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<p>AULAS DE CRIAÇÃO DE BASE</p><p>PESSOAS JURÍDICAS</p><p>Professor Rafael Pereira</p><p>AULA 05 FUNDAÇÕES</p><p>1. PESSOAS JURÍDICAS EM ESPÉCIE</p><p>Para retomar o assunto da última aula, as pessoas jurídicas de direito privado a serem estudadas são as associações e as fundações (Art. 44, incisos I e III, CC). A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI), antes prevista no inciso VI, foi revogada pela Medida Provisória n. 1.085, de 2021, o que deu lugar à plena incidência da sociedade limitada unipessoal (SLU). Sua previsão no Art. 1.052, do CC decorre da alteração pela Lei da Liberdade Econômica (Lei n. 13.874/2019) para permitir a existência de uma sociedade limitada constituída por única pessoa.</p><p>2. ASSOCIAÇÕES</p><p>Conceitua-se a associação como a reunião de pessoas com o mesmo fim, que não poderá ser lucrativo (fins não econômicos)1, a exemplo das associações de moradores. Embora não seja possível visar aos recursos econômicos, a associação pode arrecadar valores, a exemplo de quantia para construção de uma nova quadra no bairro em que atua.</p><p>1Diferente é o empresário: CC - Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.</p><p>Entre os associados, ao contrário dos membros de uma sociedade empresária, não há direitos e obrigações em comum. Assim, não é obrigado que o associado arrecade um valor para integrar a associação, por exemplo. Por isso, a mera reunião das pessoas já é suficiente para a criação da associação.</p><p>(</p><p>ASSINATURAS</p><p>|</p><p>DEFENSORIAS</p><p>|</p><p>MAGISTRATURA</p><p>E</p><p>MP</p><p>)</p><p>Caso não sejam cumpridos os requisitos legais previstos para estatuto, este será nulo, ou seja, não terá validade, embora seja existente e eficaz (Art. 54, CC). O estatuto poderá</p><p>instituir categorias de associados com vantagens especiais.</p><p>CC - Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.</p><p>Sobre o tema, discute-se na doutrina a possibilidade ou não do estatuto conter previsão sobre direito de voto apenas para determinados associados, a exemplo do associado originário que tenha participado da criação da associação. Para uma corrente, majoritária, em decorrência da igualdade entre os associados, não é possível excluir o direito a voto, por ser o voto inerente à criação da associação e todo associado poder exercê-lo. Para outra corrente, é possível incluir a questão do voto dentre as vantagens e existe o enunciado n. 577 do CJF (VII Jornada) nesse sentido. Prevalece, entretanto, a primeira corrente.</p><p>Enunciado n. 577, CJF: A possibilidade de instituição de categorias de associados com vantagens especiais admite a atribuição de pesos diferenciados ao direito de voto, desde que isso não acarrete a sua supressão em relação a matérias previstas no art. 59 do CC.</p><p>A regra da intransmissibilidade da qualidade de associado (Art. 56, CC) pode ser relativizada, desde que previsto no estatuto, para evitar a dissolução da associação, como no caso de associados idosos que venham a falecer após anos da instituição. Admite-se, ainda, divisão entre o associado e o patrimônio para que se resguarde a qualidade de associado após a transferência.</p><p>A garantia da ampla defesa e do direito ao recurso anteriormente à exclusão de associado (Art. 57, CC) decorre da eficácia horizontal dos direitos fundamentais, reconhecida pelo STF no RE 201.819 (rel. p/ ac. Min. Gilmar Mendes, j. em 11.10.2005, 2ª Turma) como aplicação dos efeitos das normas sobre direitos fundamentais entre particulares, nas relações privadas, diante da exclusão de um músico de sua associação sem que tivesse sido observada a ampla defesa.</p><p>Após a dissolução da associação, do remanescente do patrimônio líquido deverão ser deduzidas as cotas ou frações ideais referentes ao associado que tiver direito sobre determinado patrimônio, para fins de regimento (parágrafo único do art.56). Tal remanescente será destinado a) à associação que estiver designada no estatuto, independentemente da sua finalidade ou; b) no caso de omissão e após deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal que tenha fins idênticos ou semelhantes (Art. 61, CC).</p><p>Art, 56. Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si , na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.</p><p>Questão: Nas associações, não há responsabilidade solidária entre os administradores, de forma que um não responde pelos atos praticados por outro – CERTO.</p><p>3. FUNDAÇÕES</p><p>Conceitua-se a fundação como a reunião de patrimônios com determinado fim, presente o interesse social. Código Civil trata apenas das fundações privadas (públicas não, as quais são tratadas pela Administração Pública).</p><p>Para a doutrina, o rol de finalidade previsto no Código Civil (Art. 62, parágrafo único) é exaustivo, de forma que não será possível a criação de fundação com finalidades diversas.</p><p>Será criada somente por escritura pública ou testamento ou dotação (isto é, com a indicação) especial de bens livre (sobre direitos reais) e afetada com fim específico.</p><p>A maneira de administrá-la, por sua vez, poderá ou não ser declarada no ato de constituição.</p><p>Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.</p><p>Importante notar que o inciso X do Art. 62, parágrafo único, CC foi vetado e tratava do fim de habitação de interesse social, tendo sido a justificativa presidencial, à época, a interferência da fundação na atividade das sociedades empresárias que já trabalhavam com o tema de habitação, a exemplo da Caixa Econômica Federal. Como argumentos contrários, foi aventada a possibilidade de fomento do mercado e da concorrência.</p><p>Na instituição da fundação, se forem insuficientes os bens e se o instituidor não tiver mencionado a sua destinação, serão tais bens incorporados a outra fundação que tenha fim igual ou semelhante (Art. 63, CC).