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<p>1</p><p>GERÊNCIA DE RISCOS</p><p>2</p><p>Sumário</p><p>1 GERÊNCIA ................................................................................................. 4</p><p>2 RISCOS ...................................................................................................... 5</p><p>2.1 Categorias de riscos ............................................................................. 7</p><p>2.2 Riscos internos e externos ................................................................... 8</p><p>3 GESTÃO DE RISCOS ................................................................................ 8</p><p>3.1 Posicionamento e resposta ao risco ................................................... 11</p><p>3.2 Avaliação e identificação do risco organizacional .............................. 12</p><p>3.3 Tratamento na gestão de riscos ......................................................... 16</p><p>4 CLASSE DE RISCOS ............................................................................... 18</p><p>4.1 Risco estratégico ................................................................................ 18</p><p>4.2 Risco operacional ............................................................................... 18</p><p>4.3 Risco de Governança Corporativa ..................................................... 18</p><p>4.4 Risco de Mercado .............................................................................. 19</p><p>4.5 Risco de Imagem ............................................................................... 19</p><p>4.6 Risco de Estratégia de Mercado ........................................................ 20</p><p>4.7 Risco de Crédito ................................................................................. 20</p><p>4.8 Risco financeiro .................................................................................. 20</p><p>4.9 Risco de Evento Externo .................................................................... 21</p><p>4.10 Risco de Liquidez ............................................................................ 21</p><p>5 NORMAS REGULAMENTADORAS – SEGURANÇA E SAÚDE DO</p><p>TRABALHO ............................................................................................................... 21</p><p>5.1 Conceitos, métodos e técnicas utilizados em ergonomia ................... 24</p><p>5.2 Introdução à análise ergonômica da atividade com enfoque nos</p><p>aspectos materiais, fisiológicos, psicológicos e organizacionais ........................... 30</p><p>5.3 Abordagem do funcionamento do ser humano em situação real de</p><p>trabalho 33</p><p>6 ANÁLISE ERGONÔMICA DA DEMANDA ................................................ 39</p><p>7 ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA .................................................... 40</p><p>8 ANÁLISE DAS CONDIÇÕES FÍSICAS ..................................................... 40</p><p>3</p><p>9 ANÁLISE DAS CONDIÇÕES POSTURAIS DOS TRABALHADORES ..... 41</p><p>10 ANÁLISE DOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DOS TRABALHADORES</p><p>42</p><p>11 ANÁLISE ORGANIZACIONAL............................................................... 43</p><p>12 CONDIÇÕES AMBIENTAIS .................................................................. 43</p><p>13 TEMPERATURA .................................................................................... 44</p><p>14 RUÍDO ................................................................................................... 44</p><p>15 ILUMINAÇÃO ........................................................................................ 45</p><p>16 VIBRAÇÃO ............................................................................................ 45</p><p>17 ANÁLISE ERGONÔMICA DA ATIVIDADE ............................................ 45</p><p>18 DIAGNÓSTICO ERGONÔMICO ........................................................... 46</p><p>19 O CADERNO DE ENCARGOS .............................................................. 47</p><p>20 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 49</p><p>4</p><p>1 GERÊNCIA</p><p>encurtador.com.br/DIY68</p><p>Gerência é uma designação utilizada para especificar a função de coordenação</p><p>dos colaboradores de um empresa, órgãos governamentais e entidades do terceiro</p><p>setor, no gerenciamento das tarefas da equipe. Este é um termo diretamente</p><p>relacionado ao monitoramento e coordenação do comportamento ou efeitos das</p><p>atividades dentro das organizações.</p><p>Normalmente, o termo “gerência” também se refere a um grupo de</p><p>colaboradores que pertencem aos níveis mais altos das organizações e estes</p><p>possuem como responsabilidade a coordenação de recursos da empresa,</p><p>representação da organização perante a parceiros, controle de metas e objetivos a</p><p>alcançar, portanto, este é responsável tanto pelo sucesso como pelo fracasso da</p><p>organização.</p><p>Na interpretação de REED (1989), o papel dos gestores costuma assumir, nas</p><p>abordagens sobre gestão por ele criticadas, distintas caracterizações, a saber:</p><p>a) Na perspectiva técnica, cabe aos gerentes a busca de resultados</p><p>eficientes, obtidos pelos instrumentos e técnicas formais que, em</p><p>determinados momentos, impõem-se às suas ações;</p><p>b) Na perspectiva política, o corpo gerencial é considerado como agente</p><p>calculador que utiliza espaços de poder em ambientes de grandes</p><p>incertezas, sob os quais têm pouco controle, buscando fazer valer seus</p><p>objetivos e interesses nas “arenas” organizacionais;</p><p>5</p><p>c) Na perspectiva crítica, os gestores são portadores e defensores da</p><p>transmissão de uma ordem econômica que é dissimulada por meio de</p><p>instrumentos ideológicos.</p><p>Normalmente, a gestão comanda um departamento e pode ou não acumular</p><p>funções de gerenciamento em outros departamentos. Essas funções incluem</p><p>organizar, planejar e executar atividades para promover o trabalho dos membros da</p><p>organização. Portanto, o gestor deve cuidar dos processos e do pessoal do</p><p>departamento onde atua, planejar ações, tomar decisões e delegar tarefas.</p><p>2 RISCOS</p><p>Risco é a ameaça ou perigo de um evento específico. Correr o risco é vivenciar</p><p>eventos perigosos, ou seja, eventos imprudentes podem levar a certas</p><p>consequências. O termo risco é utilizado em muitas situações, como risco ambiental,</p><p>de epidemia, de morte, biológico, de acidente, financeiro, etc.</p><p>Padoveze (2010, p. 612) classifica o conceito de risco nas perspectivas abaixo:</p><p>a) Risco como oportunidade: Implícito no conceito de risco e retorno. Quanto</p><p>maior o risco, maior o potencial de retorno, e necessariamente, de perda. Neste</p><p>contexto, a gestão de riscos significa utilizar técnicas para maximizar as</p><p>oportunidades e minimizar os riscos.</p><p>b) Risco como perigo ou ameaça: Refere-se a eventos potencialmente negativos</p><p>como: perdas financeiras, fraudes, danos à reputação, roubo ou furto, morte ou</p><p>injúria, falhas de sistemas ou demandas judiciais. Neste cenário, a gestão de</p><p>riscos significa implementar ações administrativas para reduzir a probabilidade</p><p>de eventos negativos sem incorrer em custos excessivos ou paralisar a</p><p>organização.</p><p>c) Risco como incerteza: Relacionado à distribuição de todos os resultados</p><p>possíveis, sejam positivos ou negativos. Neste panorama, a gestão de risco</p><p>procura reduzir a variância entre os resultados planejados x reais.</p><p>Segundo WHARTON56 a palavra risq, em árabe, significa algo que lhe foi dado</p><p>(por Deus) e do qual você tirará proveito, possuindo um significado de algo inesperado</p><p>e favorável ao indivíduo. Em latin, riscum conota algo também inesperado, mas</p><p>6</p><p>desfavorável ao indivíduo. Em grego, uma derivação do árabe risq, esta palavra relata</p><p>a probabilidade de um resultado sem imposições positivas ou negativas. O francês</p><p>risque tem significado negativo, mas ocasionalmente possui conotações positivas,</p><p>enquanto que, em inglês, risk possui associações negativas bem definidas.</p><p>Portanto, de um ponto de vista mais científico, o significado do termo risco pode</p><p>ser o resultado inesperado de uma ação ou decisão, seja um resultado positivo ou</p><p>negativo, ou</p><p>o risco de doenças relacionas à repetitividade. (BRASIL, 2017).</p><p>2 ANÁLISE ERGONÔMICA DA DEMANDA</p><p>Esta etapa compreende a definição do problema a ser analisado, a partir do</p><p>envolvimento dos diversos atores sociais. De acordo com Guérin et al. (2001, apud</p><p>VILLAS-BÔAS, 2003), a demanda corresponde ao ponto de partida para a ação</p><p>ergonômica, através da intervenção sobre diversos profissionais e organizações.</p><p>Desta forma, é possível compreender a origem e a dimensão dos problemas</p><p>apresentados, delimitando-se a abrangência desta ação.</p><p>Uma empresa do ramo de perfumaria e cosméticos localizada na cidade de</p><p>Belém, estado do Pará, foi objeto de estudo da análise ergonômica do trabalho no</p><p>intuito de averiguar possíveis riscos provenientes da manipulação de materiais</p><p>inflamáveis e das condições em que os trabalhadores executam suas atividades. Com</p><p>o consentimento da administração da empresa foi permitida a formulação de medidas</p><p>de intervenção ergonômica, analisando o setor produtivo, para coletar dados</p><p>necessários com a finalidade de melhorar a situação existente e subsidiar o caderno</p><p>de encargos do espaço físico da empresa.</p><p>Em relação à demanda central da pesquisa, estão os problemas relacionados</p><p>à temperatura do ambiente, nível sonoro, presença de vibrações, dimensão do local</p><p>de trabalho e condições posturais dos empregados. A possibilidade desses problemas</p><p>estarem presentes no local é de grande importância, ao nível das atividades</p><p>executadas.</p><p>O levantamento das informações necessárias foi feito com base na NR 17 do</p><p>Ministério do Trabalho. O prazo de levantamento de dados não foi pré-determinado.</p><p>Por conseguinte, as medições realizadas durante o período de trabalho foram</p><p>suficientes para adquirir a quantidade de pontos e resultados necessários para a</p><p>aplicação da análise e diagnóstico ergonômico. A análise da demanda permitiu a</p><p>verificação das condições do ambiente de trabalho, possibilitando uma reformulação</p><p>40</p><p>no local analisado, ampliando de forma significativa às perspectivas do estudo</p><p>realizado.</p><p>3 ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA</p><p>Trata-se daquilo que deve ser realizado pelo colaborador, considerando as</p><p>condicionantes tecnológicas, ambientais e organizacionais. De acordo com Santos e</p><p>Fialho (1997), a tarefa é um objetivo a ser atingido. Neste sentido, sua análise coincide</p><p>com a análise das condições dentro das quais o trabalhador desenvolve suas</p><p>atividades de trabalho.</p><p>Nos meses de agosto e setembro de 2005 foram realizadas as etapas de coleta</p><p>de dados na empresa de perfumaria e cosméticos através de visitas no local. Com</p><p>isso, foi possível a realização de técnicas de observação direta, entrevistas dirigidas</p><p>e informais com os empregados, além de aplicação de questionários para entender</p><p>suas atividades realizadas no local.</p><p>Acrescido a isso, foi também necessário o uso de aparelhos específicos para</p><p>coletar informações a respeito do ambiente físico, como termômetro, luxímetro e</p><p>decibelímetro. Essas técnicas foram aplicadas na área de produção da empresa, que</p><p>consiste nos setores de pesagem, mistura, envase, rotulagem e produção de saches.