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<p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>1. Entender a Síndrome Metabólica</p><p>Sinônimos: síndrome X, síndrome da resistência</p><p>à insulina</p><p>Definição: é um grupo de anormalidades</p><p>metabólicas que conferem aumento de risco de</p><p>dça cardiovascular (DCV) e DM. Está relacionada</p><p>com o aumento da resistência à insulina.</p><p>Principais Características:</p><p>- Obesidade central</p><p>- Hipertrigliceridemia</p><p>- Baixo nível de HDL</p><p>- Hiperglicemia</p><p>- Hipertensão</p><p>Epidemiologia:</p><p>- Aumenta com a idade</p><p>- Maior prevalência em norte-americanos</p><p>- A circunferência da cintura (CC) alta</p><p>(65,5%) e colesterol HDL baixo (49,4%)</p><p>foram os componentes mais prevalentes,</p><p>inclusive nos jovens.</p><p>- A ocorrência de SM foi maior entre</p><p>mulheres (41,8%), indivíduos com baixa</p><p>escolaridade (47,5%) e idosos (66,1%).</p><p>(BVS, 2020)</p><p>Menos comum entre homens afro-americanos e mais em</p><p>mulheres mexico-americanas</p><p>- O aumento da CA é mais prevalente em mulheres e o</p><p>TG > 150 mg/dl e a hipertensão são mais prevalentes</p><p>nos homens</p><p>Critérios:</p><p>- NCEP-ATP II (National cholesterol education program</p><p>and adult treatment): combinação de pelo menos 3 dos</p><p>5 fatores:</p><p>➔ Obesidade central pela CA (meio da distância</p><p>entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior)</p><p>Homens > 102 cm e mulheres > 88 cm</p><p>➔ Triglicérides > 150 mg/ dl</p><p>➔ HDL homens < 40 e mulheres < 50 mg/dl</p><p>➔ PA > 130 ou 85 mmHg</p><p>➔ Glicemia de jejum > 110 mg/dl</p><p>Fatores de risco:</p><p>Sobrepeso/Obesidade: adiposidade central , mas</p><p>indivíduos com peso normal também podem desenvolver</p><p>a síndrome metabólica</p><p>Sedentarismo: preditor de DCV e morte relacionada</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>Envelhecimento</p><p>DM: estima-se que, cerca de 75% dos pacientes com</p><p>dm2 ou com a tolerância à glicose diminuída tenha SM.</p><p>DCV: indivíduos com SM tem 2x mais chances de morrer</p><p>de DVC. O risco de IAM ou AVE é 3x maior.</p><p>associada à DAC (50%)</p><p>Lipodistrofia: Podem dar origem a resistência grave à</p><p>insulina e muitos componentes da SM. (Celulite é o nome</p><p>popular da lipodistrofia ginoide, que é o acúmulo de</p><p>gordura embaixo da pele)</p><p>Etiologia:</p><p>1. Resistência à insulina</p><p>- Desequilíbrio entre a insulina produzida e o</p><p>funcionamento dela nas células.</p><p>- Início: hiperinsulinemia pós-prandial ➜ de jejum ➜</p><p>hiperglicemia.</p><p>- Contribuinte: abundância de ácidos graxos</p><p>circulantes!</p><p>● Dos estoques e de triglicérides do tecido</p><p>adiposo</p><p>● Da lipólise das lipoproteínas ricas em TG</p><p>- A insulina atua na antilipólise e na estimulação da</p><p>lipase lipoproteica.</p><p>- Resistência à insulina aumento da lipólise mais</p><p>ácidos graxos redução ainda maior do efeito</p><p>antilipolítico</p><p>- A insulina inibe a ação da lipase hormônio sensível</p><p>(responsável por liberar gordura dos tecidos).