Análise de desempenho térmico - Yury

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO – FAU
CONFORTO AMBIENTAL 2
PROFESSORA: GIANNA MELO BARBIRATO
YURY SOUZA SILVA
ANÁLISE DE DESEMPENHO TÉRMICO DENTRO DE UMA EDIFICAÇÃO
MACEIÓ
2013
INTRODUÇÃO
Pensar no conforto térmico é indispensável nos projetos de edificações em qualquer parte do mundo. Em nossa região nordestina, famosa por suas altas temperaturas, é necessário direcionar nossas atenções à proteção das aberturas contra o sol dando-lhes o sombreamento necessário para garantir conforto para os ocupantes da residência.
O objeto de estudo desta análise será minha própria residência, um apartamento localizado no bairro do Tabuleiro em Maceió na zona bioclimática 8 levando em consideração o material construtivo, revestimento e condições externas urbanas com o objetivo de saber o que está sendo feito nos projetos atuais.
METODOLOGIA
A coleta de dados foi feita através de registros fotográficos das aberturas externas – janelas, do revestimento externo do prédio, de fontes como mapas online e da percepção do ambiente estudado, depois essas informações são confrontadas com a NBR 15220/2003.
ANÁLISE
O prédio do apartamento pertencente se encontra-se em um condomínio com outros seis prédios ou blocos, apesar de estarem relativamente próximos isso não impede de forma alguma a presença da forte ventilação, principalmente porque o apartamento em questão está no último andar, no oitavo, e como não há outros prédios de mesmo porte ou maior na mesma área, não há empecilho para a chegada da ventilação (Fig2). 
Fig. 1 – Situação. Fonte: Mapas – aplicativo do Windows
A região é predominantemente residencial e a “parte alta” da cidade ainda está em fase de descobrimento imobiliário, portanto não há grande quantidade de prédios de grande porte. O que faz com que o fluxo de vento não tenha nenhum impedimento.
No nível do térreo há obstáculos como casas e árvores que reduzem a velocidade do vento. No oitavo andar não há esse tipo de barreira. O calor que o asfalto absorve e devolve em forma de radiação indireta, ou ondas longas, também não é relevante pois, depois de determinado período da tarde o prédio da frente faz sombra no chão e em até metade do prédio em estudo. Porém mesmo que não houvesse este primeiro bloco não haveria problema quanto a esta radiação por conta da distância em relação ao solo. A radiação que mais será levada em consideração será a direta, de ondas curtas.
Fig. 2 – Simulação do vento e efeito da sombra - Croqui
A FACHADA
A única fachada fica voltada para Oeste, onde a incidência solar é mais duradoura.
Fig. 3 Fachada do prédio. Fonte: arquivo pessoal.
Apesar deste fato, não há desconforto térmico em se tratando de aquecimento em nenhum lugar do apartamento. Isso se deve as aberturas das janelas, que são notadamente suficientes em relação a área que a serve; à localização do condomínio, que por ficar na parte alta da cidade não recebe tanta influência da maritimidade da parte baixa da cidade, sendo a umidade menor, também é menor a retenção de calor no ar; e por último, a baixa temperatura vai se dever a altura em que está a residência pois o calor sensível que o chão libera não chega a subir tão alto. Esses são os fatores externos.
Fig. 4 Fachada do prédio. Fonte: arquivo pessoal.
Quarto 2
Quarto 1
Sala
MATERIAIS
Quanto aos fatores dos materiais construtivos, temos a pintura branca que tem o menor índice de absortividade e o maior de emissividade, esses são outros fatores que vão contribuir para a regulação da temperatura, pois a tinta não permite que uma grande quantidade de calor seja absorvida e passada para o ambiente e reflete praticamente toda a luz direta que recebe, o que se torna um fator ruim apenas para os moradores do bloco em frente para quem é transmitido toda essa luminosidade.
O vidro que por ser transparente não absorve nenhum tipo de calor, apenas retarda quase que irrisóriamente sua chegada ao ambiente interno, porém possui um alto grau de emissividade, o que mais uma vez prejudicará os moradores a frente.
Todos os materiais e seus fatores juntos causam uma retardação do calor que vemos na imagem abaixo:
As dimensões das janelas dos quartos são 1,10x1,00/1,10 e a da sala é o dobro na dimensão horizontal. Nos quartos, além delas, há uma abertura que foi feita para o ar-condicionado e que por não estar preenchida com o equipamento torna-se uma entrada constante de renovação de ar, o que cobre mais que os 40% que a NBR15220 pede. Porém no banheiro e na cozinha não há aberturas para iluminação, apenas para exaustão. A cozinha ainda é beneficiada pela iluminação que vem da sala, mas o banheiro fica totalmente escurecido quando fechado, as janelinhas presentes não são voltadas à área externa, por isso foi feito essa exaustão que se liga com todos os outros banheiro e cozinhas do mesmo lado do bloco.
Fig. 5 Planta do apartamento.
NEM TUDO SÃO FLORES
As úteis e oportunas janelas são uma faca de dois gumes, se por sua proporção ao cômodo areja e clareia o ambiente, por outro lado, no período vespertino elas permitem a entrada de radiação solar direta, o que acaba sendo incomodo principalmente nos quartos onde bate justamente no melhor lugar para se pôr as camas. 
Fig. 7 Exemplo de iluminação excessiva no quarto 1. Fonte: Arq. Pessoal.
Fig. 6 Exemplo de iluminação excessiva na sala. Fonte: Arq. Pessoal.
Fig.- 9 Cozinha. Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 8 Exemplo de iluminação excessiva no quarto 2. Fonte: Arq. Pessoal.
SOLUÇÃO
Uma possível solução para a excessiva luminosidade presente dentro da casa e principalmente nos quartos seria primeiramente o recuo na parte das janelas e a instalação de brises ao longo delas que pudessem ser controlados de dentro pelos moradores podendo ser possível até mesmo criar um efeito estético no prédio.
Porém isso não é viável, uma vez que consta no regulamento do condomínio que os moradores não podem alterar a fachada dos blocos. Tornando-se assim, a resolução mais próxima dos moradores a colocação de cortinas dentro de suas residências.
Fig. 9 - Sugestão de solução para proteção das janelas. Croqui.
CONCLUSÃO
Apesar de ficar voltado para o poente, o apartamento não apresenta desconforto térmico em momento algum em nenhum cômodo graças as grandes aberturas que os quartos e a sala possuem. Nestes, além da abertura da janela, há outra criada para a instalação de um ar-condicionado que fica aberta permanentemente sempre a deixar o ar circular, por isso mesmo que as janelas dos quartos fiquem fechadas sempre haverá renovação de ar dentro dos quartos.
O desconforto fica por conta da luminosidade excessiva que entra à tarde nos quartos impossibilitando a permanência dos ocupantes em atividades mais longas como estudar ou dormir, pois a luz solar bate diretamente sobre a cama.
Uma ideia para solucionar esta questão seria um leve recuamento das janelas em relação a parede e a instalação de brises em todas elas podendo-se até criar um efeito estético nos prédios.
Em contraste há a falta de iluminação no banheiro que torna necessário o uso de luz artificial, mas que não faz tanta diferença uma vez que este não é um cômodo de permanência.