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<p>Emergência e Constituição das Ciências Sociais:</p><p>As ciências sociais são uma área da ciência dedicada ao estudo dos fenómenos sociais que influenciam a essência do ser humano. Este é, por natureza, um ser social, criando laços e interações essenciais para a sua existência.</p><p>Objetivos das Ciências Sociais:</p><p>Acompanhar as dinâmicas sociais e seus efeitos na essência do ser humano.Identificar a importância das ciências sociais para o homem como indivíduo e como parte de um grupo.</p><p>Conceito de Ciência nas Ciências Sociais:</p><p>Estudos de vários autores convergem na ideia de que a ciência é conhecimento organizado. A ciência não é apenas sobre os conteúdos dos discursos, mas também sobre as formas de exteriorização desse conhecimento. A ciência procura estudar aquilo que se quer entender, seja no geral ou no específico.</p><p>Métodos das Ciências Sociais:</p><p>As ciências sociais utilizam métodos próprios para estudar a realidade social, procurando verificar a veracidade dos discursos e hipóteses em condições experimentais. O objetivo é que o conhecimento produzido seja condizente com a realidade observada.</p><p>Importância das Ciências Sociais:</p><p>As ciências sociais ajudam a entender melhor as diferentes realidades que compõem o ser humano e as suas interações sociais. O conhecimento gerado não é apenas uma organização dos saberes, mas uma compreensão profunda das relações entre os indivíduos e a sociedade.</p><p>As ciências sociais são cruciais para o desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo humano, destacando a importância de reconhecer a neutralidade científica e os diversos tipos de conhecimento. A prática científica não é neutra, inserindo-se nos contextos históricos e sociais, enquanto o mito é visto como uma forma narrativa e simbólica de transmitir conhecimento ao longo das gerações</p><p>Conhecimento Religioso: Baseia-se na fé em uma narrativa sobrenatural que distingue o sagrado do profano, oferecendo aos crentes a promessa de salvação por meio de ritos e práticas religiosas. Conhecimento Filosófico: Representa a busca pela sabedoria e compreensão da realidade, formulando questões sobre o conhecimento e influenciando diretamente a vida humana através de ideologias, apesar de suas conclusões não serem definitivas.</p><p>Senso Comum: É o conhecimento coletivo e não sistematizado que as pessoas adotam para dar sentido ao mundo, embora nem sempre reflita a realidade de forma precisa, podendo conter erros.</p><p>No excerto, Peirano (1996) alerta sobre a importância de não confundir correlação com causalidade, ilustrando com o exemplo do fumante que, ao acender um cigarro durante a espera do ônibus, pode erroneamente associar o ato de fumar à chegada do transporte. Assis (2008) contribui reforçando como esse tipo de interpretação pode levar a falsas crenças no senso comum, destacando a necessidade de diferenciar esse tipo de conhecimento da ciência. Além disso, o texto discute a importância da pluralidade, diversidade e interdisciplinaridade nas ciências sociais, com Marconi (2006) apontando as especificidades das ciências sociais ao lidar com a realidade e a complexidade dos fenômenos humanos.</p><p>As diferenças entre as ciências sociais e as ciências naturais, destacando que as ciências sociais lidam com fenômenos complexos, envolvendo valores e significados que dificultam a objetividade e neutralidade científica. Peirano (1986) e Marconi (2006) ressaltam que as ciências sociais têm métodos próprios, focados na interpretação dos fenômenos, e não se enquadram nos mesmos modelos de cientificidade das ciências naturais. A Sociologia, por exemplo, estuda o homem e o universo sociocultural, analisando a vida social através de diferentes perspectivas teóricas, como as de Durkheim, Weber e Marx.</p><p>Assis (2008) e Gusmão (2008) destacam a importância da Antropologia no estudo dos aspectos culturais dos grupos e comunidades, abordando conceitos como alter idade, diversidade cultural e etnocentrismo. A Antropologia, que inicialmente se concentrava em povos distantes, passou a estudar grupos sociais mais próximos, investigando a diferenciação social com base em critérios como raça, etnia e orientação sexual. Além disso, a Ciência Política foca na análise das instituições políticas, explorando conceitos como poder e dominação. Essas ciências são essenciais para entender a complexidade da vida social e são</p><p>amplam</p><p>Ruptura e Transformação:</p><p>O conceito de ruptura proposto por autores como Santos (2000) é essencial para o desenvolvimento do conhecimento científico. O senso comum é visto como superficial e frequentemente enganador, pois é baseado em observações não sistemáticas e em conclusões rápidas. A ciência, por outro lado, se constrói rompendo com essas ideias simplificadas, substituindo-as por teorias baseadas em investigação rigorosa e evidência empírica.</p><p>Contudo, é importante reconhecer, como Santos e outros autores da pós-modernidade sugerem, que o senso comum também possui valor. Ele contribui para nossa compreensão do mundo e pode servir como ponto de partida para o desenvolvimento de teorias científicas. Assim, enquanto a ciência busca superar as limitações do senso comum, ela também pode reconhecer e valorizar o conhecimento intuitivo e prático que ele oferece.</p><p>Aplicação na Vida Social:</p><p>O conhecimento científico que emerge dessa ruptura com o senso comum é aplicado em diversas áreas da vida social, desde políticas públicas até o desenvolvimento de tecnologias. Ele permite uma análise mais profunda e objetiva das realidades sociais, ao mesmo tempo em que desafia as crenças e práticas estabelecidas que podem ser limitadoras ou equivocadas.</p><p>A ruptura com o senso comum é, portanto, um processo fundamental para a construção de um conhecimento mais preciso e profundo, que permite ao ser humano não apenas entender melhor o mundo, mas também transformá-lo de maneira mais consciente e informada.</p><p>A aproximação entre o conhecimento do senso comum e o conhecimento científico envolve a análise de características como causa, intenção, e flexibilidade. Santos (2000) sugere que o conhecimento científico se desenvolve em oposição ao senso comum, baseando-se em ruptura, construção e constatação. Francelin (2004) reforça que o senso comum carece de fundamentação sistemática e é composto por opiniões acríticas e provisórias, ao contrário da ciência, que, apesar de também produzir conhecimentos provisórios, reconhece sua natureza não definitiva e se baseia em rigor e crítica contínua</p>