</p><p>- Ácidos graxos acumulam-se como TG no músculo</p><p>cardíaco e esquelético</p><p>- Hiperinsulinemia ocorre pois como não há resposta a</p><p>quantidade de insulina produzida, o corpo produz mais</p><p>para ter o mesmo efeito (mover glicose para as</p><p>células) isso funciona por um tempo com a falha das</p><p>células pancreáticas os níveis de insulina caem</p><p>hiperglicemia!</p><p>- Ácidos graxos prejudicam a captação da glicose</p><p>hiperglicemia.</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>OBS: Com a resistência insulínica (RI) ocorre no organismo uma</p><p>resposta compensatória que eleva os níveis de insulina, gerando</p><p>um hiperinsulinismo que contribui para a retenção renal de sódio</p><p>e água, hipertensão diastólica, proliferação da camada</p><p>médio-intimal das artérias, bem como alterações</p><p>pró-inflamatórias/trombóticas, conjunto este de alterações que</p><p>acarretam na hipertensão arterial sistêmica (HAS)</p><p>2. Aumento da circunferência abdominal</p><p>- Relacionada com aumento de gordura, entretanto não</p><p>distingue aumentos no tecido adiposo subcutâneo ou</p><p>visceral.</p><p>3. Dislipidemia</p><p>- Alterações metabólicas lipídicas em qualquer fase do</p><p>metabolismo.</p><p>- Aumento de LDL (leva o colesterol para os tecidos) ou</p><p>TG</p><p>- Redução de HDL (retira o colesterol dos tecidos e</p><p>leva para o fígado).</p><p>4. Intolerância à glicose</p><p>- Resistência à insulina deficiência na supressão da</p><p>produção de glicose e redução da captação de</p><p>glicose.</p><p>5. Hipertensão</p><p>- Insulina: vasodilatador com efeitos secundários na</p><p>reabsorção de sódio nos rins.</p><p>- Resistência a insulina perda do efeito vasodilatador,</p><p>entretanto permanece a reabsorção tubular de sódio</p><p>hipertensão.</p><p>- Insulina sistema nervoso simpático também</p><p>aumenta a reabsorção de sódio.</p><p>6. Citocinas pró-inflamatórias</p><p>- Superprodução pela massa de tecido adiposo</p><p>expandido macrófagos citocinas (IL 1, 6, 8, TNF e PCR).</p><p>7. Adiponectina</p><p>- Citocina anti-inflamatória produzida pelos adipócitos</p><p>aumenta sensibilidade e insulina</p><p>- Encontra-se reduzida!</p><p>Manifestações Clínicas:</p><p>- Não está associada a sintomas.</p><p>- Sinais: aumento da CA e PA, mais raramente acantose</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>nigricans e lipoatrofia.</p><p>1. Doença cardiovascular ➜ AVE isquêmico e doença</p><p>vascular periférica</p><p>2. Diabetes tipo 2 ➜ risco 3 - 5x maior de DM</p><p>3. Doença hepática gordurosa não alcoólica</p><p>4. Hiperuricemia ➜ resistência a insulina ➜ defeitos</p><p>na reabsorção tubular renal de ácido úrico e</p><p>alterações no endotélio ➜ Microalbuminúria</p><p>5. Síndrome do ovário policístico ➜ 2 – 4 x mais</p><p>chance de SM prevalência 40 – 50%</p><p>6. Apneia obstrutiva do sono</p><p>Diagnóstico</p><p>1. História clínica</p><p>- Idade, tabagismo, prática de atividade física,</p><p>história de hipertensão, diabetes, diabetes</p><p>gestacional, doença arterial coronariana, AVE, SOP,</p><p>doença hepática gordurosa não alcoólica,</p><p>hiperuricemia, história familiar de hipertensão,</p><p>diabetes e doença cardiovascular, uso de</p><p>medicamentos hiperglicemiantes (corticosteroides,</p><p>betabloqueadores, diuréticos).