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<p>ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE</p><p>AULA 4</p><p>Profª Marcia Silveira Munhoz Arzua Costa</p><p>2</p><p>CONVERSA INICIAL</p><p>Esta abordagem está dividida em cinco tópicos que continuam contando</p><p>a história da arte organizada em uma linha do tempo. Como temos visto em</p><p>nossos estudos, a evolução da arte é um processo complexo e multifacetado,</p><p>influenciado por uma variedade de fatores históricos, culturais, sociais e</p><p>tecnológicos. Ao longo do tempo, a arte tem respondido a mudanças na</p><p>sociedade, na política, na religião, na filosofia e na tecnologia, refletindo e</p><p>moldando as visões do mundo de diferentes épocas e culturas.</p><p>CONTEXTUALIZANDO</p><p>Estudaremos, a partir de agora, a evolução da arte desde o romantismo</p><p>até a arte minimalista, uma jornada por diversos movimentos e estilos que</p><p>refletem as mudanças sociais, culturais e tecnológicas ao longo dos séculos XIX</p><p>e XX.</p><p>O romantismo, com ênfase na expressão emocional e na individualidade,</p><p>deu lugar ao impressionismo, que revolucionou a representação da luz e da</p><p>atmosfera por meio de pinceladas rápidas e cores vibrantes. As vanguardas do</p><p>século XX desafiaram as convenções estabelecidas, explorando novas formas</p><p>de expressão e abordando questões sociais e políticas de maneiras inovadoras.</p><p>A pop art emergiu como uma reação à cultura de massa, celebrando objetos e</p><p>ícones do cotidiano de maneira irônica e provocativa. Por fim, a arte minimalista</p><p>simplificou a forma e os materiais, buscando uma essência pura e uma</p><p>experiência sensorial direta, marcando uma reflexão profunda sobre o próprio</p><p>conceito de arte. Esses movimentos não apenas refletem as mudanças de seu</p><p>tempo, mas também influenciaram profundamente a arte contemporânea,</p><p>demonstrando a riqueza e a diversidade do pensamento criativo humano.</p><p>TEMA 1 – ROMANTISMO</p><p>O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais</p><p>causadas pela revolução industrial e pela revolução francesa do final do século</p><p>XVIII.</p><p>3</p><p>Caracteriza-se como uma reação ao neoclassicismo, tendo sido</p><p>desenvolvido entre 1820 e 1850. Os românticos procuravam se libertar das</p><p>convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do</p><p>artista. Assim, de modo geral, podemos afirmar que a característica mais</p><p>marcante do romantismo é a valorização dos sentimentos e da imaginação como</p><p>princípios da criação artística. Ao lado dessas características mais gerais, outros</p><p>valores compuseram a estética romântica, como o sentimento do presente, o</p><p>nacionalismo e a valorização da natureza. Outro elemento que podemos</p><p>observar nos quadros românticos é a composição em diagonal, que sugere</p><p>instabilidade e dinamismo ao observador. A cor é novamente valorizada e os</p><p>contrastes entre claro e escuro reaparecem, produzindo efeitos de</p><p>dramaticidade. Quanto aos temas, os fatos reais da história nacional e</p><p>contemporânea dos artistas eram de maior interesse do que os da mitologia</p><p>greco-romana. Além disso, a natureza, relegada a pano de fundo das cenas</p><p>aristocráticas pelo neoclassicismo, aqui ganha importância. Ela mesma passa a</p><p>ser o tema da pintura. Ora calma, ora agitada, a natureza exibe, na tela dos</p><p>românticos, um dinamismo equivalente às emoções humanas.</p><p>1.1 Romantismo francês</p><p>O romantismo se desenvolveu na França durante o século XIX,</p><p>influenciando profundamente diversas formas de expressão, como pintura,</p><p>literatura, música e teatro. Esse período foi marcado por uma reação contra os</p><p>valores do iluminismo e do neoclassicismo, priorizando a emoção, a</p><p>individualidade e a imaginação.</p><p>Na pintura, artistas como Eugène Delacroix e Théodore Géricault se</p><p>destacaram por suas obras emocionantes e dramáticas, retratando temas</p><p>históricos, literários e mitológicos com uma intensidade emocional única.</p><p>Delacroix é especialmente lembrado por sua obra-prima A liberdade guiando o</p><p>povo (Figura 1), que simboliza o espírito revolucionário do período. É uma</p><p>representação da Revolução de 1830, na França. A cena central da obra nos</p><p>mostra a liberdade personificada na figura de uma mulher liderando o povo</p><p>francês em uma marcha triunfante pelas ruas de Paris; atrás dela, uma multidão</p><p>de homens de diferentes classes sociais, idades e profissões, todos unidos em</p><p>sua luta pela liberdade e justiça. A composição dinâmica da obra, com suas</p><p>cores vibrantes e contrastantes, transmite uma sensação de movimento e</p><p>4</p><p>urgência, capturando a energia fervente da revolução em curso. Delacroix</p><p>habilmente combina elementos realistas com uma abordagem romântica,</p><p>enfatizando não apenas os eventos históricos, mas também o fervor emocional</p><p>e o idealismo da época.</p><p>Figura 1 – A liberdade guiando o povo, Delacroix (1830)</p><p>Crédito: irisphoto1/Shutterstock.</p><p>1.2 Romantismo inglês</p><p>O romantismo na Inglaterra foi um movimento cultural que floresceu</p><p>durante o final do século XVIII e início do século XIX, refletindo mudanças</p><p>sociais, políticas e econômicas significativas na sociedade britânica. Essas</p><p>mudanças ocorreram por conta da Revolução Industrial, processo histórico</p><p>iniciado na Inglaterra no século XVIII; as bases da Revolução Industrial estão na</p><p>passagem do ofício da Idade Média para a produção em manufaturas. Nos</p><p>ofícios, os artesãos detinham individualmente suas ferramentas e matérias-</p><p>primas, trabalhando sob a supervisão de um mestre-artesão. Na manufatura,</p><p>esses mestres-artesãos passaram a deter a propriedade dos meios de produção,</p><p>transformando os demais artesãos em trabalhadores assalariados. Esse período</p><p>foi marcado por uma profunda valorização das emoções, da natureza e da</p><p>imaginação, contrastando com o racionalismo e a ordem neoclássica</p><p>predominantes anteriormente.</p><p>5</p><p>A pintura paisagística já havia se desenvolvido no século XVIII, mas foi no</p><p>período romântico que ganhou nova força, principalmente na Inglaterra. A</p><p>paisagem romântica inglesa caracteriza-se, de um lado, por seu realismo e, por</p><p>outro, pela recriação das contínuas modificações das cores da natureza</p><p>causadas pela luz solar. Segundo alguns historiadores da arte, essa segunda</p><p>característica permite-nos afirmar que os paisagistas ingleses do século XIX</p><p>anteciparam-se em algumas décadas aos impressionistas franceses (Proença,</p><p>2001).</p><p>O romantismo inglês deixou sua marca na pintura, com artistas como</p><p>J.M.W. Turner e John Constable. Turner ficou conhecido por suas paisagens</p><p>atmosféricas e emocionais que capturavam a grandiosidade da natureza</p><p>britânica, explorando temas como a luz, o movimento e a energia natural em</p><p>suas obras, influenciando gerações futuras de artistas. O lago de Zug (Figura 2),</p><p>uma obra icônica de William Turner pintada em 1843, apresenta uma paisagem</p><p>deslumbrante e dramática do Lago Zug, localizado na Suíça Central. Turner</p><p>retrata o lago em um cenário de luz e atmosfera impressionantes, capturando a</p><p>majestade da natureza em sua forma mais sublime. A obra transmite uma</p><p>sensação de grandiosidade e tranquilidade, com o lago estendendo-se diante do</p><p>espectador em tons de azul profundo e verde sereno. O artista emprega</p><p>pinceladas largas e expressivas para criar uma sensação de movimento e fluidez</p><p>na água, enquanto as montanhas ao fundo emergem em meio à neblina e à luz</p><p>dourada do sol poente. A atmosfera etérea e evocativa da pintura convida o</p><p>espectador a se perder na beleza intemporal da paisagem e a contemplar a</p><p>harmonia entre o homem e a natureza. O lago de Zug é uma expressão magistral</p><p>da habilidade de Turner em capturar a essência emocional e espiritual da</p><p>paisagem, elevando-a a um nível de transcendência artística.</p><p>Figura 2 – O lago de Zug, Turner (1843)</p><p>Crédito: Everett Collection/Shutterstock.</p><p>6</p><p>1.3 Realismo</p><p>Entre 1850 e 1900 surge, nas artes europeias, sobretudo na pintura</p><p>francesa, uma nova tendência estética chamada realismo, que se desenvolveu</p><p>ao lado da crescente industrialização das sociedades. O homem europeu,</p><p>com a maior veemência possível seu pessimismo em relação ao mundo. Assim, realizavam uma pintura que foge às regras tradicionais de equilíbrio da composição, da reg...</p><p>Figura 10 – O grito, Munch (1893)</p><p>Dois grupos surgem com o expressionismo: o Die Brücke (em português, “A ponte”), fundado em 1905, Dresden, Alemanha e durou até 1913. A intenção do grupo era a de estabelecer uma passagem (ponte) entre a arte contemporânea e a arte do futuro, liberta...</p><p>Houses in Dresden (Figura 11), pintada por Kirchner em 1911, é uma obra marcante do expressionismo alemão. Essa pintura captura a vitalidade urbana e a intensidade emocional características do movimento Die Brücke, do qual Kirchner foi um dos fundador...</p><p>Os cubistas passaram a representar os objetos como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência...</p><p>O cubismo procurava representar objetos tridimensionais em duas dimensões, desmantelando as formas tradicionais e reconstruindo-as por meio de formas geométricas básicas, como cubos, cones e cilindros. Em vez de retratar os objetos de um único ponto ...</p><p>Com o tempo, o cubismo evoluiu em duas grandes tendências: cubismo analítico e cubismo sintético. O cubismo analítico foi desenvolvido por Pablo Picasso e Georges Braque aproximadamente entre 1908 e 1911. Levada às últimas consequências, essa tendênci...</p><p>Os principais movimentos do abstracionismo foram: o abstracionismo lírico, também conhecido como abstracionismo expressivo ou abstracionismo informal, enfatizava a expressão emocional e intuitiva por meio de formas e cores fluidas e gestuais. Artistas...</p><p>A obra Vermelho, amarelo e azul (Figura 17), de 1925, é uma das mais icônicas de Wassily Kandinsky, representando um ponto culminante na sua exploração das possibilidades da arte abstrata. A pintura, realizada durante seu período na Bauhaus0F , reflet...</p><p>O abstracionismo geométrico, também chamado de abstracionismo construtivo, foi um movimento que explorava formas geométricas e estruturas matemáticas na arte. Kazimir Malevich e Piet Mondrian foram figuras proeminentes desse estilo, que buscava uma li...</p><p>O abstracionismo geométrico explorou formas geométricas simples, como quadrados, círculos, triângulos e retângulos, despidos de qualquer associação figurativa. Essas formas foram frequentemente dispostas em composições simétricas e equilibradas. As li...