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<p>PARASITOLOGIA CLÍNICA</p><p>COPROLÓGICO FUNCIONAL</p><p>Profº Mauro</p><p>1</p><p>O estudo coprológico visa o estudo das funções digestivas abrangendo as provas de digestibilidade macroscópicas, exames químicos e outras, cujos resultados permitem diagnosticar os diferentes quadros que são agrupados em síndromes coprológicas: insuficiência gástrica, pancreática e biliar, hipersecreção biliar, (fermentação hidrocarbonada e putrefação), síndromes ileal e cecal, colites e outras alterações do transito intestinal. O desenvolvimento de métodos que permitiram o diagnóstico etiológico separado de cada uma das moléstias agrupadas nestas síndromes, diminuiu a importância diagnostica do exame funcional de fezes.</p><p>Sinonímia: Prova coprológica funcional. Prova funcional da digestão. Prova de digestão alimentar.</p><p>Material Biológico: Fezes recém emitidas oriundas especificamente dos resíduos do regime preconizado. Esta prova não pode ser feita nas fezes de pacientes que não se submeteram ao regime descrito abaixo. Não é factível para lactentes e para crianças que ainda não mastigam carne.</p><p>Coleta: No quarto dia de regime, coletar todo o material da primeira evacuação em vasilha de boca larga previamente fervida e seca. Não contaminar as fezes com urina ou com água.</p><p>Armazenamento: Refrigerar entre +2 a +8ºC</p><p>Exames Afins: Pesquisa de hemoglobina humana oculta. Parasitológico de fezes. Coprocultura.</p><p>Método: Inspeção macroscópica. Observação ao microscópio óptico e reações químicas.</p><p>COPROLÓGICO FUNCIONAL</p><p>COPROLOGIA FUNCIONAL.</p><p>É denominado prova de digestibilidade.</p><p>Compreende o estudo das funções digestivas do TGI e das glândulas anexas, permitindo diagnosticar as diferentes síndromes corpológicas, como:</p><p>Insuficiência gástrica, pancreática e biliar;</p><p>Hipersecreção biliar;</p><p>Desvios de microbiota bacteriana; Síndrome ileal e cecal;</p><p>Constipação;</p><p>Colites;</p><p>Outras alterações do trânsito intestinal.</p><p>DIETA E COLETA:</p><p>Algumas precauções devem ser tomadas na realização da coprologia funcional:</p><p>- O enfermo não deve usar laxantes e antiácidos nos três dias anteriores e durante a coleta;</p><p>Deve evitar o uso de bebidas gasosas e alcoólicas durante os três dias que antecedem a coleta;</p><p>Crianças até 12 anos devem consultar o médico para avaliar a necessidade de alterar a dieta;</p><p>Para enfermos maiores de 12 anos e adultos, recomenda-se que nas 72h que antecedem o exame sejam consumidos</p><p>– No desjejum e no lanche – alimentos com manteiga, leite e queijos.</p><p>– No almoço e jantar – arroz, batata cozida, feijão, carnes e, de sobremesa, preferencialmente banana.</p><p>No quarto dia coletar todo o material fecal da primeira evacuação (o volume mínimo necessário para o exame é de 20g);</p><p>Coletar em recipientes limpos e secos;</p><p>- Entregar ao laboratório em no máximo 2h após coleta ou, mantê-la refrigerada em 2 – 8ºC.</p><p>5</p><p>Interferentes:</p><p>- Fezes envelhecidas, mal conservadas ou cujos resíduos não correspondem ao do regime prescrito. Contaminação com urina ou com água do vaso sanitário.</p><p>- Medicamentos orais.</p><p>- Bebidas alcoólicas e gasosas.</p><p>- Regime diferente do preconizado.</p><p>- Ingestão de alimentos não especificados.</p><p>Interpretação: Este exame só deve ser solicitado após:</p><p>- Pesquisa de sangue humano oculto Negativa,</p><p>- exame parasitológico de fezes Negativo e</p><p>- coprocultura Negativa para microrganismos enteropatogênicos.