</p><p>2. Exame físico</p><p>- CA, PA, Peso e altura (IMC), exame cardiovascular</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>3. Exames laboratoriais</p><p>- Lipidograma, Glicemia de jejum, HDL, TG</p><p>- Outros para detectar RI: ApoB, PCR, fibrinogênio,</p><p>ácido úrico, microalbuminúria e função hepática</p><p>- Estudo do sono</p><p>- Investigação de SOP: testosterona, LH e FSH</p><p>- Risco cardiovascular global: colesterol total, LDL,</p><p>creatinina, ácido úrico, Microalbuminuria, PCR, TOTG e</p><p>ECG.</p><p>Tratamento não-medicamentoso:</p><p>- Modificação do estilo de vida</p><p>- Dieta</p><p>- Atividade física</p><p>- Modificação do comportamento</p><p>2. Elucidar �o medicamentoso da SM</p><p>TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA HAS:</p><p>- Se PAS > 140 ou PAD > 90 mmHg OU PAS> 130 ou PAD ></p><p>85 mmHg, se presença de DM.</p><p>1. Metas</p><p>- Elevado risco cardiovascular: 130/85 mmHg</p><p>- DM: 130/80 mmHg</p><p>- Proteinúria > 1g/24 horas: 120/75 mmHg</p><p>- Se doença cardiovascular + > 50 anos: meta em 6</p><p>meses.</p><p>2. Esquema terapêutico</p><p>3. Fármacos utilizados</p><p>- Diuréticos: principalmente os tiazídicos se usados em</p><p>altas doses não potencializam o efeito hipotensor e sim</p><p>aumentam os efeitos adversos: hipocalcemia e</p><p>desajustes glicídicos e lipídicos podem ser associados</p><p>aos bloqueadores do sistema renina-angiotensina</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>- Inibidores da enzima conversora de angiotensina:</p><p>reduzem a morbimortalidade cardiovascular</p><p>- Betabloqueadores: reduzem a morbimortalidade</p><p>cardiovascular 1ª linha se doença coronariana</p><p>hipergliceridemia, redução do HDL, aumento: peso,</p><p>intolerância a glicose e risco para DM</p><p>Contraindicados: asma brônquica, DPOC, bloqueio</p><p>atrioventricular.</p><p>- Antagonistas do receptor AT1 da angiotensina: nefro</p><p>e cardioprotetor.</p><p>- Antagonistas dos canais de cálcio: cardioprotetor.</p><p>- Inibidores adrenérgicos: alfametildopa 1ª linha na</p><p>gestação. Os bloqueadores alfa-1 não são 1ª linha na</p><p>SM e tem baixa eficácia em monoterapia.</p><p>- Se DM, SM ou proteinúria > 1g/dia: usar os</p><p>bloqueadores do sistema renina-angiotensina.</p><p>TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA DM</p><p>- Se ausência de controle com os métodos não</p><p>farmacológicos.</p><p>- Diagnóstico confirmado pela repetição do teste em</p><p>outro dia de consulta a não ser que existam sintomas</p><p>óbvios de DM.</p><p>1. Fármacos utilizados</p><p>- Não aumentam a síntese de insulina anti-</p><p>hiperglicemiantes: monoterapia, não causam</p><p>hipoglicemia metformina (biguanida) redução da</p><p>produção hepática de glicose.</p><p>- Aumentam a síntese de insulina hipoglicemiantes:</p><p>secretagogos sulfonilureia.</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>2. Fases do tratamento</p><p>- Glicemia < 150 mg/dl: não aumentam a síntese de</p><p>insulina</p><p>- Glicemia 150 – 270: monoterapia depende da</p><p>prevalência</p><p>entre insulino-resistência ou insulino-deficiência.</p><p>TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA DISLIPIDEMIA</p><p>- SM Dislipidemia se HDL baixo e TG alto</p><p>- Podem ocorrer alterações no LDL padrão tipo B (LDL</p><p>pequena e densa) dislipidemia aterogênica.