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<p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20320</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>Hipopituitarismo - uma revisão abrangente acerca da etiologia,</p><p>manifestações clínicas, diagnóstico e avaliação, insuficiência adrenal</p><p>secundária, deficiência de GH, hipogonadismo central, hipotireoidismo</p><p>central, deficiência de prolactina e diabetes insípido central</p><p>Hypopituitarism - a comprehensive review of the etiology, clinical</p><p>manifestations, diagnosis and evaluation, secondary adrenal insufficiency,</p><p>GH deficiency, central hypogonadism, central hypothyroidism, prolactin</p><p>deficiency and central diabetes insipidus</p><p>DOI:10.34119/bjhrv6n5-076</p><p>Recebimento dos originais: 11/08/2023</p><p>Aceitação para publicação: 11/09/2023</p><p>Matheus de Oliveira Ferreira</p><p>Graduando em Medicina</p><p>Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)</p><p>Endereço: Av. Prof. Alfredo Balena, 190, Santa Efigênia, Belo Horizonte - MG,</p><p>CEP: 30130-100</p><p>E-mail: matheusdeoliveiraufmg@gmail.com</p><p>Alexandra de Oliveira do Carmo</p><p>Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão</p><p>Instituição: Hospital Retaguarda de Bacabal (HRB)</p><p>Endereço: Rua Projetada, s/n, Residencial José Lisboa, Bacabal - MA, CEP: 65700-000</p><p>E-mail: aleoliveira.alexandra@gmail.com</p><p>Erick Vidigal Moysés</p><p>Graduado em Medicina</p><p>Instituição: Universidade Estácio de Sá</p><p>Endereço: Avenida Presidente Vargas, 1111, Rio de Janeiro - RJ, CEP: 20071-004</p><p>E-mail: erickvidigalmoyses@hotmail.com</p><p>Gabriela Silva Albarez</p><p>Graduanda em Medicina</p><p>Instituição: Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais</p><p>Endereço: Avenida Alameda Ezequiel Dias, 27, Belo Horizonte - MG</p><p>E-mail: gabrielasalbarez@gmail.com</p><p>Isabella Menezes Brambila</p><p>Graduada em Medicina</p><p>Instituição: Faculdade de Medicina FACERES</p><p>Endereço: Av. Anísio Haddad, 6751, Jardim Francisco Fernandes, São José do Rio Preto - SP,</p><p>CEP: 15090-305</p><p>E-mail: isabella.brambila@hotmail.com</p><p>mailto:cardosov477@gmail.com</p><p>mailto:erickvidigalmoyses@hotmail.com</p><p>mailto:gabrielasalbarez@gmail.com</p><p>mailto:Isabella.brambila@hotmail.com</p><p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20321</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>Virgílio Andrade dos Santos Maciel</p><p>Graduando em Medicina</p><p>Instituição: Faculdade Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (FCMS-JF)</p><p>Endereço: Alameda Salvaterra, 200, Salvaterra, Juiz de Fora - MG</p><p>E-mail: vasmaciel@gmail.com</p><p>Luane Vargas Miranda</p><p>Graduada em Medicina pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH)</p><p>Instituição: Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte</p><p>Endereço: Av. Francisco Sales, 1111, Santa Efigênia, Belo Horizonte</p><p>E-mail: luanevmiranda@gmail.com</p><p>Vitor Cardoso dos Santos</p><p>Graduando em Medicina</p><p>Instituição: Universidade de Itaúna (UIT)</p><p>Endereço: Rodovia MG 431, Km 45, s/n, Itaúna - MG</p><p>E-mail: cardosov477@gmail.com</p><p>RESUMO</p><p>O hipopituitarismo é uma condição médica caracterizada pela insuficiência da glândula</p><p>pituitária, que leva à deficiência de hormônios essenciais para o funcionamento do organismo.</p><p>Quanto à etiologia, pode ter várias causas, incluindo tumores pituitários, traumatismo craniano,</p><p>infecções, distúrbios autoimunes e outras condições que afetam a glândula pituitária. Essas</p><p>causas podem resultar na diminuição ou interrupção da produção de hormônios pela hipófise.</p><p>As manifestações clínicas são variadas e dependem dos hormônios que estão em falta. Alguns</p><p>sintomas comuns incluem fadiga, fraqueza, perda de peso, alterações na pressão arterial,</p><p>intolerância ao frio, distúrbios menstruais, disfunção erétil, perda de libido, entre outros. O</p><p>diagnóstico envolve a realização de exames de sangue para medir os níveis de hormônios</p><p>pituitários e hormônios-alvo no organismo. Exames de imagem, como ressonância nuclear</p><p>magnética, são frequentemente utilizados para identificar anormalidades na glândula pituitária.</p><p>Quando a deficiência de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) ocorre, a função das glândulas</p><p>adrenais é comprometida, levando à insuficiência adrenal secundária. Isso pode resultar em</p><p>fadiga, fraqueza, hipotensão e outros sintomas relacionados à falta de cortisol. Já a falta de</p><p>hormônio do crescimento pode levar a atraso no crescimento em crianças e, em adultos, pode</p><p>causar perda de massa muscular, aumento da gordura corporal e diminuição da densidade óssea.