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3Genética e doenças animais

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<p>Genética e doenças animais</p><p>Prof. Federico Cupello</p><p>Descrição</p><p>Os mecanismos da hereditariedade e das influências de fatores</p><p>ambientais como domínio de conhecimento para o diagnóstico de</p><p>doenças animais e para a compreensão da resistência genética de</p><p>hospedeiros e parasitas.</p><p>Propósito</p><p>Os conhecimentos sobre genética por meio da hereditariedade e das</p><p>influências de fatores ambientais são um importante instrumento para a</p><p>compreensão, o controle e a determinação da propensão a doenças,</p><p>distúrbios e resistência a infecções em animais de companhia e de</p><p>produção.</p><p>Objetivos</p><p>Módulo 1</p><p>Padrão de herança</p><p>Reconhecer os mecanismos genéticos que determinam os padrões</p><p>de herança.</p><p>Módulo 2</p><p>Doenças hereditárias</p><p>Identificar as principais doenças hereditárias em animais não</p><p>humanos.</p><p>Módulo 3</p><p>Resistência genética de hospedeiros e</p><p>parasitas</p><p>Identificar os fatores genéticos associados à resistência de</p><p>hospedeiros e parasitas.</p><p>Introdução</p><p>Você já pensou por que determinadas características ou doenças</p><p>podem aparecer nos descendentes sem que os pais as</p><p>manifestem? Ou ainda como os pais podem apresentar</p><p>determinada característica e os descendentes não a possuírem?</p><p>As respostas para essas questões estão diretamente</p><p>relacionadas a alguns conhecimentos de genética que envolvem</p><p>os mecanismos da hereditariedade e das possibilidades de</p><p>influências externas, ou seja, aquelas que o ambiente pode</p><p>exercer sobre os indivíduos.</p><p>É importante destacar que doenças hereditárias são aquelas</p><p>transmitidas de uma geração à outra, isto é, passadas dos pais</p><p></p><p>para os filhos. Essas doenças se associam à presença de genes</p><p>anormais ou alterações cromossômicas que levam ao</p><p>surgimento de determinadas características, as quais podem ser</p><p>observadas logo após o nascimento ou se manifestam no</p><p>decorrer da vida do indivíduo.</p><p>O padrão de herança pode ser determinado por alguns fatores,</p><p>tais como: aqueles relacionados aos cromossomos</p><p>autossômicos e aos cromossomos sexuais (padrão de herança</p><p>clássico); aqueles relacionados à herança mitocondrial (padrão</p><p>de herança não clássico); e aqueles relacionados a uma</p><p>diversidade de fatores, como a associação de genes e as</p><p>influências ambientais (padrão de herança multifatorial).</p><p>Portanto, o reconhecimento dos mecanismos de transmissão</p><p>dessas características — especialmente aquelas relacionadas às</p><p>doenças hereditárias por meio da possibilidade de seu</p><p>diagnóstico e controle — assim como o reconhecimento da</p><p>resistência genética de hospedeiros e parasitas e suas</p><p>estratégias de utilização são importantes ferramentas para as</p><p>atividades relacionadas aos animais de companhia e de</p><p>produção.</p><p>1 - Padrão de herança</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os mecanismos genéticos que</p><p>determinam os padrões de herança.</p><p>Introdução aos padrões de herança</p><p>genética</p><p>Certamente você já deve ter ouvido frases do tipo: “puxou ao pai” ou “ele</p><p>se parece mais com a mãe”. Essas frases são comuns no nosso dia a</p><p>dia e se referem à transmissão de características entre os indivíduos</p><p>aparentados.</p><p>A partir disso, podemos nos fazer algumas perguntas: como se dá a</p><p>transmissão de características entre os seres vivos? Por que algumas</p><p>características são herdadas pelos descendentes de um dos genitores?</p><p>Por que algumas características não são herdadas pelos descendentes</p><p>diretos e reaparecem em netos ou bisnetos?</p><p>O primeiro passo para se obter as respostas é compreender os</p><p>mecanismos de herança genética e entender que esses conhecimentos</p><p>podem ser uma importante ferramenta para a compreensão, a previsão</p><p>e o diagnóstico das condições de um indivíduo por meio da análise do</p><p>histórico familiar e suas possíveis influências entre as gerações.</p><p>O princípio básico para se entender como ocorre o</p><p>padrão de herança está diretamente relacionado à</p><p>hereditariedade, que pode ser definida como a</p><p>transmissão de características dos pais para os filhos,</p><p>ou seja, de uma geração à outra.</p><p>Esse princípio foi descrito por Gregor Mendel (1822-1884) com base em</p><p>experimentos realizados a partir do cruzamento entre variedades de</p><p>ervilhas. A análise de seus resultados permitiu a elaboração de</p><p>hipóteses explicativas que ficaram conhecidas como as leis de Mendel.</p><p>Tais leis demonstram a capacidade de determinar, usando a</p><p>probabilidade, as possibilidades de reaparecimento de certa</p><p>característica nas gerações posteriores.</p><p>A herança genética das características e das doenças pode ocorrer</p><p>obedecendo aos padrões clássico, não clássico e multifatorial de</p><p>herança. Cada um deles apresenta as condições ou as possibilidades de</p><p>ocorrência ou de surgimento de determinada característica ou doença e</p><p>podem se relacionar a fatores de origem hereditária ou à interação das</p><p>características genéticas com o ambiente.</p><p>No padrão clássico de herança, temos as alterações ou características</p><p>causadas por apenas um gene, chamadas monogênicas. Esse tipo de</p><p>herança depende da localização do gene ou, ainda, pode haver a</p><p>necessidade de um ou de poucos genes para que o fenótipo seja</p><p>expresso, desde que essa expressão não receba influência do meio ou</p><p>seja pouco influenciada por ele. É chamado de padrão porque está</p><p>diretamente relacionado aos padrões de herança da genética clássica,</p><p>aquela proposta por Mendel, e pode ser autossômica ou ligada ao sexo</p><p>e, ainda, dominante ou recessiva.</p><p>Atenção!</p><p>É importante destacar que o padrão clássico de herança não se estende</p><p>a todas as condições genéticas que determinam a herança para</p><p>determinado distúrbio. Existem outras formas de herança que não estão</p><p>diretamente ligadas à genética clássica e, por isso, são chamadas de</p><p>padrão não clássicos de herança, como no caso da herança</p><p>mitocondrial e na herança que depende da interação de inúmeras</p><p>variáveis para a determinação do distúrbio ou doença, chamada de</p><p>multifatorial.</p><p>Observe o mapa conceitual a seguir que relaciona os padrões de</p><p>heranças estudados neste módulo.</p><p>Padrões de herança genética.</p><p>Herança autossômica</p><p>A herança autossômica se refere à transmissão de certa anomalia</p><p>determinada por um gene que está presente em cromossomos</p><p>autossômicos, ou seja, que não estão relacionados ao sexo do indivíduo</p><p>(cromossomos sexuais). Dessa forma, os indivíduos podem ser</p><p>afetados pela anomalia na mesma proporção, independentemente do</p><p>sexo.</p><p>Existem dois tipos de herança autossômica:</p><p>Herança autossômica dominante</p><p>Herança autossômica recessiva</p><p>Os dois casos seguem o padrão de hereditariedade proposto por</p><p>Mendel em suas leis e podem ser determinados probabilisticamente a</p><p>partir da análise da genealogia dos indivíduos. Entenda cada caso logo</p><p>em seguida.</p><p>Heredograma da hemofilia nas famílias reais europeias.</p><p>Herança autossômica dominante</p><p>Nas anomalias de padrão de herança autossômica dominante, é</p><p>necessária apenas uma cópia do gene com a alteração, que pode ser</p><p>herdado de um dos genitores. O indivíduo afetado tem um dos genitores</p><p>com a mesma anomalia. Assim, a anomalia pode se manifestar em</p><p>homozigose ou heterozigose.</p><p>Na herança autossômica dominante, a característica ou anomalia é</p><p>transmitida de forma vertical; portanto, a transmissão ocorre de forma</p><p>direta dos avós para os pais e destes últimos para os filhos. Todas as</p><p>gerações apresentarão, no mínimo, um indivíduo afetado, com exceção</p><p>da ocorrência de novas mutações atribuídas à idade avançada dos</p><p>genitores.