Prévia do material em texto
<p>Filipa Viegas M2</p><p>Anatomia</p><p>Envoltórios e cavidades</p><p>Meninges</p><p>O sistema nervoso central é envolvido por membranas</p><p>conjuntivas denominadas meninges, sendo elas:</p><p>v Dura-máter: meninge mais superficial, espessa e</p><p>resistente; possui duas camadas (é bilaminar).</p><p>No encéfalo, a principal artéria que irriga a</p><p>dura-máter é a artéria meníngea média.</p><p>v Aracnóide: membrana muito delicada, justaposta</p><p>à dura-máter. A aracnóide se separa da pia-</p><p>máter pelo espaço subaracnóideo, que contém o</p><p>líquor.</p><p>v Pia-máter: é a mais interna das meninges,</p><p>aderindo intimamente à superfície do encéfalo e</p><p>da medula.</p><p>Espaço epidural: acima da dura-máter</p><p>Espaço subdural: abaixo da dura-máter</p><p>Espaço subaracnóideo: entre a aracnóide e a pia-máter -</p><p>contém o líquor!</p><p>hematoma epidural -> é o acúmulo de sangue entre a</p><p>dura-máter (membrana que reveste o cérebro) e o</p><p>crânio. Este hematoma é tipicamente causado por um</p><p>trauma agudo na cabeça que rompe a artéria meníngea</p><p>média. O hematoma epidural tem sua localização mais</p><p>frequente a nível do lobo temporal, entre o osso e a</p><p>dura-máter.</p><p>Hematoma subdural -> entre a dura-máter e a aracnóide.</p><p>1. Dura-máter</p><p>A) Pregas da dura-máter. Em algumas áreas, o folheto</p><p>interno da dura-máter destaca-se do folheto externo</p><p>para formar pregas que dividem a cavidade craniana em</p><p>compartimentos que se comunicam amplamente.</p><p>v Foice do cérebro: maior invaginação da dura-</p><p>máter, situada na fissura longitudinal do</p><p>cérebro que separa os dois hemisférios cerebrais</p><p>direito e esquerdo.</p><p>v Tenda do cerebelo: é a segunda maior</p><p>invaginação, um septo largo, em forma de meia</p><p>lua, que separa o lobo occipital dos hemisférios</p><p>cerebrais do cerebelo.</p><p>v Foice do cerebelo: pequeno septo vertical</p><p>mediano, situado abaixo da tenda do cerebelo,</p><p>entre os dois hemisférios cerebelares.</p><p>v Diafragma da sela: pequena lâmina horizontal</p><p>que cobre a hipófise, deixando apenas uma</p><p>pequena abertura para a passagem do infundíbulo</p><p>e das veias hipofisárias. Isola e protege a</p><p>hipófise.</p><p>B) Seios da dura-máter. São canais venosos situados</p><p>entre os dois folhetos que compõem a dura-máter. O</p><p>sangue proveniente das veias do encéfalo e do globo</p><p>ocular é drenado para os seios da dura-máter e destes</p><p>para as veias jugulares internas.</p><p>v Seio sagital superior</p><p>v Seio sagital inferior</p><p>v Seio reto</p><p>Filipa Viegas M2</p><p>v Seio transverso</p><p>v Seio occipital</p><p>v Seio sigmoide: em forma de S, é uma continuação</p><p>do seio transverso até o forame jugular, onde</p><p>continua diretamente com a veia jugular interna.</p><p>O seio sigmoide drena a quase totalidade do</p><p>sangue venoso da cavidade craniana.</p><p>v Seio cavernoso: um dos mais importantes seios da</p><p>dura-máter. Recebe o sangue proveniente das</p><p>veias oftálmica superior e central da retina,</p><p>além de algumas veias do cérebro.</p><p>2. Aracnóide</p><p>A) Cisternas subaracnóideas: são dilatações do espaço</p><p>subaracnóideo que contém muito líquor.</p><p>B) Trabéculas aracnóideas: atravessam o espaço</p><p>subaracnóideo para se ligar à pia-máter. Estas trabéculas</p><p>lembram uma teia de aranha.</p><p>C) Granulações aracnóideas: são pequenos tubos que</p><p>penetram os seios da dura-máter e absorvem o líquor,</p><p>que neste ponto, vai para o sangue.</p><p>Obs: no adulto e no velho, algumas granulações se</p><p>tornam muito grandes, constituindo os chamados corpos</p><p>de Pacchioni, que frequentemente se calcificam e podem</p><p>deixar impressões na abóbada craniana.</p><p>Líquor</p><p>O líquor é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço</p><p>subaracnóideo e as cavidades ventriculares. Sua função</p><p>primordial é de proteção mecânica do sistema nervoso</p><p>central -> constitui um eficiente mecanismo amortecedor</p><p>dos choques que frequentemente atingem o SNC.