</p><p>No setor de pesagem são feitas as medições da quantidade de produtos necessários</p><p>para a produção de determinado artigo (água, álcool, essências, etc.).</p><p>No setor de mistura é feita, através de maquinário especializado, a mistura dos</p><p>componentes dos produtos. No setor de envase, são despejadas as fórmulas nas suas</p><p>respectivas embalagens. No setor de rotulagem, o produto final é especificado através</p><p>de rótulo de identificação. No setor de produção de saches, são confeccionadas</p><p>essências em forma de pó de raízes regionais e embaladas em recipientes plásticos.</p><p>4 ANÁLISE DAS CONDIÇÕES FÍSICAS</p><p>Para efetuar a análise das condições físicas, foram aplicados questionários</p><p>para 84 % dos empregados pertencentes ao setor produtivo. Todos concordaram que</p><p>não existiam dificuldades para execução de suas tarefas, pois havia espaço suficiente</p><p>no local para a circulação de produtos e dos empregados.</p><p>41</p><p>O leiaute é disposto em “U”, onde existe apenas uma entrada para os materiais</p><p>e uma saída para os mesmos. Esse impasse foi solucionado aplicando horários</p><p>específicos para entrada e saída dos materiais. O ambiente interno da área produtiva</p><p>apresenta boa higienização, além da ausência de umidade, o que reduz os riscos de</p><p>enfermidades respiratórias, entre outras.</p><p>Para os materiais foram dispostos locais específicos de armazenagem, onde o</p><p>ambiente também se encontra sob condições boas de acondicionamento, sem sofrer</p><p>variações provocadas por intempéries externas como iluminação extrema,</p><p>temperaturas elevadas, entre outros. Embora haja a manipulação de agentes</p><p>químicos de caráter inflamável, não existem registros de acidentes de trabalho</p><p>relacionados com manipulação dos componentes.</p><p>5 ANÁLISE DAS CONDIÇÕES POSTURAIS DOS TRABALHADORES</p><p>Ao ser realizada a entrevista com os funcionários, foi constatado que cerca de</p><p>70 % possuem queixas com relação às posturas aplicadas durante a execução de</p><p>suas tarefas. No setor de saches, as atividades são realizadas em sua maioria na</p><p>posição em pé, sendo que nos outros setores há uma alternância entre posições em</p><p>pé e sentadas, o que, segundo Grandjean (1998), é altamente recomendável do ponto</p><p>de vista ortopédico e fisiológico, pois a postura prolongada pode provocar riscos sérios</p><p>de saúde.</p><p>Para a postura sentada, as condições das cadeiras para aplicação das</p><p>atividades são inadequadas para os trabalhadores, pois elas não possuem ajuste para</p><p>altura e nem todas apresentam encosto para o apoio lombar, o que provoca dores e</p><p>desconfortos aos trabalhadores, sendo esse fato constatado em 60 % dos</p><p>entrevistados, que afirmam sentir dores na coluna lombar, dorsal e cervical.</p><p>Certas dores lombares e dorsais foram também causadas pelo excessivo</p><p>carregamento de peso dos recipientes de água usadas na mistura com componentes;</p><p>pois não possuem um carrinho de locomoção com rodas para o transporte dessa</p><p>carga. Cerca de 30 % dos trabalhadores afirmaram que já tiveram de pedir licença por</p><p>causa desse problema.</p><p>Todas elas eram mulheres. Segundo Lida (2000), as mulheres apresentam</p><p>aproximadamente metade da força dos homens para o levantamento de peso. Todos</p><p>42</p><p>os entrevistados relataram que seus desconfortos causados pelas más posturas</p><p>adotadas no local de trabalho são amenizados com o repouso. Nenhum dos</p><p>trabalhadores afirmou praticar a ginástica laboral ou qualquer outro tipo de</p><p>alongamento e aquecimento, que é importante para a preparação dos músculos</p><p>envolvidos nas atividades exercidas.</p><p>6 ANÁLISE DOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DOS TRABALHADORES</p><p>Para a realização da coleta de dados para efetuar essa análise foi necessário</p><p>além de aplicação da entrevista, a utilização de um checklist, para definir as</p><p>características dos esforços de trabalho em cada setor da área produtiva. Os</p><p>empregados não encontram dificuldades em executarem suas atividades, e possuem</p><p>um bom relacionamento no local de trabalho, apesar da pressão da chefia para o</p><p>alcance da meta de produção pela empresa.</p><p>Devido ao grau de pequena complexidade e repetitividade das tarefas, o risco</p><p>de sensação de monotonia é visível entre os trabalhadores. Aproximadamente 80 %</p><p>dos trabalhadores afirmam que suas atividades são completamente monótonas; pois</p><p>apresentam pouca exigência de capacidade intelectual. Nos setores de sache,</p><p>envase, rotulagem, laboratório, e pesagem existem todos os riscos de monotonia, e</p><p>inclusive de fadiga.</p><p>A má postura na realização das atividades traz ao trabalhador uma sensação</p><p>forte de fadiga muscular, principalmente nas regiões das pernas, ombros e</p><p>antebraços. Os entrevistados afirmam que o ambiente com alta temperatura contribui</p><p>para o aumento da irritabilidade, uma sensação de cansaço geral, onde também há,</p><p>em alguns casos, a fadiga psicológica, com a queda da capacidade de concentração.</p><p>Segundo Grandjean (1998), o grau de satisfação com relação a trabalhos repetitivos</p><p>e monótonos é menor do que em tarefas com amplo espaço de atividades.</p><p>O aspecto motivacional dos trabalhadores também foi objeto de estudo para se</p><p>determinar até que limite o trabalho poderia desenvolver comportamento de stress no</p><p>ambiente de trabalho. Todos os trabalhadores afirmaram estarem satisfeitos com o</p><p>seu trabalho, exceto pelo aspecto de condições de temperatura do ambiente. O fato</p><p>de maior preocupação dos trabalhadores (segundo 90 % dos entrevistados) é a</p><p>pressão para manter metas produtivas, que se tornam grandes quando existe uma</p><p>43</p><p>demanda em maior grau. Isso provoca, segundo eles, um stress caracterizado</p><p>principalmente pela fadiga mental, desmotivação e estafa.</p><p>7 ANÁLISE ORGANIZACIONAL</p><p>A empresa se caracteriza por apresentar jornada de trabalho de segunda-feira</p><p>à quinta-feira, nos horários de 07h30min as 17h30min; e na sexta-feira, de 07h30min</p><p>às 16h30min, ambos com pausas entre 12:00h e 13:00h. A política de hora extra é</p><p>adotada pela empresa onde durante certo período do ano os trabalhadores precisam</p><p>passar do expediente normal para cumprir metas produtivas, sendo que essas horas</p><p>acumuladas podem ser acumuladas no processo de banco de horas, onde o</p><p>funcionário, ao acumular seus períodos extras de trabalho, pode pedir licença.</p><p>Segundo Lida (2000), a política de horas extras é um fator prejudicial para a</p><p>saúde do trabalhador, além de trazer um mau aproveitamento produtivo, e o risco</p><p>maior de incidências de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. No entanto,</p><p>grande parte dos funcionários aprova essa política e acredita ser de grande benefício</p><p>pela adoção do sistema de banco de horas.</p><p>De acordo com os dados coletados no questionário existe um equilíbrio entre o</p><p>número de funcionários do sexo masculino e feminino, com cerca de 50 % de cada. A</p><p>faixa etária varia entre 20 e 50 anos, e a altura entre 1,48 m e 1,74 m. Sobre o fator</p><p>de pausas de trabalho, os funcionários entrevistados afirmam fazerem pausas</p><p>regulares, além daquela destinada para a refeição. Segundo Grandjean (1998), as</p><p>pausas regulares são importantes para a manutenção da produtividade, pois provê ao</p><p>organismo um descanso necessário para se reabilitar do excessivo exercício contínuo</p><p>exigido pela atividade realizada no ambiente de trabalho.</p><p>8 CONDIÇÕES AMBIENTAIS</p><p>Em relação aos aspectos da ambiência, verificou-se uma grande interferência</p><p>das condições existentes sobre o desenvolvimento do trabalho. Sabe-se que quando</p><p>os fatores ambientais são desfavoráveis, estes constituem uma grande fonte de tensão</p><p>durante as atividades. Considerando as limitações existentes, foram analisadas</p><p>diversas variáveis ambientais que podem representar focos de risco, causando danos</p><p>44</p><p>ao desempenho e à saúde dos empregados. Dentre estas variáveis, foram destacadas</p><p>as condições de temperatura, iluminação, ruído e vibrações.</p><p>9 TEMPERATURA</p><p>A partir de medições diárias durante os meses de setembro e outubro, através</p><p>de termômetro, foi verificada a temperatura média de 31ºC, apresentando picos de</p><p>até 38ºC. De acordo com Grandjean (1998), nas estações mais quentes a temperatura</p><p>do ar é agradável até 24ºC.</p><p>Para o controle da temperatura, o condicionamento do ar foi realizado na área</p><p>produtiva através da instalação de exaustores sobre o teto e ventiladores nas paredes</p><p>de cada setor produtivo, com a finalidade de amenizar a temperatura do ar no local;</p><p>exceto no laboratório de manipulação de componentes, no qual foi instalado ar-</p><p>condicionado devido à necessidade de cuidados especiais de temperatura para</p><p>armazenagem dos agentes químicos envolvidos na confecção das essências. Cerca</p><p>de 80 % dos entrevistados afirmam encontrarem desconforto na execução de sua</p><p>atividade devido à elevada temperatura, principalmente ocorrida durante o período da</p><p>tarde, mesmo após serem tomadas providencias para aquisição de aparato para</p><p>reduzir esse problema.</p><p>10 RUÍDO</p><p>Além da temperatura, também foram analisados aspectos relativos ao</p><p>ambiente sonoro, por meio de um decibelímetro. Este equipamento foi utilizado para</p><p>medir o nível sonoro (slow) nos diversos setores da área de produção (rotulagem,</p><p>envase, pesagem, mistura e sache). Na análise, foi verificado que os níveis sonoros</p><p>estão dentro da faixa aceitável, não constituindo, portanto, fonte prejudicial ao</p><p>desenvolvimento das atividades. Com exceção do setor de rotulagem, em que os</p><p>ruídos são causados principalmente pela máquina de rotular, todos os demais ruídos</p><p>são causados normalmente por circunstâncias inerentes às operações, tais como</p><p>comunicação entre os empregados ou movimentação dentro dos setores.</p><p>45</p><p>11 ILUMINAÇÃO</p><p>Também foram analisados pontos referentes às condições de iluminação na</p><p>área de produção da empresa, através de um luxímetro. Assim, mediu-se os níveis de</p><p>iluminação em cada setor, de forma a obter dados relacionados à segurança do</p><p>trabalho, à circulação e ao conforto visual. Entre todos os setores da área de produção,</p><p>apenas a unidade de envase está dentro do limite mínimo de iluminação para locais</p><p>de trabalho (200 lux), de acordo com Iida (2000). Isto requer uma reformulação no</p><p>planejamento da iluminação, de forma a contribuir para a produtividade e reduzir, por</p><p>conseguinte, a fadiga e o risco de acidentes.</p><p>12 VIBRAÇÃO</p><p>Na empresa analisada, não se verificou focos de vibração. Isto se deve ao fato</p><p>das atividades realizadas representarem operações de natureza fundamentalmente</p><p>artesanal, em que as máquinas e equipamentos utilizados apresentam características</p><p>de utilização essencialmente manual. Assim, não foi discutida a necessidade de</p><p>aparelhos para analisar a frequência e a intensidade de vibrações na área em estudo,</p><p>já que se trata de uma condição ambiental não explicitada na produção da empresa.</p><p>13 ANÁLISE ERGONÔMICA DA ATIVIDADE</p><p>Corresponde à análise do comportamento humano na realização das tarefas</p><p>no trabalho. Ao realizar determinada tarefa o homem coloca em funcionamento</p><p>mecanismos de adaptação e regulação que permitirão a sua realização. Ao realizar o</p><p>levantamento dos comportamentos do indivíduo no trabalho são consideradas</p><p>principalmente as atividades que podem ser levantadas por métodos aplicáveis na</p><p>situação de trabalho.