</p><p>A probabilidade da manifestação da herança autossômica dominante é</p><p>descrita da seguinte forma:</p><p> Se apenas um dos genitores possuir uma cópia do</p><p>gene com a alteração (heterozigoto), há 50% de</p><p>chances de os descendentes apresentarem a</p><p>característica ou anomalia.</p><p> Se ambos os genitores apresentarem uma cópia do</p><p>gene (heterozigotos) que determina a característica</p><p>ou anomalia, há 75% de chances de os</p><p>descendentes apresentarem a característica ou</p><p>li 25% d d d ã</p><p>Existem alguns critérios que servem para a identificação do padrão de</p><p>herança autossômica dominante. Esses critérios não são rígidos, mas</p><p>facilitam a análise, a previsão e o diagnóstico</p><p>da anomalia. São eles:</p><p>anomalia e 25% de os descendentes não as</p><p>herdarem.</p><p> Se apenas um dos genitores possuir duas cópias do</p><p>gene com a alteração (homozigoto), há 100% de</p><p>chances de os descentes apresentarem a</p><p>característica ou anomalia.</p><p> A característica ou anomalia ocorre na mesma</p><p>proporção nos indivíduos, independentemente do</p><p>sexo.</p><p> Indivíduos que apresentam a característica ou</p><p>anomalia são �lhos de casais nos quais ao menos</p><p>um dos genitores é afetado. Genitores normais não</p><p>possuem �lhos afetados, exceto no caso de mutação</p><p>ou penetrância incompleta.</p><p> A característica ou anomalia aparece em todas as</p><p>gerações.</p><p>Na imagem, temos um heredograma que apresenta o padrão de herança</p><p>autossômico dominante, com exceção do indivíduo III-3 (seta vermelha),</p><p>que aparentemente transmite o traço dominante, mas não o expressa.</p><p>Isso pode ser interpretado como um exemplo de penetrância</p><p>incompleta.</p><p>Herança autossômica recessiva</p><p>A herança autossômica recessiva é caracterizada pela necessidade de</p><p>duas cópias de um gene para determinada característica ou anomalia,</p><p>isto é, é necessário que ocorra homozigose recessiva. Essas cópias são</p><p>herdadas de cada um dos genitores. Se o indivíduo herdar uma cópia do</p><p>gene defeituoso de um dos genitores e um gene normal do outro, ele</p><p>não apresentará a característica ou anomalia e será apenas portador.</p><p>No mesmo grupo familiar, existem maiores chances de ocorrência de</p><p>indivíduos com o mesmo alelo, dessa forma, o cruzamento entre</p><p>parentes próximos (consanguinidade) aumenta a probabilidade de</p><p>ocorrência de indivíduos afetados. A probabilidade da manifestação da</p><p>herança autossômica recessiva pode ser descrita da seguinte forma:</p><p>Se apenas um dos genitores possuir uma cópia do gene com a</p><p>alteração (heterozigoto), ele é chamado de portador e há 50%</p><p>de chances de os descendentes serem portadores da</p><p>característica ou anomalia.</p><p>Se ambos os genitores são portadores de uma cópia do gene</p><p>(heterozigotos) que determina a característica ou anomalia, há</p><p>25% de chances de os descendentes apresentarem a</p><p>característica ou anomalia, 50% de chances de os</p><p>descendentes serem normais portadores e 25% de chances de</p><p>os descendentes não herdarem a característica ou anomalia.</p><p>Se apenas um dos genitores for afetado, possuindo duas</p><p>cópias do gene com a alteração (homozigoto), há 100% de</p><p>chances de os descendentes serem portadores da</p><p>característica ou anomalia.</p><p>Os critérios para a identificação do padrão de herança autossômica</p><p>recessiva não são rígidos, assim como aqueles para a herança</p><p>autossômica dominante. Eles têm a finalidade de facilitar a análise, a</p><p>previsão e o diagnóstico da anomalia desse padrão de herança. São</p><p>eles:</p><p> Ambos os sexos são afetados na mesma</p><p>proporção.</p><p> Em geral, os indivíduos afetados são</p><p>resultado de cruzamentos consanguíneos.</p><p> Tipicamente, a característica ou anomalia</p><p>aparece apenas entre os irmãos, ela não</p><p>aparece nos genitores ou descendentes.</p><p>Heredograma que representa o padrão de herança autossômico recessivo.</p><p>Herança ligada ao sexo</p><p>Em um cariótipo normal, existem dois grupos diferentes de</p><p>cromossomos: os cromossomos autossômicos e os cromossomos</p><p>sexuais. A herança ligada ao sexo é um tipo de herança genética que se</p><p>relaciona aos genes localizados nos cromossomos sexuais e que</p><p>podem determinar certas características nos indivíduos.</p><p>Existem três tipos de mecanismos para a determinação do sexo em</p><p>animais:</p><p></p><p>Tipo Drosó�la ou XY</p><p></p><p>Tipo Protenor ou X0</p><p></p><p>Tipo Abraxas ou ZW</p><p> Em média, 25% dos descendentes são</p><p>afetados.</p><p>No tipo Drosófila ou XY, a fêmea é chamada de homogamética e possui</p><p>cromossomos sexuais iguais (XX). Já os machos são chamados de</p><p>heterogaméticos, possuem cromossomos sexuais desiguais (XY) e</p><p>determinam o sexo da prole. Esse padrão ocorre em mamíferos, alguns</p><p>insetos, algumas espécies de peixes e plantas.</p><p>No sistema Drosófila ou XY, a fêmea é homogamética e o macho é heterogamético.</p><p>No tipo Protenor ou X0, as espécies não possuem o cromossomo Y. É</p><p>caracterizado pela ausência de um cromossomo sexual, o que</p><p>determina a formação de um indivíduo do sexo masculino (X0). Já as</p><p>fêmeas têm sua formação determinada pelo par de cromossomos X</p><p>(XX). Assim, o cariótipo dos machos possui número ímpar de</p><p>cromossomos e as fêmeas possuem número par. Esse padrão ocorre na</p><p>maioria dos insetos.</p><p>No sistema Protenor ou X0 (ou haploide/diploide), a definição do sexo</p><p>ocorre pelo número de conjuntos cromossômicos, nos quais dois</p><p>conjuntos cromossômicos levam à formação de fêmeas; um conjunto, à</p><p>formação de machos.</p><p>No tipo Abraxas ou ZW, a fêmea é o sexo heterogamético (ZW) e</p><p>determina o sexo da prole. Já o macho é homogamético e tem o sexo</p><p>determinado pelos cromossomos sexuais ZZ. Esse padrão ocorre em</p><p>algumas espécies de aves, répteis, peixes e insetos.</p><p>No sistema Abraxas ou ZW, a fêmea é heterogamética e o macho é homogamético.</p><p>Existem outros tipos de determinação do sexo, como é o caso da</p><p>temperatura e da partenogênese. Em algumas espécies de répteis, o</p><p>sexo da prole depende da temperatura de incubação dos ovos. Na</p><p>partenogênese, os embriões se desenvolvem sem que haja fecundação</p><p>e possuem apenas cromossomos de origem materna.</p><p>Sphenodon punctatus.</p><p>Chrysemys picta.</p><p>Crocodilianos.</p><p>Em algumas espécies de répteis (Sphenodon punctatus; Chrysemys</p><p>picta; crocodilianos) a determinação do sexo ocorre pela ativação de</p><p>genes diferentes dependendo da temperatura de desenvolvimento dos</p><p>embriões.</p><p>Herança ligada ao cromossomo X</p><p>Esse tipo de herança é decorrente da falta de homologia entre os</p><p>cromossomos X e Y. Ela acontece por anomalia em genes presentes no</p><p>cromossomo X e que não possuem alelos no cromossomo Y. O</p><p>cromossomo X é de origem materna nos indivíduos do sexo masculino</p><p>e os indivíduos do sexo feminino herdam os cromossomos X de ambos</p><p>os genitores. Ocorrem dois tipos de padrões nessa herança: herança</p><p>recessiva ligada ao sexo e herança dominante ligada ao sexo.</p><p>Herança recessiva ligada ao sexo (ao X)</p><p>Na herança recessiva ligada ao sexo (ao X), os indivíduos do sexo</p><p>masculino são frequentemente mais afetados pela presença do gene</p><p>em dose simples. Já nos indivíduos do sexo feminino, é necessária a</p><p>dose dupla do gene em decorrência de possuírem dois cromossomos X.</p><p>Os critérios para a identificação do padrão de herança recessiva ligada</p><p>ao sexo (ao X), assim como os outros padrões de herança, não são</p><p>rígidos, mas podem orientar o diagnóstico e a previsão da ocorrência da</p><p>anomalia ligada ao cromossomo sexual. São eles:</p><p>Herança dominante ligada ao sexo (ao X)</p><p>Por se tratar de herança dominante, aquela relacionada ao cromossomo</p><p>X não pode ser diferenciada da herança autossômica dominante por</p><p>meio da prole feminina afetada. Nesses casos, apenas a prole</p><p>masculina pode orientar a determinação do tipo de herança.