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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E MÉTODOS DE AUTOAPRENDIZADO

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Matheus Soda

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
E MÉTODOS DE 
AUTOAPRENDIZADO
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Maira Bernardi
Indaial - 2019
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2019
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
B523e
 Bernardi, Maira
 Educação a distância e métodos de autoaprendizado. / Maira Bernar-
di. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 133 p.; il.
 ISBN 978-85-7141-408-2
 ISBN Digital 978-85-7141-409-9
1. Educação a distância. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
Da Vinci.
CDD 370
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................05
CAPÍTULO 1
EAD: HIstórico, Modelo e Características ...............................7
CAPÍTULO 2
Conceitos, Papéis, Tendências, Possibilidades e Desafios 
para a EAD .....................................................................................49
CAPÍTULO 3
Metodologias de Aprendizagem para a EAD ............................91
APRESENTAÇÃO
Este livro didático apresenta para o leitor aspectos considerados relevantes 
sobre a Educação a Distância (EAD). Organizados para que você, aluno, possa 
aprender e também refletir sobre a sua experiência nessa modalidade de ensino. 
No primeiro capítulo, são elucidadas as mudanças ocorridas no decorrer 
da história da educação a distância, enfatizando sua trajetória e repercussão no 
processo de ensino aprendizagem. Além disso, são identificadas as diferentes 
gerações da Web que surgiram nesse percurso histórico. É destacado ainda o 
potencial de diferentes tecnologias de informação e comunicação (TIC), buscando 
assim, auxiliar na seleção e avaliação da sua utilização e a forma como estes 
se relacionam nos cursos na modalidade a distância. Também são analisados 
os formatos de cursos ofertados na EAD, destacando seus fundamentos 
epistemológicos e evidenciando as concepções teóricas acerca dos modelos e 
abordagens pedagógicas, a partir das referências das teorias de aprendizagem. 
O segundo capítulo é iniciado com a abordagem de concepções, termos 
e práticas vigentes que estão sendo desenvolvidas na EAD, enfatizando 
as características, vantagens e desvantagens da modalidade. A seguir, são 
apresentados os sujeitos (professores, tutores e alunos) e agentes (equipe e 
suporte) envolvidos na EAD, enfatizando suas funções para a prática educativa, 
sendo ainda ressaltados os diferentes estilos de aprendizagem. Trata-se também 
sobre a compreensão, a partir da perspectiva de diferentes autores, acerca 
das competências na EAD, finalizando com a discussão sobre as tendências, 
possibilidades e desafios da modalidade.
E, encerrando o livro, o último capítulo resgata os estudos sobre os conceitos 
de aprendizagem, métodos e metodologias a partir da sua análise e articulação 
no contexto da educação a distância. São também abordadas as diferentes 
metodologias de aprendizagem (com ênfase para as metodologias ativas) 
aplicadas na EAD.
Dessa forma, espera-se que o leitor possa obter um panorama histórico, 
conceitual, teórico e prático a respeito da educação a distância, e das diversas 
possibilidades que podem ser utilizadas pelos professores para o aprendizado 
nessa modalidade.
CAPÍTULO 1
EAD: HIstórico, Modelo 
e Características
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• apresentar as mudanças ocorridas a partir do histórico da educação a 
distância, enfatizando sua trajetória e repercussão no processo de ensino e 
aprendizagem;
• identificar o potencial das tecnologias de informação e comunicação estudadas, 
selecionando e avaliando a sua utilização em cursos na modalidade EAD;
• descrever os formatos de cursos a distância, destacando seus fundamentos 
epistemológicos e abordagens pedagógicas.
8
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
9
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A educação, como um todo, está passando por um momento de grandes 
transformações, por isso, a Educação a Distância (EAD) é uma modalidade 
que vem sendo muito estudada por teóricos e especialistas. São estudos que 
vêm transformando os processos de ensino e aprendizagem, ampliando seus 
sentidos, retomando e atualizando algumas práticas pedagógicas, mas também 
favorecendo a criação de novas formas de compreender e de lidar com a 
construção dos conhecimentos. 
O foco, portanto, tem sido atender às novas demandas da EAD a fim de 
garantir a formação de sujeitos capazes de aprender constantemente e de 
enfrentar as novas situações sociais e seus desafios. Para isso, é importante 
conhecer a sua história e os caminhos já trilhados, as tecnologias empregadas 
e suas bases pedagógicas para construir um futuro ainda mais promissor. Assim, 
o objetivo é que você reflita sobre a EAD e as mudanças ocorridas e possa 
relacionar com a sua história de vida escolar. 
2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: 
ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS
Para tratar sobre o percurso histórico da Educação a Distância (EAD), é 
necessário relacionar à história da Educação, seguindo uma perspectiva linear de 
tempo para compreender a sua evolução.
Trata-se de um tema que vem sendo discutido e analisado por diversos 
autores que são referência nessa área e que tem organizado as gerações da EAD 
em três ou cinco divisões, dependendo da orientação teórica e da configuração de 
suas abordagens para apontar as práticas educativas de cada época. 
Nesse estudo, vamos apresentar os trabalhos desenvolvidos por Maia e 
Mattar (2007), Moore e Kearsley (2008). 
2.1 AS GERAÇÕES DA EAD PARA 
MAIA E MATTAR (2007)
No livro ABC da EAD: a educação a distância hoje, Maia e Mattar (2007) 
estabeleceram três gerações para a educação a distância. De acordo com 
os autores, existem também registros sobre cursos de taquigrafia a distância 
10
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
divulgados em jornais desde 1720. 
A Primeira Geração iniciou com a oferta de cursos por correspondência 
desde o século XVIII, sendo que a maior oferta de cursos ocorre no século XIX, 
em países europeus como Suécia, Reino Unido e Espanha. Foi o surgimento 
dos correios como meio de comunicação e do trem como transporte que 
impulsionaram a EAD, que tem o ano de 1728 como seu marco inicial. Ainda de 
acordo com os autores, começam a ser criadas propostas de cursos a distância, 
dando-se destaque para os cursos técnicos de extensão universitária. No entanto, 
os cursos não foram bem aceitos pela sociedade, o que culminou em poucas 
experiências mais duradouras.
A Segunda Geração é marcada pela inclusão de novos recursos midiáticos 
como rádio, televisão, o uso de fitas de áudio e vídeo e o telefone. No Brasil, 
iniciou a partir da década de 20, com o uso de áudio (rádio e fitas cassete), e, 
posteriormente (anos 60), do vídeo, com a televisão.
Outro marco dessa geração é o surgimento de universidades abertas na 
Europa, com uma nova organização de ensino em EAD. Destaca-se, assim, a 
abertura da British Open University, na Inglaterra, em 1969, considerada como 
a pioneira do que se entende até hoje como um modelo de ensino superior a 
distância. Tratou-se na época de um avanço acerca das experiências de EAD, 
pois foram desenvolvidos cursos acadêmicos de qualidade com a utilização 
dos meios de comunicaçãocomo TVs, rádios, fitas cassetes e vídeos entre 
professores e alunos.
 Essas ações foram importantes para que se começasse a repensar acerca 
da função das universidades e também em novas mudanças na educação, 
o que de fato somente veio a ocorrer na década de 90, quando empresas, 
universidades e setores governamentais começam a demonstrar interesse por 
essas metodologias. 
A Terceira Geração foi iniciada pela introdução do microcomputador, sua 
utilização em redes, e de tecnologias multimídias, como videotexto e hipertexto. 
Começa, assim, a EAD on-line, caracterizada pela integração dessas novas 
mídias com as que já vinham sendo usadas pelas primeiras gerações. Ou seja, 
deu-se início a uma nova fase na história da educação a distância. 
A Terceira Geração da evolução da EAD seria marcada 
pelo desenvolvimento das tecnologias da informação e da 
comunicação. Por volta de 1995, com o desenvolvimento 
explosivo da Internet, ocorre um ponto de ruptura na história 
da educação a distância. Surge então um novo território para a 
educação, o espaço virtual da aprendizagem, digital e baseado 
11
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
na rede. Surgem também várias associações de instituições 
ensino a distância [...] a EAD, assim, nos ajudaria a romper 
com a tradição e planejar o futuro (;MAIA; MATTAR, 2007, p. 
22-23). 
Maia e Mattar (2007) também salientam que vários países têm práticas de 
EAD em todos os níveis de ensino, entendendo que o investimento em EAD, 
muitas vezes, independe do seu grau de desenvolvimento econômico. 
2.2 AS CINCO GERAÇÕES DA EAD 
PARA OS AUTORES MOORE E 
KEARSLEY (2008)
Os autores Moore e Kearsley (2008) descrevem no livro Educação a 
distância: uma visão integrada, a história da EAD dividida em cinco gerações, 
sendo observados os períodos históricos e os avanços tecnológicos de cada 
época, apontando experiências de diferentes países como Estados Unidos, Grã-
Bretanha e Inglaterra. Para esse estudo, serão enfatizadas as ações, atividades 
e programas desenvolvidos no Brasil. Dessa forma, será possível ainda observar 
aspectos semelhantes aos que Maia e Mattar (2007) já apresentaram. 
De acordo com Moore e Kearsley (2008), a Primeira Geração ocorreu no 
período entre o início da década de 1880 e início da década de 1920, considerada 
como o primeiro modelo pedagógico de EAD, centrado em uma prática 
individualizada, com estudo independente, pautados na comunicação textual e 
impressa. Como nessa época o correio era a tecnologia mais avançada como 
meio de comunicação, os estudantes recebiam os materiais por correspondência, 
em formato de apostilas para estudo e testes de avaliação. Depois de preenchidos, 
deveriam ser novamente postados via correio para a correção das atividades. 
Caracterizava-se, assim, a atividade de ensino pela instrução, pela transmissão 
de informações, sendo o correio a única ferramenta de comunicação entre os 
alunos e o professor. 
Mesmo que limitada, considera-se que esse modelo permitiu o acesso 
para aqueles que queriam realizar seus estudos, mas estavam geograficamente 
afastados das instituições educativas. Essa foi uma das primeiras maneiras que 
se teve de ampliar o ensino, sendo que, também, foi uma oportunidade efetiva de 
acesso para educação de mulheres, que tinham somente a opção de estudar em 
casa.
12
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Primeira Geração - Ensino por correspondência: 
•	 Primeiro Modelo Didático de EAD: os cursos faziam uso de 
material impresso entregue aos alunos através do correio.
•	 Atividade de ensino baseada nos princípios da 
autoinstrução e pela transmissão passiva de conhecimentos e 
informações. 
•	 1941: Criação do Instituto Universal Brasileiro – 
oferecimento de formação profissional nos níveis fundamental e 
médio em todo território nacional.
É considerada como primeira notícia sobre a modalidade a distância no Brasil, 
em 1891, a propaganda de um curso de datilografia via correio oferecido através 
de anúncio de jornal. Outros dados apontam que, a partir de 1900, foi utilizada 
a mídia impressa, com envio de materiais instrucionais via correio (LITWIN, 
2001). Mais tarde, no ano de 1941, foi criado o Instituto Universal Brasileiro, 
instituição que ficou muito conhecida pela oferta de formação profissional via 
correspondência nos níveis fundamental, médio e técnico em todo o país.
2.2.1 Segunda Geração da EAD: meios 
de comunicação de massa 
A introdução dos meios de comunicação de massa é o que marca o 
surgimento da Segunda Geração. Essa teve seu início no Brasil ainda na década 
de 20, quando se começa a fazer uso de rádio (áudio e fitas cassete), até os anos 
60 e 70, com a utilização do vídeo, através da televisão. 
Houve, portanto, uma ampliação de recursos, o que modificou o modelo 
pedagógico, que passava a contar uma maior variedade de tecnologias para a 
gravação e transmissão de aulas. Entretanto, o acesso aos materiais (além de 
livros, também eram fitas cassetes e de vídeo) e o meio de comunicação entre 
professores e alunos permanecia ocorrendo via correio. Somente mais tarde é 
que surge o telefone e o fax, ampliando as formas de comunicação (já entrando na 
Terceira Geração da EAD). Dessa forma, pode-se compreender que a educação 
acompanhava o surgimento e a familiarização dos recursos tecnológicos da 
época, utilizando-se dos seus potenciais para o desenvolvimento das atividades 
educativas (MOORE; KEARSLEY, 2008).
13
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
A seguir, são destacadas algumas das principais ações de educação via 
rádio que foram desenvolvidas no Brasil: 
• Henrique Morize e Roquete Pinto são considerados os responsáveis 
pelas primeiras atividades de educação via rádio quando esse começou 
a ser usado no país, em 1923, com a fundação da Rádio Sociedade do 
Rio de Janeiro. 
• Em 1937, com a doação da rádio por Roquete Pinto, o Ministério da 
Educação cria o Serviço de Radiodifusão Educativa, destinado para 
promover, de forma permanente, a irradiação de programas de caráter 
educativo. A partir da sua criação, as emissoras brasileiras receberam a 
exigência de transmitir, diariamente, textos educativos elaborados pelo 
Ministério da Educação e Saúde.
• Em 1947, é criada a Universidade do Ar pelo Serviço Nacional de 
Aprendizagem Comercial (SENAC), no Rio de Janeiro e São Paulo que, 
em 1950, atingia mais de 300 localidades brasileiras.
• Em 1959, a Diocese da cidade de Natal, RN, criou as escolas 
radiofônicas, destinadas para alfabetizar e conscientizar o povo rural. As 
aulas ocorriam durante a noite, horário propício para os trabalhadores. 
• Em 1961, surge o Movimento de Educação de Base (MEB), apoiado 
por um acordo entre o Governo Federal e a Conferência Nacional 
de Bispos do Brasil (CNBB) para a alfabetização de jovens e adultos 
através da transmissão de atividades e aulas em programas de rádio 
para estudantes das regiões rurais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste 
do país que tinham indicadores econômicos e sociais em situação de 
pobreza. 
• Em 1962, foi fundada em São Paulo, a Ocidental School, uma instituição 
de ensino americana e atuante no campo da eletrônica, que atendia 
alunos no Brasil e em Portugal. 
• Em 1967, o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) e 
em 1970, surge o Projeto Minerva (descrito nos parágrafos seguintes), 
que iniciaram atividades de educação a distância, usando o ensino por 
correspondência e por rádio.
É a partir dos anos 60 e 70 que a televisão passa a ser usada para a 
educação brasileira, através de diferentes iniciativas e projetos, tendo como 
principal finalidade o treinamento dos professores e a oferta do ensino supletivo 
nos níveis primário e secundário, o que tornou possível associar o conceito de 
educação a distância com a comunicação de massa. 
Surgiram, nesse período, os telecursos. Esses, em sua grande maioria, 
14
 Educação a Distância e Métodosde Autoaprendizado
Segunda Geração – Educação a distância via rádio e TV: 
• Introdução dos novos meios de comunicação de massa. 
• No Brasil - década de 20: uso de áudio (rádio e fitas 
cassete) e anos 60 (vídeo e televisão). 
• Comunicação permanecia sendo pelo envio de 
correspondência e, mais tarde, foram somados o uso do telefone e 
do fax.
• Educação pelo rádio no Brasil desde 1923. 
• Uso da TV na educação - anos 60 e 70: voltado para 
treinamento dos professores e a oferta do ensino supletivo nos níveis 
primário e secundário, voltados para aqueles que não puderam 
estudar no ensino regular. 
desenvolviam atividades de estudo individualizado, mas existiram propostas 
de cursos que oportunizavam a reunião em grupo dos alunos e tutores, para o 
estudo do conteúdo das aulas. 
Entre os anos 70 e 80, houve um significativo número de associados e de 
seções estaduais da Associação Brasileira de Teleducação (ABT). Esse fato 
levou o Brasil a ter reconhecimento internacional, através de estudos realizados 
sobre educação a distância, juntamente com países considerados líderes dessa 
modalidade como a Índia, a Espanha e o Reino Unido. 
Dentre as iniciativas da época, dá-se destaque para o Projeto Minerva. 
Esse foi desenvolvido em 1970, através de uma ação em conjunto do MEC, da 
Fundação Padre Anchieta e da Fundação Padre Landell de Moura, seguindo a 
orientação e ênfase para a educação de adultos. O objetivo principal do Projeto 
Minerva era atender os interesses do governo militar brasileiro que almejava 
causar um impacto no sistema educativo.
Tratava-se de uma tentativa de solucionar os problemas através da utilização 
do rádio e da televisão, com transmissão em rede nacional, pelas emissoras 
de todo o país, com a finalidade de capacitar e preparar os estudantes para a 
realização de exames supletivos. Sob fortes críticas, o projeto foi encerrado no 
início dos anos 80, pelos baixos resultados obtidos em termos de aprovação dos 
inscritos. 
15
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
2.2.2 Terceira Geração da EAD: 
experiências em EAD 
Conforme é abordado pelos autores Moore e Kearsley (2008), no final dos 
anos 60, a Terceira Geração é reconhecida pela reorganização da educação sob o 
ponto de vista pedagógico da EAD, que resultou em uma nova modalidade. Fazia-
se o uso associado e integrado das tecnologias disponíveis elaborando “kits” de 
materiais (recursos impressos, transmissões via rádio e TV e vídeos pré-gravados, 
telefone e conferências por fone) para a realização de experiências práticas que 
foram muito utilizadas na capacitação e formação profissional na área da EAD. 
No entanto, permanecia a relevância do material impresso como principal recurso 
de transmissão de conteúdo, apesar da existência de novas tecnologias. Nesse 
período também surgiram as universidades abertas, com ensino totalmente a 
distância.
Como já mencionado, essa reorganização das práticas educativas 
impulsionou novas experiências e a difusão de acesso para outros níveis de 
ensino, através da ampliação de técnicas de instrução e geração de novos 
estudos teóricos sobre a modalidade a distância.
A partir dos anos 80, foram possibilitadas novas formas de comunicação com 
o surgimento da informática e a popularização do computador pessoal, quando se 
passou a usar o correio eletrônico, os chats, os fóruns de discussão e a realização 
de videoconferências.
• Terceira Geração: final dos anos 60 - caracterizada pelas experiências 
em EAD 
• Investimentos na capacitação profissional com a área da EAD.
• Uso integrado das tecnologias disponíveis, elaboração dos “kits” com 
materiais para a realização de experiências práticas. 
• Ponto de vista pedagógico da EAD: período de análise e reorganização 
das práticas educativas.
• 1980 - advento da informática e a do computador pessoal: novas formas 
de comunicação, com o uso do correio eletrônico, salas de bate-papo, 
fóruns de discussão e videoconferências.
16
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
2.2.3 Quarta Geração da EAD: uso da 
videoconferência
Na Quarta Geração, fez-se o uso mais efetivo da videoconferência 
(conferência a distância). Essa tecnologia viabilizou a interação em tempo 
real, transformando o processo de ensino e aprendizagem e as relações de 
comunicação entre professores e alunos.
No início da década de 70, é criado, no Brasil, como uma iniciativa 
do Ministério da Educação (MEC), do Centro Nacional de Pesquisas e 
Desenvolvimento Tecnológico (CNPq) e do Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais (Inpe), o projeto Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares 
(SACI), com o objetivo de estabelecer um sistema nacional de teleducação, via 
satélite. O projeto destinava-se para o oferecimento de programas educacionais 
para atendimento das quatro séries do primeiro grau, através de um sistema 
integrado de TV, rádio e material impresso. Eram disponibilizadas aulas pré-
gravadas via satélite, usando a linguagem de telenovela e suporte de material 
impresso para os alunos. O projeto SACI também foi utilizado para o treinamento 
de professores em regiões remotas do país.
Como já citado, idealizava-se a implantação desse sistema de educação por 
satélite, principalmente para uso nas regiões Norte e Nordeste como uma forma 
de combater o analfabetismo brasileiro, considerado um dos principais fatores 
que vinha prejudicando o desenvolvimento do país. Um projeto piloto foi aplicado 
no Rio Grande do Norte, atendendo 510 escolas de 71 municípios. Sua extinção 
ocorreu em 1978, devido à dificuldade de atendimento das demandas e diferenças 
culturais das regiões brasileiras a partir do formato adotado nos programas 
produzidos em São Paulo. Além disso, havia um alto custo de manutenção dos 
equipamentos de satélites. 
Dessa iniciativa, destaca-se o pioneirismo e o aspecto inovador, bem como 
a qualidade do planejamento e do design instrucional empregado para a época. 
Ressalta-se ainda que esse projeto fazia parte de um programa espacial brasileiro 
que avaliava o uso de satélite de comunicação para atividades educacionais. 
Além desse projeto, o sistema Telecurso da Educação Secundária do Maranhão 
e os programas do Telecurso da Fundação Roberto Marinho foram outras 
iniciativas que chamaram a atenção. Alguns desses permaneceram mantidos 
pelo setor público e outros foram encerrados. Um dos exemplos é a TV Escola, 
criada pelo Ministério da Educação que, desde 1996, visa capacitar e atualizar os 
professores da rede pública de ensino a fim de enriquecer o processo de ensino 
e aprendizagem. Atualmente, a TV Escola é uma plataforma de comunicação 
17
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
Quarta Geração - uso da teleconferência (conferência a 
distância): 
• Oferecimento de educação primária escolar para todo o 
país via satélite. 
• Uso de sistema via satélite integrado com outros meios de 
comunicação como TV, rádio e material impresso, para atendimento 
das quatro séries do primeiro grau e treinamento de professores em 
regiões remotas do Brasil. 
• Sistemas Telecurso - Fundação Roberto Marinho. 
• Anos 70, Brasil, Projeto SACI, Satélite Avançado de 
Comunicações Interdisciplinares, e os sistemas estaduais de ensino 
e a criação de uma alternativa de concretização da educação básica 
através dos Centros de Ensino Supletivo (CES)
distribuída pela televisão, por satélite aberto, analógico e digital para o território 
nacional e pela internet. Em sua programação, exibe séries e documentários 
estrangeiros e produções próprias. 
Também nos anos 70, foi institucionalizado no Brasil os Centros de Ensino 
Supletivo (CES), nos sistemas estaduais de ensino para oferta da educação a 
distância e concretização da educação básica. Entretanto, os CES ficaram 
conhecidos como uma modalidade educativa inferior, na tentativa de suprir 
a necessidade de acesso à educação para os menos favorecidos. O modelo 
pedagógico era baseadoem atividades de instrução programada e uso de 
materiais de apoio como livros-texto e exercícios organizados por módulos. As 
críticas eram pelo fato do modelo de EAD ir em sentido contrário à promoção de 
uma educação mais democrática.
2.2.4 Quinta Geração da EAD: redes de 
computadores e internet
Moore e Kearsley (2008) escreveram em seu livro que se vivia na Quinta 
Geração da EAD, (e ainda podemos considerar que vivemos, claro que, de forma 
mais ampliada), caracterizada pelo uso das redes de computadores e internet 
e através de ambientes virtuais de aprendizagem (que abordaremos em outra 
seção). Desta forma, incorporam-se os benefícios de cada tecnologia empregada, 
18
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
desde as gerações anteriores, para cada vez mais, ultrapassar as distâncias 
geográficas, garantindo o acesso às formas de comunicação. Também houve um 
aumento expressivo na oferta de cursos e programas de EAD desenvolvidos por 
diversas instituições, como será abordado nas seções seguintes. 
Quinta Geração - Uso da internet e das redes de computadores
• Uso Internet e as redes de computadores.
• Proliferação programas de EAD. 
• Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) e 
Webconferência.
Através da apresentação da retrospectiva histórica, podem ser percebidos os 
avanços e retrocessos que permeiam a história da educação a distância no Brasil. 
Observa-se que as práticas de EAD, na realidade brasileira foram marcadas por 
momentos descontínuos. 
Contudo, acredita-se que a situação atual possa garantir o aproveitamento 
de oportunidades antes desperdiçadas, e, quem sabe, colocar novamente o Brasil 
numa posição de liderança com relação às experiências bem-sucedidas na área 
da EAD. Pode-se, assim, entender que, pouco a pouco, está havendo uma maior 
aceitação e compreensão sobre EAD no Brasil. 
Entretanto, é imprescindível manter na memória as experiências vivenciadas 
para não se repetir os mesmos erros cometidos como a descontinuidade de 
projetos e a falta de uma avaliação consistente dos resultados obtidos. O Quadro 
1 sintetiza as gerações da EAD abordadas pelos autores.
19
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Maia e Mattar (2007)
1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração
ENSINO
Via correio Via rádio e TV
Universidades abertas
Microcomputador e redes
Tecnologias multimídias
Moore e Kearsley (2008) 
1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração 4ª Geração 5ª Geração 
ENSINO
Via correio Rádio e TV Uso integrado de 
tecnologias dis-
poníveis
Tele
conferência
Uso da internet
e
Redes de computadores
QUADRO 1 – HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E SUAS GERAÇÕES
FONTE: Adaptado de Bernardi (2011)
2.3 GERAÇÕES E FORMATOS DA 
INTERNET
Conforme já abordado, a difusão das Tecnologias da Informação e 
Comunicação (TICs) foi responsável pela criação de experiências nas quais as 
informações foram sendo criadas, distribuídas, usadas e manipuladas de acordo 
com a evolução tecnológica.
As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) são 
constituídas pelo conjunto de recursos tecnológicos utilizados de 
maneira integrada nos processos informacionais e comunicativos. 
Na educação, são consideradas também como recursos 
didáticos que podem oportunizar novas trocas, possibilidades de 
interação do aluno com o professor e com a realidade social através 
de suas ferramentas.
20
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
A internet e seu uso na sociedade tem sido um tema constantemente 
abordado na sociedade, através de matérias e reportagens. 
Entretanto, também já foi tema de música! Veja a seguir um trecho 
da música Pela Internet de Gilberto Gil. 
“Criar meu Web site 
Fazer minha home page
Com quantos gigabytes 
Se faz uma jangada
Um barco que veleje [...] 
Um barco que veleje nesse informar 
Que aproveite a vazante da infomaré 
Que leve meu e-mail até Calcutá. 
Depois um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede 
Promover um debate 
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut [...]”.
A Web 1.0 (surgimento da internet até os anos 90) marca o início do uso da 
internet, suas funcionalidades e recursos, através do uso de páginas estáticas 
para repassar informações. Naquele momento, tratava-se de um grande avanço, 
mas era mantido um caráter distributivo unidirecional do conhecimento, tendo 
somente possibilidade de utilizar mecanismos de download (OREILLY, 2007). Não 
havia, assim, condições dos usuários interagirem ou até mesmo produzirem e 
disponibilizarem algum tipo de conteúdo. Altavista, Cadê e Geocities eram sites 
famosos nessa época. 
A Web 2.0 (anos 90) oportunizou um novo tipo de experiência para o usuário 
da internet, dando poder para qualquer pessoa produzir, publicar e compartilhar 
conteúdos via internet. Criou-se, assim, uma comunicação “de mão dupla”, com 
um maior potencial de participação, colaboração e interação através da ampliação 
de uso das TICs. Ultrapassava a passividade que se tinha na Web 1.0, quando 
somente era possível ser um receptor de informações. De acordo com Oreilly 
(2007), as principais características dessa Geração da Web foi a possibilidade 
de autoria, o compartilhamento de informações e a construção coletiva do 
conhecimento. A Web 2.0 também é reconhecida pela criação das redes sociais, 
21
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
dos MOOCs (que serão abordados com maiores detalhes) e da aprendizagem 
em rede. Para Magdalena e Costa (2003, p. 106), a internet “é muito mais do que 
uma infovia ou um lugar por onde podemos surfar e recolher informações, ela 
é um destino, um novo espaço que amplia nossas possibilidades de interação 
social”. 
A Web 3.0 (anos 2000) ampliou ainda mais a interatividade através da 
organização e uso inteligente de todo conhecimento e das ferramentas já 
disponíveis na internet, o que acarretou no acesso de melhor qualidade pela 
potencialização da linguagem e do uso de meios mais interativos (Web Semântica 
também conhecida como Web Inteligente). Um exemplo são os assistentes 
inteligentes como a Siri, da Apple e o Google Assistente. São aplicativos capazes 
de reunir uma grande quantidade de informações e gerar conhecimento útil para 
o usuário. 
Entende-se que estamos vivendo um momento de transição da Web 3.0 
com o início do surgimento do que se considera como a Web 4.0 (ou será que 
estamos na Web 5.0?), que traz perspectivas ainda mais inovadoras pelo uso 
complexo da inteligência artificial. Trata-se da criação de um sistema operacional 
ainda mais inteligente e dinâmico, com capacidade de dar conta das interações 
dos usuários, usando para isso, dados disponíveis em históricos ou criados de 
forma instantânea, propondo possibilidades de tomada de decisão ou realizando 
a maior parte do trabalho de forma automática.
