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<p>AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA $[processo_comarca]</p><p>$[parte_autor_nome_completo],$[parte_autor_nacionalidade], $[parte_autor_estado_civil], $[parte_autor_profissao], portador do RG sob $[parte_autor_rg], inscrito regularmente no CPF sob o $[parte_autor_cpf], residente na $[parte_autor_endereco_completo], por seus advogados infra-assinados, com endereço profissional no rodapé, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, e com fulcro com fulcro nos artigos 4º, § 1º da LC nº. 26/75 e 7º da LC nº 8/70, propor a presente:</p><p>AÇÃO REVISIONAL E DE LIBERAÇÃO DO PASEP</p><p>Em face da $[parte_reu_razao_social] Pessoa Jurídica de direito privado, com CNPJ nº $[parte_reu_cnpj] com filial no endereço $[parte_reu_endereco_completo] pelos motivos de fato e de direito a seguir exposto:</p><p>DA PRIORIDADE NO TRÂMITE PROCESSUAL</p><p>O Autor é pessoa idosa, $[geral_informacao_generica] anos, razão pela qual requesta a prioridade da tramitação da presente demanda, nos termos do Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741/2013 e nos termos do art. 1.048, inciso I, do CPC/2015.</p><p>Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.</p><p>§ 1º. O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo.</p><p>§ 2º. A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos.</p><p>§ 3º. A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Pública da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária.</p><p>§ 4º. Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis.</p><p>Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais:</p><p>I – Em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988;</p><p>DA JUSTIÇA GRATUITA</p><p>Com base na atual situação econômica e financeira vivenciada pela Autora, torna-se imperioso destacar que esta não possui meios suficientes para arcar com todas as custas. Destarte, a atual condição em que se encontra o Autor pode ser verificada de forma cristalina mediante análise de sua respectiva declaração de hipossuficiência.</p><p>Assim, em se tratando do presente caso, o deferimento dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita a Autora constitui medida fundamental para garantir uma adequada prestação jurisdicional, convergindo inclusive processuais e demais despesas sem prejuízo de seu próprio sustento ou mesmo de sua família, com a interpretação teleológica da normal insculpida no artigo 5º, inciso LXXIV da CRFB/88, cumulada com artigo 98 e seguintes do CPC/15.</p><p>DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO BANCO DO BRASIL</p><p>A Lei Complementar 8/70 instituiu a criação do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor público - PASEP, estabelecendo a competência do Banco do Brasil S.A para administrar as contas individuais de cada servidor público (civil ou militar), integrantes ou que passasse a integrar o quadro funcional da administração pública (direta ou indireta) a partir do ano de 1971.</p><p>Logo, é de competência da parte demandada em gerir e controlar o repasse dos valores constantes nas contas individuais de cada servidor, verificando se o mesmo faria jus ao recebimento do valor que lá se encontrava depositado, uma vez que tais valores ficariam indisponíveis até o preenchimento dos requisitos instituídos por lei, tal qual, § 1º, do art. 4º da Lei Complementar nº 26 de 1975, in verbis:</p><p>Art. 4º - As importâncias creditadas nas contas individuais dos participantes do PIS- PASEP são inalienáveis, impenhoráveis e, ressalvado o disposto nos parágrafos deste artigo, indisponíveis por seus titulares.</p><p>§ 1º Ocorrendo casamento, aposentadoria, transferência para a reserva remunerada, reforma ou invalidez do titular da conta individual, poderá ele receber o respectivo saldo, o qual, no caso de morte, será pago a seus dependentes, de acordo com a legislação da Previdência Social e com a legislação específica de servidores civis e militares ou, na falta daqueles, aos sucessores do titular, nos termos da lei civil.</p><p>No caso em tela, é possível observar que houve uma má gestão por parte do Banco do Brasil S.A dos recursos constantes na conta individual do PASEP da parte autora.</p><p>Sendo assim, é clara a legitimidade do Banco do Brasil para integrar o polo passivo da lide, haja vista os atos ilegais cometidos em desfavor da autora, atos estes que serão melhores discutidos nos tópicos subsequentes.</p><p>Nestes termos, com base no exposto, requer que seja declarada a legitimidade do Banco do Brasil para figurar no polo passivo da presente ação.</p><p>DO TERMO INICIAL PARA CONTAGEM DA PRESCRIÇÃO</p><p>O artigo 189 do Código Civil de 2002 dispõe que: “violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206”.</p><p>Entretanto, o ordenamento jurídico não silencia a respeito do fato de que muitas vezes o titular do direito violado não possui ciência dessa violação, ou mesmo, não possui a condição prévia necessária para o início de sua pretensão (como é o presente caso). Nesses casos, a aplicação da regra absoluta acima causaria uma situação de injustiça patente.</p><p>Assim é que o ordenamento jurídico instituiu o princípio do “ACTIO NATA”, ou seja, em vernáculo, o NASCIMENO DA AÇÃO (processualmente, direito à pretensão).