</p><p>Exemplo</p><p>Podemos citar a síndrome de Rett, como exemplo. Em bovinos, os sinais</p><p>clínicos podem ser detectados ao nascimento ou nas primeiras</p><p>semanas de vida do animal. A sintomatologia pode apresentar variações</p><p>de intensidade entre os animais afetados e se caracteriza por ataxia,</p><p>andar em círculos, posicionamento incorreto dos membros do animal</p><p>em estação ou em marcha, instabilidade e perda do equilíbrio. A causa</p><p> A ocorrência é mais elevada em indivíduos</p><p>do sexo masculino (heterogamético) do que</p><p>nos indivíduos do sexo feminino</p><p>(homogamético).</p><p> O indivíduo do sexo masculino afetado</p><p>transmite a característica por meio de</p><p>todas as suas �lhas para 50% dos �lhos</p><p>delas.</p><p> Por serem heterogaméticos, os indivíduos</p><p>do sexo masculino nunca transmitem</p><p>diretamente a característica para seus</p><p>�lhos.</p><p>da morte de bovinos afetados está relacionada à inanição (falta de</p><p>alimentação).</p><p>Dessa forma, os critérios para análise de herança dominante ligada ao</p><p>sexo (ao X) podem ser assim descritos:</p><p>Heredograma que representa a herança de um traço ligado ao sexo.</p><p> Os indivíduos do sexo masculino que são</p><p>afetados transmitirão o caráter para todos</p><p>os descendentes do sexo feminino e para</p><p>nenhum do sexo masculino.</p><p> Os indivíduos heterozigotos do sexo</p><p>feminino que são afetados transmitirão o</p><p>caráter para 50% de seus descentes de</p><p>ambos os sexos.</p><p> Os indivíduos homozigotos afetados do sexo</p><p>feminino transmitirão o caráter para todos</p><p>os descendentes.</p><p>Herança mitocondrial</p><p>Entende-se por padrões não clássicos de herança aqueles que</p><p>representam variações às leis de Mendel. Tais variações podem</p><p>envolver inúmeros fatores que se relacionam desde a interação entre</p><p>alelos de um determinado gene até a herança genética de organelas</p><p>como mitocôndrias e cloroplastos que possuem DNA próprios.</p><p>As mitocôndrias são organelas celulares responsáveis pela respiração</p><p>celular e são encontradas exclusivamente em células eucarióticas. Elas</p><p>possuem material genético e ribossomos próprios e, por isso, são</p><p>capazes de produzir algumas das proteínas de que necessitam,</p><p>conseguem se reproduzir por fissão e sua concentração é proporcional</p><p>à atividade metabólica das células e tecidos.</p><p>As mitocôndrias são organelas que participam do metabolismo energético por meio da síntese de</p><p>ATP.</p><p>A herança mitocondrial é uniparental de origem materna, ou seja, os</p><p>descendentes herdam as mitocôndrias de suas genitoras. Esse tipo de</p><p>herança é explicado em parte pelo processo de fertilização, no qual</p><p>muitas mitocôndrias de origem paterna não penetram no ovócito e</p><p>permanecem no exterior dessa célula. As mitocôndrias paternas que</p><p>entram no ovócito são destruídas por mecanismos ativos que</p><p>bloqueiam a contribuição do material genético mitocondrial paterno</p><p>para a célula-ovo.</p><p>Os distúrbios da fosforilação oxidativa mitocondrial (doenças</p><p>mitocondriais) podem ser decorrentes de anomalias no DNA da própria</p><p>mitocôndria ou no DNA nuclear. As anomalias decorrentes da herança</p><p>mitocondrial podem afetar indivíduos de ambos os sexos, sempre que a</p><p>genitora for afetada. Os tecidos muscular estriado esquelético, muscular</p><p>estriado cardíaco e nervoso podem apresentar propensão particular às</p><p>disfunções originadas por alterações nas atividades das mitocôndrias</p><p>por serem tecidos com alto metabolismo energético. Esses distúrbios</p><p>podem assumir a forma de muitas doenças, o que torna o seu</p><p>diagnóstico extremamente difícil em decorrência da grande diversidade</p><p>de suas manifestações clínicas.</p><p>Exemplo</p><p>Podemos citar as doenças neurodegenerativas, a insuficiência cardíaca,</p><p>entre outras.</p><p>As doenças associadas à herança mitocondrial podem ter frequência e</p><p>incidência distintas de acordo com a região, devido aos mecanismos</p><p>adotados para a reprodução dos animais.</p><p>Herança multifatorial</p><p>Geralmente, os estudos relativos à hereditariedade possuem como</p><p>objeto as características que são relativamente simples. Contudo, entre</p><p>as bases moleculares da expressão gênica e da expressão fenotípica,</p><p>existe um longo e vasto caminho de eventos e de desenvolvimentos.</p><p>Dessa forma, deve-se reconhecer que existem “inúmeros fatores”</p><p>genéticos e ambientais que podem contribuir de maneira significativa</p><p>para o fenótipo e que estão em constante interação.</p><p>Em sentido literal, todas as condições de aspectos clínicos são de</p><p>origem “multifatorial”, por apresentarem aspectos genéticos com</p><p>possíveis modificações ambientais. Na herança multifatorial, ocorre a</p><p>variabilidade genética que não está associada a um mecanismo</p><p>unifatorial que explique a herança.</p><p>A altura foi uma das primeiras características quantitativas estudada em detalhes. (a) Distribuição</p><p>da altura de 175 alunos da Connecticut Agricultural College em estudo realizado em 1914. (b)</p><p>Apresentação gráfica da altura dos alunos mostrando sua aproximação de uma distribuição</p><p>normal.</p><p>Exemplo</p><p>Como exemplo clínico de herança multifatorial podemos citar a</p><p>displasia coxofemoral, sendo que diversos fatores podem estar</p><p>associados ao seu desenvolvimento, tais como a massa muscular</p><p>pélvica, o tamanho do animal, a raça, o sexo, a idade, a conformação e a</p><p>nutrição. Entretanto, a frouxidão da articulação coxofemoral é associada</p><p>à origem primária.</p><p>Na herança multifatorial, temos os seguintes princípios básicos:</p><p> O padrão de herança não é reconhecível por</p><p>meio da proposta mendeliana.</p><p> A probabilidade de ocorrência é maior entre</p><p>parentes, se comparada à população em</p><p>geral.</p><p>Ao considerarmos a distribuição da ocorrência determinada por padrões</p><p>de herança multifatoriais, podemos observar poucos indivíduos nos</p><p>extremos, devido à baixa probabilidade de um indivíduo herdar múltiplos</p><p>fatores atuando simultaneamente. Por outro lado, a baixa probabilidade</p><p>desse padrão de herança ocorre em muitos indivíduos.</p><p>Padrão clássico de herança</p><p>Conheça os conceitos associados ao padrão clássico de herança e as</p><p>diferenças em relação à herança mitocondrial e herança multifatorial.</p><p> A probabilidade de ocorrência é maior entre</p><p>parentes próximos (primeiro e segundo</p><p>graus).</p><p> Quanto maior o número de indivíduos</p><p>afetados, maior o risco de ocorrência.</p><p> A frequência é maior em um gênero que em</p><p>outro.</p><p></p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>(IADES – 2016 – Adaptada) A regra de padrões de herança genética</p><p>elucidada por Gregor Mendel, em 1860, deu origem aos padrões</p><p>monogênicos utilizados atualmente em diversas áreas, tais como</p><p>sua aplicação na agricultura e na pecuária. Com base no exposto,</p><p>assinale a alternativa correta:</p><p>A</p><p>A descoberta do gene pela herança genética direta</p><p>funciona na seguinte sequência: 1 – escolher a</p><p>propriedade biológica de interesse; 2 – encontrar</p><p>mutantes que afetam a propriedade; 3 – verificar os</p><p>mutantes quanto à herança monogênica; 4 –</p><p>analisar o DNA; e 5 – verificar a época e o local da</p><p>ação dos genes.</p><p>B</p><p>Ao se cruzarem dois genitores, mesmo que com</p><p>genótipos conhecidos, não é possível prever os</p><p>tipos e as proporções fenotípicas da prole.</p><p>C</p><p>O princípio da herança pode ser aplicado em duas</p><p>direções: 1 – deduzir genótipos a partir de</p><p>proporções fenotípicas; e 2 – prever proporções</p><p>fenotípicas a partir de genitores com genótipos</p><p>conhecidos.</p><p>D</p><p>Nos padrões de herança ligada ao sexo, os alelos</p><p>mutantes na região diferencial do cromossomo X</p><p>apresentam padrão de herança monogênica ligada</p><p>ao X, porém, como existem poucos alelos mutantes</p><p>no cromossomo Y, não há herança monogênica</p><p>ligada ao Y.</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>Enquanto o fenótipo de um indivíduo pode ser observado</p><p>diretamente, mesmo que seja por meio de instrumentos, o genótipo</p><p>tem que ser inferido pela observação do fenótipo, da análise de</p><p>seus pais, filhos e de outros parentes, ou ainda pelo</p><p>sequenciamento do genoma do indivíduo, ou seja, pela leitura dos</p><p>genes.