/12/2012. d) Aumentar em 10% o volume total de carga transportado na EFC, até 31/12/2012. 3. De acordo com Campos (2004) as principais partes interessadas de uma organização são: a) Qualidade, custo, entrega moral e segurança. b) Perspectiva financeira, processos internos, clientes e inovação. c) Clientes, acionistas, empregados e vizinhos. d) Clientes internos, clientes externos e clientes intermediários. 4. De acordo com Campos (2004) as dimensões da qualidade são: a) Qualidade, custo, entrega moral e segurança. b) Perspectiva financeira, processos internos, clientes e inovação. c) Clientes, acionistas, empregados e vizinhos. d) Clientes internos, clientes externos e clientes intermediários. 5. De acordo com a abordagem da produtividade como taxa de valor agregado, a produtividade pode ser melhorada por: a) Aumento da produção usando uma quantidade menor de recursos; b)Reduzindo a quantidade de recursos mantendo a mesma produção; c)Diminuindo a produção, mas também reduzindo cada vez mais a quantidade de recursos; d) Todas as alternativas acima 6. Juran estabeleceu que a Qualidade é feita de três processos gerenciais que são: a) Qualidade intrínseca, custo e entrega b) Gerenciamento pelas diretrizes, gestão de processos e gerenciamento da rotina. c) Planejamento, controle e melhoria da qualidade. d) PDCA, SDCA e HDCA. 7. De acordo com Ishikawa existem seis fatores causas que interferem nos resultados de um processo de manufatura, que são: a) Produtividade, Qualidade intrínseca, Custo, Entrega, Moral, Segurança e Meio Ambiente b) PDCA, SDCA, Qualidade intrínseca, Custo, Entrega, Moral, Segurança e Meio Ambiente Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 79 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional c) Máquina, Método, Mão de obra, Matéria Prima, Meio Ambiente e Medida. d) Máquina, Método, Mão de obra, Moral, Meio Ambiente e Medida. 8. A definição “é uma parte específica do trabalho, ou melhor, o menor esforço do processo, podendo ser um único elemento e/ou um subconjunto de uma atividade. Geralmente, está ligada a como um item desempenha uma incumbência específica”! trata-se de: a) Cadeia de valor b) Macroprocesso c) Atividade d) Tarefa 9. Na modelagem de um processo o modelo que é utilizado para representar uma visão resumida do menor nível do processo que contém as entradas, saídas, regulação e suporte sem representar um fluxo temporal de atividades é: a) FAD - Function Allocation Diagram b) EPC - Event Driven Process Chain c) VAC - Value Added Chain Diagram d) Tarefa. 10. A padronização em uma organização tem como importância: a) Estabelecer claramente responsabilidade e autoridade b) Registrar o conhecimento tecnológico da organização c) Estabilizar os processos d) Todas as alternativas acima. 11. Para ser uma atividade com valor agregado, a atividade deve atender a qual(ais) critério(s)? a) Ser algo que o cliente reconheça como sendo importante e que esteja disposta a pagar b) Ser feito corretamente da primeira vez. c) Ao alterar o resultado do processo, o produto deve mudar. d) Todas as alternativas acima 12. Os três componentes que compõem uma meta são: a)Problema, Objetivo gerencial e prazo. b)Objetivo gerencial, valor e prazo. c)Problema, valor e prazo. d)Valor, prazo e método. 13. O Fundamento de Excelência do Prêmio Nacional da Qualidade (FNQ 2012) que traduz pelo“entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo” é: a) Aprendizado organizacional b) Visão de futuro c) Pensamento sistêmico d) Orientação por processos e informações Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 80 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 14. O que você entende por competitividade? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 15. Por quedefinir qualidade como “ausência de defeitos” revela a fragilidade estratégicadaorganização? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 16.Marque as questõescorretas: ( ) Todo individuo que pratica uma ação ou uma omissão, é responsabilizado pela mesma, perante asociedade; ( ) O ato antijurídico é aquele que não afronta a norma jurídica conferidora de direitos; ( )Oatoantijurídicoquandovioladireitosabsolutoseunilateraiséchamadode lícito; ( )Acondutailícitaquandotemrepercussãomorale/oupatrimonialéchamadade responsabilidade civil, quando desrespeita a norma penal impositiva de direitos sociais, enquadra-se na responsabilidade criminal, quando decorre da não observância das normas regulares da profissão, configura-se a responsabilidade técnica ou ético-profissional e por fim, caso o ato ilícito decorra de violação de contrato de trabalho, está enquadrado na responsabilidade trabalhista; ( ) O sistema CONFEA/CREA’s, define claramente as responsabilidades dos profissionais, enquadrando-os em um ou mais dos quatros fundamentos da responsabilidade (Civil, Criminal, Técnica ou Ético-Profissional e Trabalhista), de acordo com a culpabilidade, a extensão do dano causado e a natureza das lesões provocadas em decorrência dos procedimentos ilícitos patrocinados pelo agente. ( ) Constitui-seinfração ética todo ato cometido pelo profissional que atente contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos deoutrem. Sobre os Princípios Éticos: 17.Analise cada item e marque as alternativascorretas: ( ) A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de exercê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seus valores. ( )Aprofissãoébemculturaldahumanidadeconstruídopermanentementepelos conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando-se pela prática tecnológica, colocada a serviço da melhoria da qualidade de vida do homem. ( ) A profissão é alto titulo de honra por isso sua prática não exige conduta cidadã, honesta edigna. ( ) A profissão não se realiza pelo cumprimento responsável e competente Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 81 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional dos compromissosprofissionais. Sobre a Legislação Profissional: 18.Analise cada item e marque as alternativascorretas: ( )Aprofissãoéexercidacombasenospreceitosdodesenvolvimentosustentável e da não intervenção sobre os ambientes natural econstruído. ( )Aprática daprofissãoéfundadaem princípioséticosaosquaisoprofissional deve pautar suaconduta. ( ) A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo dos profissionais para com os gestores, ordenadores, destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição. ( ) Aprofissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua prática de interesseindividual. No que pertine às penalidades que podem ser aplicadas, estabelece a lei 5.194/66: 19.Marque as penalidades aplicáveis por infração da presente lei são as seguintes, de acordo com a gravidade dafalta: a) advertênciareservada; b) censurapública; c) prisão; e) detenção; f) multa; g) suspensão temporária do exercícioprofissional; h) cancelamento definitivo doregistro. 20.Marque as alternativas incorretas sobrePenalidades: a) As penalidades para cada grupo profissional não serão impostas pelas respectivas Câmaras Especializadas ou, na falta destas, pelos ConselhosRegionais. b) As penas de advertência reservada e de censura pública são aplicáveis aos profissionais que deixarem de cumprir disposições do Código de Ética, tendo em vista a gravidade da falta e os casos de reincidência, a critério das respectivas Câmaras Especializadas. c) O cancelamento do registro será efetuado por má conduta pública e escândalos praticados pelo profissional ou sua condenação definitiva por crime consideradoinfamante. d) Advertência Reservada é penalidade aplicável a casos de infrações de maior gravidade, normalmente aos infratoresprimários. 21.Sobre penalidades marque as alternativascorretas: a) Censura Pública é aplicável aos casos de maior gravidade, aos infratores reincidentes; b) Suspensão Temporária do Exercício Profissional é penalidade que pode ser acarretada por falta ética conjugada com outro tipo de infração profissional reincidente,ilícito civil ou penal, por prazos variáveis de seis meses a cincoanos; c) Má Conduta Pública e Escândalos são atentados aos preceitos éticos epodem acarretar o Cancelamento do Registro.” d) A advertência reservada será anotada nos assentamentos do profissional eterá caráterconfidencial. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 82 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional e) A censura pública, anotada nos assentamentos do profissional, será efetivada por meio de edital afixado no quadro de avisos nas inspetorias, na sede do CREA onde estiver inscrito o profissional, divulgação em publicação do Conselho ou em jornal de circulação na jurisdição, ou no diário oficial do estado ou outro meio, economicamente aceitável, queamplie as possibilidades de conhecimento dasociedade. 22. Analise as questões abaixo e marque as incorretas: a) É infração qualquer ato que apresente: Atentado contra princípioséticos, b) Descumprimento de dever de ofício, Conduta expressamente vedada, Lesão a direito reconhecido deoutrem. c) As Entidades de Classe podem ter um sistema próprio estatutário de julgamento. é correto afirmar: a. As Entidades de Classe não podemconciliar. b. As Entidades de Classe são legítimas construtoras das tabelas dehonorários. c. As suas Comissões de Ética têm como missão o zelo pela justa e honesta concorrênciaprofissional. d. As Comissões de Ética Profissional das Entidades de Classe tem por finalidade a promoção da ética, o aperfeiçoamento moral e o resgate da boa atuaçãoprofissionais. 23. Relacione: As Comissões possuem três funções primordiais no desenvolvimento de suas atividades: • Preventiva • Conciliatória • Corretiva ( ) mediando e conciliando desinteligências entre profissionais e recuperando a sua boaconduta; ( ) divulgando, esclarecendo e orientando a atuação profissional em conformidade com os preceitos éticos daprofissão; ( ) aplicando sanções em casos de desvio de conduta ética, na forma do estatuto da (Entidade de Classe), quando couber, e encaminhando denúncia à Câmara Especializada do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, que jurisdiciona o profissionalinfrator. 24. Sobre os Direitos dos Profissionais Técnicos não é corretoafirmar: a) à liberdade de escolha deespecialização; b) à liberdade de escolha de métodos, procedimentos e formas deexpressão; c) ao uso do títuloprofissional; d) à falta de exclusividade do ato de ofício a que sededicar; e) à injusta remuneração proporcional à sua capacidade e dedicação e aos graus de complexidade, risco, experiência e especialização requeridos por suatarefa; f) ao provimento de meios e condições de trabalho dignos, eficazes eseguros; Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 83 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 25.Defina: Ética – Antiética – Moral – Direito - Imoral – Ilegal – A.R.T. – Direito - Habilidade – Habilitação – CREA - CONFEA 26.Formule um Contrato de Prestação de Serviços, contendo no mínimo quatro cláusulas: 28.Sobre Fluxograma resolva: a) Elaborar um fluxograma para o processo de ligar uma televisão. b) Construir um fluxograma sobre o procedimento de tirar uma fotografia: c) Imagine que pretende contactar telefonicamente o Director Geral de uma grande empresa. Elabore um fluxograma que ilustre toda a série de passos por que terá que passar o seu telefonema. d) Elabore um fluxograma que ilustre o processo ou serviço a que está ligado na sua empresa. e) Elabore um fluxograma que ilustre o processo que, na sua empresa, segue uma reclamação feita por um cliente. f) Construa um diagrama de fluxo de uma receita de culinária a seu gosto. 