</p><p>Nesse sentido é a Súmula nº 278 do STJ:</p><p>“O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.”</p><p>Da mesma forma, o Enunciado nº 14 do Conselho da Justiça Federal dispõe:</p><p>1 - O início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo;</p><p>2 - O art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce imediatamente após a violação do direito absoluto ou da obrigação de não fazer.</p><p>No presente caso, o termo inicial para a contagem do prazo prescricional corresponde à data da aposentadoria da parte Autora.</p><p>Com efeito, o prazo prescricional somente poderá ser contado a partir da aposentadoria e do consequente saque da conta Pasep junto ao Banco do Brasil, pois esse é o momento em que a parte tem conhecimento da situação que possibilitará o exercício do direito de petição junto ao Poder Judiciário.</p><p>DA PRESCRIÇÃO TRINTENÁRIA INCORRIDA IN CASU</p><p>Tendo em vista que, inicialmente a natureza jurídica dos Programas PIS /PASEP é idêntica ao FGTS, se observa a prescrição trintenária para a espécie. Nesses termos:</p><p>“PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. PASEP. BANCO DO BRASIL. EXCLUSÃO. ILEGITIMIDADE. PRESCRIÇÃO. UNIÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA. 1. Inocorrência da prescrição se a demanda foi proposta dentro dos trinta anos previstos para as demandas de atualização fundiária. Precedentes. 2. Considerando que o Conselho Diretor do Fundo de Participação PIS /PASEP não tem personalidade jurídica própria e, consequentemente, não tem capacidade jurídica para figurar no polo passivo da demanda, as questões relativas ao PIS /PASEP são de responsabilidade exclusiva da União. 3. Remessa oficial e apelação não providas. (...) Recurso adesivo não</p><p>provido.” (TRF-1 - AC: 33 MG 1998.01.00.000033-6, Relator: JUIZ FEDERAL VALLISNEY DE SOUZA OLIVEIRA (CONV.), Data de Julgamento: 04/03/2004, TERCEIRA TURMA SUPLEMENTAR, Data de Publicação: 13/05/2004 DJ p.47)</p><p>“PASEP. CORREÇÃO MONETÁRIA. SIMILITUDE COM O FGTS. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS DOS PLANOS GOVERNAMENTAIS. IPC. INCIDÊNCIA. ART. 535 DO CPC. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA Nº 284/STF. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 211/STJ. I - E deficiente o presente apelo, no que se refere à alegada violação ao art. 535, inciso II, do CPC, porquanto não conseguiu deduzir em suas razões o seu inconformismo, limitando-se a afirmar que houve omissão no julgado, impossibilitando a compreensão da controvérsia, incidindo na espécie a Súmula nº 284 do STF. II - A questão relativa à prescrição não foi objeto de debate no v. acórdão hostilizado e, embora opostos embargos de declaração para suprir a omissão e ventilar a referida questão federal, essa deixou de ser explicitamente apreciada pelo Tribunal a quo. Incidência, à espécie, da Súmula nº 211 deste Tribunal. III - A correção monetária do saldo do PASEP obedece à mesma sistemática do FGTS, tendo em vista que ambos se tangenciam nos seguintes pontos: a) o favorecido pode levantar o saldo em ocasiões excepcionais; b) possuem a mesma ratioessendi e c) o empregador é o sujeito passivo. IV - Esta Corte pacificou o entendimento de que a correção monetária não se constitui em um plus, mas tão somente a reposição do valor real da moeda, sendo o IPC o índice que melhor reflete a realidade inflacionária. V - A jurisprudência deste STJ se firmou no sentido de que os saldos das contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidos pelos percentuais dos expurgos inflacionários verificados na implantação dos Planos Governamentais" Verão "(janeiro/89 - 42,72% - e fevereiro/89 - 10,14%)," Collor I "(março/90 - 84,32% -, abril/90 - 44,80% -, junho/90 - 9,55% - e julho/90 - 12,92%) e" Collor II "(13,69% - janeiro/91 - e 13,90% - março/91). VI - Ressalva, apenas para o ponto de que o STF firmou entendimento no sentido de que não há direito à atualização monetária dos saldos do FGTS referentes aos Planos" Bresser "(junho/87 – 26,06%)," Collor I "(maio/90 – 7,87%) e" Collor II "(fevereiro/91 – 21,87%) (RE nº 226.855--/RS, julgado em 31/08/2000, DJU 12/09/2000). VII - Recurso especial improvido.” (STJ - REsp: 543814 PA 2003/0077549-0, Relator: Ministro FRANCISCO FALCÃO, Data de Julgamento: 20/10/2005, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 05.12.2005 p. 222)</p><p>Assim sendo, aplica-se in casu, a prescrição trintenária, o que viabiliza in totum, a análise do pleito em toda a sua extensão e amplitude sendo completamente adequados os valores constantes da planilha anexada à exordial.</p><p>DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA</p><p>Para que não paire dúvidas sobre a irregularidade cometida pela promovida, fazer necessária a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 373, II, CPC: O ônus da prova incumbe: II- ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.</p><p>DOS FATOS</p><p>A Autor é aposentado como servidor público do Município de $[geral_informacao_generica], no Cargo de $[geral_informacao_generica], pela Prefeitura Municipal de $[geral_informacao_generica].</p><p>Vale informar que o Autor ingressou no cargo público em $[geral_informacao_generica] nos termos de documentação anexa.