</p><p>Ainda, o hipogonadismo central resulta da insuficiência dos hormônios gonadotróficos, levando</p><p>a problemas como disfunção sexual, amenorréia nas mulheres e redução da produção de</p><p>esperma nos homens. A falta de hormônio estimulante da tireoide (TSH) pode causar</p><p>hipotireoidismo central, levando a sintomas como fadiga, ganho de peso, pele seca e sensação</p><p>de frio constante e a insuficiência de prolactina pode interferir na capacidade de amamentação</p><p>em mulheres, mas os sintomas são geralmente menos evidentes em homens. Também, a falta</p><p>de hormônio antidiurético (ADH) resulta em sede excessiva e aumento da produção de urina.</p><p>Palavras-chave: Hipopituitarismo, diagnóstico, insuficiência adrenal secundária, etiologia,</p><p>tratamento.</p><p>ABSTRACT</p><p>Hypopituitarism is a medical condition characterized by insufficiency of the pituitary gland,</p><p>which leads to a deficiency of hormones essential for the functioning of the body. As for the</p><p>etiology, it can have several causes, including pituitary tumors, head trauma, infections,</p><p>mailto:vasmaciel@gmail.com</p><p>mailto:cardosov477@gmail.com</p><p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20322</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>autoimmune disorders, and other conditions that affect the pituitary gland. These causes may</p><p>result in a decrease or cessation of hormone production by the pituitary gland. Clinical</p><p>manifestations are varied and depend on the hormones that are missing. Some common</p><p>symptoms include fatigue, weakness, weight loss, changes in blood pressure, cold intolerance,</p><p>menstrual disorders, erectile dysfunction, loss of libido, among others. Diagnosis involves</p><p>performing blood tests to measure levels of pituitary hormones and target hormones in the body.</p><p>Imaging tests, such as magnetic resonance imaging, are often used to identify abnormalities in</p><p>the pituitary gland. When adrenocorticotropic hormone (ACTH) deficiency occurs, the function</p><p>of the adrenal glands is compromised, leading to secondary adrenal insufficiency. This can</p><p>result in fatigue, weakness, hypotension, and other symptoms related to a lack of cortisol.</p><p>Already the lack of growth hormone can lead to growth delay in children and, in adults, can</p><p>cause loss of muscle mass, increase in body fat and decrease in bone density. Furthermore,</p><p>central hypogonadism results from insufficient gonadotropic hormones, leading to problems</p><p>such as sexual dysfunction, amenorrhea in women and reduced sperm production in men. A</p><p>lack of thyroid-stimulating hormone (TSH) can cause central hypothyroidism, leading to</p><p>symptoms such as fatigue, weight gain, dry skin and feeling constantly cold, and prolactin</p><p>insufficiency can interfere with breastfeeding ability in women, but the symptoms are generally</p><p>less evident in men. Also, lack of antidiuretic hormone (ADH) results in excessive thirst and</p><p>increased urine output.</p><p>Keywords: Hypopituitarism, diagnosis, secondary adrenal insufficiency, etiology, treatment.</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>O hipopituitarismo é uma condição médica complexa e multifacetada que se caracteriza</p><p>pela insuficiência hormonal da glândula pituitária, localizada na base do cérebro. Esta glândula</p><p>desempenha um papel fundamental na regulação de diversas funções hormonais no organismo,</p><p>e qualquer disfunção nela pode resultar em uma série de manifestações clínicas e desequilíbrios</p><p>hormonais significativos. O objetivo do manejo</p><p>geralmente é substituir o hormônio-alvo do</p><p>eixo hipotálamo-hipófise-glândula endócrina, com exceção do hipogonadismo secundário,</p><p>quando a fertilidade é necessária, e da deficiência de hormônio do crescimento (DGH), e</p><p>minimizar com segurança os sintomas e os sinais clínicos (ALEXANDRAKI; GROSSMAN,</p><p>2019, BOSCH; HARSHINI KATUGAMPOLA; MEHUL DATTANI, 2021).</p><p>O impacto clínico da insuficiência hipofisária varia conforme a extensão e a gravidade</p><p>das deficiências hormonais, a duração da doença e a idade de início. O hipopituitarismo que se</p><p>inicia na infância tem implicações em todos os aspectos do desenvolvimento somático, além</p><p>dos efeitos fisiopatológicos das deficiências hormonais específicas. Além disso, podem surgir</p><p>características clínicas relacionadas ao efeito de massa da lesão causadora ou às consequências</p><p>específicas atribuíveis à hipersecreção de prolactina, GH, ACTH ou TSH de tipos individuais</p><p>de tumor. O hipopituitarismo geralmente se desenvolve em uma ordem sequencial, começando</p><p>com a diminuição da secreção do hormônio do crescimento, afetando as gonadotrofinas em</p><p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20323</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>primeiro lugar, seguidas posteriormente pelo TSH e ACTH. A deficiência de prolactina é</p><p>raramente observada, exceto na síndrome de Sheehan, que está associada à falha na lactação</p><p>(AGUIAR-OLIVEIRA; BARTKE, 2018, BOSCH; HARSHINI KATUGAMPOLA; MEHUL</p><p>DATTANI, 2021, STEFANO FRARA et al., 2021).