Prévia do material em texto
AUDITORIA CONTÁBIL E TRIBUTÁRIA MÁRCIA SANTOS Sumário AULA 1 HISTÓRICO E FINALIDADES DA AUDITORIA ..................................................4 AULA 2 DO PLANEJAMENTO À EXECUÇÃO ...............11 AULA 3 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA ..................15 AULA 4 AMOSTRAGEM ...............................................21 AULA 5 EVIDENCIAÇÃO E DOCUMENTOS DO AUDITOR .........................................................29 AULA 6 AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ......................................................34 AULA 7 ASSEGURAÇÃO ...............................................48 AULA 8 AUDITORIA TRIBUTÁRIA ...............................54 AULA 9 AUDITORIA TRABALHISTA .............................61 AULA 10 RELATÓRIOS DOS AUDITORES INDEPENDENTES ............................................67 AULA 11 REPRESENTAÇÃO FORMAL ............................73 AULA 12 TRANSAÇÕES E EVENTOS SUBSEQUENTES ..............................................78 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................86 AULA 1 HISTÓRICO E FINALIDADES DA AUDITORIA A auditoria é um trabalho essencial nos dias atuais. As empresas precisam dessa validação, que lhes ga- rante que suas demonstrações estão sendo desen- volvidas de acordo com a legislação vigente no país. 5 De forma bastante simples, pode-se definir audito- ria como o levantamento, estudo e avaliação siste- mática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade (CREPALDI, 2002, p. 23). Os registros históricos apontam que a auditoria veio para o Brasil por volta de 1940, devido às compa- nhias multinacionais que se instalaram no país e precisaram de trazer aos investidores destas empre- sas garantias de que seus números estavam sendo acompanhados por auditores. Crepaldi, em artigo publicado no Portal da Classe Contábil,1 narra que: 1 CREPALDI, Silvio Aparecido. Origem, evolução e desen- volvimento da auditoria. 2006. Portal da Classe Contábil. Disponível em: https://classecontabil.com.br/origem-evolucao-e- desenvolvimento-da-auditoria/. Acesso em: 5 jul. 2020. 6 https://classecontabil.com.br/origem-evolucao-e-desenvolvimento-da-auditoria/ https://classecontabil.com.br/origem-evolucao-e-desenvolvimento-da-auditoria/ No Brasil, o desenvolvimento da auditoria teve influência de filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras; financiamento de empresas brasi- leiras através de entidades interna- cionais; crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descen- tralização e diversificação de suas atividades econômicas; evolução do mercado de capitais; criação das normas de auditoria promulgadas pelo Bacen (Banco Central do Brasil) em 1972, e criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei de Sociedades Anônimas em 1976. É válido lembrar que a tecnologia tem uma parcela considerável na evolução dos trabalhos de audito- ria, sendo facilitadora nas transações empresariais, bem como auxiliando nos relatórios e na troca de informações com maior agilidade entre cliente e auditoria. O trabalho de auditoria nos dias atuais tem encon- trado maior demanda, devido às exigências empre- sariais, principalmente àquelas de capital aberto, e devido também aos grandes escândalos empresa- 7 riais ocorridos com maior frequência. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), preocu- pado com as atualizações necessárias para a carrei- ra de auditoria, incluiu os auditores em seu projeto de educação continuada, em que todos os auditores devem anualmente apresentar comprovante de 40 pontos mínimos de cursos de atualização. As mudanças ocorridas desde a harmonização contábil, em 2008, têm trazido para as auditorias variedades de serviços em consultoria e diversas modalidades de auditoria. A boa notícia é que as empresas atualmente estão percebendo a necessi- dade da auditoria e não apenas a veem como uma obrigatoriedade. A maior parte das empresas de médio e grande porte já possui departamentos de auditoria interna. Estas estão subordinadas aos comandos da empre- sa e existem para fazer valer os controles internos, os quais, por sua vez, podem ser utilizados pela auditoria externa, porém é de responsabilidade total da auditoria externa responder pelo trabalho contratado. Que fique claro para estudantes de auditoria e para todo o público que deseja ter o conhecimento sobre a verdadeira razão do trabalho de auditoria numa 8 instituição que, em nenhum momento, seu objetivo é encontrar fraudes, mas, sim, fazer a varredura por amostragem e chegar à conclusão de que os lança- mentos ali registrados e toda a situação avaliada es- tão em consonância com a legislação vigente no país. De acordo com Melo e Santos (2012, p. 4), A Norma define como objetivo: um aumen- to no grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcan- çado mediante a opinião do auditor externo sobre as demonstrações contábeis elaboradas, em todos os aspectos relevantes e em con- formidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. Em caso de circunstân- cias excepcionais e por se tratar de uma exi- gência relevante nas Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnicas de Auditoria (NBC TA), caso o auditor julgue necessário, ele deve executar procedimentos alternativos para o cumprimento da exigência. Caso haja a pos- sibilidade de não conseguir obter segurança razoável nos demonstrativos contábeis, o auditor poderá abster-se de emitir sua opi- nião, em seus relatórios, por não ter evidên- cias suficientes para atender aos usuários das demonstrações. 9 O auditor só abandona de vez uma dúvida após saná-la, mesmo que em seu planejamento haja um determinado número de testes já elencados para a elaboração de seu trabalho. Devido ao formato do trabalho de auditoria, as fraudes tornam-se, na maioria das vezes, evidentes, mas esse é um trabalho involuntário por parte des- sas empresas e acaba por ocorrer a evidência, devi- do ao formato do trabalho da auditoria e aplicação de suas técnicas. 10 AULA 2 DO PLANEJAMENTO À EXECUÇÃO O planejamento é o primeiro trabalho da auditoria. Este é o momento de conhecer aspectos fundamen- tais da empresa. Megginson et. al. (1998) explicam que: 12 [...] “o planejamento pode ser conceituado como o processo de estabelecer objetivos ou metas, determinando a melhor maneira de atingi-las. O planejamento estabe- lece o alicerce para as subsequen- tes funções de organizar, liderar e controlar, por isso, é considera- do uma função fundamental do administrador”. A NBC T11.4 trata exclusivamente das normas de planejamento de auditoria. A intenção aqui não é repassar cada item da NBC, mas trazer para o en- tendimento do leitor a necessidade do planejar em auditoria. É no planejamento que o auditor estabelece que seu trabalho deve ser realizado seguindo as nor- mas profissionais de auditoria independente, bem como estabelece que a equipe que desempenhará as atividades deve ter conhecimento suficiente para atender à demanda, e que o planejamento deve considerar todos os fatores relevantes para efetuar o trabalho. Fazendo um apanhado do que trata a NBC T 13 11.4.1.4/2015, ela mapeia o que já foi feito até o ano anterior, como os trabalhos realizados por outros profissionais de auditoria, entende o sistema operacional utilizado pela instituição a ser avaliada bem como os controles internos e a confiabilidade deles e também os riscos que esse trabalho oferece em termos de transações internas ou até externas, devido a sua relação com os stakeholders, além de identificar outras unidades da empresa ou filiais. Ainda há na NBC T que cuida do planejamento um item de extrema importância que trata da estraté- gia e da execução do trabalho de auditoria, a par- tir da contratação dos serviços, da determinação da natureza, da oportunidade e da extensão dos exames a serem feitos. A eficácia do trabalho em campo será maior se, no momento da contrataçãodos serviços, houver um detalhamento de tudo que deve ser feito. É válido lembrar que planejar não é certeza de ob- ter êxito em todo o trabalho, mas o planejamento bem elaborado auxilia na previsão e também na exclusão de erros no momento do trabalho. Sem planejamento a auditoria se perderia em afazeres, sendo essencial que ele seja realizado por um audi- tor que tenha maior experiência tanto no ramo de auditora quanto no ramo da empresa auditada. 