</p><p>Conforme o quadro analítico pode-se classificar as síndromes coprológicas em:</p><p>DISTÚRBIOS MOTORES:</p><p>Fezes de constipação.</p><p>Diarreia segmentar do ceco.</p><p>Diarreia segmentar do delgado.</p><p>INSUFICIÊNCIAS DIGESTIVAS:</p><p>Insuficiência pancreática.</p><p>Insuficiência biliar.</p><p>Insuficiência gástrica.</p><p>SÍNDROMES DE LESÕES DA MUCOSA:</p><p>Diarreia com lesão de mucosa.</p><p>Constipação com lesão de mucosa.</p><p>Fezes de falsa diarreia.</p><p>DISMICROBISMOS:</p><p>Fezes de fermentação.</p><p>Fezes de putrefação.</p><p>Diminuição de fermentação.</p><p>Desvio misto, fermentativo e putrefativo.</p><p>Síndrome coprológico devido a antibiótico de largo espectro.</p><p>Dismicrobismo intestinal: o que é, sintomas, causas e tratamentos. Também chamado de disbiose intestinal, o dismicrobismo é uma situação de alteração da flora intestinal bacteriana (a microbiota), que é reduzida ou comprometida por elementos patogênicos. As causas desta condição podem ser variadas.</p><p>7</p><p>CARACTERES GERAIS Valor Normal:</p><p>Grau de hidratação normal</p><p>Forma cilíndrica</p><p>Odor fecal</p><p>Cor parda</p><p>pH 6,7 a 7,5</p><p>EXAME MACROSCÓPICO</p><p>Tecido conjuntivo de carne crua ausente</p><p>Fragmentos de carne raros</p><p>Fragmentos de batata e cenoura raros</p><p>Outros restos alimentares ausentes</p><p>EXAME MICROSCÓ PICO</p><p>Fibras musculares bem digeridas raras</p><p>Fibras musculares mal digeridas raras</p><p>Celulose digerível raríssima</p><p>Amido ausente</p><p>Gorduras neutras ausentes</p><p>Ácidos graxos raríssimos</p><p>CARACTERES GERAIS Valor Normal:</p><p>Sabões ausentes</p><p>Leveduras raras ausentes</p><p>Cristais ausente</p><p>Flora iodófila ausentes</p><p>Bacilos filiformes ausentes</p><p>Leucócitos ausentes</p><p>Hemácias ausentes</p><p>REAÇÕES QUÍMICAS</p><p>Estercobilina +</p><p>Bilirrubina ausentes</p><p>Albuminas íntegras ausentes</p><p>Albuminas degradadas ausentes</p><p>Mucina + a ++</p><p>DOSAGENS QUÍMICAS</p><p>Ácidos orgânicos totais 14 a 18 ml</p><p>HCl Amoníaco até 4,5 ml NaOH</p><p>flora iodófila (presença de Clostridium e outras bactérias fermentativas)</p><p>8</p><p>ANÁLISE FÍSICA Valor Normal:</p><p>Grau de hidratação normal</p><p>Forma cilíndrica</p><p>Odor fecal</p><p>Cor parda</p><p>Consistência Pastosa/normal</p><p>Muco Ausente</p><p>Gordura Ausente</p><p>ANÁLISE MICROSCÓPICA</p><p>Tecido Ausente/escasso</p><p>Fibras Musculares Ausente</p><p>Sangue Ausente</p><p>Detritos Vegetais Ausente/escasso</p><p>Leucócitos ausentes</p><p>Hemácias ausentes</p><p>Cristais ausentes</p><p>Leveduras raras ausentes</p><p>ANÁLISE QUÍMICA Valor Normal:</p><p>pH (Reação) Adulto(6,8-7,2),criança-lactente(5,0-6,0)</p><p>Gorduras (Sudam III) Menos de 5,0%</p><p>Substancias Redutores Negativo</p><p>Ácidos Aminados e Amoníaco</p><p>Adultos: 2,0 a 4,0 mL de solução 1N amoníaco por 100 g de fezes ou 100 mL.</p><p>Crianças e lactentes: de 4,0 a 9,0 mL de solução 1N amoníaco por 100 g</p><p>de fezes ou 100 mL.</p><p>Ácidos Orgânicos Totais Adultos: 14,0 a 16,0 mL de solução 1N ácida por 100 g de fezes ou 100 mL.</p><p>Crianças (6m): de 16,0 a 30,0 mL de solução 1N ácida por 100 g de fezes ou 100 mL.Crianças acima de 6 meses: de 16,0 a 25,0 mL de solução 1N ácida por 100 g de fezes ou 100 mL.</p><p>Descrição da consistência fecal (grau de hidratação e forma) segundo Heaton & Al.:</p><p>1 - Caroços separados, duros como nozes (cíbalas ou coprólitos).</p><p>2 – Amoldadas cilíndricas com superfície encaroçada.</p><p>3 – Amoldadas cilíndricas com superfície rachada.