</p><p>Questão: Caso o acervo de bens não seja suficiente para a constituição de fundação para fins de promoção da ética e da cidadania, os bens devem ser incorporados a outra fundação com finalidade igual ou semelhante – ERRADO, pois conforme dispõe o art.63 os bens só serão incorporados a outra fundação com finalidade igual ou semelhante se de outra forma não dispuser o instituidor.</p><p>Questão: Em testamento, Antônio previu a constituição de fundação para a promoção da educação de crianças carentes. Quando de seu falecimento, constatou-se que os bens destinados à criação da fundação seriam insuficientes para sua constituição. O testamento nada previu para esta hipótese. Os bens deverão ser destinados para outra fundação que se proponha a igual ou semelhante fim.</p><p>Se for a fundação instituída por negócio jurídico entre vivos, a exemplo da doação, o registro dos bens via mandado judicial deverá ser provocado pelo Ministério Público no caso do descumprimento, pelo instituidor, do dever de transferir a propriedade sobre os bens dotados (Art. 64, CC).</p><p>O instituidor deverá, ainda, submeter o estatuto, em seguida da criação da fundação, à autoridade competente para apreciação, a exemplo do Ministério Público, com recurso ao juiz. Entretanto, se o estatuto não for elaborado a) no prazo estabelecido pelo instituidor ou; b) ausente o prazo, em 180 dias, o Ministério Público terá a incumbência para sua elaboração (Art. 65, CC). Prevalece na doutrina ser tal prazo impróprio, de forma que, se ultrapassado, inexistirá nulidade na criação da fundação.</p><p>Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.</p><p>Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado</p><p>pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.</p><p>O Ministério Público terá atribuição para velar sobre as fundações do Estado onde situadas. Quanto às fundações localizadas no Distrito Federal ou em Territórios, a atribuição passou a ser, após a ADI 2794, j. em 14.12.2006,4 do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. A declaração de inconstitucionalidade do antigo dispositivo do Código Civil retirou do Ministério Público Federal tal atribuição, a qual passou a constar da nova redação do Art. 66, §1º, CC. Já o §2º, para a doutrina, significa uma espécie de cooperação entre Ministérios Públicos para que zelem sobre fundações situadas em mais de um Estado.</p><p>Art.66, § 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.</p><p>Quanto aos requisitos para se alterar o estatuto da fundação, discute-se na doutrina sobre a natureza do prazo de 45 dias para aprovação da alteração pelo Ministério Público (Art. 67, inciso III, CC). Prevalece serem dias corridos, embora outra corrente afirme que são dias úteis, como no CPC. Neste contexto, o juiz poderá suprir a aprovação, a requerimento do interessado, se a) passado o prazo ou; b) denegada a alteração pelo Ministério Público.</p><p>Questão: O MP pode recomendar modificações a serem feitas no estatuto de uma fundação, bem como denegar a aprovação, por decisão administrativa. Em qualquer caso, o interessado poderá requerer suprimento judicial de modificação de estatutos ou de instituição de fundação, ação da qual participará o MP, como custos legis, obrigatoriamente.</p><p>Diferentemente, se o estatuto não for aprovado por votação unânime, os administradores interessados deverão requerer ao Ministério Público que dê ciência aos vencidos da decisão sobre a alteração, para que estes a impugnem no prazo de 10 dias, se quiserem (Art. 68, CC).</p><p>A extinção da fundação, que poderá ocorrer com fundamento na ilicitude, na impossibilidade ou na inutilidade de sua finalidade ou, ainda, pelo vencimento do prazo, se for a fundação de prazo determinado, será promovida pelo Ministério Público ou por qualquer interessado. Regra geral, será promovida a incorporação do patrimônio em outra fundação, esta designada pelo juiz, com fim igual ou semelhante, ressalvada disposição, seja no ato constitutivo, seja no estatuto, em contrário (Art. 69, CC).</p><p>Doutrinariamente, entende-se que a fiscalização realizada pelo Ministério Público sobre as fundações é imposta por lei, considerado o interesse social e as atribuições.</p><p>Questão: eventual alteração de seu estatuto deve ser deliberada em Assembleia por dois terços dos dirigentes presentes, dependendo de prévia aprovação do Ministério Público, e tal alteração não pode contrariar ou desvirtuar seu fim – ERRADO, pois a deliberação depende da aprovação de dois terços dos componentes para gerir e representar a fundação e não dos presentes em assembleia.</p><p>Questão: requisitos mínimos obrigatórios para que a fundação possa ser devidamente criada são lavratura de escritura pública para dotação especial de bens livres e suficientes para a constituição da fundação e do desenvolvimento de suas atividades, com a especificação do fim ao qual a fundação se destina. Na sequência, os instituidores farão a transferência da propriedade ou outro direito real sobre os bens dotados.</p><p>Questão: pessoa jurídica não pode instituir fundação – ERRADO.</p><p>Questão: De acordo com o Código Civil, uma fundação pode alterar a finalidade pela qual foi constituída para outra prevista na legislação pertinente, desde que deliberada por dois terços dos competentes por sua gerência e representação, devendo ser aprovada a deliberação pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de quarenta e cinco dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado – ERRADO, em que pode fazer alterações no estatuto, mas sem modificar sua finalidade – alteração na finalidade é causa de extinção.</p><p>Questão: As fundações de apoio as instituições de ensino superior auxiliam e fomentam as atividades de ensino e pesquisa das universidades federais e das demais instituições de ensino superior, públicas ou privadas – essas fundações são de direito público.</p><p>image1.png</p>

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