</p><p>Dessa forma, o Autor vem postular a revisão dos cálculos de conta do PASEP e expedição de alvará judicial para levantamento dos valores depositados, junto ao $[geral_informacao_generica], tendo em vista que, após consulta de seu saldo e saque, verificou que há valores incongruentes com os realmente devidos, conforme extratos (microfilmagens em anexo).</p><p>Ressalte-se, ainda, que a Requerente é filiada ao Programa em questão, ou seja, entra na regra das Cotas do PASEP, as quais são o resultado dos créditos depositados pelos empregadores no Fundo PIS /PASEP, entre os anos de $[geral_informacao_generica].</p><p>Ademais, o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público ( PASEP) foi criado pela Lei Complementar nº 08, de 1970, com finalidade semelhante a do PIS ( Programa de Integração Social), criado para esfera privada pela Lei Complementar nº 07, de 1970.</p><p>No caso do Autor, já na condição de aposentado, apenas tomou conhecimento do extrato financeiro do PASEP junto ao Banco do$[geral_informacao_generica] (Extrato do PASEP anexo). Contudo, ao consultar o saldo atualizado, verificou que os valores constados eram de total incongruência com os realmente devidos frente a todos os anos de depósitos.</p><p>Ademais, o Autor é cadastrada no PASEP há mais de $[geral_informacao_generica] anos, desde o ano-base de $[geral_informacao_generica], o que a insere na regra de cotas do PASEP, prestando serviços ininterruptamente ao Ministério da Economia.</p><p>Todavia, vê-se a Postulante em situação prejudicial, tendo em vista que, embora tenha direito à correção e ao levantamento dos valores referentes ao PASEP, há manifesto equívoco nos saldos constados em extratos fornecidos pelo Banco do $[geral_informacao_generica], frente ao período trabalhado, por isso se vale dessa Justiça no intuito de ser reparada por todo dano suportado.</p><p>DO DIREITO</p><p>É devido ao Autor a revisão dos valores constados na conta do PASEP sob o nº 1.068.285.178-4, depositados no Banco do Brasil, pois se encaixa o Autor em hipótese que permite tal feito, conforme se demonstra:</p><p>Destarte, aduz a LC nº 26/1975:</p><p>Art. 4º. As importâncias creditadas nas contas individuais dos participantes do PIS- PASEP são inalienáveis, impenhoráveis e, ressalvado o disposto nos parágrafos deste artigo, indisponíveis por seus titulares.</p><p>§ 1º Fica disponível a qualquer titular da conta individual dos participantes do PIS/PASEP o saque do saldo até 29 de junho de 2018 e, após essa data, aos titulares enquadrados nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº 13.677, de 2018).</p><p>[...]</p><p>II - aposentadoria ; (Redação dada pela Lei nº 13.677, de 2018).</p><p>Ressalte-se, mais uma vez, que o Requerente é filiado ao Programa em questão desde 1983, ou seja, entra na regra das Cotas do PASEP, as quais são o resultado dos créditos depositados pelos empregadores no Fundo PIS /PASEP, entre os anos de 1983 a 04/10/1988.</p><p>A criação do PASEP, desde 1970, até 1988, se propôs oportunizar que os Servidores Públicos e Militares pudessem participar das receitas da União Federal e com isso conseguissem formar o seu patrimônio. Os depósitos do PASEP eram feitos pela União Federal em uma conta individual do servidor ou do militar no Banco do Brasil. É o que chamamos de cotas de PASEP, nos termos in verbis:</p><p>"LEI COMPLEMENTAR Nº 8, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1970 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:</p><p>Art. 1º - É instituído, na forma prevista nesta Lei Complementar, o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público.</p><p>Art. 2º - A União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os Territórios contribuirão para o Programa, mediante recolhimento mensal ao Banco do Brasil das seguintes parcelas: 1% (um por cento) das receitas correntes efetivamente arrecadadas, deduzidas as transferências feitas a outras entidades da Administração Pública, a partir de 1º de julho de 1971; 1,5% (um e meio por cento) em 1972 e 2% (dois por cento) no ano de 1973 e subsequentes.</p><p>a) 1% (um por cento) das receitas correntes próprias, deduzidas as transferências feitas a outras entidades da Administração Pública, a partir de 1º de julho de 1971; 1,5% (um e meio por cento) em 1972 e 2% (dois por cento) no ano de 1973 e subsequentes;</p><p>b) 2% (dois por cento) das transferências recebidas do Governo da União e dos Estados através do Fundo de Participações dos Estados, Distrito Federal e Municípios, a partir de 1º de julho de 1971.</p><p>Parágrafo único - Não recairá, em nenhuma hipótese, sobre as transferências de que trata este artigo, mais de uma contribuição.</p><p>Art. 3º - As autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações, da União, dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal e dos Territórios contribuirão para o Programa com 0,4% (quatro décimos por cento) da receita orçamentária, inclusive transferências e receita operacional, a partir de 1º de julho de 1971; 0,6% (seis décimos por cento) em 1972 e 0,8% (oito décimos por cento) no ano de 1973 e subsequentes.</p><p>Art. 4º - As contribuições recebidas pelo Banco do Brasil serão distribuídas entre todos os servidores em atividade, civis e militares, da União, dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.</p><p>Parágrafo único - A distribuição de que trata este artigo somente beneficiará os titulares, nas entidades mencionadas nesta Lei Complementar, de cargo ou função de provimento efetivo ou que possam adquirir estabilidade, ou de emprego de natureza não eventual, regido pela legislação trabalhista.