29.Sobre Diagrama de Causa – Efeito Resolva: a) Construa o diagrama de causa – efeito que possa explicar a derrota de uma equipa num jogo de futebol. b) Construa o diagrama de causa – efeito que possa explicar o atraso para um encontro. c) Construa o diagrama de causa – efeito que possa explicar a variação de dimensão das peças que saem de uma mesma linha de produção. d) Construa o diagrama de causa – efeito que possa explicar a contaminação verificada num alimento à sua escolha. e) Construa o diagrama de causa – efeito que possa explicar a insatisfação de um dos clientes da sua empresa. f) Traçar um diagrama de causa - efeito para o excesso de consumo de um automóvel g)Traçar um diagrama de causa – efeito para explicar a má qualidade de um bolo de creme consumido em Julho numa pastelaria situada noAlgarve. 30.Sobre Diagrama de Pareto Resolva. a) Através de uma sondagem efectuada, concluiu-se que as principais razões apontadas para a devolução de peças de vestuário compradas por catálogo foram as indicadas abaixo. Elabore o respectivo diagrama de Pareto. Existência de manchas 1 Tipo de corte 2 Qualidade do tecido 60 Tamanho 5 Existência de furos 1 Cor 20 Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 84 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Mudança de endereço 3 Falecimento 2 Não levantado 3 Ter-se estragado no transporte 2 b)Contabilizadas a frequência de ocorrência de defeitos numa linha de produção bem como os custos de tratamento associados, concluiu-se que Tipo de defeitos Frequência Custo unitário Riscos 30 15 Picadas 20 15 Deformação 10 60 Descoloração 10 30 Dimensão errada 15 60 Construa o Pareto de defeitos e de custos. c)A administração encontra-se preocupada com o número de defeitos que estão a surgir nas peças. De forma a identificar as suas causas decidiu, ao longo de uma semana de trabalho estudar o número e tipo de defeitos por operador e por máquina. Os resultados encontram-se na tabela abaixo. Que conclusões pode tirar? Operador Máquina Segunda Terça Quarta Quinta Sexta A 1 º º º º $ $ x x # # + º º º º º $ x x x # º º º ºº $ $ $ $ $ x x xx # # + º º º º $ x x x x # # º º º º º $ x x x x # # # 2 º º $ x º º º $ $ x x + º º º $ $ $ $ $ x x # º º $ x # º º $ $ x # 3 º º $ $ x # º º º º $ x º º º $$$$$ x # º º º $ x # + º º º º $ x x # Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 85 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional B 4 º º $ xx + º º º $ x # º º º $ $ $ $ x x # º º º $ # º º $ x x # ºdeformação; $peso; x dureza; #picada; +humidade d)Num processo de fabrico de peças de plástico aparecem os defeitos abaixo indicados com as respectivas ocorrências e custos associados. Construir o respectivo diagrama de Pareto. Tipo de defeitos Nº de peças defeituosas Custo unitário de reparação/sucata Fissuras 10 50 Bolhas 2 50 Rebarbas 56 5 Falta de material 3 50 Descoloração 3 50 Borbotos 24 30 Picadelas 2 50 e)Tendo em vista a diminuição dos custos de qualidade (não qualidade) uma empresa que produz bolachas fez um levantamento do tipo de defeitos encontrados em embalagens de bolacha Maria. Na tabela seguinte encontram-se sumariados os resultados obtidos. Código do Defeito Descrição do Defeito Frequência 1 Bolachas partidas 30 2 Embalagem mal colada (lado) 20 3 Embalagem mal colada (topos) 60 4 Numero de bolachas superior a 35 90 5 Numero de bolachas inferior a 32 30 6 Data de validade em falta/ilegível 40 7 Pequenos furos na embalagem 50 8 Embalagem rasgada 20 9 Outros defeitos 15 Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 86 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional a) Analise os dados obtidos utilizando a análise dePareto. b) O que pode concluir da análiseefectuada? f)Foi feita uma análise mais fina do problema e, com a ajuda do departamento de contabilidade da empresa, foi possível chegar a uma estimativa sobre os custos individuais de cada um dos defeitos. Para tal, foram considerados custos de trabalho extra, desperdícios, matéria-prima, etc. Os custos obtidos encontram-se na tabela seguinte. Código do Defeito Descrição do Defeito Custo individual (€) 1 Bolachas partidas 0.01 2 Embalagem mal colada (lado) 0.05 3 Embalagem mal colada (topos) 0.10 4 Numero de bolachas superior a 35 0.09 5 Numero de bolachas inferior a 32 0.5 6 Data de validade em falta/ilegível 0.04 7 Pequenos furos na embalagem 0.90 8 Embalagem rasgada 0.90 9 Outros defeitos 0.15 a) Efectue uma análise de Pareto baseada noscustos b) O que pode concluir? Os resultados são diferentes dos obtidosanteriormente 31.Sobre Diagrama de dispersão Resolva a) Verificar se existe algum tipo de relação entre as alturas e os pesos de um grupo de pessoas Altura (m) 1,57 2,00 1,67 1,90 1,50 1,75 1,77 1,63 1,78 1,94 1,82 1,59 Peso (kg) 60 95 66 85 45 78 75 64 75 92 80 60 b) Analisaram-se alguns concelhos do continente com o objectivo de saber se existiria ligação entre a taxa de analfabetismo e o salário médio mensal nos concelhos. Os valores analisados (dados de 82) foram os seguintes: Tx (%) 28.2 14.5 12.7 6.9 9.4 23.8 27.1 25.3 29.0 20.3 32.5 22.4 Sal./mês 15.5 14.9 15.9 18.5 21.6 16.7 13.6 12.6 16.2 14.8 14.3 18.3 Que conclusões tirar dos dados apresentados? Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 87 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional c) Um fabricante de garrafas de plástico que as fabrica pelo processo de moldagem a sopro, está a deparar-se com problemas por muitas delas apresentarem as paredes demasiado finas. Suspeitou-se então que a variação da pressão de ar de dia para dia pudesse estar por trás desse problema. A tabela seguinte relaciona os dados sobre a pressão do ar e a percentagem de garrafas consideradas defeituosas. Que pode concluir? Data Pressão de ar (kgf/cm2) % Garrafas defeituosas Data Pressão de ar (kgf/cm2) % Garrafas defeituosas 1/10 2/10 3/10 4/10 5/10 8/10 9/10 10/10 11/10 12/10 15/10 16/10 17/10 18/10 19/10 8,6 8,9 8,8 8,8 8,4 8,7 9,2 8,6 9,2 8,7 8,4 8,2 9,2 8,7 9,4 0,889 0,884 0,874 0,891 0,874 0,886 0,911 0,912 0,895 0,896 0,894 0,864 0,922 0,909 0,905 22/10 23/10 24/10 