14 AULA 3 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA INFORMAÇÕES E CONDIÇÕES PARA ELABORAR O PLANEJAMENTO DE AUDITORIA O planejamento de auditoria trabalha em duas fa- ses específicas, estratégia global e planejamento de auditoria. 16 Na estratégia global, o auditor olha para o todo, cria as definições do alcance do trabalho a ser realizado e sintetiza um escopo direcionador que norteará o plano de auditoria. Os itens que estão sob a admi- nistração da estratégia global, de acordo com a NBC TA 300/2016, são: 1. identificar as características do trabalho para definir o seu alcance; 2. definir os objetivos do relatório do trabalho de forma a planejar a época da auditoria e a natureza das comunicações requeridas; 3. considerar os fatores que no julgamento profis- sional do auditor são significativos para orientar os esforços da equipe do trabalho; 4. considerar os resultados das atividades prelimi- nares do trabalho de auditoria; e 5. determinar a natureza, a época e a extensão dos recursos necessários para realizar o trabalho. Por meio desses itens elencados é possível definir: a equipe que trabalhará em determinado cliente, se atentando para as áreas de alto risco, que reque- rem profissionais mais especializados; as etapas em que cada profissional deve entrar em cena; se será possível determinar a quantidade de horas a serem utilizadas em campo; e como esses recursos serão administrados (por intermédio de reuniões, alinha- mentos com especialistas, treinamentos etc). 17 PRIMEIRA AUDITORIA: ROTEIRO DE EXECUÇÃO Em se tratando de primeira auditoria em determi- nado cliente, a legislação brasileira adverte para que os cuidados sejam reforçados, pois os docu- mentos ainda não passaram por revisão nessa em- presa, exigindo levantamento de todos os dados essenciais para a realização do trabalho. E, de acor- do com a NBC TA e também com a Resolução no 1.035/2005 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a primeira auditoria requer maior rigor na busca das informações, como: 1. revisão dos procedimentos contábeis adotados; 2. uniformidade nos procedimentos contábeis; 3. identificação de relevantes eventos subsequen- tes ao exercício anterior; 4. revisão dos documentos utilizados pela empre- sa de auditoria anterior. O envolvimento da administração da empresa, assim como nos processos diários, tem muito a ver com o sucesso de um bom trabalho de auditoria. Em muitos casos, a empresa cuida de seus proces- sos internos, estabelece regras e cobra a execução dessas regras. Em uma organização com uma es- trutura de qualidade e processos definidos já existe 18 em seu organograma o departamento de auditoria interna, que auxilia na efetiva cobrança do uso dos controles internos e dos procedimentos, processos e rotinas validados pela diretoria executiva. CONTROLES INTERNOS Os controles internos são ferramentas estratégicas para as empresas alcançarem e manterem os resul- tados determinados pela alta cúpula empresarial. Por meio dos controles internos, a instituição disse- mina suas normas e procedimentos com a intenção de que estes protejam seus bens e valores de ma- neira efetiva e uniforme. A NBC TA 315/2014 define controle interno como: [...] o processo planejado, imple- mentado e mantido pelos res- ponsáveis da governança, admi- nistração e outros funcionários para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade no que se refere à confiabilidade dos relatórios finan- ceiros, efetividade e eficiência das operações e conformidade com leis e regulamentos aplicáveis. 19 Para os auditores, trabalhar numa empresa que tenha bons controles internos lhes dá uma sensa- ção de mais leveza, pois percebem que a empresa se preocupa com sua estrutura como um todo. Bons controles internos indicam maior transparência e processos consolidados. Para que os controles internos garantam qualidade e transparência, eles precisam ter algumas premis- sas, e isso pode ser visto na citação do professor Cavalcanti (2003, p. 64): 1. proteger os ativos 2. produzir dados contábeis confiáveis; 3. ajudar a administração na con- dução ordenada dos negócios da empresa. Embora os controles auxiliem na rotina da institui- ção, é importante lembrar que eles não garantem efetividade em casos nos quais colaboradores mal-in- tencionados podem colocar tudo a perder, usando de negligência, podendo também se colocarem contra a estrutura organizacional, além da falta de boas instruções para a implantação de um bom contro- le. Então, novamente, esbarramos na comunicação, que, neste caso, deve vir do alto escalão da empresa. 20 AULA 4 AMOSTRAGEM AMOSTRAGEM O trabalho de auditoria é sempre questionado por leigos quanto à sua legitimidade, uma vez que usam o critério de amostragem para validarem as demonstrações contábeis. Porém, o trabalho do auditor não é o de refazer a contabilidade, mesmo porque isso custaria uma fortuna, pensando que 22 sua hora de trabalho tem um valor consideravel- mente alto. O trabalho do auditor é verificar se as demonstrações contábeis estão de acordo com as normas contábeis vigentes no país. É possível perceber que o legislador entendeu a amostragem como suficiente, evitando dispêndio em tempo e dinheiro, como já mencionado ante- riormente. Veja o que consta na NBC TA 300/2016: Amostragem em auditoria é a apli- cação de procedimentos de audito- ria em menos de 100% dos itens de população relevante para fins de auditoria, de maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecio- nadas para proporcionar uma base razoável que possibilite o auditor concluir sobre toda a população. Essa amostragem deve ser pensada de forma a cer- car toda a comunidade de dados da instituição a ser auditada. Essa comunidade de dados é chamada de população, ou seja, o todo, e, para cada item dessa população, usa-se o termo unidade de amostragem. Essa amostragem, de acordo com a legislação vi- 23 gente, pode ser feita de duas formas, estatística e não estatística. Na estatística, a seleção é pensada no todo. Na não estatística, a seleção depende da expertise do auditor, usando a objetividade. O auditor pode usar diversos métodos para a sele- ção da amostra, conforme segue. MÉTODO DE SELEÇÃO E TAMANHO DA AMOSTRA Fazer a seleção de dados para análise nunca é algo simples, principalmente para quem está fora da em- presa. Opor isso, os auditores se baseiam na NBC TA 530/2009 para se apoiarem na tomada de deci- são quanto à escolha do melhor método, conforme apresentado na Tabela 1. TABELA 1 – MÉTODOS DE SELEÇÃO DA AMOSTRA 24 Seleção aleatória Desenvolvida por meios de número aleatórios, por exemplo, tabelas de números aleatórios. Seleção sistemática A quantidade de unidades de amostragem na população é dividida pelo tamanho da amostra, o que resulta em um intervalo de amostragem, por exemplo, 60. Após determinar um ponto de início entre as primeiras 60 amostras, toda 60ª unidade seguinte fará parte da seleção. Percebe-se que aqui o ponto de início é selecionado ao acaso, o que torna mais provável que a amostra seja realmente aleatória, principalmente se este ponto de início for selecionado com o uso de inteligência artificial. Ao usar uma seleção sistemática, o auditor precisaria determinar que as unidades de amostragem da população não estão estruturadas de modo que o intervalo de amostragem corresponda a um padrão em particular da população. 