</p><p>Com o objetivo de verificar as condicionantes que influenciam o</p><p>desenvolvimento do trabalho, efetuou-se o acompanhamento das operações</p><p>realizadas pelos empregados. Assim, buscou-se descrever e analisar as principais</p><p>exigências das tarefas e as condições de sua realização. Logo, foram realizadas</p><p>observações livres e regulares na empresa, além de diálogos com os operadores, em</p><p>que a questão da relação saúde/ trabalho e os aspectos organizacionais foram os</p><p>46</p><p>mais explorados. Durante a execução da tarefa, verificou-se que os trabalhadores</p><p>costumam valer-se de suas características pessoais na realização das operações.</p><p>Normalmente, diferenciam-se quanto à postura adotada (trabalho sentado ou em pé),</p><p>frequência de deslocamentos no setor, frequência de comunicação com os demais</p><p>trabalhadores, etc.</p><p>14 DIAGNÓSTICO ERGONÔMICO</p><p>Essa análise é uma síntese da análise ergonômica do trabalho, onde as</p><p>diversas hipóteses levantadas e os dados coletados são de extrema importância para</p><p>uma formulação eficaz de um diagnóstico ergonômico da situação de trabalho</p><p>analisada. Por fim, quando são levantados todos os dados necessários para a análise</p><p>ergonômica, então é conduzida o diagnóstico ergonômico da situação em questão,</p><p>permitindo a elaboração do caderno de encargos que é o modelo de implantação</p><p>pratica da ergonomia (SANTOS e FIALHO, 1997).</p><p>Dentre as condições ambientais importantes na análise ergonômica</p><p>observadas, foram identificados aspectos que influenciam negativamente na saúde</p><p>ocupacional dos trabalhadores, além de provocarem insatisfações no local de trabalho</p><p>na área</p><p>São Paulo, Plexus, 2001.</p><p>PAULO, A.; HAIDUKE, I. F.; ALMEIDA, I. A. A. Ergonomia e gestão:</p><p>complementaridade para a redução dos afastamentos e do stress, visando</p><p>melhoria da qualidade de vida do trabalhador. Revista Conbrad, v. 1, n. 1, p. 121-</p><p>136, 2016. Disponível em: http://www.</p><p>revistaconbrad.com.br/editorial/index.php/conbrad/article/view/16/19. Acesso em: 5</p><p>dez. 2019</p><p>SAMPAIO, C. P.; SOUZA, J. A macroergonomia na melhoria das condições de</p><p>trabalho com ênfase nos aspectos de liderança: estudo de caso com AMT em</p><p>um restaurante. Projética, v. 3, n. 1, p. 79–95, 2012. Disponível em:</p><p>51</p><p>http://www.uel.br/revistas/uel/index. php/projetica/article/view/12872. Acesso em: 5</p><p>dez. 2019.</p><p>SOARES, L.B.T. Terapia Ocupacional: lógica do capital ou do trabalho? São</p><p>Paulo, Hucitec, 1991.</p><p>WEBER, F. P. Ergonomia e conforto ambiental. Porto Alegre: SAGAH, 2018. 148</p><p>p.</p><p>52</p><p>um resultado indesejável e a possibilidade de sua ocorrência. No entanto,</p><p>vemos o risco como a incerteza de eventos inesperados que ocorrem em sistemas</p><p>industriais. Nesse sentido, são múltiplas as definições do termo “risco” buscando um</p><p>significado mais completo.</p><p>De acordo com Sommerville, 2003, o risco é a probabilidade de que alguma</p><p>circunstância adversa realmente venha a acontecer, e pode afetar tanto o projeto de</p><p>software em desenvolvimento quanto a organização. Muitos outros autores também</p><p>definem riscos não apenas como sendo uma probabilidade, mas também como sendo</p><p>algo que já aconteceu. Normalmente, a gerência de risco não controla esse tipo de</p><p>risco, ou seja, a gerência de risco gerencia apenas os possíveis riscos antes da</p><p>ocorrência do fato possível, sendo assim uma gerência preventiva.</p><p>Sommerville, 2003, ainda defende que os riscos podem ocorrer por diversas</p><p>decorrências, como requisitos mal definidos, dificuldade de estimar prazos e recursos,</p><p>dependência de habilidades individuais, mudanças nos requisitos, entre outros.</p><p>DE CICCO e FANTAZZINI, (1994), atribuem dois significados à palavra risco.</p><p>O primeiro, influenciado pelo trabalho de BASTIAS, (1977), associa o risco a "uma ou</p><p>mais condições de uma variável com o potencial necessário para causar danos, que</p><p>podem ser entendidos como lesões a pessoas, danos a equipamentos e instalações,</p><p>danos ao meio ambiente, perda de material em processo ou redução da capacidade</p><p>de produção". Desta forma, a um risco sempre estará associada uma possibilidade de</p><p>ocorrência de efeitos adversos. No segundo significado atribuído à palavra, risco</p><p>"expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período específico de</p><p>tempo ou número de ciclos operacionais", e pode ser relacionado à probabilidade de</p><p>ocorrência de um acidente multiplicado pelo dano decorrente deste acidente, em</p><p>unidades operacionais, monetárias ou humanas.</p><p>7</p><p>A identificação dos riscos permite aos gestores estimar o custo de evitar ou</p><p>reduzir riscos, ou seja, reduzir a possibilidade de problemas. Depois de entender o</p><p>custo, pode-se escolher se deseja tomar medidas preventivas. Às vezes, esperar que</p><p>o risco ocorra é mais vantajoso do que tentar mitigar o risco para aumentar o custo do</p><p>projeto, por exemplo, quando a identificação dos riscos que requerem recursos</p><p>significativos para mitigar o risco.</p><p>Nesse ponto, duas tendências óbvias podem ser observadas na definição de</p><p>risco, uma está abordando o risco de forma objetiva e a outra está abordando o risco</p><p>de forma subjetiva. Do ponto de vista objetivo, o risco representa a possibilidade de</p><p>eventos adversos, que podem ser facilmente quantificados por meio de métodos</p><p>estatísticos. Do ponto de vista subjetivo, o risco está relacionado à possibilidade de</p><p>acidentes e depende de uma avaliação separada da situação, não podendo ser</p><p>quantificado.</p><p>2.1 Categorias de riscos</p><p>Jorion (2000), acredita que três tipos de riscos podem ser identificados, e esses</p><p>riscos estão relacionados e trazem condições negativas para a organização:</p><p>a) Risco de mercado ou sistemático, que é um risco a que todas as</p><p>empresas em um mesmo ambiente acabam por sofrer, decorrente de</p><p>aspectos conjunturais, políticos, de recessões, guerras, aumentos gerais</p><p>de commodities etc.;</p><p>b) Risco não sistemático, que afeta especificamente cada empresa, e que</p><p>pode ser diversificável em uma carteira de investimentos;</p><p>c) Risco operacional, que decorre da opção por uma determinada estrutura</p><p>de ativos, que, por sua vez, conduz a uma estrutura de custos</p><p>(proporção de custos fixos e custos variáveis). Os riscos operacionais</p><p>referem-se às perdas potenciais resultantes de sistemas inadequados,</p><p>má administração, controles defeituosos ou falha humana, a qual inclui</p><p>o risco de execução, correspondente a situações em que as operações</p><p>não são executadas, resultantes, às vezes, em atrasos onerosos ou em</p><p>penalidades.</p><p>8</p><p>2.2 Riscos internos e externos</p><p>O risco externo é caracterizado por mudanças no ambiente político,</p><p>macroeconômico, social e natural em que a organização atua. Embora não possa</p><p>manter um controle estrito sobre esses fatores, é preciso estar atento às variações no</p><p>ambiente onde a empresa atua. Miranda e Ramos (2010) separam os riscos externos</p><p>em dois níveis, sendo eles: Risco macro ambiente e risco de ambiente setorial. Sendo</p><p>que no primeiro encontra-se mais distante, tornando assim difícil de identificar em qual</p><p>magnitude irá atingir a empresa. Enquanto o segundo nível encontra-se mais próximo</p><p>à organização merecendo um cuidado mais especial na análise de sua estratégia.</p><p>De acordo com a AMJ (2016) os riscos internos estão associados à própria</p><p>estrutura da organização, variando entre o processo de governança, quadro pessoal,</p><p>orçamento e ambiente tecnológico. Brasiliano (2009) elenca alguns fatores como o</p><p>risco da edificação e todas as áreas físicas da empresa nas quais se faz necessário</p><p>um diagnóstico mais detalhado. Também é preciso entender a cultura dos</p><p>colaboradores, levando em consideração as mudanças ocorridas nos colaboradores</p><p>e seu verdadeiro compromisso com a organização.</p><p>3 GESTÃO DE RISCOS</p><p>Brasiliano (2009) afirma que os riscos surgem por meio de um processo ou um</p><p>conjunto de processos. Desta forma, é imprescindível estar atento a todos os fatores</p><p>que impulsionam o não cumprimento dos objetivos traçados. De acordo com COSO</p><p>(2007) este afirma que inicialmente a administração considera uma faixa de eventos</p><p>em potencial, originados de fontes internas e externas, sem levar em conta se o</p><p>impacto será favorável ou desfavorável. Desta forma, a avaliação também estabelece</p><p>as oportunidades a serem aproveitadas.</p><p>Para uma boa gestão e controle de riscos, é importante quantificar e</p><p>caracterizar os riscos. Desta forma, pode-se eliminar ou reduzir possíveis perdas</p><p>financeiras e maximizar o uso de oportunidades de lucro positivo e criar valor para</p><p>indivíduos e organizações. O foco da gestão do risco é manter um processo</p><p>sustentável de criação de valor para os acionistas, devido ao fato de qualquer negócio</p><p>9</p><p>estar sempre exposto a um conjunto de riscos (PADOVEZE e BERTOLUCCI, 2008,</p><p>p. 194).</p><p>O risco é onipresente em qualquer atividade profissional, como finanças, por</p><p>exemplo, quanto maior o grau de risco aceito, maior a expectativa em relação ao</p><p>retorno do risco. Ou seja, como nenhuma empresa tem risco zero, a melhor forma é</p><p>utilizar para gerenciá-los todos os componentes que requeiram uma gestão de riscos</p><p>qualificada e que auxiliem na tomada de decisão da empresa.</p><p>Para Lee (2012) o nível de incerteza e a velocidade das mudanças no ambiente</p><p>que rodeiam as organizações vêm aumentando, e, como consequência, a análise de</p><p>cenários torna-se um estágio crítico dentro da gestão de risco. Por meio dessa</p><p>afirmação, o autor apontou claramente que para gerenciar o risco é necessário estar</p><p>atento a todos os ambientes em que a organização está inserida, o que é necessário</p><p>compreender todas as variantes dos cenários que enfrenta.</p><p>Damodaran (2009, p. 27) afirma que, as empresas que se mantém</p><p>constantemente na defensiva diante do risco não são capazes de avaliar o cenário em</p><p>que estão e ali encontrar os riscos que são capazes de assumir. O fascínio pelo risco</p><p>é que este fornece benefícios potenciais e, por meio de maior exposição, pode-se</p><p>buscar estratégias mais ousadas e, assim, buscar retornos mais elevados.</p><p>A exposição ao risco é um dos maiores desafios à sobrevivência das</p><p>organizações. Se a adoção de estratégias corretas é o que define o futuro de uma</p><p>organização, gerenciar adequadamente os riscos a que ela se expõe significa</p><p>possibilitar o seu futuro. (BERNSTEIN, 1997, p. 1). O gestor da organização deve</p><p>estar ciente que assumir riscos pode diferenciar as empresas líderes de mercado, mas</p><p>também pode levar a falhas fatais. Por isso é necessário ter uma gestão respeitada</p><p>para auxiliar</p><p>na tomada de decisões, o objetivo é detalhar os diversos riscos que a</p><p>empresa pode enfrentar na implementação de sua estratégia.</p><p>Segundo Kumamoto e Henley (1996), a gestão do risco consiste em quatro</p><p>fases, a prevenção de falhas, prevenção da propagação, a mitigação de</p><p>consequências no local e finalmente a mitigação de consequências externamente. A</p><p>primeira e a segunda são utilizadas para prevenção de acidentes e a terceira e quarta,</p><p>usadas para gerenciamento de acidentes. Outra questão a se considerar no estágio</p><p>10</p><p>Identificação</p><p>dos riscos</p><p>de gerenciamento de risco é a atitude em relação ao risco, porque algumas pessoas</p><p>não assumem os riscos, são neutras ou sentem atração.