</p><p>As obras do pintor holandês Piet Mondrian são as mais representativas do abstracionismo geométrico. Nas décadas de 1920 e 1930, as linhas diagonais e curvas desaparecem dos seus quadros, dando lugar somente às linhas horizontais e verticais; estas, co...</p><p>A pintura utiliza uma paleta restrita composta por vermelho, azul e amarelo, as três cores primárias, juntamente com branco, preto e tons neutros. Essa escolha reflete a busca de Mondrian por uma universalidade e simplicidade na arte. A composição é d...</p><p>Figura 18 – Composição com vermelho, azul e amarelo, Piet Mondrian (1930)</p><p>O abstracionismo informal, também conhecido como expressionismo abstrato ou action painting (“pintura de ação)1F , ganhou força na segunda metade da década de 1940; envolvia a aplicação espontânea e gestual de tinta sobre a tela, explorando a expressã...</p><p>Asheville (Figura 19) é uma obra de arte do renomado pintor abstrato Willem de Kooning, concluída em 1948. De Kooning, um dos principais representantes do expressionismo abstrato, é conhecido por suas composições dinâmicas e gestuais, e Asheville exem...</p><p>Figura 19 – Selo representando Asheville, de Willem de Kooning (1948)</p><p>3.5 Surrealismo e dadaísmo</p><p>O surrealismo foi um movimento artístico e literário que surgiu na Europa, principalmente na França, na década de 1920. Ele buscava explorar o poder do inconsciente e liberar a criatividade pela representação de imagens e ideias irracionais, absurdas ...</p><p>Às vezes, as obras surrealistas representam alguns aspectos da realidade com excesso de realismo. Entretanto, eles aparecem sempre associados a elementos inexistentes na natureza, criando conjuntos irreais. Os principais artistas do período foram: Sal...</p><p>A caçada (Figura 20) é uma pintura emblemática de Joan Miró, criada em 1923-1924. Miró, um dos mais proeminentes artistas do surrealismo, é conhecido por seu estilo distinto, que combina formas biomórficas, abstração e elementos de fantasia. A obra re...</p><p>Figura 20 – Selo representando a obra A caçada, de Juan Miró (1923-1924)</p><p>Crédito: spatuletail/Shutterstock.</p><p>O dadaísmo foi um movimento que surgiu durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Naquele momento, artistas e intelectuais de diversas nacionalidades, contrários ao envolvimento de seus países no conflito, exilaram-se em Zurique, na Suiça. Ali, ac...</p><p>O termo dada foi escolhido aleatoriamente ao abrir um dicionário francês-alemão. Dada é uma palavra francesa que significa “cavalo de pau”, refletindo a atitude infantil e irreverente do movimento. O dadaísmo opunha-se à racionalidade e à lógica, que ...</p><p>Figura 21 – A fonte, Marcel Duchamp (1917)</p><p>Crédito: Dima Moroz/Shutterstock.</p><p>Esses são apenas alguns dos principais movimentos das vanguardas artísticas do século XX, e muitos outros surgiram ao longo desse período, cada um contribuindo para a diversidade e experimentação no mundo da arte.</p><p>Se liga</p><p>As vanguardas do século XX se resumem em movimentos artísticos que acontecem muitas vezes ao mesmo tempo em lugares diferentes. Citamos alguns deles, como o expressionismo de Munch, o fauvismo de Matisse, o cubismo de Picasso, o abstracionismo de Kand...</p><p>Dica</p><p>As ideias revolucionárias de Albert Einstein sobre o espaço e o tempo tiveram um impacto profundo na maneira como os artistas cubistas pensavam sobre a representação visual. Ao desafiar as noções tradicionais de perspectiva e incorporar a fragmentação...</p><p>As teorias de Freud e Jung sobre a mente, os sonhos e o inconsciente forneceram uma base teórica rica para o surrealismo. Ao integrar essas ideias em suas práticas artísticas, os surrealistas buscaram transcender a realidade consciente e explorar as p...</p><p>TEMA 4 – POP ART</p><p>A expressão pop-art vem do inglês, e significa “arte popular”. O movimento começou a se formar no Reino Unido no início da década de 1950. O Independent Group, um coletivo de artistas e críticos, foi fundamental para o desenvolvimento inicial da pop a...</p><p>Um exemplo é o trabalho Marilyn Monroe (Figura 21), de Andy Warhol, talvez o artista pop mais conhecido, famoso por suas pinturas de latas de sopa Campbell’s e retratos de celebridades, como esse trabalho. Realizado a partir de uma fotografia, o artis...</p><p>Os principais artistas da pop art foram, além de Andy Warhol, Roy Lichtenstein, que ficou conhecido por suas pinturas que imitavam o estilo das histórias em quadrinhos, utilizando técnicas de pontilhismo e balões de diálogo; Claes Oldenburg, que criou...</p><p>Figura 21 – Selo representando a obra Marilyn Monroe, de Andy Warhol (1967)</p><p>Crédito: neftali/Shutterstock.</p><p>Saiba mais</p><p>BARROSO, P.; HUDSON S. N. História da arte. Barueri: Grupo A, 2018. Cap. 4, p. 181-198.</p><p>TEMA 5 – ARTE MINIMALISTA</p><p>Para o artista moderno, a conclusão inevitável da necessidade de reduzir a arte ao básico foi o minimalismo. Seus fundadores foram escultores americanos, como Donald Judd, que definiu o minimalismo como “se livrar daquilo que as pessoas costumavam ach...</p><p>Eliminando as “distrações” do detalhe, da imagem e da narrativa, os minimalistas pretendem forçar a atenção total do espectador para o que sobrou. “A simplicidade da forma”, disse Robert Morris, “não equivale necessariamente à simplicidade da experiên...</p><p>Os principais artistas do movimento, como Donald Judd, faz caixas de aço inoxidável industrializado, de acrílico e de compensado, colocadas em fileiras verticais na parede. Carl Andre foi para o extremo oposto da escultura vertical tradicional, figura...</p><p>Donald Judd foi um proeminente artista estadunidense que desenvolveu um estilo distintamente</p><p>minimalista, caracterizado pela utilização de materiais industriais como alumínio, aço e acrílico, e pela criação de estruturas geométricas simples e repetiti...</p><p>Figura 22 – Sem título, Donald Judd (1973)</p><p>Os minimalistas focaram em uma abordagem radical e simplista da arte, rejeitando ornamentos e narrativas, e investindo em formas geométricas simples com cores puras e materiais industrializados, criando obras que não representassem nada além de si mes...</p><p>TROCANDO IDEIAS</p><p>Nesta seção, sugerimos a você discutir com os colegas em um fórum on-line sobre os questionamentos da arte impressionista.</p><p>Ao romper com as técnicas tradicionais de pintura e focar na captura da luz e da atmosfera, os artistas impressionistas desafiaram as normas estabelecidas da época. Em sua opinião, como o movimento impressionista influenciou não apenas a arte da sua p...</p><p>NA PRÁTICA</p><p>Neste exercício, vamos aprimorar o conhecimento sobre a influência da arte no design gráfico, respondendo às seguintes perguntas6F :</p><p>1. Como os movimentos de vanguarda do século XX, como o cubismo, o abstracionismo e o surrealismo, influenciaram o desenvolvimento do design?</p><p>2. Em que medida as técnicas e ideias desses movimentos foram adotadas pelos designers para criar composições inovadoras e desafiadoras?</p><p>3. Como essas influências continuam a impactar o design contemporâneo e a maneira como os designers abordam a comunicação e a expressão criativa?</p><p>FINALIZANDO</p><p>Verificamos que a história da arte testemunhou uma notável evolução estilística e conceitual. O romantismo, emergindo no final do século XVIII, enfatizou a expressão emocional e a sublime natureza da experiência humana, destacando paisagens grandiosas...</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BARROSO, P. F.; HUDSON S. N. História da arte. Barueri: Grupo A, 2018.</p><p>BOUSSO, V. Enciclopédia das Artes Visuais. São Paulo: Abril, 1998.</p><p>CARDOSO, R. Uma introdução à história do design. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2008.</p><p>CARR-GOMM, S. Dicionário de símbolos na arte: guia ilustrado da pintura e da escultura ocidentais. Bauru: Edusc, 2004.</p><p>CLOTTES, J. World Rock Art. Los Angeles: Getty Publications, 2002.</p><p>COLEÇÃO FOLHA GRANDES MESTRES DA PINTURA. Folha Online, [S.d.]. Disponível em: <https://mestres.folha.com.br/>. Acesso em: 12 jun. 2024.</p><p>FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2010.</p><p>GLANCEY, J. A história da arquitetura. São Paulo: Loyola, 2001.</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2013.</p><p>GUTHRIE, R. D. The Nature of paleolithic art. Chicago: University of Chicago Press, 2005.</p><p>JANSON, H. W. Iniciação à história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.</p><p>LEWIS-WILLIAMS, D. The mind in the cave: Consciousness and the origins of art. London: Thames & Hudson, 2002. [tradução castelhana: La mente en la caverna. La conciencia y los orígenes del arte. Madrid: akal, 2005].</p><p>MERLO, C. A história da arte: da antiguidade ao século XX. 1. ed. Porto: Editora Porto, 2000.</p><p>MIRANDA, D. S. História da arte II: do Romantismo à contemporaneidade. Fortaleza: EdUECE, 2019.</p><p>PEARSON, M. P. et al. Stonehenge: Making Sense of a Prehistoric Mystery. York: Council for British Archaeology, 2015.</p><p>PROENÇA. G. História da arte. São Paulo: Ática, 2001.</p><p>PROUS, A. A arte rupestre brasileira: arqueologia brasileira. 1. ed. Brasília: Ed. UNB, 1992.</p><p>SHERRATT, A. The Cambridge Encyclopedia of Archaeology. Cambridge: Cambridge University Press, 1980.</p><p>STRICKLAND, C. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.</p><p>STRICKLAND, C. Arquitetura comentada: uma breve viagem pela história da arquitetura. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.</p><p>WATKIN, D. História da arquitetura ocidental. Londres: Konemann, 2001.</p><p>que</p><p>tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e</p><p>dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em</p><p>suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da</p><p>realidade (Proença, 2001).</p><p>A pintura caracteriza-se, sobretudo, pelo princípio de que o artista deve</p><p>pintar a realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um</p><p>fenômeno da natureza. Ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a natureza,</p><p>pois a beleza está na realidade tal qual ela é. Sua função é apenas revelar os</p><p>aspectos mais característicos e expressivos da realidade. Em vista disso, a</p><p>pintura realista deixou completamente de lado os temas mitológicos, bíblicos,</p><p>históricos e literários, pois o que importa é a criação com base em uma realidade</p><p>imediata e não imaginada. Surge a chamada pintura social, denunciando as</p><p>injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a</p><p>opulência da burguesia. Entre os principais artistas da época estão Èdouard</p><p>Manet, Gustave Coubert e Auguste Rodin (escultor).