</p><p>Art. 5º - O Banco do Brasil S.A., ao qual competirá a administração do Programa, manterá contas individualizadas para cada servidor e cobrará uma comissão de serviço, tudo na forma que for estipulada pelo Conselho Monetário Nacional.</p><p>§ 1º - Os depósitos a que se refere este artigo não estão sujeitos a imposto de renda ou contribuição previdenciária, nem se incorporam, para qualquer fim, à remuneração do cargo, função ou emprego.</p><p>(omissis)</p><p>§ 6º - O Banco do Brasil S.A. organizará o cadastro geral dos beneficiários desta Lei Complementar.</p><p>Art. 7º - As importâncias creditadas nas contas do Programa de Formacao do Patrimonio do Servidor Público e do Programa de Integracao Social são inalienáveis e impenhoráveis, e serão obrigatoriamente transferidas de um para outro, no caso de passar o servidor, pela alteração da relação de emprego, do setor público para o privado, e vice-versa.</p><p>Art. 8º - A aplicação do disposto nesta Lei complementar aos Estados e Municípios, às suas entidades da Administração Indireta e fundações, bem como aos seus servidores, dependerá de norma legislativa estadual ou municipal".</p><p>Posteriormente, foi editado o Decreto n.º 71.618, de 26 de dezembro de 1972, o qual regulamentou a Lei Complementar n.º 8, dispondo, em seu artigo 1º, sobre a finalidade do fundo PASEP:</p><p>"Art. 2º - O Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP, tem por finalidade assegurar especificamente ao servidor público, como definido neste Decreto, a função de patrimônio individual progressivo, estimulando a poupança e possibilitando a paralela utilização dos recursos acumulados em favor do desenvolvimento econômico-social.".</p><p>No ano de 1975, foi editada a Lei Complementar n.º 26, a qual unificou os dois programas sociais (PIS/PASEP), prevendo, entre outras garantias, que tal unificação não afetaria os saldos das contas individuais existentes, e elencando as hipóteses para levantamento do saldo, dentre eles a aposentadoria ou reserva,</p><p>Art. 1º - A partir do exercício financeiro a iniciar-se em 1º de julho de 1976, serão unificados, sob a denominação de PIS- PASEP, os fundos constituídos com os recursos do Programa de Integração Social ( PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público ( PASEP), instituídos pelas Leis Complementares nºs 7 e 8, de 7 de setembro e de 3 de dezembro de 1970, respectivamente.</p><p>Parágrafo único - A unificação de que trata este artigo não afetará os saldos das contas individuais existentes em 30 de junho de 1976.</p><p>Art. 2º - Ressalvado o disposto no parágrafo único deste artigo, são mantidos os critérios de participação dos empregados e servidores estabelecidos nos arts. 7º e 4º, respectivamente, das Leis Complementares nºs 7 e 8, referidas, passando a ser considerado, para efeito do cálculo dos depósitos efetuados nas contas individuais, o valor global dos recursos que passarem a integrar o PIS- PASEP.</p><p>(Omissis)</p><p>Art. 4º - As importâncias creditadas nas contas individuais dos participantes do PIS- PASEP são inalienáveis, impenhoráveis e, ressalvado o disposto nos parágrafos deste artigo, indisponíveis por seus titulares.</p><p>§ 1º - Ocorrendo casamento, aposentadoria, transferência para a reserva remunerada, reforma ou invalidez do titular da conta individual, poderá ele receber o respectivo saldo, o qual, no caso de morte, será pago a seus dependentes, de acordo com a legislação da Previdência Social e com a legislação específica dos servidores civis e militares ou, na falta daqueles, aos sucessores do titular, nos termos da lei civil.</p><p>Com a promulgação da Carta Magna, a destinação dos recursos do PIS- PASEP foi alterada, passando a ter outros fins, a dizer, o financiamento do programa do seguro-desemprego e o abono salarial, nos seguintes termos:</p><p>Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970 , e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970 , passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo.</p><p>Todavia, em homenagem ao direito adquirido, o mesmo Estatuto Supremo garantiu que o patrimônio acumulado do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público seriam preservados, inclusive mantendo-se os critérios de saque nas situações previstas nas leis específicas, com exceção da retirada por motivo de casamento. Eis o dispositivo:</p><p>§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público são preservados, mantendo-se os critérios de saque nas situações previstas nas leis específicas, com exceção da retirada por motivo de casamento, ficando vedada a distribuição da arrecadação de que trata o "caput" deste artigo, para depósito nas contas individuais dos participantes.</p><p>As decisões favoráveis que vimos até hoje são de pessoas que ingressaram para o serviço público antes de 18 de agosto de 1988 e que tenham sacado o benefício há menos de 05 (cinco) anos, ou não tenham tido a oportunidade de sacar nos últimos 05 (cinco) anos, e que tenham registro no PASEP. São eles:</p><p>a) Militares das Forças Armadas;</p><p>b) Militares Estaduais (PM, Bombeiros e Brigada Militar);</p><p>c) Servidores Públicos Federais;</p><p>d) Servidores Públicos Estaduais e Municipais;</p><p>e) Empregados Públicos;</p><p>f) Sucessores de Servidores ou Militares que nunca sacaram o PASEP em vida e faleceram há menos de 05 anos.