</p><p>Questão 2</p><p>Em geral, a análise genética de amostras biológicas usadas em</p><p>perícias de investigação de parentesco é realizada com o uso de</p><p>DNA nuclear. No entanto, em determinadas situações, é possível</p><p>utilizar o DNA extraído de outra organela,</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>E</p><p>As proporções fenotípicas em ambos os sexos são</p><p>semelhantes na herança autossômica e na herança</p><p>ligada ao sexo.</p><p>A</p><p>o peroxissomo, cuja herança é frequentemente</p><p>biparental.</p><p>B</p><p>a mitocôndria, cuja herança é predominantemente</p><p>uniparental materna.</p><p>C</p><p>o lisossomo, cuja herança é predominantemente</p><p>uniparental paterna, sendo raramente materna.</p><p>D</p><p>o retículo endoplasmático rugoso, cuja herança é</p><p>exclusivamente biparental.</p><p>E</p><p>o complexo de Golgi, cuja herança é uniparental,</p><p>materna ou paterna</p><p>Somente as mães transmitem as mitocôndrias e,</p><p>consequentemente, o DNA mitocondrial para os descendentes.</p><p>Parte da explicação de como ocorre a herança materna das</p><p>mitocôndrias se origina no próprio processo de fertilização.</p><p>2 - Doenças hereditárias</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as principais doenças hereditárias em</p><p>animais não humanos.</p><p>Doenças monogênicas, oligogênicas</p><p>e poligênicas</p><p>Toda doença apresentada por um indivíduo é herdada de seus</p><p>progenitores? O primeiro passo para se responder essa pergunta está</p><p>em compreender a diferença entre doença genética, doença</p><p>hereditária</p><p>e doença congênita.</p><p>Entenda essas diferenças a seguir:</p><p>Doença genética</p><p>A doença está associada a uma alteração no material genético do</p><p>indivíduo que pode ser adquirida ao longo de sua vida.</p><p>Doença hereditária</p><p>Está relacionada à transmissão de características ao longo das</p><p>gerações e podem ou não se manifestar em algum momento da vida do</p><p>indivíduo.</p><p>Doença congênita</p><p>É a doença adquirida por um transtorno ou trauma durante o</p><p>desenvolvimento embrionário ou ao nascimento.</p><p>As doenças hereditárias fazem parte da genética familiar do indivíduo e</p><p>seguem o padrão de herança mendeliano. Elas estão divididas em</p><p>autossômicas e ligadas ao sexo (padrões de herança estudados</p><p>anteriormente) e podem estar associadas à quantidade de genes</p><p>envolvidos, sendo, dessa forma, classificadas em monogênicas,</p><p>oligogênicas e poligênicas. Cada uma delas possui diferentes riscos de</p><p>ocorrência e sua incidência está relacionada às peculiaridades da etnia,</p><p>da raça, da descendência e das formas de acasalamento. O</p><p>aconselhamento genético realizado por um profissional habilitado pode</p><p>esclarecer dúvidas, verificar probabilidades e ajudar no planejamento de</p><p>cruzamentos de animais de companhia e produção.</p><p>Doenças monogênicas afetam um único gene e, portanto,</p><p>são atribuídas a uma única variante genética.</p><p>Sua expressão não é influenciada ou sofre pouca influência do</p><p>ambiente, e sua herança segue os padrões mendelianos de</p><p>hereditariedade, por isso são chamadas de monogênicas ou</p><p>mendelianas.</p><p>Essa condição se relaciona a três padrões de herança:</p><p></p><p>Autossômica dominante</p><p></p><p>Autossômica recessiva</p><p></p><p>Ligada ao sexo</p><p>Dessa forma, a probabilidade de um dos progenitores afetados</p><p>transmitir a doença aos seus descentes obedece aos padrões de</p><p>herança mendelianos, nos quais apenas uma cópia do gene pode ser</p><p>suficiente para a determinação da anomalia.</p><p>Em determinadas situações, pode existir certa dificuldade para o</p><p>estabelecimento de relações de correspondência entre o genótipo e o</p><p>fenótipo. Isso nos indica que o modelo proposto por Mendel é útil para</p><p>uma análise primária capaz de indicar a origem e os riscos genéticos de</p><p>doenças familiares. Contudo, esse modelo pode ser considerado</p><p>incompleto ou limitado para se entender alterações ou doenças de</p><p>cunho celular ou fisiológicos.</p><p>As doenças que atualmente são tidas como monogenéticas seriam</p><p>mais bem descritas e compreendidas como herança oligogênica.</p><p>As doenças oligogênicas são caracterizadas por</p><p>apresentarem herança governada por alelos de um</p><p>pequeno número de lócus de influências mútuas e</p><p>simultâneas associadas à interação epistática,</p><p>resultando em características que não podem ser</p><p>mapeadas pelos métodos tradicionais.</p><p>A observação da herança de características oligogênicas pode oferecer</p><p>importantes recursos na proposição e condução de programas</p><p>relacionados ao melhoramento genético de diversas culturas, embora as</p><p>doenças de herança oligogênicas ainda permaneçam pouco</p><p>compreendidas.</p><p>As doenças poligênicas, ou também chamadas de</p><p>multifatoriais, são resultado de diversos fatores</p><p>genéticos, de mutações ou eventos relacionados ao</p><p>silenciamento genético.</p><p>Os típicos padrões mendelianos de herança não se encaixam na</p><p>herança poligênica, pois um único gene ou evento mutacional não será</p><p>capaz de oferecer um diagnóstico ou previsão do risco de ocorrência do</p><p>evento.</p><p>Atenção!</p><p>Os distúrbios de origem poligênica podem incluir diversas doenças de</p><p>caráter crônico na fase adulta do indivíduo, alterações ou malformações</p><p>de origem congênita, síndromes dismórficas, câncer em quase todos os</p><p>casos, doenças cardíacas, entre outros.</p><p>Supõe-se que a deiscência testicular incompleta ou anormal em equinos</p><p>seja um exemplo de padrão de herança dominante. Em outras espécies,</p><p>imagina-se que ela seja determinada por padrão de herança recessiva</p><p>ligada ao sexo. O criptorquidismo em equinos também pode ser</p><p>associado ao padrão poligênico.</p><p>Todas essas manifestações de doenças estão associadas a alterações</p><p>genéticas e suas interações com fatores ambientais. As doenças e as</p><p>famílias de doenças poligênicas são de grande complexidade e, por</p><p>isso, são pouco elucidadas em aspectos moleculares dada a dificuldade</p><p>na identificação do efeito de cada gene envolvido e nos mecanismos de</p><p>herdabilidade desses genes.</p><p>Principais doenças em animais de</p><p>companhia e produção</p><p>Vamos conhecer algumas das principais doenças hereditárias que</p><p>acometem animais de companhia e produção.</p><p>Abiotrofïa cerebelar</p><p>Enfermidade que afeta equinos. É uma doença degenerativa do sistema</p><p>nervoso e é caracterizada pela degeneração progressiva e precoce das</p><p>células de Purkinje localizadas no cerebelo.</p><p>Atenção!</p><p>Os sinais clínicos são progressivos e aparecem ao nascimento ou</p><p>algumas semanas depois, levando à morte do animal após alguns</p><p>meses. Os sinais incluem: hipermetria, ataxia, crises epileptiformes,</p><p>opistótono, nistagmo e perda do equilíbrio.</p><p>Abraquia</p><p>Também denominada agenesia braquial, é uma alteração regressiva</p><p>congênita que pode ser caracterizada pela falta dos membros anteriores</p><p>do animal, podendo essa ausência ser unilateral ou bilateral. Abraquia</p><p>significa literalmente “ausência congênita do desenvolvimento dos</p><p>braços” e ocorre no embrião ou feto na vida intrauterina. As suas causas</p><p>não são bem estabelecidas, mas provavelmente estão mais ligadas a</p><p>fatores genéticos.</p><p>Caso de abraquia em equino.</p><p>Acrodermatite letal</p><p>Enfermidade genética recessiva que induz a uma baixa absorção de</p><p>zinco independentemente da concentração desse mineral na dieta</p><p>animal, levando ao retardo do crescimento, a lesões cutâneas graves e</p><p>ao prejuízo da imunidade mediada por célula.</p><p>Observe as imagens do filhote de cão da raça bull terrier, do sexo</p><p>feminino com idade de 4 meses, acometido por acrodermatite letal.</p><p>Retardo no crescimento e foliculite discreta, porém generalizada.</p><p>Despigmentação bilateral das junções mucocutâneas e intenso eritema acometendo as regiões</p><p>nasal e periocular.</p><p>Os coxins palmares com hiperqueratose e presença de crostas, bem como eritema e onicogrifose.</p><p>Anomalia cardíaca congênita</p><p>Doença que afeta cães. Está relacionada a anomalias cardíacas como</p><p>alteração no canal arterial persistente, estenose aórtica, defeito do</p><p>septo ventricular e estenose ventricular.