</p><p>Fonte: Adaptado de Cardella (1999)</p><p>O desenvolvimento do gerenciamento de riscos permite o monitoramento e</p><p>rastreamento durante a fase operacional do trabalho. O processo é “composto pelas</p><p>funções de identificação dos perigos, avaliação dos riscos, comparação com o risco</p><p>tolerado e o tratamento dos riscos” (Cardella, 1999).</p><p>Lee (2012), afirma que um ponto importante quando tratamos de estratégia, é</p><p>destacar que qualquer tomada de decisão exige um nível de risco, impossibilitando a</p><p>existência de um negócio com risco zero. Como o risco é um fator onipresente, a</p><p>afirmação "Não quero correr nenhum risco" que os investidores ainda usam encerra-</p><p>se neste momento, a melhor maneira é enfrentar suas próprias escolhas é distinguir</p><p>efetivamente a organização de outros concorrentes.</p><p>Como o risco é um fator onipresente, a afirmação "Não quero correr nenhum</p><p>risco" que os investidores ainda usam encerra-se neste momento, a melhor maneira</p><p>é enfrentar suas próprias escolhas é distinguir efetivamente a organização de outros</p><p>concorrentes.</p><p>A estratégia que o gestor pretende adotar deve ser consistente com a vontade</p><p>da empresa de ganhar mercado em relação ao risco traçado pela organização. No</p><p>entanto, para gerenciar riscos com sucesso, as etapas dos componentes existentes</p><p>de gerenciamento de riscos devem ser seguidas de forma coerente entre os setores</p><p>da organização. Desta forma, de acordo com, Coso, 2007, os processos envolvendo</p><p>a empresa devem estar alinhados respeitando seus oito componentes:</p><p>Avaliação</p><p>de riscos</p><p>Comparação</p><p>com risco</p><p>tolerado</p><p>Tratamento</p><p>de riscos</p><p>11</p><p> Ambiente Interno: Compreendendo o tom da organização e fornecendo,</p><p>assim, a base pela qual o risco é identificado;</p><p> Fixação de Objetivos: Os objetivos devem existir antes que a</p><p>organização possa identificar as ameaças com potencial para afetar sua</p><p>realização;</p><p> Identificação de Eventos: Os eventos internos e externos que</p><p>influenciam no cumprimento dos objetivos devem ser identificados e</p><p>classificados em oportunidade ou ameaça;</p><p> Avaliação de Risco: O impacto e probabilidade servem de análise para</p><p>determinar de qual modo eles deverão ser administrados;</p><p> Resposta ao Risco: A administração escolhe qual resposta se deve dar</p><p>ao risco, evitando, aceitando, reduzindo entre outras medidas a serem</p><p>tomadas;</p><p> Atividades de Controle: políticas e procedimentos são estabelecidos</p><p>com intuito de assegurar a resposta ao risco;</p><p> Informação e Comunicação: As informações relevantes devem ser</p><p>identificadas e comunicadas em um prazo que permita com que sejam</p><p>cumpridas suas responsabilidades;</p><p> Monitoramento: A integridade da gestão de risco é monitorada sendo</p><p>feito as modificações necessárias, este monitoramento é realizado por</p><p>meio de atividades gerenciais contínuas ou avaliações independentes</p><p>dentro da organização.</p><p>De acordo com Purdy (2010), risco não pode ser considerado um efeito</p><p>negativo que deve ser evitado; risco é simplesmente um fato que quando identificado</p><p>e avaliado com sucesso pode ser mudado para o alcance dos resultados esperados.</p><p>A correta identificação dos riscos, avaliação das causas e consequências e a</p><p>mudança para atingir os objetivos do projeto significa gerenciar os riscos (ABNT,</p><p>2009).</p><p>3.1 Posicionamento e resposta ao risco</p><p>Após a identificação e detalhamento dos riscos o gestor deverá detalhar o</p><p>posicionamento e a resposta em relação ao procedimento empresarial tomado como</p><p>12</p><p>referência na atuação sobre o risco. Padoveze e Bertolucci (2009) apresentam da</p><p>seguinte forma as categorias de resposta ao risco:</p><p> Evitar: toma-se ação para eliminar as atividades que permitem a aparição do</p><p>risco. Pode envolver a desistência de uma linha de produtos, da expansão para</p><p>um novo mercado, ou a venda de uma divisão;</p><p> Reduzir: toma-se ação para reduzir probabilidade e ocorrência ou impacto do</p><p>risco, ou ambos. Tipicamente este processo atinge centenas de decisões no</p><p>dia-a-dia dos negócios.</p><p> Compartilhar: toma-se ação para reduzir a probabilidade de ocorrência ou</p><p>impacto dos riscos, por meio de transferência ou compartilhamento de uma</p><p>parte do risco. Por exemplo, adquire-se seguro de um determinado</p><p>equipamento, de modo que, o risco de manutenção do equipamento é</p><p>compartilhado com a seguradora.</p><p> Aceitar: neste aspecto a organização não toma nenhuma medida para encarar</p><p>a probabilidade e o grau de risco estipulado.</p><p>IBGC (2007) enfatiza que a alta administração deve determinar as posições</p><p>relacionadas ao risco, são elas:</p><p> Reter o risco: manter o risco ao nível atual de impacto ou probabilidade. Por</p><p>exemplo, a diretoria da empresa decide não investir em melhorias na área de</p><p>informática, desta forma, a empresa assume que as perdas e erros de</p><p>informações internas para o processo de decisão de risco são toleráveis.</p><p> Explorar o risco: consiste em aumentar o grau de exposição ao risco na medida</p><p>em que isto possibilita vantagens competitivas.</p><p>Uma vez avaliados os diferentes efeitos do posicionamento e da resposta ao</p><p>risco, o gestor deverá comunicar à administração e aos funcionários da empresa.</p><p>Enfatizando o grau e a resposta que a empresa deverá tomar em relação a situação.</p><p>3.2 Avaliação e identificação do risco organizacional</p><p>A determinação dos riscos da empresa envolve sempre a análise dos</p><p>ambientes interno e externo, bem como a consideração das variáveis e entidades que</p><p>afetam os sistemas da empresa, de contrapartida a etapa de avaliação envolve a</p><p>13</p><p>comparação do nível de risco encontrado durante o processo avaliatório da análise do</p><p>limite de exposição ao risco. Desta forma este devem ser avaliados de acordo com</p><p>suas características inerentes e residuais, que são as seguintes:</p><p> Risco inerente é o risco a que uma organização está exposta sem</p><p>considerar quaisquer ações gerenciais que possam reduzir a</p><p>probabilidade de sua ocorrência ou o seu impacto (art. 2.º, XIV, IN</p><p>Conjunta MP/CGU n. º 01/2016).</p><p> Risco residual é o risco a que uma organização está exposta após a</p><p>implementação de ações gerenciais para o tratamento do risco (art. 2.º,</p><p>XV, IN Conjunta MP/CGU n. º 01/2016).</p><p>A Identificação dos riscos é o processo de busca, reconhecimento e descrição</p><p>de riscos, mediante a identificação das fontes, eventos, causas e consequências</p><p>potenciais. Deve-se construir uma lista abrangente de eventos que podem evitar,</p><p>atrasar, prejudicar ou impedir o cumprimento dos objetivos do processo de negócio</p><p>(CGU, 2018). Padoveze e Bertolucci (2008) apontam que procedimentos para</p><p>identificar e analisar riscos, podem ser:</p><p> Brainstorming (técnica de discussão em grupo que se vale da</p><p>contribuição espontânea de ideias por parte de todos os participantes,</p><p>no intuito de resolver algum problema ou de conceber um trabalho</p><p>criativo.);</p><p> Questionários;</p><p> Mapeamento dos processos, que envolve identificação e mapeamento</p><p>da cadeia de processos e valor dos principais negócios da empresa, e a</p><p>identificação das dependências dos fatores externos (órgãos</p><p>reguladores, legislação, clientes, fornecedores de serviços etc.) e dos</p><p>recursos internos (como pessoal, tecnologia, ativos físicos etc.) que</p><p>interferem nos</p><p>processos;</p><p> Comparações com outras organizações;</p><p> Discussão com coligadas.</p><p>Existem várias técnicas que podem ser utilizadas para identificar eventos de</p><p>risco. Entre os mais utilizados estão os diagramas de causa e efeito, bow-tie,</p><p>14</p><p>brainstorming, workshop (seminários), checklist (listas de verificação), relatórios de</p><p>auditoria e análise de fluxogramas.</p><p> Diagrama de causa e efeito</p><p>O diagrama de Ishikawa, também chamado de diagrama de causa e efeito ou</p><p>diagrama em espinha de peixe, é um diagrama cujo propósito é organizar o raciocínio</p><p>ao discutir questões prioritárias em diferentes processos, especialmente na produção</p><p>industrial. O objetivo do diagrama de causa e efeito é descobrir os fatores que causam</p><p>situações inesperadas na organização. Por ser uma representação visual, pode ajudar</p><p>a equipe a encontrar a causa raiz da redução da produtividade organizacional.</p><p> Método bow-tie</p><p>Fonte:youtube</p><p>A análise bow-tie (gravata borboleta) é uma maneira esquemática e simples de</p><p>descrever e analisar o caminho do risco, desde suas causas até suas consequências.</p><p>O foco do BowTie está nas barreiras entre causa e risco e entre risco e consequência.</p><p>A singularidade do método BowTie é que ele pode analisar e avaliar riscos</p><p>complexos por meio de métodos de visualização e gerenciamento simples e convertê-</p><p>los em alternativas gráficas aos métodos tradicionais de análise de risco. Dentre eles,</p><p>o evento a ser estudado está localizado no centro do gráfico, a causa à esquerda e</p><p>15</p><p>seu impacto à direita, para que seja visualizada a relação entre os elementos do</p><p>sistema de modelagem.</p><p> Workshop</p><p>Workshop é executado pela Área de Auditoria e Controles Internos e faz parte</p><p>de um plano de ação para promover a internalização da cultura de risco. O treinamento</p><p>é inicialmente voltado para líderes, mas aos poucos irá abranger todos os</p><p>colaboradores da organização.</p><p> Brainstorming</p><p>Brainstorming é uma técnica usada para propor soluções para problemas</p><p>específicos. Consiste também em sessões, nas quais os participantes devem ser</p><p>livres para fazer suas próprias sugestões e discutir as contribuições dos colegas.</p><p> Checklist</p><p>O checklist da avaliação de risco consiste nas medidas de controle</p><p>implementadas, é uma forma de avaliar os riscos ocupacionais e implementar</p><p>medidas. A lista de verificação passa na avaliação qualitativa e quantitativa do ruído</p><p>ocupacional, radiação, agentes químicos, poeira mineral.</p><p> Relatórios de auditoria</p><p>As auditorias de gestão de riscos representam um novo paradigma para o</p><p>controle do desempenho organizacional, onde o foco passa a ser o risco de não</p><p>cumprir a missão da organização.</p><p>De acordo com as Normas de Auditoria do TCU, auditoria é:</p><p>O processo sistemático, documentado e independente de se avaliar</p><p>objetivamente uma situação ou condição para determinar a extensão na qual</p><p>critérios são atendidos, obter evidências quanto a esse atendimento e relatar</p><p>os resultados dessa avaliação a um destinatário predeterminado (TCU,</p><p>2011a, p.13).</p><p>Desta forma o TCU (2011b) define as principais atividades propostas nas fases</p><p>da auditoria, que são elas:</p><p> Planejamento - atividades básicas: obtenção da visão geral do objeto de</p><p>auditoria; identificação e avaliação de objetivos, riscos e controles;</p><p>16</p><p>elaboração do programa ou projeto de auditoria; elaboração preliminar</p><p>de papéis de trabalho;</p><p> Execução: o programa ou projeto de auditoria é executado mediante a</p><p>aplicação dos procedimentos e técnicas estabelecidos na fase de</p><p>planejamento. O auditor realiza testes, coleta evidências, desenvolve os</p><p>achados ou constatações e documenta o trabalho realizado, observando</p><p>as normas, o método ou os padrões de auditoria;</p><p> Relatório - atividades: elaboração, revisão e distribuição do relatório</p><p>(TCU, 2011b, p.49).</p><p> Análise de fluxogramas</p><p>Fonte: consultoriaengenharia.com.br</p><p>A análise e gestão de riscos inclui uma série de medidas que devem ser</p><p>tomadas para prevenir ou mesmo eliminar esses riscos. Essa gestão nada mais é do</p><p>que uma série de processos específicos e definidos para realizar todas as operações</p><p>de forma que certos riscos não ocorram. Além de ajudar a visualizar e entender as</p><p>atividades diárias, o fluxograma também auxilia na organização dos processos. Além</p><p>disso, é possível determinar quais dessas etapas produziram bons resultados e quais</p><p>precisam de melhorias.</p><p>3.3 Tratamento na gestão de riscos</p><p>17</p><p>O tratamento de risco é uma etapa do processo de gerenciamento de risco após</p><p>a avaliação de risco, todos estes precisam ser identificados e os riscos inaceitáveis</p><p>devem ser selecionados. A principal tarefa da etapa de tratamento de risco é</p><p>selecionar uma ou mais opções para resolver cada risco inaceitável e decidir como</p><p>mitigar todos eles. São formas de tratamento: evitar o risco, eliminar o risco, reduzir o</p><p>risco, aceitar o risco, compartilhar o risco, aumentar o risco.</p><p>São aspectos gerais que devem ser considerados no tratamento do risco,</p><p>conforme a ISO/IEC (2007):</p><p>A. As opções devem ser selecionadas baseadas em três aspectos: (i) nos</p><p>resultados da apreciação do risco; (ii) no custo esperado para implementar as</p><p>opções; e (iii) nos benefícios esperados com as opções;</p><p>B. Quando largas reduções de risco podem ser obtidas com poucas despesas,</p><p>essas opções devem ser implementadas. Outras opções de tratamento</p><p>dependem de julgamento melhor exercitado;</p><p>C. As consequências adversas de riscos devem ser reduzidas a níveis mínimos,</p><p>até quando isso for prático;</p><p>D. Os riscos raros e severos devem ser cuidadosamente considerados pelos</p><p>gestores. Nesses casos, podem ser necessários controles custosos, que não</p><p>são economicamente justificados (ex: relativos à continuidade de negócios);</p><p>E. As opções para tratamento não são mutuamente exclusivas. Uma combinação</p><p>de opções pode ser praticável; f. alguns tratamentos reduzem mais de um risco</p><p>(ex: treinamentos).</p><p>A decisão que o gestor tomou na avaliação de risco, no tratamento, sem dúvida,</p><p>se torna a hora de agir. Este processo utilizado para modificar os riscos, considera</p><p>probabilidades, consequências, que são ligados com estratégias.</p><p>18</p><p>4 CLASSE DE RISCOS</p><p>Não há um tipo de classificação de riscos que seja consensual, exaustivo e</p><p>aplicável a todas as organizações; a classificação deve ser desenvolvida de acordo</p><p>com as características de cada organização, contemplando as particularidades da sua</p><p>indústria, mercado e setor de atuação. (BRASILIANO, 2012, p. 59).</p><p>4.1 Risco estratégico</p><p>Risco estratégico é o risco que afeta a estratégia empresariais ou objetivos</p><p>estratégicos da organização. Esses riscos podem ser caracterizados como incertezas</p><p>ou oportunidades sendo para a alta gestão uma de suas principais preocupações no</p><p>âmbito de mercado.</p><p>Na visão de Marshall (2002, p. 436), o risco estratégico consiste no “risco de</p><p>implementar uma estratégia malsucedida ou ineficaz que fracasse em alcançar os</p><p>retornos pretendidos”. Além disso, Marshall (2002, p. 20) afirma que “a gestão do risco</p><p>estratégico é inerentemente mais aberta e se baseia nas ferramentas e estruturas</p><p>utilizadas por planejadores estratégicos”.</p><p>4.2 Risco operacional</p><p>O risco operacional pode ser definido como o risco de perda devido a</p><p>processos internos falhos, pessoas e sistemas insuficientes ou defeituosos, ou</p><p>eventos do ambiente externos.</p><p>De acordo, Crouhy, Galai e Mark, o risco operacional “se refere às perdas</p><p>potenciais resultantes de sistemas inadequados, falhas de gestão, controles viciosos,</p><p>fraude e erro humano” (CROUHY, GALAI e MARK, 2008, p. 26).</p><p>4.3 Risco de Governança Corporativa</p><p>Quando qualquer um dos pilares da organização tem um problema, isso</p><p>significa que a governança corporativa está sobe ameaça. Imagine que falta alguma</p><p>informação importante no momento da prestação de contas, divulgação de</p><p>informações incoerentes em torno do desempenho</p><p>econômico-financeiro da empresa.</p><p>19</p><p>Essas situações citadas acima podem ser caracterizadas como risco de governança</p><p>corporativa, onde a organização está sujeita a perda de mercado e possível falência.</p><p>“Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas,</p><p>monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários,</p><p>Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle” (IBGC, 2009, p. 19).</p><p>Portanto, é correto afirmar as melhores práticas de governança “convertem princípios</p><p>em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e</p><p>otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para</p><p>sua longevidade” (IBGC, 2009, p. 19).</p><p>4.4 Risco de Mercado</p><p>O risco de mercado é definido como a possibilidade de resultados negativos</p><p>devido a alterações nos preços ou parâmetros de mercado. São os preços das ações,</p><p>curva de taxas de juros, taxa de câmbio, volatilidade e correlação. O risco de mercado</p><p>reflete a maior parte do investimento, e para os investidores, é o mais perceptível.</p><p>De acordo com Assi (2012, p. 44) o risco de mercado é “uma medida numérica</p><p>da incerteza relacionada aos retornos esperados de um investimento, em decorrência</p><p>de variações em fatores como taxa de juros, taxa de câmbio, preços de ações e</p><p>commodities”.</p><p>Gastineau e Kritzman (1999, p. 259) define o risco de mercado da seguinte</p><p>forma:</p><p>“Exposição a uma variação desfavorável de custos ou retornos, resultante</p><p>de mudança nos preços ou taxas de mercado”.</p><p>4.5 Risco de Imagem</p><p>Considera-se risco de imagem a possibilidade de uma empresa sofrer perdas</p><p>financeiras devido a algumas práticas internas, eventos de risco e fatores externos</p><p>que impactam negativamente a imagem no mercado.</p><p>O risco da imagem indica a possibilidade de perda financeira devido ao declínio</p><p>da reputação de uma organização nas agências reguladoras ou no mercado. O risco</p><p>de imagem se relaciona com as “perdas decorrentes do impacto negativo na marca</p><p>20</p><p>da organização, por falha de controle interno, de procedimentos, de atendimento e de</p><p>qualidade” (ASSI, 2012, p. 42).</p><p>4.6 Risco de Estratégia de Mercado</p><p>A estratégia de mercado possui relação com o mercado competitivo em que a</p><p>organização atua, possuindo a responsabilidade de entender o ambiente e apontar a</p><p>melhor linha de atuação nas diversas situações organizacionais. Segundo o Manual</p><p>de Supervisão do Banco Central do Brasil (2009, p. 37), o risco de estratégia de</p><p>mercado possui relação com, “auferir perdas de receitas ou deterioração do capital,</p><p>decorrentes de decisões empresariais adversas, implantação inadequada de decisões</p><p>ou falta de reação a mudanças no ambiente empresarial”.</p><p>De acordo com Crouhy, Galai e Mark, os riscos de estratégia de mercado ou</p><p>de modelo de negócios referem-se “aos clássicos riscos do mundo dos negócios, tais</p><p>como incerteza sobre a demanda por produtos, o preço que pode ser cobrado por</p><p>esses produtos ou o custo de produzir e fornecer produtos” (CROUHY, GALAI e</p><p>MARK, 2008, p. 27).</p><p>4.7 Risco de Crédito</p><p>Refere-se à perda causada pelo mutuário ou falha da contraparte em cumprir</p><p>suas respectivas obrigações financeiras de acordo com os termos acordados, a</p><p>desvalorização do contrato de crédito devido à deterioração da categoria de risco do</p><p>mutuário e a redução da receita.</p><p>De modo geral, o risco de crédito deveria ser definido como perdas potenciais</p><p>em valores marcados a mercado, que seriam incorridos caso houvesse um evento de</p><p>crédito. Esse evento ocorre quando há mudança na capacidade da contraparte de</p><p>honrar suas obrigações (JORION, 2003, p. 15).</p><p>4.8 Risco financeiro</p><p>Qualquer risco relacionado ao financiamento, especialmente nas operações de</p><p>empréstimos financeiros onde existe o risco de inadimplência. Também representa</p><p>perdas financeiras potenciais e incerteza do negócio.</p><p>21</p><p>Cada organização enfrenta certos tipos de riscos financeiros. Estes estão</p><p>relacionados às operações financeiras da organização e, além das questões de</p><p>gestão do fluxo de caixa, envolvem retornos e negociações de investimentos abaixo</p><p>do esperado.</p><p>4.9 Risco de Evento Externo</p><p>São riscos causados por fatores fora do escopo da organização, como</p><p>mudanças inesperadas nas condições de tráfego nas proximidades, mudanças nas</p><p>propriedades meteorológicas e outras possibilidades que podem afetar o andamento</p><p>do planejamento.</p><p>Entre os maiores riscos de eventos externos, está o risco de desastres. Assi,</p><p>2012, ainda diz que o risco de evento externo inclui, “perdas por desastres naturais,</p><p>que possam dificultar as operações diárias, ou destruição por desastres como</p><p>incêndios, colisões, explosões, terremotos, tsunamis, furacões etc.” (ASSI, 2012, p.</p><p>42).</p><p>4.10 Risco de Liquidez</p><p>Definida pela possibilidade de perda de capital e pela impossibilidade de</p><p>liquidar um ativo em um prazo razoável sem perda de valor. A razão para esse risco</p><p>é que é difícil encontrar compradores potenciais de ativos em tempo hábil sem dar</p><p>grandes abatimentos no valor.</p><p>Jorion (1998, p. 15), define que “podem ser divididos em risco de liquidez de</p><p>mercado/produto e risco de liquidez de fluxo de caixa/obtenção de recursos”.</p><p>5 NORMAS REGULAMENTADORAS – SEGURANÇA E SAÚDE DO</p><p>TRABALHO</p><p>As normas regulamentares relativas à segurança e medicina do trabalho – NR,</p><p>são aplicadas por empresas privadas e abertas, órgãos públicos dos departamentos</p><p>da administração direta e indireta, e autoridades legislativas e judiciais, cujos</p><p>empregados estão vinculados a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.</p><p>22</p><p>O não cumprimento das leis e regulamentos relevantes sobre segurança e</p><p>medicina ocupacional resultará na adoção de penalidades pelos empregadores</p><p>prescritas pelas leis pertinentes. É errado que os funcionários se recusem</p><p>injustificadamente a desempenhar suas funções com segurança no trabalho. Os</p><p>padrões regulatórios atuais são os seguintes:</p><p>As Normas Regulamentadoras vigentes estão listadas abaixo:</p><p> NR 01 - Disposições Gerais</p><p> NR 02 - Inspeção Prévia</p><p> NR 03 - Embargo ou Interdição</p><p> NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina</p><p>do Trabalho</p><p> NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes</p><p> NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI</p><p> NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional</p><p> NR 08 - Edificações</p><p> NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais</p><p> NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade</p><p> NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de</p><p>Materiais</p><p> NR 12 - Máquinas e Equipamentos</p><p> NR 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tabulações e Tanques Metálicos</p><p>de Armazenamento</p><p> NR 14 - Fornos</p><p> NR 15 - Atividades e Operações Insalubres</p><p> NR 16 - Atividades e Operações Perigosas</p><p> NR 17 - Ergonomia</p><p> NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da</p><p>Construção</p><p> NR 19 - Explosivos</p><p> NR 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e</p><p>Combustíveis</p><p> NR 21 - Trabalhos a Céu Aberto</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr1.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr2.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr3.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr4.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr5.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/cipa.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr6.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr8.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr9.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr10.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr11.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr12.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr13.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr14.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr15.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr16.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr18.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr19.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr20.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr21.htm</p><p>23</p><p> NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração</p><p> NR 23 - Proteção Contra Incêndios</p><p> NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho</p><p> NR 25 - Resíduos Industriais</p><p> NR 26 - Sinalização de Segurança</p><p> NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no</p><p>MTB (Revogada pela Portaria GM n.º 262/2008)</p><p> NR 28 - Fiscalização e Penalidades</p><p> NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário</p><p> NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário.</p><p> NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária</p><p>Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura</p><p> NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de</p><p>Saúde</p><p> NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados</p><p> NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da</p><p>Construção, Reparação e Desmonte Naval</p><p> NR 35 - Trabalho em Altura</p><p> NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e</p><p>Processamento de Carnes e Derivados</p><p> NR 37 - Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo</p><p> NRR 1 - Disposições Gerais (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)</p><p> NRR 2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho</p><p>Rural (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)</p><p> NRR 3 - Comissão Interna De Prevenção De Acidentes Do Trabalho</p><p>Rural (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)</p><p> NRR 4 - Equipamento De Proteção Individual - EPI(Revogada</p><p>pela Portaria MTE 191/2008)</p><p> NRR 5 - Produtos Químicos (Revogada pela Portaria MTE 191/2008).</p><p>Observação: vale a pena uma leitura completa da portaria nº 3.214, de 08 de junho de</p><p>1978 dou de 06/07/78, referente as normas regulamentadoras - segurança e saúde</p><p>do trabalho.</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr22.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr23.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr24.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr25.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr26.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr27.htm</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portariamte262_2008.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr28.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr29.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr30.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr31.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr32.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr33.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr34.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr35.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr36.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/NR-37.pdf</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nrr1.htm</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portariamte191_2008.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nrr2.htm</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portariamte191_2008.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nrr3.htm</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portariamte191_2008.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nrr4.htm</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portariamte191_2008.htm</p><p>http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nrr5.htm</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portariamte191_2008.htm</p><p>24</p><p>1.1 Conceitos, métodos e técnicas utilizados em ergonomia</p><p>O conceito mais atual da ergonomia envolve a adaptação da máquina ao</p><p>homem, em um sistema de interação entre as partes. Contudo, essa preocupação vai</p><p>além da eficácia produtiva, uma vez que abrange todo o processo, desde o projeto do</p><p>produto até a verificação de formas de trabalho existentes, não considerando a</p><p>produção máxima que o trabalhador pode executar sem compreender as</p><p>consequências do impacto disso em sua saúde (WEBER, 2018).</p><p>A ergonomia engloba técnicas e métodos científicos na análise do trabalho</p><p>humano, podendo ser classificada de três formas quanto a sua contribuição (WEBER,</p><p>2018):</p><p> Ergonomia de concepção: quando ocorre na fase de projeto de</p><p>produtos, da máquina ou do ambiente.</p><p> Ergonomia de correção: aplicada em situações reais existentes, como</p><p>problemas de fadiga e doenças ocupacionais.</p><p> Ergonomia de conscientização: ocorre quando os problemas não são</p><p>resolvidos nas fases de concepção e correção, tornando-se necessário conscientizar</p><p>o operador a trabalhar de forma segura e fornecer treinamentos para a execução das</p><p>atividades.</p><p>Quanto aos seus domínios de especialização, a ergonomia divide-se</p><p>conforme a ocasião em que e efetuada (SOUZA et al.,2019):</p><p> Ergonomia física: relacionada a anatomia humana, antropometria,</p><p>fisiologia e biomecânica.</p><p> Ergonomia cognitiva: relacionada aos processos mentais, como</p><p>percepção, memoria e raciocínio.</p><p> Ergonomia organizacional: relacionada as otimizações de sistemas</p><p>sócio técnicos</p><p>25</p><p>A importância dessas formas de ergonomia consiste em suas aplicações,</p><p>conforme o seu objetivo nos diferentes ambientes laborais. A análise ergonômica do</p><p>trabalho (AET), desenvolvida por franceses, e um exemplo de ergonomia de correção,</p><p>pois visa a aplicar os conhecimentos da ergonomia para analisar, diagnosticar e</p><p>corrigir uma situação real do trabalho (IIDA, 2005).</p><p>A elaboração de uma AET e um passo importante para se alcançar essa</p><p>adaptação da máquina ao homem, pois ela funciona como um mecanismo de auxílio</p><p>para a compreensão dos problemas existentes no processo produtivo (CORREA;</p><p>BOLETTI, 2015).</p><p>Por meio do conhecimento prévio da demanda, da tarefa ou da atividade, e</p><p>possível aumentar a qualidade de vida do trabalhador em seus aspectos físicos,</p><p>sensoriais, cognitivos, sociais e organizacionais (WEBER, 2018).</p><p>O fisioterapeuta do trabalho e um dos profissionais habilitados para a</p><p>elaboração da AET, pois tem conhecimento técnico-cientifico sobre a anatomia</p><p>fisiologia humana e a biomecânica corporal, itens importantes na avaliação e em todo</p><p>o processo que resulta na AET (CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E</p><p>TERAPIA OCUPACIONAL [Coffito], 2016).</p><p>Outros profissionais com conhecimento em anatomia, fisiologia, biomecânica</p><p>corporal, organização do trabalho e com curso de pós-graduação lato sensu de, no</p><p>mínimo, 360 horas em ergonomia em instituição pública ou privada credenciada pelo</p><p>Ministério da Educação também podem elaborar e assinar uma AET (BRASIL, 2016).</p><p>A Norma Regulamentadora de Ergonomia 17 (NR 17), publicada pelo</p><p>Ministério do Trabalho e Emprego (atual Secretaria de Trabalho), estabelece os</p><p>parâmetros ergonômicos norteadores que permitem a avaliação da adaptação das</p><p>condições de trabalho as características psicofisiologicas dos trabalhadores.</p><p>(CORREA; BOLETTI, 2015).</p><p>O objetivo dessas alterações e fornecer o máximo de conforto, segurança e</p><p>desempenho eficiente ao trabalhador, e isso deve ser a base da AET, pois é uma</p><p>forma de avaliar a adaptação das condições de trabalho as características</p><p>psicofisiologicas do trabalhador (BRASIL, 1990).</p><p>Por esse motivo, são avaliados o levantamento, o transporte e a descarga</p><p>individual de materiais, bem como os equipamentos, o mobiliário, as condições</p><p>26</p><p>ambientais e a organização do trabalho. Entre as premissas da AET, destacam-se a</p><p>compreensão da situação do trabalho e suas implicações, a elaboração de um</p><p>diagnóstico para investigar as situações mais preocupantes, a emissão de pareceres</p><p>e a busca por soluções para melhorias (CORREA; BOLETTI, 2015).</p><p>Além disso, essa e uma importante ferramenta utilizada para a gestão da</p><p>saúde e segurança ocupacional. Cabe ao empregador realizar as analises</p><p>ergonômicas por meio de um profissional da ergonomia, tornando-se importante que</p><p>ele entenda as três etapas</p><p>da AET. (CORREA; BOLETTI, 2015).</p><p>A elaboração de um relatório de AET engloba uma extensa teoria, bem como</p><p>o conhecimento das ferramentas ergonômicas que são recursos auxiliares nas</p><p>avaliações posturais, as quais se diferenciam pelos fatores analisados e os dados de</p><p>entrada (SOUZA et al., 2019). Essas ferramentas fornecem recursos de cálculo para</p><p>estabelecer o limite de peso recomendável em determinadas atividades de trabalho e</p><p>consistem em registros importantes de análises sobre queixas álgicas e de agravos à</p><p>saúde. Além disso, elas reúnem informações sobre satisfação no ambiente de</p><p>trabalho e são ótimos fundamentos para propostas futuras relacionadas com a</p><p>atuação empresarial, como nos casos de expansão empresarial, além de serem um</p><p>ótimo indicativo de saúde e segurança ocupacional. Dessa forma, o melhor método a</p><p>ser utilizado é aquele que se enquadra à necessidade da sua avaliação (SOUZA et</p><p>al., 2019).</p><p>Método OWAS</p><p>O método OWAS é utilizado na análise das posturas das costas, dos braços,</p><p>das pernas e do esforço do trabalhador (Figura 6), fornecendo uma categoria de ação</p><p>em que se pode analisar a frequência e o tempo em que o trabalhador fica em cada</p><p>postura em sua tarefa. Assim, é possível avaliar cada postura, fornecendo pontos,</p><p>bem como o nível de esforço avaliado por carga. A porcentagem de tempo em</p><p>determinada postura apresenta categorias de ação, mensurando também a força</p><p>empregada e as propostas de categorias de ação conforme a pontuação. De acordo</p><p>com Souza et al. (2019), existem quatro classes de posturas, conforme descrito a</p><p>seguir.</p><p>1. Postura normal: sem necessidade de medida corretiva.</p><p>27</p><p>2. Postura levemente prejudicial: pode ser necessária uma medida</p><p>corretiva.</p><p>3. Postura prejudicial: é necessário corrigir a postura o mais rápido</p><p>possível.</p><p>4. Postura extremamente prejudicial: são necessárias medidas</p><p>imediatas de correção.