</p><p>Desempenhando um papel significativo na regulação do sistema endócrino, a hipófise</p><p>coordena vários eixos hormonais responsáveis por controlar funções cruciais, como resposta ao</p><p>estresse, crescimento, desenvolvimento, reprodução, metabolismo e muito mais. Qualquer</p><p>perturbação em um desses eixos pode ter um impacto profundo no indivíduo, tornando a</p><p>preservação de uma hipófise saudável essencial para o bom funcionamento do corpo. Isso pode</p><p>desencadear uma série de sintomas, incluindo perda de peso, intolerância ao frio, alterações na</p><p>pressão arterial, fadiga, disfunção erétil, perda de libido, distúrbios menstruais, fraqueza e</p><p>outros. Por fim, o hipopituitarismo, devido à sua complexidade e impacto abrangente no</p><p>organismo, requer uma abordagem multidisciplinar e cuidadosa por parte dos profissionais de</p><p>saúde, com foco na reposição hormonal adequada e na melhoria da qualidade de vida dos</p><p>pacientes afetados (AGUIAR-OLIVEIRA; BARTKE, 2018, ALEXANDRAKI; GROSSMAN,</p><p>2019, STEFANO FRARA et al., 2021).</p><p>2 OBJETIVO</p><p>O objetivo deste artigo é reunir informações, mediante análise de estudos recentes,</p><p>acerca dos aspectos inerentes ao hipopituitarismo, sobretudo a etiologia, manifestações clínicas,</p><p>diagnóstico e avaliação, insuficiência adrenal secundária, deficiência de GH, hipogonadismo</p><p>central, hipotireoidismo central, deficiência de prolactina e diabetes insípido central.</p><p>3 METODOLOGIA</p><p>Realizou-se pesquisa de artigos científicos indexados nas bases de dados Latindex e</p><p>MEDLINE/PubMed entre os anos de 2018 e 2023. Os descritores utilizados, segundo o “MeSH</p><p>Terms”, foram: Hypopituitarism, etiology, secondary adrenal insufficiency e diagnosis. Foram</p><p>encontrados 322 artigos, segundo os critérios de inclusão: artigos publicados nos últimos 5</p><p>anos, textos completos, gratuitos e tipo de estudo. Papers pagos e com data de publicação em</p><p>período superior aos últimos 5 anos foram excluídos da análise, selecionando-se 14 artigos</p><p>pertinentes à discussão.</p><p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20324</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>4 ETIOLOGIA</p><p>O hipopituitarismo é uma condição médica caracterizada pela deficiência na produção</p><p>de hormônios pela glândula pituitária, localizada na base do cérebro. Diversos fatores</p><p>adquiridos podem desencadear o hipopituitarismo. Os tumores hipofisários, tanto benignos</p><p>quanto malignos, são uma causa significativa, pois podem comprimir a glândula pituitária,</p><p>prejudicando sua função normal. Além disso, o trauma craniano, especialmente quando envolve</p><p>a região hipotalâmico-hipofisária, pode resultar em hipopituitarismo devido à lesão direta da</p><p>pituitária ou à interferência no suprimento sanguíneo. A radioterapia craniana, frequentemente</p><p>utilizada no tratamento de tumores cerebrais, representa outra causa adquirida, danificando as</p><p>células da pituitária. Hemorragias na glândula pituitária, como as ocorridas na apoplexia</p><p>pituitária, também podem comprometer sua função, levando ao hipopituitarismo. Além disso,</p><p>infecções, como tuberculose ou meningite, e doenças autoimunes, como a doença de</p><p>Langerhans, podem inflamar a pituitária, resultando em deficiência hormonal (DONEGAN;</p><p>ERICKSON, 2022, MOLITCH; DRUMMOND; KORBONITS, 2022).</p><p>O hipopituitarismo pode ter origem congênita, relacionado a anomalias no</p><p>desenvolvimento da glândula pituitária ou do hipotálamo. Exemplos incluem a síndrome de</p><p>septo óptico e a displasia septo-óptica. Além disso, mutações genéticas específicas, afetando os</p><p>genes responsáveis pelo desenvolvimento da hipófise, podem resultar em hipopituitarismo</p><p>desde o nascimento. No contexto das causas primárias, distrofias da própria glândula pituitária,</p><p>como a necrose da pituitária ou a doença de Sheehan (hipopituitarismo pós-parto), são exemplos</p><p>notáveis. Já as causas secundárias englobam lesões hipotalâmicas, que controlam a liberação</p><p>de hormônios pela pituitária, e doenças sistêmicas, como sarcoidose, hemocromatose e</p><p>granulomatose de Wegener, que podem afetar a pituitária de maneira secundária, devido à</p><p>inflamação sistêmica (DONEGAN; ERICKSON, 2022, ROSA MARIA PARAGLIOLA et al.,</p><p>2023).