</p><p>1. Metas</p><p>2. Fármacos utilizados</p><p>- Estatinas: 1ª linha inibem HMG-CoA, reduzindo a</p><p>síntese de colesterol e aumentando a expressão</p><p>hepática de LDL se TG < 500 usar doses acima de 20mg</p><p>- Fibratos: se TG > 500 mg/dl agonistas do PPAR-alfa,</p><p>reduzindo TG e aumentando HDL Contraindicação:</p><p>doença hepática grave e insuficiência renal.</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>- Ácido nicotínico: vitamina solúvel reduz TG e LDL e</p><p>aumenta HDL efeitos adversos: calor e rubor facial</p><p>Contraindicações: doença hepática crônica e gota.</p><p>- Ezetimiba: se paciente intolerante ao uso de</p><p>estatinas ou em associação a estas inibe a absorção</p><p>de colesterol na borda em escova do intestino delgado.</p><p>- Ácidos graxos ômega 3: reduzem TG coadjuvante nas</p><p>hipertrigliceridemias.</p><p>* Resinas: sequestradoras de sais biliares, ligam-se a</p><p>eles e reduzem a síntese de colesterol efeitos</p><p>adversos: constipação e aumento de TG se</p><p>hipergliceridemia acentuada</p><p>TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA OBESIDADE</p><p>- Se obesidade (IMC > 30) ou excesso de peso (IMC 25</p><p>– 30) + comorbidades + não tenha perdido 1% do peso</p><p>inicial por 1 mês, após 1 a 3 meses de tratamento.</p><p>1. Fármacos utilizados</p><p>- Sibutramina: 1ª linha efeitos adversos: boca seca,</p><p>constipação intestinal, insônia, cefaleia, aumento da PA</p><p>e FC.</p><p>- Topiramato: anticonvulsivante que agiria numa área</p><p>do cérebro que controla a saciedade, estudos</p><p>apontam que usuários do topiramato têm redução de</p><p>peso que vai de 6% a 16% nos primeiros quatro meses</p><p>de uso. O mecanismo neurobiológico pelo qual o</p><p>medicamento leva à perda de peso não é totalmente</p><p>conhecido. Gestantes não podem utilizar e mulheres</p><p>em idade fértil devem ter o B-HCG para descartar</p><p>gestação.</p><p>OBS: risco de glaucoma</p><p>Sabe-se que ele pode, em algumas pessoas, aumentar o</p><p>cristalino do olho”, explica o oftalmologista do Instituto</p><p>Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto. Desta forma,</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>uma série de reações pode ocorrer dentro do olho, o</p><p>que aumenta a pressão ocular e causa o glaucoma</p><p>agudo que pode levar à cegueira. “Surge de repente e</p><p>dói muito. Causa náuseas, vômito, dor de cabeça</p><p>terrível e é diferente do glaucoma crônico, que é mais</p><p>demorado para aparecer”, alerta o médico.</p><p>- Orlistat: 1ª linha. ⇰ efeito adverso: Esteatorreia</p><p>- Dietilpropiona e mazindol: efeitos adversos: insônia,</p><p>nervosismo, taquicardia, aumento da PA</p><p>- Femproporex (Desobesi - M): age diretamente no</p><p>centro que regula o apetite no cérebro, diminuindo a</p><p>fome, além de causar uma alteração do paladar e do</p><p>cheiro, o que leva à diminuição da ingestão de</p><p>alimentos, facilitando o emagrecimento. efeitos</p><p>adversos: vertigem, tremor, irritabilidade, agitação,</p><p>fraqueza excessiva, tensão, insônia, confusão mental,</p><p>ansiedade, dor de cabeça, boca seca ou gosto</p><p>metálico na boca. (Pode causar dependência ou</p><p>tolerância)</p><p>*Inibidores seletivos da recaptação de serotonina:</p><p>podem proporcionar perda de peso efeitos adversos:</p><p>ansiedade, insônia, diminuição da libido</p><p>Agonistas do receptor de Glicopeptídeo-1 semelhante</p><p>ao glucagon</p><p>- Liraglutida, semaglutida, dulaglutida</p><p>- agentes adjuvantes ou em monoterapia</p><p>alternativa para pacientes nos quais a terapia</p><p>inicial com intervenção no estilo de vida e</p><p>metformina falhou ou que não podem tomar</p><p>metformina.