25 Amostragem de unidade monetáriaÉ um tipo de seleção com base em valores, no qual o tamanho, a seleção e a avaliação da amostra resultam em uma conclusão em valores monetários. Seleção ao acaso O auditor seleciona uma amostra sem seguir uma técnica estruturada. Embora nenhuma técnica estruturada seja usada, o auditor, ainda assim, evitaria qualquer tendenciosidade ou previsibilidade consciente (por exemplo, evitar itens difíceis de se localizar ou escolher, ou evitar sempre os primeiros ou os últimos lançamentos de uma página) e, desse modo, procuraria se assegurar de que todos os itens da população possuem a mesma chance de seleção. A seleção ao acaso não é apropriada ao se usar a amostragem estatística. 26 Seleção em blocos Envolve a seleção de um ou mais blocos de itens da mesma população. A seleção de bloco geralmente não pode ser usada em amostragem de auditoria porque a maioria das populações está estruturada de modo que esses itens em sequência podem ter características semelhantes entre si, mas características diferentes de outros itens de outros lugares da população. Embora em algumas circunstâncias possa ser apropriado que um procedimento de auditoria examine um bloco de itens, esta raramente seria uma técnica de seleção de amostra apropriada quando o auditor pretende obter interferências válidas sobre toda a população com base na amostra. Fonte: Baseado em NBC TA 530/2009. Apêndice 4. Além dos métodos de seleção da amostra elenca- dos na Tabela 1, também é de extrema importância a definição do tamanho da amostra. Pois, a redução dos riscos ocorre quando a amostragem apresenta 27 um número mínimo aceitável, ou seja, quanto me- nor for o risco, maior será o tamanho da amostra. Se, ao realizar o trabalho, o auditor não se sentir seguro com as conclusões sobre a população, ele deve: 1. levar até a administração a situação que o aflige em relação ao efetivo encontrado na amostra; e 2. testar em maior volume, modificar os pro- cedimentos substantivos ou ainda realizar testes alternativos. Destaco aqui que a responsabilidade de encontrar distorções ou fraudes empresariais não está rela- cionada ao trabalho do auditor e sim associada ao trabalho da administração da empresa, que de- tém todas as ferramentas para dirimir problemas internos. 28 AULA 5 EVIDENCIAÇÃO E DOCUMENTOS DO AUDITOR O auditor observa o planejamento e entende quais são suas responsabilidades sobre a auditoria. E já no planejamento consta a documentação que deve ser avaliada. Essa documentação já foi chamada de papéis de trabalho e, atualmente, como consta na NBC TA 230/2016 e até por sua característica não física 30 e sim digital, recebe o nome de documentos do auditor. O auditor deve manter a evidência de seu trabalho, de forma a garantir a fidedignidade de sua funda- mentação, bem como para facilitar a revisão do trabalho realizado. A evidência pode servir, inclu- sive, de material de apoio para a revisão de dados, e, ainda, ser o parâmetro de início na auditoria do próximo ano e também valer como prova em algu- ma situação judicial. Esse trabalho pode ser apre- sentado de forma manual ou eletrônica. Essa docu- mentação é composta de toda a pesquisa individual do auditor e nada impede que ele acople a essa do- cumentação evidências oriundas de terceiros, como atas de reuniões, cartas de circularização, e-mails, dentre outras formas de registros. Geralmente esses documentos são elementos que têm total significado para os exames realizados. Eles devem, de acordo com a NBC TA 230/2016, compreender o planejamento, a natureza, a opor- tunidade e a extensão dos procedimentos de au- ditoria, bem como o julgamento do auditor e suas conclusões. A guarda dessa documentação deve ser feita de forma sistemática, para que qualquer auditor possa entender quais foram os procedimentos realizados e possa dar sequência ao trabalho já apresentado. 31 Existe uma padronização para a guarda desses do- cumentos em pastas eletrônicas, que respeita uma ordem. Veja o que diz Melo e Santos (2012, p. 205). 1. Pasta corrente: Nesta pasta arquiva-se documentos utilizados pela auditoria em execução que servirão somente para um exercício social. Como por exemplo: mapa de contas a pagar, mapa de contas a receber, mapa de tesouraria, ques- tionário de avaliação dos controles internos, balancete, conciliações e outros. 2. Pasta permanente: nesta pasta arquivam-se informações relacio- nadas com a organização e a ativi- dade e podem ser utilizados em ba- ses recorrentes, isto é, utilizado em mais de um exercício social. Como por exemplo: estatuto social, des- crição dos negócios da companhia, legislação pertinente à companhia, manual de procedimentos, contra- tos de longo prazo e outros. 32 O tempo que o auditor precisa manter sob sua guarda a documentação levantada na empresa, a partir da data de emissão do relatório de audito- res independentes, é de 5 anos, segundo a NBC PA 01/2009, item A61. Além da guarda da documenta- ção, o auditor tem por obrigação manter as infor- mações obtidas ali em sigilo e sua divulgação deve ser feita apenas se exigido por obrigações legais. Guardando ou arquivando todo o material eviden- ciado, o auditor tem como se resguardar de situa- ções que dizem respeito ao seu trabalho. A inobser- vância dessa norma constitui infração disciplinar, sujeita a penalidades. 33 AULA 6 AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A auditoria das demonstrações contábeis segue a legislação contábil vigente (leis nos 11.638/07 e 11.941/09). As demonstrações contábeis e financei- ras obrigatórias para as S.A.s são: 35 a) balanço patrimonial; b) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; c) demonstração do resultado do exercício; d) demonstração dos fluxos de caixa; e) demonstração do valor adicionado. O trabalho da auditoria é o de averiguar se cada demonstração elencada está sendo realizada de acordo com a legislação vigente. A seguir, verificaremos cada um dos relatórios obrigatórios. 36 TABELA 2 – BALANÇO PATRIMONIAL DE ACORDO COM AS LEIS NOS 11.638/07 E 11.941/2009 ATIVO PASSIVO Circulante Não circulante – Realizável a longo prazo – Investimentos – Imobilizado – Intangível Circulante Não circulante – Exigível a longo prazo Patrimônio líquido Capital social Reservas de capital Ajustes de avaliação patrimonial Reserva de lucros Ações em tesouraria Prejuízos acumulados Fonte: Baseado em Brasil, 2007 e Brasil, 2009. 37 No relatório balanço patrimonial, a auditoria deve respeitar o conceito estático do mesmo, fazendo uma varredura em toda a composição histórica apresentada em sua construção. A auditoria deve verificar se as contas que compõem o ativo circulan- te estão respeitando a periodicidade de 12 meses, respeitando o ciclo operacional, verificando, se nas disponibilidades, os itens que a compõem são real- mente de liquidez imediata. Deve também avaliar se os itens que compõem o grupo de contas a rece- ber apresentam evidência de orçamentos e ordem de venda, verificar a veracidade dos contratos de adiantamento a terceiros. Além disso, deve enten- der o ciclo de estoque bem como sua ordem de compra e aprovações. Já no ativo não circulante, a auditoria deve procurar a identidade do longo prazo nos direitos e adianta- mentos, empréstimos e contas como venda a admi- nistradores, coligadas, sócios e executivos. Também deve apurar o tipo de investimento existente bem como seu contrato, vigência e vantagens ou desvan- tagens deste para a instituição. No imobilizado, a preocupação deve ser com sua vida útil, seu devido registro e sua existência física. No intangível, a auditoria deve se preocupar com os itens que contemplam o CPC 01 (R4), softwares e 38 suas licenças, durabilidade, os fundos de comércio e sua mensuração e a identificação do capital inte- lectual, medição e enquadramento. As contas de passivosão tão representativas nas análises quanto as de ativo, devendo o passivo circulante ser observado nas questões do prazo de vencimento, da existência da obrigação, seu contra- to, se existir, ou a evidência de ordem de compras ou autorizações para existência da obrigação. As contas do passivo no longo prazo também de- vem ser observadas, em razão de seu tempo maior que o exercício social, seus contratos de financia- mento, bem como taxas de juros e composição de valores. 