25/10 26/10 29/10 30/10 31/10 1/11 2/11 5/11 6/11 7/11 8/11 9/11 8,7 8,5 9,2 8,5 8,3 8,7 9,3 8,9 8,9 8,3 8,7 8,9 8,7 9,1 8,7 0,892 0,877 0,885 0,866 0,896 0,896 0,928 0,886 0,908 0,881 0,882 0,904 0,912 0,925 0,872 d) Durante o fabrico de iogurtes foi detectado um elevado número de embalagens em que a tampa estava mal colada. Foi criado um grupo de trabalho para analisar e tentar resolver o problema. O grupo realizou um “brainstorming” tendo resumido as causas do problema utilizando um diagrama de Ishikawa. Após discussão chegaram à conclusão que uma das causas mais prováveis para o problema seria o deficiente controlo dos tempos de colagem. Na máquina que cola as tampas são colocadas 25 embalagens de iogurte de cada vez e a colagem da tampa de alumínio é efectuada por prensagem a quente. Para testar esta hipótese, mediram-se os tempos de prensagem e contaram-se o número de embalagens com defeitos. Os tempos foram medidos em décimas de segundo e são Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 88 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional apresentados na tabela seguinte. # Tempo Defeitos # Tempo Defeitos # Tempo Defeitos # Tempo Defeitos 1 31,7 0 26 38,8 2 51 40,5 3 76 40,1 3 2 29,8 0 27 33,1 0 52 41,7 3 77 43,1 4 3 31,9 0 28 31,6 0 53 38,0 2 78 44,3 5 4 33,9 0 29 34,6 0 54 42,2 4 79 39,8 2 5 34,5 0 30 33,9 0 55 40,2 2 80 39,1 2 6 25,2 0 31 35,2 0 56 38,4 2 81 39,0 2 7 37,8 1 32 42,3 3 57 44,2 4 82 34,9 0 8 39,2 2 33 43,4 4 58 37,3 1 83 33,9 0 9 41,3 3 34 37,4 1 59 41,0 3 84 28,2 0 10 39,5 2 35 38,9 2 60 38,6 2 85 32,5 0 11 29,6 0 36 39,3 2 61 34,6 0 86 28,9 1 12 32,6 0 37 37,1 1 62 28,3 1 87 34,4 0 13 29,5 0 38 42,5 4 63 32,6 0 88 33,9 0 14 25,4 1 39 35,9 0 64 25,3 2 89 33,0 0 15 25,0 1 40 38,2 2 65 29,2 0 90 28,4 1 16 24,0 2 41 38,6 2 66 32,1 0 91 32,60 17 25,5 1 42 39,1 2 67 30,7 0 92 30,7 0 18 34,9 0 43 32,2 0 68 40,3 3 93 31,8 0 19 30,2 0 44 33,2 0 69 35,6 0 94 34,0 0 20 31,6 0 45 27,0 1 70 40,0 2 95 35,8 0 21 46,3 5 46 33,6 0 71 39,7 2 96 42,4 3 22 34,7 0 47 26,6 2 72 34,0 0 97 30,2 0 23 41,4 3 48 42,8 4 73 38,8 1 98 34,6 0 24 44,6 4 49 38,4 2 74 35,7 0 99 27,9 1 25 35,4 0 50 37,9 1 75 38,4 2 100 30,8 0 a) Represente os resultados utilizando um gráfico dedispersão. b) O que podeconcluir? e) Foi realizado um estudo para determinar o aumento de defeitos, em portas inox de equipamentos para cozinha, produzidas numa empresa metalomecânica. Durante o estudo apareceram os defeitos abaixo indicados com as respectivas ocorrências e custos associados. Construir os respectivos diagramas de Pareto Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 89 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Tipo de defeitos Nº. de peças defeituosas Custo unitário reparação/sucata Soldadura mal executada 55 50 Furação deficiente 9 50 Defeitos de dobragem 274 5 Acondicionamento 15 50 Má qualidade da chapa 16 50 Cortes 126 30 Outros 12 50 32.Sobre o Histograma Resolva. a) Construa a tabela de frequências e o histograma para as idades dos alunos de uma turma de 12º. ano. 17 20 19 17 17 19 18 16 25 18 23 17 17 17 18 18 17 18 22 22 16 20 20 Interprete o histograma que obteve. Determine também a média, a amplitude e o desvio padrão deste conjunto devalores. b)Construir um histograma que represente o número de clientes de um dado restaurante ao longo de 15 dias, apoiando-se nos seguintes dados: 12 13 10 10 15 11 12 11 14 9 12 13 12 13 12 c)Jogam-se 5 moedas simultaneamente 500 vezes encontrando-se registado na tabela seguinte o número de coroas obtidas em cada jogada. Nº. Coroas Frequência 0 20 1 76 2 121 3 144 4 82 5 57 Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 90 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Construa a tabela de frequências e interprete os histogramas respectivos. Determine a média, mediana, moda, amplitude e desvio padrão deste conjunto devalores. d)Na tabela seguinte encontram-se os pesos de 100 pacotes de bolachas saídos de uma linha de embalagem. 302,25 301,19 298,07 299,75 299,76 300,24 302,17 303,91 298,76 299,07 298,35 301,11 297,59 299,83 303,49 298,65 98,61 299,08 298,98 305,13 300,36 299,68 299,57 300,14 301,05 300,86 301,99 299,18 299,07 297,84 302,52 298,49 297,87 299,12 301,35 301,81 299,26 300,48 299,48 300,20 299,23 303,66 298,23 302,04 299,70 303,07 298,35 300,86 298,94 301,59 297,83 299,95 299,20 299,70 298,29 299,55 299,13 297,72 297,47 298,16 301,85 298,72 303,76 298,86 300,96 300,52 298,00 299,38 304,22 300,02 300,73 298,56 299,19 299,75 300,84 298,34 302,39 299,83 302,85 301,33 299,62 299,70 300,12 299,60 301,63 298,11 298,85 297,99 302,45 299,16 302,45 298,34 298,73 302,10 302,00 300,83 298,36 299,07 302,83 300,80 Sabendo que o valor de peso especificado para cada pacote é de 300 ± 2 gramas, que conclusões pode tirar através da análise do respectivo histograma? e)Construir o histograma das frequências absolutas e frequências absolutas acumuladas que represente a variação do diâmetro de uma peça 2,525 2,543 2,532 2,510 2,517 2,522 2,519 2,510 2,511 2,522 2,527 2,529 2,518 2,527 2,528 2,521 2,519 2,531 2,511 2,519 2,527 2,536 2,506 2,541 2,512 2,515 2,521 2,536 2,529 2,524 2,534 2,518 2,538 2,543 2,528 2,519 2,523 2,523 2,529 2,523 2,520 2,522 2,524 2,545 2,531 2,519 2,519 2,529 2,522 2,513 2,515 2,519 2,527 2,542 2,528 2,540 2,522 2,526 2,520 2,525 2,533 2,542 2,530 2,522 2,540 2,535 2,526 2,532 2,502 2,522 2,520 2,514 2,512 2,534 2,526 2,530 2,532 2,526 2,523 2,520 2,510 2,524 2,521 2,535 2,528 2,523 2,525 2,522 2,530 2,514 f)As alturas, em centímetros, dos alunos de uma turma do 10º ano são as seguintes: Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 91 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 150 169 174 155 165 170 172 152 158 163 158 166 158 166 170 171 162 171 161 154 168 161 164 166 164 162 156 167 a) Construa uma tabela de frequências, agrupando os dados emclasses. b) Represente graficamente os