</p><p>Gustave Coubert foi considerado o criador do realismo social na pintura,</p><p>pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente das</p><p>classes populares. Jovens senhoras da aldeia (Figura 3) é uma obra notável de</p><p>Courbet, criada em 1852. Esse quadro é uma representação realista da vida</p><p>rural, um tema caro a Courbet, que frequentemente se afastava das idealizações</p><p>do romantismo para focar na autenticidade da vida cotidiana. A pintura apresenta</p><p>três jovens senhoras da aldeia, vestidas com trajes elegantes da moda</p><p>contemporânea, caminhando por um cenário rural. As jovens estão no centro da</p><p>composição, ladeadas por uma paisagem campestre. Elas parecem estar</p><p>envolvidas em uma conversa tranquila enquanto uma camponesa, com um traje</p><p>mais simples, aproxima-se delas com um olhar curioso e respeitoso, segurando</p><p>um cesto. A interação entre as figuras sugere uma cena cotidiana de interação</p><p>social entre diferentes classes sociais. Courbet emprega uma paleta de cores</p><p>terrosas e naturais, com tons de verde, marrom e azul que dominam a</p><p>composição. As pinceladas são robustas e expressivas, refletindo a abordagem</p><p>7</p><p>realista de Courbet. Ele utiliza sombras e luz de maneira sutil para conferir</p><p>profundidade e realismo à cena. A obra pode ser interpretada como uma reflexão</p><p>sobre as diferenças sociais e o contraste entre a vida rural simples e a</p><p>sofisticação urbana. As jovens senhoras, com sua aparência refinada,</p><p>representam a classe burguesa, enquanto a camponesa simboliza a classe</p><p>trabalhadora. A pintura sugere uma coexistência harmoniosa, mas também</p><p>ressalta a separação entre esses mundos.</p><p>Figura 3 – Jovens senhoras da aldeia, Courbet (1852)</p><p>Crédito: Everett Collection/Shutterstock.</p><p>Se liga</p><p>• Romantismo → Reação ao neoclassicismo → Romantismo francês =</p><p>Valorização do sentimento e nacionalismo → Romantismo inglês =</p><p>Valorização da natureza.</p><p>• Realismo → O artista deve pintar aquilo que vê → Pintura social.</p><p>TEMA 2 – IMPRESSIONISMO</p><p>O movimento impressionista na arte surgiu na segunda metade do século</p><p>XIX, na França, revolucionando a forma como os artistas percebiam e</p><p>representavam o mundo ao seu redor. Os impressionistas buscavam capturar a</p><p>essência de uma cena ou momento fugaz, privilegiando a luz, a cor e a atmosfera</p><p>sobre os detalhes precisos e a precisão técnica.</p><p>8</p><p>Um dos aspectos mais distintivos do impressionismo é o uso de</p><p>pinceladas soltas e visíveis, que criavam uma sensação de movimento e vida</p><p>nas pinturas. Em vez de misturar as cores na paleta, os artistas aplicavam</p><p>pequenas pinceladas de cores puras diretamente na tela, permitindo que os</p><p>próprios olhos do espectador as misturassem e percebessem as cores de forma</p><p>mais vibrante e dinâmica. Além disso, os temas do impressionismo</p><p>frequentemente retratavam cenas cotidianas da vida urbana e rural, como</p><p>paisagens, cenas domésticas, retratos e atividades sociais. Os artistas</p><p>impressionistas eram especialmente fascinados pela luz natural e seus efeitos</p><p>sobre os objetos e paisagens, buscando capturar a luminosidade em diferentes</p><p>momentos do dia e em condições atmosféricas diversas. Entre os principais</p><p>artistas impressionistas estão Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir e Edgar</p><p>Degas. Cada um desses artistas contribuiu de forma única para o movimento,</p><p>explorando temas e técnicas variadas, mas todos compartilhavam um interesse</p><p>comum em desafiar as convenções artísticas tradicionais e em capturar a</p><p>experiência visual e emocional da vida moderna. Apesar de inicialmente</p><p>enfrentarem resistência e críticas da academia e do público, os impressionistas</p><p>gradualmente conquistaram reconhecimento e influenciaram profundamente a</p><p>arte moderna.</p><p>Os artistas expunham seus trabalhos em salões, que eram mostras de</p><p>arte anuais. O júri rejeitava as obras inovadoras. Napoleão ordenou que as obras</p><p>rejeitadas fossem expostas num pavilhão apelidado de Salão dos Recusados.</p><p>Em 1863, ocorreu a primeira exposição dos ditos recusados. Somente em 1880</p><p>os pintores foram aceitos e aclamados pelos críticos. A primeira exposição</p><p>impressionista ocorreu em 1874. Depois do impressionismo, a pintura nunca</p><p>mais foi a mesma. Em desafio às convenções, esses artistas estabeleceram o</p><p>direito do artista a ter um estilo pessoal. Sofreram influência da fotografia,</p><p>inventada em 1826, mas que somente em 1837 seria aperfeiçoada. A última</p><p>exposição dos impressionistas ocorreu em 1886 (Proença, 2001).</p><p>Impressão, nascer do sol (Figura 4) é uma pintura icônica do artista</p><p>impressionista francês Claude Monet, concluída em 1872. Essa obra é</p><p>frequentemente considerada como a precursora do movimento impressionista.</p><p>A pintura retrata uma vista do porto de Le Havre, na França, ao nascer do sol,</p><p>com barcos ancorados na água tranquila e uma névoa suave pairando sobre a</p><p>cena. A composição é marcada por pinceladas rápidas e soltas, que criam uma</p><p>9</p><p>sensação de movimento e luz. O sol nascente é representado como uma mancha</p><p>alaranjada e brilhante no horizonte, refletindo-se na água em uma série de cores</p><p>suaves e difusas. Os barcos e mastros são apenas sugestões na paisagem, com</p><p>Monet optando por capturar a atmosfera e a essência da cena em vez de</p><p>detalhes precisos. O título da obra sugere a ideia de capturar uma impressão</p><p>fugaz ou momentânea da paisagem, em vez de uma representação precisa e</p><p>detalhada. Essa abordagem enfatiza a importância da luz e da atmosfera na</p><p>percepção visual, uma característica central do estilo impressionista.</p><p>Figura 4 – Impressão, nascer do sol, Monet (1872)</p><p>Crédito: Uranium/Shutterstock.</p><p>Pierre Auguste Renoir foi o pintor impressionista que ganhou maior</p><p>popularidade e chegou mesmo a ter o reconhecimento da crítica ainda em vida.</p><p>Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida</p><p>parisiense do fim do século XIX.</p><p>Essa obra-prima impressionista retrata uma cena animada em um dos</p><p>pontos de encontro mais populares de Paris na época – o Moulin de la Galette</p><p>(Figura 5), um famoso moinho de vento que também abrigava um cabaré. Na</p><p>pintura, Renoir captura a atmosfera vibrante e festiva do local, repleto de</p><p>pessoas desfrutando um dia ensolarado ao ar livre. A cena é preenchida com</p><p>um número de figuras, desde casais dançando até grupos de amigos</p><p>conversando e se divertindo. Renoir usa pinceladas soltas e rápidas para criar</p><p>uma sensação de movimento e vida na pintura. As cores são vivas e</p><p>exuberantes, capturando a luz do sol que se derrama sobre a multidão. A paleta</p><p>10</p><p>de cores é rica em tons de amarelo, laranja e verde, evocando a sensação de</p><p>um dia de verão em Paris. As figuras na pintura são representadas de forma</p><p>fluida e espontânea, com gestos e expressões que transmitem alegria e</p><p>animação. Os detalhes são mais sugeridos do que delineados, dando</p><p>à cena</p><p>uma qualidade impressionista e efêmera.</p><p>Figura 5 – Selo representando o quadro Moulin de la Galette, de Renoir (1876)</p><p>Crédito: Sergey Goryachev/Shutterstock.</p><p>2.1 Pós-impressionismo</p><p>O pós-impressionismo foi um movimento artístico que surgiu na França</p><p>no final do século XIX, seguindo o impressionismo. Embora os artistas pós-</p><p>impressionistas tenham compartilhado algumas das preocupações estilísticas e</p><p>temáticas dos impressionistas, eles também buscaram explorar novas direções</p><p>na arte, tanto em termos de técnica quanto de conceito. Ao contrário dos</p><p>impressionistas, os pós-impressionistas não se limitaram a capturar a impressão</p><p>momentânea de uma cena, mas, em vez disso, buscaram expressar suas</p><p>próprias interpretações e emoções por meio da pintura. Eles experimentaram</p><p>uma variedade de estilos e abordagens, cada um com suas próprias</p><p>características distintas. Esse movimento abrange pintores de tendências</p><p>diversas, como Paul Gauguin, Paul Cézanne, Henri Toulouse-Lautrec e Vincent</p><p>Van Gogh.</p><p>Paul Cézanne é frequentemente considerado um dos pioneiros do pós-</p><p>impressionismo. Ele desenvolveu um estilo único que enfatizava a estrutura e a</p><p>11</p><p>forma, buscando simplificar as formas naturais em sua essência geométrica.</p><p>Suas obras, como as séries de pinturas de montanhas de Sainte-Victoire, tiveram</p><p>um impacto significativo no desenvolvimento da arte moderna, capturando suas</p><p>formas distintas e a luz variável que banha a paisagem. Em muitas dessas obras,</p><p>como Monte Sainte-Victoire e o viaduto do vale do rio Arc (Figura 6), ele integrou</p><p>elementos da paisagem circundante, como o viaduto que atravessa o vale do rio</p><p>Arc, criando composições complexas e dinâmicas. Nessa série, o artista</p><p>empregou sua técnica característica de construção da forma por meio de blocos</p><p>de cor e pinceladas visíveis, criando uma sensação de solidez e estrutura na</p><p>representação da paisagem. Ele não se contentava em simplesmente</p><p>representar o que via, mas buscava sintetizar suas impressões visuais em uma</p><p>interpretação pessoal e estilizada da natureza. As pinturas dessa série são</p><p>marcadas por uma harmonia sutil de cores e uma composição equilibrada, que</p><p>refletem a preocupação de Cézanne com a ordem e a estrutura na arte.</p><p>Figura 6 – Monte Sainte-Victorie e o viaduto do vale do rio Arc, Cézanne (1885)</p><p>Crédito: Everett Collection/Shutterstock.</p><p>Paul Gauguin foi um dos principais expoentes do movimento, conhecido</p><p>por suas pinturas exóticas e vibrantes inspiradas em suas viagens ao Taiti. Ele</p><p>explorou temas como o primitivismo, a espiritualidade e a natureza, buscando</p><p>uma forma de arte mais simbólica e expressiva.