39 TABELA 3 – MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social integralizado Reserva de capital Reserva de lucros Lucros ou prejuízos acumulados Outros resultados abrangentes Patrimônio líquido consolidado Saldos iniciais X0 Aumento de capital Ações em tesouraria adquiridas Ações em tesouraria vendidas Dividendos Transações de capital com os sócios Ajustes de instrumentos financeiros Equiv. patrimonial s/ ganhos abrang. de coligadas Ajustes de conversão do período Outros resultados abrangentes Ajustes de instrumentos financeiros reclassificados por resultado Reclassificações de resultados abrangentes Lucro líquido do período Fonte: Modelo adaptado da NBC TG 26, 2009. 40 No patrimônio líquido devem ser observados a existência do capital, o contrato social, a coerência das reservas, o respeito aos limites, a existência dos ajustes de avaliação patrimonial, as contas de ações em tesouraria e a apuração da conta prejuí- zos acumulados. Ainda falando de patrimônio, uma das demonstrações que devem ser visitadas é a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), levando à prova toda a movimentação ocorrida no patrimônio da instituição e seu devi- do registro. E, sendo a Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA) uma das demonstra- ções exigidas pelas companhias de capital aberto, a auditoria passa por ela, evidenciando as alterações ocorridas no patrimônio líquido, observando a mo- vimentação dos lucros ocorridos e prejuízos, bem como sua correta compensação. QUADRO 1 – MODELO DE DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO (DRE) VIGENTE 41 DRE (-) Deduções da Receita Bruta Vendas Canceladas ou Devoluções de Vendas Descontos incondicionais TIV (ICMS, PIS e COFINS) (=) Receita Operacional Líquida (-) Custo das Mercadorias Vendidas (=) Lucro Operacional Bruto (-) Despesas Operacionais: Despesas Gerais e Administrativas Despesas Financeiras (-) Receitas Financeiras (=) Lucro ou prejuízo Operacional (+) Receitas não operacionais (-) Despesas Não operacionais (=) Resultado do Exercício antes da provisão p/IR e CSLL (-) Prov. p/Contribuição Social (-) Prov. p/Imposto de Renda (=) Resultado do Exercício após a provisão p/IR e CSLL (-) Participações (-) Debêntures (-) Empregados (-) Administradores (-) Partes Beneficiárias (-) Fundos de Previdência (=) Lucro Prej. Líquido do Exercício Fonte: Brasil, 1976. 42 A demonstração de resultado do exercício também é alvo da auditoria, pois as evidências em relação às despesas, receitas e custos se encontram nesse importante relatório. Os trabalhos de evidenciação de auditoria estão relacionados, neste momento, com a validação da correta composição das vendas líquidas, bem como com a existência das devoluções de vendas e a com- posição dos impostos. Quanto aos custos das mercadorias, a preocupação deve estar voltada à comprovação de sua existência e às aprovações durante o processo. Entende-se que todo processo de fabricação também apresenta as despesas de vendas, gerais e adminis- trativas existentes por meio de liberações, e estas são checadas e validadas de acordo com as alçadas. Quanto aos impostos de renda e social, o percurso de sua apuração e as respectivas compensações e adicionais são levados à prova, assim como as parti- cipações estatutárias, suas cotas e valor por ação. Também se deve lembrar do relatório Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), que forne- ce informações acerca das alterações no caixa por meio das atividades operacionais, de financiamento e de investimento, levando a auditoria a requerer os documentos que originaram tais situações de fi- nanciamento e investimento, confrontando as infor- mações com os registros do balanço patrimonial. 43 QUADRO 2 – DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (DFC) Fluxo de Caixa Indireto Atividades Operacionais Lucro do Exercício Depreciação Geração de Caixa Diminuição de Contas a Receber Diminuição de Fornecedores Diminuição de Impostos sobre Vendas Diminuição de Impostos sobre Lucros Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais Atividades de Investimentos Valor de Compras de Imobilizados Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos Atividades de Financiamentos Captação de Novos Empréstimos Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamentos Variação Líquido na Caixa Caixa no início do período Caixa no final do período Fonte: Pronunciamento Técnico CPC 03/08, de 13/06/2008. 44 A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) tam- bém sofre auditoria, visto que evidencia toda a riqueza gerada pela empresa e sua distribuição. Desta forma, esse relatório contribui para uma ve- rificação de existência das contas elencadas, princi- palmente daquelas que envolvem impostos, taxas e gastos com pessoal. A DVA é um relatório impor- tante, nela é possível identificar quanto a empresa contribui para a formação do Produto Interno Bruto (PIB). QUADRO 3 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) Demonstração do Valor Adicionado - Empresas em Geral 1.Receita 1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 1.2) Outras receitas 1.3) Receitas Relativas à construção de ativos próprios 1.4) Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa- Reversão/ (Constituição) 45 2. INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os valores dos impostos - ICMS, IPI, PIS e COFINS) 2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos 2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 2.3) Materiais, energia, serviços de materiais de terceiros e outros 2.4) Outras (especificiar) 3. VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 4. DEPRECIAÇÃ, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 5.VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 6.VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 6.1.Resultado de equivalência patrimonial 6.2.Receitas Financeiras 6.3.outras 7.VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 8.DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 8.1.Pessoal 8.1.1.Remuneração direta 8.1.2.Benefícios 46 8.1.3. FGTS 8.2. Impotos, taxas e contribuições 8.2.1. Federais 8.2.2. Estaduais 8.2.3. Municipais 8.3. Remuneração de capital de terceiros 8.3.1.Juros 8.3.2. Aluguéis 8.3.3.Outras 8.4.Remuneração de Capitais Próprio 8.4.1.Juros sobre o capital próprio 8.4.2.Diviendos 8.4.3.Lucros Retidos/prejuízo do exercício 8.4.4. Participação dos não controladores nos lucors retidos (só para consolidação) Fonte: Comitê dos Pronunciamentos Contábeis. Esses relatórios trazem dados importantes sobre a movimentação da empresa. Um olhar atento a cada item, em conjunto com a checagem das operações originárias, podem garantir ao auditor maior segu- rança em seu trabalho. 47 AULA 7 ASSEGURAÇÃO A asseguração tem relação com segurança, trans- parência e qualidade da informação. Isso pode ser melhor explicado na NBC T0 3000/2015. 