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<p>10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional Página 1 de 3 Material Teórico Organização Política e Administrativa Mudanças profundas e importantes no sistema tributário nacional foram realizadas pela Constituição Federal de 1988, principalmente no que diz respeito à redistribuição dos tributos arrecadados pela União e estados e transferidos aos municípios. A Constituição Federal é a Carta Magna de um país, ou seja, é ela quem define e estrutura o Estado de Direito e está acima de todas as leis. Sua alteração só pode ser realizada por meio da Emenda Constitucional, porém, as cláusulas pétreas não podem ser alteradas. Um exemplo de cláusula pétrea é a divisão federativa de nosso país, sendo unidades independentes à União, Estados, Municípios e o Distrito Federal. Quadro 1 - Organização Política e Administrativa do Brasil Triparticipação União Estados Municípios dos poderes Presidente da Governador Prefeito República Poder Executivo Ministérios Secretarias Secretarias Poder Senado e Câmara Assembleia Câmara dos Legislativo dos Deputados Legislativa Vereadores Superior Tribunal Federal, Superior Tribunal de Os municípios Tribunal de Justiça, utilizam uma Poder Judiciário Justiça, Justiça do Comarcas/varas estrutura judiciária Trabalho, Justiça de justiça dos estados Eleitoral e Justiça Militar É importante destacar o conceito apresentado por José Carlos Carota (2023) sobre sistema tributário nacional: o Sistema Tributário Nacional é o conjunto de normas constitucionais de natureza tributária, inserido no sistema jurídico global, formado por um conjunto unitário e ordenado de normas subordinadas aos princípios fundamentais, reciprocamente harmônicos, que organizam os elementos constitutivos do Estado, que é a própria constituição. O que existe é um sistema parcial (sistema constitucional tributário) dentro de um sistema global (sistema constitucional). 1/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional De acordo com o conceito apresentado, entende-se que a competência tributária é imposta pela Constituição Federal, que é o poder atribuído pela Carta Magna às pessoas políticas para que instituam seus próprios tributos: o poder de tributar. A pessoa jurídica de direito público tem o direito de criar tributo, e uma vez criada tem que realizar o ato de cobrança, ou seja, o exercício de competência é indelegável. Assim, a Constituição Federal não cria tributo; quem tem essa responsabilidade é uma pessoa jurídica de direito público por lei. Em resumo, é um conjunto de normas jurídicas constitucionais que regulam a tributação abrangendo todas as quatro pessoas jurídicas de direito público interno, as quais têm o poder legislativo. São as quatro pessoas jurídicas: União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Veja, na sequência, as competências de que trata a Constituição Federal em relação às quatro pessoas jurídicas de direito público. Impostos da União - Artigo 153 e 154 da Constituição Federal: IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados; IOF: Imposto sobre Operações Financeiras; II: Imposto sobre Importação; IE: Imposto sobre Exportação; IR: Imposto de Renda e comprovados de qualquer natureza - Pessoa Física e Jurídica; ITR: Imposto Territorial Rural; ISGF: Imposto Sobre Grandes Fortunas - nos termos da lei complementar. Também, com relação à União, destacam-se dois impostos federais que eventualmente poderão ser criados por lei complementar, conforme o artigo 154 da Constituição Federal. Imposto Residual; Imposto Extraordinário de Guerra (IEG). 2/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional Imposto dos Estados e Distrito Federal - Artigo 155 da Constituição Federal: ICMS: Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços; ITCMD: Imposto de transmissão de bens causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos; IPVA: Imposto sobre a propriedade de veículos automotores. Imposto dos Municípios - Artigo 156 da Constituição Federal: ISS: Imposto sobre Serviços; IPTU: Imposto Predial e Territorial Urbano; ITBI: Imposto de Transmissão de Bens Intervivos a qualquer título. Porém, as pessoas jurídicas de direito público buscam criar seus tributos baseados nas necessidades sociais da população. Isso é o que aponta o autor José Carlos