</p><p>Além das causas específicas mencionadas, outras condições médicas também podem</p><p>levar ao desenvolvimento do hipopituitarismo. A síndrome de Cushing, caracterizada pelo</p><p>excesso de produção de cortisol, pode suprimir a função da pituitária, resultando em</p><p>hipopituitarismo. Da mesma forma, o hipopituitarismo pós-parto, conhecido como a doença de</p><p>Sheehan, está relacionado a complicações durante o parto que causam lesões na pituitária e</p><p>subsequente deficiência hormonal. A hemocromatose, uma condição de acúmulo excessivo de</p><p>ferro no corpo, pode danificar a pituitária e levar ao hipopituitarismo. Por fim, a sarcoidose,</p><p>uma doença inflamatória sistêmica, também representa um risco para a pituitária, podendo</p><p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20325</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>causar hipopituitarismo (DONEGAN; ERICKSON, 2022, ROSA MARIA PARAGLIOLA et</p><p>al., 2023).</p><p>5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS</p><p>O hipopituitarismo é uma condição médica complexa e multifacetada que ocorre devido</p><p>à deficiência na produção ou liberação de hormônios pela glândula pituitária, também</p><p>conhecida como hipófise. Essa disfunção pode resultar em uma ampla variedade de sintomas,</p><p>cada um deles diretamente relacionado à falta de hormônios específicos que desempenham</p><p>papéis vitais no controle do funcionamento do organismo. Um dos sintomas mais comuns do</p><p>hipopituitarismo é a fadiga crônica e a fraqueza muscular. Isso ocorre devido à ausência do</p><p>hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que é responsável pela estimulação das glândulas</p><p>adrenais para a produção de cortisol. A falta de cortisol leva à fadiga persistente e à sensação</p><p>geral de debilidade (MILLAR; FAGHFOURY; BIENIEK, 2021, STEFANO FRARA et al.,</p><p>2021).</p><p>Além disso, o hipopituitarismo pode resultar em perda de peso inexplicável. Isso é</p><p>decorrente da deficiência do hormônio tireotrófico (TSH), que normalmente estimula a tireóide</p><p>a produzir os hormônios tireoidianos T3 e T4. A diminuição desses hormônios leva a um</p><p>metabolismo mais lento e à consequente perda de peso. As alterações na pressão arterial</p><p>também são um sintoma comum do</p><p>hipopituitarismo. A falta do hormônio antidiurético (ADH),</p><p>também conhecido como vasopressina, pode resultar em micção excessiva e sede intensa,</p><p>afetando o equilíbrio de fluidos e os níveis de pressão arterial (MILLAR; FAGHFOURY;</p><p>BIENIEK, 2021, ROSA MARIA PARAGLIOLA et al., 2023).</p><p>No caso das mulheres, o hipopituitarismo pode causar distúrbios menstruais, como</p><p>amenorréia ou oligomenorréia, devido à deficiência de hormônios gonadotróficos como FSH e</p><p>LH, que desempenham um papel fundamental na regulação do ciclo menstrual e na função</p><p>ovariana. Também afeta a função sexual em ambos os sexos, levando a uma redução da libido,</p><p>disfunção erétil em homens e problemas de fertilidade em homens e mulheres. Além disso, o</p><p>hipopituitarismo pode causar mudanças na composição corporal, incluindo uma diminuição na</p><p>massa muscular e um aumento na gordura corporal, devido à deficiência do hormônio do</p><p>crescimento (GH) (MILLAR; FAGHFOURY; BIENIEK, 2021, DONEGAN; ERICKSON,</p><p>2022).</p><p>Por fim, a falta de hormônios como o TSH e o ACTH pode levar a distúrbios</p><p>metabólicos, como hipotireoidismo e insuficiência adrenal, afetando o metabolismo geral e</p><p>causando sintomas como ganho de peso e intolerância ao frio. Cada sintoma está</p><p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20326</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>intrinsecamente relacionado à falta de hormônios específicos, e o tratamento adequado envolve</p><p>a reposição hormonal para corrigir essas deficiências e melhorar a qualidade de vida dos</p><p>pacientes (STEFANO FRARA et al., 2021, DONEGAN; ERICKSON, 2022, ROSA MARIA</p><p>PARAGLIOLA et al., 2023).</p><p>6 DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO</p><p>O diagnóstico e a avaliação do hipopituitarismo são procedimentos essenciais para uma</p><p>gestão eficaz dessa condição endócrina complexa. Inicialmente, a avaliação clínica minuciosa</p><p>desempenha um papel fundamental, com uma análise detalhada da história médica do paciente,</p><p>na qual os médicos investigam sintomas como fadiga, perda de peso, fraqueza, alterações na</p><p>libido e irregularidades menstruais (em mulheres). Esses sintomas podem fornecer pistas</p><p>iniciais que sugerem a presença de uma disfunção hormonal (MOLITCH; DRUMMOND;</p><p>KORBONITS, 2022, ROSA MARIA PARAGLIOLA et al., 2023).</p><p>Os testes hormonais desempenham um papel central no diagnóstico do hipopituitarismo.