Como é possível observar no quadro a seguir, a principal diferença entre os 
formatos e gerações da internet está na possibilidade que foi sendo ampliada de 
garantir maior dinamicidade e interatividade para seus usuários. 
QUADRO 2 – EVOLUÇÃO DA WEB - GERAÇÕES E FORMATOS
Web 1.0 Web 2.0 Web 3.0 Web 4.0
Início da internet
Novo tipo de ex-
periência do usuário
Interatividade
Perspectivas
inovadoras
Comunicação unidi-
recional
Comunicação bidire-
cional
Potencialização da 
linguagem e do uso 
de meios mais inter-
ativos (Web Semân-
tica)
Uso da
inteligência artificial
Páginas estáticas
Produção, publi-
cação e compartilha-
mento de conteúdo 
via web
Personalização de 
conteúdo a partir 
das preferências do 
usuário
Tomada de decisão
Realização do tra-
balho de forma au-
tomática
FONTE: A autora
22
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
 1 ( ) A Primeira Geração surge no século XIX pelo surgimento dos meios de comunicação 
via pombo correio e de transporte, com carros.
 2 ( ) De acordo com Maia e Mattar (2007), o surgimento da Terceira Geraçãoda Educação 
a Distância é marcado pela introdução dos meios de comunicação de massa – rádio e 
tv.
 3 ( ) Os telecursos sugiram nos anos 60/70, no Brasil, quando a televisão era utilizada na 
EAD. Os mais conhecidos foram os cursos da Fundação Roberto Marinho.
 4 ( ) Foi na Quarta Geração da EAD que se começou a se fazer um uso mais efetivo da te-
leconferência. Além disso, cita-se como inovação dessa época a realização do projeto 
SACI que visava o desenvolvimento de educação por satélite, o que foi um avanço 
pelo planejamento pedagógico empregado. 
 5 ( ) Na Web 1.0, o conceito principal é a interatividade, tornando possível a personalização 
de conteúdo.
 6 ( ) A Web 2.0 tornou possível um novo tipo de experiência de uso da Internet, possibili-
tando atividades de autoria, compartilhamento de informações e a construção coletiva 
do conhecimento, principalmente via redes sociais.
 7 ( ) Na Web 2.0, somente era possível criar páginas e sites estatísticos. 
 8 ( ) Vivemos hoje entre a Web 3.0 e a Web 4.0, pois cada vez mais a inteligência artificial 
tem sido usada também para finalidades educacionais. 
Nesta seção, foram tratados aspectos referentes à história da educação a 
distância, apresentando as experiências vivenciadas no decorrer dos tempos e 
que podem servir de subsídio aos professores dessa modalidade nos dias de hoje. 
Acredita-se que, analisando a história EAD, seja possível pensar as práticas 
adotadas anteriormente, encaminhando-se para sua transformação.
Instruções de preenchimento do teste: Leia atentamente cada 
uma das afirmações e responda V para verdadeiro e F para falso:
3 AS TECNOLOGIAS DE 
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
UTILIZADAS NA EAD 
Conforme foi mencionado na seção anterior, a evolução da educação a 
distância ocorreu, em muitos casos, a partir do uso de diferentes recursos e mídias 
23
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
que foram sendo criadas, e que começaram a ser incorporados para potencializar 
o processo de ensino e aprendizagem, sendo o sucesso da EAD atribuído às 
tecnologias empregadas.
De acordo com Moran (2004), pode-se considerar a existência de um “antes 
e outro depois” a partir da inserção das tecnologias na educação. Segundo ele, 
anteriormente o professor tinha a preocupação com o aluno no momento da sala 
de aula, ficando restringido a esse espaço. Agora, existem outros ambientes 
físicos e virtuais e suas atividades para serem acompanhadas. Para isso, é 
preciso aprender a gerenciar as atividades, adequando a carga horária, mas 
também flexibilizando o tempo de aprendizagem. 
A seguir, são apresentados alguns recursos, mídias e tecnologias que foram 
e ainda são empregadas nas atividades e cursos na modalidade a distância para 
modernizar as formas de ensino, aproximando-se da realidade tecnológica em 
que vivemos.
FIGURA 2 – NUVEM DE TAGS – TICS NA EAD
FONTE: A autora
24
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
•	 E-mail ou correio eletrônico: o e-mail (eletronic mail) é um recurso que 
permite a escrita e troca de mensagens, textos, figuras e outros arquivos 
via internet. O correio eletrônico funciona por meio da comunicação 
assíncrona, ou seja, remetente e destinatário da mensagem não precisam 
estar conectados simultaneamente. As mensagens ficam registradas, 
podendo ser lidas e respondidas de acordo com a disponibilidade de 
acesso. Pode-se dizer que o correio on-line revolucionou esse tipo de 
comunicação, aproximando pessoas remotamente distantes. 
•	 Videoaulas: é a gravação de aulas em vídeo (antigamente em fitas 
e atualmente via Web) para serem transmitidas on-line. Quando 
disponibilizadas, podem ser acessadas pelos alunos. Existem diferentes 
formatos de videoaulas com a gravação do professor, de entrevista, mesa 
redonda, uso de recursos gráficos com imagens, sons e interatividade. 
Seu uso visa proporcionar um conteúdo mais atrativo, contribuindo para 
a aprendizagem do aluno, através dos recursos audiovisuais. 
•	 Podcasts: são conteúdos de mídia no formato de áudio que apresentam 
características de programas de rádio, sendo sua principal diferença, 
a possibilidade de escutá-lo sob demanda. Da mesma forma que as 
videoaulas, os podcasts podem ser criados em diferentes formatos, 
desde uma fala, entrevista ou até mesmo no formato de radionovela 
(com enredo, uma história e uso de efeitos sonoros). Sua vantagem é 
que, normalmente, geram arquivos menos robustos que as videoaulas, 
sendo mais fácil de serem baixados/ouvidos.
•	Webconferência: é um tipo de tecnologia que permite a transmissão 
simultânea de imagens e sons através de dispositivos de comunicação 
(câmera, fones e microfones). Sua utilização viabiliza uma comunicação 
bidirecional entre professores, tutores e alunos, possibilitando interação 
em tempo real. Dependendo da ferramenta utilizada, pode haver recursos 
para o uso simultâneo de uma sala de bate-papo, compartilhamento de 
telas, imagens e arquivos e anotações. Oportuniza, assim, a realização 
de uma aula ou mesmo de uma reunião on-line, gravada ou não. 
•	 Fóruns e chats: são ferramentas de comunicação, sendo o fórum 
utilizado de modo assíncrono e chats de modo síncrono e simultâneo. 
Permitem, principalmente, pelo recurso da escrita, o debate, a interação 
de professores, tutores e alunos e o compartilhamento de ideias, dúvidas, 
atividades etc. Em ambos os casos, as conversas e demais escritas 
normalmente ficam armazenadas e disponíveis para acesso posterior. 
São recursos que podem contribuir para uma aprendizagem mais 
colaborativa e engajadora voltada para a construção do conhecimento.
•	Bibliotecas Virtuais: são formatos por acervos virtuais, em que é 
possível visualizar e/ou baixar materiais de estudo e de consulta em 
formato digital como livros, revistas, artigos, entre outros formatos. 
Seu uso visa garantir o acesso a uma maior variedade de fontes de 
25
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
informação e pesquisa.
•	 Sites e Blogs: são páginas de acesso via internet. Sites divulgam 
informações e conteúdos on-line sobre os mais variados e diferentes 
assuntos. Os blogs normalmente têm um formato mais simples, o que 
permite a criação e edição, sem haver a necessidade de conhecimentos 
em programação. Esses últimos foram inicialmente usados como diários 
eletrônicos, mas atualmente são também usados para fins pedagógicos, 
como material complementar às aulas, com a possibilidade de inserção 
de comentários em cada publicação.
•	Objetos de aprendizagem: são encontradas diferentes concepções 
de Objetos de aprendizagem (OA). Normalmente, é compreendido 
como qualquer material ou recurso digital (que pode ser formado por 
textos, animações, vídeos, imagens, aplicações, páginas web etc.) 
que tem uma finalidade educativa. Na maioria das vezes, são materiais 
educacionais projetados e construídos numa estrutura modular para sua 
utilização em diferentes situações de aprendizagem. Existem repositórios 
de objetos educacionais, que permitem a publicação e utilização dos OA 
através de um sistema de catalogação.
•	Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA): são as plataformas 
computacionais que reúnem ferramentas e recursos destinados a 
oportunizar acesso a um curso/disciplina e sua sala de aula virtual 
através da internet. Possibilitam a inserção de conteúdos e tarefas por 
meio de documentos nos mais variados formatos: bibliotecas virtuais, 
vídeos e videoaulas, podcasts, fóruns, bate-papo e o gerenciamento 
de todas as informações, entre outros aspectos. O AVA constitui uma 
plataforma de EAD definida pela coleção de ferramentas que permite 
a criação, disponibilização e gerenciamento de materiais educacionais. 
Desta maneira, são possibilitadas diferentes formas de comunicação, de 
interação e mediação pedagógica entre os participantes. 
•	Realidade Virtual (RV): é um tipo de interface que utiliza aplicações 
computacionais avançadas que podem permitir,por exemplo, a 
movimentação e interação em tempo real em ambientes tridimensionais. 
Podem ser utilizados equipamentos como tablets e smartphones, luvas, 
capacetes e óculos com recursos de RV para proporcionar e oferecer 
ao usuário uma experiência de navegar por um ambiente tridimensional 
como um simulador de voo.
•	Realidade Aumentada (RA): é a integração do mundo virtual com 
o mundo real. Pode-se, por exemplo, usar imagens geradas por 
computador, juntamente com o mundo real. Sua utilização estimula 
a imaginação e a criação, o que pode oportunizar uma aprendizagem 
mais lúdica e interessante. Esse recurso vem sendo utilizado em livros e 
aplicativos que permitem a visualização de animações, demonstrações, 
vídeos, exercícios, entre outros, e podem auxiliar na explicação e 
26
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
compreensão dos conteúdos.
•	 Jogos/Games e Gamificação: normalmente é utilizado o termo “game” 
para os tipos de jogos eletrônicos, a fim de diferenciar dos jogos 
físicos (tabuleiro, cartas, trilhas etc.). Em ambos podem existir regras, 
narrativas e estratégias, visando a mobilização dos alunos em busca do 
desenvolvimento ou aprendizado de um determinado conhecimento ou 
habilidade. Já o termo “gamificação” é utilizado para a metodologia que 
se utiliza das dinâmicas, mecânicas e componentes dos jogos com a 
finalidade de estimular a motivação e o engajamento dos alunos. E, para 
isso, podem ser usadas recompensas, prêmios, medalhas, entre outros 
artifícios a fim de incentivar o envolvimento numa determinada atividade.
•	 Internet das Coisas: ou Internet of things foi um termo usado para 
descrever um sistema no qual objetos que usamos no mundo físico 
são conectados via internet através de sensores (por exemplo: 
eletrodomésticos, tênis, dispositivos através de celulares etc.). Dessa 
forma, torna-se possível registrar a preferência dos alunos, fazendo 
um controle e/ou agendamento de atividades como reuniões, acesso a 
livros e também informações para os pais como faltas, alimentação dos 
alunos, entre outros. Ou seja, o uso da Internet das Coisas pode ampliar 
as formas de acessibilidade, segurança e acesso à informação. 
•	 Inteligência Artificial (IA): é uma área das ciências da computação 
que tem como objetivo a produção de dispositivos simuladores 
das capacidades humanas de percepção e raciocínio para tomada 
de decisões e resolução de problemas. Ou seja, a ideia é que os 
computadores simulem o pensamento e a inteligência humana. Esses 
recursos podem ser aplicados em programas de computador, jogos, 
aplicativos, robótica, podendo ser usados como mecanismos de 
segurança ou para reconhecimento de voz, de escrita, diagnósticos 
médicos, entre outros. Dentre os usos na educação, está a possibilidade 
de substituir tarefas cotidianas e repetitivas, além de poder dar maior 
motivação para o processo de aprendizagem de forma que professores 
possam usar ferramentas para aperfeiçoar as dinâmicas de aula e 
garantir maior autonomia para os alunos.
•	Robótica: é definida por César e Bonilla (2007, p. 240), como “a ciência 
dos sistemas que interage com o mundo real com ou sem intervenção 
dos humanos”. Ela está em expansão e é considerada multidisciplinar, 
são aplicados conhecimentos de diferentes ciências como a 
microeletrônica (peças eletrônicas do robô), a engenharia mecânica 
(projeto de peças mecânicas do robô), a física cinemática (movimento 
do robô), a matemática (operações quantitativas), a inteligência artificial 
(operação com proposições), entre outras. Seu uso como um recurso 
pedagógico se deve em grande parte pelo potencial multidisciplinar e 
o desenvolvimento de habilidades relacionadas com raciocínio lógico, 
27
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
criatividade, atividades grupais e voltadas à resolução de problemas. 
Além disso, a robótica também tem sido utilizada para a acessibilidade e 
inclusão de alunos e na educação a distância. 
E você, conhece outras tecnologias usadas na educação a 
distância? 
Pesquise em sites educacionais sobre o uso dessas e de outras 
tecnologias nas práticas educativas!
Nesta seção, foram trazidas algumas tecnologias conhecidas, utilizadas 
e outras que fazem parte das tendências mais inovadoras. A partir do que foi 
exposto, observa-se que as tecnologias usadas na educação a distância vêm 
possibilitando experiências significativas, além de auxiliar na organização do 
processo pedagógico, que ficou mais atrativo para os alunos e mais amigável 
para professores e gestores. 
Por isso, é importante destacar que, como já vem ocorrendo na história da 
EAD, conforme novas tecnologias forem sendo criadas, muito provavelmente, em 
pouco tempo, podem ser inseridas nas suas práticas educacionais. 
A seguir, serão apresentados os tipos e formatos de cursos a distância e as 
diferentes abordagens pedagógicas que embasam as práticas da EAD.
4 TIPOS E FORMATOS DE 
CURSOS EAD E AS DIFERENTES 
ABORDAGENS PEDAGÓGICAS
A Educação a distância no Brasil é regulamentada pelo Ministério da 
Educação (MEC), que estabelece as orientações e regras que as instituições 
de ensino devem seguir para ofertar cursos nessa modalidade. São apontados 
critérios para carga horária presencial e/ou virtual, organização dos polos, 
avaliações, entre outros aspectos. 
28
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Muitas mudanças têm ocorrido na legislação que regulamenta 
as atividades de Educação a distância. Por isso, acesse o site do 
Ministério da Educação e pesquise para conhecer as orientações 
atuais dessa modalidade: <https://www.mec.gov.br/>. 
A seguir, são descritos os principais tipos de cursos que podem ser 
encontrados na modalidade a distância.
•	Cursos universitários: têm uma regulamentação específica para serem 
ofertados por instituições de ensino (públicas ou privadas). São voltados 
para a formação em nível de graduação (bacharelados, licenciaturas ou 
tecnológicos) ou pós-graduação (lato ou stricto senso) e também podem 
ser ofertados como cursos de extensão universitária. 
•	Cursos corporativos: são promovidos por empresas (e suas 
universidades corporativas) e/ou instituições de ensino são direcionados 
para capacitação e formação dos colaboradores de assuntos/conteúdos 
relacionados ao perfil da empresa, na maioria das vezes, focados na 
resolução de problemas corporativos e resultados.
•	Cursos técnicos: têm como finalidade a formação para exercício 
profissional. Também devem seguir a regulamentação exigida pelo MEC 
para serem aprovados e ofertados em instituições de ensino autorizadas. 
•	Cursos preparatórios, de acordo com a nomenclatura, são voltados 
para a preparação de alunos com um objetivo definido, como aprovação 
em concurso ou exames como ENEM, OAB ou vestibular, por exemplo. 
Existem ainda cursos preparatórios para seleção de emprego. 
•	Cursos livres: abordam qualquer assunto ou temática, podendo 
também servir para treinamentos e capacitações. Não seguem uma 
regulamentação ou lei específica que faça determinações sobre sua 
abordagem ou da necessidade de haver carga horária presencial, 
diferente dos demais citados. Pode também ter ou não algum tipo de 
certificação. 
•	 Atualmente, os mais conhecidos são os cursos massivos (oferta para um 
grande número de alunos) e disponíveis através de sites ou plataformas 
on-line, com conteúdo aberto (uso de diferentes plataformas), os Massive 
Open On-line Courses (MOOCs). A maioria desses cursos é gratuito 
e utiliza, principalmente, videoaulas e testes on-line elaborados por 
especialistas, sendo pensados para uma autoformação. Os estudantes 
podem interagir livremente e, por isso, não necessitam de tutoria. 
29
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
Agora que você conheceu os tipos de cursos que são realizados, 
teste seus conhecimentos, associando os cursos listados com as 
alternativas:
I- Cursos técnicos.
II- Cursosuniversitários.
III- Cursos preparatórios.
IV- MOOCs.
V- Cursos corporativos.
VI- Cursos livres.
( ) Voltados para uma aprendizagem autônoma e o compartilhamento de conhecimentos, 
usam principalmente videoaulas. 
( ) Têm legislação específica para serem ofertados por instituições de ensino superior. 
( ) Destinados para a formação profissional.
( ) Voltados para formação continuada e/ou treinamento e capacitação nas empresas.
( ) Podem também ser utilizados para seleção de emprego. 
( ) Podem abordar diferentes temas, ter ou não certificação e não precisam seguir nenhuma 
regulamentação vigente. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) III – I – VI – IV – II – V.
( ) II – V – I – VI – III – IV.
( ) VI – V – IV – III – II – I.
( ) IV – II – I – V – III – VI.
De acordo com Carbonell (2016, p. 31), “existem diferentes tipos de MOOC 
em função dos objetivos, metodologias e resultados que se esperam”. Seu 
propósito é garantir a ampliação e o compartilhamento de conhecimentos, para 
que seja possível contribuir com a melhoria da qualidade da educação. Sites 
como o Coursera: <http://www.coursera.org/> e o Veduca: <www.veduca.com.
br/browse/certified>, reúnem conteúdos variados, com possibilidade de gerar 
certificação do curso. 
30
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Além dos tipos de cursos, existem diferentes formatos de educação a 
distância, sendo os mais conhecidos, os cursos totalmente a distância, a 
modalidade híbrida, as atividades semipresenciais e a modalidade presencial com 
atividades a distância (TORI, 2010). 
De acordo com a legislação vigente, os cursos com oferta totalmente a 
distância têm a maior parte da sua carga horária via internet precisando, por 
determinação do Ministério da Educação (MEC), que as avaliações sejam 
realizadas presencialmente, sendo a maior porcentagem da nota final, a avaliação 
presencial. Na maioria das vezes, trata-se de cursos de graduação ou pós-
graduação (MEC, 2019). 
A modalidade híbrida, também conhecida como bimodal, ou Blended-
Learning, caracteriza-se por uma aprendizagem mista, mesclando atividades 
virtuais e presenciais, que “consegue unir o melhor de cada uma dessas formas 
de acompanhamento” (TORI, 2010, p. 33). A compreensão dessa modalidade 
defende a realização de encontros presenciais significativos, dando ênfase para 
atividades práticas, muitas vezes realizadas em laboratórios de aprendizagem 
nas diferentes áreas do conhecimento.
A modalidade semipresencial é semelhante ao entendimento da modalidade 
híbrida, com parte das atividades a distância e parte presencial, sendo esse 
percentual definido de acordo com o nível de ensino e a necessidade de seguir 
a regulamentação da EAD. A nomenclatura de cursos semipresenciais é mais 
utilizada para cursos que seguem um modelo mais semelhante aos cursos 
presenciais, mas que tenham carga horária a distância.
E, finalmente, tem-se os cursos presenciais com atividades a distância. Esses 
são, em sua grande maioria, os cursos de nível superior presenciais que, de 
acordo com a legislação brasileira responsável por regimentar a EAD, oportuniza, 
atualmente, que até 40% da sua carga presencial possa ser realizada com 
atividades na modalidade a distância. Até pouco tempo, a porcentagem era de 
20%, sendo ampliada e possibilitada para instituições de ensino superior que 
atendam aos requisitos relacionados à avaliação da instituição e do curso, deve 
ser igual ou superior a 4, seguindo os parâmetros estabelecidos pelo MEC, além 
de não estar em processo de supervisão. A carga horária presencial é utilizada 
para apresentação de trabalhos ou aplicação de exames finais. 
Teóricos e pesquisadores da área educacional como Moran (2004) e Tori 
(2010) já vêm defendendo a EAD e aconselhando que as instituições de ensino 
intensifiquem a reformulação de seus currículos, viabilizando cada vez mais a 
integração de atividades presenciais e a distância com uso das tecnologias e o 
desenvolvimento de atividades práticas, de pesquisa e de estudos de campo, 
31
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
promovendo a inserção profissional ou experimental. 
A seguir serão abordadas as bases epistemológicas e pedagógicas 
relacionadas à EAD.
4.1 BASES EPISTEMOLÓGICAS E 
PEDAGÓGICAS RELACIONADAS COM 
A EAD 
O objetivo agora é desvendar os fundamentos teóricos e pedagógicos da 
EAD a partir dos conceitos de modelos pedagógicos, bases epistemológicas 
e pedagógicas e teorias de aprendizagem, a fim de analisar a origem da 
transformação ocorrida nos processos de ensino e aprendizagem nessa 
modalidade. 
Epistemologia é uma expressão que vem do grego episteme 
(conhecimento, ciência) e logos (discurso, estudo). É a ciência que 
estuda a origem e a construção do conhecimento. Também chamada 
de teoria do conhecimento. 
4.2 MODELOS PEDAGÓGICOS
Conforme já foi citado nas seções anteriores, existem diferentes formatos de 
cursos de EAD. Esses cursos são delineados a partir de modelos pedagógicos 
distintos. Afinal, o que são modelos pedagógicos?
Dentre os aspectos que podem influenciar na sua definição, está a concepção 
epistemológica, as tecnologias, a abordagem pedagógica e tecnológica adotada e 
o modelo pedagógico da instituição. 
Vamos abordar as definições de modelo pedagógico a partir das concepções 
de Zabala (1998), Duart e Sangrá (apud MIRANDA, MORAIS e DIAS, 2005) e 
Behar (2009). 
32
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Zabala (1998) utiliza a expressão Modelo Teórico, compreendendo-o como 
uma condição ideal e, portanto, não leva em conta o contexto real das práticas 
educativas. Por esse motivo, torna-se, muitas vezes, um modelo idealizado, 
composto por aspectos condicionantes que dificultam a concretização na sua 
totalidade. Na perspectiva educativa, esses aspectos podem estar relacionados 
ao ambiente físico da instituição, o perfil de professores e alunos, a determinação 
de um modelo de gestão, entre outros (BATISTA, 2010; ZABALA, 1998). 
Na figura a seguir, podem ser visualizados os elementos que, de acordo com 
Zabala (1998), compõem o modelo. Como pode ser observado, trata-se de uma 
estrutura complexa que é composta por variáveis metodológicas que necessitam 
de uma flexibilidade para a elaboração de sua interpretação. 
FIGURA 3 – MODELO TEÓRICO PARA ZABALA, 1998
FONTE: Adaptado de Bernardi (2011)
A complexidade apresentada na figura está relacionada às diferentes 
composições de cursos e disciplinas, o perfil dos alunos e as escolhas 
determinadas pelos professores de acordo com o embasamento teórico adotado. 
Zabala (1998) ainda ressalta que a melhoria da prática pressupõe o conhecimento 
e utilização de alguns marcos teóricos. De acordo com as considerações do 
autor, estes irão conduzir a um efetivo processo de reflexão sobre esta prática. 
Desta forma, será possível intervir de forma significativa, levando à elaboração 
33
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
de um pensamento estratégico coerente com as intenções e os saberes docentes 
(BERNARDI, 2011).
Os autores Sangrá e Duart (apud MIRANDA, MORAIS e DIAS, 2005) 
apresentam um modelo tridimensional elaborado a partir do estudo acerca da 
crescente virtualização das instituições de ensino. Esse modelo é formado pelos 
modelos conceituais centrados em três elementos: meios (tecnológicos); na figura 
do professor; e no aluno. 
• Modelo centrado nos meios: enfatiza o uso de uma ou mais tecnologias, 
atribuindo para o conteúdo o destaque principal, em detrimento do 
professor e aluno. Desta forma, apoia-se um processo de autoformação, 
no qual a relevância é dada à produção dos materiais. Esses devem ser 
implementados por recursos midiáticos como áudios, vídeos e imagens, 
a fim de incrementar a escrita dos materiais. Como o foco dado é para o 
visual e a expressividade dos assuntos abordados, os materiais podem 
contar ainda com listas, esquemas,marcadores, cores e formatos de 
fontes que tornem os textos e ilustrações mais atrativos. Nesse caso, 
todos os recursos são voltados para garantir uma melhor interação dos 
usuários (professor e alunos) com os materiais.
• Modelo centrado no professor: enfatiza a transmissão das informações 
através de uma abordagem tradicional de ensino. Nessa ótica, ocorre 
somente uma transposição do ensino presencial para o virtual, com 
mínimas adaptações nas metodologias, estratégias e nas formas de 
ensino. Reforça-se, assim, que o uso de recursos tecnológicos não 
garante, por si só, mudanças de cunho pedagógico. E semelhante 
ao modelo anterior, os materiais e conteúdo são produzidos por 
especialistas, sem haver um cuidado com sua integração às tarefas de 
tutoria. 
• Modelo centrado no aluno: apresenta uma tendência mais 
contemporânea do que é almejado para a prática pedagógica, ao colocar 
o aluno numa posição central no processo de ensino e aprendizagem. 
Vislumbra-se uma aprendizagem constituída de forma colaborativa, 
relacionada à construção dos conhecimentos, a produção dos conteúdos 
e o processo de tutoria. Com isso, visa-se possibilitar a realização de 
atividades autônomas e críticas, sendo uma prática que permanece na 
intenção. 
Assim, o modelo tridimensional, proposto por Sangrá e Duart (apud 
MIRANDA, MORAIS e DIAS , 2005), propõe o equilíbrio entre os modelos 
descritos anteriormente, através da convergência entre meio/professor/aluno, 
sendo considerados os aspectos principais de cada um dos elementos, podendo 
34
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Paradigma - do grego parádeigma, significa padrão, exemplo ou 
modelo. Thomas Kuhn (1996), no livro A estrutura das Revoluções 
Científica, traz a definição de paradigma como sistema de referências 
e teorias que são testadas, avaliadas e, caso necessário, revistas. 
Paradigmas podem ser definidos como um conjunto de normas 
que limita e orienta os comportamentos a serem adotados pelos 
integrantes de grupos (sociais, científicos etc.) na realização de uma 
atividade. 
ocorrer uma ênfase, dependendo do contexto, dos objetivos e da temática do 
curso (BERNARDI, 2011). 
Behar (2009) traz uma interpretação que agrega as concepções anteriores, 
considerando que o Modelo Pedagógico (MP) é representado como “um sistema 
de premissas teóricas que representa, explica e orienta a forma como se aborda o 
currículo e que se concretiza nas práticas pedagógicas e nas interações professor/
aluno/objeto de estudo” (BEHAR, 2009, p. 24). 
 
A autora destaca ainda ser necessário levar em conta a questão paradigmática 
para uma melhor compreensão do conceito de modelo e que a construção do MP 
pode haver reinterpretações de mais de uma teoria de aprendizagem, concebidas 
pela formação e reflexão de cada professor em sua apropriação teórica. Por 
isso, é importante elucidar os significados atribuídos por cada docente para os 
elementos e concepções que fundamentam seu MP. 
A Figura a seguir sintetiza a concepção de modelo pedagógico elaborada por 
Behar (2009):
FIGURA 4 – CONCEPÇÃO DE MODELO PEDAGÓGICO 
ELABORADA POR BEHAR (2009)
FONTE: A autora
35
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
Desta forma, pode-se compreender que a construção do modelo pedagógico 
é “um processo exclusivo, único de cada professor, adquirido pela experiência 
profissional, sendo também intransferível” pois, conforme escreve Nóvoa (2007, 
p. 16 apud BERNARDI, 2011, p. 56), “cada um tem seu próprio modo de 
organizar as aulas, de se dirigir aos alunos, de utilizar os meios pedagógicos 
(e tecnológicos), um modo que se constitui uma espécie de segunda pele 
profissional”.
Como sugestão de leitura sobre Modelos Pedagógicos:
BEHAR, Patricia Alejandra et al. Modelos Pedagógicos em 
Educação a Distância. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
Na sequência, são apresentadas as teorias de aprendizagem consideradas 
mais expressivas e que influenciam as práticas pedagógicas da educação a 
distância.
4.3 TEORIAS DE APRENDIZAGEM
O estudo das teorias de aprendizagem fundamenta a análise dos processos 
educativos em todos os níveis e áreas do conhecimento. Na educação a distância, 
não poderia ser diferente. 
No decorrer da história da EAD, como mencionado ao longo do capítulo, o 
desenvolvimento das práticas pedagógicas teve influência direta dos meios de 
comunicação e das tecnologias que eram vigentes em cada época, sendo seu uso 
incorporado nas atividades educativas. Além disso, as transformações ocorridas 
na sociedade e no trabalho também refletiram na evolução da EAD. 
Entretanto, como bem aponta Mattar (2013), algumas das teorias de 
aprendizagem, principalmente as mais tradicionais, não foram elaboradas levando-
se em conta o contexto da EAD. E, por isso, tem-se buscado a criação de novas 
teorias que melhor fundamentem o processo de aprendizagem desenvolvido 
através dos ambientes virtuais e suas tecnologias.
Serão apresentadas a seguir as abordagens pedagógicas, os pensadores e 
36
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
suas principais considerações que foram e estão subsidiando e influenciando as 
práticas de educação a distância.
Entretanto, para compreendê-las, é importante, primeiramente, apontar 
os primeiros paradigmas históricos da educação – o inatismo ou apriorismo, o 
empirismo e o racionalismo. 
4.3.1 Paradigmas históricos 
O Inatismo (ou apriorismo – a priori – que vem antes) tem como pressuposto 
que cada pessoa já nasce tendo, em sua bagagem hereditária, uma programação 
para o seu aprendizado. Ou seja, desconsidera a contribuição dos fatores 
ambientais e sociais na formação e no desenvolvimento das potencialidades 
de cada indivíduo. De acordo com Becker (2000, 2001) essa teoria embasa as 
práticas educativas da pedagogia não diretiva, que entende que se deva somente 
respeitar a capacidade e o ritmo de cada um, desconsiderando a necessidade de 
intervenção do professor no aprendizado dos alunos. 
Na sala de aula os saberes estão adormecidos, por isso o 
trabalho do professor é despertar no aluno. O trabalho docente é 
ajudar e ao mesmo tempo interferir o mínimo possível no processo 
de aprendizagem, essa é a ação de renúncia.
A visão empirista, considera que cada pessoa nasce como uma folha em 
branco e que, para aprender, é necessário ter a influência dos fatores sociais e 
ambientais para o desenvolvimento e formação de cada pessoa. O empirismo 
apoia uma pedagogia diretiva, a qual considera que o processo de aprendizagem 
ocorre a partir dos fatores externos. A compreensão dessa teoria vem destacar 
a importância do planejamento pedagógico, a definição dos objetivos e técnicas 
de aprendizagem, sendo essas centradas em práticas de instrução programada 
e uso de mecanismos de reforço da aprendizagem. Com essa compreensão, “a 
aprendizagem é entendida como uma modificação do comportamento que aquele 
que ensina gera (ou impõe) naquele que aprende” (FRANCO, 2000, p.19).
37
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
Na sala de aula o professor acredita no mito da transferência 
do conhecimento – transmissão. O aluno “recebe o conhecimento” 
de forma passiva, cabendo a repetição tantas vezes quantas forem 
necessárias. Conhecimentos absorvidos tal como uma esponja: 
basta acumular informações para aprender.
Na sala de aula a influência no paradigma educacional é que 
fundamenta uma visão compartimentada e linear: ensino seriado, 
aulas por períodos, memorização do conteúdo, atividades de fixação.
O racionalismo tem seu fundamento pautado no pensamento Newtoniano-
Cartesiano. Ele influencia os campos do conhecimento científico, e foi 
responsável pela fragmentação dos saberes, pela reprodução e memorização 
dos conhecimentos. E, dessa forma, “o conhecimento, ao ser dividido, ao ser 
fragmentado, isolou o homem das emoções que a razão desconhece. Deixou 
de contemplar, em nome do racionalismo, sentimentos como: a solidariedade,a humanidade, a sensibilidade, o afeto, o amor e o espírito de ajuda mútua” 
(BEHRENS, 2011, p. 22).
4.4 TEORIAS E SUAS ABORDAGENS 
PEDAGÓGICAS PARA A EAD
Algumas das abordagens pedagógicas foram fundamentadas, no decorrer a 
história, nas concepções defendidas pelos paradigmas históricos, influenciando 
não só a comunidade científica, mas também as práticas educativas. Nesse 
sentido, vamos tratar sobre a abordagem pedagógica do behaviorismo, pautado 
na teoria skinneriana, do construtivismo, nos princípios da teoria interacionista, 
do socioconstrutivismo e os estudos da Vygotsky e do Conectivismo, sendo essa 
uma teoria de aprendizagem mais contemporânea.
38
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
4.4.1 Behaviorismo
O behaviorismo (behavior, comportamento em inglês), conhecido também 
como comportamentalismo ou instrucionismo baseia-se nos estudos teóricos 
de Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). Sua concepção defende que a 
aprendizagem ocorre por meio do reforço de aspectos positivos ou punição dos 
negativos (BEHRENS, 2011). 
O entendimento da teoria de Skinner incentiva a necessidade de uma prática 
educativa reprodutivista e mecânica, através de exercícios de memorização. 
O reconhecimento da teoria skinneriana também está associado à criação 
das máquinas de ensinar. Essas permitiam o desenvolvimento de um ensino 
programado, através de questões de múltipla escolha sobre um assunto, no qual 
cabia ao aluno responder corretamente as perguntas para passar para a seguinte. 
Mesmo tendo passado por críticas pela sua orientação estar voltada para uma 
educação tradicional e conservadora, a teoria de Skinner foi muito estudada 
em disciplinas e atividades relacionadas com o desenvolvimento de currículos 
escolares e planejamento do ensino (BEHRENS, 2011).
No contexto da EAD, ainda se tem fundamentado algumas práticas de 
ensino instrucional, com foco na aprendizagem individual e na educação em larga 
escala. Como exemplo, os bancos de questões de avaliação também podem ser 
aproximados da compreensão acerca das máquinas de ensinar pela possibilidade 
de programação e feedback automático para a comprovação da aprendizagem. 
Na sala de aula o uso de questionários é comum para testagens, 
na EAD há o banco de questões e exercícios com feedback 
automático.
4.4.2 Construtivismo
O construtivismo (ou cognitivismo) fundamenta-se na teoria interacionista 
de Jean Piaget (1896-1980), que defende a construção do conhecimento 
permanentemente, pois considera que esse vai sendo incorporado aos esquemas 
mentais que são colocados para “funcionar” diante de situações desafiadoras e 
problematizadoras. Observa-se que,
39
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
[...] para o construtivismo o conhecimento é sempre uma 
interação entre a nova informação que nos é apresentada 
e o que já sabíamos, e aprender é construir modelos para 
interpretar a informação que recebemos [...] assume-se o papel 
essencial da aprendizagem, como produto da experiência, na 
natureza humana (POZO, 2002, p. 48-49).
O construtivismo piagetiano é interacionista, pois se entende que a 
aprendizagem e o conhecimento ocorrem por meio da interação do sujeito 
com o objeto. A interação é, portanto, entendida como um processo simultâneo 
que possibilita novas leituras, novas contextualizações teóricas, promovidas 
pelas relações vivenciadas entre sujeitos e meio social, sendo a cada relação, 
reorganizado o conhecimento anterior e promovidos novos saberes.
Dessa forma, pode-se considerar várias contribuições dessa teoria para 
os estudos e práticas da educação a distância. Piaget partiu sempre na defesa 
da inteligência como processo de adaptação, “é adaptando-se às coisas que o 
pensamento se organiza e é organizando-se que estrutura as coisas” (PIAGET, 
1987, p. 19). E defendeu ainda a importância das interações sociais nos processos 
e ambientes de aprendizagem. 
Além disso, o construtivismo respeita a individualidade do aluno, sobre sua 
forma de pensar, dando-lhe condições para que ele próprio procure estabelecer 
o que já é conhecido e o que ainda precisa ser aprendido, mas também trata da 
necessidade de atividades em grupo, para compreensão acerca do entendimento 
sobre o compartilhamento, a colaboração e a cooperação. É por esses e outros 
aspectos que a teoria de Piaget enriquece e fundamenta as metodologias ativas 
de ensino, compreendendo que essas vão além de uma atividade ativa concreta, 
envolvendo também o processo cognitivo, o pensar e refletir. 
Na sala de aula deve haver atividades em grupo que 
levem em consideração o processo de aprendizagem de cada 
aluno, e realização de projetos de aprendizagem trabalhando a 
interdisciplinaridade.
40
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Através dos estudos da teoria piagetiana, diferencia-se 
cooperação e colaboração: 
Cooperação - combinação que se desenvolve entre as ações e 
pensamentos do sujeito e das demais pessoas, repercutindo numa 
relação mútua, e dada dentro de um determinado tempo. Observa-se 
que agir em cooperação pressupõe os princípios de respeito mútuo, 
reciprocidade, liberdade e autonomia entre as pessoas (PIAGET, 
1973). Para Piaget (1973, p. 105), “cooperar na ação é operar em 
comum”, ou seja, co-operar. 
Colaboração - ação de contribuir e, para isso, não se faz 
necessário haver um objetivo comum entre os sujeitos. Dessa 
maneira, verifica-se que a aprendizagem colaborativa se desenvolve 
de maneira pouco estruturada, mesmo que se tenha inicialmente a 
intenção de construir algo em comum. 
4.4.3 Socioconstrutivismo
O socioconstrutivismo está centrado na teoria de Lev Vygotsky (1896-1934), 
que considera o desenvolvimento da aprendizagem a partir de um processo 
sócio-histórico, construído através da interação entre sujeito e meio. Esse 
processo interativo ocorre por meio da linguagem, considerada como o sistema 
simbólico dos sujeitos e a ferramenta psicológica mais importante, porque dispõe 
as formas de organização e os conceitos, ao permitir ao sujeito a abstração e 
generalizações sobre a realidade, como também a mediação entre o sujeito e o 
objeto do conhecimento. Ou seja, a linguagem é considerada como importante 
instrumento de pensamento. 
A mediação também aparece nessa teoria com papel destacado, pois 
a construção do conhecimento desenvolve-se pela interação mediada pelas 
várias relações produzidas através das ações do sujeito na realidade. Ou seja, a 
linguagem e a interação social têm importância decisiva para o desenvolvimento 
humano. O sujeito além de ter um papel ativo, é também interativo e social. 
A internalização dos conhecimentos se dá através do processo que parte do 
plano social, passando pelas relações interpessoais desenvolvidas com outros 
sujeitos, encaminhando-se para o plano individual interno e, assim, para as 
relações intrapessoais.
41
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
A principal contribuição de Vygotsky (1984), como base pedagógica para a 
EAD é a do conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), considerando 
a interação social como uma condição para a aprendizagem.
“Zonas de Desenvolvimento Proximal (ZDP): distância entre 
aquilo que o sujeito já faz sozinho e o que ele é capaz de fazer com a 
intervenção de outro, ou seja, uma potencialidade que ainda precisa 
ser aprendida” (VYGOTSKY, 1984, p. 97).
O aluno é caracterizado como sujeito da aprendizagem que aprende junto 
aos demais sempre em relação direta com a produção do seu grupo social em 
termos de valores, a própria linguagem e demais conhecimentos, pois ele participa 
da construção de sua cultura e de sua história.
O professor tem papel relevante no processo de aprendizagem a fim de 
instigar o aluno na promoção de avanços. No entanto, os demais membros 
que fazem parte do grupo social do aluno também são considerados de grande 
importância por auxiliar na mediação entre a cultura e os sujeitos.O professor 
enquanto mediador – desafia seus alunos, auxilia na resolução de problemas, 
realiza juntamente com eles, propicia a apropriação do conhecimento, propondo 
para isso também atividades em grupo.
Assim, para a teoria de Vygotsky, a aprendizagem exige um planejamento 
constante a fim de reorganizar as atividades a partir das experiências 
significativas dos alunos, pois estes só aprendem aquilo que tiver sentido para 
eles. E as instituições de ensino são reconhecidas como espaços que favorecem 
a intervenção pedagógica de forma intencional, desencadeando o processo de 
aprendizagem.
Uma das críticas que aparece quando da relação entre teoria piagetiana e 
vygotskiana, é que Piaget não demonstrava, em seus escritos, uma atenção maior 
às questões sociais e relativas ao meio em que vive o sujeito, sendo que Vygotsky 
já tem como um dos pontos centrais de sua teoria o contexto social e histórico e 
sua importância para o processo de aprendizagem. 
42
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Na sala de aula deve haver a realização de um planejamento 
consistente e atividades de resolução de problemas reais.
4.4.4 Conectivismo
De acordo com Carbonell (2016, p. 12), o Conectivismo “é uma teoria de 
aprendizagem superadora do behaviorismo e do construtivismo, que incorpora 
elementos das teorias dos sistemas, da complexidade, do caos, das redes 
e da neurobiologia”. Ainda, segundo o autor, sua prática e formação exige 
muito conhecimento, interação e diálogo, participação social, visão horizontal 
e dimensional, aprendizagem autônoma e contínua, inteligência coletiva, 
empoderamento e cidadania digital (CARBONELL, 2016).
O Conectivismo surgiu no decorrer da Web 2.0, apresentada anteriormente, 
quando começam a ser utilizadas tecnologias mais interativas como as redes 
sociais, o uso de plataformas e ambientes virtuais de aprendizagem e o 
desenvolvimento da aprendizagem em rede, o que acarreta em um grande volume 
de informações. Trata-se, pois de uma teoria ainda recente.
Os principais pensadores dessa teoria são George Siemens seguido 
por Stephen Downes. Segundo Siemens (2005), alguns dos princípios do 
Conectivismo ressaltam que:
• O desenvolvimento da aprendizagem e do conhecimento ocorre através 
da multiplicidade de opiniões.
• A aprendizagem é um processo distribuído por conexões entre nós 
(nodos) ou fontes de informação, que lida também com os diferentes 
níveis: biológico, sociais e conceitual.
• O processo de tomada de decisão é considerado um processo de 
aprendizagem, pois pressupõe a seleção e escolha de informações, mas 
que precisa lidar com as mudanças que podem afetá-lo. 
O Conectivismo também tem sofrido críticas que questionam se pode 
ser considerado realmente como uma teoria de aprendizagem ou uma nova 
pedagogia e pelo fato de seus princípios também estarem presentes em outras 
teorias de aprendizagem. 
43
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
Como sugestão de leitura sobre os temas abordados neste 
capítulo tem-se os seguintes livros:
CARBONELL, J. Pedagogias do século XXI: bases para a 
inovação educativa. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2016. 
FILATRO, A.; CAVALCANTI, C. C. Metodologias 
inov-ativas na educação presencial, a distância e 
corporativa. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
GÓMEZ, Á. I. P. Educação na Era Digital: A Escola 
Educativa. Porto Alegre: Penso, 2016.
Com base na exposição das principais teorias de aprendizagem que 
fundamentam as práticas pedagógicas na modalidade a distância, é apresentado 
o quadro a seguir com o apontamento das principais ideias e seus pensadores 
para uma melhor comparação. 
QUADRO 3 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM RELACIONADAS COM A EAD
TEORIA PENSADOR PRINCIPAIS IDEIAS
BEHAVIORSIMO Skinner Ensino por instrução
CONSTRUTIVISMO Jean Piaget Construção do conhecimento pela interação
SOCIOCONSTRUTIVISMO Vygotsky Aprendizagem e interação social
CONECTIVISMO George Siemens e Stephen Downes Aprendizagem em rede
FONTE: A autora
A explanação realizada sobre os paradigmas históricos, as teorias, suas 
abordagens pedagógicas e principais teóricos visou, assim, subsidiar a análise, 
identificação e compreensão acerca das práticas pedagógicas desenvolvidas na 
educação a distância.
44
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Marque V para verdadeiro e F para falso:
 1 ( ) A inteligência artificial e a robótica são algumas das tendências inovadoras de uso das 
tecnologias de informação e educação para EAD.
 2 ( ) As instituições de ensino brasileiras que ofertam cursos de nível superior totalmente 
a distância, devem seguir as orientações da legislação do Ministério da Educação 
(MEC).
 3 ( ) As atividades dos cursos semipresenciais precisam ocorrer obrigatoriamente em 
laboratórios de aprendizagem.
 4 ( ) A educação bimodal ou híbrida é caracterizada pela aprendizagem mista, no qual os 
encontros presenciais podem ser direcionados para atividades práticas.
 5 ( ) É importante estudar as teorias de aprendizagem e suas abordagens para poder anali-
sar e identificar as práticas desenvolvidas nos cursos na modalidade a distância.
 6 ( ) O Modelo pedagógico Tridimensional definido por Duart e Sangrá (apud MORAIS, 
2005) propõe a relação equilibrada entre os modelos centrados nos meios tecnológi-
cos, no professor e no aluno, por serem esses os principais elementos do processo de 
ensino e aprendizagem.
 7 ( ) Behar (2009) defende que a construção do modelo pedagógico ocorre por meio de um 
processo coletivo e passível de ser transferido entre os professores. 
 8 ( ) A teoria da aprendizagem que considera como fator principal a hereditariedade do 
sujeito é o Inatismo ou Apriorismo.
 9 ( ) A visão empirista que cada pessoa nasce com todos os conhecimentos acumulados, 
dependendo somente de serem despertados. 
10( ) O empirismo é a base da pedagogia diretiva, que acredita no processo de aprendiza-
gem construído através dos fatores externos. 
11( ) O racionalismo tem base no pensamento Newtoniano-Cartesiano, que fundamentou 
a divisão das áreas de conhecimentos e dos saberes, defendendo um processo de 
aprendizagem por reprodução e memorização dos conhecimentos.
12( ) O uso de reforço é colocado por Skinner como um dos principais elementos que não 
deve ser utilizado para potencializar a aprendizagem.
13( ) Um dos pressupostos da teoria de Skinner é a ideia de que a aprendizagem ocorre por 
meio da transmissão de informação e repetição de comportamentos.
14( ) Segundo Piaget, a aprendizagem é um processo passivo que ocorre por meio da 
decoreba.
15( ) De acordo com a teoria construtivista, para haver cooperação, é necessário ser cons-
truída uma escala comum de valores entre os sujeitos, além da existência de respeito 
mútuo, reciprocidade, liberdade e autonomia entre as pessoas.
16( ) A interação é entendida no construtivismo como um processo de trocas simultâneas 
entre sujeitos e meio social. 
45
EAD: HIstórico, Modelo e Características Capítulo 1 
17( ) A teoria de Vygotsky aposta no uso da recompensa como forma de garantir e estimular 
a aprendizagem dos alunos.
18( ) A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) está entre o que já é conhecido pelo 
sujeito e a potencialidade do que pode ser aprendido.
19( ) O Conectivismo reúne elementos de outras teorias e também considera a aprendiza-
gem a partir de aspectos biológicos, sociais e conceituais.
20( ) O Conectivismo surge junto com o desenvolvimento da Web 1.0 e a criação das redes 
sociais.
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 
Neste capítulo, foram elucidados os aspectos históricos e sociais do 
surgimento da educação a distância e as gerações da Internet. 
Na sequência, foram apontadas as tecnologias de informação 
e comunicação (TICs) utilizadas ao longo dos anos bem como suas 
possibilidades pedagógicas. Também foram apresentados os tipos, 
formatos e modalidades de cursos que vêm sendo ofertados a distância.E, finalmente, foram destacadas as teorias, os paradigmas e suas abordagens 
pedagógicas para analisar e identificar as práticas pedagógicas desenvolvidas na 
educação a distância.
Com isso, convidamos você a uma reflexão sobre as mudanças ocorridas 
no decorrer da história da educação a distância, relacionando também com sua 
trajetória de estudos. 
No próximo capítulo, vamos abordar os conceitos, papéis e autores, 
tendências, possibilidades e desafios para a educação a distância. 
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Médicas, 2001.
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 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
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CAPÍTULO 2
Conceitos, Papéis, Tendências, 
Possibilidades e Desafios para 
a EAD
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• discutir e interpretar as concepções e fundamentos teórico-metodológicos 
relacionados com a EAD, analisando sua aplicação prática;
• diferenciar e examinar os papéis, sujeitos e agentes envolvidos na EAD, 
enfatizando suas competências para a prática educativa dessa modalidade;
• debater sobre as tendências, possibilidades e desafios da EAD na atualidade.
50
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
51
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O crescimento tecnológico criado pela humanidade, através da globalização 
e das transformações das relações sociais, tem originado profundas mudanças 
na educação tanto na sua função quanto na sua estrutura. Nesta perspectiva, a 
educação tem adquirido novos formatos que buscam uma redefinição de papéis, 
tanto de professores como de alunos, e novas formas de ensinar e aprender. 
A educação a distância torna-se, assim, uma nova forma de ver e fazer 
educação, sendo que esse “ver” remete a um novo paradigma educacional e o 
“fazer”, a uma nova forma de ser professor e aluno em tempos tão tecnológicos. 
Neste capítulo, serão apresentados conceitos e terminologias relacionadas 
à educação a distância. Também serão discutidas as características, destacando 
as potencialidades da educação na modalidade a distância. Na sequência, serão 
abordados os principais agentes da EAD, com destaque para os papéis do 
professor, do tutor e dos alunos. E, no subtópico final, serão trazidas reflexões 
sobre as tendências e desafios que acompanham a EAD atualmente.
2 CONCEITOS, TERMINOLOGIAS E 
NOVAS PRÁTICAS RELACIONADAS 
COM A EAD
Na sociedade atual, pode-se considerar que “a educação é um processo 
de desenvolvimento humano que ocorre na aprendizagem 360 graus: uma 
aprendizagem ampla, integrada, desafiadora” (MORAN, 2015, p. 32). Como o 
autor salienta, a aprendizagem passou por importantes mudanças e atualizações. 
Hoje em dia, não se trata apenas de aprender para acumular conhecimentos e 
informações, mas é preciso saber para promover relações entre os conhecimentos 
e a realidade que está em constante transformação. Em função disso, é que se 
faz ainda mais necessário estar sempre aprendendo.
E o ensino? Conforme já foi estudado, o ensino, inicialmente, era 
caracterizado pela instrução, transmissão de conhecimentos e informações numa 
espécie de expressão de adestramento ou treinamento, centralizado na figura de 
um professor. Atualmente, o ensino não pode ser dissociado da aprendizagem, 
compreendendo que esse processo ocorre através das práticas educativas com 
os professores e alunos. Desta forma, o processo de ensino e a aprendizagem 
necessitam de ações voltadas para o “aprender a aprender”, o “saber pensar”, 
52Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
o “criar”, o “refletir” e o “inovar”. Essas ações, entretanto, são implementadas 
através da construção de conhecimentos e a participação ativa dos seus atores 
para garantir seu próprio desenvolvimento. 
Nesse contexto, a Educação a distância (EAD), somada ao surgimento 
frenético das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) como resultados 
dos progressos das ciências e das tecnologias, necessita responder aos anseios 
da vida moderna e sua complexidade. Como é sabido, ainda permanecem 
grandes desigualdades social, econômica e cultural, mas, ao mesmo tempo, 
existe uma demanda crescente por novas formas de educação. 
Ainda no resgate histórico anterior, foi possível observar a transformação 
que a própria EAD teve nos diferentes períodos da sua história. Inicialmente, fez-
se uso dos recursos tradicionais como rádio, televisão, e de outros audiovisuais 
numa mera transposição do ensino presencial, até porque pouco se tinha de 
embasamento da área científica para dar suporte e respaldo teórico para o 
estabelecimento de um programa de EAD.
A EAD, através de sua evolução, foi se consolidando como uma modalidade 
de educação que tem diferenciais quando comparada ao ensino presencial. 
Acesse o site do Ministério da Educação (MEC) para conhecer 
a legislação vigente para a Educação a Distância: <https://www.mec.
gov.br/>. 
O quadro a seguir apresenta um comparativo entre o ensino presencial e 
a EAD, tendo como referência as ideias apresentadas por autores como Moran 
(2015); Maia e Mattar (2007) e Tori (2010). 
53
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
QUADRO 1 – DO ENSINO PRESENCIAL PARA A EAD
ENSINO PRESENCIAL EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Aula
Ministrada pelo professor. Coordenação do professor e acompanhamento do 
tutor.
Interação
Face a face com discussão e apresentação 
do conteúdo pelo professor.
Através das tecnologias e recursos tecnológicos.
Atendimento às necessidades dos alunos, debates 
em grandes ou pequenos grupos
Metodologia adotada
Centrada no professor. Centrada no aluno.
Conteúdo
Fonte de conhecimento, normalmente com 
uso de materiais físicos.
Uso de diferentes formatos e mídias para acesso 
ao conteúdo (objetos de aprendizagem, podcasts, 
videoaulas, e-books etc.).
Relacionamento
Convivência em espaços físicos (sala de 
aula, laboratórios etc.).
Interatividade através de recursos tecnológicos 
como fóruns, chat, webconferência, encontros 
presenciais.
Carga horária
Horários fixos estabelecidos pela institui-
ção.
Prazos estabelecidos, com alguns horários definidos 
para as atividades síncronas e demais carga horária 
livre respeitando o ritmo do aluno.
Comunicação
Presencial entre professores e alunos. Diferentes formas e formatos (textual, imagem, 
vídeo etc.) e com uso de recursos tecnológicos.
FONTE: A autora
A EAD também impulsionou a criação de novas denominações e 
terminologias, o que vem exigindo um estudo mais aprofundado e detalhado para 
a sua compreensão. 
Uma das primeiras necessidades é, exatamente, diferenciar as definições de 
“educação a distância” e de “educação aberta”. Esta última pode ser ministrada 
presencial ou a distância e não exige a conclusão de um determinado grau de 
escolaridade como pré-requisito. Sua ideia principal é a de garantir a oportunidade 
do próprio aluno organizar seu currículo e ir desenvolvendo as atividades de 
acordo com seu próprio ritmo. Já a educação a distância é compreendida como 
uma modalidade educativa que é mediada ou estabelecida por meio da utilização 
de tecnologias de informação e comunicação pelos estudantes e professores para 
o desenvolvimento de atividades educativas em lugares ou tempos diversos. 
54
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Acesse no link a seguir um estudo sobre Modelos de curadoria 
de recursos educacionais digitais desenvolvido pelo professor 
Cristian Cechinel da Universidade Federal de Santa Catarina 
(UFSC), a convite do Centro de Inovação para a Educação Brasileira 
(CIEB).
FONTE: <http://www.cieb.net.br/wp-content/uploads/2017/10/
CIEB-Estudos-5-Modelos-de-curadoria-de-recursos-educacionais-
digitais-31-10-17.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2019. 
Entende-se, assim, que a proposta contemporânea de EAD pressupõe 
um processo educativo sistematizado e organizado, no qual é estabelecida a 
comunicação em via dupla entre os participantes do processo para a promoção 
de interações.
A constituição desse processo educativo sistematizado e organizado começa 
pelo seu desenho instrucional. Trata-se, pois, do processo de planejamento 
pedagógico, ou seja, a organização ou adaptação dos conteúdos de ensino e 
demais recursos tecnológicos para o desenvolvimento de disciplinas e/ou 
cursos. Normalmente, esse processo parte da identificação de um problema 
ou necessidade de aprendizagem e, para o atendimento dessa demanda, 
é desenhada, implementada e avaliada uma ou mais possíveis soluções. A 
proposição do desenho instrucional pode ser organizada em uma série de 
etapas, níveis a serem seguidos pelos professores para implementar e planejar 
suas atividades. Esse planejamento segue a definição de metas e objetivos 
educacionais voltados para o atendimento do perfil dos alunos (FILATRO; CAIRO, 
2015).
Em termos de conteúdo, é desenvolvido uma curadoria de conteúdo ou 
curadoria digital. Esse termo, que vem da área jurídica e do universo das artes 
(museus e galerias), foi migrado para a área educacional. No início, o processo 
de curadoria era principalmente voltado para a padronização e roteirização de 
materiais, na maioria das vezes, sendo disponibilizado no formato de apostilas. 
Com a evolução dos estudos e das práticas em EAD, o enfoque da curadoria 
foi sendo direcionado para a promoção de orientações e estratégias que visam 
a organização, o compartilhamento e a pesquisa de textos e demais materiais 
através de uma seleção mais refinada a fim de potencializar e qualificar o processo 
de ensino e aprendizagem. Atualmente, inclusive, existem diferentes modelos de 
curadoria de recursos educacionais.
55
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
Ainda se tratando sobre as diferentes formas de se garantir a qualidade 
das propostas de atividades na modalidade a distância, considera-se importante 
discutir e analisar suas principais características, o que será tratado na seção a 
seguir. 
2.1 CARACTERÍSTICAS DA EAD
Para trazer um levantamento das características da educação a distância, 
foi realizado um estudo nas obras de Nunes (1998); Peters (2004) e Maia e 
Mattar (2007). Os autores apontam que uma das principais características da 
EAD é exatamente a possibilidade que se tem de estabelecer uma comunicação 
multidirecional, ultrapassando as distâncias espaciais por meio do uso de 
diferentes recursos.
A separação física entre professor e aluno é outro aspecto que caracteriza 
a EAD. Como essa separação pode ser tanto geográfica quanto espacial, tem-se 
assim a ampliação do entendimento sobre espaços educativos. Essa ampliação 
acarretou também no questionamento sobre a sala de aula tradicional e sua 
atribuição como o que, até então, era concebido como um único espaço propício 
para o desenvolvimento da educação formal. Desta forma, a EAD oportunizou a 
compreensão dessa multiplicidade dos espaços de aprendizagem.
Além da separação espacial, a EAD é caracterizada por um novo 
entendimento acerca da concepção de tempo. Nessa perspectiva, o tempo 
permanece sendo utilizado como uma forma de medir a aprendizagem, mas é 
preciso levar em conta as especificidades do tempo virtual. De acordo com Lévy 
(1999), o tempo virtual pode ser definido pela ausência de limites e obstáculos 
que são comuns na vida cotidiana, oportunizando uma realidade virtual capaz de 
representar um mundo “sempre acordado”.
A comunicação síncrona é caracterizada pela simultaneidade, 
realizada em tempo real. Na EAD, é importante que momentos 
síncronos como a realizaçãode um bate-papo (chat) ou 
webconferência seja agendada para que alunos, tutores e professores 
estejam conectados no mesmo dia e horário. 
56
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Características da EAD: 
• Relação entre professor e aluno para além dos espaços 
convencionais e com tempos diferenciados.
• Ampliação dos espaços de interação entre estudantes 
através das ferramentas e recursos de comunicação.
• Espaços privados ou coletivos para comunicação, 
orientação e ampla possibilidade de acompanhamento de processo 
através dos recursos tecnológicos.
Há, portanto, maior liberdade para conhecer e participar desse novo contexto. 
Assim, o tempo virtual pode contribuir para o atendimento das necessidades 
individuais de cada aluno e dos diferentes ritmos de aprendizagem. Entretanto, 
como cita Oliveira (2003, p. 180), a EAD “não representa uma solução simples 
para quem não tem tempo para um curso presencial. A modalidade de educação 
a distância proporciona uma certa plasticidade por superar a questão do espaço e 
não a falta de tempo”. 
Mais uma vez, a utilização dos recursos tecnológicos auxilia e permite os 
meios para a comunicação (face a face, assíncrona etc.). Ressalta-se ainda a 
concretização de um novo modelo de comunicação constituído pelo diálogo. 
Desta forma, extrapola-se a lógica da aula tradicional em que o aluno é um 
ouvinte receptor, sendo incentivado a assumir uma atitude de abertura e de 
interação permanente por meio do debate. Tori (2010, p. 62-63) contribui com esse 
entendimento ao considerar que, “criando-se as condições adequadas, é possível 
o desenvolvimento de atividades locais altamente dialógicas, como ocorre com 
dinâmicas desenvolvidas em pequenos grupos, que são difíceis de reproduzir a 
distância”. 
A flexibilidade é também uma marca da EAD. Esta pode ser entendida 
pela expansão dos espaços e tempos, e da criação de formas alternativas de 
assistência para a realização das aulas (como o agendamento de encontros 
virtuais, a promoção de atividades extras etc.). Desta forma, a flexibilidade da 
EAD pode auxiliar o aluno para desenvolver suas capacidades de aprendizagem 
e de autonomia. 
Sob uma perspectiva social, pode-se também considerar que a EAD traz, 
através de suas características, a possibilidade de democratizar o acesso à 
educação e de atender as demandas de inclusão de alunos com diferentes tipos 
de deficiência.
57
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
• Clara proposta de trabalho e com disponibilização de 
conteúdo didático (maior que em situações presenciais).
• Flexibilidade de tempo e de comunicação - favorece o 
respeito aos diferentes ritmos de aprendizagem.
• Ênfase para a autonomia e para o diálogo.
Dentre as vantagens e desvantagens da EAD, observam-se aspectos que 
fazem parte da sua história, e que dependendo do ponto de vista, podem em um 
momento ser considerado uma vantagem e, em outro, apresentar indicadores 
que o tornem uma desvantagem (BELLONI, 2008; LITWIN, 2001; NUNES, 1998).
Conforme já mencionado anteriormente, a EAD pode democratizar e ampliar 
o acesso à educação a um público cada vez mais amplo. Uma das vantagens 
está exatamente na possibilidade de oferta de uma maior diversidade de cursos 
direcionados para diferentes públicos, contextos e níveis de ensino. Além disso, 
abrem-se oportunidades para novos cursos voltados para grupos, áreas e 
interesses específicos. 
Outra vantagem é a abertura de novos espaços e ambientes de 
aprendizagem. Muitas empresas já criaram suas universidades corporativas e 
realizam formações associadas à permanência do profissional em seu ambiente 
de trabalho. O importante, nesse caso, é favorecer a socialização entre os 
participantes das formações (por exemplo, funcionários de diferentes unidades 
da empresa) e também a interação, entendida como o estabelecimento de 
relações que visam o aprofundamento dos conhecimentos, sejam esses de nível 
profissional, pessoal ou social. E, ainda, pode-se destacar uma maior viabilidade 
de personalizar a formação, centrando o processo de aprendizagem no aluno/
participante, favorecendo, assim, o desenvolvimento da autonomia. 
Na seção seguinte, serão apresentados os papéis e funções dos diferentes 
agentes da EAD, evidenciando o professor, o tutor e o aluno. Além disso, serão 
abordadas diferentes concepções de competências e suas abordagens no 
contexto da EAD.
58
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
3 PAPÉIS, SUJEITOS E AGENTES 
DA EAD: UM ESTUDO SOBRE AS 
COMPETÊNCIAS
No universo da Educação a Distância, assim como na modalidade presencial, 
os principais atores permanecem sendo o professor e o aluno. Entretanto, surgem 
novos papéis e funções para atender às demandas relacionadas aos aspectos 
organizacionais, técnicos e de suporte, além de uma visão atualizada do que se 
espera do professor e do aluno na EAD. 
Assim, neste subtópico, serão descritos os principais agentes da EAD, suas 
funções e atividades, enfatizando, principalmente, os perfis do professor e do 
aluno, pelas particularidades da modalidade.
 
3.1 AGENTES E SUJEITOS DA EAD
Em linhas gerais, quando se trata de uma situação formal e presencial 
de prática educativa numa instituição de educação, tem-se as funções ligadas 
à gestão (diretor, coordenador, supervisor etc.), à sala de aula (professores e 
alunos) e outras à manutenção do ambiente educacional. 
Na EAD, além desses agentes, surgem novas funções e atividades que 
estão relacionadas às questões operacionais, tecnológicas e pedagógicas. Nessa 
abordagem, será enfatizada a educação superior na modalidade a distância por 
já ser uma realidade bem consolidada e com diferentes modelos pedagógicos 
constituídos. 
Dependendo do modelo pedagógico adotado pela instituição, ela pode 
usar diferentes denominações para seus agentes e também ter mais ou menos 
recursos humanos para atender à demanda da sua estrutura. 
Partindo de uma das principais características da EAD, destaca-se o uso 
dos recursos tecnológicos como: Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs), 
Materiais Educacionais Digitais (MEDs), ferramentas de comunicação, entre 
outros aspectos. E, por isso, surge a necessidade de haver uma equipe de 
implantação e suporte desses recursos. Dependendo do modelo pedagógico, 
pode ser necessário um maior número de profissionais envolvidos com diferentes 
formações e conhecimentos tecnológicos. 
59
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
Em grande parte das instituições, há um setor de tecnologia responsável pela 
implantação dos recursos e ferramentas utilizados, que deve se manter atento 
às novidades que surgem a cada momento no mercado, para fins educacionais. 
Além disso, existe normalmente uma equipe de suporte para atender alunos e 
professores via telefone, e-mail ou outro recurso on-line. Também estão sendo 
utilizadas tecnologias para automatizar algumas situações (mandar lembretes e 
avisos para os alunos) e dúvidas que já são frequentes e puderam ser mapeadas 
e agora podem contar com o envio de respostas via Ambiente Virtual de 
Aprendizagem (AVA), por exemplo. 
Caso a instituição também tenha adotado um modelo no qual ela que 
desenvolve os MEDs, precisa ter uma equipe multidisciplinar. Essa, por sua vez, 
pode ser constituída por profissionais da área da educação, de programação e 
design. Desta forma, a equipe é responsável pelo desenvolvimento e elaboração 
dos materiais educacionais digitais para tornar os conteúdos mais atrativos e 
criativos, com o uso de animações, ilustrações, áudio, entre outros, indo além 
da escrita. Trata-se, pois, de uma estrutura de maior complexidade e que exige 
recursos humanos, físicos (computadores, softwares e programas específicos) 
e também financeiros. Existem empresas especializadas que desenvolvem os 
conteúdos, disciplinas e cursos que podem ser comercializados para uso das 
instituições de ensino. Mais uma vez, dependendo do modelo delineado,pode 
haver também uma estrutura com estúdios para gravação de áudios e vídeos e, 
assim, profissionais com formação na área de filmagem e gravação. A figura a 
seguir apresenta um organograma com a estrutura básica de uma equipe de EAD 
de uma instituição de ensino, conforme já mencionado.
FIGURA 1 – ESTRUTURA BÁSICA DE EAD DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
FONTE: Adaptado de Filatro (2018) e Filatro e Cairo (2015).
60
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
A partir do que foi exposto, com essa ampliação de espaços, profissionais 
e demandas de produção, uso dos materiais e recursos tecnológicos, pode-se 
dizer que a EAD expandiu o mercado educacional, o que levou à criação de novas 
empresas que fazem uso das profissões e funções, agora com viés educativo. 
Pesquise sites de diferentes instituições de ensino superior que 
tenham cursos na modalidade a distância. Acesse as informações 
relacionadas ao modelo pedagógico adotado, estrutura da EAD e 
nomenclaturas utilizadas para definir seus agentes. Após, compare-
as e reflita: na sua opinião, que tipo de estrutura e modelo pedagógico 
de EAD deve ter uma instituição de ensino superior para ofertar 
cursos de qualidade?
Nas seções seguintes, serão abordados os principais sujeitos da EAD, 
professor, tutor e aluno, respectivamente. 
3.2 PROFESSOR E O TUTOR DA EAD
Na EAD, pode-se considerar que a ação docente é redimensionada, sendo 
exigido que o professor assuma uma nova postura e novas atividades no processo 
de ensino e aprendizagem. 
Assim como no ensino presencial, o trabalho do professor deve atender às 
expectativas dos estudantes. Uma das suas principais atividades é a de levar 
seus alunos a criar soluções e respostas para problemas reais, trazidos para aula 
(virtual) pelos próprios estudantes. Assim, precisa assumir o papel de mediador 
que também aprenderá com o aluno para construir novos conhecimentos. Ou 
seja, o professor/educador deve, inclusive:
[...] perder a vergonha de assumir a sua insegurança em lidar 
com as TIC, mas também sem velar seu receio de cometer 
erros. A posição educativa proposta, através da introdução das 
TIC, necessita preparar um educador, de modo que ele saiba 
lidar com a situação de, em alguns momentos, ser menos 
conhecedor que o aluno que está sendo formado por ele dos 
recursos disponíveis e possibilidades a serem executadas 
através das TIC (BERNARDI, 2004, p. 160).
61
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
Todavia, isso não deve impedi-lo de aprender a lidar com o novo (e temos, 
a cada momento, muitas novidades e inovações), pois o professor tem a 
possiblidade de expandir sua prática, atuando de forma mais criativa, reflexiva e 
construtiva, conforme é apresentado na figura a seguir.
FIGURA 2 – AÇÃO DO PROFESSOR NA EAD
FONTE: A autora
O trabalho do professor, por exemplo, pode ser direcionado para diferentes 
tarefas relacionadas ao planejamento e execução das aulas, recebendo, assim, 
outras denominações. A seguir, serão destacadas as principais nomenclaturas 
utilizadas pelas instituições EAD para o professor devido aos múltiplos papéis 
assumidos.
•	O professor conteudista ou autor: é aquele responsável pela 
concepção, definição metodológica, elaboração de materiais ou 
conteúdos e avaliação de uma disciplina, atividade ou curso. Seu 
trabalho é, portanto, realizar todo o planejamento pedagógico das 
aulas, seguindo as orientações repassadas pela instituição em função 
do modelo adotado. Desta forma, pode ser responsável pela escrita de 
um livro, gravação de videoaulas, elaboração de conteúdos (que depois 
serão utilizados para a criação dos materiais educacionais digitais), 
questões objetivas e/ou discursivas, entre outras atividades. O curso ou 
disciplina pode ser ministrado por ele mesmo ou por outro professor da 
área de conhecimento. Vê-se aqui, uma das primeiras mudanças que 
exigem do professor a abertura de suas concepções sobre sua ação 
docente, pois sua atividade pode tomar diferentes contextos de atuação. 
62
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
•	O professor on-line ou formador: é aquele que irá ministrar a disciplina. 
Na maioria das vezes, esse professor trabalha em equipe com o tutor. 
Nessa equipe, cabe ao professor, coordenação, acompanhamento do 
curso ou disciplina e ao tutor, as atividades de interação, tendo ação 
mais direta com os alunos e também a correção das avaliações. O uso 
das denominações citadas e suas funções irá depender das orientações 
e do modelo pedagógico da instituição. 
•	O professor pesquisador: também é um formador, normalmente 
ministra as capacitações e realiza o trabalho de curadoria de conteúdos. 
Também participa e integra grupos de pesquisa da instituição, podendo 
atuar também na pós-graduação. Seu trabalho, portanto, é voltado para 
o desenvolvimento de metodologias a partir da reflexão sobre as práticas 
pedagógicas realizadas na instituição. 
A partir das considerações realizadas, ressalta-se que o professor pode 
atuar na mesma instituição assumindo, de forma concomitante, diferentes papéis 
na EAD. De qualquer forma, como ressalta Bezerra e Carvalho (2011, p. 239) “a 
ação educativa do professor deve estar centrada na construção de um processo 
educativo alicerçado na interatividade e na criatividade, na qual deverá provocar 
discussões, dúvidas e instigar a aprendizagem dos estudantes”. Na figura a seguir, 
é apresentado um mapa conceitual sintetizando as ações e papéis assumidos 
pelo professor na EAD.
FIGURA 3 – PROFESSOR NA EAD
FONTE: Adaptado de Bezerra, Carvalho (2011), Moran (2015) e Litwin (2001)
63
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
Moran (2015, p. 42) contribui com as ideias mencionadas sobre as atividades 
do professor e o processo de curadoria, ao compreender que:
O papel do professor é mais o de curador e de orientador. 
Curador, que escolhe o que é relevante em meio a tanta 
informação disponível e ajuda os alunos a encontrarem sentido 
no mosaico de materiais e atividades disponíveis. Curador, no 
sentido também de cuidador: ele cuida de cada um, dá apoio, 
acolhe, estimula, valoriza, orienta e inspira. Orienta a classe, 
os grupos e cada aluno.
Por isso, considera-se imprescindível que o professor assuma uma nova 
atitude frente ao processo ensino e aprendizagem na EAD, que pode ser 
entendido através de metáforas como “a navegação e o surfe, que implicam 
uma capacidade para enfrentar as ondas, os turbilhões, as correntes e os ventos 
contrários numa extensão plana, sem fronteiras e sempre mutante” (LÉVY, 1993, 
p. 23). E é esta a representação atual que tem a aprendizagem e a educação. A 
seguir, será abordado o papel do tutor na EAD.
3.3 TUTOR DA EAD
Conforme mencionado anteriormente, além do professor, a modalidade a 
distância traz a configuração do papel do tutor. Entretanto, existem diferentes 
entendimentos sobre a terminologia e a função do tutor. 
Segundo Bezerra e Carvalho (2011, p. 240), a palavra “‘tutor vem do latim 
tutore e sua origem está relacionada à área jurídica, significando defensor, protetor, 
alguém que é encarregado legalmente de exercer a tutela”. Na EAD, conforme 
escreve Litwin (2001, p. 93), “o tutor – seu papel, suas funções, as tarefas que 
têm de realizar, as responsabilidades que assume – é um desses pontos-chave 
nos quais costumam aparecer mais perguntas que respostas”. De acordo com a 
autora, a compreensão sobre o papel do tutor foi sendo aprofundada no decorrer 
da história da EAD. Nas suas perspectivas iniciais, “sustentava-se que o tutor não 
ensinava, quando ‘ensinar’ era sinônimo de transmitir informação ou de estimular 
o aparecimento de determinadas condutas” (LITWIN, 2001, p. 96). 
Através das novas concepções pedagógicas, o trabalho do tutor passou a 
ser de “promover a realização de atividades e apoiar sua resolução, e não apenas 
mostrar a resposta correta, oferecer novas fontes de informação e favorecer sua 
compreensão” (LITWIN,2001, p. 99). Assim, a diferença na designação do trabalho 
do tutor atualmente é mais por questões institucionais do que pedagógicas. Por 
isso, passa a ser atribuído ao tutor, a interpretação de conselheiro, orientador de 
aprendizagem do aluno, multiplicador, ou ainda de monitor.
64
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Entende-se que, independente do significado, sua atividade é desafiadora 
e complexa e está relacionada à ação educativa, por ser responsável pela 
mediação entre os conteúdos a serem estudados e os alunos. Para isso, indica 
caminhos e possíveis direcionamentos, respondendo às dúvidas e estabelecendo 
uma relação direta com os estudantes. 
Conforme Bezerra e Carvalho (2011, p. 243):
podemos perceber a amplitude das atribuições da tutoria 
que vão além do simples acompanhamento pedagógico. Ao 
profissional, cabe criar um ambiente que possibilite a construção 
do conhecimento por parte dos estudantes, buscando envolvê-
los ativamente no processo de aprendizagem.
A figura a seguir aborda as funções do tutor apresentadas através de um 
mapa conceitual. 
FIGURA 4 – FUNÇÕES DO TUTOR
FONTE: Adaptado de Bezerra e Carvalho (2011), Moran (2015) e Litwin (2001)
Além da inexistência de unidade sobre a definição da função do tutor, 
também há uma discussão sobre a sua ação e a do professor. De acordo com 
Litwin (2001, p. 104):
é errôneo pensar que um tutor tem de saber “menos” que 
um docente que ensinar os mesmos conteúdos na educação 
presencial [...] o tutor deverá atuar em contextos que requerem 
uma análise fluida, rica e flexível de cada situação, a partir 
de oportunidades e dos riscos que imprimem as condições 
institucionais da educação a distância. Sua formação teórica, 
disciplinar e pedagógico-didática deverá ser atualizada com a 
formação na prática dos espaços tutoriais, aspecto que não 
65
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
deveria ser deixado ao acaso. 
A partir dos aspectos já expostos, destacam-se, a seguir, algumas das 
principais atividades e funções desenvolvidas pelo tutor, na maioria das 
instituições de ensino, no seu trabalho nos cursos a distância:
• Atualizar informações e conteúdos no ambiente virtual de aprendizagem.
• Contribuir com a elaboração do plano de ensino.
• Mediar, moderar e supervisionar as discussões e debates nas 
ferramentas de comunicação.
• Acompanhar a avaliar os projetos individuais e dos grupos.
• Avaliar e atribuir nota para as atividades e exercícios.
• Fornecer feedback constante acerca do processo de aprendizagem dos 
alunos.
• Fazer registros sobre seus contatos com alunos.
• Atender questões administrativas, técnicas e pedagógicas solicitadas 
pela instituição.
3.4 ALUNO DA EAD
Segundo Moore e Kearsley (2008, p. 198), um aluno a distância é diferenciado 
de um aluno presencial, pela necessidade de ter aptidões específicas voltadas 
para o estudo de forma autônoma e da existência de habilidades de comunicação. 
Em linhas gerais, a modalidade a distância acaba por atender um público diferente 
do que estuda na educação formal, na modalidade presencial. Para os autores: 
Muitos fatores afetam o sucesso dos alunos nos programas 
de aprendizado a distância, incluindo: formação educacional, 
características da personalidade, interesses extracurriculares 
e problemas relacionados ao curso. Fatores como a entrega 
pontual de tarefas, o histórico da conclusão do curso anterior 
e o esforço para concluí-lo podem ser usados para prever o 
sucesso.
Desta forma, observa-se que os alunos que fazem um planejamento e 
organização do tempo de estudo com o estabelecimento de horários e de um 
cronograma de atividades terão maior possibilidade de sucesso na conclusão de 
um curso na modalidade a distância. Peters (2004, p. 185) escreve que:
Isso significa que os estudantes devem estar prontos para e 
serem capazes de reconhecer metas e possibilidades concretas 
de aprendizagem com base nas modificações que podem 
causar em suas vidas e no trabalho, estar dispostos a planejar 
e organizar sua aprendizagem de forma independente e a 
absorvê-la e organizá-la em grande parte independentemente 
dos professores.
66
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Com base nos argumentos expostos, pode-se apontar como características 
essenciais para um aluno de curso a distância: a motivação para o aprendizado, 
ter visão de futuro, realizar o planejamento de suas ações, ter comprometimento, 
disciplina e perseverança. Precisa, portanto, ter consciência de suas 
responsabilidades, sendo capaz de ser o gestor de sua aprendizagem, mantendo 
uma direção e foco para seus objetivos. Em um viés mais sociológico, traz-se 
a contribuição de Freire (1996, p. 26), quando escreveu que “não temo dizer 
que inexiste a validade no ensino de que não resulta um aprendizado em que 
o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o ensinado, em que 
o ensinado que não foi apreendido não pode ser realmente aprendido pelo 
aprendiz”. 
Por parte da instituição, do curso, dos professores e tutores, torna-se 
necessário oportunizar ao estudante condições para vivenciar e assumir esse 
novo perfil de aluno virtual. O quadro a seguir apresenta, de forma resumida, 
as características apontadas por Palloff e Pratt (2004) que retratam o aluno 
virtual de sucesso.
QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS DO ALUNO VIRTUAL DE SUCESSO
CARACTERÍSTICAS DO ALUNO VIRTUAL DE SUCESSO
Acesso às diferentes tecnologias.
Sabe utilizar e explorar as potencialidades dos recursos tecnológicos.
Mantém sua mente aberta e capacidade de reflexão.
Utiliza suas experiências no processo de aprendizagem.
É comprometimento consigo próprio e com o grupo.
Está preparado para compartilhar detalhes de sua vida, trabalho e outras experiências educacio-
nais para contribuir no processo de ensino.
Dedica-se aos seus estudos com tempo e qualidade necessárias.
Estabelece comunicação permanente com professor e colegas.
Tem automotivação e autodisciplina.
Sabe trabalhar coletivamente com os colegas para atingir seus objetivos de aprendizagem e do 
curso.
Considera que a aprendizagem pode ocorrer em quaisquer espaços e tempos diferentes.
FONTE: Adaptado de Paloff e Pratt (2004)
De acordo com o que foi exposto sobre os agentes da EAD, percebe-se 
a importância de preparar tanto os professores e tutores como os alunos para 
produzir novos sentidos, além de tirar proveito do intercâmbio de diferentes 
culturas para favorecer o processo educativo. Na seção seguinte, serão abordados 
os estilos de aprendizagem e a relevância desse estudo para o desenvolvimento 
de materiais e atividades na modalidade a distância. 
67
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
3.4.1 Estilos de aprendizagem dos 
alunos na EAD 
Aprendemos de modos diferentes, essa é a primeira e principal ideia para se 
abordar os estilos de aprendizagem. Alguns querem que o professor escreva tudo 
no quadro, outros gostam de se reunir em pequenos grupos e discutir assuntos 
de interesse comum e tem aqueles que gostam de participar de palestras e fazer 
anotações do que ouvem. 
De acordo com Barros et al. (2010, p. 138), “o espaço virtual possibilita 
formas de aprendizagem diferenciadas das ocorridas no presencial e os estilos de 
aprendizagem possuem algumas características possíveis de serem identificadas 
nesse contexto”. Assim, torna-se possível identificar perfis sobre as formas de 
aprendizagem virtual, com a possibilidade de indicar caminhos e direções para 
as estratégias didáticas e pedagógicas nessa modalidade. Ainda segundo os 
autores, os estilos de aprendizagem trazem importantes contribuições para o 
processo de ensino e aprendizagem e o uso das tecnologias, “pois considera 
as diferenças individuais e é flexível, permitindo estruturar as especificidades 
voltadas às tecnologias atendendo as necessidades dos indivíduos envolvidos no 
processo” (BARROS et al., 2010, p. 137). 
Os estilos de aprendizagem são definidos por Alonso,Gallego e Honey 
(2002) como traços cognitivos, afetivos e fisiológicos, servindo como indicadores 
relativamente estáveis sobre a forma de relacionamento dos alunos (percepção, 
interação e respostas) nos seus ambientes e recursos de aprendizagem. 
É importante também esclarecer o que são estilos de aprendizagem. Não 
se trata, portanto, de um método ou de uma metodologia e também não deve se 
confundir com as inteligências múltiplas ou com uma teoria psicológica. Estilos de 
aprendizagem, numa compreensão pedagógica, significa destacar os diferentes 
comportamentos reunidos de como as pessoas agem e que podem ser úteis para 
classificar e analisar seus comportamentos. 
Ainda segundo estes autores (ALONSO e GALLEGO, 2002 apud BARROS 
et al., 2010, p. 137), existem quatro estilos definidos:
O ativo que valoriza dados da experiência, entusiasma-se com 
tarefas novas e é muito ágil.O reflexivo que atualiza dados, 
estuda, reflete e analisa. 
O teórico que é lógico, estabelece teorias, princípios, modelos, 
busca a estrutura, sintetiza. O pragmático que aplica a ideia e 
faz experimentos . 
68
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Palloff e Pratt (2004) trazem em seu livro O aluno virtual: um guia para 
trabalhar com alunos on-line os estilos de aprendizagem, que, segundo Litzinger 
e Osif (1993), são o modo pelo qual as pessoas pensam e aprendem. De acordo 
com os autores, “em vez de considerar os estilos de aprendizagem como meios 
restritivos e estreitos pelos quais os alunos aprendem, é melhor vê-los como uma 
preferência entre muitas outras” (PALLOFF; PRATT, 2004, p. 51). Eles ainda 
consideram que “o fundamental é reconhecer as diferenças que existem e que 
devem ser levadas em consideração na sala de aula on-line. Adotar a mesma 
abordagem para todos os alunos não funcionará” (PALLOFF; PRATT, 2004, p. 
53). 
A seguir, são destacadas, com base nos estudos de Palloff e Pratt (2004) 
e dos demais autores pesquisados sobre o tema, algumas técnicas e dicas que 
podem ser utilizadas para atender os diferentes estilos de aprendizagem dos 
alunos visuais, auditivos, tácticos ou físicos, autodidatas, linguísticos, lógico-
matemáticos, musicais e gregários, apresentados no Quadro 3. 
QUADRO 3 – CARACTERÍSTICAS E DICAS PARA OS 
DIFERENTES ESTILOS DE APRENDIZAGEM
Alunos Visuais
Características 
- Uso de cores: senso artístico.
- Podem ter habilidades artísticas.
- Dificuldade em ouvir comandos.
- Dificuldade em compreender palestras.
- Interpretam mal as palavras.
Dicas 
- Uso de gráficos, filmes, slides, ilus-
trações, tabelas, resumos etc.
- Criação de códigos de cores/símbo-
los para resumos.
- Atividades de interpretação de recur-
sos gráficos.
- Palestras, diagramas e tabelas para 
organizar anotações.
Alunos Auditivos
Características
- Informações auditivas.
- Dificuldade em compreensão de co-
mandos escritos.
Dicas
- Uso de fitas para ouvir palestras ou 
livros.
- Realização de entrevistas.
- Participação de discussões.
Alunos Tácticos ou Físicos
Características
- Aprender tocando/sentindo.
- Dificuldade em ficar sentado por lon-
gos períodos.
- Participação de atividades físicas.
- Boa coordenação e habilidade motora.
Dicas
- Aprendizados experimentais. 
- Aulas práticas.
- Uso de simulações.
- Pausas frequentes nas horas de 
estudo.
- Uso do computador. 
- Aulas virtuais.
- Aprendizado com atividade motora.
69
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
Alunos Autodidatas
Características
- Trabalho e estudo individual.
- Interesses próprios.
- Refletem sobre si mesmos.
- Persistentes e determinados.
- Busca pela originalidade.
- Alunos Autodidatas Intrapessoal.
Dicas
- Estudo individualizado.
- Uso de livros, recursos multimídia.
- Realização de projetos individuais.
- Ritmo de aprendizado personaliza-
do.
- Realização de trabalhos de pesqui-
sas com interesse específico.
- Resolução de problemas.
Alunos Linguísticos
Características
- Gosto pela leitura, escrita.
- Contação de estórias.
- Facilidade em memorizar nomes, lug-
ares e datas.
- Boa fluência verbal e facilidade para 
se expressar.
- Alunos Linguísticos.
- Intrapessoal.
Dicas 
- Incentivo à leitura e escrita.
- Atividades de apresentação de sín-
tese para o grande grupo.
- Escrita de textos nos mais variados 
estilos – dissertativo.
- Realização de debates de temas 
polêmicos.
Alunos Lógico-Matemáticos
Características
- Gosto por experiências.
- Problemas lógicos ou matemáticos.
- Facilidade no uso de cálculos, 
equações, estatísticas.
Dicas
- Uso de jogos. 
- Uso de categorias.
- Criação de classificações.
- Padrões. 
- Assuntos tratados que possam ser 
comprovados.
- Desenvolvimento e compreensão de 
processos complexos. 
70
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Alunos Musicais
Características
- Canto.
- Tocam instrumentos.
- Gosto por músicas, ritmos e melodias.
- Interação e compreensão de sons.
- Alunos Musicais.
Dicas 
- Atividades com ritmo.
- Uso de sons.
- Letras de música.
- Relação com estilos musicais ou épo-
cas.
- Criação de trabalhos em multimídia.
Alunos Gregários
Características
- Fluência pessoal -Interesse em dialog-
ar. 
- Trabalhar em grupos – liderança.
- Bom ouvinte – conhecimento na relação 
pessoal.
- Organização de eventos.
- Diplomático.
Dicas
- Jogos em Equipe.
- Trabalhos de Pesquisa em grupo.
- Pequenas equipes.
- Debates.
- Entrevistas.
FONTE: Adaptado de Palloff e Pratt (2004)
3.5 COMPETÊNCIAS NA EAD
Conforme é ressaltado por Behar et al. (2013), o termo competência enfrentou 
críticas e resistências no campo da educação, devido a sua aproximação com a 
palavra e a ideia de competição. O uso dessa palavra começou a ser utilizada 
na área jurídica sendo associado à concepção de ter competência para exercer 
um julgamento. Também é utilizada na área administrativa, articulada aos 
processos de gestão por competências. Na educação, a palavra competência 
foi primeiramente usada no ensino profissionalizante, sendo depois aplicada em 
outras modalidades educacionais (BEHAR et al., 2013). Neste sentido, torna-se 
relevante, primeiramente, conhecer as diferentes definições sobre competências, 
partindo do senso comum até a visão educacional atual. 
71
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
No dicionário Luft (1995), competência é entendida como: “1 Qualidade 
de competente. 2 Alçada; autoridade; jurisdição. 3 Idoneidade; aptidão. 4. 
Habilidade; saber”. E, no dicionário Priberam da Língua Portuguesa (2008-2013), 
competência é referenciada como: “1. Direito, faculdade legal que um funcionário 
ou um tribunal têm de apreciar e julgar um pleito ou questão. 2. Capacidade, 
suficiência (fundada em aptidão). 3.Atribuições. 4. Porfia entre os que pretendem 
suplantar-se mutuamente”. Através dos significados atribuídos pelos dicionários, 
observa-se que, no senso comum, a competência é entendida como aptidão, ou 
ainda habilidade. 
Na área da educação, os estudos sobre as competências ganharam mais 
robustez e aprofundamento teórico, sendo discutidos e abordados por diferentes 
autores que fazem referência aos termos sob diferentes aspectos. Para Le Boterf 
(1994, p. 43): 
A competência não é um estado, mas um processo. Se 
a competência é uma forma de saber agir, como é que ela 
funciona? O operador competente aquele capaz de mobilizar, 
de aplicar de forma eficaz as diferentes funções de um sistema 
no qual intervêm recursos tão diversos quanto operações de 
raciocínio, conhecimento, ativações da memória, avaliações, 
capacidades relacionais ou esquemas comportamentais. 
Em grande parte, essa alquimia continua sendo uma terra 
incógnita. 
Perrenoud (1999, p. 8), considera que as competências “são formadas por 
habilidades, conhecimentos e atitudes, requer saber tomar decisão, mobilizar 
recursos e ativar esquemas (revendo ou atualizando hábitos) em um complexo de 
complexidade”. A partir das ideias do autor, são estabelecidos os três elementos,ou dimensões, como aponta Chaves Filho (2006), que compõem a compreensão 
defendida de competência, a saber: Conhecimentos, Habilidades e Atitudes, 
formando a sigla CHA, como é comumente citada e que pode ser visualizada na 
figura a seguir. Torna-se relevante, agora, entender cada um dos elementos.
72
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
FIGURA 5 – ELEMENTOS OU DIMENSÕES DA COMPETÊNCIA
FONTE: Adaptado de Perrenoud (2001) e Behar (2013)
Sobre saberes e conhecimentos, Perrenoud (2001, p. 18) escreve que: 
são representações organizadas do real, que utilizam conceitos 
ou imagens mentais para descrever e eventualmente, explicar, 
às vezes antecipar ou controlar, de maneira mais ou menos 
formalizada e estruturada, fenômenos, estados, processos, 
mecanismos observados na realidade ou inferidos a partir da 
observação. 
O autor também define a habilidade como: 
uma inteligência capitalizada, uma sequência de modos 
operatórios, de analogias, de intuições, de induções, de 
deduções, de transposições dominadas, de funcionamentos 
heurísticos rotinizados que se tornaram esquemas mentais de 
alto nível ou tramas que ganham tempo, que inserem a decisão 
(PERRENOUD, 1999, p. 30). 
Pode-se, assim, compreender, como também ressalta Behar et al. (2013), que 
as habilidades têm uma natureza mais prática e técnica. Chaves Filho et al. (2006, 
p. 67) apresentam uma conceituação que complementa as ideias ressaltadas, 
considerando que a “habilidade está relacionada à aplicação produtiva do 
conhecimento, ou seja, à capacidade da pessoa de instaurar conhecimentos 
armazenados em sua memória e utilizá-los em uma ação”. 
73
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
É nesse mesmo autor, apoiado nos estudos de Durand (2000), que 
destacamos o entendimento de atitude como “àquilo que se quer fazer [...] refere-
se a aspectos sociais e afetivos relacionados ao trabalho”. Diz respeito a um 
“sentimento ou à predisposição da pessoa, que determina a sua conduta em 
relação aos outros, ao trabalho ou a situações” (CHAVES FILHO, 2006, p. 66-67).
Zabala e Arnau (2010, p. 17) trazem uma percepção acerca do uso do 
conceito de competência na área educacional como uma possibilidade de 
atualizar o entendimento sobre processo de ensino. Para os autores: 
O uso do termo competência é uma consequência da 
necessidade de superar um ensino que, na maioria dos 
casos, reduziu-se a uma aprendizagem cujo método consiste 
em memorização, isto é, decorar conhecimentos, fato que 
acarreta na dificuldade para que os conhecimentos possam 
ser aplicados na vida.
Os autores estabelecem também uma compreensão que se aproxima das 
ideias de Perrenoud (1999) sobre os conhecimentos e as competências, mas 
dando um sentido mais prático, ao entender que, para ter competência na vida:
[...] é necessário dispor de conhecimentos (fatos, conceitos e 
sistemas conceituais), embora eles não nos sirvam de nada 
se não os compreendermos nem se não somos capazes 
utilizá-los. Para isso devemos dominar um grande número 
de procedimentos. A melhoria da competência implica a 
capacidade de refletir sobre sua aplicação, e para alcançá-
la, é necessário o apoio do conhecimento teórico (ZABALA; 
ARNAU, 2010, p. 49). 
Compreende-se, entretanto, que a definição que mais se aproxima da 
realidade da educação a distância é escrita por Coronado (2009, p. 25-26), 
citando a competência como: 
uma construção subjetiva, portanto, individual e intransferível, 
um esquema de ação altamente complexo desenvolvido em 
e pelo próprio sujeito através do conjunto de conhecimentos 
e pela experiência (ao longo da história pessoal). Então, 
é impróprio afirmar que se formam competências, pois é 
somente possível gerar dispositivos que promovem seu 
desenvolvimento, que acontece no sujeito. 
Neste contexto, a abordagem pedagógica das competências tem centrado 
suas discussões acerca da qualidade do processo de ensino e aprendizagem 
nos diferentes níveis educacionais e nas questões relacionadas ao planejamento 
pedagógico. O objetivo tem sido, portanto, atender um perfil de aluno egresso que 
responda às necessidades profissionais e sociais atuais.
74
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Na educação a distância, os estudos sobre competências têm levado as 
instituições a realizarem uma revisão de seus programas curriculares. E uma das 
tendências tem sido a proposição curricular através de competências. 
Sobre o trabalho docente, a concepção de competência pode ser relacionada 
a essa mudança de perfil que vem sendo discutida ao longo desse texto. Pode-
se, assim, considerar, por exemplo, a urgência por um aprendizado tecnológico 
de ferramentas e recursos para além de uso técnico, de modo que o professor 
possa aplicá-los de forma produtiva e inovadora nas suas práticas pedagógicas. 
Segundo Moran (2015, p. 42), “o professor precisa ser competente nos pontos 
de vista intelectual, afetivo e gerencial (gestor de aprendizagens múltiplas 
e complexas). Isso exige profissionais mais bem preparados, remunerados, 
valorizados”. 
Pode-se, portanto, considerar que a compreensão atual acerca das 
competências não está mais relacionada à ideia de competição e sim à ideia de 
evolução do processo educativo para uma perspectiva mais coletiva e direcionada 
à construção de conhecimentos. 
Para aprofundar seus estudos sobre as competências na 
Educação a Distância, sugere-se o livro:
BEHAR, P. A.; et al. Competências em Educação a Distância. 
Porto Alegre: Penso. 2013. 
4 TENDÊNCIAS, POSSIBILIDADES E 
DESAFIOS DA EAD NA ATUALIDADE
As tendências, possibilidades e desafios da Educação a Distância (EAD) têm 
íntima relação com as questões sociais, com o avanço tecnológico e científico nas 
diferentes áreas do conhecimento e sua repercussão no mercado (e aqui estamos 
tratando dos diferentes contextos de serviços, educação, trabalho e financeiro). 
Dessa forma, não há como falar de um desses aspectos sem considerar os 
demais. Por isso, essa seção traz tanto aspectos conceituais já apresentados 
75
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
anteriormente, bem como novas abordagens que se fazem presentes nas 
atividades e práticas da educação a distância. Portanto, a EAD é ainda uma 
grande tendência como modalidade de educação, que traz novas possibilidades 
de compreensão e de atividades educacionais e que também vivencia desafios 
para sua aceitação, valorização e reconhecimento como formação nos diferentes 
níveis educativos.
Sobre as questões conceituais, a EAD promoveu uma transformação ou 
revolução na compreensão e entendimento acerca do significado atribuído aos 
termos distância e presencial? Atualmente, muito tem sido discutido sobre 
a implicação desses aspectos para o processo de ensino e aprendizagem na 
modalidade EAD.
Para tratar sobre a distância, citam-se as considerações de Moore (2002) 
e sua análise sobre a teoria da distância transacional. Para o autor, o termo 
transacional é compreendido de acordo com as ideias de Dewey sobre transação, 
que significa a interação entre os sujeitos, o meio ambiente e os padrões de 
comportamento existentes numa determinada situação. 
A distância transacional é caracterizada como o espaço criado pela 
separação (física e/ou temporal) entre professor e alunos e suas consequências 
psicológicas e comunicacionais no processo de ensino e aprendizagem (MOORE, 
2002; MOORE; KEARSLEY, 2008).
E essa separação gera influência no grau, intensidade e forma como a 
distância transacional se manifesta. Isso pode ser observado através de fatores 
como a escolha e utilização de recursos tecnológicos, a determinação de 
estratégias pedagógicas e outros aspectos de ordem psicológica e ambiental. 
Conforme descrevem Tori (2010), Moore (2002), Moore e Kearsley (2008), 
algum nível de distância transacional também pode ser observado em atividades 
educativas desenvolvidas na modalidade presencial. 
Quanto à forma de se percebere medir a distância transacional, os autores 
apontam as três variáveis: Diálogo, Estrutura e Autonomia do aluno para identificar 
através dos procedimentos e comportamentos que podem ser observados no 
desenvolvimento de programas e cursos. Segundo Moore (2002, p. 241): 
O termo diálogo é empregado para descrever uma interação 
ou uma série de interações tendo qualidades positivas 
que outras interações podem não ter. Um diálogo tem uma 
finalidade, é construtivo e valorizado por cada participante. 
Cada participante de um diálogo é um ouvinte respeitoso e 
ativo; cada um contribui e se baseia na contribuição de outro(s) 
participante(s). 
76
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Ou seja, o termo Diálogo não é entendido como interação, mas essa é 
necessária para a sua promoção e a criação de uma relação de sinergia entre os 
envolvidos (BERNARDI, 2011). Além disso, para diminuir a distância transacional 
pode ser importante considerar diferentes aspectos, como a escolha de recursos 
para viabilizar a comunicação, a relação entre o número de alunos por turma 
ou atividade, o local e ainda os fatores emocionais, como o apoio dado aos 
professores e aos alunos. Os aspectos destacados podem incidir diretamente 
no impacto e na qualidade do diálogo (TORI, 2010; MOORE, 2002; MOORE; 
KEARSLEY, 2008). Conforme escreve Tori (2010, p. 63), “a interatividade é 
condição necessária ao diálogo, sendo, portanto, uma medida de seu potencial, e 
a presença de interatividade pode ser identificada de forma mais objetiva que a de 
diálogo”. O autor aborda também a distância interativa, que pode ser minimizada 
através do uso de recursos tecnológicos e estratégias pedagógicas adequadas a 
essa finalidade. 
A organização de um programa ou atividade educativa é uma variável 
qualitativa sobre a forma estruturante. Programas com uma delimitação de 
sua base podem não fornecer o espaço e condições suficientes para uma ação 
dialógica. Nessa compreensão, a estrutura de um curso ou programa é que 
indicará ou não sua abertura para o emprego de determinado tipo de atividade 
e estratégia (TORI, 2010). 
Os aspectos apontados sobre o diálogo também podem interferir 
na estrutura de um curso ou programa como a seleção de recursos 
comunicacionais e metodológicos e as características emocionais dos sujeitos 
envolvidos. Entende-se, assim, a importância de haver uma decisão equilibrada, 
que leve em conta a relação entre os recursos selecionados, a estrutura e a 
autonomia propiciada aos alunos de forma que eles possam contribuir para a 
constituição de um diálogo mais efetivo entre os sujeitos.
A presencialidade pode ser compreendida como a presença do aluno/
professor no ambiente (de aprendizagem) virtual efetivada pela sua interação com 
os demais participantes na realização das atividades propostas (BEHAR; SILVA, 
2012). Ou seja, é estabelecida pelas ações e reflexões de convivência, o que 
pode levar a percepção e sentimento de pertencimento no grupo. Tori (2010, p. 
103) identifica, através dos estudos de Biocca (1997), três formas de presença: 
• A presença física: sentindo-se presente no ambiente físico. 
• A presença social: estabelecida no contato e na relação com os outros. 
• A autopresença: através da autoconsciência.
77
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
Tori (2010, p. 103-104), traz a definição de presença como “um processo 
mediado por tecnologia no qual, em algum nível, a pessoa que deste participa 
não considera a intermediação tecnológica”. E enfatiza a presença social como 
tendo íntima relação à EAD, considerando que a intensidade da sua sensação 
é “diretamente proporcional ao grau de acesso, percebido por uma pessoa, à 
inteligência, às intenções e impressões sensórias de outra”.
Biocca (1997 apud TORI, 2010), definiram oito fatores que possibilitaram 
realizar a avaliação do grau de presença social. Esses fatores foram delimitados 
em três domínios: 
•	Copresença: a intensidade ou nível de ciência focal ou periférica, que o 
observador não se considera só.
•	 Envolvimento psicológico: intensidade ou grau de empatia 
emocional, de compreensão mútua ou de atenção para com o outro.
•	 Engajamento comportamental: intensidade que se acredita quanto à 
interdependência, conexão ou reação às ações de outrem. 
Já a autonomia é conceituada a partir das considerações de Piaget (1977) 
e Freire (1996). Para sua manifestação, entende-se que deve haver sentimento 
de reciprocidade e respeito mútuo, assumindo um comportamento de “tratar os 
outros como gostaria de ser tratado” (PIAGET, 1977, p. 172). E isso somente 
é possível quando cada sujeito tem consciência de si e da presença do outro 
como representação das relações sociais, assumindo, portanto, uma postura 
ativa no processo de ensino e aprendizagem que pressupõe a existência de 
responsabilidade sobre seus atos. 
Além dos conceitos de distância, presencialidade e autonomia, sugiram 
novos termos como a virtualização e a hibridização. A virtualização torna possível 
transpor a prática pedagógica desenvolvida numa sala de aula presencial para 
uma aula virtual, através da utilização de recursos tecnológicos e ferramentas 
de comunicação. Obviamente que essa transposição não ocorre de maneira 
direta, sendo necessárias adaptações didáticas e metodológicas voltadas à 
mediatização dos conhecimentos a fim de garantir a execução e o gerenciamento 
das atividades (MOURA; CRUZ, 2008). Ressalta-se ainda que essa transposição 
não pode ser baseada em ações improvisadas, mas deve ser pautada na 
proposição de um planejamento bem delineado e alinhado com a utilização dos 
recursos tecnológicos e que tenha um alto potencial interativo e significativo para 
o processo de aprendizagem e construção de conhecimentos dos alunos.
O movimento de hibridização da educação ainda é considerado como 
tendência (TORI, 2010). Trata-se, pois, de “convergir aprendizagem eletrônica e 
convencional, rumo a uma coexistência harmoniosa entre presencial e virtual, em 
78
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
variadas proporções, na educação do futuro”. (TORI, 2010, p. 20). Moran (2015, 
p. 28-29) aprofunda a discussão sobre o movimento de hibridização, ampliando o 
seu entendimento sobre hibridismo, ao escrever que: 
na educação, acontecem vários tipos de mistura, blended ou 
educação híbrida: de saberes e valores, quando integramos 
várias áreas de conhecimento; de metodologias, com 
desafios, atividades, projetos, games, grupais e individuais, 
colaborativos e personalizados [...]. Híbrido também pode 
ser um currículo mais flexível, que planeje o que é básico 
e fundamental para todos e que permita, ao mesmo tempo, 
caminhos personalizados para atender às necessidades de 
cada aluno. Híbrido também é a articulação de processos de 
ensino e aprendizagem mais formais com aqueles informais, 
de educação aberta e em rede. Implica misturar e integrar 
áreas, profissionais e alunos diferentes, em espaços e em 
tempos distintos.
Assim, a educação híbrida, bimodal ou Blended-Learning, é caracterizada 
por uma aprendizagem mista e tem sido considerada como a modalidade mais 
promissora, principalmente no ensino superior, por conseguir criar uma junção 
do melhor de cada modalidade (TORI, 2010). Destaca-se como aspectos 
positivos da educação híbrida, a possibilidade de incentivar uma maior interação 
e aproximação entre professor e os alunos; como também para se trabalhar os 
diferentes estilos de aprendizagem (PALLOFF; PRATT, 2004). 
Além dos aspectos conceituais já citados, deve-se considerar também o 
período histórico no qual estamos vivendo. Afinal, a geração de estudantes da 
atualidade vive o contexto da Internet cada vez mais cedo. E essa realidade 
tem exigido dos professores uma adequação nas formas de ensinar nos seus 
diferentes níveis, desde a educação infantil até, e principalmente, no ensino 
superior. Entretanto, isso não significa somente garantir o acesso para salas deaula conectadas e gadgets tecnológicos. O mais relevante no processo de ensino 
e aprendizagem é repensar as metodologias e estratégias pedagógicas, de forma 
que sejam coerentes com o avanço digital.
Gadgets trata-se de uma gíria (bugiganga ou engenhoca) para 
dispositivos eletrônicos portáteis que tenham utilidade e funções 
cotidianas específicas consideradas inovações tecnológicas, seja 
pela forma de produção ou design avançado. 
Desta forma, defende-se a adoção de uma postura ativa e protagonista dos 
alunos no processo de aprendizagem, empoderando suas atitudes, ao invés da mera 
79
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
transmissão passiva de conteúdo. Nesse contexto, o professor assume o papel de 
guia e mediador. A aprendizagem ativa valoriza e se apoia em processos que visem 
desenvolver ações de cooperação, socialização e autonomia através de atividades 
que tem como base o trabalho em equipe, o incentivo ao pensamento crítico, criativo 
e associativo de ideias, o levantamento e solução de problemas ou desafios e a 
tomada de decisões. Dentre as formas utilizadas está o uso de estudos de casos 
ou trilhas de aprendizagem para promover e articular a teoria e a prática através de 
situações reais. As tecnologias e aplicativos passam a ser utilizados a fim de expandir 
o processo de ensino e aprendizagem e gerar melhores resultados através de 
funcionalidades variadas. A figura a seguir destaca algumas das principais tendências 
da EAD. 
FIGURA 6 – TENDÊNCIAS DA EAD
FONTE: A autora
80
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Dentro das instituições de ensino, uma tendência tecnológica tem sido o uso 
de diretórios e repositórios através da Internet para garantir o acesso às diferentes 
mídias. Todo esse aparato em termos de recursos tecnológicos passou também 
a exigir novas metodologias de pesquisa bem como a realização e entrega dos 
trabalhos através de recursos digitais, associando o mundo real, virtual e também 
o ficcional para a aprendizagem dos alunos.
Para saber mais sobre metodologias ativas e educação 
inovadora, indicamos o livro:
CAMARGO, F.; DAROS, T. A sala de aula inovadora: estratégias 
pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 
2018.
Dentre as práticas que são consideradas tendências na educação, está a 
personalização do ensino, que trata da oferta de um aprendizado que leve em 
conta as necessidades e características do perfil dos alunos. Atenta-se para 
atividades que busquem trabalhar com as demandas de cada estudante, 
identificando características na sua história de vida e experiências. E, para 
isso, consideram-se aspectos relacionados aos ambientes de aprendizagem, 
conteúdos e interesses individuais. 
Cabe ao professor, portanto, auxiliá-lo a direcionar seu processo de 
aprendizagem, na escolha do que for mais adequado para o perfil de cada aluno. 
Em algumas tecnologias e recursos tecnológicos como os ambientes virtuais de 
aprendizagem (AVAs), existem ferramentas que permitem ao aluno acompanhar 
sua evolução na realização de tarefas, permitindo o acesso de informações e 
feedbacks sobre seu rendimento ou acesso aos conteúdos e atividades.
Retome o Capítulo 1 sobre as Tecnologias de Informação e 
Comunicação (TICs) para relacionar as tecnologias abordadas às 
tendências da EAD.
81
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
Orientações pedagógicas para uma aula com o byod:
• Clareza na definição dos objetivos para a aula.
• Possibilidade real de sua concretização. 
• Foco no conteúdo ou na ferramenta/aplicativo?
• Planejamento antecipado e detalhado.
• Garantia de acesso aos recursos e a uma conexão 
 wireless.
• Recursos tecnológicos “extras”.
• Testagem dos aplicativos e ferramentas.
• Preferência para recursos on-line que não necessitem de instalação ou 
 levar em consideração o tempo de instalação necessária.
Outra prática que pode ser considerada uma tendência na área educacional 
é a preocupação com as questões socioafetivas, como a tomada de consciência 
(conscientização), autonomia, resiliência, empatia, fluência de ideias (e não 
somente a digital), relações interpessoais, entre outras. Tratam-se, pois, de 
habilidades a serem trabalhadas pensando no desenvolvimento de competências 
socioemocionais. Conforme escreve Moran (2015, p. 33), “a comunicação afetiva 
– com apoio das tecnologias – nos ajuda a aprender a partir das histórias de vida e 
dos sonhos de cada um dos alunos. O clima de acolhimento, confiança, incentivo 
e colaboração é decisivo para uma aprendizagem significativa e transformadora”.
Com relação ao uso de recursos tecnológicos, uma das tendências é 
conhecida como o BYOD, sigla em inglês Bring Your Own Device, que significa 
“Traga seu próprio dispositivo”. Ou seja, os alunos fazem uso dos seus notebooks, 
tablets ou smartphones nas aulas, acessando os conteúdos e realizando as 
atividades em formato digital e, muitas vezes, em sincronia com seus colegas. 
Desta forma, ampliam-se as possibilidades de formatos para a disponibilização 
dos conteúdos como a utilização de apresentações dinâmicas, animações, vídeos, 
imagens em movimento e também o uso de plataformas, softwares e aplicativos 
para a realização de atividades, sendo tudo isso utilizado para promover uma 
maior interação e engajamentos dos alunos. 
82
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Somados ao uso dos recursos próprios dos alunos, a gamificação também 
pode ser considerada como uma ação inovadora no ambiente educacional. Trata-
se, pois, de oportunizar atividades lúdicas, muitas delas sendo organizadas ou 
propostas, para o avanço dos conteúdos através de níveis, desafios ou conquistas 
que trazem um caráter mais atual e diferenciado, no qual se “aprende brincando”. 
Dentro dessa tendência de gamificar a aprendizagem, vê-se também o 
desenvolvimento de novas formas de aprender como, por exemplo, através das 
linguagens programação (e, muitas vezes, também com a robótica). O ensino 
de coding é uma forma de trabalhar as habilidades dos alunos através da lógica 
e do uso de algoritmos, associando os conteúdos de matemática, programação 
(informática) e de inglês para conhecer a linguagem dos computadores. Trata-
se de uma aprendizagem bastante conectada com a realidade e o mundo do 
trabalho, com a expansão e criação de vagas nessa área. 
Observa-se, assim, que a tendência é enriquecer e favorecer as formas de 
cultura através do uso dos meios tecnológicos. Desta forma, considera-se que 
a fluência digital, para os professores, passa a ser uma necessidade dentro de 
suas rotinas de ensino nos espaços educativos. E a fluência digital também 
amplia e torna necessário a realização de trabalhos e estudos em conjunto, de 
forma colaborativa. Ressalta-se que a aprendizagem colaborativa aqui pode ser 
considerada na perspectiva da relação dos professores com seus alunos como 
entre eles, para o desenvolvimento de projetos e ações interdisciplinares voltado 
para a concretização de um processo de ensino e aprendizagem globalizado e 
integrativo.
Dentre os temas que passam a ter mais atenção junto aos demais conteúdos 
curriculares está o empreendedorismo como forma de instrução para se pensar 
na inserção no mercado e no mundo dos negócios (FILATRO; CAVALCANTI, 
2018). Para que seja efetivada essa visão empreendedora, alguns conhecimentos 
e atitudes são importantes de serem abordados na sala de aula como o estudo 
autônomo e autodirigido, a criatividade, a proatividade e o protagonismo, pensando 
na formação dos alunos também para atividades de liderança e desenvolvimento 
pessoal. Junto ao empreendedorismo, a educação financeira também passa a ser 
um conteúdo de grande relevância social e econômica. 
Com essa ampliação de recursos e também com o aumento do volume 
de dados gerados, surge a tendência analítica da aprendizagem (FILATRO; 
CAVALCANTI, 2018). Essa, por sua vez, orienta as atividades de medição, coleta, 
análise(estatística) e reporte dos dados sobre a aprendizagem dos alunos e os 
diferentes espaços em que ela ocorre, indo além da simples coleta de informações 
para alimentar relatórios escolares, exemplo no quadro a seguir. Essa tem sido 
uma tendência adotada pelas instituições de ensino superior, ao utilizar os 
83
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
relatórios gerados a partir do uso de ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs). 
Na sequência, apresentam-se alguns dos desafios da EAD na atualidade. 
QUADRO 4 – ANALÍTICA DA APRENDIZAGEM
Questões que a analítica da aprendizagem pode responder
Passado Presente Futuro
Informação
O que aconteceu?
O que está aconte-
cendo agora?
Para onde as 
tendências estão 
apontando?
Relatórios e de-
scrições de dados
Alertas e lembretes 
(em tempo real)
Alertas para o futuro
Insights
Como e por que 
isso aconteceu?
Qual é a melhor 
ação a tomar?
O que é provável 
que aconteça?
Modelos e expli-
cações
Geração de 
uma ou mais 
recomendações
Previsão, simulação 
de caminhos al-
ternativos de ação 
ou identificação de 
caminho ideal de 
ação.
FONTE: Adaptado de Filatro e Cavalcanti (2018)
4.1 DESAFIOS DA EAD
Além de problemas comuns e cotidianos existentes na educação presencial, 
como a dificuldade em atender e minimizar as desigualdades sociais e a 
necessidade de ampliação da oferta e acesso para toda a população, a 
Educação a distância também é cobrada com algumas responsabilidades que 
vêm sendo atribuídas no decorrer de sua história. Litwin (2001) e Belloni (2008) 
tratam sobre alguns desses desafios da EAD e realizam essa análise a partir da 
abordagem dos aspectos: cultural, social e processual-pedagógico (BERNARDI, 
2011).
Um dos desafios da EAD é conseguir integrar a pluralidade de culturas e 
suas diversidades presentes no cenário brasileiro. Dessa forma, instituições que 
atuam em diferentes estados, por exemplo, podem ter dificuldade em reproduzir 
seu modelo pedagógico em função das diferenças culturais. O mesmo pode 
ocorrer entre as distintas áreas de atuação, sendo necessário o atendimento 
das especificidades do contexto de cada abordagem educativa para a escolha 
das concepções, recursos e metodologias a serem utilizadas para se garantir a 
qualidade almejada.
84
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Quanto ao aspecto social, assim como o ensino presencial, o desafio 
permanece sobre como democratizar e garantir o acesso à educação nessa 
modalidade. Uma das alternativas das instituições de ensino é participar dos 
programas governamentais para ampliação do acesso, precisando, para isso 
cumprir e atender questões legais que estão descritas na legislação e nos 
programas.
Sob o aspecto processual-pedagógico, os desafios também estão 
relacionados à gestão da EAD e aos demais aspectos já citados. Ainda pode-
se mencionar a necessidade da formação continuada do corpo docente para o 
uso pedagógico das TIC, ultrapassando práticas de ensino descontextualizadas, 
visando a proposição de práticas pedagógicas mais inovadoras. Além disso, 
permanece o desafio de atender aos critérios estabelecidos pela legislação 
vigente. 
Outro desafio está na mudança de perspectiva, voltando-se 
em garantir a permanência do aluno ao invés de somente se 
preocupar com os números estatísticos e causas da evasão. 
Para isso, a inovação pedagógica pode ser entendida como 
uma das formas de manter a motivação e o interesse de cada 
estudante e [...] desenvolver diferentes abordagens para o seu 
aprendizado – de maneira que ele se torne capaz de “aprender 
a aprender” com as diferentes situações que enfrentará na vida, 
não apenas em uma instituição de ensino formal (MOORE; 
KEARSLEY, 2008, p. 84).
Como Litwin (2001) e Belloni, (2008) já apontavam, o desenvolvimento 
dessas propostas necessita da formação de equipes multidisciplinares com 
pessoal técnico e profissionais qualificados para dar conta das exigências da 
educação a distância. 
Além dos desafios apontados pelas autoras, existem outros a serem 
enfrentados no contexto macro da educação a distância. Um deles é o preconceito 
e a ideia que ainda persiste sobre a falta ou má qualidade do ensino a distância 
quando comparado com o presencial. 
O mito sobre a presença física do professor em sala de aula como uma forma 
de garantia do aprendizado está sendo cada vez mais repensado, quanto mais se 
entende que a aprendizagem é um processo único e desenvolvido por cada sujeito 
a partir do que é significativo para sua existência. Além disso, as avaliações como 
o ENADE vêm mostrando melhores resultados dos alunos de cursos a distância 
e também por não haver diferença na emissão do diploma para os cursos dessa 
modalidade.
85
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 
é um sistema de avaliação, aplicado através de uma prova e que 
ocorre anualmente para a avaliação dos cursos de ensino superior 
no Brasil. Pesquise mais sobre o ENADE e as edições anteriores no 
site do Ministério da Educação. 
Questões relacionadas à falta ou cortes de investimentos na área da 
educação e, com isso, a dificuldade de acesso aos recursos tecnológicos também 
podem ser fatores que contribuem para a estagnação da qualidade da EAD, o 
que pode acarretar em outros aspectos desafiadores a serem superados. 
No próprio contexto dos cursos a distância podem ser apontados, como já 
mencionado anteriormente, desafios relacionados à organização e dinâmicas 
de ações na sua realização para propiciar o desenvolvimento da autonomia dos 
alunos. 
Mesmo havendo tantos desafios a serem superados, observa-se um 
movimento crescente de adaptações e de novas práticas que estão contribuindo 
para a ascensão da EAD e a evolução das propostas dos cursos e cada vez mais 
atender as necessidades do seu público e do mercado. 
Censo EAD.br – pesquisa organizada pela Associação Brasileira 
de Educação a Distância (ABED). A realização dessa pesquisa é 
desenvolvida através do envio de questionários para coleta de dados 
e informações com Instituições de Ensino e do mercado relacionadas 
à área da EAD. 
86
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Leia atentamente cada uma das afirmações e marque V para as 
alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas.
a) ( ) A aprendizagem deve favorecer a promoção de relações entre 
os conhecimentos teóricos e a realidade que está em constante 
transformação.
b) ( ) O desenho instrucional começa sempre pelo planejamento 
das atividades.
c) ( ) O entendimento sobre as competências na educação 
permanece relacionado à ideia de competição.
d) ( ) Uma das principais características da EAD é a distância 
geográfica e temporal entre professor e alunos.
e) ( ) A curadoria de conteúdos visa a promoção de orientações 
e estratégias voltadas para a organização, o compartilhamento, 
pesquisa e seleção mais refinada de textos e demais materiais 
para a EAD.
f) ( ) Acompanhar a avaliar os projetos individuais e dos 
grupos e fornecer feedback constante acerca do processo de 
aprendizagem dos alunos são algumas das atividades a serem 
desenvolvidas pelo tutor.
g) ( ) A EAD não passou por mudanças significativas, mantendo-se 
as mesmas práticas de antigamente.
h) ( ) O “aprender a aprender”, o “saber pensar”, o “criar”, o “refletir” 
e o “inovar” devem ser ações desenvolvidas no processo de 
ensino e aprendizagem.
i) ( ) Os estilos de aprendizagem permitem reconhecer as 
diferenças sobre os modos pelos quais as pessoas pensam e 
aprendem e que devem ser levadas em consideração na sala de 
aula on-line.
j) ( ) O professor conteudista é responsável por ministrar a 
disciplina.
k) ( ) O tutor é responsável pela mediação entre os conteúdos a 
serem estudados e os alunos.
l) ( ) As dimensões que formam as competências são os 
conhecimentos, as habilidades e atitudes, formando a sigla CHA.
m) ( ) Os estilosde aprendizagem são definidos pelos próprios 
alunos para a realização das atividades.
n) ( ) O BYOD é uma tendência na qual os alunos usam seus 
notebooks, tablets ou smartphones nas aulas, para acessar 
conteúdos e realizar atividades em formato digital.
87
Conceitos, Papéis, Tendências, Capítulo 2 
o) ( ) Na personalização do ensino não é necessário considerar 
as necessidades e características do perfil dos alunos e sim dos 
professores.
p) ( ) Conforme foi estudado, pode haver um nível de distância 
transacional em atividades educativas desenvolvidas na 
modalidade presencia.
q) ( ) Um dos desafios da EAD é a formação de equipes 
multidisciplinares com pessoal técnico e profissionais 
qualificados.
r) ( ) Na EAD, a proposta contemporânea é pautada num processo 
educativo sistematizado e organizado, no qual é estabelecida a 
comunicação em via dupla entre os participantes do processo 
para a promoção de interações.
s) ( ) O tempo virtual pode ser definido pela presença das limitações 
comuns da vida cotidiana.
t) ( ) O aluno virtual precisa ter automotivação e autodisciplina, 
além de saber utilizar e explorar as potencialidades dos recursos 
tecnológicos.
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 
Neste capítulo, procurou-se trazer discussão das concepções e dos 
fundamentos teórico-metodológicos relacionados à EAD. Evidenciou-se, também, 
as características da EAD que auxiliam na definição de suas especificidades e 
diferenciais como uma modalidade de educação. Além disso, foram apresentados 
os principais agentes envolvidos no universo da EAD, enfatizando seus papéis, 
funções e competências a serem trabalhadas para sua plena atuação nas práticas 
educativas dessa modalidade.
Também foram destacadas e debatidas as tendências e possibilidades da 
EAD nos dias atuais, partindo das questões conceituais e também abordando 
as principais tecnologias que vêm sendo consideradas relevantes na EAD. 
E, finalmente, foram levantados os desafios que são enfrentados por essa 
modalidade. 
No próximo capítulo, serão abordadas as metodologias de aprendizagem 
para a EAD, trazendo um aprofundamento acerca da compreensão conceitual 
sobre aprendizagem, metodologias de ensino voltadas para o desenvolvimento 
da autonomia dos alunos. 
88
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
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 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
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CAPÍTULO 3
Metodologias de Aprendizagem 
para a EAD
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• estudar os conceitos de aprendizagem, método e metodologia;• identificar as metodologias de aprendizagem aplicadas na EAD;
• compreender a importância na autoaprendizagem na educação a distância; 
• conhecer alguns tipos de materiais, softwares e aplicativos para a 
proposição de atividades com uso das tecnologias na educação.
92
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
93
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
As concepções e aspectos relacionados ao processo de ensino e 
aprendizagem na educação a distância e também nas demais modalidades vêm 
passando por profundas transformações ocasionadas pelo avanço tecnológico 
que mudou significativamente a vida em sociedade. 
A mobilidade conectada promovida pelo uso de dispositivos móveis em 
rede (celulares, laptops, tablets, entre outros) afetou não somente os processos 
produtivos e o mercado, como também as práticas culturais e educacionais e as 
formas de relações entre as pessoas. 
Em meio a todo esse contexto, é importante estudar e conhecer as diferentes 
interpretações existentes sobre a aprendizagem. Neste capítulo, esses temas 
serão abordados levando em consideração as perspectivas didática e sociológica, 
responsáveis pelos sentidos atribuídos na relação de ensinar e aprender e 
pela visão democrática, que trata o processo de aprendizagem como a melhor 
maneira de formar sujeitos politizados que exerçam a sua cidadania. Também 
serão apresentadas as concepções de aprendizagem que emergiram através das 
práticas pedagógicas desenvolvidas na educação a distância. 
No entanto, as mudanças ocorridas não ficaram somente no campo conceitual, 
por isso também é preciso repensar a forma de planejar as ações educativas. Em 
função disso, muito se tem debatido sobre a importância da aplicação de métodos 
e metodologias mais condizentes com o perfil e as necessidades dos alunos de 
hoje. O próprio surgimento e o processo evolutivo da educação a distância vêm 
exigindo novas formas de organizar e promover suas atividades. Nesse sentido, 
serão apresentadas diferentes metodologias que estão sintonizadas com essa 
nova proposta de educação. 
 
2 CONCEPÇÕES DE 
APRENDIZAGEM, METODOLOGIA E 
AUTONOMIA
A compreensão sobre o entendimento do que é aprendizagem tem 
influência direta das diferentes correntes pedagógicas e de seus pressupostos 
epistemológicos. No Capítulo 1, estudamos os modelos e as teorias pedagógicas, 
buscando apresentar a compreensão de diferentes concepções de aprendizagem. 
Nesta seção, vamos apresentar a concepção de aprendizagem, primeiramente, 
94
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
a partir das perspectivas didática e sociológica e, em seguida, as definições 
abordadas através das práticas pedagógicas da educação a distância.
No Capítulo 1, estudamos os modelos pedagógicos e as teorias 
de aprendizagem. Retome a leitura e relacione com o capítulo em 
questão. 
FIGURA 1 – RELAÇÕES ESTABELECIDA PARA O ESTUDO 
DAS CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM
FONTE: A autora
2.1 PERSPECTIVA DIDÁTICA
Primeiramente, é importante esclarecer a compreensão sobre o termo 
“didática”. Parte-se de uma perspectiva contemporânea, considerando a 
didática como a área de conhecimento que estuda a complexidade do processo 
de ensino e aprendizagem. Considera-se, assim, que a didática tem no ensino 
e na aprendizagem dos alunos, o seu principal objetivo. De acordo com Veiga 
(2006, p. 13) “ensinar e aprender envolvem o pesquisar. E essas três dimensões 
necessitam do avaliar”. 
95
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
Na abordagem didática, o conceito de aprendizagem pode ser compreendido 
como um processo de mudança. Essa mudança é interpretada sob diferentes 
aspectos. De acordo com as teorias de aprendizagem, sob uma perspectiva 
psicológica, a visão empirista e behaviorista defende a necessidade de 
haver novos estímulos e experiências para que a pessoa aprenda. Já a visão 
construtivista pressupõe um processo cognitivo ativo, pautado na interação, para 
a produção de novos conhecimentos e da própria aprendizagem. 
Em linhas gerais, pode-se afirmar que a aprendizagem acompanha o 
desenvolvimento de cada sujeito ao longo de sua vida, sendo também influenciada 
pelo seu amadurecimento cognitivo que pode lhe garantir a consolidação de 
conhecimentos. Nesse sentido, a aprendizagem tem relação direta com o 
desenvolvimento das capacidades humanas, o que pode ocasionar mudanças de 
comportamento através das diferentes experiências vivenciadas. 
Na perspectiva didática abordada, está sendo enfatizada a ação de 
aprender a partir da relação estabelecida com um conhecimento sistematizado, 
compreendido como aquele saber organizado e selecionado através das ciências 
e da experiência acumulada historicamente pela humanidade, por meio de um 
processo de ensino e aprendizagem e pela interação entre os sujeitos. Nessa 
compreensão, leva-se também em conta os fatores afetivos e sociais. Pode-se 
assim dizer que falar de aprendizagem na visão didática pressupõe considerar a 
sua íntima relação com o ensino. 
Partimos da definição de Veiga ao considerar o ensino como: 
Uma atividade profissional complexa que exige preparo, 
compromisso e responsabilidade do educador para 
instrumentalizar, política e tecnicamente, o aluno, ajudando-o a 
constituir-se como sujeito social. Ensinar para a compreensão 
significa a existência de uma estreita relação entre professor 
e aluno. É um processo de caráter sistemático, intencional 
e flexível, visando à obtenção de determinados resultados. 
O ensino não existe por si mesmo, mas na relação com a 
aprendizagem (VEIGA, 1996, posição 2417 de 3145).
A autora ainda ressalta que a tarefa essencial do ensino, relacionada com 
a organização do trabalho pedagógico, é oportunizar as orientações didáticas 
que favoreçam o desenvolvimento e a compreensão acerca da aprendizagem 
(VEIGA, 1996).
 Veiga (1996, posição 2419 de 3145) traz uma definição de aprendizagem 
que “conversa” com as perspectivas psicológicas interacionistas ao considerá-la 
“como um processo de assimilação/apreensão de determinados conhecimentos, 
habilidades intelectuais e psicomotoras, atitudes e valores, organizados e 
96
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Quantas vezes você ouviu, mencionou ou pensou: “O professor 
Fulano não tem didática!”. Todavia, o que está sendo considerado 
como “ter didática”? A partir das ideias apresentadas, entendemos 
que ter didática vai além de ser um profundo conhecedor de técnicas 
e dinâmicas (muitas vezes, deturpadas) se elas não forem planejadas 
com o objetivo de oportunizar condições de aprendizagem para os 
alunos. O importante, portanto, é conhecer as categorias integrantes 
(e sua inter-relação) do processo de ensino e aprendizagem, sem 
deixar de considerar o contexto no qual se está inserido e demais 
aspectos que se tornam fundamentais para o aprendizado. 
orientados no processo de ensino”. Dessa forma, observa-se que, na abordagem 
didática, a aprendizagem assume uma intencionalidade e que por isso precisa ser 
planejada e organizada. Nesse sentido, a aprendizagem realizada nas instituições 
de ensino apresenta características específicas que a diferencia das demais 
ocorridas no decorrer da vida cotidiana. 
Através das concepções que foram sendo trabalhadas no decorrer dos 
capítulos, é possível também relacionar a aprendizagem com a construção de 
competências. Nesse caso, a aprendizagem desenvolve um processo progressivo 
que parte da incapacidade para o desenvolvimento da competência e da ação de 
ignorar para o conhecimento e seu entendimento.
Dessa forma, para o desenvolvimento da aprendizagem na visão didática, o 
primeiro passo está na definição dos seus objetivos (de aprendizagem), pois são 
eles que irão direcionar as ações que devem ser vivenciadas e promovidas e que 
irão auxiliar na estruturação do processo educativo, viabilizando as mudanças, 
transformações e adaptaçõesnecessárias para o exercício do processo de ensino 
e aprendizagem. Esse, por sua vez, é entendido como um sistema de interações 
e comportamentos dos professores e dos alunos, ou seja, o ensinar e o aprender, 
destacando a interdependência existente entre eles. 
97
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
2.2 PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA 
COM BASE NOS ESTUDOS DE PAULO 
FREIRE
Assim como é defendida pela visão construtivista, a visão sociológica 
apoiada nos escritos de Paulo Freire (1996) parte da premissa que, para aprender, 
é preciso que o sujeito assuma uma postura ativa. No entanto, Freire (1996) 
vislumbra um processo de ensino e aprendizagem voltado para a superação da 
consciência ingênua como a melhor forma de o sujeito superar a ação das forças 
dominantes opressoras, que fundamentam a educação bancária. Essa expressão 
foi cunhada por Freire (1996), para caracterizar a educação pautada em uma 
relação verticalizada entre professor, detentor do conhecimento, e os alunos, 
considerados como aqueles que nada sabem e que irão receber passivamente o 
conhecimento do seu professor. 
O autor, assim como outros pensadores, artistas e profissionais foram 
exilados no período da Ditadura Militar, em 1964, por suas ideias revolucionárias 
e libertadoras que defendiam a educação e aprendizagem que, nessa época, 
estava voltada para a obediência.
Na sua concepção, Freire (1996) defende uma aprendizagem resultante do 
método dialógico que visa transformar o modelo educacional. Entende-se, assim 
que, é por meio da reflexão e ação e da conscientização que o sujeito começa a 
enxergar a realidade tal como de fato se apresenta.
Segundo Freire (1996), pelos caminhos da aprendizagem, homens e 
mulheres vão assumindo uma postura ativa e tomando consciência da sua ação 
na e sobre a realidade. Ao analisar a relação mediadora humana com a natureza 
e com a cultura, torna-se possível interpretar a educação como um ato político 
e uma atividade fundamentalmente humana. Freire, citado por Becker (1993, p. 
101), escreve que “[...] tanto no ato político quanto no educativo é fundamental ter 
clareza sobre a favor de quem e do quê, portanto, contra quem e contra o quê, 
desenvolvemos a atividade política” e educacional. 
Ao conceber o ensinar e o aprender como atitude política, é ultrapassada a 
visão de neutralidade do ato educativo que acaba por assumir uma postura ética 
e comprometida com a transformação social. O autor ainda salienta a relação 
indissociável do processo de ensino e aprendizagem.
Aprender precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar 
se diluía na experiência realmente fundante de aprender. 
Não temo dizer que inexiste a validade no ensino de que não 
98
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
resulta um aprendizado em que o aprendiz não se tornou 
capaz de recriar ou de refazer o ensinado, em que o ensinado 
que não foi apreendido não pode ser realmente aprendido pelo 
aprendiz (FREIRE, 1996, p. 26).
Nesse sentido, o ato de ensinar tem como sua principal responsabilidade 
instigar a curiosidade, o gosto por aprender mais no aluno, de forma que esse se 
assume como um sujeito criador, criativo e crítico, que enfrenta os preceitos da 
educação bancária que visa imobilizar a ação humana, desenvolvendo, assim, 
um senso de conscientização e mantendo uma atitude de vontade de aprender. 
2.3 APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA
As atividades desenvolvidas na Educação a Distância impulsionaram a 
necessidade de realizar um processo de revisão e adoção de novos sentidos para 
o entendimento da ação pedagógica. 
Afinal, estudar a distância pressupõe bem mais do que simplesmente 
transpor as práticas educativas presenciais para o universo da EAD. Desses 
novos sentidos, surgiram estudos e a proposição de novas concepções de 
aprendizagem. Vamos agora abordar algumas dessas concepções.
2.3.1 Aprendizagem Colaborativa
Em termos pedagógicos, a aprendizagem colaborativa pode ser entendida 
como uma metodologia de aprendizagem ou estratégia de ensino voltada para 
incentivar a participação dos alunos e, assim, tornar o processo de ensino e 
aprendizagem mais ativo e efetivo, no qual todos aprendem juntos. 
A aprendizagem colaborativa concebe assim o conhecimento como o 
resultado de uma construção elaborada por meio de trocas entre sujeitos, 
que podem ou não serem pertencentes de um mesmo grupo ou comunidade 
aprendente (em alguma medida), e que podem também estar atuando de forma 
conjunta com o objetivo de solucionar um determinado problema, concluir um 
projeto ou estudo. 
Para tratar da aprendizagem colaborativa, é importante esclarecer o 
significado dos termos “colaboração” e “cooperação” que, numa visão de senso 
99
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
comum, por vezes são usados como sinônimos. Nessa abordagem, colaboração 
está sendo compreendida como a ação de contribuir, sendo as relações de 
colaboração relevantes para a socialização das atividades entre os sujeitos, que 
pode ou não ter a necessidade de algum tipo de hierarquia entre os integrantes 
do grupo. 
A cooperação (co-operar = operar em comum) é compreendida como um 
nível mais aprofundado do que a colaboração. Na cooperação, é necessário que 
os integrantes do grupo ou equipe construam uma escala comum de valores que 
vise o alcance do objetivo em comum, sendo essa uma ação pautada no respeito 
mútuo, na reciprocidade, na liberdade e na autonomia. 
Dessa forma, o ato de cooperar pressupõe o estabelecimento de um diálogo 
dos participantes, que devem discutir, apresentar seus diferentes pontos de vista 
e coordenar as ações entre os sujeitos. Assim, cada integrante desenvolve uma 
reflexão sobre seu próprio pensamento e sobre os demais, mantendo uma atitude 
respeitosa e de aceite sobre os posicionamentos divergentes. Essa compreensão 
é baseada nos estudos piagetianos que aponta a indissociabilidade existente 
entre a colaboração e cooperação.
A partir das considerações apresentadas, pode-se dizer que a aprendizagem 
colaborativa pode evoluir para uma aprendizagem cooperativa, sendo esse 
o primeiro passo para essa relação, visto que a aprendizagem cooperativa se 
concretiza quando é assumida uma maior estruturação por meio da definição de 
regras e uso de técnicas para aperfeiçoar as relações do grupo. 
Na atividade educativa a distância, entende-se que a mediação colaborativa 
é construída através de um processo de interações entre os membros, na maioria 
delas, ocorridas através da utilização das ferramentas colaborativas (wiki, Google 
Docs, glossário, entre outras) e das ferramentas de comunicação (fórum, chat 
e webconferência) que é desenvolvida a partir de uma liderança partilhada que 
resulta na elaboração de novas aprendizagens. É, portanto, nessa compreensão 
de aprendizagem colaborativa que o conhecimento acerca da distância 
transacional se faz mais necessário e presente. 
100
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
A distância transacional é caracterizada como o espaço criado 
pela separação (física e/ou temporal) entre professor e alunos e 
suas consequências psicológicas e comunicacionais no processo de 
ensino e aprendizagem (MOORE; KEARSLEY, 2008).
Para a realização de uma aprendizagem colaborativa na modalidade a 
distância, é preciso uma ação efetiva do tutor e do professor que devem adotar 
estratégias pedagógicas a fim de propiciar, além de uma maior interação entre os 
participantes, incentivem também a participação de todos nas atividades. 
Observa-se assim, a importância de uma ação motivadora que promova as 
trocas sociais e que leve os alunos a expor suas ideias e considerações, dúvidas 
e demais questões que possam contribuir para o aprendizado colaborativo.
2.3.2 Aprendizagem Multimídia
A aprendizagem multimídia é uma definição utilizada para tratar da aquisição 
do conhecimento por meio de recursos tecnológicos. A terminologia multimídia 
tem suabase nas ciências da informação e trata da convergência e integração de 
múltiplas mídias e tecnologias digitais como recursos de áudio, vídeo e imagens 
como os infográficos, por exemplo. Essas, por sua vez, são caracterizadas pelo 
seu elevado grau de interatividade, o que viabiliza a comunicação. 
Interatividade, nesse contexto, está sendo entendida como a capacidade de 
compartilhamento de comunicação através dos diferentes recursos tecnológicos, 
entre duas ou várias pessoas, ampliando, assim, os espaços de criação, debates 
e discussões e construções coletivas. Tori (2010) ressalta que a interatividade é 
um dos princípios fundamentais de um curso na modalidade a distância. 
Entretanto, para promover a interatividade numa proposta de aprendizagem 
compreendida como uma atividade multimídia, é necessário ter o embasamento 
de um modelo pedagógico constituído e fundamentado para viabilizar um processo 
de aprendizagem que leve em consideração os aspectos cognitivos e também 
os emocionais dos alunos. Assim, o modelo deve propor o uso pedagógico dos 
recursos midiáticos indo além da sua finalidade técnica o que, muitas vezes, 
acaba sendo enfatizado na adoção dessas pelos cursos e instituições. 
101
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
Richard Mayer, professor da Universidade da Califórnia, realiza estudos e 
pesquisas na área das ciências da educação e da aprendizagem, sendo um dos 
seus livros mais conhecidos intitulado Aprendizagem multimídia (SILVA, 2017).
Mayer (2009) esclarece que o uso da expressão “mídia” abrange, além dos 
textos escritos ou áudios, as mídias gráficas como vídeos, imagens e ilustrações, 
jogos e animações. O autor defende que a aprendizagem se torna mais rica 
quando são utilizados esses recursos midiáticos integrados, indo-se além da 
simples produção escrita. Entretanto, não pode ser restringida a uma atividade 
sem um planejamento aprofundado que ultrapasse a mera conjunção de mídias 
(SILVA, 2017). 
De acordo com Mayer, a eficiência da aprendizagem mediada por materiais 
multimídia, através da associação da escrita e de imagens, pressupõe que o 
aluno realize os seguintes processos cognitivos:
• Seleção das palavras relevantes – processamento na memória 
operacional verbal.
• Seleção das imagens significativas – processamento na memória 
operacional visual. 
• Organização das palavras selecionadas através de um modelo verbal.
• Organização das imagens selecionadas através da criação de um 
modelo visual.
• Integração das representações verbais e visuais e os conhecimentos 
prévios.
Através de seus estudos, o autor Mayer (2009 apud SILVA, 2017, p. 2) 
apresenta princípios relevantes a serem considerados na elaboração de recursos 
didáticos multimídia, a fim de potencializar uma aprendizagem mais significativa:
•	Concentração (destacar ideias chave nas figuras e textos).
•	Concisão (minimizar detalhes desnecessários/alheios nos textos e 
figuras).
•	Correspondência (colocar figuras e textos correspondentes próximos).
•	Concretude (apresentar textos e figuras de maneira a facilitar a 
visualização). 
•	Coerência (construir uma linha de raciocínio e uma estrutura clara).
•	Compreensibilidade (utilizar textos e figuras familiares).
•	Codificabilidade (utilizar textos e figuras cujas características chave 
facilitem a memorização). 
Os princípios supracitados desdobram-se em princípios da aprendizagem 
multimídia, também definidos por Mayer (2009), a partir da análise da eficácia 
102
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
dos diferentes recursos textuais e visuais que caracterizam seus efeitos na 
aprendizagem. A seguir, são destacados alguns desses princípios:
Para garantir a redução de informações desnecessárias:
•	 Princípio da Coerência: a seleção é realizada pela relevância de 
imagens, palavras ou sons para abordagem do assunto (sem poluir ou 
usar recursos superficiais), priorizando uma apresentação simples e 
objetiva. 
•	 Princípio da sinalização: organização do material é explicita e com 
destaques que auxiliam como um guia, o que favorece a organização 
mental. Exemplo: sinais como números no texto e na imagem como 
indicativos das etapas de um processo, uso de cores (na palavra e numa 
determinada parte da imagem etc.).
•	 Princípio da Redundância: as pessoas aprendem melhor quando são 
usados desenhos (imagens) e narração ao invés de imagem, narração e 
texto escrito (no caso, a legenda do que está sendo dito) por ocasionar 
sobrecarga visual. 
•	 Princípio de Proximidade Espacial: palavras e imagens 
correspondentes são utilizadas e estão próximas umas das outras, o 
que contribui para o estabelecimento de conexões mentais (contiguidade 
espacial).
•	 Princípio da Proximidade Temporal: palavra narrada ou escrita e 
imagens surgem simultaneamente em uma apresentação (contiguidade 
temporal). 
Para favorecer a administração do processamento essencial da 
aprendizagem:
•	 Princípio da segmentação: aprende-se melhor quando o material é 
organizado em unidades sequenciais, sendo possível definir o ritmo para 
o processamento. 
•	 Princípio do pré-treinamento: importância de haver compreensão 
prévia e inicial das denominações, conceitos e suas características para 
depois serem aprofundadas.
•	 Princípio da modalidade: ênfase para o uso de animação e narração 
ao invés de animação e texto escrito.
Para promover o processamento gerador:
•	 Princípio multimídia: há melhoria na aprendizagem que utiliza palavras 
e imagens combinadas ao invés de usar só palavras. No entanto, a 
imagem deve agregar sentido para a compreensão escrita ou verbal. 
103
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
•	 Princípio da personalização: sugere que a aprendizagem melhora 
quando a escrita é conversacional e menos formal. Os princípios da voz 
e da imagem são extensões desse princípio - voz humana é preferível 
à voz de máquina e a imagem do locutor/autor não é relevante para a 
aprendizagem. 
Observa-se assim, que os aspectos enfatizados por Mayer (2009) são 
relevantes para todos aqueles interessados em estudos sobre a aprendizagem e 
o uso de recursos multimídia no ensino. 
2.3.3 Aprendizagem em Rede 
De acordo com Siemens (2005), o entendimento sobre o conceito de 
aprendizagem em rede é anterior ao desenvolvimento tecnológico. Como alerta 
o autor, existe um uso bastante amplo da palavra “rede” atribuindo diferentes 
significados, sem necessariamente haver um cuidado sobre a delimitação de 
conceitos que são contidos na definição cientifica. Ainda segundo Siemens 
(2005), podem ser entendidas como práticas de aprendizagem em rede 
aquelas desenvolvidas, por exemplo, na área da agricultura em que a nova 
geração aprendia os ofícios da lida no campo a partir do compartilhamento das 
experiências dos seus antecessores. 
No entanto, atualmente, a aprendizagem em rede pode ser observada de 
forma mais efetiva em função do crescimento e evolução das tecnologias como a 
Internet e a telefonia móvel. Siemens (2005) diz que houve, ao longo das últimas 
décadas, também uma evolução das próprias redes de aprendizagem em função 
do desenvolvimento global da humanidade. 
O interesse em incorporar o uso da Internet nos contextos educativos ocorreu 
a partir dos anos 80 aos anos 2000, quando o uso de rede de computadores 
começa a ser considerado como um investimento por escolas e universidade 
que adquirem computadores, redes e tecnologia. Nesse momento, a visão de 
redes era pautada na infraestrutura física. Houve, assim, o desenvolvimento da 
estrutura física das redes nas escolas e universidades através do uso da Internet, 
o que possibilitou ampliar a compreensão acerca das redes de aprendizagem. 
Pesquisadores como Castells e Barabási, juntamente com outros, são 
responsáveis pelas divulgações científicas e estudos que exploram o papel da 
comunicação através dos computadores e redes como agentes de transformação 
social e por contribuírem pelapopularização acerca da compreensão sobre 
104
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
as redes de interação. Conforme já foi estudado, o Conectivismo é a teoria de 
aprendizagem que fundamenta as concepções da aprendizagem em rede. 
Retome a leitura do Capítulo 1 sobre o Conectivismo. 
Dessa forma, podemos considerar que as interpretações acerca da 
aprendizagem em rede estão diretamente relacionadas com as produções e 
interações sociais e a convergência de interesses e objetivos dos sujeitos que 
nesse processo formam uma comunidade de aprendizagem.
2.4 APRENDER A APRENDER
Vive-se em uma sociedade em que a aprendizagem é um dos principais 
requisitos. Não se trata apenas de aprender sobre o que está relacionado aos 
interesses pessoais, mas, principalmente, saber relacionar os conhecimentos 
com a realidade que está em constante transformação. E por essa transformação 
que a cada momento gera novas informações, faz-se necessário estar sempre 
aprendendo. 
“Aprender a aprender” tem sido utilizado no decorrer da história educacional 
como forma de defesa de um posicionamento pedagógico progressista que 
defende uma educação não fragmentada e em sintonia com as necessidades 
das pessoas e da sociedade como um todo. Segundo Duarte (2004, p. 30), usa-
se a expressão “[...] como uma palavra de ordem que caracteriza uma educação 
democrática”. Dessa forma, o autor defende uma visão de educação que legitima 
o papel da escola como espaço de socialização dos conhecimentos socialmente 
construídos no decorrer da história e de ampliação dos horizontes culturais, em 
detrimento de uma compreensão de aprendizagem restrita e voltada para atender 
o sistema produtivo (mercado). 
Atualmente, a concepção de “aprender a aprender” toma novos sentidos, 
também fazendo referência à necessidade de os alunos saberem como se deve 
estudar. Observa-se, assim, o entendimento do aprender como ter disciplina, saber 
buscar as informações para o estudo, agindo de forma criativa e responsável. Ou 
seja, o aprender a aprender visa potencializar o desenvolvimento de competências 
(conhecimentos, habilidades e atitudes). E no contexto da educação a distância, 
105
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
o desafio para o aluno é “[...] desenvolver diferentes abordagens para o seu 
aprendizado – de maneira que ele se torne capaz de aprender a aprender com 
as diferentes situações que enfrentará na vida, não apenas em uma instituição 
de ensino formal” (MOORE; KEARSLEY, 2008, p. 84). Visa-se, assim, promover 
a mobilização de conhecimentos numa atitude proativa, cooperativa e aberta para 
as diferentes situações da vida. 
Behrens (2011) apresenta na obra Paradigma emergente e a prática 
pedagógica, os desafios da ação docente e propõe o que a autora denomina de 
metodologia do “aprender a aprender” a partir de uma concepção pautada no 
paradigma emergente. A seguir, são apresentados aspectos a serem refletidos 
pelos professores: 
•	Desenvolver mais tarefas de pesquisa ao invés de aulas teóricas e 
expositivas.
•	 Planejar atividades que garantam o engajamento dos alunos como 
trabalhos em grupo (que podem ter uma produção individual e coletiva).
•	 Promover ações educativas baseadas em desafios que viabilizem 
processos de criação e produção de artefatos ou produtos pelos próprios 
alunos que precisarão aprender a sociabilizar seus conhecimentos.
•	 Ter participação ativa em congressos, seminários e debates, exercendo 
a sua cidadania e seu compromisso como profissional da educação.
•	Oportunizar o uso de recursos tecnológicos para incrementar suas aulas 
e também desenvolver atividades e exercícios para os alunos.
•	Repensar as suas formas de avaliação e de proposição dos seus 
instrumentos, buscando novas possibilidades que valorizem mais a 
produção própria dos alunos em detrimento de provas e testes.
•	 Trabalhar com dinâmicas que ultrapassem os limites da sala de aula e 
que aproveitem os recursos da comunidade.
•	 Estabelecer relações entre a teoria e prática, incentivando e 
oportunizando o uso de laboratórios e outros espaços escolares como 
a biblioteca a fim de desenvolver nos alunos o gosto pelo estudo e 
pela pesquisa para uma ação mais investigativa e construtora de 
conhecimentos. 
3 CONCEPÇÃO DE MÉTODO E 
METODOLOGIA
Você sabe o que significa metodologia? Vamos, primeiramente, compreender 
as definições de método e metodologia a partir das suas etimologias.
106
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
O termo “método” deriva do grego Methodus – Metá – (atrás, em seguida, 
através); e hodós – percurso, trajeto, meios para alcançar, ou seja, caminho para 
chegar ao fim. Ou, conforme escreve Rangel (2005, p. 9), sua origem evidencia 
a “existência de um caminho, de um meio, para se chegar a um ou a vários 
objetivos”. Encontramos, nos escritos de Haydt (2011), a definição de método de 
ensino como o conjunto organizado de procedimentos didáticos para conduzir 
a aprendizagem do aluno, visando ao alcance dos objetivos propostos para 
processo de ensino e aprendizagem. 
Todo método é embasado em pressupostos teóricos, tendo como base 
o modelo conceitual e fundamentando-se numa determinada concepção de 
educação. Novamente, de acordo com Rangel (2005, p. 10), a escolha do método 
deve ser definida levando em conta o processo de ensino e a constituição do 
seu planejamento bem como o perfil dos alunos, “suas características cognitivas 
e escolares, o conteúdo, natureza, lógica, e com o contexto, ou seja, as 
circunstâncias e condições do aluno do professor, da escola, da comunidade”.
Afirmação semelhante também é compartilhada por Libâneo (1994), ao 
destacar que a escolha do método de ensino deve ser feita de acordo com o tipo 
de aula, matéria, objetivos dentre outros aspectos. Essa escolha, portanto, deve 
levar em conta o tipo de atividades a serem propostas para os alunos, bem como 
os objetivos, tempo disponível e as especificidades do conteúdo. Para o autor, 
não existe um único processo de ensino, mas, sim, processos determinados de 
acordo com as peculiaridades do conteúdo e demais circunstâncias (LIBÂNEO, 
1994).
Através da definição de método, é possível compreender que as 
metodologias indicam ou apontam os caminhos definidos, a serem trilhados para 
a obtenção de um resultado ou objetivo. Segundo dicionário Houaiss (2001), o 
sentido etimológico da palavra metodologia advém do grego, sendo composta 
por – metá (atrás, em seguida, através); hodós (caminho); e logos (ciência, arte, 
tratado ou tratamento sistemático de um tema). Trata-se, pois, de um processo 
que se constitui para alcançar um determinado conhecimento. 
Mesmo que muitas vezes “método” e “metodologia” sejam tratados como 
termos sinônimos, a concepção de metodologia na área da educação toma um 
sentido mais profundo, pois cabe a ela sistematizar e executar as relações entre 
o processo de ensino e aprendizagem, seus aspectos e atores: planejamento 
de ensino – levando em conta os objetivos, conteúdos, métodos e técnicas de 
ensino, avaliação, recursos com ênfase para as Tecnologias de Informação e 
Comunicação (TIC), professor e alunos, idade e nível de ensino, conhecimentos 
prévios, realidade e as intenções educativas. 
107
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
Nesse sentido, afirma-se que a metodologia, quando adotada à área de 
ensino, traz, de forma implícita, as concepções de educação, homem, sociedade, 
entre outros aspectos que fundamentam o sentido filosófico, epistemológico e 
didático.
No campo da educação, o termo “metodologia” também está relacionado 
às atividades de pesquisa e à escolha dos melhores meios para sua condução 
como: tipo de pesquisa (qualitativa ou quantitativa), o método de pesquisa 
adotado (estudo de caso, pesquisa ação, entre outros), os instrumentos de coleta 
de dados (questionários, entrevistas, protocolos, formulários, observações etc.), a 
forma de organizaresses dados e de realizar a sua análise, tudo isso de acordo 
com a área de conhecimento em questão. 
Portanto, as metodologias podem ser empregadas para a real-
ização da prática docente – as metodologias de ensino ou de aprendiza-
gem ou metodologias didáticas, sendo as últimas compostas pelo conjunto 
de métodos e técnicas direcionadas às atividades do processo de ensino 
e aprendizagem ou ainda para os trabalhos de pesquisa (trabalhos esco-
lares ou acadêmicos de cunho científico como o trabalho de conclusão de 
curso – TCC). 
Ao tratarmos da situação atual da educação, são conhecidas muitas das 
transformações ocorridas nas formas de ensinar e aprender a partir da utilização 
das tecnologias e da educação a distância. Para os professores, são impostas 
novas ações e conhecimentos que desafiam sua atividade docente, mas, ao 
mesmo tempo, ampliam-se as oportunidades com a inserção de novas formas e 
meios que se concretizam em novas metodologias de aprendizagem. 
Em linhas gerais, podemos considerar as seguintes categorizações das 
metodologias de aprendizagem:
•	Metodologias de aprendizagem interativas: é aquele em que existe 
uma espécie de comunicação entre o aluno e objeto ou outro aluno, 
prendendo a atenção e aprimorando o processo de aprendizagem, como 
é o caso dos jogos, desafios e animações.
•	Metodologias ativas: o aluno é o maior responsável por aprender 
o conteúdo através da participação, interagindo e pensando para 
aumentar a absorção, por exemplo, estudo de caso, projetos e debates 
108
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Aprendizes (nativos digitais) do século 21 utilizarão tecnologias 
interativas em ambientes de aprendizagem voltados para a 
investigação e o trabalho colaborativo, com professores capazes 
de usar a tecnologia para ajudá-los a transformar conhecimento e 
competências em produtos, soluções e novas informações.
Aprendizes do século XXI: https://www.youtube.com/
watch?v=G9V4NS1DGZE.
entre equipes, diferente da passiva, em que o aluno acompanha as aulas 
expositivas e depois é avaliado através de provas e trabalhos.
FONTE: <https://www.educamundo.com.br/blog/cursos-online-
metodologias-de-aprendizagem>. Acesso em: 21 ago. 2019.
Vamos agora conhecer um pouco mais sobre as metodologias ativas. 
3.1 METODOLOGIAS ATIVAS
Podemos dizer que vivemos em um descompasso pedagógico. Muitas 
instituições de ensino seguem desenvolvendo práticas ultrapassadas; o professor 
que está nas salas de aula (presenciais e virtuais) teve uma formação voltada 
para o século passado. Mas, e os alunos? Ah! Os alunos nasceram e vivem em 
um mundo conectado e em constante transformação.
É necessário, portanto, desenvolver um trabalho pedagógico centrado em 
uma abordagem didática ressignificada, capaz de transcender os reducionismos 
históricos educativos, através de uma visão pluralista, comunicativa e interativa, 
que possibilite relações mais complexas com as ciências, as disciplinas e os 
conhecimentos cotidianos. Essa aprendizagem mais significativa e contextualizada 
deve também levar em conta o uso das tecnologias. Busca-se, assim, novas 
possibilidades através da aplicação de metodologias ativas (FILATRO, 2018). 
Você já ouviu falar sobre elas?
Essas metodologias, como o próprio termo aponta, são baseadas na 
atividade interativa do aluno que é estabelecida com as pessoas, com os 
conteúdos e tecnologias. Elas vislumbram, portanto, um processo de ação e 
109
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
reflexão desenvolvido por meio de atividades coletivas, grupais e colaborativas. 
A prática educativa mediada pelas metodologias ativas visa, assim, possibilitar o 
protagonismo do aluno, que assume o controle do seu próprio aprendizado. 
“Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me 
insere na busca, não aprendo nem ensino” (FREIRE,1996, p. 85).
As metodologias ativas podem ser consideradas como uma possibilidade de 
resposta às necessidades vigentes de se obter soluções educativas para o mundo 
VUCA. 
A Sigla VUCA é formada pelas palavras: Volatilidade (volatility), 
Incerteza (uncertainty), Complexidade (complexity) e Ambiguidade 
(ambiguity) (FILATRO, 2018). 
Dentre suas principais características, está a promoção do engajamento dos 
alunos bem como a possibilidade de favorecer o desenvolvimento da criticidade, 
da reflexão e da capacidade criadora sobre suas ações e relações vivenciadas no 
processo de ensino e aprendizagem. Além disso, as atividades implementadas 
por meio de MA contribuem para o desenvolvimento de atitudes proativas, o senso 
de responsabilidade e comprometimento, raciocínio lógico e o estabelecimento de 
vínculos entre as atividades educacionais e situações cotidianas significativas, de 
modo a torná-los aptos para intervir na realidade e para agir de forma colaborativa 
e cooperativa. 
A aplicação das metodologias ativas vem sendo adotada como uma 
estratégia para se trabalhar com a integração dos saberes nas diferentes áreas de 
conhecimento, sendo possível encontrar relatos e publicações sobre essa prática 
na formação de professores e de outros profissionais como na área da saúde. 
Com relação ao trabalho docente, visa-se enfatizar a ação mediadora do 
professor que coloca o aluno no centro do processo de ensino, buscando incentivar 
110
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Por que usamos metodologias ativas na educação? 
•	 Promoção do interesse provocado nos alunos.
•	 Possibilidade de relacioná-las para execução de uma atividade.
•	 Fácil implementação com uso de tecnologias. 
•	Desenvolvimento de ações reflexivas que podem acarretar num 
processo de tomada de consciência.
•	 Pautadas em atividades colaborativas, mas que também visam 
garantir a autonomia dos alunos.
•	Diversidade e flexibilidade na realização das tarefas, permitindo 
aplicá-las para desenvolvimento de diferentes competências e 
habilidades dos alunos.
o desenvolvimento da sua autonomia. Conforme apontado anteriormente, através 
das MA, os alunos são incentivados a partilhar seus saberes através de trabalhos 
em equipe, participar ativamente de atividades de debate com a exposição de 
suas opiniões e posições. 
Reflita sobre as práticas pedagógicas e as propostas das 
metodologias ativas. Quais competências (conhecimentos, 
habilidades e atitudes), estudadas no Capítulo 2, você entende que 
elas ajudam a desenvolver?
Observa-se que a relação estabelecida entre a educação e uso das 
tecnologias impulsionou as metodologias ativas, atribuindo-lhes novos significados 
através de atividades e dinâmicas que necessariamente não precisam mais 
ocorrer numa sala de aula presencial. Assim, atividades gamificadas, de estudo 
individual e/ou coletivo e de pesquisas realizadas por meio de tecnologias em 
cursos semipresenciais, híbridos ou a distância são cada vez mais difundidas 
como ações eficientes para auxiliar o aluno na assimilação dos conteúdos, além 
do desenvolvimento de atitudes e habilidades autônomas, permitindo ao professor 
um acompanhamento mais personalizado das atividades realizadas pelos alunos. 
111
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
•	 Pressupõe o desenvolvimento de uma ação educativa pautada na 
discussão de problemas e formulação de soluções fundamentadas. 
•	Mobiliza a interdisciplinaridade entre as áreas do conhecimento, 
permitindo seu aprofundamento. 
•	 É importante levar em conta o tempo necessário para a reflexão 
e estudo, a necessidade de fornecer feedbacks frequentes, bem 
como a oportunidades de se praticar o que foi apreendido. 
•	 Existem estratégias para desenvolver a aprendizagem baseada 
em problemas, sendo as mais comuns: o estudo de caso e as 
simulações. 
Dessa forma, observa-se que o professor pode utilizar diferentes 
metodologias de aprendizagem, como: Aprendizagem Baseada em Problemas 
(ABP), Aprendizagem Baseada em Projetos, Design Thinking, Sala de aula 
invertida, Aprendizagempor pares, Educação “mão na massa”. 
3.1.1 Aprendizagem Baseada em 
Problemas (ABP)
Como a própria denominação já aponta, é uma metodologia que tem o início 
das suas atividades através da proposição de um problema e pode ser de uma 
determinada área do conhecimento ou de um tema interdisciplinar, verídico ou 
fictício. O principal objetivo dessa atividade é, portanto, chegar na solução do 
problema. Seu foco está na ação do estudante que precisa exercer um papel 
ativo, sendo responsável pelo seu aprendizado. O professor assume a função 
de facilitador, dando o auxílio e as orientações necessárias no desenvolvimento 
das atividades bem como a indicação de materiais de estudo (em seus diferentes 
formatos). 
A ABP é desenvolvida com a formação de um grupo de alunos coordenado 
pelo facilitador que indica um problema. Esse deve ser lido e estudado pelos 
alunos a fim de identificar os termos que devem ser pesquisados para auxiliar na 
sua identificação. Deve ser realizada ainda a elaboração dos objetivos do estudo 
e o levantamento de hipóteses. A partir daí os alunos realizam estudos individuais, 
retornando novamente ao grupo para discutir e apresentar apontamentos sobre 
os dados coletados, relacionando-os com o problema. Existem estratégias para 
desenvolver aprendizagem baseada em problemas, sendo as mais comuns: o 
estudo de caso e as simulações (FILATRO, CAVALCANTI, 2018). 
112
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
3.1.2 Aprendizagem baseada em 
projetos
A criação da Aprendizagem Baseada em Projetos é atribuída para Willian N. 
Bender, reconhecido como pesquisador do ensino ativo. A sua proposta é centrada 
na problematização de questões e situações que fazem parte do cotidiano dos 
alunos usando-as como um meio de favorecer o engajamento em sala de aula. 
De acordo com o autor, “é um formato de ensino empolgante e inovador, no 
qual os alunos selecionam muitos aspectos de sua tarefa e são motivados por 
problemas do mundo real que podem e, em muitos casos, irão contribuir para sua 
comunidade” (BENDER, 2014, p. 15).
Na aprendizagem baseada em projetos, a autonomia é o diferencial que 
atrai. Os alunos são livres para montar, planejar e desenvolver seus projetos, 
contando com a tutoria dos professores. Além disso, o conteúdo trabalhado deve 
ser relevante, fazendo surgir nos alunos a curiosidade pelo tema.
Trabalhar esses requisitos não só forma alunos mais dedicados e 
independentes. A aprendizagem baseada em projetos é uma escola de líderes 
que forma profissionais mais capazes de encontrar problemas e desenvolver 
soluções. No século dos empreendedores, a escola ganha protagonismo na 
descoberta e lapidação de talentos.
 
A ideia, portanto, é de desenvolver projetos autênticos e reais, pautados 
numa questão que seja provocativa e envolvente que deve ser investigada pelos 
alunos. Esse é o meio utilizado para ensinar conteúdos através de um trabalho 
cooperativo (BENDER, 2014). 
Bender (2014, p. 16-17) apresenta um conjunto de termos comumente 
utilizados na aprendizagem baseada em projetos.
Âncora: é a base para a pergunta, sendo utilizada para 
fundamentar o ensino a partir de um cenário do mundo real. 
Como materiais, podem ser utilizados reportagem de jornal, 
vídeo, apresentação multimídia ou ainda um problema verídico 
exposto por alguma figura pública.
Artefatos: materiais criados no decorrer do projeto que podem 
representar possíveis soluções para problema. De acordo 
com autor, o termo é utilizado pois nem sempre a conclusão 
do projeto se dará por meio de relatório ou apresentação. 
Desta forma, os artefatos podem se caracterizar como vídeos, 
portfólios, áudios (podcast ou músicas), atividades artísticas ou 
projetos de arte (peças, teatro, personagens etc.) ou ainda a 
produção de alguma produção escrita para ser utilizada num 
website ou jornal. 
113
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
Desempenho autêntico: ênfase dada para uma aprendizagem 
voltada para uma ação real e efetiva na sociedade. 
Brainstorming: processo pelo qual os alunos formulam o 
planejamento das tarefas. Seu objetivo é gerar o maior número 
de ideias que auxiliem a se chegar na resolução do problema. 
O importante é manter o foco no problema. 
Questão motriz: problema principal, tarefa geral ou meta 
declarada. Delícia resposta de forma clara e motivadora, de 
forma que os alunos a considerem interessante e significativa. 
Aprendizagem expedicionária: uma das formas de 
aprendizagem baseado em projetos que é realizada por 
meio de viagens ou expedições para diferentes localidades 
relacionadas ao projeto. 
Voz e escolha do aluno: ênfase dada ao poder de decisão dos 
alunos na escolha do projeto e da sua questão fundamental.
Web 2.0: identificação das tecnologias que, com o advento 
da Internet, possibilitaram uma forma de utilizar ambientes 
virtuais e tecnologias para o desenvolvimento do trabalho 
colaborativo, tornando os alunos coparticipantes do processo 
de aprendizagem. 
Pelas caraterísticas já apontadas, a Aprendizagem Baseada em Projetos 
tem sido identificada como uma prática de grande eficácia para a educação do 
século XXI. Parte de questionamentos e promove um estudo a partir da realidade 
relacionando aos conteúdos de ensino. Dessa forma, torna-se possível incentivar 
a criatividade, o engajamento e o trabalho coletivo e colaborativo como meios de 
viabilizar o processo de ensino. 
3.1.3 Design Thinking
Vamos começar entendendo o que é design. De forma geral, design 
é interpretado como um projeto, um plano ou uma criação. O importante é 
compreender que o termo pode ter diferentes atribuições de significados conforme 
a forma de uso. Já o termo thinking é o verbo em inglês que se traduz em pensar 
ou ainda achar. Juntando as palavras, pode-se considerar como a forma de pensar 
o design. Podemos considerar que se trata de uma nova maneira de pensar ou 
abordar e entender um problema através de um modelo de pensamento.
O uso da expressão Design Thinking também tem auxiliado na ressignificação 
sobre o sentido do que é metodologia, que antes era definida pela obtenção de 
um passo a passo, com uma visão estática. Por isso, o Design Thinking acaba 
sendo entendido como uma abordagem (metodológica) que tem algumas etapas, 
mas que essas podem passar por reinterpretações e diferentes usos agregados 
ou divididos. 
 
Um dos aspectos que caracteriza o Design Thinking é a ênfase ao pensamento 
114
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
visual tanto para a identificação como para o estabelecimento da solução dos 
problemas. Para sua realização, podem ser aplicadas diferentes estratégias e 
atividades experimentais, mas o foco principal é o de buscar inspirações pessoais 
(através das motivações e necessidades das pessoas) numa atividade coletiva. 
Por isso, o Design Thinking também é compreendido como uma estratégia 
de ação prática e criativa, desenvolvida colaborativamente, tornando possível 
conhecer as necessidades com profundidade e, assim, possibilitar a criação de 
soluções mais inovadoras. 
FIGURA 2 – ETAPAS DO DESIGN THINKING
FONTE: Adaptado de: <https://www.dtparaeducadores.org.br/site/>.
A seguir, apresentamos as fases do processo de Design Thinking:
•	Descoberta: observação e levantamento das necessidades das pessoas 
envolvidas antes de iniciar propriamente o projeto.
•	 Interpretação: momento no qual devem ser expressas as percepções 
surgidas no diálogo com o grupo. Torna-se imprescindível o 
compartilhamento das observações, anotações e registros sobre as 
histórias e pensamentos.
•	 Ideação: momento de brainstorming para geração de ideias que podem 
ser apresentadas por palavras ou desenhos. Deve-se deixar as ideias 
fluírem pois nessa fase importante garante a quantidade. 
•	 Experimentação: momento de se materializar as ideias, através da 
115
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
criação de protótipos a serem apresentadospara que possam ser 
analisados e, assim, auxiliar no processo de refino das ideias. 
•	 Evolução: a partir da criação do projeto, é possível pensar nos passos 
seguintes, compreendendo que o processo de criação/construção é 
contínuo. 
FONTE: < https://www.dtparaeducadores.org.br/site/>. Acesso em: 17 set. 2019.
3.1.4 Sala de aula invertida 
Assista: Sala de aula invertida -Transformando a educação 
tradicional na sua cabeça, no link: https://www.youtube.com/
watch?v=qaLeIQM1Hz0. 
A sala de aula invertida (Flipped Classroom, em inglês) pode ser 
compreendida como um sistema híbrido de educação (blended learning). 
Sua dinâmica é fundamentada na tríade aluno/conteúdo/professor, sendo 
desenvolvidas atividades fora do ambiente educacional.
É importante ressaltar que a sua proposta prevê a inversão completa do 
processo de ensino. Ou seja, não deve ser resumida como uma simples tarefa de 
estudo do aluno para ocorrer em casa. Com essa definição pormenorizada, fica a 
dúvida sobre como pode ser considerada uma metodologia inovadora. Entretanto, 
sua concepção pressupõe o desenvolvimento de aulas mais produtivas e 
interativas em detrimento das aulas puramente expositivas, além de enfatizar um 
melhor aproveitamento do tempo. 
Também exige o trabalho de curadoria dos conteúdos que deve ser realizado 
pelo professor, buscando formatos variados de explicação do conteúdo (afinal, 
como vimos, os alunos têm diferentes estilos de aprendizagem). Esses podem 
ser disponibilizados através de videoaulas, games, slides, e-books, podcasts ou 
mesmo textos de forma integrada que possa ser um meio para se oportunizar 
uma aprendizagem mais dinâmica. 
As atividades devem ser planejadas com o intuito de provocar o pensamento 
crítico e analítico, a ação de pesquisa constante (de forma que o aluno aprenda 
a selecionar as informações úteis para seu aprendizado). O todo dessa proposta 
116
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Vantagens da sala de Aula Invertida:
•	 Alunos ativos.
•	 Aproveitamento do tempo.
•	Respeito ao ritmo de aprendizagem dos alunos.
•	 Atividades virtuais junto a atividades presenciais.
•	 Produção colaborativa.
•	Diversidade de materiais didáticos digitais.
•	Uso de Tecnologias de Informação e Comunicação.
deve, portanto, propiciar um espaço de aprendizagem que seja relevante e 
significativo para os alunos. 
Por ser uma metodologia de ensino híbrida, o desafio do professor é 
de realizar um planejamento que faça a junção das atividades virtuais com os 
encontros presenciais. Nos momentos on-line, deve-se levar em consideração 
que o aluno irá realizar, em parte, um estudo individual, dentro do seu ritmo, no 
seu tempo, no local a sua escolha e ainda usando os recursos tecnológicos que 
tem disponíveis (sejam esses livros – físicos ou digitais smartphone, tablet ou 
computador).
No encontro presencial, é importante desenvolver ações que oportunizem o 
trabalho em grupo, atividades de apresentação do que foi estudado a distância, 
as conclusões e concepções aprendidas e também um espaço para as dúvidas, 
tudo isso por meio da interação com os colegas e professores. Relevante é 
produzir “ganhos” para a aprendizagem. A integração das atividades virtuais e 
presenciais podem se complementar, o que potencializa o trabalho docente bem 
como a aprendizagem dos alunos. 
3.1.5 Aprendizagem por pares (Peer 
Instruction) 
A aprendizagem por pares (Peer Instruction) foi desenvolvida pelo professor 
de física de Harvard, Eric Mazur. Assim como muitos professores, Mazur 
utilizava de aulas expositivas para trabalhar os conteúdos de física e partia do 
entendimento de que havia compreensão por parte dos alunos. Entretanto, o 
professor, ao ler artigos e resultados de pesquisa sobre o ensino de física e as 
117
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
dificuldades apresentadas pelos alunos, e através da sua própria experiência, 
passou a questionar seu método de ensino.
Dessa forma, em uma aula de Física Geral, ao perceber a falta de 
compreensão dos alunos, pediu que sentassem em duplas para debater o tema 
de estudo e buscar soluções. 
Veja a entrevista com Eric Mazur, autor da metodologia 
Aprendizagem por Pares (Peer Instruction).
Instruções pelos pares na aprendizagem ativa 
(legendado), no link: https://www.youtube.com/watch?time_
continue=1&v=iCDXyIrYNS8.
A seguir, são apresentados os passos ou etapas do planejamento da 
metodologia Aprendizagem por Pares – criada por Mazur (ARAÚJO e MAZUR., 
2013) com o incremento de sugestões de tecnologias para a aplicação 
metodológica: 
QUADRO 1 – Sugestões de tecnologias para aplicação da Aprendizagem por Pares 
Antes da aula O professor realiza o planejamento da 
aula, selecionando e organizando os 
materiais (textos e videoaulas) para o 
acesso e estudo de casa dos alunos.
Seleção de textos, 
links, sites, videoau-
las.
Na aula O professor apresenta questiona-
mentos para os alunos no grande 
grupo (uso de cartelas impressas 
ou recursos digitais. Pelas respos-
tas obtidas, é possível identificar 
a compreensão dos alunos. Se a 
maioria responder corretamente 
é possível avançar no conteúdo. Se 
não, aplica-se a próxima etapa. 
Mentimeter ou Kahoot
118
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Mentimeter: recurso digital gratuito destinado para promover 
interações em tempo real, através de questões, nuvem de palavras 
ou enquete. Através da ferramenta e das diferentes atividades 
citadas, é possível aplicá-las em grandes grupos, obtendo resultados 
instantâneos que podem ser visualizados por todos participantes. 
 FONTE: <https://www.mentimeter.com>. Acesso em: 20 ago. 2019
Kahoot: recurso gratuito que permite a criação de questionários 
on-line com perguntas de múltipla escolha (com quatro alternativas), 
como um gameshow. O acesso para os alunos é dado através de um 
código (gamepin). O aplicativo está disponível para sistema Android 
e iOS em: https://kahoot.com/. 
Na aula O professor organiza os alunos em 
grupos (agregando os que sabem 
com os que não compreenderam o 
conteúdo). Os alunos devem apresen-
tar suas argumentações, chegando 
a novas compreensões. É aplicado 
novamente um conjunto de questões 
para a turma. Se os alunos continuam 
com dúvidas, parte-se para a próxima 
etapa. 
Ferramentas para 
registros de ano-
tações (on-line) como 
Google docs ou Goo-
gle sites ou Padlet. 
Na aula O professor apresenta novas elu-
cidações do conteúdo para o grande 
grupo por meio de uma aula expositiva 
ou ainda pode solicitar que os alunos 
realizem um trabalho de pesquisa a 
partir de suas orientações para depois 
retomar o conteúdo com a turma. 
FONTE: a autora.
119
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
Características da aprendizagem por pares:
• Aulas centradas nos alunos, com foco no processo de 
aprendizagem, oportunizando a identificação das dificuldades e a 
realização de novas ações.
• Favorece a colaboração e a interação (troca de informações) 
entre os alunos, o que também contribui para a motivação de estudar 
e o desenvolvimento de competências emocionais.
• Enfatiza a manifestação acerca das ideias dos alunos 
através da sua compreensão do conteúdo, permitindo um processo 
de reflexão, de pesquisa e construção de novos conhecimentos. 
É importante analisar e acompanhar todas as etapas, principalmente as que 
os alunos devem responder.
Em linhas gerais, a aprendizagem por pares contribui para que o 
conhecimento seja construído a partir da interação entre alunos. A sua dinâmica e 
a organização de duplas (ou grupos) de trabalho é realizada com intencionalidade 
pedagógica a fim de promover o intercâmbio e a complementaridade da 
compreensão do conteúdo. É importante que o professor tenha definição clara 
acerca dos seus objetivos de ensinoe os resultados almejados, bem como realize 
o acompanhamento das etapas da metodologia. 
3.1.6 Educação “mão na massa” 
(Educação Maker)
No início da nossa vida escolar, as atividades passam pela manipulação 
de objetos e materiais, trabalhos manuais com uso de massa de modelar e 
outros recursos sendo voltadas para uma aprendizagem pela descoberta e pela 
ludicidade. Tais práticas, no entanto, no decorrer dos anos escolares, vão sendo 
substituídas por atividades centradas principalmente na escrita e na oralidade, e 
muitas vezes pautadas na repetição e na memorização. 
As metodologias “mão na massa” buscam exatamente resgatar o que 
ficou para trás nas aulas de educação infantil e dos primeiros anos do Ensino 
Fundamental. Retoma-se a importância da aprendizagem pautada na prática e na 
120
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
experimentação através da criação artefatos, produtos ou protótipos que sejam 
resultado de construções e soluções criativas. Entretanto, o mais importante não 
é o produto e sim o processo de ensino e aprendizagem percorrido. 
A realização dessas metodologias pressupõe o protagonismo dos alunos. 
As atividades nessa ótica envolvem trabalhos coletivos e são voltadas para 
o desenvolvimento da criatividade, da empatia, do senso empreendedor (e o 
potencial inventivo), da atitude crítica, e da autonomia, entre outras competências 
cognitivas e socioemocionais. 
No processo inventivo do “faça você mesmo”, torna-se natural, por exemplo, 
que o artefato produzido pelos alunos possa não funcionar perfeitamente no início. 
É exatamente pela análise, pela desconstrução, e reconstrução que o aluno irá 
aprender, ao levantar hipóteses, testá-las, e mesmo quando existe erros. Pode-se 
dizer que aqui o erro é uma possiblidade para produzir novas descobertas/novas 
aprendizagens). 
De acordo com a reportagem da revista Nova escola (2018), “estudos 
realizados por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados 
Unidos, demostram que estudantes que vivenciaram a aprendizagem mão na 
massa tiveram um desempenho 30% mais alto do que colegas que seguiram o 
aprendizado de maneira convencional”.
FONTE: GAROFALO, Débora. Como a educação mão na massa favorece o 
aprendizado na escola. Revista Nova Escola, 2018. Disponível em: <https://
novaescola.org.br/conteudo/11768/como-favorecer-o-aprendizado-mao-na-
massa>. Acesso em: 20 ago. 2019.
Algumas escolas estão investindo na aquisição e montagem de laboratório de 
criação ou mesmo fazendo adaptações nas salas de aula. No entanto, a Educação 
Maker pode ser realizada com ações que começam pela própria reorganização da 
ergonomia da sala de aula, pela utilização de materiais recicláveis ou de sucata, 
não exigindo necessariamente altos investimentos. Em se tratando do uso de 
recursos digitais, pode ser usado o software (livre e gratuito), Scratch que permite 
a aprendizagem de programação (visual e multimídia) de forma simples, pois, 
oferece uma interface intuitiva e de fácil compreensão pelo fato da programação 
ser inteiramente visual. Através dessa ferramenta, é possível desenvolver projetos 
interdisciplinares, construir animações ou mesmo circuitos elétricos, tudo isso de 
forma prazerosa pautada no espírito lúdico. 
É importante relembrar que atividades de gamificação e a personalização do 
ensino também podem ser consideradas como metodologias ativas. 
121
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
•	 Gamificação é uma metodologia que se utiliza das 
dinâmicas, mecânicas e componentes dos jogos com a finalidade de 
estimular a motivação e o engajamento dos alunos. Para isso, podem 
ser usadas recompensas, prêmios, medalhas, entre outros artifícios 
a fim de incentivar o envolvimento numa determinada atividade.
•	 Personalização do ensino é pautada na compreensão 
que o aluno deve participar ativamente da construção da sua 
aprendizagem, inclusive tomando consciência sobre ela. Cabe ao 
professor planejar a trilha de aprendizagem a ser percorrida pelo 
aluno. Além disso, deve acompanhá-lo na sua jornada educativa 
auxiliando a desenvolver sua autonomia. Trata-se, assim, do 
planejamento de aulas baseadas em trabalhos de pesquisa, debates 
ou ainda a construção de algum produto da aprendizagem (protótipo, 
caso, material etc.). 
3.2 AUTOAPRENDIZAGEM
Na educação a distância, conforme já foi estudado, uma de suas principais 
características e também entendida como uma vantagem é a possibilidade que 
o aluno tem de organizar seu tempo e lugar para realizar seus estudos, ou seja, 
ele tem liberdade para decidir como será essa condução e assume a postura de 
protagonista da sua aprendizagem. 
Ao realizar o estudo etimológico dessa denominação, autoaprendizagem tem 
o prefixo “auto” de origem grega do termo “autos” que significa “por si próprio”, 
de si mesmo. Mesmo havendo diferentes significados e interpretação, o prefixo 
tem relação direta com o perfil de quem estuda na modalidade a distância, pelo 
fato dessa não exigir a presença física numa sala de aula e o acompanhamento e 
intervenção constante do professor. 
Entendida como uma metodologia, a autoaprendizagem é realizada por meio 
de uma proposta pedagógica planejada com ênfase para a atividade autônoma do 
aluno. Para isso, esse planejamento deve ser de favorecer o encadeamento entre 
os conteúdos e atividades e, para isso, faz uso de: textos, vídeos, links, artigos ou 
e-books, animações e infográficos, entre outros recursos que são disponibilizados 
no ambiente virtual de aprendizagem. O importante é garantir a construção de 
conhecimentos e a efetivação da aprendizagem através da preparação didática 
do planejamento. Para sua realização, o aluno é responsável por fazer a gerência 
122
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
do seu tempo, cabendo ainda definir a necessidade ou não de aprofundamento 
dos estudos.
De maneira geral, existem duas concepções de autoaprendizagem: 
autônoma e dirigida. 
A autoaprendizagem autônoma é um tipo de aprendizagem em que o aluno 
exerce pleno controle sobre seu processo de conhecimento. Nesse processo, o 
aluno seleciona os materiais, estuda, faz suas pesquisas sem necessitar do apoio 
de pessoas, ou seja, por conta própria. Quem segue este tipo de aprendizagem é 
um autodidata.
Dentre alguns autodidatas famosos, podemos citar: Bill Gates 
(fundador da Microsoft), Henry Ford (fundador da Ford), Alexander 
Graham Bell (cineasta e inventor), Walt Disney (produtor, animador e 
cineasta), Albert Einstein (físico), José Saramago (escritor), Machado 
de Assis (escritor) e tantos outros.
Sobre esse tipo de aprendizagem, os estudantes que buscam cursos a 
distância têm as seguintes atitudes:
[...] reconhecem suas necessidades de estudo, formulam 
objetivos para o estudo, selecionam conteúdos, projetam 
estratégias de estudo, arranjam materiais e meios didáticos, 
identificam fontes humanas e materiais adicionais e fazem uso 
delas, bem como quando eles próprios organizam, dirigem, 
controlam e avaliam o processo de aprendizagem (PETERS, 
2001, p. 95).
Essas são atitudes que caracterizam uma aprendizagem autônoma, pois 
são estudantes que buscam informações que complementam o seu trabalho ou 
sua formação. A preocupação principal não é simplesmente obter um título ou 
um diploma, mas serem conhecedores de determinado assunto e abertos para o 
futuro.
Ao contrário da aprendizagem autônoma, a autoaprendizagem dirigida ou 
guiada é organizada e sistemática. Geralmente, esse tipo de aprendizagem é 
organizado por uma instituição de ensino que prepara os materiais de estudos 
para serem seguidos pelos seus alunos e tem um objetivo a ser alcançado, que é 
123
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
fazer um determinado curso com formação específica ou seguir um programa de 
ensino. Além do mais, a instituição organiza determinado curso com antecedência 
e prepara todas as suas etapas para que seja realizadonum tempo pré-
determinado.
Para esse tipo de aprendizagem, é necessária uma equipe multidisciplinar 
que pense e organize todo o processo, produzindo materiais de estudos 
especialmente para este fim, com conteúdo específico a cada curso e atividades 
que facilitem a autoaprendizagem, além de guias que orientem o estudante em 
todas as etapas de estudos. Enfim, esse é um método de aprendizagem cuja 
preocupação não está centrada no professor, mas no aluno, que é o foco de todo 
este processo.
Sobre a questão da aprendizagem em EAD, Maia e Mattar (2007, p. 83-84) 
apresentam duas ideias sobre as quais é importante refletirmos:
Em primeiro lugar, em EAD o centro do processo de ensino 
e aprendizagem não é mais o interesse do professor na 
disciplina, mas sim o que o aluno precisa aprender. O aprendiz, 
portanto, deve ser levado em conta na fase do planejamento e 
da implementação da experiência de aprendizado a distância, 
e não apenas no final, quando o conteúdo de um curso a 
distância já estiver pronto.
Em segundo lugar, esse aprendiz não precisa mais estar 
fisicamente presente em um ambiente para aprender: ele o 
faz em qualquer lugar. Além disso, seu aprendizado é também 
contínuo e permanente: o estudo não é mais encarado, em 
nossa sociedade como algo que deva ocorrer somente em 
determinado momento da vida, mas sim algo que deve nos 
acompanhar por toda a vida, isto é, tempo e espaço não são 
mais limites para as ambições de conhecimento do aprendiz 
virtual.
Em suma, a preocupação principal das instituições que oferecem EAD é com 
o aprendizado do aluno. Além do mais, o aluno pode aproveitar todos os momentos 
de que dispõe para dedicar-se aos seus estudos, já que a aprendizagem é 
entendida como algo contínuo e permanente. Na EAD, exige-se “um aprendiz 
autônomo e independente, mais responsável pelo processo de aprendizagem e 
disposto à autoaprendizagem” (MAIA; MATTAR, 2007, p. 85).
No Capítulo 2, você encontra um maior detalhamento sobre o 
perfil do aluno que estuda na EAD.
124
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
1 O que é autoaprendizagem e como está relacionada à EAD?
R.: ___________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
2 Relacione as colunas, indicando quais afirmações estão de acordo 
com a autoaprendizagem autônoma e a autoaprendizagem 
dirigida.
(1) Autoaprendizagem autônoma 
(2) Autoaprendizagem dirigida.
a) ( ) Tipo de aprendizagem que tem uma organização e é 
sistemática. Geralmente, é organizada por uma instituição de 
ensino que prepara os materiais de estudos e tem um tempo 
determinado para ser concluída.
b) ( ) O aluno é quem formula os objetivos para o estudo, seleciona 
os conteúdos, projeta as estratégias de estudo, arranja os 
materiais e meios didáticos.
c) ( ) Tipo de aprendizagem em que o aluno exerce pleno controle 
sobre seu processo de conhecimento.
d) ( ) A preocupação principal não é simplesmente obter um título 
ou um diploma, mas ser conhecedor de determinado assunto e 
aberto para o futuro.
e) ( ) É necessária uma equipe multidisciplinar que pense e 
organize todo o processo.
A alternativa CORRETA é:
a) ( ) 2, 2, 1, 1, 2.
b) ( ) 2, 1, 1, 1, 2.
c) ( ) 1, 2, 2, 2, 1.
d) ( ) 1, 2, 1, 2, 1.
125
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
3.3 METODOLOGIAS INOV-ATIVAS
Filatro e Cavalcanti (2018) utilizam a expressão “metodologias inov-ativas” 
para fazer referência ao conjunto de conceitos e estratégias que englobam 
abordagens inovadoras. Segundo as autoras, trata-se do conjunto de quatro 
grupos de metodologias que expressam as inovações na educação: 
• Metodologias ativas: apresentam uma visão mais humanista e menos 
tecnicista, mesmo assim, propõem uma inovação incremental (pode ser 
entendida como uma releitura de uma determinada atividade ou ainda 
a inserção de melhorias e de atualização para “incrementar” as versões 
atuais). 
• Metodologias ágeis (aprendizagem just in time: método de solução de 
problemas ou educação sob medida, trilhas de aprendizagem): assim 
como as metodologias ativas, podem promover algum nível de inovação 
nas atividades educativas sem ser necessariamente uma grande 
revolução, mas contribui pela sua ênfase no melhor aproveitamento do 
tempo. São consideradas como propostas menos pedagógicas e mais 
andragógicas pelo fato de repassarem para os aprendizes o controle das 
ações educacionais. 
• Metodologias imersivas (realidade aumentada e virtual): juntamente 
com as metodologias analíticas, são aquelas que promovem mudanças 
estruturais significativas: o aluno no centro do processo, novos agentes/
atores (técnicos e especialista, por exemplo) e maiores investimentos em 
softwares e equipamentos. 
• Metodologias analíticas: promovem uma interpretação completamente 
diferenciada sobre a forma de ensinar e aprender, através da 
personalização do ensino e do acompanhamento da aprendizagem. 
Em linhas gerais, a definição inov-ativa corresponde a formação de uma 
“matriz de planejamento ou design instrucional” que abrange a concepção de 
inovação e os aspectos do processo de ensino e aprendizagem (FILATRO e 
CAVALCANTI, 2018, p. 4).
De acordo com as autoras, a inserção das metodologias inov-ativas em sala de 
aula apresenta desafios por ser necessário garantir aprendizagens diferenciadas 
bem como o desenvolvimento da autonomia do aluno, ultrapassando uma visão 
técnica ou conteudista de aprendizagem (FILATRO e CAVALCANTI, 2018).
126
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
3.4 OUTRAS ESTRATÉGIAS PARA 
AULAS INOVADORAS
A seguir, serão apontadas e descritas algumas estratégias pedagógicas 
apoiadas no uso de recursos tecnológicos ou outros materiais educacionais que 
podem contribuir para o desenvolvimento de aulas mais dinâmicas e inovadoras:
Estratégias pedagógicas são ações planejadas que o 
professor emprega em situações de ensino e aprendizagem para 
atingir os objetivos pretendidos.
3.4.1 Contrato pedagógico
Seja na Educação Básica ou no Ensino Superior (presencial ou EAD), é 
importante que os papéis de professores e alunos sejam bem compreendidos. 
Seguindo as orientações das metodologias ativas e da educação a distância, 
entende-se que a elaboração de um contrato pedagógico se torna ainda mais 
significativo para promover o engajamento dos alunos, bem como contribuir para 
o desenvolvimento de ações mais cooperativas e colaborativas. 
Nesse documento, são estabelecidas as “regras do jogo” do processo de 
ensino e aprendizagem que deverá orientar tudo que se faz necessário para o 
bom andamento das atividades de sala de aula (virtual). Pelo termo utilizado, 
pressupõe que sua construção tenha a participação ativa dos alunos e do 
professor, de forma que viabilize a tomada de decisões, que devem corresponder 
ao consenso sobre as responsabilidades de cada um e também outros aspectos 
considerados relevantes. 
Orientações para elaboração de um contrato pedagógico para cursos EAD:
•	 Fazer menção aos documentos institucionais e demais regulações legais 
para o nível de ensino. 
•	Reforçar a importância de acessar a plataforma virtual e realizar as 
atividades propostas.
127
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
•	Caso ocorra encontros presenciais ou atividades síncronas, registrar as 
informações necessárias para sua realização. 
•	 Estabelecimento de prazos de entrega.
•	 Permissão ou não de entrega atrasadas (se terá ou não penalidade).
•	Orientações sobre a realização das tarefas e exercícios (fontes de 
pesquisa, formatação e outros aspectos). 
•	 Forma e prazo de correção e/ou feedbacks. 
•	Realização das atividades – necessidade ou não de complementação e 
em qual prazo.
•	 Formas de comunicação – Fórum, chat, e-mail, telefone.
•Orientações para as atividades avaliativas virtuais.
•	 Informações, prazos e demais orientações sobre as avaliações 
presenciais.
Observa-se que o contrato pedagógico necessita levar em conta o modelo 
pedagógico da instituição e algumas definições que precisam ser cumpridas em 
função de orientações legais. 
3.4.2 Uso de softwares, aplicativos e outros recursos digitas para 
desenvolvimento de materiais didáticos digitais e proposição de atividades
Enfatiza-se o uso de recursos digitais para incrementar as atividades de 
aula. No caso da EAD, sua utilização pode contribuir para o desenvolvimento de 
materiais didáticos digitais elaborados pelos professores e/ou pela equipe da EAD 
para a confecção de diferentes formatos de conteúdo, mas que também pode ser 
utilizado como uma ferramenta para a realização de tarefas pelos alunos. 
Se na aula presencial o professor pode complementar a explanação dos 
conteúdos trazendo recursos visuais como mapas conceituais e mentais, histórias 
em quadrinho, charges, infográficos etc., na EAD esses formatos podem ser 
trabalhados por meio de softwares e ou aplicativos para sua construção.
O importante é que tanto seu uso como a proposição de uma tarefa que 
solicite a construção de recursos visuais, a atividade em si tenha como objetivo 
desenvolver a criticidade e a criatividade. 
A seguir, são elencados alguns tipos de materiais, softwares e aplicativos 
para sua criação: 
128
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
QUADRO 2 – Softwares, materiais e aplicativos para 
proposição de atividades com uso das tecnologias
Material Características/orientações Softwares
História em quadrinho 
e charges
Fazem parte do cotidiano de leitura.
Uso de metáfora, casos ou exemplos 
práticos que associam imagens e tex-
tos.
Necessidade de um planejamen-
to que estabeleça as estratégias de 
acordo com a faixa etária dos alunos. 
Usadas para a introdução de um 
tema.
Complemento de um conceito.
Meio de provocar debates e dis-
cussões.
Pixton, Toondoo e 
Hagaquê.
Mapas conceituais Estratégia de estudo.
Apresentação de conteúdo.
Instrumento para a avaliação.
Mapeamento de projetos de pesqui-
sa.
Seleção de palavras, conceitos, ex-
pressão-chave, sem preocupação 
hierárquica.
Indicação de conectores.
Definição de tema central.
Uso de imagens e links, dependendo 
da ferramenta 
CmapCloud.
129
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
Mapas mentais Tipo de diagrama para a gestão de 
informações.
Ferramenta de brainstorming (tem-
pestade de ideias) semelhante aos 
mapas conceituais.
Planejamento.
Ensino (recurso de preparação ou 
apresentação).
Aprendizagem (revisão como método 
de estudo).
Redação (pré-estruturação de tex-
tos).
Criatividade (ferramenta de brain-
storm).
Documentação.
Coogle, Mindo-
mo.
Infográficos Representações visuais de infor-
mação através da associação de im-
agens como fotografia ou ilustrações 
e texto escrito.
Usados onde a informação precisa 
ser explicada de forma mais dinâmi-
ca, como em mapas, jornalismo e 
manuais técnicos, educativos ou 
científicos.
Easel.ly e Info-
gram.
Linha do tempo Trabalhar a noção de temporalidade.
Expressão gráfica que propõe uma 
compreensão visual sequencial.
Levantamento de fatos históricos.
Também presente nas redes sociais.
Timetoast e My-
Histro (integração 
do Google Maps).
130
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
Portfólios Coletâneas de trabalhos realizados 
durante um determinado período.
Desenvolvimento do pensamento 
crítico.
Solução de problemas complexos.
Planejamento de projetos e pesqui-
sas.
Trabalho coletivo.
Formulação pessoal dos objetivos 
para o alcance do aprendizado do 
aluno.
Google sites e 
weebly.com.
Mural digital Aplicativo gratuito para montar 
Painéis ou Murais digitais de forma 
individual ou compartilhada.
Colaboração com outros usuários, 
fornecendo textos, fotos, links e out-
ros conteúdos. 
Padlet - Há 
versão para com-
putador e mobile.
131
Metodologias de Aprendizagem para a EAD Capítulo 3 
Webquest Atividade investigativa em que as in-
formações com as quais os alunos 
interagem provêm da Internet.
Proposta metodológica para uso da 
Internet de forma criativa.
Atividades de aprendizagem orien-
tadas para pesquisa elaborada pelo 
professor.
Fonte principal de informação – Web.
Parte de um tema – tarefa – consultar 
fontes de pesquisa.
Apropriação tecnológica.
Informações autênticas e atualizadas.
Promoção da aprendizagem cooper-
ativa.
Síntese das ideias.
Incentivo à criatividade.
Trabalho de autoria.
Compartilhamento de saberes ped-
agógicos.
Pode ser desen-
volvido em difer-
entes ferramentas 
e formatos.
4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 
Neste capítulo, iniciamos pelo estudo das concepções de aprendizagem sob 
a perspectiva didática sociológica. A seguir, foram enfatizadas as concepções de 
aprendizagem na educação a distância, com destaque para as concepções de 
Aprendizagem Colaborativa, Aprendizagem Multimídia, Aprendizagem em Rede e 
o Aprender a Aprender. 
Na sequência, foram apresentados os conceitos de “método” e “metodologia”, 
buscando suas relações com o processo de ensino e aprendizagem. Foram ainda 
abordadas as metodologias de aprendizagem, com ênfase para as metodologias 
132
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
ativas, a metodologia da autoaprendizagem (caracterizando a autoaprendizagem 
autônoma e dirigida) e as inov-ativas, destacando sua relevância para o contexto 
da educação a distância. 
Para finalizar, foram apresentadas outras estratégias pedagógicas que 
podem ser implementadas para o desenvolvimento de aulas inovadoras a partir 
da elaboração de materiais didáticos digitais e uso de softwares e aplicativos. 
REFERÊNCIAS
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proposta para o engajamento dos alunos no processo de ensino-aprendizagem 
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133
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Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1983-21172017190135. Acesso em: 21 
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