</p><p>Portanto, o objeto da reparação são todos os valores depositados a título de PASEP, anteriores a 1988, as chamadas cotas de PASEP, que deixaram de ser corretamente corrigidas ou que sofreram descontos indevidos pelas instituições financeiras, devidamente atualizados.</p><p>Logo, requer sejam feitas pesquisas do saldo da conta, à época, de PASEP junto à Agência Banco do Brasil em João Pessoa, a fim de que sejam revistos os cálculos correspondentes às condições expostas do Requerente, com correção monetária e acréscimo de juros moratórios, declarando o IPCA como índice adequado para correção.</p><p>Requer, após o refazimento dos cálculos devidos, seja expedido Alvará Judicial para liberação do saldo existente na conta vinculada do PASEP (inscrição nº 1.068.285.178-4) do Autor, depositados no BANCO DO BRASIL, em única parcela.</p><p>DOS EXPURGOS INFLACIONÁRIOS</p><p>Com a ocorrência do saque, o Autor vislumbrou a não ocorrência das correções devidas de sua conta vinculada ao PIS PASEP, nos seguintes percentuais:</p><p>a) 18,02% (LBC) - Bresser, quanto a perdas de$[geral_informacao_generica];</p><p>b) 42,72% - (IPC) - Verão$[geral_informacao_generica];</p><p>c) 10,14% (IPC) - Verão, diferenças de perdas de $[geral_informacao_generica]</p><p>d) 44,80% (IPC) Collor l $[geral_informacao_generica];</p><p>e) 5,38% (BTN) para $[geral_informacao_generica];</p><p>f) 7% (TR) - Collor II, para $[geral_informacao_generica];</p><p>6.2 DA ATUALIZAÇÃO FINANCEIRA DEVIDA</p><p>Embora legalmente</p><p>autorizados o uso e proveito do dinheiro de propriedade do Autor enquanto depositado em posse da Ré, os valores permanecem sendo do cidadão, com previsão expressa de atualização, devendo ter o seu valor resguardado.</p><p>Ao contrário, tais valores estão sendo totalmente corroídos pela inflação e perdendo totalmente o seu valor pelo decurso do tempo em proveito exclusivo da Instituição Financeira Ré, conforme planilha em anexo.</p><p>Objetiva-se unicamente resguardar o valor daquilo que pertence ao Autor, em especial quando tais valores refletem em ganhos vultuosos em favor da Instituição Financeira que utiliza exatamente destes valores como fonte de rendimento e financiam obrigações por parte da União.</p><p>O STJ ao analisar situações semelhantes destaca sobre a importância da devida correção monetária sobre os valores pertencentes ao contribuinte:</p><p>"a correção monetária não representa qualquer acréscimo, mas simples recomposição do valor da moeda corroído pelo processo inflacionário. " (STJ, REsp nº 1.191.868, 2a Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).</p><p>Sobre o tema, insta consignar relevante precedente que contempla adequada compreensão sobre o tema:</p><p>"O PASEP foi instituído pela Lei Complementar no 8, de 03 de dezembro de 1970, visando proporcionar aos servidores públicos a participação nas receitas das entidades e órgãos da Administração Pública. (...) A análise dos dispositivos acima demonstra que, ainda que alterada a destinação dos recursos - ora dirigidos ao seguro-desemprego e ao abono -, os valores anteriores permaneceriam de titularidade do servidor, que poderia saca-los nas hipóteses legais, entre elas a transferência para a reserva remunerada. (...) O Banco do Brasil emitiu extrato (fls. 26/28), afirmando que quando do saque - 18/03/2013 - o valor atualizado na conta do PIS- PASEP era de R$821,47. Já a parte autora entende como devido o montante de R$ 80.760,63 (fls. 44/48). Neste ponto o Banco do Brasil e parte autora divergem. (...) Ademais, não e preciso maiores esforços para se verificar que quase seis anos de recolhimento do PASEP P (1983 a 1988 - fl. 18) somados a quase vinte anos de rendimento na mencionada conta (outubro/1988 a marco/2013) não podem ter como saldo a quantia irrisória de R$ 821,47. (...) Portanto, o pedido deve ser julgado procedente para condenar o Banco do Brasil ao pagamento R$ 80.760,63." (Processo nº: 0015070-40.2018.4.02.5107 - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO 2a VARA FEDERAL DE ITABORAÍ - JUIZADO ESPECIAL. Julgado em 23/05/18)</p><p>À título de ilustração, ao analisar as ADI 4425 e 4357, o Supremo Tribunal Federal, ao disciplinar sobre a necessária atualização monetária sobre os valores em posse da Administração Pública, destaca:</p><p>Daí por que os índices criados especialmente para captar o fenômeno inflacionário são sempre definidos em momentos posteriores ao período analisado, como ocorre com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A razão disso é clara: a inflação é sempre constatada em apuração ex post, de sorte que todo índice definido ex ante é incapaz de refletir a efetiva variação de preços que caracteriza a inflação. É o que ocorre na hipótese dos autos. A prevalecer o critério adotado pela EC nº 62/09, os créditos inscritos em precatórios seriam atualizados por índices pré-fixados e independentes da real flutuação de preços apurada no período de referência. Assim, o índice oficial de remuneração da caderneta de poupança não é critério adequado para refletir o fenômeno inflacionário. [...] Em suma: há manifesta discrepância entre o índice oficial de remuneração da caderneta de poupança e o fenômeno inflacionário, de modo que o primeiro não se presta a capturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remuneração da caderneta de poupança) é, portanto, inidôneo a promover o fim a que se destina (traduzir a inflação do período).