49 Essa norma estabelece regras para o trabalho de asseguração, que se trata de um trabalho que não deve ser de auditoria nem de revisão de informa- ções financeiras. Ainda que esse trabalho seja exe- cutado por um auditor, ele não deve ter caracterís- tica de auditoria apenas. Esse é um trabalho feito sob encomenda, muito específico, e a forma como o auditor estabelece o critério para desenvolvê-lo deve ficar clarapara quem solicitou o serviço; pois o caráter do trabalho de asseguração pode ser restri- to ou geral, então, dependendo da situação, a divul- gação de critérios será revelada. Os trabalhos de asseguração possuem duas linhas a serem seguidas: razoável e limitada. O trabalho que segue a linha razoável se trata de um exame das de- monstrações contábeis. A segunda linha de trabalho é uma revisão considerada limitada para atender os requisitos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Entende-se que um trabalho com 100% de segu- rança realizado por um auditor independente não é possível. No trabalho de asseguração ocorre o mesmo; os profissionais prezam por uma segurança considerada razoável. Os elementos que devem constar em um trabalho de asseguração, de acordo com a norma, são: 50 ● relacionamento entre as partes; ● objeto apropriado; ● critérios adequados; ● evidências apropriadas e suficientes; ● relatório de asseguração escrito de forma apropriada. Esse trabalho deve prezar pela: relevância, in- tegralidade, confiabilidade, neutralidade e compreensibilidade. Quando se trata de relacionamento entre as par- tes, mesmo num trabalho de asseguração, os ad- ministradores da companhia são os responsáveis pela informação, nas quais nascem os processos. Os administradores podem ser os contratantes dos serviços ou não. Cabe ao auditor independente optar pelo melhor procedimento a ser aplicado para chegar à emissão do seu relatório de asseguração. Para que os crité- rios utilizados pelos auditores independentes sejam considerados adequados, eles devem apresentar as seguintes características, de acordo com a NBC TO 3000/2015: 1. relevantes, para contribuir com a tomada de de- 51 cisão pelos usuários previstos; 2. completos, não omitindo fatores importantes. Critérios que atendam a necessária integridade incluem pontos de referência para divulgação e apresentação; 3. confiáveis, para permitir uma avaliação ou men- suração razoavelmente uniforme do objeto; 4. neutros, para contribuírem para decisões não tendenciosas; 5. compreensíveis, para que evitem interpretações diferentes e possam ser claros. No caso de o trabalho ser executado, por exemplo, sobre os controles internos, o critério de mensu- ração pode ser baseado na estrutura conceitual de controle interno, como a estabelecida pelo Committee of Sponsoring Organizations (Coso). Os critérios devem ser adequados para contribuírem com uma estrutura conceitual que permita uma mensuração do objeto avaliado. Ao realizar esse tipo de serviço também pode ser usado um especialista para a obtenção das evi- dências necessárias. Esses profissionais devem ter habilidade e conhecimento conjunto para não pre- judicar o relatório final do auditor independente, que é o responsável pela asseguração. 52 Cabe mencionar que, assim como na auditoria, o cliente do trabalho de asseguração deve ter as ga- rantias de independência do auditor. Os exemplos citados na norma como perdas de independência são: ● interesses financeiros em comum; ● empréstimos; ● compra de produtos; ● relacionamentos familiares e pessoais; ● vínculo empregatício com o cliente de asseguração; ● honorários contingentes; ● prestação de outros serviços. O auditor, no trabalho de asseguração, tem sua atuação baseada em evidências, e considera su- ficiente a medida de quantidade da evidência, e a medida de qualidade se torna a adequação do processo. A NBC TO 3000/2015 diz que: “O auditor conside- ra a materialidade, o risco que o trabalho oferece, bem como a quantidade e a qualidade das evidên- cias quando planeja a natureza, época e extensão dos procedimentos a serem executados”. 53 AULA 8 AUDITORIA TRIBUTÁRIA A auditoria tributária revisa, avalia e analisa os pro- cedimentos de uma entidade, buscando formas de promover um planejamento fiscal e tributário me- lhor do que o já existente. Assim como nos demais trabalhos de auditoria, na auditoria tributária, o auditor revisa os controles internos e apura a dimensão dos testes a serem 55 aplicados em relação aos pagamentos realizados, a recuperação de impostos, contribuições e taxas, multas e juros. Ele avalia o não recolhimento de tri- butos e os prazos que deveriam ter sido recolhidos. A auditoria fiscal, além de se preocupar e revisar os pagamentos, também revisa as obrigações acessó- rias, como DIPJ, DACON, DCTF, DIRF e as obrigação mais recente, o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). Esse trabalho coopera com a prevenção de fraudes tributárias, desde que acompanhados de perto os registros dos tributos e desde que, em curto espa- ço de tempo, seja vistoriado para que, mesmo em situações de erro humano, não haja prejuízo para a empresa. Para que o trabalho seja feito de maneira lógica e tenha critérios transparentes, é necessário, antes de iniciar uma auditoria tributária, assim como qualquer outra auditoria, realizar um planejamento, mantendo, assim, uma visão ampla do que deve ser realizado. É importante que o profissional que irá trabalhar com auditoria tributária tenha expertise suficiente para executá-la, que conheça os princi- pais recursos norteadores, como legislação vigente, boletins fiscais e tributários, e que tenha domí- nio de várias formas de obtenção de informações tributárias. 56 De acordo com Santos (2016, p. 34), é bom ter um roteiro para realizar as avaliações nas contas de tributos, conforme consta na Tabela 4. TABELA 4 – ROTEIRO PARTE I – IRPJ 1. Se a pessoa jurídica não estiver obrigada ao lucro real, verificar a melhor forma de tributação, simulando a adoção do lucro presumido do lucro real e do Simples Nacional. 2. Na determinação da base de cálculo do imposto foram feitas as adições e exclusões prescritas na legislação? 3. Da base de cálculo do IRPJ, foram compensados eventuais prejuízos fiscais de exercícios anteriores? 4. No cálculo do IRPJ, levou-se em consideração o adicional, se devido? 5. Do valor devido, foram deduzidos os valores retidos cuja receita foi oferecida à tributação? Exemplo: retenção sobre a receita da prestação de serviços. 6. O IRPJ devido foi recolhido no prazo e nas condições estabelecidos na legislação? 57 PARTE II – CSL 7. Na determinação da base de cálculo da CSL, foram feitas as adições e exclusões prescritas na legislação? 8. Da base de cálculo da CSL, foi compensada eventual base de cálculo negativa de exercícios anteriores? 9. Do valor devido, foram deduzidos os valores retidos cuja receita foi oferecida à tributação? Exemplo: retenção sobre a receita da prestação de serviços. 10. A CSL devida foi recolhida no prazo e nas condições estabelecidos na legislação? PARTE III – PIS/Cofins 11. Foram feitas as exclusões legais para fins de determinação da base de cálculo do PIS e da Cofins, tais como devoluções e IPI? 12. A empresa auferiu “outras receitas” tributáveis não enquadradas como receita da atividade, rendimento de aluguéis, recebimento de juros e indenizações? 58 13. As receitas não tributáveis foram excluídas da base de cálculo do PIS e da Cofins (ganhos de capital na alienação de bens e direitos do ativo imobilizado, por exemplo)? 14. Das contribuições devidas MENSALMENTE, foram abatidas as retenções? Exemplo: retenção sobre a receita da prestação de serviços. 15. Foram aproveitados créditos sobre aquisição de mercadorias para revenda, insumos, aluguéis, depreciação etc.? 16. O PIS e a Cofins devidos foram recolhidos no prazo e nas condições estabelecidos na legislação? Além desse roteiro, é importante que os audito- res fiscais observem o regime de competência de contas, como despesa de energia elétrica, aluguel, água, leasing e combustível, para que não sejam contabilizadas após o fechamento do balanço. Isso deve acarretar pagamento de imposto a maior, pois essas despesas não entraram para a contabiliza- ção do período a que se referem. O mesmodeve ocorrer com receitas financeiras, nas quais o res- gate gera o registro, de acordo com o princípio do conservadorismo. 59 Atualmente, os auditores fiscais também vivenciam o desafio da tecnologia e a necessidade de enten- der como tudo funciona na empresa auditada. Faz toda diferença em suas avaliações, principalmente na condução dos trabalhos, a forma de acesso às informações, que também exige desse profissional que tenha conhecimentos que vão além dos concei- tos e das técnicas contábeis. 