Carota (2016, p. 99): "a função social do tributo significa que o tributo tem um papel a ser desempenhado, no respeito diz ao interesse da sociedade e ao conjunto de cidadãos". A Constituição Federal, em seu art. 6°, garante aos cidadãos os direitos sociais à educação, ao trabalho, à saúde, à moradia, ao lazer, à segurança, à alimentação, ao transporte, à previdência social, à proteção à maternidade e à infância, além da assistência aos desamparados. Para que o Estado possa garantir esses direitos sociais, é necessária uma fonte de renda, que, neste caso, é o tributo. Desta forma, a arrecadação tributária visa que o Estado cumpra suas funções essenciais: Garantir os recursos necessários ao Estado para cumprimento dos seus fins; Ser instrumento de distribuição de renda; Contribuir para minimizar as diferenças regionais. 3/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional Por conta de uma necessidade surge todo um sistema, vejamos, a seguir, a posição do sistema tributário de nosso país. Hierarquia do Sistema Tributário Nacional É importante destacar e posicionar que o sistema tributário nacional possui uma posição principalmente nos aspectos tributários. Assim, temos: Constituição Federal: é a Carta Magna do País, prevalece sobre todas as demais leis, define a competência tributária de cada ente da federação; Emenda Constitucional : a Constituição Federal só pode ser alterada por meio de emenda constitucional aprovada por três quintos dos componentes de cada uma das casas do Congresso Nacional, e cabe apenas aos membros da Câmara dos Deputados, Senadores, Presidente da República a sua proposta; Lei Complementar: tem como objetivo a criação e regulamentação de tributos no que trata da definição de base de design e fator gerador; Leis Ordinárias : são leis próprias de cada ente da Federação (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) e têm o poder de normatizar os tributos apenas dentro do limite de sua competência tributária; Medidas Provisórias : são utilizadas em caso de relevância e urgência, que são utilizadas pelo Presidente da República, com força de lei. Devem ser votadas e aprovadas no prazo de sessenta dias, prorrogável uma única vez, por mais sessenta dias, não cabendo reedição; Decreto Legislativo: nos casos em que o Legislativo derrubar o veto presidencial, a forma de promulgação será via Decreto Legislativo; Decreto Regulamentar: aplicado pelo Chefe do Poder Executivo para consolidar a legislação acumulada sobre determinado assunto e organizar o assunto de uma forma geral; Deliberações: são utilizadas pelo Senado Federal com o objetivo de estabelecer limites das alíquotas dos tributos; Tratados e Convenções Internacionais: utilizados pelo poder Executivo para implementar acordos celebrados com outros países; Instrução Normativa: tem como objetivo instruir de forma detalhada os artigos da lei; 4/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico Entendendo o Sistema Tributário Nacional Ato Declaratório: utilizado por departamentos para interpretar pontos obscuros dos instrumentos legais. Princípios Constitucionais Tributários Os princípios constitucionais tributários são definidos pela Constituição Federal de 1988 como sendo uma base para as demais normas jurídicas, ou seja, toda a legislação brasileira deve ser editada em estrita consonância com os princípios tributários, pois são eles os responsáveis por nortear as normas jurídicas. A seguir, destacamos alguns artigos da Constituição Federal de 1988, que tratam diretamente sobre os princípios constitucionais tributários: Arte. n° 145 - Princípio da Capacidade Contributiva: neste artigo, estabelece que o pagamento de tributos deve ser de acordo com a capacidade econômica do contribuinte; Arte. n° 145 - Princípio da Autoridade Tributária: este artigo fala da autoridade tributária e são justificadas como prerrogativas da Administração Tributária; Arte. n° 145 - Princípio da Tipologia Tributária: as taxas e os não impostos podem ter a mesma base de cálculo, assim, as espécies de tributos são definidas pela distinção de dois fatores: hipóteses de incidência e base de cálculo; Arte. 146 - Cabe a Lei Complementar: estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre a definição dos tributos e de suas espécies, bem como em relação aos impostos discriminados na Constituição Federal, e a dos respectivos fatos geradores, base de cálculos e contribuições ; Arte. n° 150 - Princípio da Competência Tributária: este artigo estabelece quais tributos podem ser instituídos por cada ente da Federação, ou seja, quais tributos a União tem competência atribuída; a mesma coisa para os Estados e Municípios. Assim, por exemplo, o Município não pode cobrar Imposto sobre a renda de uma Pessoa Física, pois este tributo é de competência da União; Arte. n° 151 - Princípio da Uniformidade Geográfica: em todo o território nacional a tributação exercida pela União deverá ser uniforme, não podendo haver distinção em relação aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal; Arte. n° 152 - Princípio da não discriminação Tributária: visa à procedência e ao destino dos bens, proíbe a manipulação de alíquotas, base de cálculo ou qualquer 5/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional outra fórmula tributária em benefício ou prejuízo da economia da União, dos Estados ou dos Municípios; Arte. n° 153 - Princípio da Legalidade: estabelece que é proibido exigir ou aumentar o tributo sem lei que o estabeleça. Quadro 2 - Princípios Tributários Legalidade Isonomia Irretroatividade Princípios Tributários Anterioridade Reserva de lei complementar Reserva de lei para renúncia fiscal Imunidade tributária Legalidade: é vedado exigido ou aumentar o tributo sem lei que o estabeleça. Desta forma, não é possível aumentar o tributo, seja pela elevação de alíquota, seja pela ampliação da base de cálculo, por meio de fontes chamadas secundárias (instruções normativas, decretos, portarias, atos declaratórios entre outros); Isonomia: é igualmente obrigado o agente arrecadador tratar os prejuízos com situação equivalente, sendo proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; Irretroatividade: é vedado cobrar tributos cujos fatos geradores ocorreram antes do início da vigência da lei que os foram instituídos ou substituídos; Anterioridade: é vedado cobrar tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicado a lei que os instituiu ou aumentou; Reserva da Lei Complementar: cabe à Lei Complementar dispor sobre normas gerais em matéria de legislação tributária, dentre as quais: definição de tributos e suas espécies, fator gerador, base de cálculo, contribuições, obrigações, lançamento, crédito, prescrição, decadências tributárias e regulares como limitações constitucionais ao poder de tributar; 6/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional Reserva de Lei para Renúncia Fiscal: significa que qualquer subsídio ou isenção, redução da base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativo a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser mediante concessão de lei específica, federal, estadual ou municipal ; Imunidade Tributária: é vedada a instituição de imposto entre os entes federativos, templos de qualquer natureza, patrimônio, renda ou serviços de partidos políticos, sindicatos, instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, livros, jornais, jornais e papéis destinados à sua impressão Legislação Tributária A legislação do nosso país é muito complexa, por isso é importante tratar o conceito de legislação tributária, que é dado pelo Código Tributário Nacional no seu artigo 96, conforme Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966: Arte. 96 A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versom, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. BRASIL, 1966. De acordo com o artigo 97 da Lei 5.172 de 25 de outubro de 1966, dispõe sobre o Sistema tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. 7/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional Arte. 97. Somente a lei pode estabelecer: A instituição de ou a sua extinção; A majoração dos tributos, ou a sua redução; A definição do fato gerador da obrigação tributária principal; A fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo; A comunicação de deliberações para as ações ou omissões empenhadas em seus dispositivos; As hipóteses de suspensão e extinção de créditos ou de dispensa ou redução de descontos. BRASIL, 1966 Todo esse contexto de leis, tratados, decretos e assim por diante, por tão complexo que seja, é estruturado por um Sistema Tributário, que, por sua vez, é definido no Código Tributário Nacional pela Lei Complementar n° 5.172/66, veja a seguir uma estrutura básica CTN. Dos artes. 