</p><p>Liraglutida:</p><p>- O GLP-1 é um regulador fisiológico do apetite e</p><p>do consumo de calorias e o receptor de GLP-1</p><p>está presente em várias regiões do cérebro</p><p>envolvidas na regulação do apetite. Os</p><p>receptores de GLP-1 também são expressos em</p><p>locais específicos no coração, na vasculatura,</p><p>sistema imune e rins.</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>- O mecanismo de ação da liraglutida em humanos</p><p>é reduzir o peso corporal principalmente</p><p>através da perda de massa gorda. O peso</p><p>corporal é reduzido devido à redução do</p><p>consumo calórico. A liraglutida não aumenta o</p><p>gasto energético em 24 horas. A liraglutida afeta</p><p>os quatro principais componentes do apetite</p><p>(plenitude, saciedade, fome e consumo</p><p>prospectivo de alimento). A liraglutida regula o</p><p>apetite através do aumento da sensação de</p><p>saciedade e redução da sensação de fome,</p><p>reduzindo consequentemente a ingestão</p><p>alimentar. A liraglutida estimula a secreção de</p><p>insulina, reduz a secreção inapropriadamente</p><p>alta de glucagon e melhora a função das células</p><p>beta de forma dependente de glicose, o que</p><p>resulta em redução da glicemia de jejum e</p><p>pós-prandial. O mecanismo de redução da</p><p>glicemia também envolve uma diminuição da</p><p>velocidade do esvaziamento gástrico.</p><p>- Em estudos em animais, a administração</p><p>periférica de liraglutida levou à absorção em</p><p>regiões cerebrais específicas, incluindo o</p><p>hipotálamo, onde a liraglutida, através da</p><p>ativação específica do GLP-1R, aumentou a</p><p>saciedade e diminuiu os sinais de fome, levando</p><p>assim ao menor peso corporal.</p><p>- A dose recomendada no manejo da diabetes é de</p><p>0,6 mg uma vez ao dia durante 1 semana, depois</p><p>aumentar para 1,2 mg uma vez ao dia. Se a</p><p>resposta glicêmica ideal não for alcançada após</p><p>uma semana adicional de tratamento, pode</p><p>aumentar ainda mais para 1,8 mg uma vez ao dia.</p><p>Essa progressão de dose visa diminuir os efeitos</p><p>colaterais gastrointestinais.</p><p>- A dose recomendada para controle do peso é</p><p>maior que a utilizada para DM II. Deve-se iniciar</p><p>com 0,6mg uma vez ao dia por 1 semana,</p><p>aumentando a cada 0,6mg diariamente em</p><p>intervalos semanais até uma dose alvo de 3mg</p><p>uma vez ao dia. Para este fim, a eficácia não foi</p><p>estabelecida em doses <3mg/dia.</p><p>- Porém, apesar de todos os benefícios, os</p><p>pacientes que fazem uso dessa medicação, têm</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>risco aumentado para doenças da vesícula biliar</p><p>ou vias biliares quando tomados em doses mais</p><p>altas.</p><p>3. Entender os critérios para indicação de bariátrica</p><p>- Se paciente com obesidade mórbida (IMC > 40) ou</p><p>- obeso grau II (IMC> 35) + comorbidades ou</p><p>- IMC > 30 (obesidade grau I) + DM descompensada</p><p>(cirurgia metabólica)</p><p>- Falha do tratamento clínico.