dados, utilizando o tipo de gráfico que achar maisconveniente g)Numa padaria, dois padeiros (A e B) cozem o pão usando duas máquinas (1 e 2). Os pesos dos pães franceses produzidos foram registados durante 20 dias. Cada dia, quatro pães foram tirados ao acaso de cada máquina e o seu peso anotado na tabela abaixo. Dado que o peso especificado pode variar entre 200 e 225 gramas, o que pode concluir sobre oprocesso? Dia Padeiro Máquina 1 Máquina 2 1 A 209,2 209,5 210,2 212,0 214,3 221,8 214,6 214,4 2 A 208,5 208,7 206,2 207,8 215,3 216,7 212,3 212,0 3 A 204,2 210,2 210,5 205,9 215,7 213,8 215,2 202,7 4 B 204,0 203,3 198,2 199,9 212,5 210,2 211,3 210,4 5 B 209,6 203,7 213,2 209,6 208,4 214,9 212,8 214,8 6 A 208,1 207,9 211,0 206,2 212,3 216,2 208,4 210,8 7 A 205,2 204,8 198,7 205,8 208,1 211,9 212,9 209,0 8 B 199,0 197,7 202,0 213,1 207,5 209,9 210,6 212,3 9 B 197,2 210,6 199,5 215,3 206,9 207,1 213,6 212,2 10 B 199,1 207,2 200,8 201,2 209,6 209,5 206,8 214,2 11 A 204,6 207,0 200,8 204,6 212,2 209,8 207,6 212,6 12 B 214,7 207,5 205,8 200,9 211,4 211,2 214,4 212,6 13 B 204,1 196,6 204,6 199,4 209,6 209,2 206,1 207,1 14 A 200,2 205,5 208,0 202,7 203,5 206,9 210,6 212,3 15 A 201,1 209,2 205,5 200,0 209,1 206,3 209,8 211,4 16 A 201,3 203,1 196,3 205,5 208,0 207,9 205,3 203,6 17 B 202,3 204,4 202,1 206,6 210,0 209,4 209,1 207,0 Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 92 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 18 B 194,1 211,0 208,4 202,6 215,6 211,8 205,4 209,0 19 B 204,8 201,3 208,4 212,3 214,5 207,5 212,9 204,3 20 A 200,6 202,3 204,3 201,4 209,1 205,8 212,0 204,2 h)Um fabricante de margarinas deseja estudar a capacidade da operação de empacotamento automático de embalagens de 250 gramas. Para o efeito, foram seleccionadas 100 embalagens, tendo sido os dados obtidos os seguintes: 249.83 249.96 249.91 250.32 250.00 249.83 250.29 250.00 250.19 250.11 249.95 249.87 249.83 249.82 249.89 249.83 250.30 249.86 249.91 249.84 250.19 249.80 249.92 249.96 250.01 249.97 249.95 250.00 250.51 250.05 249.85 249.92 249.95 250.21 249.91 249.93 250.04 250.07 249.80 249.98 250.07 249.81 250.23 250.20 249.80 250.18 249.97 249.88 249.83 249.96 249.95 249.88 249.96 249.87 250.16 249.93 250.16 249.84 249.87 250.08 249.92 249.95 249.84 249.81 250.00 250.14 249.82 250.00 249.96 250.10 249.97 249.90 250.14 249.96 250.01 249.84 249.98 249.82 249.81 249.83 250.01 250.16 249.92 249.81 249.94 250.30 249.83 249.94 250.03 249.99 250.13 249.94 250.20 250.00 249.94 250.02 249.87 250.27 250.42 249.94 i)Considere os seguintes resultados de um exame de Matemática realizado a 213 alunos: Nota 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Freq. Abs. 1 1 5 7 12 13 16 15 17 32 Nota 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Freq. Abs. 17 21 12 16 8 4 7 5 4 0 a) Represente graficamente os dados na forma de um histograma considerando seguintes classes: [1,3[, [3,5[, [5,7[, [7,9[, [9,11[, b) [11,13[, [13,15[, [15,17[, [17,19[, [19,21[. c) Qual o aspecto apresentado pelohistograma? d) Verifique quantas notas pertencem ao intervalo. Corresponde a que percentagem? Comente o valor obtido. Resuma e represente de forma compreensível a informação contida no conjunto de dado j)Um grupo de professores fez um trabalho de estatística sobre o número de horas que os alunos de sua escola passavam por semana em frente à televisão. Face a esta pergunta obtiveram diferentes respostas. Ficaramna dúvida de como haveriam de tratar os seguintesvalores: Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 93 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 0 1 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 6 6 6 6 6 6 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 11 12 12 12 12 12 12 12 14 14 14 14 15 15 15 15 15 15 15 15 16 16 16 17 17 18 19 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 22 22 22 22 22 23 23 24 24 24 24 24 25 25 26 26 26 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 35 35 37 Como procederia? a) Agruparia em classes? Se sim, emquantas? b) Construa uma tabela de frequências relativa eabsoluta. c) Qual foi a classe que incluiu as respostas maisfrequentes? d) Este foi um histograma construído por um dos professores. Acha que está correcto? 33.Sobre Cartas de Controle Resolva a) Seleccione o tipo de carta de controlo apropriada para controlar as seguintes características: a. Peso de biscoitosempacotados b. Número de defeituosos em 1000produtos Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 94 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional c. Número de defeitos de soldagem num aparelho derádio d. Rendimento de um produto químico numabatelada e. Percentagem de peças defeituosas em lotes de tamanhovariável f. Número de arranhões por m2de chapa de aço b) Construa a carta de controlo por atributos mais adequada a cada uma das situações apresentadas. b.1– Amostra de tamanhovariável Amostra Número deitens inspeccionados Númerode defeituosos Amostra Número deitens inspeccionados Númerode defeituosos 1 180 8 11 200 10 2 200 12 12 210 9 3 220 10 13 230 11 4 240 12 14 170 15 5 180 10 15 190 9 6 190 8 16 200 11 7 200 17 17 180 9 8 170 7 18 190 11 9 190 10 19 180 8 10 180 9 20 230 12 b.2– Amostra de tamanho fixo, n=300 Amostra Númerode defeituosos Amostra Númerode defeituosos Amostra Númerode defeituosos 1 10 11 10 21 9 2 14 12 6 22 7 3 12 13 12 23 12 4 6 14 7 24 6 5 11 15 20 25 8 6 14 16 8 26 6 7 8 17 10 27 9 8 9 18 7 28 10 9 7 19 12 29 7 10 15 20 13 30 12 Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 95 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional b.3- Número de defeitos num único artigo Artigo Número de defeitos Artigo Número de defeitos Artigo Número de defeitos 1 4 11 5 21 7 2 5 12 6 22 4 3 3 13 3 23 6 4 8 14 2 24 4 5 6 15 5 25 5 6 7 16 4 26 9 7 5 17 14 27 6 8 7 18 8 28 3 9 9 19 3 29 8 10 4 20 15 30 7 b.4– Número de defeitos para amostras de diferentedimensão Amostra Comprimento Defeitos Amostra Comprimento Defeitos 1 10 48 11 9 41 2 12 70 12 8 36 3 9 53 13 12 60 4 10 49 14 9 44 5 11 57 15 11 51 6 8 42 16 8 31 7 9 38 17 11 48 8 8 36 18 8 38 9 10 63 19 12 43 10 11 54 20 11 51 c)Construa as duas cartas necessárias para verificar se a viscosidade de um fluído se encontra ou não em controlo estatístico. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 96 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Nº. de batch Viscosidade Nº. de batch Viscosidade 1 33,75 9 33,49 2 33,05 10 33,20 3 34,00 11 33,62 4 33,81 12 33,00 5 33,46 13 33,54 6 34,02 14 33,12 7 33,68 15 33,84 8 33,27 d)Verifique se o processo retratado pela seguinte de uma carta de controlo (X – R) se encontra sob controlo estatístico Dados: Hora Dimensão da amostra Média Amplitude 8,00 5 36,0 6,6 9,00 5 35,4 4,2 10,00 5 39,0 5,0 11,00 5 35,6 3,5 12,00 5 38,8 5,5 13,00 5 41,6 4,2 14,00 5 38,5 3,5 15,00 5 37,5 6,2 16,00 5 36,5 4,0 17,00 5 35,4 3,0 18,00 5 36,2 2,5 19,00 5 38,0 5,8 20,00 5 36,4 5,6 21,00 5 35,7 5,5 22,00 5 31,4 5,3 23,00 5 29,2 4,2 24,00 5 28,3 3,5 X = 35,6 R = 4,59 Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 97 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional e)Na tabela abaixo apresenta-se o primeiro dos conjuntos de leituras feitas para verificar se o peso de pacotes de manteiga se encontra ou não em controlo estatístico. Que conclusões pode tirar? Amostra nº. Data Leituras 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 2/2 3/2 4/2 5/2 6/2 9/2 10/2 11/2 12/2 13/2 16/2 17/2 18/2 19/2 20/2 23/2 24/2 25/2 26/2 27/2 1/3 2/3 4/3 5/3 6/3 52,5 53,0 52,8 52,9 52,8 52,6 53,5 53,1 53,4 53,2 53,4 52,8 53,2 53,5 54,3 53,2 53,8 53,1 53,7 53,3 53,3 53,1 53,6 53,4 53,3 52,9 52,8 52,9 52,9 52,9 53,4 53,6 53,3 53,1 53,4 53,0 52,9 53,3 52,9 53,6 53,3 54,0 53,6 53,8 53,1 53,7 53,1 53,4 53,7 53,2 52,9 53,5 52,7 52,9 52,7 53,1 52,8 53,5 53,1 53,1 53,9 53,2 52,9 54,0 53,6 54,0 53,8 53,7 53,0 53,6 53,3 53,2 53,2 53,0 53,5 53,5 52,4 52,8 52,9 53,1 53,3 52,7 53,0 53,1 52,9 53,1 53,2 53,1 53,9 53,8 53,7 53,8 53,8 53,5 53,0 53,8 53,1 53,0 53,2 53, f)Construa uma carta para a percentagem de não conformidades para verificar se o processo se encontra ou não em controlo estatístico. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 98 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Nº da amostra Tamanho da amostra Nº defeitos na amostra 1 100 12 2 80 8 3 80 6 4 100 9 5 110 10 6 110 12 7 100 11 8 100 16 9 90 10 10 90 6 11 110 20 12 120 15 13 120 9 14 120 8 15 110 6 16 80 8 17 80 10 18 80 7 19 90 5 20 100 8 21 100 5 22 100 8 23 100 10 24 90 6 25 90 9 g)Verifique se o seguinte processo se encontra ou não em controlo estatístico Amostra Nº. de defeitos por m2 de madeira 1 7 2 5 3 3 4 4 5 3 6 8 Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 99 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 7 2 8 3 9 4 10 3 11 6 12 3 13 2 14 7 15 2 16 4 17 7 18 4 19 2 20 3 h)Verifique se o seguinte processo se encontra ou não em controlo estatístico. Nº da amostra Tamanho da amostra Nº defeitos na amostra 13/8 1524 70 14/8 1275 53 15/8 1821 132 16/8 1496 91 17/8 1213 32 18/8 1371 55 19/8 1248 69 20/8 1123 67 21/8 1517 159 22/8 1488 94 23/8 2052 105 24/8 1696 37 25/8 1427 58 26/8 1277 75 27/8 1613 73 28/8 1987 145 29/8 1360 41 30/8 1439 50 31/8 1723 118 1/9 2035 169 Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 100 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 2/9 1314 88 3/9 215 24 4/9 1384 77 5/9 1995 185 6/9 467 36 i)Traçar as cartas de controlo de médias e amplitudes para o conjunto de 25 amostras representadas abaixo. Determinar para cada uma das cartas os limites de controlo e verificar se o processo está ou não sob controlo estatístico. Amostra nº. Valores observados 1 28,0 25,2 26,4 26,2 24,2 2 26,4 26,6 25,4 26,8 24,2 3 27,0 25,6 26,0 25,6 24,8 4 27,8 24,8 26,6 26,2 26,4 5 26,0 26,0 24,2 24,4 26,6 6 27,4 24,0 25,0 24,8 24,8 7 27,8 24,2 25,4 26,8 26,0 8 26,8 27,2 26,0 24,8 27,0 9 28,8 24,8 24,4 24,8 25,0 10 26,6 24,8 25,2 25,8 25,6 11 26,6 25,6 26,0 26,0 26,2 12 27,2 25,0 26,6 27,0 25,6 13 28,0 26,4 24,8 26,0 26,0 14 26,2 25,8 27,0 24,6 25,6 15 29,2 27,4 26,8 24,4 25,0 16 27,8 26,0 26,0 26,4 25,2 17 26,6 25,4 25,2 25,6 25,4 18 27,8 24,8 25,4 24,8 25,6 19 26,4 24,6 25,2 26,2 25,4 20 26,4 25,6 25,6 24,6 25,2 21 26,6 25,6 26,0 24,6 24,4 22 28,0 26,4 24,8 26,0 26,0 23 26,2 25,827,0 24,6 25,6 24 29,2 27,4 26,8 24,4 25,0 25 27,8 26,0 26,0 26,4 25,2 j)Determinar os limites de controlo para o conjunto de dados representados abaixo e, por simples inspecção, avaliar se o processo se encontra ou não em controlo estatístico. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 101 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Nº amostra Nº de montagens inspeccionadas Nº total de defeitos encontrados 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2 4 2 1 3 4 2 4 3 1 10 30 18 10 20 24 15 26 21 8 Total: 26 182 k)Considere os seguintes dados referentes ao controlo do processo de enchimento de saquetas individuais de amendoins (snack). Os dados foram obtidos retirando um saco de 15 em 15 minutos e contando o número de amendoins em cada saco. Hora # Hora # Hora # Hora # 07:00 29 09:30 26 12:00 31 14:45 34 07:15 34 09:45 35 12:15 22 15:00 29 07:30 33 10:00 26 12:30 28 15:15 25 07:45 27 10:15 29 12:45 28 15:30 24 08:00 28 10:30 29 13:00 30 15:45 29 08:15 27 10:45 29 13:15 34 16:00 30 08:30 29 11:00 28 13:45 36 16:15 31 08:45 37 11:15 28 14:00 34 16:30 25 09:00 32 11:30 36 14:15 36 16:45 32 09:15 28 11:45 31 14:30 29 17:00 32 a) Construa um Gráfico de Linhas para estesdados b) Calcule a média e o desvio padrão para osdados; c) Admitindo que o processo está sob controlo e que a o número de amendoins por saco segueuma aproximação Normal calcule os Limites deControlo. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 102 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional d) Insira os limites nográfico l)No controlo de tempos de execução de um serviço específico associado ao processo de empacotamento automático de embalagens de margarina, foram formadas subamostras, por selecção de 5 embalagens consecutivas, em cada meia hora, durante um período de 2,5 horas. Os dados obtidos (em segundos) foram os seguintes: 1 2 3 4 5 24.983 24.996 24.991 25.032 25.000 24.995 24.987 24.983 24.982 24.989 25.019 24.980 24.992 24.996 25.001 24.985 24.992 24.995 25.021 24.991 25.007 24.981 25.023 25.020 24.980 Admitindo a normalidade da população subjacente aos dados, efectue cartas de controlo para o processo de empacotamento. 34.Sobre Auditorias de Qualidade Durante uma auditoria a um fornecedor o auditor é confrontado com as seguintes situações: 1. Verificou-se a existência de alterações / modificações manuscritas em Instruções deInspecção 2. Foram introduzidas alterações em documentos do SGQ não tendo sido registada a natureza da alteraçãointroduzida 3. Parte dos relatórios de Inspecção não se encontram assinados peloinspector 4. Verificou-se a existência de documentos do SGQ, nos postos de trabalho, com um número de edição anterior àautorizada 5. Durante a visita ao laboratório verificou-se a existência de Instruções de Inspecção e registos apenas em suporte informático. Qual a exigência que iriacolocar? 6. Verificou-se a existência de Instruções de Trabalho e Inspecção emitidos antes da data da implementação do SGQ. Estes documentos não estão identificados com a data de emissão.O fornecedor alega que se trata da edição“0” 7. No laboratório secundário verificou-se que as respectivas Instruções de Trabalho e Inspecção não estão disponíveis neste local de trabalho. O fornecedor alega que estes documentos se encontram no laboratóriocentral. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 103 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional a) A que requisito da norma ISO 9001:2000 se podem atribuir estas constatações deauditoria? b) Qual a classificação que atribui a cada uma? Utilize a seguinteescala: 1 – Cumpre orequisito 2 – Cumpre em parte o requisito 3 – Não cumpre orequisito c) Indique comentários ou acções correctivas ou preventivas que acheimportant 35.Sobre Auditorias de Qualidade Reformule as questões abaixo em questões do tipo“aberto” 1. A sua empresa segue uma política daqualidade? 2. Os seus contratos sãoverificados? 3. A sua empresa elaborou critérios para avaliação e controlo defornecedores? 4. Os recursos de controlo sãoidentificados? 5. Existe algum procedimento de como proceder com os produtos entregues pelocliente? 6. Os resultados de controlo sãoregistados? 7. Aplicam-se métodos de controloestatísticos? 8. Existe algum procedimento parta o controlo de nãoconformidades? 9. Existe algum plano deformação? 10. A sua empresa controla e avalia osfornecedores? 11. a sua empresa estipulou alguns requisitos especiais à constituição de produtos ouserviços? 12. Existe algum procedimento para o controlo de documentos doSGQ? 13. A necessidade de acções de formação é averiguadasistematicamente? 14. As alterações de instruções ou procedimento são entregues aos respectivosdepartamentos? Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 104 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 15. A sua empresa dá assistência aclientes? 16. A sua empresa controla as acções correctivasestipuladas? 17. Existe algum procedimento para o controlo de documentos dereferência? 18. O controlo éregistado? 19. O estatuto de controlo está identificável pela documentação adjunta ou pelo produto ouserviço? 20. O produto ou serviço pode ser rastreado até àrealização? Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 105 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 26.Referências Bibliográfica CEPEP. Metrologia. Fortaleza, [S.d.]. FRM; FIESP. Metrologia. Rio de Janeiro: Globo, 1995. SENAI-ES; CST. Metrologia. Vitória. Bibliografia Godoy A. L.; Tutorial: Ferramentas da Qualidade LONGO, R.M.J. A qualidade total começa e termina com educação: — Brasília: IPEA, 1995 (RI IPEA/DPS, n.6/95) Longo,Rose Mary Juliano; Gestão da Qualidade: Evolução Histórica, Conceitos Básicos e Aplicação na Educação Rio de Janeiro 1996 NBR ISSO 9001:2008 http://www.dq.fct.unl.pt/QOF/chem7.htmlhttp://www.ogerente.com.br/qual/dt/ qualidade-dtdiagrama_causa_efeito.htmhttp://br.answers.yahoo.com/questio n/index?qid=20070511053740ªAwoWCR http://www.dq.fct.unl.pt/QOF/chem7.html. VALLS, A. O que é Ética. 10ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2011. BRANCO, L. Introdução ao Estudo do Direito. São Paulo: Saraiva, 2013 Parte desse Material foi gentilmente cedido pela Associação Brasileira de Manutenção – ABRAMAN-CE. Mecânica – Gestão da Qualidade e Ética Profissional 106 Hino do Estado do Ceará Poesia de Thomaz Lopes Música de Alberto Nepomuceno Terra do sol, do amor, terra da luz! Soa o clarim que tua glória conta! Terra, o teu nome a fama aos céus remonta Em clarão que seduz! Nome que brilha esplêndido luzeiro Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! Chuvas de prata rolem das estrelas... E despertando, deslumbrada, ao vê-las Ressoa a voz dos ninhos... Há de florar nas rosas e nos cravos Rubros o sangue ardente dos escravos. Seja teu verbo a voz do coração, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte! Ruja teu peito em luta contra a morte, Acordando a amplidão. Peito que deu alívio a quem sofria E foi o sol iluminando o dia! Tua jangada afoita enfune o pano! Vento feliz conduza a vela ousada! Que importa que no seu barco seja um nada Na vastidão do oceano, Se à proa vão heróis e marinheiros E vão no peito corações guerreiros? Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas! Porque esse chão que embebe a água dos rios Há de florar em meses,nos estios E bosques, pelas águas! Selvas e rios, serras e florestas Brotem no solo em rumorosas festas! Abra-se ao vento o teu pendão natal Sobre as revoltas águas dos teus mares! E desfraldado diga aos céus e aos mares A vitória imortal! Que foi de sangue, em guerras leais e francas, E foi na paz da cor das hóstias brancas! Hino Nacional Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada,Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores." Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - "Paz no futuro e glória no passado." Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Sumário GESTÃO DA QUALIDADE 1.Evolução da Qualidade 2.A Evolução da Qualidade noOcidente a) A Era da Inspeção - Qualidade com Foco noProduto b) Era do Controle Estatístico da Qualidade – Qualidade com Foco no Processo c) Era da Garantia da Qualidade - Qualidade com Foco no Sistema a. A quantificação dos custos da Qualidade; b. O controle total daQualidade(TQC); c. As técnicas deconfiabilidade; d. O programa Zero Defeitos. 3.A Evolução da Qualidade no Brasil A- Evolução da Qualidade no Mundo OBTER QUALIDADE ATRAVÉS 4.Qualidade na Indústria X Qualidade em Serviços 5.Origem da Norma ISO O que são as NORMAS ISO 9000? A Origem das Normas ISO Série 9000 6.Princípios de Gestão da Qualidade Definição de Princípio de Gestão da Qualidade Princípio 1 - Organização Focada no Cliente Aplicar o Princípio de Organização Focada no Cliente conduz às seguintes ações: Benefícios da aplicação desse Princípio para: Princípio 2 - Liderança Aplicar o Princípio de Liderança conduz às seguintes ações: Benefícios da aplicação desse Princípio para: Princípio 3 - Envolvimento de Pessoas Aplicar o Princípio de Envolvimento de Pessoas conduz às seguintes ações destaspessoas: Benefícios da aplicação desse Princípio para: Princípio 4 - Enfoque de Processo Aplicar o Princípio de Enfoque de Processo conduz às seguintes ações: Benefícios da aplicação desse princípio para: Princípio 5 - Enfoque Sistêmico para a Gestão Aplicar o Princípio de Enfoque Sistêmico para a gestão conduz às seguintes ações: Benefícios da aplicação desse Princípio para: Princípio 6 - Melhoria Contínua Aplicar o Princípio de Melhoria Contínua conduz às seguintes ações: Benefícios da aplicação desse Princípio para: Princípio 7 - Enfoque Factual para a Tomada de Decisão Aplicar o Princípio de Enfoque Factual para a tomada de decisões conduz às seguintes ações: Beneficios da aplicação desse Princípio para: Princípio 8 - Relacionamento Mutuamente Benéfico com o Fornecedor Aplicar o Princípio de Relacionamento Mutuamente Benéfico com o Fornecedor conduz às seguintesações: Benefícios de aplicação desse Princípio para: O que é a NBR ISO 9001? Objetivo O conceito de qualidade 8.Normas NBR ISO 9000 9.Ferramentas Da Qualidade a) Gráfico de Pareto c) Diagrama Causa e Efeito e) Diagrama deDispersão f) Gráfico deControle Fluxograma Fordismo 11.Toyotismo Como praticar o SEIRI SEIKETSU S H I T S UK E 13 - SISTEMA JUST IN TIME Sistemas de produção puxado e empurrado Significado de Just in Time Origens do Just in Time Como funciona o just in time? Controle de qualidade Vantagens e desvantagens do just in time 14 - SISTEMA KANBAN Tipos de Kanban Como funciona o sistema Kanban? Vantagens e desvantagens do Kanban 15. INTRODUÇÃO A ÉTICA PROFISSIONAL a) Ética – Conceitos eClassificações: b) Ética – Conceitos eClassificações: ÉTICA - MORAL 17. FUNDAMENTOS DA RESPONSABILIDADE b) Quadro Sinótico 18. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA 19. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA IDENTIDADE DAS PROFISSÕES E DOS PROFISSIONAIS: Art. 8.º - A prática da profissão é fundada nos seguintes princípios éticos aos quais o profissional deve pautar sua conduta: Da natureza da profissão: Da honradez da profissão: Da eficácia profissional: Do relacionamento profissional: Da intervenção profissional sobre o meio: Da liberdade e segurança profissionais: Art. 9.º - No Exercício da Profissão são Deveres do Profissional: I - Ante ao ser humano e a seus valores: II - Ante aprofissão: III - Nas relações com os clientes, empregadores ecolaboradores: IV - Nas relações com os demaisprofissionais: V - Ante omeio: Art. 10 - No exercício da profissão, são Condutas Vedadas ao profissional: II - Ante aprofissão: III - Nas relações com os clientes, empregadores ecolaboradores: IV - Nas relações com os demaisprofissionais: V - Ante omeio: DOS DIREITOS: Art. 71° - AsPenalidades aplicáveis por infração da presente lei são as seguintes, de acordo com a gravidade da falta: § 1º A advertência reservada será anotada nos assentamentos do profissional e terá caráter confidencial. a) As corporações profissionais e aética b) O que é infraçãoética c) Até onde vai a punição da infração. d) A viaconciliatória. e) A entidade de classe e a concorrênciaprofissional. 23. MANUAL a) As funções básicas da comissão de ética nas entidades de classe b) Adequação estatutária c) Regimento interno da Comissão de Ética d) O processo ético nas Entidades de Classe e) Cuidados especiais 24. NORMATIVA I - MODELO DE REGIMENTO DA COMISSÃO DE ÉTICA NA ENTIDADE DE CLASSE II – Dacompetência III – Da composição IV – Do funcionamento V – Do Processo VI – DAS DISPOSIÇÕESGERAIS FUNDAMENTOS DA RESPONSABILIDADE ilícito; Responsabilidade Criminal; resolução nº 1002/2002; RESPONSABILIDADE CIVIL Sobre os Princípios Éticos: Sobre a Legislação Profissional: No que pertine às penalidades que podem ser aplicadas, estabelece a lei 5.194/66: 28.Sobre Fluxograma resolva: 29.Sobre Diagrama de Causa – Efeito Resolva: 30.Sobre Diagrama de Pareto Resolva. 31.Sobre Diagrama de dispersão Resolva 32.Sobre o Histograma Resolva. 33.Sobre Cartas de Controle Resolva b.1– Amostra de tamanhovariável b.2– Amostra de tamanho fixo, n=300 b.3- Número de defeitos num único artigo b.4– Número de defeitos para amostras de diferentedimensão FRM; FIESP. Metrologia. Rio de Janeiro: Globo, 1995. SENAI-ES; CST. Metrologia. Vitória. Bibliografia