</p><p>O quadro Duas mulheres taitianas (Figura 7), de Gauguin, foi concluído</p><p>em 1899. Essa obra é representativa do período em que ele viveu na Polinésia</p><p>Francesa, mais especificamente no Taiti, onde passou os últimos anos de sua</p><p>vida em busca de uma vida mais simples e de inspiração para sua arte. Na</p><p>pintura, vemos duas mulheres taitianas em um cenário tropical. Elas estão uma</p><p>ao lado da outra, em uma pose serena e contemplativa. Suas figuras são</p><p>12</p><p>esbeltas e suas feições são suaves, características da representação idealizada</p><p>que Gauguin muitas vezes empregava em suas obras. As mulheres estão</p><p>vestidas com trajes tradicionais polinésios e tecidos leves. A paleta de cores de</p><p>Gauguin nessa obra é rica e saturada, com tons de verde, azul, amarelo e</p><p>vermelho predominando na composição. A luz do sol tropical é representada de</p><p>forma vívida, banhando a cena com um brilho quente e exuberante. Duas</p><p>mulheres taitianas é uma representação idílica e romântica da vida na Polinésia,</p><p>capturando o exotismo e a beleza da cultura local. Gauguin estava interessado</p><p>não apenas em retratar a realidade física, mas também em transmitir uma</p><p>sensação de mistério e espiritualidade por meio de suas obras, e essa pintura é</p><p>um exemplo distinto desse aspecto de sua arte.</p><p>Figura 7 – Duas mulheres taitianas, Gauguin (1899)</p><p>Crédito: Everett Collection/Shutterstock.</p><p>Henri Toulouse-Lautrec é conhecido por suas representações da vida</p><p>noturna parisiense, especialmente dos cabarés e dos artistas de teatro. Sua arte</p><p>é marcada por uma estilização distinta e uma abordagem inovadora da</p><p>composição.</p><p>Sua vibrante obra Marcelle Lender dançando o bolero em 'Chilpéric'</p><p>(Figura 8), de 1895, captura a famosa atriz e dançarina Marcelle Lender em uma</p><p>performance teatral exuberante no papel de Chilpéric, um espetáculo opereta</p><p>que era popular na Paris da época. A pintura foca Marcelle Lender em pleno</p><p>movimento, dançando o bolero, um momento de destaque na peça. Ela está</p><p>13</p><p>representada em uma pose graciosa e dinâmica, com seu corpo curvado e os</p><p>braços elegantemente estendidos. Sua expressão é concentrada e intensa,</p><p>refletindo a paixão e a energia da performance. O traje de Marcelle é ricamente</p><p>detalhado, com um vestido vibrante e ornamentado que realça sua figura e</p><p>captura a atenção do espectador. Toulouse-Lautrec utiliza sua técnica</p><p>característica de pinceladas rápidas e soltas, combinadas com uma paleta de</p><p>cores vivas e contrastantes, para capturar a energia e a vitalidade da</p><p>performance. As linhas são fluidas e expressivas, transmitindo o movimento da</p><p>dança e a vivacidade do momento. O uso de tons vermelhos, laranjas e dourados</p><p>no vestido de Marcelle contra o fundo mais sombrio, cria um efeito visual</p><p>impressionante. A obra não é apenas um retrato de uma dançarina, mas uma</p><p>celebração da cultura boêmia e vibrante de Paris no final do século XIX.</p><p>Toulouse-Lautrec era conhecido por sua fascinação com o mundo do teatro, do</p><p>cabaré e das artes performativas, e essa pintura é um exemplo perfeito de sua</p><p>habilidade em capturar a essência desses ambientes.</p><p>Figura 8 – Marcele Lender dançando o bolero em Chilpéric, 1895</p><p>Crédito: Everett Collection/Shutterstock.</p><p>Vincent Van Gogh é conhecido por suas pinceladas ousadas e</p><p>expressivas, bem como por suas cores vibrantes e emotivas. Sua arte é</p><p>altamente personalizada e reflete suas próprias lutas emocionais e psicológicas.</p><p>14</p><p>Entre suas obras mais famosas estão Noite estrelada e Girassóis. Ele queria</p><p>recriar a beleza do ser humano e da natureza por meio da cor, que para ele era</p><p>o elemento fundamental da pintura. Teve uma carreira muito curta, de apenas</p><p>10 anos, mas produziu muitas paisagens e autorretratos. Nasceu na Holanda e,</p><p>aos 27 anos, começou sua carreira conturbada. Em 1886, em Paris, descobre o</p><p>impressionismo, mas logo o abandona, pois procurava um novo caminho para</p><p>sua arte. Interessou-se pelo trabalho de Gauguin, principalmente pela sua</p><p>decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir os efeitos da luz e usar zonas</p><p>de cores bem definidas. As telas dizem o que não pode ser dito em palavras.</p><p>Mais tarde, adotaria a pincelada interrompida e as fortes cores complementares.</p><p>Tinha horror à técnica acadêmica. A arte tornou-se seu único refúgio: “pinto o</p><p>que vejo e o que sinto, e danem-se as regras”. Era deprimido, tinha crises de</p><p>profunda solidão, sofrimento e colapso emocional. Foi internado em um</p><p>sanatório, e mesmo sob profundas alucinações, pintava uma obra após a outra.</p><p>Noite estrelada (Figura 9) é uma de suas obras mais famosas. Foi concluída em</p><p>1889, durante seu período de internação no hospital psiquiátrico de Saint-Rémy-</p><p>de-Provence, na França. Essa pintura é conhecida por sua composição vibrante</p><p>e expressiva, que captura a beleza e a intensidade da noite estrelada. A obra</p><p>retrata uma paisagem noturna agitada e turbulenta, com um céu repleto de</p><p>estrelas cintilantes e nuvens em movimento. A lua brilhante, com sua luz intensa</p><p>e distorcida, domina o centro da composição, irradiando raios dourados que se</p><p>estendem pelo céu e pela paisagem abaixo. Van Gogh utiliza pinceladas rápidas</p><p>e agitadas para criar uma sensação de movimento e dinamismo na pintura,</p><p>especialmente nas formas das nuvens</p><p>e nos redemoinhos, que parecem se</p><p>contorcer e dançar ao redor das estrelas. A paleta de cores é rica e expressiva,</p><p>com tons de azul profundo contrastando com os amarelos e laranjas vibrantes</p><p>das estrelas e da lua. No primeiro plano, vemos uma pequena vila adormecida,</p><p>com casas e edifícios iluminados por uma luz suave e difusa. As formas das</p><p>construções são simplificadas e estilizadas, refletindo a abordagem única de Van</p><p>Gogh à representação da realidade. Essa é uma obra que reflete as</p><p>preocupações emocionais e espirituais de Van Gogh, que lutava com problemas</p><p>de saúde mental e emoções intensas durante este período de sua vida. A pintura</p><p>transmite uma sensação de solidão e melancolia, e uma profunda admiração</p><p>pela beleza e pelo mistério do universo.</p><p>15</p><p>Figura 9 – Noite estrelada, VanGogh (1889)</p><p>Crédito: DesignerDuran/Shutterstock.</p><p>Saiba mais</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2000.</p><p>Cap. 25 e 26, p. 498-555.</p><p>Para complementar o conteúdo, podem ser vistos alguns filmes como:</p><p>• No portal da eternidade, disponível na Amazon Prime/HBO max;</p><p>• Gauguin: viagem ao Taiti, disponível em Google play;</p><p>• Renoir, disponível em Google play/Looke/Now</p><p>TEMA 3 – VANGUARDAS DO SÉCULO XX</p><p>Nas primeiras décadas do século XX ocorrem profundas conturbações</p><p>políticas: a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa, o surgimento do</p><p>fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha. Não demorou muito para que as</p><p>situações políticas criadas na Itália e na Alemanha levassem os países europeus</p><p>e americanos a envolverem-se em novo conflito mundial, a Segunda Guerra</p><p>Mundial. Ocorreram, ainda neste século, a conquista do espaço, o uso crescente</p><p>da computação e dos satélites, que colocaram em comunicação imediata as</p><p>mais distantes partes do mundo. Ao lado desses avanços acentuaram-se as</p><p>disparidades sociais. É nesse contexto complexo, rico em contradições e muitas</p><p>16</p><p>vezes angustiante que se desenvolve a arte do nosso tempo. Assim, os</p><p>movimentos e as tendências artísticas expressam, de um modo ou de outro, a</p><p>perplexidade do homem contemporâneo (Proença, 2001).</p><p>As vanguardas artísticas do século XX foram movimentos culturais e</p><p>artísticos que surgiram principalmente na Europa entre o final do século XIX e</p><p>meados do século XX. Esses movimentos foram marcados por uma ruptura com</p><p>as tradições artísticas convencionais e pela busca por novas formas de</p><p>expressão. Alguns dos principais movimentos das vanguardas artísticas do</p><p>século XX incluem o expressionismo, o fauvismo, o cubismo, o abstracionismo</p><p>e o surrealismo.</p><p>3.1 Expressionismo</p><p>O expressionismo surgiu na Alemanha no século XIX, em uma época</p><p>marcada pelo medo e desamparo – em 1871 a Alemanha sofrera a unificação</p><p>depois da revolução russa em 1848. Ocorreram mudanças políticas,</p><p>econômicas, intelectuais e culturais. Houve rompimento com crenças religiosas,</p><p>principalmente a católica. O homem era responsável por si próprio e por seu</p><p>futuro. Essas incertezas resultam no medo, na angústia, na solidão, nos</p><p>sentimentos mais sombrios. O expressionismo procurava expressar as emoções</p><p>humanas e interpretar as angústias que caracterizaram psicologicamente o</p><p>homem do início do século XX. Os artistas buscavam, por meio da cor e da</p><p>deformação proposital da realidade, fazer com que os seres reais nos</p><p>revelassem seu mundo interior.</p><p>Os expressionistas eram deformadores sistemáticos da realidade, pois</p><p>desejam expressar com a maior veemência possível seu pessimismo em relação</p><p>ao mundo. Assim, realizavam uma pintura que foge às regras tradicionais de</p><p>equilíbrio da composição, da regularidade da forma e da harmonia das cores.</p><p>Por isso, é considerada por alguns como uma pintura feia. O principal artista</p><p>desse movimento foi Edvard Munch, pintor norueguês cuja infância fora</p><p>conturbada, movida por doença, loucura e morte, recebendo influência dos pós-</p><p>impressionistas. Em sua obra O grito (Figura 10), a figura humana não apresenta</p><p>suas linhas reais, contorcendo-se sob o efeito de suas emoções. As linhas</p><p>sinuosas do céu e da água, e a linha diagonal da ponte, conduzem o olhar do</p><p>observador para a boca da figura que se abre em um grito perturbador. Essa</p><p>17</p><p>atitude inédita até então para as personagens da pintura e a ênfase nas linhas</p><p>fortes evidenciam a emoção que o artista procura expressar.</p><p>Figura 10 – O grito, Munch (1893)</p><p>Crédito: JWCohen/Shutterstock.</p><p>Dois grupos surgem com o expressionismo: o Die Brücke (em português,</p><p>“A ponte”), fundado em 1905, Dresden, Alemanha e durou até 1913. A intenção</p><p>do grupo era a de estabelecer uma passagem (ponte) entre a arte</p><p>contemporânea e a arte do futuro, libertando a arte de valores formais e</p><p>tradicionais. A figura humana é o elemento de destaque, especialmente o tema</p><p>do nu. Apresenta gosto por cores fortes e o traçado violento e emocional, formas</p><p>simples e deformadas sem indício de perspectiva. Suas obras frequentemente</p><p>apresentavam figuras distorcidas, contornos agressivos e uma sensação de</p><p>movimento e energia. Um dos artistas mais proeminentes do período foi Ernst</p><p>Ludwig Kirchner. A bidimensionalidade e a simplicidade são sua marca. Seus</p><p>temas eram a vista de cidade, paisagens, retratos de seus companheiros e</p><p>mulheres.