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<p>Agentes Antibacterianos</p><p>Origem e evolução</p><p>O nome antibiótico foi primeiramente usado por Waksman em 1942, e deu uma redefinição necessária como substância produzida por microorganismos (bactérias, fungos, actinomicetos), antagonista ao desenvolvimento ou à vida de outros microorganismos em altas diluições no meio bioquímico do nosso corpo.</p><p>Entretanto, o uso diário do termo, incluiu os agentes antibacterianos sintéticos, como as sulfonamidas e as quinolonas, que não são produzidos por microorganismos. Waksman e outros microbiologistas notaram que algumas bactérias tinham a capacidade destruir ou inibir outras estudando amostras de fezes, cuja flora bacteriana é complexa e que depende dessa capacidade para sua manutenção.</p><p>Toda a história está dividida em 3 grandes eras. A primeira, conhecida também como a era dos alcaloides, data de 1619 de onde provém os primeiros registros do sucesso do tratamento da malária com extrato de cinchona e do tratamento da disenteria amebiana com raiz de ipecacuanha. Durante muito tempo esses extratos e seus derivados (alcaloides, quinino e a emetina) formaram um grupo único de recursos terapêuticos conhecidos.</p><p>A segunda era, conhecida como a dos compostos sintéticos, foi marcada pela descoberta do salvarsan por Paul Ehrlich em 1909 para o tratamento de tripanossomas e outros protozoários. Em 1910 Ehrlich testou o composto arsênico e viu que ele era ativo contra o treponema causador da sífilis. Esse composto foi usado como tratamento de escolha da sífilis até 1940 quando foi substituído pela penicilina, na época imperava um pensamento que, os protozoários eram susceptíveis às drogas e as bactérias não. Os treponemas não eram considerados bactérias, mas uma classe a parte.</p><p>A terceira era, conhecida como a era moderna dos antibióticos, foi marcada pelo controle das infecções por estreptococos e pneumococos com o uso que já vinha sendo feito das sulfonamidas. Alguns autores marcam a entrada dessa era com o início do uso clínico das sulfonilamidas em 1936. No final da década de 1940 apareceram as resistências de estreptococos hemolíticos, gonococos e pneumococos à sulfonamida.</p><p>Antibacterianos</p><p>Bacteriostáticos: são agentes que detêm o crescimento de determinadas bactérias dificultando sua proliferação e deixando ao sistema imunitário a tarefa de eliminar as bactérias que já estão presentes no organismo.</p><p>Bactericidas: compostos que promovem a morte da bactéria.</p><p>Classificação</p><p>Entre os diversos critérios adotados na classificação de antibióticos, os principais são: biossíntese; espectro de atividade e estrutura química.</p><p>Biossíntese</p><p>Os antibióticos podem ser divididos nas seguintes classes, segundo sua biossíntese:</p><p>• Antibióticos derivados de aminoácidos;</p><p>• Antibióticos derivados de carboidratos;</p><p>• Antibióticos essencialmente derivados de acetato e propionato;</p><p>• Antibióticos diversos.</p><p>Espectro de atividade</p><p>• Antibióticos de amplo espectro;</p><p>Ex: neomicina.</p><p>• Antibióticos com atividade predominante contra bactérias Gram-positivas;</p><p>Ex: ácido fusídico.</p><p>• Antibióticos com atividade predominante contra bactérias Gram-negativas;</p><p>Ex: colistina.</p><p>• Antibióticos com atividade predominante contra micobactérias;</p><p>Ex: decoinina.</p><p>• Antibióticos ativos contra fungos;</p><p>Ex : actidina.</p><p>• Antibióticos antiamebianos;</p><p>Ex: puromicina.</p><p>• Antibióticos antineoplásicos;</p><p>Ex : ácido mico-fenólico.</p><p>Sulfonamidas</p><p>As sulfas constituem um pó branco, cristalino, inodoro e solúvel em água.</p><p>Mecanismo de ação</p><p>As sulfonamidas são inibidoras competitivas da enzima bacteriana sintetase de Dihidroperoato (são análogos do seu substrato o ácido para aminobenzóico PABA). A enzima catalisa uma reação necessária à síntese de ácido fólico, necessário para a síntese de precursores de DNA e RNA) nas bactérias. Consequentemente, o DNA bacteriano não é replicado e proteínas não são sintetizadas.