60 AULA 9 AUDITORIA TRABALHISTA Dentre os diversos ramos de atuação da auditoria se encontra a auditoria trabalhista, que segue as tendências do mundo tecnológico para uma gestão mais ágil e eficaz. O auditor deve atuar nessa área utilizando-se dos recursos disponíveis de maneira preventiva, visando angariar para a instituição exce- lência na execução e nos processos que envolvem esse assunto. 62 A auditoria trabalhista faz a ponte entre a institui- ção e o colaborador. O trabalho bem-feito do audi- tor trabalhista evita perdas para o colaborador, bem como para a instituição, atuando na falha de seus processos, na análise crítica e na identificação dos melhores processos de trabalho no ambiente da empresa. A empresa também tem um ganho com a auditoria, que é o de evitar perdas com processos trabalhistas e de evitar a propagação de falhas no dia a dia. O sucesso desse trabalho depende muito do co- nhecimento e do envolvimento do auditor na área que lhe fornece a sua principal matéria-prima para trabalhar, o departamento de Recursos Humanos. Esse profissional deve ter habilidade de entender os relatórios de gestão de pessoas, bem como a legis- lação vigente e a rotina trabalhista, além dos aspec- tos comportamentais. Precisa se fazer entendido na função que lhe cabe, que é a de não causar danos nem ao colaborador, nem à empresa. A preocupação da auditoria trabalhista está em adequar os processos e as rotinas para que se tor- nem transparentes e de fácil acesso, tornando apli- cável a ferramenta do compliance e, assim, evitando restrições ou impedimentos legais futuros. Utilizar auditoria trabalhista é buscar por confiabi- 63 lidade, segurança e padronização de informações geradas na instituição. Para que o processo seja vis- toriado pelo auditor trabalhista, é importante que ele percorra as seguintes situações: ● pré-admissão e admissão; ● folha de pagamento; ● jornada de trabalho; ● processos de demissão; ● reclamações trabalhistas; ● gestão de risco trabalhista; ● gestão previdenciária; ● benefícios; ● adequação do contrato de trabalho; ● terceirizações; ● cálculo dos encargos sociais e previdenciários, incluindo a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB); ● segurança e medicina do trabalho; e ● pejotização. Dar suporte à empresa contra ações criminosas é uma das funções do compliance, além de evitar da- nos à instituição e práticas elisivas ao governo. 64 A aplicação da Lei nº 12.846/13 minimiza as práti- cas danosas por meio da responsabilização direta das corporações, mesmo que elas não tenham conhecimento da má prática. A penalização para práticas elisivas é alta financeira e punitivamente, com veto a incentivos fiscais, doações e subsídios, bem como bloqueio de bens e uma singela mul- ta no percentual de 20% do total do faturamento bruto. Aproveitando o avanço do movimento digital que o país tem vivido, a fiscalização do Ministério do Trabalho tem sido bem mais frequente. Essas exi- gências fazem com que a empresa treine os cola- boradores e insistam nas novidades da lei traba- lhista, o que, consequentemente, leva as políticas de recursos humanos a serem atualizadas para tal cenário. O eSocial faz parte desse avanço tecnológico. Por meio dele, as informações de folha e de tributos sobre a folha são transmitidos on-line, por isso a necessidade de maior grau de transparência. As empresas de auditoria podem auxiliar na cor- reta preparação das informações geradas para o governo federal, por exemplo: 65 1. auxiliar na implantação e na coordenação do projeto do eSocial; 2. revisar as questões cadastrais utilizadas na fo- lha de pagamento; 3. analisar os dados constantes na folha de paga- mento, como função, cargo, horário de trabalho, tributos incidentes etc. Atualmente a quantidade de trabalho para audito- res na área tributária e trabalhista aumentou consi- deravelmente, pois há muitas adequações a serem feitas, muitas novidades e poucas pessoas dispostas e/ou disponíveis a cumprirem os mandamentos legais. 66 AULA 10 RELATÓRIOS DOS AUDITORES INDEPENDENTES O relatório dos auditores é a etapa final do trabalho de auditoria. Ele contempla um conjunto de infor- mações para que os interessados no negócio pos- sam tomar suas decisões. Segundo a nova estrutura de parecer de auditoria, a opinião dos auditores constante no relatório pode ser apresentada em dois formatos: 68 1. NÃO MODIFICADA – sem ressalva – e 2. MODIFICADA – com ressalva, adverso ou com abstenção ou negativa de opinião. O novo formato de relatório foi desenhado para que o leitor tenha um melhor entendimento sobre as informações. Os itens que compõem a nova es- trutura estão listados a seguir. ● Título, destinatário, parágrafo introdutório, seção sobre a responsabilidade da administração, seção sobre a responsabilidade do auditor e a ex- tensão da auditoria, opinião não modificada. Para as opiniões (modificada – com ressalva, adversa, ou abstenção de opinião), foi inserido mais um pará- grafo, em que o auditor explica tudo que originou a modificação de sua opinião. ● No parágrafo introdutório, há a indicação de quais demonstrações contábeis estão sendo auditadas. ● Há um parágrafo descrevendo a responsabilida- de da administração pela elaboração das demons- trações contábeis. ● Também deve haver um parágrafo que des- creve a responsabilidade do auditor por expressar sua opinião sobre as demonstrações contábeis e a extensão da auditoria. ● Há um parágrafo de opinião sobre as demons- trações contábeis não modificadas e um para as modificadas. 69 ● Também existe um parágrafo de ênfase, que, por ser importante para o auditor e poder vir a esclarecer determinados pontos, chama a atenção para o tópico. ● Há um parágrafo para a assinatura de quem realizou a auditoria, tanto em nome do escritório contratado como em nome do auditor responsá- vel. O número do cadastro do auditor responsável no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) deve constar no documento. MODELO PADRÃO DO RELATÓRIO DE OPINIÃO DO AUDITOR INDEPENDENTE Título Destinatário Parágrafo introdutório Seção sobre a responsabilidade da administração Seção sobre a responsabilidade do auditor e a extensão da auditoria Parágrafo da opinião do auditor Local, data e assinatura Fonte: Baseada na NBC TA 700/2016. 70 Quando o auditor preenche o relatório e utiliza o parágrafo sem ressalva significa que ele tem plena convicção de que as demonstrações contábeis e financeiras analisadas foram realizadas em conso- nância com as normas brasileiras de contabilidade e seguiu rigorosamente os princípios contábeis vigentes. Já quando o auditor independente inclui o parágra- fo com modificação de opinião (ressalva), significa que ele obteve evidências apropriadas e suficientes de que as distorções individualmente ou em con- junto são relevantes, mas não generalizadas. Isso não exige um relatório com opinião adversa, pois a interferência no restante do relatório é ínfima. De acordo com a NBC TA 700/2016, os efeitos ge- neralizados são aqueles que, no julgamento do auditor, 1. não estão restritos aos elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis; 2. se estiverem restritos, apresentam ou poderiam apresentar uma parcela substancial das demonstra- ções contábeis; 3. em relação às divulgações, são fundamentais para o entendimento das demonstrações contábeis pelos usuários.71 A única diferença do relatório com ressalva para o sem ressalva é o parágrafo que identifica cada uma das situações. Apenas a título de curiosidade, segue um exem- plo do parágrafo de ênfase: “Chamamos a atenção nas demonstrações contábeis para a NOTA XY, que descreve a incerteza relacionada com o resultado da ação trabalhista movida contra a Cia. Paralelo, pela Empresa XY. Nossa opinião não contém ressalva relacionada a esse assunto”. 