</p><p>Houses in Dresden (Figura 11), pintada por Kirchner em 1911, é uma obra</p><p>marcante do expressionismo alemão. Essa pintura captura a vitalidade urbana e</p><p>a intensidade emocional características do movimento Die Brücke, do qual</p><p>Kirchner foi um dos fundadores. A obra apresenta a vista de uma rua em</p><p>Dresden, em que as casas e a paisagem urbana são representadas com linhas</p><p>ousadas e cores vibrantes. As formas são distorcidas e alongadas, criando uma</p><p>sensação de movimento e dinamismo; as fachadas das casas são pintadas em</p><p>18</p><p>tons saturados de vermelho, amarelo e azul, contrastando fortemente entre si,</p><p>intensificando a energia da cena. A atmosfera da pintura é carregada de</p><p>intensidade emocional. As cores vivas e as linhas agressivas criam uma</p><p>sensação de agitação e movimento constante. A distorção das formas e a paleta</p><p>de cores ousadas expressam uma visão subjetiva e emocional da cidade, em</p><p>vez de uma representação realista. Kirchner busca capturar a experiência</p><p>psicológica e sensorial de estar em uma metrópole moderna. Houses in Dresden</p><p>ainda reflete a visão de Kirchner sobre a vida urbana no início do século XX. A</p><p>obra transmite a alienação, a energia frenética e a complexidade das cidades</p><p>modernas, características frequentemente exploradas pelos expressionistas. A</p><p>pintura pode ser vista como uma crítica à desumanização e ao ritmo acelerado</p><p>da vida urbana, ao mesmo tempo que celebra a vitalidade e a dinâmica da</p><p>cidade.</p><p>Figura 11 – Houses in Dresden, Kirchner (1911)</p><p>Crédito: Everett Collection/Shutterstock.</p><p>O outro grupo foi o Der Blaue Reiter (em português, “O cavaleiro azul”),</p><p>fundado em 1911, Munique, Alemanha, durando até 1914. Sucedeu o grupo</p><p>anterior e era mais intelectual. Esse grupo foi fundado por Wassily Kandinsky e</p><p>Franz Marc, com o objetivo de promover uma nova forma de arte que fosse</p><p>espiritualmente significativa e emocionalmente expressiva.</p><p>A arte do Der Blaue Reiter é caracterizada pela abstração, uso simbólico</p><p>da cor e exploração da espiritualidade e da emoção. Em termos estilísticos, foi</p><p>pioneiro na abstração e na simplificação das formas. Eles frequentemente</p><p>usavam cores vibrantes e simbólicas para evocar emoções e transmitir</p><p>significados não verbais. Muitas das obras do grupo apresentam formas</p><p>19</p><p>geométricas abstratas e figuras estilizadas, muitas vezes em composições</p><p>dinâmicas e não convencionais. Franz Marc é mais conhecido por suas obras</p><p>que retratam animais, especialmente cavalos, e suas pinturas abstratas, que</p><p>exploram o uso simbólico da cor e da forma. Ele buscava representar a essência</p><p>espiritual da natureza e dos animais, muitas</p><p>vezes atribuindo significados</p><p>simbólicos às suas imagens. O cavalo azul (Figura 12), pintado por Franz Marc</p><p>em 1911, é uma das obras mais icônicas do expressionismo alemão e um</p><p>exemplo significativo do uso inovador da cor e da forma para expressar emoções</p><p>e significados profundos, explorando a espiritualidade e usando a cor de maneira</p><p>simbólica. Na obra em questão, a cor azul é usada para transmitir calma,</p><p>espiritualidade e a conexão com o divino. O azul profundo do cavalo sugere</p><p>pureza e tranquilidade, refletindo a crença de Marc na capacidade dos animais</p><p>de representar uma pureza espiritual que a humanidade havia perdido. O uso do</p><p>cavalo azul como tema central não é apenas uma escolha estética, mas carrega</p><p>um profundo simbolismo, buscando representar uma fusão da natureza e do</p><p>espiritual, expressando uma visão utópica de um mundo mais conectado e</p><p>harmonioso.</p><p>Figura 12 – O cavalo azul, Marc (1911)</p><p>Crédito: Mirt Alexander/Shutterstock.</p><p>3.2 Fauvismo</p><p>O fauvismo surgiu em Paris, em 1905, em uma exposição do salão de</p><p>Outono. Alguns jovens pintores foram chamados de fauves (“feras”), por causa</p><p>20</p><p>da intensidade com que usavam as cores puras, sem misturá-las. Dois princípios</p><p>regem esse movimento artístico: a simplificação das formas das figuras e o</p><p>emprego das cores puras. Por isso, as figuras fauvistas são apenas sugeridas e</p><p>não representadas realisticamente pelo pintor. Da mesma forma, as cores não</p><p>são as da realidade. Elas resultam de uma escolha arbitrária do artista e são</p><p>usadas puras, tal como estão no tubo de tinta. O pintor não as torna mais suaves</p><p>nem cria gradação de tons. O principal líder desse movimento foi Henri Matisse,</p><p>cuja característica mais forte foi a despreocupação com o realismo, tanto em</p><p>relação às formas das figuras quanto em relação às cores. Em suas obras, as</p><p>coisas representadas são menos importantes do que a maneira de representá-</p><p>las. Assim, as figuras interessam como formas que constituem uma composição.</p><p>Uma de suas obras mais icônicas é A dança (Figura 13). No centro dessa</p><p>composição há cinco figuras humanas estilizadas, todas dançando em um</p><p>círculo. As figuras são representadas de forma simplificada, com formas</p><p>arredondadas e curvas fluidas. Suas posições de dança evocam um senso de</p><p>movimento e energia. Matisse pintou duas versões dessa obra, a pintura aqui</p><p>mostrada é a primeira versão, de 1909, na qual ele usa cores mais suaves, e</p><p>fora encomendada pelo colecionador de arte russo Sergei Shchukin. Atualmente</p><p>está exposta no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Na segunda</p><p>versão, de 1910, Matisse usa cores intensas e puras, como vermelho, verde,</p><p>azul e amarelo, aplicadas em grandes áreas planas, sem muita mistura ou</p><p>modulação. Essas cores vibrantes e contrastantes contribuem para a sensação</p><p>de alegria e vitalidade que permeia a obra.</p><p>Figura 13 – A dança, Matisse (1909)</p><p>Crédito: Laiotz/Shutterstock.</p><p>21</p><p>3.3 Cubismo</p><p>Em 1907, Pablo Picasso desenvolveu uma verdadeira revolução na arte</p><p>com a obra Les demoiselles d’Avignon (Figura 14). Com ela, começa a elaborar</p><p>a estética cubista, que se fundamenta na destruição da harmonia clássica das</p><p>figuras e na decomposição da realidade.</p><p>Os cubistas passaram a representar os objetos como se eles estivessem</p><p>abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao</p><p>espectador. Essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum</p><p>compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas. Significava o</p><p>abandono da busca da ilusão da perspectiva ou das três dimensões dos seres,</p><p>considerada a mudança mais radical da arte. O cubismo liberou a arte ao</p><p>estabelecer, nas palavras do pintor cubista Fernand Léger, que “a arte consiste</p><p>em inventar, e não em copiar” (Strickland, 2002).</p><p>O cubismo procurava representar objetos tridimensionais em duas</p><p>dimensões, desmantelando as formas tradicionais e reconstruindo-as por meio</p><p>de formas geométricas básicas, como cubos, cones e cilindros. Em vez de</p><p>retratar os objetos de um único ponto de vista, como era comum na arte</p><p>tradicional, o cubismo apresentava os objetos a partir de múltiplos ângulos e</p><p>perspectivas simultâneas, resultando em uma representação fragmentada e</p><p>multifacetada da realidade. As formas eram frequentemente decompostas em</p><p>planos geométricos sobrepostos, criando uma sensação de profundidade e</p><p>dinamismo na obra de arte. As cores tendiam a ser mais restritas e a ter um</p><p>aspecto terroso, com uma ênfase na representação das formas e estruturas, em</p><p>vez de uma reprodução literal das cores da natureza. O artista buscava capturar</p><p>a essência dos objetos e formas, em vez de se preocupar com a representação</p><p>realista ou detalhada. Isso levou a uma abstração gradual nas obras cubistas, à</p><p>medida que o movimento evoluía. Les Demoiselles d’Avignon foi uma obra</p><p>controversa em sua época devido à representação ousada e não convencional</p><p>das figuras femininas. Além disso, as influências africanas na obra levantaram</p><p>questões sobre a apropriação cultural e o colonialismo. A obra retrata cinco</p><p>figuras femininas em um espaço indefinido, todas elas apresentadas de forma</p><p>frontal e sem expressão facial. As figuras são dispostas de maneira assimétrica</p><p>ao longo da composição, com algumas mostrando influências africanas em suas</p><p>formas e máscaras. Picasso empregou uma abordagem geométrica e</p><p>22</p><p>fragmentada na representação das figuras, desafiando as noções tradicionais de</p><p>perspectiva e proporção. As formas são simplificadas e angulares, com uma</p><p>ênfase particular na desconstrução das formas corporais. A paleta de cores é</p><p>restrita e dominada por tons terrosos e ocres, com algumas áreas de cores mais</p><p>vivas e contrastantes. As cores são aplicadas de forma plana, sem graduação</p><p>tonal, enfatizando ainda mais a bidimensionalidade da obra.</p><p>Figura 14 – Les demoiselles d’Avignon, Pablo Picasso (1907)</p><p>Crédito: Oscity/Shutterstock.</p><p>Com o tempo, o cubismo evoluiu em duas grandes tendências: cubismo</p><p>analítico e cubismo sintético. O cubismo analítico foi desenvolvido por Pablo</p><p>Picasso e Georges Braque aproximadamente entre 1908 e 1911. Levada às</p><p>últimas consequências, essa tendência chegou a uma fragmentação tão grande</p><p>dos seres que tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas</p><p>pinturas cubistas. Esse estilo é caracterizado pela fragmentação e</p><p>desconstrução das formas e objetos em suas componentes geométricas mais</p><p>básicas, com o objetivo de representar diferentes perspectivas simultaneamente</p><p>em uma única superfície bidimensional. Utiliza uma paleta de cores limitada e</p><p>geralmente sombria, com predominância de tons de marrom, cinza, preto, verde-</p><p>oliva e ocre. O uso restrito da cor permite que o foco permaneça na estrutura e</p><p>na forma dos objetos. A obra Retrato de Daniel-Henry Kahnweiler (Figura 15) de</p><p>23</p><p>Pablo Picasso (1910), é um retrato de um dos primeiros patronos de Picasso, e</p><p>exemplifica a fragmentação do cubismo analítico, em que o sujeito é decomposto</p><p>em uma série de planos geométricos.</p><p>Figura 15 – Selo com a obra Retrato de Daniel-Henry Kahnweiler, de Pablo</p><p>Picasso (1910)</p><p>Crédito: spatuletail/Shutterstock.</p><p>O cubismo sintético reagia à excessiva fragmentação dos objetos e à</p><p>destruição de sua estrutura característicos do cubismo analítico. Basicamente,</p><p>essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. No entanto,</p><p>apesar de ter havido certa recuperação da imagem real dos objetos, isso não</p><p>significou o retorno a um tratamento realista dos temas. Foi mantido o modo</p><p>característico cubista de apresentar simultaneamente as várias dimensões de</p><p>objetos. Foi chamado também de colagem porque introduziu letras, palavras,</p><p>números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas.</p><p>Essa inovação pode ser explicada pela intenção do artista de criar novos efeitos</p><p>plásticos e de ultrapassar os limites das sensações</p><p>visuais que a pintura sugere,</p><p>despertando também sensações táteis no observador. Os três músicos (Figura</p><p>16) é uma das obras mais célebres de Pablo Picasso, e foi criada em 1921. Esse</p><p>quadro exemplifica o estilo cubista sintético, caracterizado pelo uso de formas</p><p>geométricas simplificadas e cores vibrantes. Picasso pintou duas versões quase</p><p>idênticas dessa obra, uma está no MoMA de Nova York e a outra está no Museu</p><p>de Arte da Filadélfia. A pintura retrata três músicos, aparentemente mascarados,</p><p>sentados lado a lado, cada um tocando um instrumento musical. As figuras são</p><p>24</p><p>representadas de maneira plana e geométrica, utilizando uma técnica que</p><p>lembra colagem, com grandes blocos de cores distintas justapostos para formar</p><p>as figuras e o fundo. Os três músicos são geralmente interpretados como</p><p>representações estilizadas de amigos próximos de Picasso: o poeta Guillaume</p><p>Apollinaire, que faleceu em 1918, o poeta Max Jacob e o próprio Picasso.</p><p>Apollinaire é frequentemente visto como o músico no centro, Max Jacob à direita</p><p>e Picasso à esquerda. Diferentemente do cubismo analítico, o cubismo sintético</p><p>reintroduz cores mais vibrantes e formas reconhecíveis. Picasso utiliza grandes</p><p>áreas de cor sólida e formas planas para construir a imagem, criando um efeito</p><p>visual que lembra um quebra-cabeças. A paleta de cores em Os três músicos é</p><p>rica e variada, incluindo azuis profundos, vermelhos intensos, amarelos</p><p>brilhantes e marrons. As cores são aplicadas em grandes blocos sólidos,</p><p>contrastando fortemente umas com as outras e dando à composição uma</p><p>sensação de energia e vitalidade.</p><p>Figura 16 – Os três músicos, Pablo Picasso (1921)</p><p>Crédito: spatuletail/Shutterstock.</p><p>3.4 Abstracionismo</p><p>O abstracionismo foi um movimento artístico que emergiu no início do</p><p>século XX, desafiando as convenções da representação figurativa e buscando</p><p>uma expressão visual mais livre e não representacional. Caracterizado pela</p><p>ênfase nas formas, cores, linhas e composição abstratas, explorou a linguagem</p><p>visual pura, sem a necessidade de retratar objetos reconhecíveis do mundo real.</p><p>25</p><p>Ao contrário da arte figurativa, não busca representar objetos reconhecíveis ou</p><p>narrativas específicas. Em vez disso, os artistas abstracionistas se</p><p>concentravam em explorar formas, cores e linhas por si mesmas, sem referência</p><p>a um mundo externo. A forma e a cor eram os elementos centrais do</p><p>abstracionismo. Os artistas experimentavam com a organização de formas</p><p>geométricas e abstratas, bem como com uma paleta de cores variada e</p><p>expressiva, buscando transmitir emoções e sensações pelas cores e formas. O</p><p>abstracionismo permitia aos artistas uma maior liberdade de expressão e</p><p>experimentação. Cada artista desenvolvia seu próprio estilo abstrato, explorando</p><p>suas próprias ideias e emoções por meio de uma linguagem visual abstrata.</p><p>Os principais movimentos do abstracionismo foram: o abstracionismo</p><p>lírico, também conhecido como abstracionismo expressivo ou abstracionismo</p><p>informal, enfatizava a expressão emocional e intuitiva por meio de formas e cores</p><p>fluidas e gestuais. Artistas como Wassily Kandinsky e Joan Miró foram</p><p>importantes expoentes desse estilo.</p><p>A obra Vermelho, amarelo e azul (Figura 17), de 1925, é uma das mais</p><p>icônicas de Wassily Kandinsky, representando um ponto culminante na sua</p><p>exploração das possibilidades da arte abstrata. A pintura, realizada durante seu</p><p>período na Bauhaus1, reflete sua busca por harmonia pelo uso de cores</p><p>primárias e formas geométricas. A obra é uma complexa interação de formas</p><p>como círculos, linhas retas e ângulos, e formas mais fluidas e orgânicas. O</p><p>vermelho é associado a formas angulares e agressivas, o amarelo a formas</p><p>pontiagudas e irradiantes, e o azul a formas suaves e tranquilas. Kandinsky</p><p>organiza essas formas e cores de maneira a criar um senso de movimento e</p><p>profundidade. O espaço pictórico é dividido em seções distintas, cada uma</p><p>dominada por uma cor primária, mas todas interligadas por linhas e formas que</p><p>cruzam a composição. Kandinsky acreditava que a arte abstrata podia evocar</p><p>emoções e estados espirituais de maneira direta, sem a necessidade de</p><p>representação figurativa. Vermelho, amarelo, azul busca explorar essas</p><p>possibilidades, convidando o espectador a uma experiência visual e emocional</p><p>pura. A pintura é um exemplo prático das teorias de Kandinsky sobre as cores e</p><p>suas interações. Ele acreditava que cada cor tinha uma ressonância interior e</p><p>podia provocar uma resposta emocional específica no observador.</p><p>1 Escola de ofícios manuais e design, foi fundada pelo arquiteto Walter Gropius em Weimar,</p><p>Alemanha, no ano de 1919. Refletia uma visão utópica de uma comunidade de artesãos e artistas</p><p>que criava objetos simples e úteis (Farthing, 2010).</p><p>26</p><p>Figura 17 – Vermelho, amarelo, azul, Wassily Kandinsky (1925)</p><p>Crédito: spatuletail/Shutterstock.</p><p>O abstracionismo geométrico, também chamado de abstracionismo</p><p>construtivo, foi um movimento que explorava formas geométricas e estruturas</p><p>matemáticas na arte. Kazimir Malevich e Piet Mondrian foram figuras</p><p>proeminentes desse estilo, que buscava uma linguagem visual pura e universal.</p><p>O abstracionismo geométrico explorou formas geométricas simples, como</p><p>quadrados, círculos, triângulos e retângulos, despidos de qualquer associação</p><p>figurativa. Essas formas foram frequentemente dispostas em composições</p><p>simétricas e equilibradas. As linhas utilizadas no abstracionismo geométrico</p><p>eram muitas vezes precisas e angulares, contribuindo para uma sensação de</p><p>ordem e racionalidade na composição. As estruturas resultantes eram</p><p>frequentemente rígidas e estáticas, evocando uma sensação de estabilidade e</p><p>permanência. Os artistas do abstracionismo geométrico frequentemente</p><p>limitavam sua paleta a cores primárias (vermelho, amarelo e azul), bem como às</p><p>não cores (preto, branco e cinza). Essas cores eram aplicadas de forma plana e</p><p>uniforme, sem mistura ou gradiente, destacando as formas geométricas na</p><p>composição.</p><p>As obras do pintor holandês Piet Mondrian são as mais representativas</p><p>do abstracionismo geométrico. Nas décadas de 1920 e 1930, as linhas diagonais</p><p>e curvas desaparecem dos seus quadros, dando lugar somente às linhas</p><p>horizontais e verticais; estas, com as cores primárias, produzem estruturas</p><p>claras, brilhantes e equilibradas. É o que mostra a obra Composição com</p><p>27</p><p>vermelho, azul e amarelo (Figura 18), exemplificando perfeitamente o estilo</p><p>neoplasticista, também conhecido como De Stijl, do qual Mondrian foi um dos</p><p>principais teóricos e praticantes.</p><p>A pintura utiliza uma paleta restrita composta por vermelho, azul e</p><p>amarelo, as três cores primárias, juntamente com branco, preto e tons neutros.</p><p>Essa escolha reflete a busca de Mondrian por uma universalidade e simplicidade</p><p>na arte. A composição é dominada por formas retangulares e quadradas,</p><p>delimitadas por linhas pretas horizontais e verticais. As formas geométricas são</p><p>uma marca registrada do estilo de Mondrian, representando uma ordem e</p><p>harmonia subjacentes ao caos aparente do mundo natural. A pintura é</p><p>organizada em uma grade assimétrica de linhas perpendiculares que criam</p><p>espaços de diferentes tamanhos. As linhas pretas variam em espessura,</p><p>adicionando ritmo e balanço à composição. O artista estava empenhado em</p><p>alcançar a pureza na arte, eliminando qualquer referência a formas naturais e</p><p>figurativas. Esta obra é, portanto, uma manifestação desse ideal, focando na</p><p>essência da forma e cor. Ele acreditava que a arte deveria refletir um equilíbrio</p><p>dinâmico, no qual as forças opostas são reconciliadas em harmonia. As cores e</p><p>formas são equilibradas de tal maneira que nenhum elemento domina a</p><p>composição, criando uma sensação de ordem e estabilidade.</p><p>Figura 18 – Composição com vermelho, azul e amarelo, Piet Mondrian (1930)</p><p>Crédito: AllStable/Shutterstock.</p><p>O abstracionismo informal, também</p><p>conhecido como expressionismo</p><p>abstrato ou action painting (“pintura de ação)2, ganhou força na segunda metade</p><p>da década de 1940; envolvia a aplicação espontânea e gestual de tinta sobre a</p><p>2 É um estilo de pintura abstrata que se desenvolveu nos Estados Unidos durante as décadas de</p><p>1940 e 1950. Caracteriza-se pela ênfase no ato físico de pintar, em que o processo de aplicação</p><p>da tinta na tela é tão importante quanto a obra final (Bousso, 1998).</p><p>28</p><p>tela, explorando a expressão emocional e a energia do gesto. Jackson Pollock e</p><p>Willem de Kooning foram representantes proeminentes dessa abordagem.</p><p>Asheville (Figura 19) é uma obra de arte do renomado pintor abstrato</p><p>Willem de Kooning, concluída em 1948. De Kooning, um dos principais</p><p>representantes do expressionismo abstrato, é conhecido por suas composições</p><p>dinâmicas e gestuais, e Asheville exemplifica be, essas características. É uma</p><p>pintura a óleo sobre tela que mede 120,5 cm x 94 cm. A obra faz parte de um</p><p>período crucial na carreira de de Kooning, quando ele estava desenvolvendo seu</p><p>estilo de marca registrada que combinava abstração e figuração. Nesta obra, De</p><p>Kooning utiliza pinceladas vigorosas e cores vivas para criar uma composição</p><p>que parece estar em constante movimento. A pintura é um exemplo do uso de</p><p>técnicas do expressionismo abstrato, em que a ênfase é colocada na expressão</p><p>emocional por meio de formas abstratas e de aplicação gestual de tinta. As cores</p><p>em Asheville são predominantemente quentes, com tons de vermelho, amarelo</p><p>e laranja, contrastando com áreas de azul e branco.</p><p>Figura 19 – Selo representando Asheville, de Willem de Kooning (1948)</p><p>Crédito: spatuletail/Shutterstock.