</p><p>Enquanto em posse da Administração Pública, o dinheiro do contribuinte não pode ser CORROÍDO PELO TEMPO, uma vez que a própria Administração Pública utiliza deste dinheiro para financiar suas obrigações.</p><p>Em sua relatoria, o Min. Luiz Fux no RE 870947, elucida a matéria:</p><p>" A finalidade básica da correção monetária é preservar o poder aquisitivo da moeda diante da sua desvalorização nominal provocada pela inflação. Enquanto instrumento de troca, a moeda fiduciária que conhecemos hoje só tem valor na medida em que capaz de ser transformada em bens e serviços. Ocorre que a inflação, por representar o aumento persistente e generalizado do nível de preços, distorce, no tempo, a correspondência entre valores real e nominal (...). Esse estreito nexo entre correção monetária e inflação exige, por imperativo de adequação lógica, que os instrumentos destinados a realizar a primeira sejam capazes de capturar a segunda. Em outras palavras, índices de correção monetária devem ser, ao menos em tese, aptos a refletir a variação de preços de caracteriza o fenômeno inflacionário, o que somente será possível se consubstanciarem autênticos índices de preços."</p><p>E conclui sobre os efeitos nefastos da não atualização devida, os quais devem ser atualizados por índices capazes de corrigir a variação inflacionária da moeda.</p><p>"A diferença supera os 30% (trinta por cento) e revela os incentivos perversos gerados pelo art. 1º-F da Lei nº 9.494/97: quanto mais tempo a Fazenda Pública postergar a quitação de seus débitos, menor será, em termos reais, o valor da sua dívida, corroída que estará pela inflação. Nesse contexto, é nítido o estímulo ao uso especulativo do Poder Judiciário. (...) Ora, se o Estado não utiliza a caderneta de poupança como índice de correção quando tem o objetivo de passar credibilidade ao investidor ou de atrair contratantes, é porque tem consciência de que o aludido índice não é adequado a medir a variação de preços na economia. Por isso, beira a iniquidade permitir utilizá-lo quando em questão condenações judiciais."</p><p>Por tais razões que a todos os valores em posse da Administração Pública, em especial os depósitos do PIS /PASEP, devem ser devidamente remunerados pelos índices de atualização devidos, bem como pela incidência de juros, do resultado líquido adicional das operações realizadas e de qualquer outro benefício aplicável ao referido fundo.</p><p>DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR</p><p>Correta a incidência do Código de Defesa do Consumidor na presente relação jurídica, eis que os serviços que as instituições financeiras colocam à disposição dos clientes estão regidos pelas normas constante na Lei n° 8.078/00:</p><p>Art. 30 Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.</p><p>§ 20 Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.</p><p>Nesse aspecto, o CDC é nítido ao estabelecer que os serviços de instituições financeiras estejam abrangidos pelo sistema de proteção ao consumidor, visto ser fornecida atividade de consumo de natureza financeira e de crédito. O Superior Tribunal de Justiça já se manifestou sobre o tema, na Súmula 297:</p><p>STJ Súmula n° 297 - 12/05/2004 - DJ 09.09.2004. Código de Defesa do Consumidor - Instituições Financeiras - Aplicação.</p><p>O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.</p><p>Portanto, indiscutível que a relação jurídica estabelecida entre as partes se constitui relação de consumo. Tal assertiva é importante, pois, por se tratar de relação que afeta ao direito do consumidor, tem-se que, não obstante</p><p>cuidar-se de direito disponível, natureza da matéria de ordem pública, restando o Julgador autorizado a retirar do contrato cláusula ou encargos abusivos, eis que, por disposição expressa do CDC, as cláusulas abusivas são nulas de pleno direito.</p><p>Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:</p><p>IV- Estabeleçam obrigações consideradas iniquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis coma boa-fé ou a equidade;</p><p>Assim, sem qualquer relevo a eventual discussão sobre a aplicabilidade ou não do CDC, em face de já ser cediço em jurisprudência deste Tribunal de Justiça o cabimento da revisão com base na lei especial citada, porquanto se trata de relação de consumo.</p><p>Fixada a natureza jurídica da relação material abrigada nos autos como consumerista, resta configurada a possibilidade de revisão do contrato firmado entre os litigantes, com vistas à preservação de seu equilíbrio, dele se excluindo prestações desproporcionais ou excessivamente onerosas para o consumidor, sejam elas fruto de abuso do poder econômico ou da quebra do princípio da boa-fé objetiva, consagrado pela legislação àquele protetiva (art. 6°, inc. V, c/e art. 51, inc. IV, CDC).