</p><p>Como as células humanas obtêm o seu ácido fólico da dieta, e não possuem a enzima, não são afetadas. As bactérias, no entanto, são incapazes de absorvê-lo, e precisam produzi-lo, logo elas são afetadas nas doses usadas e param de se reproduzir.</p><p>Indicações</p><p>•Com Primetamina na malária;</p><p>•Em queimaduras infectadas;</p><p>•Infecção por Chlamydia trachomati;</p><p>Resistência</p><p>Há genes espalhados em plasmídeos que conferem a algumas estirpes de bactérias resistência a este agente. As bactérias resistentes produzem enzimas não inibidas por este agente.</p><p>Efeitos adversos possíveis</p><p>•Náuseas e vómitos;</p><p>•Cefaleias;</p><p>•Danos hepáticos, depressão da medula óssea;</p><p>Penicilinas</p><p>As penicilinas são antibióticos do grupo dos beta lactâmicos profusamente utilizados no tratamento de infecções causadas por bactérias sensíveis. A maioria das penicilinas são derivadas do ácido 6-aminopenicilânico, diferenciando-se umas das outras conforme a substituição na cadeia lateral do seu grupo amino.</p><p>As penicilinas contêm um anel ativo, o anel beta-lactâmico, que partilham com as cefalosporinas. As penicilinas contêm um núcleo comum a todas elas e uma região que varia conforme o subtipo. Todas penicilinas têm a mesma estrutura básica: ácido 6 aminopenicilanico, um anel tiazolidina unido a um anel beta lactâmico que leva um grupo amino livre.</p><p>Mecanismo de ação</p><p>Todos os antibióticos beta-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas) interferem na síntese de parede celular bacteriana, através de sua ligação com as enzimas PBP. A penicilina acopla num receptor presente na membrana interna bacteriana (PBP) e interfere com a transpeptidação que ancora o peptidoglicano estrutural de forma rígida em volta da bactéria.</p><p>Como o interior desta é hiperosmótico, sem uma parede rígida há afluxo de água do exterior e a bactéria lisa (explode). O principal mecanismo de resistência de bactérias à penicilina baseia-se na produção de Beta-lactamases, enzimas que degradam a penicilina impedindo sua ação. Outro mecanismo de ação da penicilina é a inativação do inibidor das enzimas autolíticas na parede celular. Isto dá, como resultado, a lise celular.</p><p>Usos terapêuticos</p><p>É a primeira escolha para infecções bacterianas causadas por organismos Gram-positivos e outros que não sejam suspeitos de resistência.</p><p>Ex: Pneumonias, Otites e sinusites, Meningites bacterianas.</p><p>Efeitos colaterais</p><p>Reações urticantes, choque anafilático, vermelhidão na pele, febre, nefrite intersticial alérgica, anemia hemolítica, trombocitopenia, convulsões e abalos musculares.</p><p>Cloranfenicol e derivados</p><p>O cloranfenicol é um antibiótico de largo espectro com ampla distribuição; no entanto, devido à sua toxicidade, a sua utilização é limitada a infeções graves para as quais não está disponível outro antibiótico alternativo (geralmente devido a problemas de resistência).</p><p>Mecanismo de ação</p><p>O cloranfenicol é um antibiótico de amplo espectro que tipicamente interrompe a produção de proteínas. Exerce o seu efeito bacteriostático por ligação irreversível à peptidil transferase da subunidade 50S ribossômica, bloqueando assim a elongação do peptídeo.</p><p>Uso terapêutico</p><p>No tratamento de cólera, de febres tifoide e maculosa e de conjuntivite bacteriana.</p><p>Efeitos colaterais</p><p>Cefaleia, confusão mental, náuseas, vômitos, diarreia.</p><p>Tetraciclinas</p><p>Tetraciclina é um grupo de antibióticos naturais ou semissintéticos usados no tratamento de um amplo espectro de bactérias tanto Gram-negativas quanto gram-positivas e alguns protozoários e até alguns fungos. Não funciona contra vírus. As tetraciclinas recebem essa denominação devido à sua estrutura química, formada por quatro anéis.