145 a 149 e 153 a 156: trata da Competência Tributária de cada ente estatal; Dos artes. 150 a 152: trata-se das limitações constitucionais ao poder de tributar; Dos artes. 157 a 162: trata-se da repartição das receitas entre os entes estatais; Do artigo 195 em diante: trata-se das demais normas, disposições transitórias, etc. Conceito de Tributo O conceito de tributo pode ser obtido pela transcrição do artigo 3° da Lei n° 5.172/66 - Código Tributário Nacional (CTN): Tributo é toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor ela possa expressar, que não constitui sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada por meio de atividade administrativa plenamente BRASIL, 1966 8/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional É importante destacar alguns aspectos importantes sobre o conceito de tributo. Observe o quadro analítico que segue: Quadro 3 - Análise das características do Conceito de Tributo Característica do Conceito Explicação pagamento do tributo não é opcional, é Prestação pecuniária compulsória obrigatório. pagamento do tributo deve ser realizado em Em moeda ou cujo valor nela se moeda corrente do país (moeda oficial do Brasil = possa expressar Real). tributo não é uma proteção. tributo é realizado Que não constitui sanção por ato apenas sobre o contribuinte que possui capacidade ilícito de pagamento, ou seja, o tributo é emitido sobre a renda, o consumo e o patrimônio. tributo só pode ser cobrado mediante lei que o Instituída em lei estabeleça. Cobrada mediante atividade tributo só pode ser cobrado pela União, Estados, administrativa plenamente Municípios e o Distrito Federal. vinculada Espécies de Tributo Os tributos podem ser divididos em duas espécies: vinculados e não vinculados. Vinculados: significa que a arrecadação do tributo está relacionada com alguma prestação de serviço ou a prestar pelo ente estatal. Por exemplo: a taxa de limpeza cobrada pela prefeitura; a arrecadação da Cofins é direcionada para a segurança social; Não Vinculados: significa que a arrecadação do tributo não possui nenhum vínculo com a sua destinação. Por exemplo: os impostos em Outra forma de classificação dos tributos é em Diretos e Indiretos. Homenagens Diretas: São aplicados sobre a pessoa física e jurídica; Incidente sobre o patrimônio e a renda; São de responsabilidade pessoal. 9/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional Tributos Indiretos: São aplicados sobre a produção e a circulação de bens e serviços; São repassados para os preços dos produtos e serviços; consumidor é o contribuinte de fato; produto, vendedor ou prestador de serviço é o contribuinte de direito responsável pelo recolhimento do tributo. Também são classificados por tipos. Assim, de acordo com a estrutura normativa do nosso país, existem cinco tipos de tributos, sendo eles: Impostos (são de competência comum da União, estados e municípios); Impostos (são de competência comum da União, estados e municípios); Contribuições de Melhoria (são de competência comum da União, estados e municípios); Empréstimos Compulsórios (são de competência apenas da União); Contribuições Sociais, Econômicas e Especiais (são de competência apenas da União). Quanto à incidência do tributo, este pode ser classificado da seguinte forma: Renda: tributo cobrado em relação ao capital, trabalho ou combinação de ambos. Exemplo: Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; Patrimônio: tributo cobrado em relação ao patrimônio da pessoa jurídica e da pessoa física. Exemplo: IPVA, IPTR, ITBI e IPTU; Consumo: tributo cobrado em relação à cadeia produtiva. Exemplo: IPI, PIS, COFINS, CIDE, II, IOF, ICMS e ISS. Quadro 4 - Resumo das Espécies de Tributos 10/16</p><p>25/08/2024 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional Espécies Tipos Competências União, estados e Tributos Não Vinculados Impostos municípios União, estados e Tributos Vinculados Taxas municípios União, estados e Tributos Vinculados Contribuição de Melhoria municípios Empréstimos Tributos Especiais União Compulsórios Contribuições Sociais, Tributos Mistos União Econômicas e Especiais Vejamos o que significa cada tipo de tributo a seguir: Impostos: conforme o Art. n° 16 do CTN: "Imposto é o tributo cujas obrigações têm por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao Por exemplo: IPTU cobrado pelo Município não será necessariamente destinado a obras, podendo ser utilizado para outros fins. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito das suas respectivas atribuições, têm como facto gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efectiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idêntico aos que correspondem ao imposto nem ser calculado em função do capital das empresas. BRASIL, 1966 Contribuição de Melhoria: conforme o Art. n° 81 do CTN: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito das suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limitar individual o acréscimo de valor que da obra resulte para cada imóvel beneficiado. BRASIL, 1966 Emprétimos Compulsórios: conforme o Art. 148 da Constituição Federal: 11/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou de sua iminência; no caso de investimento público de caráter urgente e de interesse nacional relevante. Parágrafo único. A aplicação de recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada às despesas que fundamentaram sua instituição. BRASIL, 1966 Contribuições Sociais: conforme o Art. 195 da Constituição Federal, as contribuições sociais são de dois tipos: as destinadas especificamente para atender à segurança social e as outras contribuições sociais. A segurança social é compreendida como conjunto dos ministérios de previdência social, assistência social e saúde. Importante! Em relação às contribuições sociais direcionadas para a segurança social, sua incidência é sobre: Folha de Pagamento e de Terceiros: INSS; Faturamento ou Receita: PIS e COFINS; Lucro da Empresa: CSLL. Porém, existem outras contribuições sociais que não são direcionadas para a segurança social, que é o caso: PIS/PASEP: destinado ao Fundo de Amparo ao Trabalhador - Ministério do Trabalho; Folha de Pagamento: destinada ao sistema S (SESC, SENAC, SESI e SENAI). Contribuições econômicas e especiais: as Contribuições econômicas e especiais são assim exemplificadas: CIDE: a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico é um tributo do tipo contribuição especial de competência exclusiva da União prevista na Constituição 12/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional Federal (Artigo n° 149), de natureza extra fiscal e de arrecadação vinculada; CRC: contribuição para profissionais regulamentados, é considerada uma contribuição econômica, com característica de contribuição parafiscal, pois os recursos são administrados por entes definidos pelo Estado em benefício da categoria profissional. Elementos Fundamentais dos Tributos Os elementos fundamentos de qualquer tributo são: contribuinte, fator gerador, base de cálculo e alíquota. Contribuinte contribuinte é o sujeito passivo da obrigação tributária que está diretamente relacionado ao fato gerador. Porém, existem dois tipos de contribuintes: o contribuinte de fato, que é o responsável pelo ônus tributário; e o responsável, onde a lei determinará quem responderá pela obrigação tributária. Veja no quadro que segue alguns exemplos: Quadro 5 - Contribuinte de Fato e Contribuinte Responsável Contribuinte Homenagem Contribuinte de Fato Responsável INSS sobre a Folha de Empresa Empresa Pagamento INSS sobre o Salário Empregado Empresa IOF sobre o Empréstimo Pessoa Física ou Bancário Jurídica Instituição Financeira Fato Gerador fato gerador é o responsável por gerar a obrigação tributária. Entende-se por obrigações tributárias o vínculo jurídico que une duas pessoas (fisco), chamado de sujeito ativo, e o (contribuinte), chamado de sujeito passivo, que em um dado momento, praticou um fato gerador tributário, que por conta disso deve pagar tributo ao primeiro. De acordo com o Art. 114 da lei n° 5.172/66, define fato gerador como: "O fato gerador da obrigação principal é a situação definida em Lei como necessidade e suficiente à sua E o artigo 115 da Lei n° 5.172/66 define: "fato gerador de obrigações acessórias é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, imponha a prática ou a obtenção de ato que não configure obrigações principais". 