</p><p>Veja algumas imagens abaixo de aspectos macroscópicos das</p><p>alterações congênitas do coração e de grandes vasos em cães.</p><p>(A) Estenose subaórtica com camada de tecido conjuntivo</p><p>fibroso esbranquiçado no ventrículo esquerdo.</p><p>(B) Defeito do septo atrial, caracterizado por orifício</p><p>comunicando os dois átrios.</p><p>(C) Persistência do arco aórtico direito, caracterizada pela</p><p>formação de um ligamento fibroso sobre o esôfago e traqueia,</p><p>causando a dilatação da porção cranial esofágica.</p><p>(D) Megaesôfago no cão com persistência do arco aórtico</p><p>direito da figura anterior.</p><p>(E) Persistência do ducto arterioso, comunicação à aorta e à</p><p>artéria pulmonar.</p><p>(F) Estenose pulmonar com camada espessa de tecido</p><p>conjuntivo fibroso abaixo das válvulas semilunares</p><p>pulmonares, com dilatação da artéria pulmonar.</p><p>Artrogripose</p><p>A artrogripose múltipla congênita (AMC) é uma condição caracterizada</p><p>por deformidade e rigidez das articulações, na qual o filhote não</p><p>consegue realizar movimentos ou mudar a posição. É identificada logo</p><p>após o nascimento.</p><p>Ovino com perosmus elumbis, apresentando artrogripose dos membros posteriores.</p><p>Ovino com artrogripose bilateral, apresentando flexão das articulações cárpicas e hiperextensão</p><p>das articulações metacarpo e metatarso falangeanos.</p><p>Atopia</p><p>Enfermidade que afeta cães e resulta de resposta imunológica ao</p><p>ambiente, caracterizando-se pela inflamação da pele com prurido</p><p>intenso.</p><p>Atro�a progressiva da retina</p><p>Doença autossômica recessiva que afeta cães e gatos. É considerada</p><p>degenerativa e compromete as células responsáveis pela conversão da</p><p>imagem, podendo levar à cegueira.</p><p>Cão com atrofia progressiva da retina.</p><p>Cancro</p><p>Doença poligênica que afeta cães e pode levar ao surgimento</p><p>de</p><p>tumores como o osteossarcoma, o cancro da pele e tecidos moles, o</p><p>cancro da mama e os melanomas.</p><p>Observe, a seguir, o exame radiográfico e histológico de cão da raça</p><p>pastor-alemão, do sexo feminino com 5 anos de idade.</p><p>Radiografia de membro anterior direito, evidenciando o triângulo de Codman na região proximal do</p><p>úmero (círculo).</p><p>Fotomicrografia apresenta um aglomerado de células neoplásicas de osteossarcoma; as setas</p><p>menores indicam a anisocitose e as setas maiores indicam pleomorfismo.</p><p>Cardiomiopatia dilatada</p><p>Doença cardíaca de caráter poligênico que pode afetar algumas raças</p><p>de cães e gatos. A doença se caracteriza por uma dilatação ou</p><p>espessamento do miocárdio, levando à diminuição do espaço disponível</p><p>para o fluxo sanguíneo. Pode gerar dificuldades respiratórias,</p><p>emagrecimento, intolerância a exercícios, desmaios e até mesmo morte.</p><p>Cardiomiopatia dilatada em um cão sem raça definida. Dilatação biventricular dando formato</p><p>globoso ao coração. VD – ventrículo direito; VE – ventrículo esquerdo.</p><p>Cardiomiopatia dilatada canina em um cão sem raça definida. VD – ventrículo direito; VE –</p><p>ventrículo esquerdo.</p><p>Catarata</p><p>É uma perda de transparência do cristalino. O cristalino desempenha um</p><p>papel crucial na visão refrativa. A catarata congênita geralmente é</p><p>diagnosticada no nascimento. Fatores genéticos, metabólicos,</p><p>traumáticos e infecciosos podem levar à catarata. A catarata congênita</p><p>pode ser herdada em um padrão autossômico dominante ou recessivo,</p><p>bem como estar ligada ao X.</p><p>Catarata matura.</p><p>Catarata hipermatura.</p><p>Citrulinemia</p><p>Doença autossômica recessiva que acomete bovinos e está relacionada</p><p>ao acúmulo de amônia no cérebro do embrião em decorrência da</p><p>deficiência de uma enzima do ciclo da ureia.</p><p>Bezerro apresentando ataxia, depressão e torção lateral da cabeça.</p><p>De�ciência de adesão leucocitária bovina</p><p>Doença autossômica recessiva que afeta bovinos e se caracteriza pela</p><p>alteração na atividade do sistema imunológico, especificamente aquela</p><p>realizada pelos glóbulos brancos.</p><p>De�ciência de fator XI</p><p>Distúrbio hemorrágico que afeta bovinos e envolve a participação do</p><p>fator XI na cascata de coagulação sanguínea. Essa anomalia pode levar</p><p>à redução de partos e ao aumento da propensão a doenças infecciosas.</p><p>De�ciência de uridina monofosfato sintetase</p><p>Doença autossômica recessiva que acomete cães e se caracteriza por</p><p>provocar morte prematura do embrião no animal.</p><p>Dermatite atópica canina</p><p>Doença de herança poligênica que afeta cães. Os aspectos clínicos são</p><p>coceira, queda de pelos e lambedura decorrentes da resposta exagerada</p><p>do sistema imunológico a agentes alérgicos (pólen, fungos e ácaros).</p><p>Observe as imagens da dermatite atópica canina, a seguir:</p><p>Hipotricose e alopecia na face, concentrada nas regiões nasal e periocular.</p><p>Pústula e hemorragia na região toracolombar.</p><p>Dilatação ou volvo gástrico</p><p>Doença de herança poligênica que afeta cães de raças grandes. Trata-se</p><p>de uma predisposição para dilatação ou torção do estômago. Está</p><p>relacionada a hábitos alimentares e a características anatômicas do</p><p>trato intestinal.</p><p>Radiografia mostrando a dilatação gástrica em cão.</p><p>Displasia coxofemoral</p><p>Também conhecida como displasia de quadril. Trata-se de uma das</p><p>principais doenças musculoesqueléticas em cães. Essa doença leva à</p><p>má formação da articulação dos ossos do quadril e do fêmur e pode</p><p>levar a quadros de dores e dificuldades de locomoção.</p><p>Observe a radiografia em posição ventrodorsal de um cão da raça</p><p>boiadeiro de Berna (Bernese mountain dog), a seguir.</p><p>(a) Pré-operatório, aos 5 meses de idade.</p><p>(b) Cão com 11 meses, após o procedimento cirúrgico de sinfisiodese púbica.</p><p>Displasia do cotovelo</p><p>Doença que acomete cães e possui como aspectos clínicos o</p><p>crescimento anormal entre os ossos do rádio e ulna e possível fratura ou</p><p>osteocondrite da articulação do cotovelo.</p><p>Displasia do cotovelo em cão.</p><p>Doença de von Willebrand</p><p>Doença autossômica recessiva que afeta a coagulação sanguínea em</p><p>cães. Essa anomalia é causada pela falta de um dos fatores que</p><p>contribuem com a coagulação sanguínea e pode levar ao sangramento</p><p>excessivo.</p><p>Epistaxe contínua em cão com doença de von Willebrand tipo 1.</p><p>Doença do trato inferior</p><p>Doença de herança poligênica que acomete felinos e se caracteriza por</p><p>um conjunto de alterações no trato urinário que envolvem urolitíase,</p><p>uretrite, cistite e obstruções das vias urinárias.</p><p>Abaixo, vamos ver exemplos de nefrólitos, urocistólitos e uretrólitos.</p><p>Nefrólitos</p><p>Cálculos localizados no rim.</p><p>Urocistólitos</p><p>Cálculos localizados na bexiga.</p><p>Uretrólitos</p><p>Cálculos localizados na uretra.</p><p>Nefrólitos.</p><p>Múltiplos cálculos ovais na pelve renal.</p><p>Nefrólitos.</p><p>Múltiplos cálculos irregulares na pelve renal levemente</p><p>dilatada. O parênquima renal está firme e a superfície</p><p>subcapsular irregular devido à nefrite intersticial crônica</p><p>concomitante e não relacionada.</p><p>Urocistólitos.</p><p>Na luz vesical, há um cálculo branco-amarelado e irregular com</p><p>numerosas projeções pontiagudas. Cistite necro-hemorrágica,</p><p>multifocal e moderada secundária à urolitíase também é</p><p>observada.</p><p>Urocistólitos.</p><p>Pequenos e múltiplos cálculos são observados na luz vesical.</p><p>Urocistólitos.</p><p>Grande quantidade de material arenoso, entremeado por</p><p>pequenos e múltiplos cálculos na luz vesical.</p><p>Uretrólitos.</p><p>Uretrólitos obstruindo parcialmente a luz uretral, na base do</p><p>osso peniano há um cálculo de superfície irregular.</p><p>Doença renal policística</p><p>Está relacionada ao desenvolvimento de cistos nos rins com evolução</p><p>para doença renal crônica. O quadro clínico envolve sede excessiva,</p><p>letargia, diarreia, vômito, aumento considerável da micção e perda de</p><p>peso.</p><p>Epilepsia hereditária</p><p>Doença de herança poligênica em cães que se manifesta no primeiro</p><p>ano de vida do animal e se caracteriza por provocar ataques</p><p>convulsivos.</p><p>Epilepsia idiopática</p><p>Doença que afeta cães e é caracterizada por provocar atividades</p><p>anormais do sistema nervoso central, convulsões, salivação excessiva,</p><p>vômitos e comportamentos anormais.</p><p>Epiteliogênese imperfeita</p><p>Doença caracterizada pela incompleta formação epitelial decorrente de</p><p>falhas germinativas no ectoderma e mesoderma durante o período</p><p>embrionário. Varia em grau de gravidade e já foi descrita na maior parte</p><p>das espécies domésticas. Em algumas delas, resulta de mutações</p><p>geneticamente herdadas, mas em outras a hereditariedade não foi</p><p>comprovada.</p><p>Lesões cutâneas simples (a) e múltiplas (b) de epiteliogênese</p><p>imperfeita, todas localizadas na metade caudal do corpo. As</p><p>lesões em recém-nascidos são úmidas e brilhantes (a).</p><p>(c) Lesão se estendendo mais profundamente dentro da</p><p>derme.</p><p>Lesões cutâneas.</p><p>Evolução de uma lesão em um leitão afetado aos 3 (d), 10 (e) e</p><p>31 dias (f) de idade.</p><p>Hemo�lia em felinos</p><p>Doença autossômica recessiva que acomete felinos e se caracteriza por</p><p>provocar distúrbios hemorrágicos, nos quais o sangue do animal não</p><p>coagula adequadamente em casos de lesões, levando a hemorragias.</p><p>Hipotireoidismo em cães</p><p>Doença endócrina causada pela baixa produção de hormônios da</p><p>tireoide relacionados ao metabolismo do organismo. A baixa produção</p><p>desses hormônios pode levar à perda de peso, intolerância a exercícios,</p><p>distúrbios neurológicos e dermatológicos.</p><p>Cão com hipotireoidismo. (A) Estrutura do corpo menor, comparada ao padrão da raça,</p><p>lateralização da cabeça para a direita, hipotricose localizada principalmente em pescoço e dorso.</p><p>(B) Alopecia localizada em cauda (cauda de rato). (C) Cabeça larga, plano nasal largo. (D)</p><p>Distúrbios oftálmicos (triquíase, secreção ocular, abertura incompleta dos olhos).</p><p>Imunode�ciência severa combinada</p><p>Doença autossômica recessiva que afeta equinos e é responsável pela</p><p>incapacidade do potro em combater infecções, podendo levar o animal à</p><p>morte em alguns meses de vida.</p><p>Lábio leporino</p><p>Na grande maioria dos casos, essa anomalia é resultado da combinação</p><p>da suscetibilidade genética com fatores ambientais. Ainda existem</p><p>controvérsias sobre as causas ambientais,</p><p>mas acredita-se que a</p><p>deficiência nutricional durante a gestação seja uma delas.</p><p>Vista dorsal de crânio de cão com lábio leporino esquerdo.</p><p>Fenda palatina secundária em ovino mostrando comunicação das cavidades oral e nasal.</p><p>Luxação patelar</p><p>Doença de herança poligênica que afeta cães. É comum em raças</p><p>pequenas e se caracteriza pelo deslocamento da patela para uma</p><p>posição anormal. Pode causar artrite, dor e instabilidade dos membros.</p><p>Joelhos de um gato com luxação patelar medial grau IV. (A) A patela esquerda está deslocada</p><p>medialmente. (B) Radiografia ventrodorsal dos membros pélvicos no mesmo animal. A patela está</p><p>deslocada medialmente (círculo vermelho), a extremidade distal do fêmur tem discreta curvatura</p><p>medial e a extremidade proximal da tíbia tem discreto desvio lateral.</p><p>Merle</p><p>É um padrão de pelagem em cães que ocorre em diferentes cores e</p><p>raças. O gene merle causa manchas sobre uma pelagem de cor sólida</p><p>ou bicolor, também causa olhos azuis ou heterocromia e pode afetar o</p><p>pigmento da pele. Cachorros duplo merle podem sofrer com as duas</p><p>condições, nascendo surdos e cegos ou podem desenvolver problemas</p><p>físicos, como nascer sem os olhos. Justamente por essas condições</p><p>genéticas, a cruza entre dois animais de coloração merle não é indicada.</p><p>Border collie.</p><p>Bernedoodle.</p><p>Dachshund.</p><p>Paralisia periódica por hipercalcemia</p><p>Doença que atinge equinos e afeta a produção de uma proteína do canal</p><p>de íons de sódio, comprometendo os transportes realizados pela</p><p>membrana plasmática das células e podendo levar à paralisia e à morte</p><p>súbita.</p><p>Raça manx</p><p>O manx é um gato arredondado que apresenta cabeça, olhos, base dos</p><p>bigodes e base da cauda redondos. Suas orelhas têm um formato de</p><p>diamante quando vistas por trás e sua extremidade traseira é mais alta</p><p>do que a dianteira, que fica aparente quando ele está de pé.</p><p>Gato manx sem cauda.</p><p>Síndrome respiratória braquicefálica</p><p>Afeta cães e se relaciona a anomalias na anatomia craniana do animal</p><p>que podem levar a dificuldades respiratórias.</p><p>Definição do grau de estenose de narinas no cão braquicefálico. (A) Narinas abertas (grau I). (B)</p><p>Narinas discretamente estenoicas (grau II). (C) Narinas moderadamente estenoicas (grau III). (D)</p><p>Narinas severamente estenoicas (grau IV).</p><p>Surdez</p><p>Anomalia comum em felinos brancos de olhos azuis, na qual o gene que</p><p>determina a pelagem também afeta o desenvolvimento do aparelho</p><p>auditivo do animal, como a degradação da cóclea.</p><p>Diagnóstico e controle de doenças</p><p>hereditárias</p><p>A observação e o estudo das genealogias e as possíveis inferências</p><p>feitas a partir delas são importantes ferramentas no diagnóstico e</p><p>controle de doenças hereditárias. A tecnologia molecular oferece</p><p>inúmeras possibilidades com grande precisão para a detecção de</p><p>alterações moleculares causadas por mutações e que são possíveis</p><p>responsáveis por doenças genéticas em animais nos quais elas já se</p><p>manifestem, e ainda dá a possibilidade de identificar os portadores.</p><p>Tais recursos são valiosos por permitirem a seleção dos</p><p>animais reprodutores e o planejamento criterioso de</p><p>manejo reprodutivo.</p><p>Graças aos avanços das pesquisas em tecnologia molecular foram</p><p>desenvolvidos diversos exames e técnicas que permitem a detecção e o</p><p>diagnóstico de inúmeras doenças genéticas e hereditárias em animais</p><p>de companhia e produção. Para tanto, o especialista é o melhor</p><p>profissional para indicar tais exames e avaliar de forma correta seus</p><p>resultados. Vamos conhecer os principais a seguir.</p><p>Mapeamento genético</p><p>Visa analisar o genoma do indivíduo como um todo por meio da leitura</p><p>dos genes e sua localização nos cromossomos, detectando se estão</p><p>modificados. Pode ser útil na descoberta de genes responsáveis por</p><p>doenças hereditárias e até mesmo das possíveis interações gênicas</p><p>presentes em doenças de herança poligênica.</p><p>Cariótipo</p><p>O cariótipo é a representação do conjunto de cromossomos das células</p><p>somáticas da espécie e permite analisar a quantidade e a estrutura dos</p><p>cromossomos. Por meio desse exame é possível identificar se ocorrem</p><p>alterações de natureza numérica, tais como possíveis mutações ou</p><p>aneuploidias.</p><p>CGH-array (ou hibridização genômica comparativa)</p><p>Corresponde a uma técnica de análise de cromossomos que é capaz de</p><p>identificar alterações em todo o genoma por meio de perdas ou ganhos</p><p>(deleção ou duplicação) de material genético.</p><p>MLPA</p><p>O multiplex ligation-dependent probe amplification é uma técnica da</p><p>biologia molecular usada no diagnóstico de doenças ou síndromes de</p><p>origem genética, por meio do uso de PCR (reação em cadeia da</p><p>polimerase), em decorrência da variação numérica de cópias em éxons</p><p>do gene em análise.</p><p>Sequenciamento de DNA</p><p>Visa determinar a sequência exata dos nucleotídeos em um fragmento</p><p>de molécula de DNA, sendo possível conhecer a organização sequencial</p><p>das quatro bases nitrogenadas que compõem aquele trecho (adenina,</p><p>guanina, citosina e timina). Essa técnica pode oferecer importantes</p><p>informações sobre características hereditárias e bioquímicas do</p><p>indivíduo.</p><p>Sequenciamento de DNA pelo método didesoxi de Sanger.</p><p>Exoma</p><p>É um teste genético de alta complexidade, sendo o maior exame</p><p>disponível para análises relacionadas à hereditariedade. Visa analisar as</p><p>regiões do DNA que são responsáveis pela tradução de proteínas e tem</p><p>como objetivo identificar variantes que possam ser associadas ao</p><p>estado clínico do animal, oferecendo possibilidade do diagnóstico</p><p>preciso de doenças genéticas.</p><p>Doenças hereditárias em animais</p><p>domésticos: diagnóstico e controle</p><p>Compreenda as principais doenças hereditárias em animais domésticos,</p><p>assim como seu diagnóstico e controle.</p><p></p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Cientistas chineses clonam macacos com técnica da ovelha Dolly</p><p>[...]. Para fazer a clonagem, os cientistas transferiram células de</p><p>fibroblastos – um tipo de célula do tecido conjuntivo – de fetos de</p><p>macacos para um óvulo de uma macaca cujo núcleo foi extraído. O</p><p>óvulo resultante foi implantado em duas macacas adultas. Zhong</p><p>Zhong e Hua Hua são clones dos mesmos fibroblastos de fetos.</p><p>Como foram utilizadas "barrigas de aluguel" diferentes, um dos</p><p>macaquinhos nasceu 15 dias depois do outro, embora sejam clones</p><p>idênticos [...].</p><p>(Fonte: Estadão, 2018)</p><p>Considere o texto apresentado, caso Zhong Zhong nasça com uma</p><p>doença genética causada por um gene autossômico recessivo,</p><p>pode-se afirmar que Hua Hua</p><p>A</p><p>também nascerá com a mesma doença, pois ambos</p><p>foram gerados a partir do mesmo óvulo anucleado.</p><p>B</p><p>também nascerá com a mesma doença, pois ambos</p><p>possuem material genético das mesmas células</p><p>somáticas.</p><p>C</p><p>também nascerá com essa doença, pois ambos se</p><p>desenvolveram a partir da mesma placenta.</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>Os clones possuem materiais genéticos idênticos. Assim, se um</p><p>dos animais do experimento apresentar algum tipo de anomalia,</p><p>existe grande probabilidade de o outro também a apresentar.</p><p>Questão 2</p><p>As afirmativas a seguir são relacionadas aos transtornos genéticos.</p><p>Analise as afirmativas, considerando se são verdadeiras (V) ou</p><p>falsas (F).</p><p>(   ) A predisposição genética às doenças é decorrente apenas de</p><p>variações gênicas.</p><p>(   ) Todos os indivíduos têm o mesmo potencial genético ao câncer.</p><p>(   ) O componente genético varia entre os indivíduos. Ele pode ser</p><p>maior em alguns e menor em outros, com grande expressão da</p><p>doença em uma determinada região ou família.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima</p><p>para baixo.</p><p>D não nascerá com essa doença, pois o gene</p><p>recessivo pode estar em homozigose apenas em</p><p>Zhong Zhong.</p><p>E</p><p>não nascerá com essa doença, pois Zhong Zhong e</p><p>Hua Hua se desenvolveram em úteros distintos.</p><p>A F, F, F.</p><p>B V, F, F.</p><p>C V, V, F.</p><p>D F, V, V.</p><p>E</p><p>Parabéns! A alternativa E está correta.</p><p>A predisposição genética às doenças se deve a inúmeras variáveis</p><p>que não são apenas genéticas, mas também ambientais. Mesmo</p><p>que o indivíduo tenha determinado potencial</p><p>genético para</p><p>manifestar certo tipo de doença, deve-se considerar outras variáveis</p><p>para a determinação de seu possível quadro clínico. O componente</p><p>genético varia entre os indivíduos e pode ser maior em alguns e</p><p>menor em outros, com grande expressão da doença em uma</p><p>determinada região ou família.</p><p>3 - Resistência genética de hospedeiros e parasitas</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os fatores genéticos associados à</p><p>resistência de hospedeiros e parasitas.</p><p>Resistência genética do hospedeiro</p><p>As pressões seletivas às quais foram submetidas as diferentes espécies</p><p>de interesse econômico ao longo da evolução são responsáveis por</p><p>muitas das diferenças de caráter fenotípico, fisiológico e zootécnico.</p><p>Além disso, a seleção artificial impulsiona a difusão de características</p><p>consideradas importantes relacionadas à produção em uma escala de</p><p>tempo menor que aquela necessária para os processos evolutivos das</p><p>espécies.</p><p>F, F, V.</p><p>A relação entre parasita e hospedeiro é uma relação ecológica em que</p><p>cada uma das espécies envolvidas é resultado dos processos de</p><p>seleção natural. O parasitismo é uma interação que apresenta certo grau</p><p>de desequilíbrio e envolve um hospedeiro que possui a sua homeostase</p><p>alterada pela atividade do parasita.</p><p>A relação entre parasita e hospedeiro está diretamente</p><p>relacionada ao balanço entre as reações imunes do</p><p>hospedeiro e a capacidade da modulação dessas</p><p>reações pelo parasita.</p><p>A tolerância dos hospedeiros se refere à capacidade desses indivíduos</p><p>de sobreviver e ter a possibilidade de enfrentar a atividade parasitária.</p><p>Em termos fisiológicos, aqueles animais considerados tolerantes não</p><p>possuem a capacidade de eliminação integral dos parasitas. Uma das</p><p>principais consequências da infestação parasitária é a redução do</p><p>desempenho produtivo quando nos referimos aos animais de produção.</p><p>Suíno com sarna, uma doença altamente infecciosa causada pelo ácaro parasita Sarcoptes</p><p>scabie.</p><p>Os animais considerados suscetíveis à infestação parasitária são</p><p>considerados não adaptados e indesejáveis porque não possuem</p><p>mecanismos de defesa contra os parasitas ou, em algumas condições,</p><p>expressam essas características tardiamente. Tais animais sofrem</p><p>prejuízos e apresentam grande risco de desempenho e o</p><p>comprometimento da vida. Isso pode levar a altas taxas de mortalidade</p><p>dos animais, além de grandes prejuízos aos seus proprietários.</p><p>Resistência genética ao parasita</p><p>Estratégias de utilização de genes de resistência ao</p><p>parasitismo</p><p>O melhoramento genético tem por finalidade a resistência a doenças e</p><p>ao parasitismo. Isso se deve ao fato de que o uso de variantes</p><p>resistentes é de baixo custo, de fácil utilização, menos agressivo ao</p><p>ambiente, ao produtor e ao consumidor quando comparado ao uso de</p><p>estratégias de resistência de cunho químico ou farmacológico.</p><p>Basicamente, existem três etapas que devem ser observadas na</p><p>obtenção e utilização de variedades resistentes ao parasitismo:</p><p>De forma geral, a resistência genética é considerada eficiente no que diz</p><p>respeito ao controle de doenças e de pragas, não necessita do</p><p>acompanhamento da população de patógenos e não apresenta a</p><p>necessidade de despesa com a aquisição e manuseio de defensivos</p><p>(químicos, físicos ou biológicos). Por isso, a resistência genética é um</p><p>importante fator que se deve levar em conta no planejamento das</p><p>atividades de manejo animal.</p><p> Identi�cação dos genótipos que possuem</p><p>genes de resistência.</p><p> Incorporação desses genes por estratégias</p><p>de melhoramento genético nos animais.</p><p> Determinação de estratégias que garantam</p><p>a durabilidade da resistência na população</p><p>dos animais.</p><p>Como a relação parasita/hospedeiro é uma relação de mútua adaptação</p><p>evolutiva, é relevante considerar que a variabilidade do patógeno tem</p><p>efeitos de forma direta sobre a resistência genética do hospedeiro.</p><p>Deve-se considerar que a resposta imune, por meio dos mecanismos</p><p>fisiológicos, tenha parte de seus mecanismos regulados por genes.</p><p>Dessa forma, as variações alélicas poderiam contribuir com o aumento</p><p>da resistência dos animais aos principais parasitas e o aumento de sua</p><p>frequência na população dos animais seria favorável para a</p><p>consolidação do fenótipo vantajoso.</p><p>Atenção!</p><p>É importante lembrar que o sucesso da seleção está em estreita relação</p><p>com os objetivos da seleção. Esses objetivos devem estar atrelados a</p><p>critérios como a facilidade de medição, a herdabilidade e a correlação</p><p>genética com outras características, bem como atrelados ao</p><p>reconhecimento de que tais características, muitas das vezes, são de</p><p>herança poligênica e apresentam variações nos animais.</p><p>Como exemplo podemos citar o caso apresentado por Amarante (2015,</p><p>p. 64):</p><p>“A seleção de animais com maior eficiência produtiva teve como</p><p>inconveniente a seleção indireta de animais com maior susceptibilidade</p><p>aos parasitas, o que resultou em maior dependência na utilização de</p><p>anti-helmínticos com o objetivo de controlar a verminose. Porém, devido</p><p>ao aumento na prevalência de parasitas com resistência múltipla aos</p><p>anti-helmínticos, a criação de animais com maior resistência contra os</p><p>parasitas tem sido apontada como uma das alternativas sustentáveis de</p><p>profilaxia das parasitoses. A expressão da resistência contra os</p><p>parasitas é controlada geneticamente.