</p><p>Através da medição dos níveis de hormônios como o hormônio do crescimento (GH), hormônio</p><p>adrenocorticotrófico (ACTH), hormônio estimulante da tireóide (TSH), hormônio luteinizante</p><p>(LH), hormônio folículo-estimulante (FSH), prolactina e hormônio antidiurético (ADH), é</p><p>possível identificar deficiências hormonais que podem ser indicativas da condição. Em casos</p><p>específicos, podem ser necessários testes de estímulo hormonal, nos quais substâncias</p><p>estimulantes são administradas para verificar a resposta hormonal. Além disso, a ressonância</p><p>nuclear magnética (RNM) é a técnica de imagem de escolha para avaliar a anatomia da glândula</p><p>pituitária e possíveis lesões que podem estar causando o hipopituitarismo. Isso permite a</p><p>identificação de tumores, malformações e outras alterações estruturais na região hipofisária</p><p>(DONEGAN; ERICKSON, 2022, MOLITCH; DRUMMOND; KORBONITS, 2022).</p><p>A importância da avaliação do grau de deficiência hormonal é notável na personalização</p><p>do tratamento. A reposição hormonal é frequentemente necessária para aliviar os sintomas e</p><p>melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A extensão dessa reposição hormonal é</p><p>determinada pelas deficiências hormonais identificadas durante a avaliação. Além disso, a</p><p>identificação das causas subjacentes é crucial, uma vez que o hipopituitarismo pode resultar de</p><p>diversas condições, como tumores hipofisários, lesões traumáticas, infecções, hemorragias e</p><p>condições genéticas. A detecção das causas subjacentes orienta o tratamento, a gestão e a</p><p>prevenção de possíveis complicações (DONEGAN; ERICKSON, 2022, ROSA MARIA</p><p>PARAGLIOLA et al., 2023).</p><p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20327</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>Por fim, o monitoramento contínuo desempenha um papel crítico no manejo a longo</p><p>prazo do hipopituitarismo. Isso permite ajustar a terapia hormonal, avaliar o progresso do</p><p>paciente e detectar complicações relacionadas, assegurando a eficácia do tratamento e a</p><p>melhoria contínua da qualidade de vida. Em resumo, a abordagem multidisciplinar envolvendo</p><p>a avaliação clínica, testes hormonais e exames de imagem é essencial para o diagnóstico preciso</p><p>e a gestão adequada do hipopituitarismo, garantindo o bem-estar dos pacientes afetados por</p><p>essa condição endócrina complexa (ERISELDA PROFKA et al., 2021).</p><p>7 INSUFICIÊNCIA ADRENAL SECUNDÁRIA (DEFICIÊNCIA DE ACTH)</p><p>A secreção endógena de glicocorticóides segue um ritmo circadiano de 24 horas,</p><p>caracterizado por um pico matinal ao despertar e um nível basal próximo à meia-noite. Esse</p><p>ciclo é originado a partir de um ponto primário localizado no núcleo supraquiasmático do</p><p>hipotálamo e regula os ritmos circadianos secundários em outras áreas centrais e periféricas,</p><p>incluindo as glândulas adrenais e outras células (ALEXANDRAKI; GROSSMAN, 2019). O</p><p>hormônio regulador das glândulas adrenais e do estímulo e secreção dos esteróides do córtex</p><p>adrenal, como o cortisol e a dehidroepiandrosterona (DHEA), é o ACTH. Em situações de</p><p>hipopituitarismo, esses níveis hormonais podem estar diminuídos em diversos níveis</p><p>(HERALDO MENDES GARMES et al., 2021, CHUNG; MONSON, 2022).</p><p>A insuficiência adrenal secundária (IAS) pode surgir devido à deficiência de ACTH ou</p><p>CRH em distúrbios da hipófise ou hipotálamo. Ela pode se desenvolver precocemente em casos</p><p>de hipofisite causada por drogas, como anticorpos monoclonais utilizados em terapias</p><p>hematológicas, ou, mais raramente, em tumores hipofisários. A IAS também pode aumentar</p><p>significativamente a morbidade e mortalidade em pacientes, pois os torna mais suscetíveis a</p><p>crises adrenais em situações de estresse agudo. Em casos de deficiência combinada de ACTH</p><p>e LH, a IAS pode resultar em completa deficiência de androgênios, representando um risco</p><p>adicional para os pacientes. Além disso, a ausência ou reposição inadequada dos hormônios</p><p>pituitários pode ser incompatível com a vida (ALEXANDRAKI; GROSSMAN, 2019,</p><p>HERALDO MENDES GARMES et al., 2021, CHUNG; MONSON, 2022).</p><p>A deficiência de ACTH apresenta manifestações inespecíficas, como fadiga, astenia,</p><p>cefaléia, anorexia, perda de peso, náuseas, vômitos, dor abdominal, mialgia e dificuldade de</p><p>concentração. Além disso, hipoglicemia e hiponatremia podem ocorrer. A hiponatremia,</p><p>comum nesses casos, é causada pela redução da depuração de água livre nos rins devido ao</p><p>hipocortisolismo e pode ser agravada pela deficiência concomitante de TSH. Ao contrário da</p><p>insuficiência adrenal primária, não ocorrem distúrbios no potássio, como a hipercalemia, devido</p><p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20328</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>à preservação relativa da secreção de aldosterona. Outra característica é a perda acentuada de</p><p>pelos corporais devido à redução na produção de andrógenos adrenais. Em neonatos, essa</p><p>condição pode resultar em déficit de crescimento, hipoglicemia grave e colestase precoce,</p><p>devido a anormalidades na síntese e transporte de ácidos biliares dependentes de cortisol</p><p>(BOSCH; HARSHINI KATUGAMPOLA; MEHUL DATTANI, 2021, CHUNG; MONSON,</p><p>2022).</p><p>O tratamento preferencial envolve a reposição de glicocorticóides sintéticos. A</p><p>hidrocortisona é a droga de escolha, com a dose recomendada variando entre 15-20 mg/dia,</p><p>divididos em duas ou três doses. Em casos de falta de disponibilidade de hidrocortisona, a</p><p>prednisona pode ser usada em doses de 2,5 a 5 mg/dia, administrada diariamente. A</p><p>equivalência</p><p>of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>Quanto ao tratamento, no caso dos homens, a terapia geralmente envolve a reposição de</p><p>testosterona para atender às necessidades básicas e melhorar as funções sexuais, incluindo</p><p>libido, disposição, densidade mineral óssea, bem-estar, massa muscular e força. Conforme a</p><p>literatura, recomenda-se a administração da menor dose eficaz que mantenha os níveis de</p><p>testosterona na faixa de 450-600 ng/dL. No caso das mulheres com hipogonadismo em idade</p><p>pré-menopausa, a abordagem deve ser individualizada, enquanto nas mulheres mais velhas, o</p><p>objetivo é aliviar os sintomas da menopausa (HERALDO MENDES GARMES et al., 2021).</p><p>A falta de estímulo eficaz das gônadas afeta a produção dos hormônios sexuais</p><p>responsáveis pela menstruação, levando a irregularidades menstruais ou mesmo à amenorreia.</p><p>Essas alterações hormonais também podem causar mudanças significativas de humor. Portanto,</p><p>é essencial abordar essas questões de maneira adequada (HERALDO MENDES GARMES et</p><p>al., 2021, CHUNG; MONSON, 2022).</p><p>10 HIPOTIREOIDISMO CENTRAL (DEFICIÊNCIA DE TSH)</p><p>A liberação dos hormônios tireoidianos está diretamente ligada ao funcionamento do</p><p>eixo hipotálamo-hipófise-tireóide. O hormônio liberador de tireotrofina (TRH) estimula a</p><p>produção do hormônio tireoestimulante (TSH), que, por sua vez, estimula as células foliculares</p><p>da tireóide a produzir T3 e T4. Quando ocorre uma desregulação desse eixo, as alterações na</p><p>produção hormonal resultam no início de sintomas (ULLA FELDT-RASMUSSEN;</p><p>GRIGORIS EFFRAIMIDIS; KLOSE, 2021).</p><p>O hipotireoidismo central, também conhecido como deficiência do hormônio</p><p>tireoestimulante (TSH), é caracterizado laboratorialmente por níveis baixos de T4 livre e níveis</p><p>normais ou abaixo dos valores de referência para o TSH. Apesar do diagnóstico ser complexo,</p><p>é conhecido que esse distúrbio está diretamente relacionado a alterações no eixo hipotálamo-</p><p>hipófise-tireóide, podendo ter origem no hipotálamo, na hipófise ou em ambas as estruturas</p><p>(ULLA FELDT-RASMUSSEN; GRIGORIS EFFRAIMIDIS; KLOSE, 2021). Entre as causas</p><p>associadas ao hipopituitarismo, estão incluídos tumores na sela túrcica, exposição prévia à</p><p>irradiação, traumas, causas congênitas, entre outros (SELIM KURTOĞLU; AHMET</p><p>ÖZDEMIR; NIHAL HATIPOĞLU, 2019)</p><p>Os sintomas decorrentes dessa condição tendem a ser inespecíficos e mais leves em</p><p>comparação com os sintomas do hipotireoidismo de origem primária. Entre eles, os pacientes</p><p>podem relatar fadiga, perda leve de peso, déficits cognitivos, fragilidade nas unhas e cabelos,</p><p>entre outros (ULLA FELDT-RASMUSSEN; GRIGORIS EFFRAIMIDIS; KLOSE, 2021).</p><p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20332</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>O tratamento padrão para essa patologia envolve a reposição diária de hormônio T4,</p><p>sendo a dose determinada com base na idade, peso, comorbidades e outras características</p><p>individuais do paciente. O principal objetivo dessa terapia é normalizar os níveis de T4 dentro</p><p>das faixas de referência, o que consequentemente leva à melhoria dos sintomas. Por fim, é</p><p>importante destacar que as causas de origem tumoral devem ser tratadas de forma</p><p>individualizada, com abordagens terapêuticas que variam de acordo com a natureza e estágio</p><p>do tumor. Em casos de tumores na sela túrcica, por exemplo, pode ser necessária a cirurgia para</p><p>a remoção do tumor, seguida ou não de radioterapia ou quimioterapia, dependendo das</p><p>características específicas da lesão e da resposta do paciente ao tratamento. O acompanhamento</p><p>médico regular e a avaliação periódica da função tireoidiana são fundamentais para garantir o</p><p>sucesso do tratamento e a qualidade de vida do paciente a longo prazo (ALEXANDRAKI;</p><p>GROSSMAN, 2019).