</p><p>A cirurgia metabólica e bariátrica é oferecida como</p><p>parte de um programa de perda de peso que</p><p>geralmente inclui • Palestras para profissionais de</p><p>saúde • Avaliação psicológica do paciente • Consulta</p><p>com um cirurgião • Consulta com nutricionistas</p><p>credenciados • Teste de laboratório rotineiros •</p><p>Rastreamento de apneia obstrutiva do sono (AOS) •</p><p>Estratificação de risco operatório</p><p>Tipos de cirurgia:</p><p>A cirurgia metabólica e bariátrica é a alteração</p><p>cirúrgica do estômago e/ou intestino visando à perda</p><p>ponderal em pacientes com distúrbios metabólicos</p><p>relacionados à obesidade e suas sequelas.</p><p>- Restritivas: Banda gástrica ajustável,</p><p>Gastrectomia Vertical – SLEEVE, Gastroplastia</p><p>vertical endoluminal</p><p>- Disabsortivas: Derivação biliopancreática,</p><p>switch duodenal ou Scopinaro</p><p>- Mistas: Desvio gástrico com Y de Roux</p><p>Restritivas</p><p>- Banda gástrica ajustável: banda de silicone envolve o</p><p>estômago, criando acima dela um reservatório com</p><p>capacidade de 30 ➜ 50 ml tem um reservatório inflável</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>que pode ser ajustado mediante a colocação ou</p><p>retirada de solução salina.</p><p>- Gastrectomia vertical (Sleeve): Cerca de 80% do</p><p>estômago é removido, criando uma passagem</p><p>estomacal tubular que se assemelha a uma banana.</p><p>Disabsortivas</p><p>- Derivação biliopancreática, Switch duodenal ou</p><p>Scopinaro: gastrectomia subtotal coto gástrico de 200</p><p>– 500 ml reconstrução com Y de Roux.</p><p>Mistas</p><p>- Desvio gástrico com Y de Roux: secção do estômago,</p><p>com grampeamentos lineares cortantes ➜ pequena</p><p>câmara vertical junto à cárdia ➜ esta câmara é</p><p>anastomosada ao segmento proximal do jejuno</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>Comparando</p><p>1. Contraindicações</p><p>- Causas endócrinas tratáveis de obesidade,</p><p>dependência de álcool ou drogas, doenças</p><p>psiquiátricas</p><p>graves sem controle, risco anestésico e</p><p>cirúrgico inaceitável (ASA-IV), dificuldade de</p><p>compreender riscos, benefícios, resultados esperados,</p><p>alternativas ao tratamento e mudanças no estilo de</p><p>vida</p><p>2. Pré-operatório</p><p>- Avaliação multidisciplinar e minuciosa</p><p>- Anamnese, exame físico, análise da saúde mental.</p><p>- Avaliação laboratorial e de imagem</p><p>● Hemograma</p><p>● Coagulograma</p><p>● Tipo sanguíneo</p><p>● Glicemia</p><p>● Lipidograma</p><p>● Função hepática</p><p>● Dinâmica de ferro</p><p>● Exame de urina</p><p>● ECG</p><p>● RX de tórax</p><p>● EDA</p><p>● Espirometria</p><p>● USG doppler de</p><p>MMII</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>- Mulheres em idade fértil: beta-HCG</p><p>- Se > 2 – 3 x de aumento das transaminases hepáticas</p><p>USG abdominal e sorologia para hepatites virais</p><p>- Densitometria óssea se osteopenia ou osteoporose</p><p>em paciente com obesidade mórbida obesidade de</p><p>causa endógena</p><p>- Tabagista parar de fumar pelo menos 8 – 12 semanas</p><p>antes (diminuir complicações tromboembólicas e</p><p>infecciosas).</p><p>- Suspender contraceptivos orais e terapia de</p><p>reposição hormonal por 1 mês antes da cirurgia</p><p>(reduzir risco de tromboembolismo.