</p><p>Salienta-se que basta a existência de relação de consumo para que haja a proteção ao consumidor, sendo indiferente a natureza da atividade empreendida pelo fornecedor, ou seja, a proteção do consumidor é a mesma em qualquer situação de consumo. Ademais, essa relação de consumo é oriunda de um pacto contratual, e como tal, está pautado numa legislação pátria protetiva ao consumidor, concebida a partir da necessidade de analisar de maneira clara as relações de consumo, atendendo os padrões da boa-fé objetiva. Sobre a responsabilidade de reparar o dano no caso em questão, deve-se observar o disposto no caput artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor:</p><p>Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.</p><p>Nesse contexto, o Código de Defesa do Consumidor ainda prevê no seu art. 6º, inciso VI, como direito basilar do consumidor “a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”.</p><p>DANOS MORAIS</p><p>No caso vertente, num primeiro momento, o banco Réu desfalcou os benefícios da conta em enfoque até sua drástica redução a uma quantia irrisória, sem a participação do Autor, haja vista a não ocorrência de uma das hipóteses conotadas na lei que autorizam o levantamento do PASEP. Num segundo momento, os benefícios PASEP deixaram de ser corrigidos e remunerados com juros, sem qualquer justificativa fática ou jurídica, de forma que impõe-se ao Réu a culpa ou dolo, pelo fato das retiradas e/ou não depósito dos benefícios PASEP, gerando, dessa forma, a obrigação de indenizar o Autor, de acordo com os mandamentos legais, constantes no Código Civil Brasileiro:</p><p>Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.</p><p>Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.</p><p>Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único.</p><p>Em decorrência da falha de prestação de serviço, e transtornos gerados por atitudes da parte ré, a promovente experimentou situação constrangedora, angustiante, tendo sua moral abalada, em face da perspectiva gerada e ao se deparar com os extratos, verificar que os valores existentes na conta do PASEP eram ínfimos.</p><p>Desse modo, sendo suficiente a ensejar danos morais nesta ação, visto que até os dias atuais o promovente segue com transtornos e com preocupações referentes a seu financiamento imobiliário, tendo em vista que é algo recorrente mensalmente, assim gerando grandes transtornos a parte autora.</p><p>Eis a acepção de dano moral na jurisprudência pátria:</p><p>"CIVIL. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO PRESTADORA DESERVIÇO PÚBLICO. APLICAÇÃO DO ART. 37, § 6.º DA CR/88.RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. SAQUES INDEVIDOS EM CONTAVINCULADA AO FUNDO PIS- PASEP. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAISE MORAIS - CABIMENTO. - Afastada a preliminar de prescrição, tendo em vista que o termo inicial para contagem do prazo prescricional ocorreu em março/2008, quando o autor iniciou os procedimentos voltados para sua aposentadoria. Aplicação do princípio da actio nata. - Quanto à preliminar de ilegitimidade passiva ad causam arguida pelo Banco do Brasil, ora recorrente, entendo que também não merece prosperar, tendo em vista os atos praticados com vista ao saque indevido das quantias se devem a pessoas vinculadas ao referido banco. - Pelo fato de a Ré ser uma pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, consagra-se, portanto, a responsabilidade civil objetiva da mesma prevista no art. 39, § 6.º da CR/88, a qual somente seria elidida se comprovada a inexistência de defeito no serviço ou a culpa exclusiva do autor ou de terceiro, o que não logrou fazer a Ré. - A instrução probatória aponta para o acolhimento da versão dos fatos jurídicos trazida pelo autor, no sentido de que os valores depositados na conta vinculada ao Fundo PIS- PASEP de sua titularidade foram retirados do mesmo a sua revelia, o que impõe a obrigação da instituição bancária de reparar o prejuízo sofrido pelo consumidor, porquanto caracterizada a falha do serviço por ela prestado. (grifo nosso) - Portanto, deve a Ré indenizar o dano moral e material causado ao autor, sendo estes correspondentes aos valores depositados na conta vinculada ao Fundo PIS- PASEP. Precedente: TRF2; AC 0000.0000.0000.0000; AC - APELAÇÃO CIVEL - 307422;Relator: Desembargador Federal RICARDO REGUEIRA; SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA; DJU - Data::07/07/2006 - Página::255; Data da Decisão 31/05/2006; Data da Publicação 07/07/2006. (grifo nosso) - Apelação improvida. (Origem: TRF5, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO GADELHA, APELAÇÃO CÍVEL (00.000 OAB/UF-PE), ORGÃO: Segunda Turma, PROC. ORIGINÁRIO Nº: 0000.0000.0000.0000- Justiça Federal- PE, VARA: 21a Vara Federal de Pernambuco)</p><p>No mesmo diapasão, segue entendimento jurisprudencial:</p><p>CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. BANCO DO BRASIL E UNIÃO. DEPOSITOS DO PIS /PASEP. VALORES SUBTRAIDOS DE CONTA CORRENTE. DANOS MORAIS E MATERIAIS. APELACAO IMPROVIDA.</p><p>1. Apelação do Banco do Brasil conta com o objetivo de afastar a condenação em danos morais e materiais, sob a alegação de que não seria responsável pelos valores do PASEP que se encontravam sob sua custódia na conta corrente da parte autora.