</p><p>3.5 Surrealismo e dadaísmo</p><p>O surrealismo foi um movimento artístico e literário que surgiu na Europa,</p><p>principalmente na França, na década de 1920. Ele buscava explorar o poder do</p><p>inconsciente e liberar a criatividade pela representação de imagens e ideias</p><p>irracionais, absurdas e oníricas (relacionadas aos sonhos). Buscava acessar o</p><p>29</p><p>inconsciente humano e explorar seus conteúdos por meio de imagens e técnicas</p><p>artísticas. Os surrealistas acreditavam que o inconsciente continha impulsos e</p><p>desejos reprimidos que poderiam ser expressos de forma mais verdadeira e</p><p>autêntica do que a realidade consciente. As obras frequentemente apresentam</p><p>imagens desconexas, absurdas e ilógicas, que desafiam a lógica e a</p><p>racionalidade. Essas imagens muitas vezes evocam o mundo dos sonhos e da</p><p>fantasia, criando uma sensação de estranheza e mistério. Muitos surrealistas</p><p>adotaram técnicas de escrita e arte automáticas, que envolviam escrever ou</p><p>desenhar sem controle consciente, permitindo que ideias e imagens</p><p>inconscientes emergissem de forma espontânea.</p><p>Às vezes, as obras surrealistas representam alguns aspectos da realidade</p><p>com excesso de realismo. Entretanto, eles aparecem sempre associados a</p><p>elementos inexistentes na natureza, criando conjuntos irreais. Os principais</p><p>artistas do período foram: Salvador Dali, pintor espanhol, é sem dúvida o mais</p><p>conhecido3; criou o conceito de “paranoia crítica”4 para referir-se à atitude de</p><p>quem recusa a lógica que rege a vida comum das pessoas; segundo o próprio</p><p>pintor, é preciso contribuir para o total descrédito da realidade; René Magritte5,</p><p>conhecido por suas pinturas de imagens cotidianas em contextos surrealistas;</p><p>Max Ernest, que explorou o surrealismo em uma variedade de mídias, incluindo</p><p>pintura, escultura e colagem; e Juan Miró, que desenvolveu uma linguagem</p><p>visual distintiva que combinava formas orgânicas, cores vibrantes e um sentido</p><p>lúdico de imaginação, cujas obras exploram os reinos do subconsciente e da</p><p>fantasia, criando um mundo visualmente intrigante e emocionalmente evocativo.</p><p>A caçada (Figura 20) é uma pintura emblemática de Joan Miró, criada em</p><p>1923-1924. Miró, um dos mais proeminentes artistas do surrealismo, é</p><p>conhecido por seu estilo distinto, que combina formas biomórficas, abstração e</p><p>elementos de fantasia. A obra reflete a transição de Miró para um estilo mais</p><p>surrealista, caracterizado por uma síntese de elementos de sua paisagem natal</p><p>na Catalunha com imaginação onírica. O quadro apresenta uma paisagem</p><p>imaginária e estilizada, em que figuras humanas e animais se transformam em</p><p>símbolos e signos quase abstratos, com personagens estilizados que podem ser</p><p>3 Disponível em: <https://www.wikiart.org/pt/salvador-dali>. Acesso em: 11 jun. 2024.</p><p>4 Consiste em permitir um estado mental semelhante ao da paranoia clínica, no qual a vontade</p><p>e a razão eram suspensas temporariamente, de modo deliberado pelo artista (Coleção Folha</p><p>Grandes Mestres da Pintura, [S.d.]).</p><p>5 Disponível em: <https://www.wikiart.org/pt/rene-magritte>. Acesso em: 11 jun. 2024.</p><p>30</p><p>interpretados como caçadores e animais. As formas são simplificadas e muitas</p><p>vezes simbólicas, transmitindo a sensação de movimento e energia. Há o uso</p><p>vibrante de cores primárias como vermelho, azul, amarelo, contrastadas com</p><p>tons de verde e preto. As cores são aplicadas em áreas planas e grandes</p><p>manchas, criando um efeito visual dinâmico. Linhas finas e contornos delineiam</p><p>figuras e objetos, muitas vezes conectando diferentes elementos da composição</p><p>de forma lúdica e fluida.</p><p>Figura 20 – Selo representando a obra A caçada, de Juan Miró (1923-1924)</p><p>Crédito: spatuletail/Shutterstock.</p><p>O dadaísmo foi um movimento que surgiu durante a Primeira Guerra</p><p>Mundial (1914-1918). Naquele momento, artistas e intelectuais de diversas</p><p>nacionalidades, contrários ao envolvimento de seus países no conflito, exilaram-</p><p>se em Zurique, na Suiça. Ali, acabaram fundando um movimento literário que</p><p>deveria expressar suas decepções com o fracasso das ciências, da religião e da</p><p>filosofia existentes até então, pois se revelaram incapazes de evitar a grande</p><p>destruição que assolava toda a Europa (Proença, 2001).</p><p>O termo dada foi escolhido aleatoriamente ao abrir um dicionário francês-</p><p>alemão. Dada é uma palavra francesa que significa “cavalo de pau”, refletindo a</p><p>atitude infantil e irreverente do movimento. O dadaísmo opunha-se à</p><p>racionalidade e à lógica, que os dadaístas consideravam responsáveis pela</p><p>31</p><p>guerra e pela destruição. O movimento celebrou o absurdo, o irracional e o</p><p>caótico. Os dadaístas rejeitaram as convenções tradicionais da arte e da</p><p>estética. Criaram “anti-arte”, desafiando as definições e as fronteiras do que</p><p>poderia ser considerado arte. Utilizaram técnicas como a colagem, a</p><p>fotomontagem e a assemblagem6 para criar obras que combinavam materiais e</p><p>imagens de maneiras inesperadas e desorientadoras. Marcel Duchamp, um dos</p><p>artistas mais influentes associados ao dadaísmo, introduziu o conceito de ready-</p><p>made, no qual objetos comuns eram apresentados como arte. O exemplo mais</p><p>famoso é a Fonte (Figura 21), de 1917, um urinol assinado por “R. Mutt”. Após o</p><p>fim da Primeira Guerra Mundial, o dadaísmo se espalhou para outras cidades</p><p>europeias e para os Estados Unidos, com centros importantes em Berlim, Paris,</p><p>e Nova York. O movimento frequentemente abordava temas de crítica social e</p><p>política, atacando o nacionalismo, o materialismo e os valores burgueses.</p><p>Embora o dadaísmo tenha sido um movimento de curta duração, ele teve um</p><p>impacto duradouro na arte moderna, influenciando movimentos subsequentes</p><p>como o surrealismo e a arte conceitual.</p><p>Figura 21 – A fonte, Marcel Duchamp (1917)</p><p>Crédito: Dima Moroz/Shutterstock.</p><p>Esses são apenas alguns dos principais movimentos das vanguardas</p><p>artísticas do século XX, e muitos outros surgiram ao longo desse período, cada</p><p>um contribuindo para a diversidade e experimentação no mundo da arte.</p><p>6 É uma técnica de arte que envolve a criação de obras tridimensionais por meio da combinação</p><p>de objetos diversos. É considerada uma extensão da colagem, porém, em três dimensões, e</p><p>enfatiza a materialidade e a textura dos objetos utilizados</p><p>(Bousso, 1998).</p><p>32</p><p>Se liga</p><p>As vanguardas do século XX se resumem em movimentos artísticos que</p><p>acontecem muitas vezes ao mesmo tempo em lugares diferentes. Citamos</p><p>alguns deles, como o expressionismo de Munch, o fauvismo de Matisse, o</p><p>cubismo de Picasso, o abstracionismo de Kandinsky, o surrealismo de Dalí e o</p><p>dadaísmo de Marcel Duchamp.</p><p>Dica</p><p>As ideias revolucionárias de Albert Einstein sobre o espaço e o tempo</p><p>tiveram um impacto profundo na maneira como os artistas cubistas pensavam</p><p>sobre a representação visual. Ao desafiar as noções tradicionais de perspectiva</p><p>e incorporar a fragmentação e a simultaneidade em suas obras, os cubistas</p><p>foram capazes de criar uma nova linguagem visual que refletia as complexidades</p><p>da moderna compreensão do universo.</p><p>As teorias de Freud e Jung sobre a mente, os sonhos e o inconsciente</p><p>forneceram uma base teórica rica para o surrealismo. Ao integrar essas ideias</p><p>em suas práticas artísticas, os surrealistas buscaram transcender a realidade</p><p>consciente e explorar as profundezas da psique humana, criando obras que</p><p>continuam a fascinar e desafiar o espectador. A exploração do inconsciente abriu</p><p>novas possibilidades para a criatividade e a expressão, marcando um ponto</p><p>crucial na evolução da arte moderna.</p><p>TEMA 4 – POP ART</p><p>A expressão pop-art vem do inglês, e significa “arte popular”. O movimento</p><p>começou a se formar no Reino Unido no início da década de 1950. O</p><p>Independent Group, um coletivo de artistas e críticos, foi fundamental para o</p><p>desenvolvimento inicial da pop art. Eles exploravam a intersecção entre arte e</p><p>cultura popular, utilizando imagens de revistas, filmes e publicidade. Nos</p><p>Estados Unidos, a pop art ganhou força no final dos anos 1950 e início dos anos</p><p>1960. O movimento se destacou por seu uso de técnicas e temas retirados da</p><p>cultura de massa americana. A fonte da criação para os artistas ligados a esse</p><p>movimento era o dia a dia das grandes cidades norte-americanas, pois sua</p><p>proposta era romper qualquer barreira entre a arte e a vida comum. Para a pop</p><p>art interessam as imagens e o ambiente, ou seja, a vida que a tecnologia</p><p>industrial criou nos grandes centros urbanos. Os recursos expressivos da pop</p><p>33</p><p>art são semelhantes aos dos meios de comunicação de massa, como o cinema,</p><p>a publicidade e a televisão. Em consequência disso, seus temas são os</p><p>símbolos e os produtos industriais dirigidos às massas urbanas: lâmpadas</p><p>elétricas, automóveis, sinais de trânsito, eletrodomésticos, enlatados e até</p><p>mesmo a imagem das grandes estrelas do cinema estadunidense, consumida</p><p>em massa nos filmes, nas televisão e nas revistas.</p><p>Um exemplo é o trabalho Marilyn Monroe (Figura 21), de Andy Warhol,</p><p>talvez o artista pop mais conhecido, famoso por suas pinturas de latas de sopa</p><p>Campbell’s e retratos de celebridades, como esse trabalho. Realizado a partir de</p><p>uma fotografia, o artista reproduz, em sequência, imagens de Marilyn Monroe</p><p>que, apesar das variações de cor, permanecem invariáveis. Com isso, o artista</p><p>se propunha a mostrar que, assim como os objetos são produzidos em série, os</p><p>mitos contemporâneos também são manipulados para o consumo do grande</p><p>público.</p><p>Os principais artistas da pop art foram, além de Andy Warhol, Roy</p><p>Lichtenstein, que ficou conhecido por suas pinturas que imitavam o estilo das</p><p>histórias em quadrinhos, utilizando técnicas de pontilhismo e balões de diálogo;</p><p>Claes Oldenburg, que criou esculturas monumentais de objetos do cotidiano,</p><p>como hambúrgueres, sorvetes e máquinas de escrever; e Jasper Johns, que</p><p>começou pintando meticulosamente e com grande precisão objetos familiares</p><p>como bandeiras, alvos, numerais e mapas.</p><p>Figura 21 – Selo representando a obra Marilyn Monroe, de Andy Warhol (1967)</p><p>Crédito: neftali/Shutterstock.</p><p>34</p><p>Saiba mais</p><p>BARROSO, P.; HUDSON S. N. História da arte. Barueri: Grupo A, 2018. Cap.</p><p>4, p. 181-198.