72 AULA 11 REPRESENTAÇÃO FORMAL A representação formal é a antiga carta de res- ponsabilidade da administração, por meio da qual o auditor pode ratificar os dados trabalhados du- rante a realização da auditoria nos demonstrativos contábeis. As informações dessa carta deverão ser relevantes, a seleção das políticas contábeis da companhia, riscos ou incertezas em relação ao mo- nitoramento dos controles internos e aos eventos subsequentes à data do término do exercício social. 74 Ao contratar os serviços de auditoria, a administra- ção deve reconhecer suas responsabilidades, como a entrega correta do relatório em conformidade com a legislação vigente, a manutenção dos contro- les internos, e que as demais atividades do dia a dia estejam livres de distorções, independentemente se elas refletem fraude ou erro. Por essa razão, na representação formal, a administração cientifica do documento deve atestar tais responsabilidades. Em alguns casos de dúvida, a administração pode recorrer a alguns profissionais ou prestadores de serviços que tenham atuado em cálculos específi- cos, em atestados de regularidade ou em informa- ções junto ao departamento jurídico sobre possi- bilidades de perdas remotas, possíveis em causas judiciais. Essas informações devem estar em dia, para que não haja problema na comunicação. Um fato importantíssimo é que a opinião do auditor não pode ser apresentada antes da emissão da re- presentação formal, pois é possível que ainda ocor- ram eventos ou transações até a data de divulgação do relatório do auditor, assim sendo necessário formalizar ajustes ou fazer uma nova divulgação. O ideal é que a representação formal seja emitida o mais próximo possível do relatório dos auditores, NUNCA podendo ocorrer depois. 75 RECUSA NA EMISSÃO DAS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS Este tópico está relacionado à responsabilidade da administração e quando esta deixa de reconhe- cer seus deveres. O caminho para que a auditoria consiga obter evidências é muito mais trabalhoso quando a empresa se nega a oferecer a informação de forma substancial e a faz apenas verbalmente. Neste caso, ocorre um limite no escopo do trabalho da auditoria, levando o auditor, então, a emitir uma opinião modificada. Para que esse impasse se resolva de maneira mais transparente, é importante que o auditor garanta, no início dos trabalhos, no contrato de auditoria, uma cláusula contratual que mencione os termos da quebra das condições preestabelecidas. A Resolução 987/03, em seu artigo 2º § 4º, aponta que “A exigência em contrato para entrega da Carta de Responsabilidade da Administração será obriga- tória somente nos contratos de novos clientes, ou quando da renovação dos contratos antigos”. Caso o auditor perceba indícios de crime, deve procurar denunciar de forma sigilosa, seguindo o protocolo. 76 Há, nas empresas de auditoria, um argumento inte- ressante para os casos de quebra de responsabilida- de, que é um seguro para responsabilidade civil. Essas situações já foram previstas pelo legislador, quando ele apontou que: Caso a administração da empresa se recuse [a] entregar a carta de responsabilidade, o contador deve comunicar o CRC de seu domicílio profissional, conforme a Resolução do CFC 987/03 do Art. 2º § 3º, que relata que “O profissional deverá comunicar ao CRC de seu domicílio profissional a recusa da entrega da Carta de Responsabilidade da Administração por parte da empresa”. Há ferramentas legais para que o auditor se pro- teja em relação a não autorização da carta para a empresa. O importante é entender cada etapa e se resguardar de situações complicadas. 77 AULA 12 TRANSAÇÕES E EVENTOS SUBSEQUENTES EVENTOS SUBSEQUENTES Eventos considerados subsequentes são aqueles que ocorrem após o encerramento do exercício social e após a data na qual é autorizada a emissão dos demonstrativos contábeis. 79 Há dois tipos de eventos, de acordo com o CPC 24, 1. os que evidenciam condições que já existiam na data do balanço (requerem ajuste); 2. os que são indicadores de condições que surgi- ram após a data do balanço (não requerem ajuste). Veja com maiores detalhes o que aponta o CPC 24 em relação das tabelas 5 e 6. TABELA 5 – EVENTOS SUBSEQUENTES À DATA DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS QUE ORIGINARAM E NÃO ORIGINARAM AJUSTES Eventos subsequentes à data dos demonstra- tivos contábeis que originaram seus ajustes (a) decisão ou pagamento em processo judicial após o final do período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, confirmando que a entidade já tinha a obrigação presente ao final daquele período contábil. A entidade deve ajustar qualquer provisão relacionada ao processo anteriormente reconhecida de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes ou registrar nova provisão. A entidade não divulga meramente um passivo contingente porque a decisão proporciona provas adicionais que seriam consideradas de acordo com o item 16 do Pronunciamento Técnico CPC 25; 80 (b) obtenção de informação após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, indicando que um ativo estava desvalorizado ao final daquele período contábil ou que o montante da perda por desvalorização previamente reconhecida em relação àquele ativo precisa ser ajustado. Por exemplo: (i) falência de cliente ocorrida após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis normalmente confirma que já existia um prejuízo na conta a receber ao final daquele período, e que a entidade precisa ajustar o valor contábil da conta a receber; e (ii) venda de estoque após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis pode proporcionar evidência sobre o valor de realização líquido desses estoques ao final daquele período; (c) determinação, após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, do custo de ativos comprados ou do valor de ativos recebidos em troca de ativos vendidos antes do final daquele período; 81 (d) determinação, após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, do valor referente ao pagamento de participação nos lucros ou referente às gratificações, no caso de a entidade ter, ao final do período a que se referem as demonstrações, uma obrigação presente legal ou construtiva de fazer tais pagamentos em decorrência de eventos ocorridos antes daquela data (ver Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados); e (e) descoberta de fraude ou erros que mostram que as demonstrações contábeis estavam incorretas. Eventos subsequentes ao período contábil que se referem às demonstrações contábeis que não originaram ajustes A entidade não deve ajustar os valores reconhecidos em suas demonstrações contábeis por eventos subsequentes que são indicadores de condições que surgiram após o período contábil a que se referem as demonstrações. 82 11. Um exemplo de evento subsequente ao período contábil a que se referem as demonstrações contábeis que não origina ajustes é o declínio do valor de mercado de investimentos ocorrido no período compreendido entre o final do período contábil a que se referem as demonstrações e a data de autorização de emissão dessas demonstrações. O declínio do valor de mercado não se relaciona normalmente à condição dos investimentos no final do período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, mas reflete circunstâncias que surgiramno período seguinte. Portanto, a entidade não ajusta os valores reconhecidos para os investimentos em suas demonstrações contábeis. Igualmente, a entidade não atualiza os valores divulgados para os investimentos na data do balanço, embora possa necessitar da divulgação adicional conforme o item 21. Fonte: Baseado no CPC 24. E como fica o auditor em relação aos eventos ocor- ridos entre a data do término do exercício? Se o auditor entender serem relevante os efeitos decorrentes de transações subsequentes ao exame das demonstrações contábeis em seu relatório, po- derá emitir uma opinião com ressalva ou um pará- grafo de ênfase. 