</p><p>11 DEFICIÊNCIA DE PROLACTINA (PRL) E DIABETES INSÍPIDO CENTRAL</p><p>(DIC)</p><p>A prolactina desempenha um papel crucial no processo de amamentação, pois estimula</p><p>a produção de leite pelas glândulas mamárias da mulher. Ela é secretada pela adenohipófise,</p><p>que é uma parte da glândula pituitária localizada no lobo frontal do cérebro (SELIM</p><p>KURTOĞLU; AHMET ÖZDEMIR; NIHAL HATIPOĞLU, 2019).A redução nos níveis de</p><p>prolactina pode resultar na ausência de lactação, o que geralmente só se torna evidente após o</p><p>parto, quando a mãe não consegue amamentar seu filho. Essa deficiência pode ter diversas</p><p>causas, incluindo alterações genéticas, como mutações nos genes POUF1F1, LHX3, OTX2 e</p><p>IGSF1, ou o uso de medicamentos, como bloqueadores de canais de cálcio, dopamina e</p><p>ranitidina. O diagnóstico é realizado através da dosagem da prolactina durante o puerpério,</p><p>período que segue o parto, com valores abaixo da faixa de referência normal. Até o momento,</p><p>não existe um tratamento amplamente validado para essa condição (BOSCH; HARSHINI</p><p>KATUGAMPOLA; MEHUL DATTANI, 2021).</p><p>O manejo é geralmente focado em abordar a causa subjacente da deficiência de</p><p>prolactina, quando possível, e em orientar a mãe sobre outras formas de nutrição infantil quando</p><p>a amamentação não é possível. Na glândula pituitária, além da adenohipófise, encontramos o</p><p>lobo posterior, responsável pela secreção do hormônio Arginina Vasopressina (AVP), também</p><p>conhecido como hormônio Antidiurético (ADH). A vasopressina desempenha um papel</p><p>essencial na regulação do equilíbrio hídrico do corpo, respondendo a estímulos como a</p><p>concentração osmótica do sangue, a pressão arterial e o volume de sangue circulante. Ela atua</p><p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20333</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>reduzindo a excreção de água pelos rins, o que ajuda a manter a hidratação do organismo</p><p>(SELIM KURTOĞLU; AHMET ÖZDEMIR; NIHAL HATIPOĞLU, 2019).</p><p>Quando os níveis de vasopressina estão reduzidos ou a sua ação é comprometida, pode</p><p>ocorrer um quadro clínico chamado Diabetes Insipidus Central (DIC). Isso resulta em poliúria</p><p>(produção excessiva de urina) e polidipsia (sede excessiva), uma vez que o corpo não consegue</p><p>reter água adequadamente. O DIC pode ser causado por tumores hipotalâmicos, lesões ou</p><p>cirurgias na região cerebral, ou até mesmo por traumas cranioencefálicos (CHUNG; MONSON,</p><p>2022). O tratamento do DIC é individualizado, levando em consideração a gravidade dos</p><p>sintomas e a causa subjacente. Em casos mais leves, o aumento da ingestão de água de acordo</p><p>com a sede e o controle da temperatura ambiente podem ser suficientes. Em situações mais</p><p>graves, a administração cuidadosa de desmopressina, uma forma sintética da vasopressina, pode</p><p>ser necessária para restaurar o equilíbrio hídrico. É fundamental monitorar regularmente os</p><p>níveis de eletrólitos no sangue, como sódio, para evitar complicações como hipernatremia ou</p><p>hiponatremia. O tratamento também deve ser adaptado às necessidades específicas de cada</p><p>paciente e acompanhado por um profissional de saúde (ALEXANDRAKI; GROSSMAN,</p><p>2019).</p><p>12 CONCLUSÃO</p><p>Sabe-se que o hipopituitarismo é uma condição endócrina rara, mas clinicamente</p><p>significativa, caracterizada pela disfunção da glândula pituitária, resultando na redução ou</p><p>ausência da secreção de hormônios hipofisários. A etiologia do hipopituitarismo pode ser</p><p>variada, incluindo tumores hipofisários, lesões traumáticas, infecções, distúrbios autoimunes, e</p><p>outras causas raras. Esses fatores podem danificar a glândula pituitária, interferindo em sua</p><p>capacidade de secretar os hormônios necessários para regular diversas funções do corpo. As</p><p>manifestações clínicas do hipopituitarismo podem ser sutis e inespecíficas, tornando o</p><p>diagnóstico desafiador. Pacientes podem apresentar fadiga, fraqueza, perda de peso, distúrbios</p><p>menstruais, disfunção erétil, alterações na pressão arterial, entre outros sintomas. A abordagem</p><p>diagnóstica envolve avaliação clínica, testes hormonais e imagens, incluindo ressonância</p><p>magnética da hipófise. As complicações do hipopituitarismo incluem a insuficiência adrenal</p><p>secundária, resultante da falta do ACTH, que regula a função adrenal. A deficiência de GH</p><p>pode levar a atraso no crescimento em crianças e redução da massa muscular em adultos. O</p><p>hipogonadismo central afeta a função sexual e reprodutiva. O hipotireoidismo central resulta</p><p>da deficiência do TSH, prejudicando o metabolismo. A falta de prolactina pode afetar a lactação</p><p>em mulheres após o parto. Além disso, o diabetes insípido central, causado pela deficiência do</p><p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20334</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>ADH, leva a sede excessiva e micção frequente. Por fim, a identificação precoce e o manejo</p><p>adequado são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados e a</p><p>conscientização sobre essa condição e uma abordagem interdisciplinar são fundamentais para</p><p>proporcionar um atendimento de qualidade aos pacientes com hipopituitarismo.