</p><p>2. O mero dissabor não pode ser alçado ao patamar do dano moral, mas somente aquela agressão que exacerba a naturalidade dos fatos da vida causando fundadas aflições ou angústias no espírito de quem ela se dirige</p><p>3. Na espécie, os elementos probatórios trazidos aos autos evidenciaram uma conduta ilícita do Banco do Brasil. Não há dúvida da existência do ato ilícito da supracitada empresa e de sua culpa, vez que os valores depositados a título de PASEP foram subtraídos da conta do demandante. O constrangimento causado ao autor e indubitável e decorre da não prestação do serviço que era devido. Tal fato não representa apenas um mero dissabor, desprazer ou aborrecimento inerentes a vida cotidiana, vez que a expectativa de, após sua aposentadoria, perceber os valores que havia por certo em sua conta corrente foi frustrada o que por si só caracteriza o dano moral indenizável</p><p>4. Manutenção do quantum indenizatório fixado a título de danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), uma vez que se encontra proporcional a extensão do dano, nos termos</p><p>do art. 944, do CC, considerando que a parte autora está sendo privada do recebimento dos valores relativos ao PASEP desde a data do pedido de levantamento (18.10.2007). AC n. 553542/PE (A-2)</p><p>5. Quanto aos danos materiais, estes devem corresponder ao valor exato dos depósitos do PASEP na conta corrente do demandante Destarte considerando que o valor apresentado na planilha da parte autora não foi impugnado e nem outros valores foram apresentados pelo réu, deve-se manter a condenação determinada pela r. sentença na quantia de R$ 68.809,13 (sessenta e oito mil, oitocentos e nove reais e treze centavos), já deduzidos os valores anteriormente recebidos acrescidos de juros de mora e correção monetária</p><p>6. Apelação improvida. ACORDAO Vistos etc. Decide a Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5 Região, por unanimidade, negar provimento a apelação, nos termos do Relatório, Voto e notas taquigráficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Recife, 19 de março de 2013. (Data de julgamento)” (Origem: TRF5, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO WILDO LACERDA DANTAS, APELAÇÃO CÍVEL (553542/PE), ORGÃO: Segunda Turma, PROC. ORIGINÁRIO Nº: 0007576-77.2012.4.05.8300 - Justiça Federal - PE, VARA: 10ª Vara Federal de Pernambuco)</p><p>A conduta da promovida, sem dúvidas, causou um dano moral ao autor, adotando de forma negligente e de má-fé a falta de cuidados e manutenção.</p><p>A única conclusão a que se pode chegar é a de que a reparabilidade do dano moral puro não mais se questiona no direito brasileiro, porquanto uma série de dispositivos, constitucionais e infraconstitucionais, garantem sua tutela legal.</p><p>É de bom alvitre, também, frisar que o dano moral, por sua natureza subjetiva, prescinde de demonstração, da prova do dano, sendo suficiente, para caracterizá-lo, a ocorrência de seus três elementos essenciais: o dano, o ato culposo e o nexo causal – todos presentes no caso sub judice.</p><p>Desta maneira, requer a condenação da ré em danos morais no valor de $[geral_informacao_generica] em virtude da prática ilícita praticada pela promovida, tendo como objetivo não apenas a reparação efetiva do dano, mas também o caráter preventivo pedagógico do instituto, para que se torne inadmissível por parte da promovida por atitudes como essas, e que dessa forma não venha mais a praticar atos ilícitos, sem contudo, caracterizar o enriquecimento ilícito da parte autora.</p><p>DOS PEDIDOS</p><p>Por todo o exposto, com base na farta e suficiente prova documental acostada aos autos, vem o Autor requerer, sucessivamente:</p><p>A concessão da prioridade no trâmite processual, constando tal benefício na capa dos autos;</p><p>O deferimento dos benefícios da justiça gratuita nos termos do artigo 98 e seguintes do CPC/15;</p><p>A citação da ré, para que, querendo, responda aos termos da presente ação, sob pena de revelia e confissão ficta;</p><p>A inversão do ônus da prova;</p><p>sejam feitas pesquisas do saldo da conta, à época, de PASEP junto à Agência Banco do Brasil de João Pessoa, a fim de que sejam revistos os cálculos correspondentes às condições expostas da Requerente, com correção monetária e acréscimo de juros moratórios, declarando o IPCA como índice adequado para correção ;</p><p>após o cumprimento do item d, seja autorizada, mediante alvará, a liberação do saldo existente na conta vinculada do PASEP (inscrição nº 1.00000-00) da Autora, depositados no Banco do Brasil, em única parcela;</p><p>A condenação da requerida a pagar ao requerente um quantum a título de danos morais, o valor de $[geral_informacao_generica], em atenção às condições das partes, principalmente a gravidade da lesão, e as circunstâncias fáticas;</p><p>Seja o Réu condenado a pagar todos os ônus pertinentes à sucumbência, nomeadamente honorários advocatícios, esses de já pleiteados no patamar máximo de 20%(vinte por cento) sobre o proveito econômico obtido pelo Autor ou, não sendo possível mensurá-los, sobre o valor atualizado da causa (CPC/2015, art. 85, § 2º).</p><p>Sejam julgados TOTALMENTE PROCEDENTES os pedidos por ele formulados;</p><p>Requer, ainda, que todas as publicações e intimações sejam realizadas/EXCLUSIVAMENTE em nome do advogado xxxxx oab, sob pena de nulidade da intimação.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, em especial oitiva de testemunhas, prova documental e pericial e outras cabíveis a espécie.</p><p>Dá-se a causa o valor de $[processo_valor_da_causa]</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede e espera deferimento.</p><p>$[processo_cidade], $[geral_data_extenso].</p><p>$[advogado_assinatura]</p><p>$[advogado_oab]</p>