83 Algumas definições importantes para identificar os fa- tos ocorridos após o encerramento do exercício social, que afetam os demonstrativos contábeis, conforme a NBC TA 560/2016, são apresentadas na Tabela 6. TABELA 6 – FATOS INCORRIDOS APÓS O ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO SOCIAL Data das demonstrações contábeis Data de encerramento do último período coberto pelas demonstrações contábeis Data da aprovação das demonstrações contábeis É a data em que todos os quadros que compõem as demonstrações contábeis foram elaborados e que aqueles com autoridade reconhecida afirmam assumir a responsabilidade por essas demonstrações. Data do relatório do auditor independente É a data do término dos trabalhos na entidade auditada. Data de divulgação das demonstrações contábeis É a data em que o relatório do auditor independente e as demonstrações contábeis auditadas são disponibilizadas para terceiros. Fonte: Baseado na NBC TA 560/2016. 84 O auditor independente deve executar procedi- mentos de auditoria para identificar transações e eventos que possam requerer ajuste na divulgação nos demonstrativos contábeis. Esses procedimentos devem ser executados próximo à data do relatório. 85 Referências bibliográficas ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 6ª ed. São Paulo. Atlas, 2003. Auditoria Trabalhista. Disponível em:< http://www. guiatrabalhista.com.br/auditoriatrab.htm,> acesso em:11/07/2020. Auditoria Trabalhista Disponível em: <https://jus. com.br/artigos/75739/auditoria-trabalhista,> aces- so em:11/07/2020. BRASIL. Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ l6404compilada.htm#:~:text=LEI%20No%20 6.404%2C%20DE%2015%20DE%20DEZEMBRO%20 DE%201976.&text=Disp%C3%B5e%20 sobre%20as%20Sociedades%20por%20 A%C3%A7%C3%B5es.&text=Art.,das%20 a%C3%A7%C3%B5es%20subscritas%20ou%20 adquiridas. Acesso em: 3 jul. 2020. BRASIL. Lei no 11.638, de 28 de dezembro de 2007. http://www.guiatrabalhista.com.br/auditoriatrab.htm http://www.guiatrabalhista.com.br/auditoriatrab.htm https://jus.com.br/artigos/75739/auditoria-trabalhista https://jus.com.br/artigos/75739/auditoria-trabalhista Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de de- zembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulga- ção de demonstrações financeiras. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 3 jul. 2020. BRASIL. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao parcela- mento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que especifica; institui re- gime tributário de transição, alterando o Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, as Leis nos 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 8.218, de 29 de agosto de 1991, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.469, de 10 de julho de 1997, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 10.426, de 24 de abril de 2002, 10.480, de 2 de julho de 2002, 10.522, de 19 de julho de 2002, 10.887, de 18 de junho de 2004, e 6.404, de 15 de dezembro de 1976, o Decreto- Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, e as Leis nos 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 10.925, de 23 de julho de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 11.116, de 18 de maio de 2005, 11.732, de 30 de junho de 2008, 10.260, de 12 de julho de 2001, 9.873, de 23 de novembro de 1999, 11.171, de 2 de setembro de 2005, 11.345, de 14 de setembro de 2006; pror- roga a vigência da Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro 87 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm de 1995; revoga dispositivos das Leis nos 8.383, de 30 de dezembro de 1991, e 8.620, de 5 de janeiro de 1993, do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novem- bro de 1966, das Leis nos 10.190, de 14 de feverei- ro de 2001, 9.718, de 27 de novembro de 1998, e 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.964, de 10 de abril de 2000, e, a partir da instalação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os Decretos nos 83.304, de 28 de março de 1979, e 89.892, de 2 de julho de 1984, e o art. 112 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005; e dá outras providên- cias. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm. Acesso em: 3 jul. 2020. Comitê dos Pronunciamentos Contábeis. Disponível em :< http://static.cpc.aatb.com. br/Documentos/175_CPC_09.pdf> acesso em: 20/07/2020 CREPALDI, Silvio Aparecido. Origem, evolução e de- senvolvimento da auditoria. 2006. Portal da Classe Contábil. Disponível em: https://classecontabil. com.br/origem-evolucao-e-desenvolvimento-da- auditoria/. Acesso em: 5 jul. 2020. ______. Auditoria contábil: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 468 p. MEGGINSON, Leon et al. Administração: concei- tos e aplicações. Tradução de Auriphebo Berrance 88 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/175_CPC_09.pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/175_CPC_09.pdf https://classecontabil.com.br/origem-evolucao-e-desenvolvimento-da-auditoria/ https://classecontabil.com.br/origem-evolucao-e-desenvolvimento-da-auditoria/ https://classecontabil.com.br/origem-evolucao-e-desenvolvimento-da-auditoria/ Simões. São Paulo: Harbra, 1986. MELO, Moisés Moura de; SANTOS, Ivan Ramos dos. Auditoria contábil. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2012. MELO, Moisés Moura de; SANTOS, Ivan Ramos dos. Auditoria contábil: de acordo com as normas brasileiras de contabilidade emitidas até 2011, em consonância com as Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pela Federação Internacional de Contabilidade. Rio de Janeiro: Maria Augusta Delgado, 2015. PORTAL DE CONTABILIDADE. NBC T 11.4. [s.d.] Disponível em: http://www.portaldecontabilidade. com.br/nbc/t11.htm. Acesso em: 5 jun. 2020. PORTAL DE AUDITORIA. Normas para educação continuada. [s.d.]. Disponível em: http://www. portaldeauditoria.com.br/legislacao/normas/ educacaoprofissional.htm. Acesso em: 5 jun. 2020. Resolução nº 1.035/2005 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) Resolução 987/03 do Art. 2º § 3º SANTI, Paulo Adolpho. Introdução à auditoria. São Paulo: Atlas, 1998. 253 p. SANTOS, CLEÔNIMO DOS; BARROS, SIDNEY FERRO. 89 http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t11.htm http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t11.htm http://www.portaldeauditoria.com.br/legislacao/normas/educacaoprofissional.htm http://www.portaldeauditoria.com.br/legislacao/normas/educacaoprofissional.htm http://www.portaldeauditoria.com.br/legislacao/normas/educacaoprofissional.htm Manual do Simples Nacional: microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP). 2.ed. São Paulo: IOB, 2009. 280 p. Por que realizar uma auditoria trabalhista den- tro da sua empresa? Disponível em: <https:// dllautomacao.com.br/2019/10/22/por-que-realizar- uma-auditoria-trabalhista-dentro-da-sua-empresa/> Acesso em: 20/07/2020 CPC 03/2010 CPC 24/2009 NBCT 11/2005 NBC PA01/2009NBC TA 230/2016 NBC TA 300/2016 NBC TA 315/2014 NBC TA 530/2009 NBC TA 560/2016 NBC TA 700/2016 NBC TG 26/2009 NBC TO 3000/2015 90 https://dllautomacao.com.br/2019/10/22/por-que-realizar-uma-auditoria-trabalhista-dentro-da-sua-empresa/ https://dllautomacao.com.br/2019/10/22/por-que-realizar-uma-auditoria-trabalhista-dentro-da-sua-empresa/ https://dllautomacao.com.br/2019/10/22/por-que-realizar-uma-auditoria-trabalhista-dentro-da-sua-empresa/ Sumario 01 Sumario 02 Aula 1 Histórico e finalidades da auditoria Aula 2 Do planejamento à execução Aula 3 Planejamento da auditoria Aula 4 Amostragem Aula 5 Evidenciação e documentos do auditor Aula 6 Auditoria das demonstrações contábeis Aula 7 Asseguração Aula 8 Auditoria tributária Aula 9 Auditoria Trabalhista Aula 10 Relatórios dos auditores independentes Aula 11 Representação formal Aula 12 Transações e eventos subsequentes Referências bibliográficas Sumario17: Sumario18: Sumario19: Sumario20: Sumario21: Sumario22: Sumario32: Sumario31: Sumario30: Sumario29: Sumario27: Sumario28: Sumario23: