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13 Associações, Fundações, Organizações Religiosas e Partidos Políticos

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Associações
Sem fins econômicos, mas com aspecto pessoal (universitas personarum), fins altruísticos, científicos, artísticos, beneficentes, religiosos, educativos, culturais, políticos, esportivos ou recreativos. Não há a partilha de lucro entre os associados, de acordo com o art. 53, único, que dispõe que “não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos”, ou seja, um não pode exigir algo do outro, como a integralização/pagamento do capital, apenas obrigações perante a associação.
Estatuto
De acordo com o art. 54, deve conter, sob pena de nulidade:
I. Denominação, fins e sede da associação;
II. Requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III. Direitos e deveres dos associados;
IV. Fontes de recursos/custeio para sua manutenção;
V. Modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI. Condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII. Forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.
Associados
Art. 55 - “devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais”, os fundadores, por exemplo, podem ser isentados de contribuições e não poderão ter sua categoria alterada mesmo que haja decisão assemblear aprovando-a.
Art. 56 – “a qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário”, ou seja, não é herdada automaticamente. Único – Herança de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, não importará, de per si/por si só na atribuição de tal qualidade, salvo disposição diversa do estatuto, por exigir a affectio societatis/afeição à sociedade.
Retirada
Art. 57 – Só pode ocorrer havendo justa causa (infrações previstas no estatuto e, para Gonçalves, a quebra da affectio societatis), reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e recurso, nos termos do estatuto, uma vez que ampla defesa e contraditório também se aplicam a relações entre particulares (eficácia horizontal dos direitos fundamentais). Não pode haver, assim, a exclusão sumária (simples) de um sócio. Ressalta Gonçalves que “é permitido ao associado retirar-se a qualquer tempo, sem necessidade de justificar o pedido, pois ‘ninguém poderá ser compelido [forçado] a associar-se ou a permanecer associado’ (CF, art. 5º, XX). Pode o estatuto impor certas condições para a retirada [...]”.
Assembleia
Art. 59 – Compete exclusivamente a ela destituir administradores e alterar o estatuto, sendo o quórum e demais detalhes previstos no estatuto. Art. 60 – 1/5 dos associados pode promove-la, o estatuto dispondo sobre a forma de convocação dos órgãos deliberativos. 
Extinção
Art. 61 - assim como a de qualquer PJ, dependerá de sua liquidação, apuração de ativo e passivo, ou seja, pagar e receber tudo o que esteja pendente. O que sobrar/remanescente do patrimônio liquido será transmitido para associação prevista no estatuto ou de fins semelhantes escolhida em deliberação dos associados em caso de lacuna. 
§ 1º - O associado pode, excepcionalmente, receber de volta suas contribuições com o patrimônio, o que não se confunde com a divisão deste entre os associados, por previsão do estatuto ou decisão da assembleia. § 2º - “Não existindo no Município, Estado, DF ou território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas o patrimônio remanescente será devolvido à Fazenda do Estado, DF ou União”.
A CF, art. 5º, XVII, prevê plena liberdade de associação para fins lícitos, vedada a associação de caráter para-militar, sem a exigência de autorização e vedada a intervenção estatal em seu funcionamento (XVIII). Só poderão ser dissolvidas de modo compulsório/obrigatório por decisão judicial (XIX), como ocorreu com torcidas organizadas.
Fundações
Patrimônio personalizado, complexo de bens (universitates bonorum) para fins de interesse público, de modo permanente e estável (fins imutáveis). Assim, sua criação depende da vontade do instituidor, tendo algumas fases:
Ato de dotação/instituição
Art. 62 – É a reserva de bens livres (que não servem como garantia de dívida, não presos a penhora, hipoteca ou alienação fiduciária), pois a incidência de qualquer ônus ou encargo sobre eles colocaria em risco a existência da instituição, caso se desfaleçam ou desapareçam, frustrando a realização dos objetivos, de modo que devam ser também aptos a há produzirem rendas ou serviços que possibilitem sua consecução. É feito por ato inter vivos (que produz efeitos em vida), através de escritura pública feita em cartório de notas, ou ato causa mortis (que produz efeitos após a morte), através de testamento. Neles o instituidor especificará seu fim e se quiser, a maneira de administrá-la. Estes atos, claramente, podem ser revogados, o testamento até a morte e a escritura até o registro do estatuto. Unico - Sua finalidade, antes de 2015, poderia ser moral, religiosa ou de assistência. Após 2015, pode ser:
I. Assistência social; 
II. Cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
III. Educação;
IV. Saúde; 
V. Segurança alimentar e nutricional;
VI. Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII. Pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
VIII. Promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; 
IX. Atividades religiosas.
Art. 63 – Se tais bens forem insuficientes para constitui-la serão incorporados em outra de fim igual ou semelhante, se de outro modo não dispuser o instituidor.
Elaboração do estatuto
Pode ser feita pelo instituidor (elaboração direta/própria), ou por terceiro de sua confiança (elaboração indireta/fiduciária - do latim, “fides”: de boa fé). O instituidor pode elabora-lo por inteiro ou apenas as bases, as cláusulas gerais, que deverão ser desenvolvidas pelo administrador. Único – “Se [...] não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 dias, a incumbência caberá ao MP”. Após a elaboração por terceiro ele será submetido à aprovação da autoridade competente.
Aprovação do estatuto
É feita pelo MP, para verificar se o objeto é lícito, se foram observadas as bases fixadas e se os bens são suficientes, em até 15 dias. Pode sugerir alterações e, caso não aprove, deixe transcorrer o prazo ou sugira alterações com as quais o instituidor não concorda, poderá ser feito recurso ao juiz, que também pode sugerir alterações, ambos não podendo desvirtuar os fins da fundação, de acordo com o art. 764 CPC.
Registro
Feito no cartório do Registro Civil da PJ, dá inicio à sua personalidade e o patrimônio passa a ter existência legal própria, desprendendo-se do patrimônio do instituidor.
Fiscalização
Art. 66 - Cabe ao MP de cada estado (ou do DF, não o MP Federal), mesmo se estendida a mais de um estado, que poderá propor medidas judiciais para remover o improbo administrador da fundação, lhe pedir contas que está obrigado a prestar e até mesmo extingui-la, se desvirtuar as suas finalidades e tornar-se nociva.
Alteração do estatuto
Art. 67 – Precisa ser deliberada por 2/3 (maioria simples) competentes para gerir e representar a fundação; não contrarie ou desvirtue seu fim; aprovada pelo MP em até 45 dias depois dos quais se poderá recorrer ao juiz. Art. 68 – Quando não for aprovada por votação unânime, os administradores ao submeterem o estatuto ao MP, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em 10 dias.
Inalienabilidade dos bens
Seus bens são inalienáveis para assegurar a concretização dos fins visados pelo instituidor, salvo determinação contrária por este, de modo que não podem os dirigentes aliena-los de qualquer forma. Comprovada a necessidade da alienação ela pode ser feita ainda que a inalienabilidade tenha sido imposta pelo instituidor se autorizada pelo juiz, com audiência do MP, aplicando-se o produto da venda na própria fundação, em outros bens destinados à consecução de seusfins, conforme jurisprudência. Feita sem autorização, é nula. 
Extinção
Art. 69 - Poderá ser promovida pelo MP ou qualquer interessado quando se tornar inútil, impossível ou ilícito/nocivo seu objeto, ou se findar prazo disposto para seu funcionamento. Salvo disposição diferente no estatuto, depois dela, o patrimônio restante será destinado a outra fundação de fins semelhantes. A lei não esclarece qual o destino do patrimônio se não existir fundação de fins semelhantes, entendendo a doutrina que será declarado vago e passará ao Município ou DF se localizado nas respectivas circunscrições, ou à União quando situados em território federal, por analogia o disposto no art. 1.288 do CC.
Organizações religiosas
Tem sua liberdade e não intervenção do poder público, em decorrência da liberdade de crença e culto presente na CF. Acabam, geralmente, por ser associações.
Gonçalves diz não poderem ser associações por não terem fins econômicos, como exige o art. 53. Poderiam ser fundações, mas sua instituição tem de seguir, também lei específica, cujas normas a inviabilizam para as igrejas que possuem várias finalidades, cuja manutenção já presume movimento financeiro. Assim, para ele, devem ser aplicadas as normas referentes às associações naquilo em que houver compatibilidade. Assinala o Enunciado 143 da III Jornada de Direito Civil do Centro de Estudos Judiciários do Conselho de Justiça Federal que sua liberdade de funcionamento “não afasta o controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame, pelo Judiciário, da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatutos”.
Partidos políticos
Regulados pela lei 9.096/95, reformada em 2015, que não é de direito civil (que trata de problemas internos do partido), ou eleitoral (que regula o processo eleitoral), mas partidário. Tem natureza própria, por conta de seus fins eleitorais. Apesar da liberdade de criação de partidos conferida pela constituição, sua elaboração depende da elaboração e registro do estatuto no cartório do registro civil de pessoa jurídica em Brasília (capital federal), que deve ser subscrito por ao menos 101 seus fundadores, com domicílio eleitoral em, no mínimo, um terço dos estados, adquirindo personalidade jurídica.
Também deverá ser registrado no Tribunal Superior Eleitoral para participar do processo eleitoral (fazer convenções partidária para escolher candidatos, registrar e fazer campanha – o que implica no acesso ao fundo partidário e fundo especial de financiamento de campanha e no horário eleitoral gratuito). Para isso precisa de caráter nacional, através da comprovação de apoiamento mínimo, por mais de 2 anos, por meio de 0,5% dos votos de eleitores não filiados a partido, dados na última eleição para Câmara dos Deputados (deputado federal), não computados os em branco e nulos, distribuídos por um terço (9), ou mais dos estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado de cada estado. Caso não seja alcançado em 2 anos, é preciso recomeçar.

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