</p><p>4 – Amoldadas cilíndricas com superfície lisa e macia.</p><p>5 – Não-amoldadas, macias, em forma de gota com extremidades afiladas.</p><p>6 – Não-amoldadas, moles, em pedaços com extremidades rotas ou indefinidas.</p><p>7 – Aguadas, sem sólidos.</p><p>Testes laboratoriais</p><p>Exame parasitológico de fezes:</p><p>De acordo com a conscietencia fecal aplica-se o método de preparo adequado.</p><p>1- Fezes moles ou líquidas sugerem a possível presença de trofozoítos de protozoários intestinais. Cistos de protozoários são encontrados com mais freqüência em fezes formadas. Ovos e larvas de helmintos podem ser encontrados tanto em fezes líquidas quanto em fezes formadas.</p><p>2- Examinar a superfície da amostra para observar a presença de proglotes de tênias, ancilostomídeos ou oxiúros adultos, por exemplo.</p><p>3- Examinar a amostra fecal com auxílio de um palito (sorvete) para verificar a presença de outros helmintos adultos.</p><p>4- Examinar as fezes quanto à presença de sangue e/ou muco.</p><p>a) sangue fresco (vermelho vivo) indica hemorragia aguda no trato intestinal.</p><p>b) muco sanguinolento sugere ulcerações e uma porção desse material deve, de preferência, ser examinada, ao microscópio, para a procura de trofozoitos.</p><p>Os vermes adultos, quando encontrados, devem ser imediatamente examinados e identificados.</p><p>As tênias são identificadas especificamente pelo exame das proglotes grávidas. As proglotes devem ser fixadas em formol a 10% e depois clarificadas por imersão em glicerina ou solução de lactofenol (1:1).</p><p>12</p><p>coli enteropatogênica (EPEC), E. coli enterotoxigênica (ETEC), E. coli enteroinvasora (EIEC), E. coli enterohemorrágica (EHEC)</p><p>15</p><p>Testes laboratoriais</p><p>SANGUE OCULTO NAS FEZES.</p><p>Eficiente na ajuda do diagnóstico do câncer de intestino e tem a vantagem de ser simples, não invasivo ou caro como a colonoscopia.</p><p>Na verdade, o exame de sangue oculto funciona como uma espécie de triagem: ele indica quem realmente precisa fazer colonoscopia. E, com isso, facilita a vida dos pacientes que acabam adiando a colonoscopia (que muitos preferem evitar por ser um exame que exige tempo, preparo, sedação) e ajuda a reduzir custos.</p><p>É o método ideal para rastreamento em grandes populações.</p><p>O exame de sangue oculto avalia a presença de pequenas quantidades de sangue nas fezes, que podem não ser visíveis a olho nu. Ajuda a detectar a presença de sangramentos no intestino grosso, que podem ser sinais de úlceras, colite ou até câncer. Em média, 10% dos pacientes apresentam resultados positivos e precisaram fazer exames complementares.</p><p>Câncer colorretal</p><p>No Brasil, o tumor maligno no cólon e no reto é o 3º tipo mais comum em homens e o 2º em mulheres. Diagnosticado no início, o câncer colorretal pode apresentar cerca de 90% de chances de sucesso no tratamento.</p><p>PRINCÍPIO DO TESTE</p><p>Teste de imunoensaio de ouro coloidal para detecção de hemoglobina nas fezes humanas. Durante o teste a amostra de fezes é absorvida pelo bloco de amostra, que migra cromatograficamente através da membrana por ação capilar. A amostra, que contém hemoglobina, forma um complexo antígeno-anticorpo com conjugado anti-hemoglobina IgG ouro coloidal na placa de conjugado. Este complexo migra para a membrana de nitrocelulose na zona de teste, onde outros anticorpos anti-hemoglobina IgG monoclonais imobilizados estão presentes, formando então uma ligação "sandwich" colorida (anti-hemoglobina IgG ouro coloidal-hemoglobina-anti-hemoglobina IgG). O resultado do teste é determinado visualmente sem o uso de equipamentos específicos. Em uma operação simples, diversas amostras podem processadas simultaneamente.