</p><p>Sistema ventricular: formação, circulação e absorção do</p><p>líquor. O líquor é produzido até mesmo na ausência de</p><p>plexos corioides*, sendo o epêndima das paredes</p><p>ventriculares responsável por 40% do líquor formado.</p><p>*Plexos corioides = estrutura enovelada formada por dobras de pia-</p><p>máter, vasos sanguíneos e células ependimárias modificadas. É</p><p>encontrada nos ventrículos do sistema nervoso onde é produzida a</p><p>maior parte do líquor.</p><p>Existem plexos corioides nos ventrículos laterais e no</p><p>teto do III e do IV ventrículo. Destes, os ventrículos</p><p>laterais contribuem com o maior contingente liquórico,</p><p>que passa ao III ventrículo pelos forames</p><p>interventriculares e daí ao IV ventrículo através do</p><p>aqueduto cerebral. Por meio das aberturas mediana e</p><p>laterais do IV ventrículo, o líquor formado no interior</p><p>dos ventrículos ganha o espaço subaracnóideo, sendo</p><p>Filipa Viegas M2</p><p>reabsorvido, sobretudo através das granulações</p><p>aracnóideas que se projetam no interior dos seios da</p><p>dura-máter, pelas quais chega à circulação geral</p><p>sistêmica. Como essas granulações predominam no seio</p><p>sagital superior, a circulação do líquor no espaço</p><p>subaracnóideo se faz de baixo para cima. No espaço</p><p>subaracnóideo da medula, o líquor desce em direção</p><p>caudal, mas apenas uma parte volta, pois há reabsorção</p><p>liquórica nas pequenas granulações aracnóideas</p><p>existentes nos prolongamentos da dura-máter que</p><p>acompanham as raízes dos nervos espinais.</p><p>Funções do líquor</p><p>Além de sua função de proteção mecânica do encéfalo, o</p><p>líquor tem as seguintes funções:</p><p>v Manutenção de um meio químico estável no</p><p>sistema ventricular, por meio da troca de</p><p>componentes químicos com os espaços</p><p>intersticiais, permanecendo estável a composição</p><p>química do líquor.</p><p>v Excreção de produtos tóxicos do metabolismo das</p><p>células do tecido nervoso que passam aos espaços</p><p>intersticiais de onde são lançados no líquor e</p><p>deste para o sangue.</p><p>v Veículo de comunicação entre diferentes áreas do</p><p>SNC. Por exemplo: hormônios produzidos no</p><p>hipotálamo são liberados no sangue e no líquor,</p><p>podendo agir sobre regiões distantes do sistema</p><p>ventricular.</p><p>Correlações anatomoclínicas</p><p>A) Hidrocefalia: aumento da quantidade e da pressão do</p><p>líquor, levando à dilatação dos ventrículos e compressão</p><p>do tecido nervoso de encontro ao estojo ósseo, com</p><p>consequências muito graves. Por vezes, a hidrocefalia</p><p>ocorre durante a vida fetal, geralmente em decorrência</p><p>de anomalias congênitas do sistema ventricular. Nesses</p><p>casos, assim como em lactentes jovens, já que os ossos</p><p>do crânio ainda não estão soldados, há grande dilatação</p><p>da cabeça da criança. Já no adulto, como o crânio não se</p><p>expande, a pressão intracraniana se eleva rapidamente,</p><p>Filipa Viegas M2</p><p>com compressão das estruturas e sintomas típicos de</p><p>cefaleia e vômitos, evoluindo para herniação, coma e</p><p>óbito, caso não ocorra tratamento de urgência.</p><p>B) Hematoma epidural: uma das complicações mais</p><p>frequentes dos traumatismos cranianos são as rupturas</p><p>de vasos que resultam em acúmulo de sangue nas</p><p>meninges sob a forma de hematomas. Assim, lesões das</p><p>artérias meníngeas, ocorrendo durante fraturas de</p><p>crânio, sobretudo da artéria meníngea média, resultam</p><p>em acúmulo de sangue entre a dura-máter a os ossos do</p><p>crânio, formando-se um hematoma epidural (ou</p><p>extradural). O hematoma cresce, separando a dura-</p><p>máter do osso, e empurra o tecido nervoso para o lado</p><p>oposto, levando à morte em poucas horas se o sangue em</p><p>seu interior não for drenado.</p><p>C) Hipertensão craniana: tumores, hematomas e outros</p><p>processos expansivos intracranianos comprimem não só</p><p>as estruturas em sua vizinhança imediata, mas todas as</p><p>estruturas da cavidade crânio-vertebral, determinando</p><p>um quadro de hipertensão craniana com sintomas</p><p>característicos, entre os quais se sobressai a cefaleia,</p><p>podendo também ocorrer vômitos.</p>