</p><p>A herdabilidade da resistência dos ovinos aos helmintos apresenta</p><p>magnitude similar à de caracteres de produção, tais como ganho de</p><p>peso e produção de lã, características para as quais a seleção tem sido</p><p>bem-sucedida.”</p><p>A mensuração da eficiência da seleção pode ser feita por meio da</p><p>análise de ganho genético, que depende da variabilidade fenotípica, da</p><p>herdabilidade e da intensidade da seleção, que poderá ser medida no</p><p>intervalo das gerações com o objetivo de avaliar os impactos do</p><p>melhoramento genético.</p><p></p><p>Resistência genética do hospedeiro e</p><p>seus benefícios</p><p>Confira o estudo de caso no vídeo para refletir sobre o que é resistência</p><p>genética do hospedeiro e os benefícios de estratégias de utilização de</p><p>genes de resistência ao parasitismo.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>O desempenho individual de animais é resultado da ação conjunta</p><p>da genética e do ambiente. A melhoria na produtividade e o retorno</p><p>econômico são alcançados por meio do melhoramento genético</p><p>animal. Uma das principais características desse processo é a</p><p>seleção, na qual são escolhidos os melhores animais para serem</p><p>acasalados entre si. Assim, os critérios de seleção são</p><p>fundamentais para o melhoramento animal, especialmente aqueles</p><p>relacionados à resistência a parasitas. Assinale a alternativa que</p><p>apresenta uma consideração importante sobre a resistência a</p><p>parasitas.</p><p>A</p><p>Deve-se fazer o isolamento dos indivíduos que</p><p>possuem fenótipos que apresentam resistência e</p><p>não promover estratégias de melhoramento</p><p>genético.</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>A identificação dos genótipos que possuem genes de resistência é</p><p>uma etapa importante na elaboração de estratégias relacionadas à</p><p>resistência do hospedeiro ao parasitismo, uma vez que oferece a</p><p>possibilidade de disseminação da característica favorável.</p><p>Questão 2</p><p>A pecuária responde por uma parte significativa da economia</p><p>regional. No entanto, o padrão produtivo dos rebanhos na Amazônia</p><p>ainda é motivo de discussões e proposições de pesquisa visando à</p><p>melhoria do desempenho produtivo de uma maneira geral. O</p><p>melhoramento genético é uma opção no médio e longo prazo para</p><p>solucionar problemas de baixa produtividade. É preciso, no entanto,</p><p>responder a questões centrais como: por que melhorar um</p><p>rebanho? E o que melhorar? Muitos outros elementos devem ser</p><p>considerados até se tomar a decisão por um programa de</p><p>melhoramento genético que vise, por exemplo, à resistência a</p><p>parasitas. Um passo importante é observar se a resistência é inata</p><p>ou adquirida. A partir dessas informações, assinale a alternativa</p><p>correta.</p><p>B</p><p>Deve-se fazer identificação dos genótipos que</p><p>possuem genes</p><p>de resistência.</p><p>C</p><p>Deve-se determinar estratégias que garantam a</p><p>pequena durabilidade da resistência na população.</p><p>D</p><p>A resistência genética do hospedeiro ao parasita</p><p>não apresenta vantagens econômicas.</p><p>E</p><p>O melhoramento genético visa, entre outras coisas,</p><p>à baixa à resistência a doenças e ao parasitismo.</p><p>A</p><p>A resistência adquirida se manifesta na primeira</p><p>infestação.</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>A resistência adquirida surge após a exposição a infestações</p><p>naturais ou controladas, enquanto a resistência inata se manifesta</p><p>na primeira infestação e corresponde a uma condição genética do</p><p>indivíduo que diminui os impactos do parasita em seu organismo.</p><p>Considerações �nais</p><p>O reconhecimento dos padrões de herança genética é uma importante</p><p>ferramenta no diagnóstico e controle de inúmeras doenças hereditárias</p><p>em animais não humanos. O patrimônio genético do indivíduo não é o</p><p>determinante exclusivo de determinada anomalia ou doença. Existem</p><p>inúmeros fatores que exercem influência sobre isso e que incluem</p><p>desde a interação entre a atividade conjunta de alguns genes até os</p><p>fatores ambientais, a dieta, a idade, entre outros.</p><p>Neste conteúdo, apresentamos as diferentes formas de transmissão de</p><p>características entre pais e filhos. Abordamos os mecanismos de</p><p>herança genética, vimos a diferença entre as doenças monogênicas,</p><p>oligogênicas e poligênicas, e ainda conhecemos as principais doenças</p><p>B</p><p>A resistência adquirida surge após a exposição às</p><p>infestações naturais ou controladas.</p><p>C</p><p>Não existe diferença entre resistência inata ou</p><p>adquirida.</p><p>D</p><p>A resistência inata surge após a exposição às</p><p>infestações controladas.</p><p>E</p><p>A resistência adquirida é manifestada ao nascer,</p><p>trata-se de uma condição natural do indivíduo.</p><p>hereditárias que acometem animais domésticos e de produção. Por fim,</p><p>estudamos os fatores genéticos associados à resistência de</p><p>hospedeiros e parasitas.</p><p>O conteúdo abordado aqui é fundamental para o reconhecimento e o</p><p>estudo das doenças hereditárias que acometem os animais, assim</p><p>como tem aplicabilidade para o planejamento e a execução de</p><p>estratégias relacionadas ao melhoramento genético animal.</p><p>Podcast</p><p>Para finalizar, conheça os benefícios dos conhecimentos de herança</p><p>genética para o exercício profissional do médico veterinário.</p><p></p><p>Explore +</p><p>Para aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto, leia os seguintes</p><p>livros disponíveis on-line:</p><p>Genética básica para veterinária, 5ª edição, de Priscila Guimarães</p><p>Otto, publicado pela Editora Roca em 2012.</p><p>Introdução à genética veterinária, 3ª edição, de F. W. Nicholas,</p><p>publicado pela Editora Artmed em 2011.</p><p>Teorias e métodos em melhoramento genético animal: seleção, de</p><p>Joanir Pereira Eler, publicado pela Editora da USP em 2017.</p><p>Referências</p><p>AMARANTE, A. F. T. Os parasitas de ovinos. São Paulo: UNESP Digital,</p><p>2015. Consultado na internet em: 10 maio 2022.</p><p>GELLAT, K. N. Manual de oftalmologia veterinária. 3. ed. São Paulo:</p><p>Manole, 2003.</p><p>KELAWALA, D. N. et al. Clinical studies on progressive retinal atrophy in</p><p>31 dogs. Iranian Journal of Veterinary Research, v. 18, n. 2, p. 119-123,</p><p>2017.</p><p>MAURISSENS, G. Hemofilia canina do tipo A congênita: uma revisão de</p><p>literatura. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Farmácia) –</p><p>Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina,</p><p>Florianópolis, 2018.</p><p>NICHOLAS, F. W. Introdução à genética veterinária. 3. ed. Porto Alegre:</p><p>Artmed, 2011.</p><p>OTTO, P. G. Genética básica para veterinária. 4. ed. São Paulo: Roca,</p><p>2006.</p><p>PILONETTO, F. Perfil genético de fêmeas bovinas da raça holandesa da</p><p>região Oeste de Santa Catarina Dissertação (Mestrado em Zootecnia) –</p><p>Universidade do Estado de Santa Catarina, Chapecó, SC, 2018.</p><p>PONTES, L. L.; CORRÊA, F. G. Métodos de diagnóstico por imagem em</p><p>cães com catarata. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária,</p><p>v. 9, n. 16, 2011.</p><p>RAMALHO, M. A. P. et al. Genética na agropecuária. 5. ed. Lavras, MG:</p><p>Editora UFLA, 2011.</p><p>SCHAEFER, G. B.; THOMPSON JR.; JAMES, N. Genética médica: uma</p><p>abordagem integrada. Porto Alegre: AMGH, 2015.</p><p>TRYON, R. C. et al. Homozygosity mapping approach identifies a</p><p>missense mutation in equine cyclophilin B (PPIB) associated with</p><p>HERDA in the American Quarter Horse. Genomics, v. 90, p. 93-102, 2007.</p><p>VIANA, J. M. S.; CRUZ, C. D.; BARROS, E. G. Genética: volume 1 ̶</p><p>fundamentos. 2. ed. Viçosa, MG: Editora UFV, 2003.</p><p>Material para download</p><p>Clique no botão abaixo para fazer o download do</p><p>conteúdo completo em formato PDF.</p><p>Download material</p><p>O que você achou do conteúdo?</p><p>Relatar problema</p><p>javascript:CriaPDF()</p>