</p><p>pH Fecal</p><p>O pH fecal indica se a reação das fezes é ácida ou básica. Normalmente, a reação é neutra ou discretamente alcalina ou ácida. Dietas ricas em carboidratos tornam as fezes ácidas; dietas ricas em proteínas as tornam alcalinas.</p><p>Substâncias Redutoras nas Fezes</p><p>Sinonímia: Pesquisa de Glicose, lactose ou sacarose nas fezes.</p><p>Seção Técnica: Parasitologia</p><p>Material: Fezes</p><p>Interferentes: Fezes não-recentes: a fermentação bacteriana pode causar falso resultado negativo.</p><p>Medicamentos: alguns antitérmicos, antibióticos e sulfas podem dar falsa reação positiva</p><p>Exames Relacionados: pH fecal, testes de tolerância à lactose, e à sacarose</p><p>+</p><p>21</p><p>Teste de coloração Sudan III</p><p>Usado para determinar o nível de gordura fecal para diagnosticar esteatorreia.</p><p>- Uma pequena amostra é dissolvida em água ou solução salina,</p><p>Ácido acético glacial é adicionado para hidrolisar os sais insolúveis de ácidos graxos,</p><p>Solução alcoólica de Sudan III são adicionadas, a amostra é espalhada sobre uma lâmina para microscopia e aquecida duas vezes até fervura.</p><p>Normalmente, uma amostra de fezes deve mostrar apenas algumas gotas de vermelho-laranja manchada de gordura sob o microscópio.</p><p>O método é somente semiquantitativo, mas, devido a sua simplicidade, é usado para rastreio.</p><p>Sudan III - Tingimento de gordura em fezes</p><p>Pesar 0,1 g de Sudan III</p><p>Dissolver em 100 ml de etanol.</p><p>Envase em frasco de vidro âmbar. Validade de 12 meses.</p><p>Uma gota de solução de fezes (Água ou salina) + uma gota de Sudan 3</p><p>23</p><p>Valores normais:</p><p>São considerados normais:</p><p>gotículas de gorduras, raras ou ausentes.</p><p>PIGMENTOS BILIARES: As fezes podem conter estercobilina, estecobilinogênio ou mesmo a bilerrubina ainda não transfórmada naqueles derivados. A verificação do estado em que se acham estes corpos se faz por meio de dois reativos solução saturada de sublimado corrosivo é pelo ácido clorídrico mais percloreto de ferro:, (reação de Grigaut) .</p><p>Reação do sublimado acético. (HgCl2) + ácido acético</p><p>- A um tubo de ensaio, contendo 10 ou 15 mL de uma diluição de fezes, a 5% aproxlmadamente, acrescentam 2 mL de uma solução aquosa, saturada de sublimado.</p><p>- Se as fezes contiverem estercobilina ou estercobilinogênio o líquido sobrenadante e sobretudo o depósito se coram em vermelho tijolo e em verde se estiver presente a bilerrubina ou bileverdina, ainda não transformada.</p><p>- Na ausência de pigmento biliar, nenhuma mudança de côr será notada.</p><p>- Para o desenvolvimento da coloração podem ser, necessários de 15 a 20 minutos</p><p>estercobilina ou estercobilinogênio</p><p>bilerrubina ou bileverdina</p><p>Fezes diluidas 5 %</p><p>10 mL</p><p>2 mL</p><p>Reativo</p><p>sublimado</p><p>acético</p><p>26</p><p>OBRI GADO</p><p>27</p><p>MAURO MEIRA DE MESQUITA (MMDM) -</p><p>image1.png</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.jpeg</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.png</p><p>image11.png</p><p>image12.jpeg</p><p>image13.jpeg</p><p>image14.png</p><p>image15.png</p><p>image16.png</p><p>image17.png</p><p>image18.png</p><p>image19.jpeg</p><p>image20.jpeg</p><p>image21.png</p><p>image28.png</p><p>image22.png</p><p>image23.png</p><p>image24.jpeg</p><p>image25.jpeg</p><p>image26.png</p><p>image27.png</p><p>image29.gif</p><p>image30.png</p><p>image31.jpeg</p><p>image32.png</p>