</p><p>- Usar outro método contraceptivo até 12 meses de</p><p>pós-operatório.</p><p>4. Explicar os efeitos colaterais pós-cirúrgicos</p><p>Complicações pós-cirúrgicas:</p><p>• Extravasamentos gástricos e/ou anastomóticos</p><p>• Fístulas gastro-gástricas</p><p>• Impactação alimentar</p><p>• Complicações pulmonares (dependência de</p><p>ventilação mecânica, pneumonia, embolia pulmonar)</p><p>• IAM</p><p>• Feridas infectadas</p><p>• Hérnia incisional</p><p>• Obstrução do intestino delgado</p><p>• Sangramento gastrointestinal</p><p>• Hérnia ventral</p><p>• Trombose venosa profunda</p><p>• Embolia pulmonar</p><p>Deficiências nutricionais: Síndromes disabsortivas</p><p>● Desnutrição proteico-calórica</p><p>● Deficiência de vitamina B12 e B9,</p><p>● Deficiência de ferro</p><p>● Deficiência de Vit D</p><p>● Deficiência de zinco e cobre</p><p>↳ Podem resultar de ingestão e suplementação</p><p>inadequadas ou má absorção.</p><p>↳ Diarreias podem ocorrer, sobretudo após</p><p>procedimentos de má absorção.</p><p>↳ A absorção de cálcio e vitamina D pode ser</p><p>prejudicada, causando deficiências e, às vezes,</p><p>hipocalcemia e hiperparatireoidismo secundário.</p><p>↳ Com vômitos prolongados, deficiência de tiamina</p><p>pode ocorrer.</p><p>↳ Transtornos psicológicos, a adicção por álcool tem</p><p>risco aumentado</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>Deficiências Nutricionais: Todas as cirurgias</p><p>bariátricas podem causar deficiências nutricionais,</p><p>sendo essencial o acompanhamento com</p><p>nutricionistas e suplementação vitamínica.</p><p>Dumping: Ocorre quando o alimento se move muito</p><p>rapidamente do estômago para o intestino delgado,</p><p>comum em cirurgias que alteram a anatomia do</p><p>estômago e intestino.</p><p>Refluxo Gastroesofágico: Mais comum em</p><p>procedimentos restritivos como a gastrectomia</p><p>vertical.</p><p>Desconforto Abdominal: em muitas dessas cirurgias</p><p>devido às mudanças no trato gastrointestinal.</p><p>- O reganho de peso é comum</p><p>5. Citar �o de reposição pós-cirúrgico</p><p>● Após bypass gástrico em Y de Roux ou</p><p>gastrectomia vertical, deve-se monitorar os</p><p>pacientes a cada 4 a 12 semanas durante o</p><p>período de perda ponderal rápida (em geral,</p><p>aproximadamente nos primeiros 6 meses após a</p><p>cirurgia), então a cada 6 a 12 meses.</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>● Ferro</p><p>As recomendações de suplementação</p><p>pós-operatória incluem 18mg de ferro diário</p><p>para pacientes considerados de baixo risco</p><p>(homens, sem história prévia de anemia),</p><p>enquanto mulheres que menstruam e pacientes</p><p>com Duodenal switch, Derivação gástrica em Y</p><p>de Roux (DGYR) e Gastrectomia Vertical (GV)</p><p>devem receber 45-60mg de ferro diariamente.</p><p>Os exames laboratoriais de vigilância</p><p>pós-operatória incluem a cinética do ferro</p><p>dentro de três meses após o procedimento, e</p><p>depois a cada três a seis meses por um ano, com</p><p>posterior vigilância anual.