</p><p>Mecanismo de ação</p><p>As tetraciclinas são inibidores específicos do ribossoma procariótico (bacteriano). Elas bloqueiam o receptor na subunidade 30S que se liga ao tRNA durante a tradução gênica. A sua seletividade deve-se ao facto de estas serem mais facilmente acumuladas em células bacterianas do que em células humanas, isto é vantajoso dado que as tetraciclinas são capazes de inibir a síntese proteica em células mamíferas, especialmente ao nível mitocondrial. A síntese de proteínas é, portanto, inibida na bactéria, o que impede</p><p>a replicação e leva à morte celular.</p><p>Há algumas estirpes resistentes por um de dois mecanismos, que adquirem através de genes em plasmídeos de outras bactérias. Um desses genes codifica uma proteína que ativamente expulsa a tetraciclina da célula. O outro codifica uma proteína que se liga ao ribossoma não permitindo a ação do antibiótico.</p><p>Uso terapêutico</p><p>Infecções sexualmente transmissíveis, infecções urinárias, gastrointestinais, pele e</p><p>oculares.</p><p>Efeitos colaterais</p><p>•Mais comuns são, queimação e cólica, sensibilidade a luz solar, diarreia, coceira, Boca e língua seca, confusão mental (apenas minociclina).</p><p>•Raros são, dor de cabeça, náusea e vômito, pele amarelada (temporária), escurecimento da língua (temporário), perda do apetite e visão distorcida (temporário.</p><p>Antibióticos polipeptídicos</p><p>O termo polipeptídeo ou peptídeo refere-se a um polímero linear de dois ou mais aminoácidos, estabelecendo ligações peptídicas, que ocorrem entre o grupo terminal carboxila de um aminoácido e o grupo terminal amina de outro. Quando esses grupos ligam-se, ocorre a formação de água (desidratação) em virtude da perda de uma hidroxila do grupo carboxila e de hidrogênio do grupo amina.</p><p>Mecanismo de ação</p><p>Antibióticos polipeptídeos rompem as paredes celulares bacterianas.</p><p>Ex: A bacitracina é um antibiótico polipeptídico que inibe a parede celular e é ativo contra organismos Gram-positivos.</p><p>Uso terapêutico</p><p>Feridas com infecção e prevenção de feridas pós-operatórias.</p><p>Efeitos colaterais</p><p>Os efeitos adversos dos polipeptídeos são:</p><p>•Nefrotoxicidade;</p><p>•Neurotoxicidade central e periférica.</p><p>As polimixinas são nefrotóxicas. O CMS e a polimixina B podem causar parestesias perioral e de extremidades, prurido generalizado, vertigem, fala arrastada, fraqueza muscular e dificuldade respiratória em decorrência de bloqueio neuromuscular, especialmente em pacientes com insuficiência renal.</p><p>Cefalosporinas</p><p>As cefalosporinas constituem um grupo de antibióticos beta lactâmicos por terem em sua estrutura química um anel beta lactâmico acoplado a um anel tiazolidínico. As propriedades físico químicas das cefalosporinas são muito semelhantes às das penicilinas. Por exemplo, a maior parte das cefalosporinas é encontrada na forma de sais hidrossolúveis ou como anfóteros.</p><p>Mecanismo de ação</p><p>São agentes bactericidas por ocasionar a morte das bactérias susceptíveis. Como os demais antibióticos beta-lactâmicos (e.g. penicilinas), as cefalosporinas interferem na síntese da parede celular de peptidoglicano via inibição de enzimas envolvidas no processo de transpeptidação.</p><p>Há resistência em algumas estirpes devido a disseminação de plasmídeos que codificam o gene da proteína beta lactamase, que destrói o antibiótico antes que possa ter efeitos.</p><p>Uso terapêutico</p><p>As indicações terapêuticas estão relacionadas ao espectro de ação de cada geração de cefalosporinas. De forma geral, cada geração de cefalosporinas levou a um aumento a atividade contra bactérias gram-negativas e menor atividade contra bactérias gram-positivas.</p><p>•Pneumonia, exceto se for espécies resistentes;</p><p>•Infecções das vias biliares;</p><p>•Infecções do tracto urinário (ITUs);</p><p>•Sinusite bacteriana.</p><p>Efeitos colaterais</p><p>•Diarréia;</p><p>•Reações alérgicas, com erupções na pele;</p><p>•Nefrotoxicidade.</p><p>Classes de Cefalosporinas</p><p>•Cefaloridina: Deve ser reservada para tratamento de pacientes com infecções por bacilos Gram-negativos sensíveis a ela e que não podem tolerar penicilina. Parece ser a mais ativa das cefalosporinas contra bactérias anaeróbicas. Doses altas podem causar necrose tubular renal. Não deve ser usada junto com outros fármacos potencialmente nefrotóxicos, como os antibióticos aminoglicos-dicos. A dose habitual, por via intravenosa, é de 1,5 g em adultos, administrada lentamente.</p><p>•Cefalexina: Empregada na forma de monoidrato, primariamente no tratamento de infecções respirato. rias, urinárias, cutâneas e outras. A dose habital é de 250 mg a cada seis horas.</p><p>•Cefoxitina sódica: Apresenta espectro de atividade contra microrganismos Gram-negativos mais amplo que as cefalosporinas mais antigas. Também é eficaz contra Proteus e Serratia indo-positivos, mostrando alta resistência à hidrólise por B- lactamases.</p><p>Aminociclitóis(Aminoglicosídeo)</p><p>Um aminoglicosídeo é um grupo de fármacos compostos de um grupo amino e um grupo glicosídeo. Os medicamentos desta classe são bactericidas, inibidores de síntese proteica das bactérias sensíveis.</p><p>Mecanismo de ação</p><p>São caracterizados por um efeito pós-antibiótico, isto é, a atividade bactericida permanece mesmo com a diminuição da concentração sérica abaixo da concentração mínima inibitória (CIM). Estes antibióticos penetram no interior das bactérias Gram negativas, por difusão facilitada nas porinaspresentes na membrana externa. O local de ação é a subunidade 30s dos ribossomo, que é composto por vinte e uma proteínas e uma molécula 16s de ARN. O antibiótico aminoglicosídeo liga-se à proteína 12s na subunidade 30s ribossômica, o que leva a um erro de leitura do código genético.</p><p>A síntese proteica pode ser inibida de duas formas diferentes, por interferência sobre o complexo de iniciação ou a leitura errônea do ARNm, que leva à incorporação de diferentes aminoácidos, resultando numa proteína não funcional.</p><p>Mecanismo de ação</p><p>Infecções gram- negativas e usadas secundariamente em infecções como na Tuberculose.</p><p>Efeitos colaterais</p><p>•São reversíveis se detectados prematuramente e a administração cessada.</p><p>•Contraindicados se há patologia renal.</p><p>•Ototoxicidade: danos progressivos nas células sensoriais do sentido da audição e do equilíbrio no ouvido interno pode resultar em ataxia (andar desequilibrado), vertigens, surdez.</p><p>•Nefrotoxicidade: danos nos túbulos do rim. É aconselhável o controle dos níveis plasmáticos.</p><p>•Bloqueio neuromuscular e paralisia: raramente observado.</p><p>•A miastenia grave é uma contraindicação absoluta para o uso dos aminoglicosídeos</p><p>Antraciclinas</p><p>Doxorrubicina principal antibiótico da família antraciclinas. A doxorrubicina é um tipo de medicamento de quimioterapia contra o câncer conhecido como antraciclina. As antraciclinas matam as células tumorais, danificando seu DNA e impedindo seu reparo. É um medicamento intravenoso (IV).</p><p>Efeitos colaterais</p><p>Os efeitos colaterais mais comuns relatados em pelo menos 20% dos pacientes : fraqueza, cansaço, febre, náusea, estomatite (vermelhidão dolorosa, inchaço ou feridas na boca), vômito, diarreia, constipação, perda de apetite, síndrome mão-pé, erupção cutânea, contagem baixa de leucócitos, contagem baixa de plaquetas e anemia. Informe o seu médico se sentir estes ou outros efeitos colaterais.</p><p>Obrigada!!!</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.png</p><p>image3.png</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.png</p>

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