</p><p>28</p><p>Método RULA</p><p>O método RULA é uma adaptação do OWAS, utilizando esquemas de postura</p><p>do corpo com tabelas de risco de exposição a fatores de cargas externos. Assim, a</p><p>demonstração do risco de desenvolver doenças ocupacionais é mais simples. Esse</p><p>método é muito utilizado para a análise das sobrecargas concentradas no pescoço e</p><p>nos membros inferiores durante execução das atividades laborais (SOUZA et al.,</p><p>2019).</p><p>Para o método RULA, o corpo é dividido em duas partes: A e B, que são os</p><p>membros superiores e os inferiores (pescoço, tronco, pernas e pés). A análise é feita</p><p>de acordo com as angulações do corpo e dos membros, com pontuação de 1 a 7,</p><p>sendo 1 o menor risco e 7 o maior risco de lesão.</p><p>Método NIOSH</p><p>O NIOSH é um órgão do governo norte-americano que desenvolveu uma</p><p>equação que permite calcular o limite de peso recomendável, levando-se em</p><p>consideração fatores como a manipulação assimétrica de cargas, a duração da tarefa,</p><p>a frequência dos levantamentos e a qualidade da pega. Essa equação considera os</p><p>critérios a seguir para estabelecer os limites de carga, de acordo com o Manual de</p><p>aplicação da Norma Regulamentadora nº 17 (BRASIL, 2002).</p><p>29</p><p> Biomecânico: limita o estresse na região lombossacral.</p><p> Fisiológico: limita o estresse metabólico e a fadiga associada a tarefas</p><p>repetitivas.</p><p> Psicofísico: limita a carga conforme a percepção da capacidade do</p><p>trabalhador.</p><p>O NIOSH é uma ótima ferramenta para estimar os limites de carga, o que é</p><p>essencial em empresas cujos serviços envolvem a descarga de materiais. No entanto,</p><p>essa ferramenta não é aplicável às tarefas em que a frequência de levantamento é</p><p>elevada (mais de seis levantamentos por minuto). Além disso, deve-se estar atento</p><p>ao termo localização-padrão de levantamento que é empregado na definição dos</p><p>fatores da equação, sendo uma referência no espaço tridimensional para avaliar a</p><p>postura de levantamento. (BRASIL, 2002).</p><p>30</p><p>1.2 Introdução à análise ergonômica da atividade com enfoque nos aspectos</p><p>materiais, fisiológicos, psicológicos e organizacionais</p><p>Conforme a NR 17, para avaliar a adaptação das condições de trabalho às</p><p>características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a</p><p>análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições</p><p>de trabalho (BRASIL, ABNT, 1990).</p><p>As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,</p><p>transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos, às condições</p><p>ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. A AET visa</p><p>aplicar os conhecimentos da ergonomia para analisar, diagnosticar e corrigir uma</p><p>situação real de trabalho. O método desdobra-se em 5 etapas (IIDA, 2005):</p><p>a. Análise da demanda: consiste na descrição de um problema ou situação</p><p>problemática, que justifica a necessidade de uma ação ergonômica. Pode ser</p><p>solicitado pela direção da empresa; pelos trabalhadores e suas organizações</p><p>sindicais;</p><p>b. Análise da tarefa: trata-se de um conjunto de objetivos prescritos, que os</p><p>trabalhadores devem cumprir. A AET analisa a discrepância entre a tarefa que é</p><p>prescrita (descrição de cargos) e a que é executada;</p><p>c. Análise da atividade: refere-se ao comportamento do trabalhador na</p><p>realização de uma tarefa. A atividade é influenciada por fatores internos e externos.</p><p>Os fatores internos estão relacionados ao próprio trabalhador, caracterizado pelas</p><p>suas experiências, idade, sexo, motivação, sono e fadiga. Já os fatores externos</p><p>referemse às condições em que a atividade é executada: i) conteúdo do trabalho</p><p>(objetivos, regras e normas); ii) organização do trabalho (constituição de equipes,</p><p>horários, turnos); iii) meios técnicos (máquinas, equipamentos, posto de trabalho,</p><p>iluminação, ambiente térmico);</p><p>d. Diagnóstico: o diagnóstico procura descobrir as causas que provocaram</p><p>o problema descrito na demanda. Podendo ser vários fatores: absenteísmo (faltas ou</p><p>atrasos); rotatividade (pode ser devido ao treinamento insuficiente ou elevada carga</p><p>de estresse no ambiente); acidentes (pode ocorrer por falta de manutenção nas</p><p>máquinas, sinalização mal interpretada, pisos molhados, entre outros); baixa</p><p>31</p><p>qualidade: pode ser por consequências de erros de dimensionamento do posto de</p><p>trabalho, ou pela sequência inadequada de tarefas;</p><p>e. Recomendações ergonômicas: as recomendações ergonômicas</p><p>referem-se as providências que deverão ser tomadas para resolver o problema</p><p>diagnosticado. Devem-se prescrever todas as etapas necessárias para resolver o</p><p>problema. Estas podem vir acompanhadas de figuras com detalhamento das</p><p>modificações a serem feitas em máquinas ou postos de trabalho, e indicar as</p><p>respectivas responsabilidades (pessoa e seção do departamento encarregado, com</p><p>indicação do respectivo prazo).</p><p>A Ergonomia apresenta-se sobre diversos tipos, dentre eles encontra-se a</p><p>Ergonomia de campo que, constitui na pesquisa realizada a partir de uma situação</p><p>real, ou seja, é o estudo do homem no trabalho e em quais condições ele o realiza.</p><p>Para isto, pode-se utilizar como parâmetro de avaliação dos riscos prospectivos, a</p><p>análise ergonômica do trabalho (AET), que estuda cada posto pertencente a um</p><p>sistema de produção, analisando todos os pontos desfavoráveis ao desenvolvimento</p><p>da atividade, agrega as diferentes partes num todo para, posteriormente, fazer uma</p><p>recomposição da situação de trabalho. Contudo, sua aplicação pode ser realizada nos</p><p>mais diversos setores da atividade humana como na indústria, na agricultura e</p><p>mineração, nos setores de serviço e nas atividades domésticas ou atividades de vida</p><p>diária. (BRASIL, 2002).</p><p>Neste aspecto, SANTOS (1997), relata a existência de diferentes técnicas que</p><p>podem ser empregadas para uma intervenção ergonômica, quais sejam, observação</p><p>direta, observação clínica, registro de diversas variáveis fisiológicas do indivíduo,</p><p>medidas do ambiente físico (ruído, iluminação, vibração, poeira, temperatura,</p><p>gases).</p><p>Para FREITAS (2000), a preocupação com o homem, seu trabalho e o</p><p>ambiente no qual este é desenvolvido, tem despontado em diversos segmentos</p><p>produtivos como fator relevante nos programas de aumento da produtividade, nos</p><p>projetos de implantação da qualidade total, na busca de maior segurança no trabalho</p><p>e no aumento da qualidade de vida, tanto profissional como pessoal do trabalhador.</p><p>Devido a esta realidade, POZZOBON et al (2001), apontam para a</p><p>necessidade de assegurar um ambiente de trabalho ergonomicamente correto e</p><p>adequado à biomecânica corporal e a uma conscientização de hábitos posturais que</p><p>32</p><p>levem a adequada realização das tarefas laborativas, evitando dores e possíveis</p><p>desenvolvimento de doenças.</p><p>Com a industrialização acelerada em todos os países do mundo, somada às</p><p>necessidades econômicas imediatas, são geradas agressões constantes ao homem</p><p>e ao meio ambiente, que para VIEIRA (2000), deixa os trabalhadores à mercê da sorte</p><p>no que se refere à segurança e à saúde ocupacional. Para o autor, a ocorrência de tal</p><p>fato se dá não somente pela inexistência de legislação, mas principalmente pela falta</p><p>de conscientização da responsabilidade que engloba tanto os trabalhadores, como</p><p>empresários e profissionais da área no aspecto da prevenção, dos acidentes de</p><p>trabalho e das doenças ocupacionais.</p><p>De acordo com COUTO (1998), a ergonomia apresenta cinco áreas aplicadas</p><p>ao trabalho:</p><p> Ergonomia na organização do trabalho pesado: visa adequar as</p><p>atividades com alto despêndio energético para que os trabalhadores não atinjam a</p><p>fadiga, que nesta situação se apresenta como um acúmulo de ácido láctico no sangue.</p><p>Nesta área, estuda-se os ambientes de trabalho à temperaturas extremas;</p><p> Biomecânica aplicada ao trabalho: a biomecânica trata do estudo dos</p><p>movimentos humanos sob o ponto de vista da mecânica. Nesta área estuda-se as</p><p>diversas posturas de trabalho, a coluna vertebral, os membros superiores, com o</p><p>intuito de entender os mecanismos de formação da fadiga, lombalgias, lesões por</p><p>trauma cumulativo, entre outras. Também se observa o que acontece com o</p><p>trabalhador que cumpre sua jornada de trabalho na posição sentada;</p><p> Adequação ergonômica geral do posto de trabalho: utilizando os</p><p>conceitos e tabulações principalmente da antropometria, as medidas humanas e as</p><p>posições de desconforto e conforto são levadas em consideração para o planejamento</p><p>de postos de trabalho adequados. Estas observações são válidas para o planejamento</p><p>das diversas situações de trabalho (leve ou pesado, sentado ou em pé). A ergonomia</p><p>tenta planejar o posto de trabalho para que atenda 90% da população trabalhadora,</p><p>sendo assim, é necessário o conhecimento do padrão antropométrico desta</p><p>população;</p><p>33</p><p> Prevenção da fadiga no trabalho: a ergonomia procura identificar os</p><p>fatores que predispõem à fadiga, tanto física quanto psíquica, objetivando propor</p><p>soluções capazes de diminuir esta sobrecarga;</p><p> Prevenção do erro humano: adequa os postos de trabalho de tal forma</p><p>que diminua o risco de erro humano. Sabe-se que nem todo o erro acontece por</p><p>condições ergonômicas desfavoráveis, mas em muitos casos estas condições podem</p><p>desencadear tal erro.</p><p>1.3 Abordagem do funcionamento do ser humano em situação real de</p><p>trabalho</p><p>Os riscos ergonômicos são responsáveis por grande parte das queixas, dores,</p><p>distúrbios e doenças osteomusculares relacionadas às atividades laborais. Esses</p><p>riscos são referentes à ergonomia física, sendo eles: posturas inadequadas,</p><p>levantamento manual de carga, repetitividade, esforço físico e condições ambientais</p><p>(ruído, iluminação e temperatura). (WEBER, 2018).</p><p>Em seu cotidiano, o profissional de ergonomia se depara com situações em</p><p>que, após o mapeamento de um ambiente de trabalho, percebe que, em algumas</p><p>atividades laborais, ocorre a associação de dois ou mais riscos ergonômicos. Isso</p><p>pode ser fundamental para o aumento de dores e de lesões osteomusculares,</p><p>promovendo um crescimento do índice de absenteísmo na empresa e,</p><p>consequentemente, a redução da produtividade e o crescimento do custo com</p><p>afastamento relacionado a acidentes de trabalho.</p><p>Para Weber (2018, p. 114):</p><p>[…] os fatores ergonômicos propriamente ditos muitas vezes encontram-se</p><p>nas situações comuns do ambiente de trabalho, o que pode ocasionar a falsa</p><p>impressão de normalidade quando, na verdade, eles apresentam riscos.</p><p>Nesse sentido, a repetitividade excessiva das tarefas, por exemplo, pode</p><p>provocar fadiga e desgaste. Fisicamente, pode motivar o surgimento de</p><p>lesões, como tendinite e lombalgia. A postura inadequada dos colaboradores</p><p>é outro problema comum nos locais de trabalho e origina lesões. Logo, a</p><p>combinação entre a repetitividade de uma tarefa e a postura inadequada é</p><p>ainda mais prejudicial para o trabalhador, pois associa duas variáveis</p><p>negativas, responsáveis por problema físicos, na mesma atividade.</p><p>34</p><p>Transporte manual de cargas</p><p>Atualmente, na grande maioria das atividades dos setores operacionais,</p><p>ocorre algum tipo de transporte manual de cargas, sendo este um dos riscos</p><p>ergonômicos mais comuns de se identificar no ambiente de trabalho. O transporte</p><p>manual de cargas refere-se à quando um trabalhador, de forma individual ou em dupla,</p><p>realiza o levantamento, a sustentação, o transporte ou o deslocamento (puxar ou</p><p>empurrar) de cargas de qualquer peso. (WEBER, 2018).</p><p>Pode-se identificar facilmente os principais erros durante a execução da</p><p>atividade de levantamento manual de carga. De forma descritiva, a grande maioria</p><p>dos trabalhadores executa essa atividade realizando uma flexão da coluna vertebral</p><p>e mantendo os joelhos estendidos. Como essa atividade é repetida várias vezes</p><p>durante o dia com essa postura errada, com o decorrer do tempo, ocorrerá fadiga na</p><p>musculatura da coluna lombar, sendo essa patologia uma das mais decorrentes nos</p><p>casos de afastamento do trabalho. (WEBER, 2018).</p><p>Segundo Iida (2005), o número de lesões e traumas musculares relacionados</p><p>à atividade de transporte manual de cargas é de 60% do total, sendo, ainda, 20% da</p><p>atividade de puxar e empurrar. Kroemer e Grandjean (2005, p. 103) reforçam o alto</p><p>índice de distúrbios relacionados ao transporte manual de cargas:</p><p>[…] O British Health and Safety Executive (Health and Safety Executive,</p><p>1992) informou que no Reino Unido mais de um quarto dos distúrbios</p><p>registrados na indústria, entre 1990 e 1991, estavam associados com o</p><p>manuseio de cargas — o transporte ou manutenção de cargas pela força</p><p>manual ou corporal. Destes distúrbios, 45% ocorreram nas costas, 22 nas</p><p>mãos e 13 nos braços. Dados similares são reportados nos Estados Unidos</p><p>(Marras et al., 1995). De acordo com Krämer (1973), na Alemanha, os</p><p>problemas discais são a causa de 20% de absenteísmo e 50% de</p><p>aposentadorias prematuras. Os problemas de coluna estão entre as causas</p><p>mais comuns de distúrbios e invalidez em muitas populações industriais.</p><p>Para fins de mapeamento ergonômico, lembre-se de que a análise do risco</p><p>de levantamento de carga é feita de forma qualitativa (identificação da existência do</p><p>risco), não sendo necessário o uso de ferramentas ergonômicas para mensurar</p><p>quantitativamente o risco de lombalgia durante a atividade de levantamento de cargas.</p><p>(WEBER, 2018).</p><p>35</p><p>Condições ambientais</p><p>A Norma Regulamentadora do Trabalho 17 (NR-17), em seu item 17.5, cita as</p><p>normativas que se deve seguir quanto aos riscos ergonômicos causados pelas</p><p>condições ambientais. A NR descreve como riscos ambientais: ruído, temperatura,</p><p>iluminação, velocidade e umidade relativa do ar. (BRASIL, 2017).</p><p>É importante ressaltar que o mapeamento ergonômico é uma “apreciação”</p><p>dos riscos existentes no ambiente de trabalho, sendo assim, é uma análise qualitativa,</p><p>ou seja, o profissional realizará uma investigação do ambiente, dos mobiliários e das</p><p>atividades executadas pelo trabalhador. (BRASIL, 2017).</p><p>Dessa forma, quando se trata da análise qualitativa de riscos ambientais,</p><p>deve-se atentar para três riscos visíveis durante a apreciação ergonômica, são eles:</p><p>ruído, temperatura e iluminação. Contudo, todos os riscos ambientais deverão ser</p><p>mensurados em uma etapa futura (durante a elaboração da análise ergonômica do</p><p>trabalho). (BRASIL, 2017).</p><p>O ruído é o primeiro risco que deve ser observado em um mapeamento</p><p>ergonômico. Ao investigar a atividade laboral e seu ambiente, o profissional deve se</p><p>atentar a ruídos externos e a ruídos provocados por ferramentas de impacto ou</p><p>maquinários. (BRASIL, 2017).</p><p>A temperatura, por sua vez, deve ser classificada na análise qualitativa de</p><p>forma bem simples: local com temperatura ambiente (sem influência de ar-</p><p>condicionado e ventiladores) ou local com temperatura controlada (ambiente fechado</p><p>com uso de ar-condicionado). É importante destacar que as mensurações</p><p>quantitativas desses riscos serão realizadas na análise ergonômica do trabalho.</p><p>(BRASIL, 2017).</p><p>Quanto à iluminação, deve-se observar os tipos de iluminação existentes no</p><p>posto de trabalho, sendo eles: natural (ambiente aberto ou semifechado que tenha</p><p>como iluminação somente a luz solar), artificial (ambiente fechado com luz gerada por</p><p>lâmpadas) ou uma associação entre eles. Além disso, deve-se ficar atento quanto ao</p><p>ofuscamento da luz natural ou da luz artificial nas telas e nos monitores dos postos</p><p>informatizados. (BRASIL, 2017).</p><p>Durante o mapeamento ou análise ergonômica, o profissional deve embasar</p><p>os seus resultados na NR-17 de ergonomia, que rege a legislação a respeito desse</p><p>36</p><p>assunto. Assim, ele deve ter total conhecimento dos itens existentes, sendo o</p><p>levantamento de cargas um item citado em especial. (BRASIL, 2017).</p><p>Confira, a seguir, os itens da NR-17 referentes ao levantamento e ao</p><p>transporte manual de cargas (BRASIL, 1978).</p><p>17.2 Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.</p><p>17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:</p><p>17.2.1.1 Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso</p><p>da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o</p><p>levantamento e a deposição da carga.</p><p>17.2.1.2 Transporte manual regular de cargas designa toda atividade</p><p>realizada de</p><p>Maneira contínua ou que inclua, mesmo que de forma descontínua, o</p><p>transporte manual de cargas.</p><p>17.2.1.3 Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a</p><p>dezoito anos e maior de quatorze anos.</p><p>17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas</p><p>por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua</p><p>segurança.</p><p>17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de</p><p>cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto</p><p>aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e</p><p>prevenir acidentes.</p><p>17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, deverão</p><p>ser usados meios técnicos apropriados.</p><p>17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o</p><p>transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente</p><p>inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua</p><p>segurança.</p><p>17.2.6 O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração</p><p>de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico</p><p>deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja</p><p>37</p><p>compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua</p><p>segurança.</p><p>17.2.7 O trabalho de levantamento de material feito com equipamento</p><p>mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico</p><p>realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não</p><p>comprometa a sua saúde ou a sua segurança.</p><p>Posturas no trabalho</p><p>As posturas no ambiente de trabalho podem variar durante a jornada laboral.</p><p>Na maioria das situações, elas são determinadas pelo ambiente ou pela atividade que</p><p>está sendo executada pelo trabalhador. Por esse motivo, deve-se atentar para a</p><p>importância da ação da ergonomia nas empresas, a fim de corrigir as inadequações</p><p>físicas do ambiente, reduzir os riscos posturais e promover a qualidade de vida do</p><p>trabalhador. (BRASIL, 2017).</p><p>É considerada uma boa postura no ambiente de trabalho quando o sistema</p><p>musculoesquelético do trabalhador se encontra fisiologicamente adequado e</p><p>equilibrado enquanto este realiza as atividades laborais. Segundo o Comitê sobre</p><p>Postura, da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos, referida por Hall e Brody</p><p>(2001, p. 130):</p><p>[…] A postura é o arranjo relativo das partes do corpo. Boa postura é o estado</p><p>de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de sustentação</p><p>do corpo contra as lesões ou as deformidades progressivas,</p><p>independentemente da atitude (p. ex., ereta, deitada, agachada, inclinada) na</p><p>qual essas estruturas estão trabalhando ou repousando. Nessas condições,</p><p>os músculos funcionam mais eficientemente e as posições ótimas são</p><p>proporcionadas para os órgãos torácicos e abdominais.</p><p>Assim, é correto afirmar que o principal e mais comum risco ergonômico</p><p>encontrado em todos os ambientes e setores do trabalho é a postura inadequada ou</p><p>incorreta. (BRASIL, 2017).</p><p>A postura inadequada tem como principal causa dois fatores, listados a seguir,</p><p>que podem ser observados em um mapeamento ergonômico. (BRASIL, 2017).</p><p> Ambiente de trabalho lesivo: quando um ambiente de trabalho</p><p>apresenta uma ou mais inadequações físicas (de mobiliários, maquinários ou</p><p>ferramentas) que exigem do trabalhador posturas e movimentos que causam</p><p>38</p><p>sobrecarga no sistema musculoesquelético e, consequentemente, o aumento do risco</p><p>de dores e distúrbios relacionados ao trabalho. (BRASIL, 2017).</p><p> Ausência de conscientização ergonômica: quando o ambiente ou</p><p>posto de trabalho se encontra adequado ergonomicamente, porém, devido à falta de</p><p>conhecimento (treinamentos) dos conceitos de ergonomia, o trabalhador assume</p><p>vícios posturais inadequados. (BRASIL, 2017).</p><p>Desse modo, fica evidente a importância da identificação desse risco</p><p>ergonômico e a implantação de ações que possam reduzi-lo, promovendo a melhoria</p><p>da qualidade de vida do trabalhador e o aumento da produtividade. (BRASIL, 2017).</p><p>Movimentos repetitivos</p><p>Antigamente, era comum encontrar, em diversas literaturas, a nomenclatura</p><p>lesão por esforço repetitivo (LER). Contudo, o uso demasiado dessa nomenclatura,</p><p>associado a repetitividade a todas as queixas de dores e distúrbios osteomusculares,</p><p>mostrou-se um erro, pois, em muitas ocasiões após a análise quantitativa da</p><p>repetitividade com o uso de metodologias específicas, ficou evidenciado que o risco</p><p>encontrado era de grau ausente ou baixo, o que não seria a causa primária de tais</p><p>distúrbios musculoesqueléticos. (BRASIL, 2017).</p><p>Atualmente, encontra-se com mais frequência nas literaturas a nomenclatura</p><p>doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT), que permite a</p><p>associação de causas posturais, repetitivas e traumas em doenças e distúrbios</p><p>relacionados às atividades laborais. (BRASIL, 2017).</p><p>É importante enfatizar que os movimentos repetitivos fazem parte de nossas</p><p>vidas, como, por exemplo, o ato de caminhar. Muitas vezes, trabalhamos em</p><p>atividades que exigem uma deambulação constante, mas nem por isso ocorre o</p><p>desenvolvimento de lesões ou doenças relacionadas ao trabalho. O movimento</p><p>repetitivo pode ser lesivo, porém sempre estará associado a outros fatores de risco,</p><p>como postura, esforço físico e o próprio excesso da repetitividade na execução da</p><p>atividade laboral. (BRASIL, 2017).</p><p>39</p><p>Sendo assim, é importante realizar o mapeamento ergonômico para identificar</p><p>esse risco, bem como uma análise quantitativa futura, a fim de, por meio de ações</p><p>ergonômicas, reduzir</p>São Paulo, Plexus, 2001. PAULO, A.; HAIDUKE, I. F.; ALMEIDA, I. A. A. Ergonomia e gestão: complementaridade para a redução dos afastamentos e do stress, visando melhoria da qualidade de vida do trabalhador. Revista Conbrad, v. 1, n. 1, p. 121- 136, 2016. Disponível em: http://www. revistaconbrad.com.br/editorial/index.php/conbrad/article/view/16/19. Acesso em: 5 dez. 2019 SAMPAIO, C. P.; SOUZA, J. A macroergonomia na melhoria das condições de trabalho com ênfase nos aspectos de liderança: estudo de caso com AMT em um restaurante. Projética, v. 3, n. 1, p. 79–95, 2012. Disponível em: 51 http://www.uel.br/revistas/uel/index. php/projetica/article/view/12872. Acesso em: 5 dez. 2019. SOARES, L.B.T. Terapia Ocupacional: lógica do capital ou do trabalho? São Paulo, Hucitec, 1991. WEBER, F. P. Ergonomia e conforto ambiental. Porto Alegre: SAGAH, 2018. 148 p. 52