</p><p>● Zinco/Cobre</p><p>A deficiência de zinco se manifesta com má</p><p>cicatrização de feridas, alterações no paladar,</p><p>queda de cabelo e diarreia. Pacientes</p><p>submetidos a Duodenal switch e DGYR têm maior</p><p>risco de deficiência de zinco, e devem ser</p><p>rastreados anualmente. A suplementação de</p><p>zinco também pode colocar o paciente em risco</p><p>de deficiência de cobre, portanto, uma</p><p>proporção de 1 mg de cobre é recomendada</p><p>para cada 8-15 mg de zinco recebido. A</p><p>deficiência de cobre por sua vez leva à fadiga,</p><p>feridas na pele e descoloração do cabelo. A</p><p>prevalência de deficiência de cobre foi relatada</p><p>como sendo tão alta quanto 90% em pacientes</p><p>pós Duodenal switch</p><p>● Vitaminas A/E/K</p><p>O risco de deficiência de vitaminas lipossolúveis</p><p>é aumentado em procedimentos disabsortivos.</p><p>Até 70% dos pacientes com cirurgias</p><p>disabsortivas foram relatados como tendo</p><p>deficiência de vitamina A. A triagem</p><p>pós-operatória é recomendada para todos os</p><p>pacientes, independentemente dos sintomas. As</p><p>deficiências de vitamina E e K são incomuns em</p><p>pacientes pós-cirúrgicos. A deficiência de</p><p>vitamina E pode se manifestar como perda de</p><p>cabelo e dor ou formigamento nas extremidades.</p><p>A deficiência de vitamina K pode levar a</p><p>coagulopatia e hematomas. As diretrizes</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p><p>recomendam suplementação e triagem de rotina</p><p>em pacientes sintomáticos.</p><p>● Tiamina (vitamina B1)</p><p>A deficiência de tiamina está associada à</p><p>Síndrome de Wernicke-Korsakoff (WKS) , um</p><p>distúrbio neurológico caracterizado pela</p><p>clássica de ataxia, nistagmo e confusão. Na</p><p>cirurgia bariátrica, a deficiência de tiamina</p><p>geralmente é observada no paciente que</p><p>apresenta vômitos prolongados no</p><p>pós-operatório, sem suplementação vitamínica</p><p>adequada.</p><p>● Peso e pressão arterial são verificados e hábitos</p><p>alimentares são revistos. Realizam-se exames de</p><p>sangue (normalmente hemograma, e níveis de</p><p>eletrólitos, glicose, nitrogênio da ureia</p><p>sanguínea, creatinina, albumina e proteína) em</p><p>intervalos regulares.</p><p>● Hb glicosilada (HbA1C) e níveis lipídicos em jejum</p><p>devem ser monitorados se eles estavam anormais</p><p>antes da cirurgia.</p><p>● Dependendo do tipo de procedimento, os níveis</p><p>de vitaminas e minerais, como cálcio, vitamina D,</p><p>vitamina B12, folato, ferro e tiamina (vitamina</p><p>B1), podem precisar ser monitorados. Como o</p><p>hiperparatireoidismo secundário é um risco,</p><p>também deve-se monitorar os níveis de hormônio</p><p>paratireoideo. Deve-se medir a densidade óssea</p><p>após gastrectomia vertical e bypass gástrico em</p><p>Y de Roux. Os médicos devem verificar quaisquer</p><p>alterações na resposta a anti-hipertensivos,</p><p>insulina, hipoglicêmicos orais ou medicamentos</p><p>hipolipemiantes durante o período de rápida</p><p>perda ponderal após a cirurgia.</p><p>● Para minimizar o risco de hipoglicemia</p><p>(decorrente da maior sensibilidade à insulina</p><p>após a cirurgia bariátrica) em pacientes com</p><p>diabetes, os médicos devem ajustar a dose de</p><p>insulina e diminuir a dose de hipoglicemiantes</p><p>orais (particularmente sulfonilureias) ou</p><p>interrompê-los após bypass gástrico em Y de</p><p>Roux e gastrectomia vertical.</p><p>Síndrome Metabólica e Cirurgia Bariátrica</p>

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