13/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional Analisando os conceitos apresentados, entende-se que o fato gerador fez nascer uma obrigação principal (pagar o tributo) e uma obrigação acessória (escrituração dos livros fiscais, envio das declarações acessórias aos entes governamentais). Exemplos de fatos geradores: Prestação de serviço de qualquer natureza: fato gerador do ISS; A transferência de um imóvel: fato gerador do ITBI; Contratação de um empréstimo bancário: fato gerador IOF; Possuir um automóvel: fato gerador do IPVA. Características dos fatos geradores: Instantâneo: concretiza-se num único ato. Exemplo: ITBI; Periódico: concretiza-se em vários atos, mas são apurados em determinado período. Exemplo: IPI, ICMS, PIS/COFINS; Complexo: quando resultado de uma série de operações para apuração da base de cálculo e dos montantes devidos. Exemplo: IRPF, IRPJ; Persistente: é constante, permanente, sem prazo para conclusão. Exemplo: IPTU, IPTR, IPVA. Base de Cálculo A base de cálculo nada mais é que o valor sobre qual será aplicada a alíquota para apuração do valor do tributo a pagar. Deve ser definida por Lei Complementar e sua alteração está sujeita aos princípios tributários da legalidade, anterioridade e Alíquota Deve ser definido em Lei, que normalmente é em percentual, que, aplicado sobre uma base de cálculo, determinará o valor do tributo a ser pago. As alíquotas podem ser cobradas nas seguintes formas: 14/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional Específica: expressa em valor monetário; Ad valorem : expresso em percentual; Progressiva: expressa em valores monetários ou percentuais crescentes por faixa. Obrigação Tributária A obrigação tributária é o dever relacionado com o tributo, sendo que a obrigação é aquilo que não pode deixar de se fazer, e a relação é: o sujeito ativo tem o direito de exigência do sujeito passivo uma prestação. De acordo com o artigo 113 do Código Tributário Nacional, as obrigações tributárias são indicadas em principais e acessórios: Arte. 113. A obrigação tributária é principal e § 1°. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou incidente pecuniário e extingue-se juntamente com o crédito dela de corrente. § A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas e negativas, nela disposições no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos § A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigações principais relativamente à recompensa pecuniária. BRASIL, 1966 Obrigação principal: tem por objeto o pagamento de tributo ou sanção (multa/juros); Obrigação acessória: tem por objeto os deveres administrativos como: inscrever-se no CNPJ, emitir notas fiscais, escriturar os livros fiscais e contábeis, preencher guias de recolhimento, etc. Não importa que tenha havido o pagamento do tributo, mas, no caso de o contribuinte não cumprir uma obrigação acessória, eventualmente ela poderá se converter em obrigações principais, aí, neste caso, poderá haver uma deliberação. Exemplo: Multa por atraso na entrega da declaração de imposto de renda pessoa física. Nesta situação, a multa que deverá ser paga pelo contribuinte é uma obrigação tributária principal. 15/16</p><p>25/08/2024, 10:48 Material Teórico - Entendendo o Sistema Tributário Nacional Sujeito ativo das obrigações: é a pessoa de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento, neste caso: União, Estados, Municípios e o Distrito Federal. Sujeito responsabilidade das obrigações: é o contribuinte pessoa física ou pessoa jurídica que responde pelas obrigações tributárias. O Código Tributário Nacional destaca em seus artigos 121 e 122 que: Contribuinte: é a contribuição de fato, isto é, que tem relação pessoal e direta com o fato gerador, independentemente de haver contratos particulares que repassem as obrigações para outros particulares. Exemplo: repasse do IPTU para o locatário do Imóvel; Responsável: é o consumidor de direito, isto é, eleito pela lei para responder pela obrigação tributária, em substituição ao contribuinte de fato. Exemplo: IRRF, IPI, ICMS, INSS, etc.; Substituto Tributário: é o contribuinte de direito responsável pelo pagamento do tributo cujo fato gerador deverá ocorrer posteriormente. Tem como objetivo simplificar a fiscalização, antecipar a receita e evitar a sonegação fiscal. Exemplo: Substituição tributária que ocorre em produtos como: fabricação de automóveis, fabricação de produtos farmacêuticos, gasolina, etc. 16/16</p>

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