</p><p>Brazilian Journal of Health Review</p><p>ISSN: 2595-6825</p><p>20335</p><p>Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AGUIAR-OLIVEIRA, M. H.; BARTKE, A. Growth Hormone Deficiency: Health and</p><p>Longevity. Endocrine Reviews, v. 40, n. 2, p. 575–601, 20 dez. 2018.</p><p>ALEXANDRAKI, K. I.; GROSSMAN, A. Management of Hypopituitarism. Journal of</p><p>Clinical Medicine, v. 8, n. 12, p. 2153–2153, 5 dez. 2019.</p><p>BOSCH, L.; HARSHINI KATUGAMPOLA; MEHUL DATTANI. Congenital</p><p>Hypopituitarism During the Neonatal Period: Epidemiology, Pathogenesis, Therapeutic</p><p>Options, and Outcome. Frontiers in Pediatrics, v. 8, 2 fev. 2021.</p><p>CHUNG, T.-T.; MONSON, J. P. Hypopituitarism. Disponível em:</p><p><https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK278989/>. Acesso em: 26 ago. 2023.</p><p>DONEGAN, D.; ERICKSON, D. Revisiting Pituitary Apoplexy. Journal of the Endocrine</p><p>Society, v. 6, n. 9, 26 jul. 2022.</p><p>ERISELDA PROFKA et al. GH Deficiency and Replacement Therapy in Hypopituitarism:</p><p>Insight Into the Relationships With Other Hypothalamic-Pituitary Axes. Frontiers in</p><p>Endocrinology, v. 12, 19 out. 2021.</p><p>HERALDO MENDES GARMES et al. Management of hypopituitarism: a perspective from</p><p>the Brazilian Society of Endocrinology and Metabolism. Archives of Endocrinology and</p><p>Metabolism, 25 fev. 2021.</p><p>MILLAR, A.; FAGHFOURY, H.; BIENIEK, J. Genetics of hypogonadotropic</p><p>hypogonadism. Translational Andrology and Urology, v. 10, n. 3, p. 1401–1409, 1 mar. 2021.</p><p>MOLITCH, M. E.; DRUMMOND, J.; KORBONITS, M. Prolactinoma Management.</p><p>Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK279174/>. Acesso em: 28 ago.</p><p>2023.</p><p>ROSA MARIA PARAGLIOLA et al. Treating Hypopituitarism in the Over 65s: Review of</p><p>Clinical Studies. Clinical Interventions in Aging, v. Volume 18, p. 423–439, 1 mar. 2023.</p><p>SELIM KURTOĞLU; AHMET ÖZDEMIR; NIHAL HATIPOĞLU. Neonatal</p><p>Hypopituitarism: Approaches to Diagnosis and Treatment. Journal of Clinical Research in</p><p>Pediatric Endocrinology, v. 11, n. 1, p. 4–12, 1 mar. 2019.</p><p>STEFANO FRARA et al. COVID-19 and the pituitary. Pituitary, v. 24, n. 3, p. 465–481, 3</p><p>maio 2021.</p><p>ULLA FELDT-RASMUSSEN; GRIGORIS EFFRAIMIDIS; KLOSE, M. The hypothalamus-</p><p>pituitary-thyroid (HPT)-axis and its role in physiology and pathophysiology of other</p><p>hypothalamus-pituitary functions. Molecular and Cellular Endocrinology, v. 525, p. 111173–</p><p>111173, 1 abr. 2021.</p>magnética da hipófise. As complicações do hipopituitarismo incluem a insuficiência adrenal 
secundária, resultante da falta do ACTH, que regula a função adrenal. A deficiência de GH 
pode levar a atraso no crescimento em crianças e redução da massa muscular em adultos. O 
hipogonadismo central afeta a função sexual e reprodutiva. O hipotireoidismo central resulta 
da deficiência do TSH, prejudicando o metabolismo. A falta de prolactina pode afetar a lactação 
em mulheres após o parto. Além disso, o diabetes insípido central, causado pela deficiência do 
Brazilian Journal of Health Review 
ISSN: 2595-6825 
20334 
 
 
Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023 
 
ADH, leva a sede excessiva e micção frequente. Por fim, a identificação precoce e o manejo 
adequado são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados e a 
conscientização sobre essa condição e uma abordagem interdisciplinar são fundamentais para 
proporcionar um atendimento de qualidade aos pacientes com hipopituitarismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brazilian Journal of Health Review 
ISSN: 2595-6825 
20335 
 
 
Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 5, p.20320-20335, sep./oct., 2023 
 
REFERÊNCIAS 
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Hypopituitarism During the Neonatal Period: Epidemiology, Pathogenesis, Therapeutic 
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Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK279174/>. Acesso em: 28 ago. 
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SELIM KURTOĞLU; AHMET ÖZDEMIR; NIHAL HATIPOĞLU. Neonatal 
Hypopituitarism: Approaches to Diagnosis and Treatment. Journal of Clinical Research in 
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111173, 1 abr. 2021.

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