</p><p>TEMA 5 – ARTE MINIMALISTA</p><p>Para o artista moderno, a conclusão inevitável da necessidade de reduzir</p><p>a arte ao básico foi o minimalismo. Seus fundadores foram escultores</p><p>americanos, como Donald Judd, que definiu o minimalismo como “se livrar</p><p>daquilo que as pessoas costumavam achar essencial à arte” (Strickland, 2002).</p><p>Os minimalistas, erradicaram a marca pessoal, toda emoção, toda imagem e</p><p>mensagem. Para obter um efeito tão “puro” e anônimo, usavam materiais pré-</p><p>fabricados em formas geométricas simples, como caixas de metal e tijolos. O</p><p>minimalismo foi uma reação contra a presunção do expressionismo abstrato e a</p><p>vulgaridade da pop art, tendo eliminado a personalização e o consumismo, o</p><p>legado dos minimalistas foram formas mecânicas frias para o espectador fazer</p><p>delas o que os artistas fariam. Prateleiras de metal em uma parede ou vidraças</p><p>no chão da galeria e uma prancha encostada na parede são arte minimalista.</p><p>Para esses escultores, a forma mínima garante a intensidade máxima.</p><p>Eliminando as “distrações” do detalhe, da imagem e da narrativa, os</p><p>minimalistas pretendem forçar a atenção total do espectador para o que sobrou.</p><p>“A simplicidade da forma”, disse Robert Morris, “não equivale necessariamente</p><p>à simplicidade da experiência” (Strickland, 2002).</p><p>Os principais artistas do movimento, como Donald Judd, faz caixas de aço</p><p>inoxidável industrializado, de acrílico e de compensado, colocadas em fileiras</p><p>verticais na parede. Carl Andre foi para o extremo oposto da escultura vertical</p><p>tradicional, figurativa e sobre pedestal: faz arranjos de tijolos, blocos de cimento</p><p>e lajes lisas no chão em configuração horizontal, como em sua fileira de sete</p><p>metros de tijolos no chão. Dan Flavin esculpe em luz, ligando tubos fluorescentes</p><p>à parede em rígidos desenhos geométricos que criam campos de cor. Sol Le Witt</p><p>cria formas simples em série, como cubos brancos ou pretos, abertos ou</p><p>fechados. Robert Morris é conhecido por esculturas de grandes proporções,</p><p>geométricas e ângulos retos.</p><p>Donald Judd foi um proeminente artista estadunidense que desenvolveu</p><p>um estilo distintamente minimalista, caracterizado pela utilização de materiais</p><p>industriais como alumínio, aço e acrílico, e pela criação de estruturas</p><p>35</p><p>geométricas simples e repetitivas. As esculturas de Judd, como a da Figura 22,</p><p>são frequentemente compostas por formas geométricas simples, como cubos,</p><p>retângulos e prismas, feitas de materiais como alumínio, aço, acrílico e madeira.</p><p>Essas formas são muitas vezes repetidas e dispostas em padrões rigorosos,</p><p>criando uma sensação de ordem e regularidade. Judd valorizava a precisão e a</p><p>perfeição técnica em suas obras, buscando criar peças que fossem ao mesmo</p><p>tempo objetivas e impactantes visualmente.</p><p>Figura 22 – Sem título, Donald Judd (1973)</p><p>Crédito: Todamo/Shutterstock.</p><p>Dica</p><p>Os minimalistas focaram em uma abordagem radical e simplista da arte,</p><p>rejeitando ornamentos e narrativas, e investindo em formas geométricas simples</p><p>com cores puras e materiais industrializados, criando obras que não</p><p>representassem nada além de si mesmas.</p><p>TROCANDO IDEIAS</p><p>Nesta seção, sugerimos a você discutir com os colegas em um fórum on-</p><p>line sobre os questionamentos da arte impressionista.</p><p>Ao romper com as técnicas tradicionais de pintura e focar na captura da</p><p>luz e da atmosfera, os artistas impressionistas desafiaram as normas</p><p>estabelecidas da época. Em sua opinião, como o movimento impressionista</p><p>influenciou não apenas a arte da sua própria época, mas também as gerações</p><p>subsequentes de artistas? Em que medida a abordagem impressionista</p><p>contribuiu para a evolução da arte moderna e da apreciação estética?</p><p>36</p><p>NA PRÁTICA</p><p>Neste exercício, vamos aprimorar o conhecimento sobre a influência da</p><p>arte no design gráfico, respondendo às seguintes perguntas7:</p><p>1. Como os movimentos de vanguarda do século XX, como o cubismo, o</p><p>abstracionismo e o surrealismo, influenciaram o desenvolvimento do</p><p>design?</p><p>2. Em que medida</p><p>as técnicas e ideias desses movimentos foram adotadas</p><p>pelos designers para criar composições inovadoras e desafiadoras?</p><p>3. Como essas influências continuam a impactar o design contemporâneo e</p><p>a maneira como os designers abordam a comunicação e a expressão</p><p>criativa?</p><p>FINALIZANDO</p><p>Verificamos que a história da arte testemunhou uma notável evolução</p><p>estilística e conceitual. O romantismo, emergindo no final do século XVIII,</p><p>enfatizou a expressão emocional e a sublime natureza da experiência humana,</p><p>destacando paisagens grandiosas e temas históricos. Com o realismo, no século</p><p>XIX, houve uma mudança para representações mais precisas da realidade</p><p>cotidiana. O impressionismo, no final do século XIX, introduziu uma nova</p><p>abordagem à luz e à cor, enquanto as vanguardas do século XX, como o cubismo</p><p>e o surrealismo, desafiaram as normas tradicionais de representação. O</p><p>movimento modernista, com sua ênfase na inovação e na experimentação, deu</p><p>origem ao abstracionismo e ao minimalismo, que simplificaram formas e cores</p><p>em busca da essência pura da arte. O minimalismo, surgindo no século XX,</p><p>rejeitou a ornamentação em favor da simplicidade e da ordem, explorando a</p><p>relação entre espaço, forma e materiais. Esses movimentos refletem não apenas</p><p>mudanças estéticas, mas também as transformações sociais, culturais e</p><p>tecnológicas ao longo dos séculos.</p><p>7 Para ajudá-lo a responder, assista ao vídeo disponível em:</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=Jj_sIvF_maQ>. Acesso em: 11 jun. 2024. Acesse também</p><p>o seguinte livro: CARDOSO, R. Uma introdução à história do design. 3. ed. São Paulo:</p><p>Blucher, 2008. p. 120-158.</p><p>37</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BARROSO, P. F.; HUDSON S. N. História da arte. Barueri: Grupo A, 2018.</p><p>BOUSSO, V. Enciclopédia das Artes Visuais. São Paulo: Abril, 1998.</p><p>CARDOSO, R. Uma introdução à história do design. 3. ed. São Paulo:</p><p>Blucher, 2008.</p><p>CARR-GOMM, S. Dicionário de símbolos na arte: guia ilustrado da pintura e</p><p>da escultura ocidentais. Bauru: Edusc, 2004.</p><p>CLOTTES, J. World Rock Art. Los Angeles: Getty Publications, 2002.</p><p>COLEÇÃO FOLHA GRANDES MESTRES DA PINTURA. Folha Online, [S.d.].</p><p>Disponível em: <https://mestres.folha.com.br/>. Acesso em: 12 jun. 2024.</p><p>FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2010.</p><p>GLANCEY, J. A história da arquitetura. São Paulo: Loyola, 2001.</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2013.</p><p>GUTHRIE, R. D. The Nature of paleolithic art. Chicago: University of Chicago</p><p>Press, 2005.</p><p>JANSON, H. W. Iniciação à história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.</p><p>LEWIS-WILLIAMS, D. The mind in the cave: Consciousness and the origins of</p><p>art. London: Thames & Hudson, 2002. [tradução castelhana: La mente en la</p><p>caverna. La conciencia y los orígenes del arte. Madrid: akal, 2005].</p><p>MERLO, C. A história da arte: da antiguidade ao século XX. 1. ed. Porto: Editora</p><p>Porto, 2000.</p><p>MIRANDA, D. S. História da arte II: do Romantismo à contemporaneidade.</p><p>Fortaleza: EdUECE, 2019.</p><p>PEARSON, M. P. et al. Stonehenge: Making Sense of a Prehistoric Mystery.</p><p>York: Council for British Archaeology, 2015.</p><p>PROENÇA. G. História da arte. São Paulo: Ática, 2001.</p><p>PROUS, A. A arte rupestre brasileira: arqueologia brasileira. 1. ed. Brasília: Ed.</p><p>UNB, 1992.</p><p>38</p><p>SHERRATT, A. The Cambridge Encyclopedia of Archaeology. Cambridge:</p><p>Cambridge University Press, 1980.</p><p>STRICKLAND, C. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Rio de</p><p>Janeiro: Ediouro, 2002.</p><p>STRICKLAND, C. Arquitetura comentada: uma breve viagem pela história da</p><p>arquitetura. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.</p><p>WATKIN, D. História da arquitetura ocidental. Londres: Konemann, 2001.</p><p>Conversa inicial</p><p>Esta abordagem está dividida em cinco tópicos que continuam contando a história da arte organizada em uma linha do tempo. Como temos visto em nossos estudos, a evolução da arte é um processo complexo e multifacetado, influenciado por uma variedade de ...</p><p>CONTEXTUALIZANDO</p><p>Estudaremos, a partir de agora, a evolução da arte desde o romantismo até a arte minimalista, uma jornada por diversos movimentos e estilos que refletem as mudanças sociais, culturais e tecnológicas ao longo dos séculos XIX e XX.</p><p>O romantismo, com ênfase na expressão emocional e na individualidade, deu lugar ao impressionismo, que revolucionou a representação da luz e da atmosfera por meio de pinceladas rápidas e cores vibrantes. As vanguardas do século XX desafiaram as conven...</p><p>TEMA 1 – ROMANTISMO</p><p>O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas pela revolução industrial e pela revolução francesa do final do século XVIII.</p><p>Caracteriza-se como uma reação ao neoclassicismo, tendo sido desenvolvido entre 1820 e 1850. Os românticos procuravam se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista. Assim, de modo geral, podemos afirmar ...</p><p>1.1 Romantismo francês</p><p>Figura 1 – A liberdade guiando o povo, Delacroix (1830)</p><p>1.2 Romantismo inglês</p><p>A pintura paisagística já havia se desenvolvido no século XVIII, mas foi no período romântico que ganhou nova força, principalmente na Inglaterra. A paisagem romântica inglesa caracteriza-se, de um lado, por seu realismo e, por outro, pela recriação d...</p><p>1.3 Realismo</p><p>Entre 1850 e 1900 surge, nas artes europeias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhe...</p><p>A pintura caracteriza-se, sobretudo, pelo princípio de que o artista deve pintar a realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza. Ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a natureza, pois a beleza está na ...</p><p>Gustave Coubert foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Jovens senhoras da aldeia (Figura 3) é uma obra notável de</p><p>Se liga</p><p>Impressão, nascer do sol (Figura 4) é uma pintura icônica do artista impressionista francês Claude Monet, concluída em 1872. Essa obra é frequentemente considerada como a precursora do movimento impressionista. A pintura retrata uma vista do porto de ...</p><p>2.1 Pós-impressionismo</p><p>Figura 7 – Duas mulheres taitianas, Gauguin (1899)</p><p>Crédito: Everett Collection/Shutterstock.</p><p>Henri Toulouse-Lautrec é conhecido por suas representações da vida noturna parisiense, especialmente dos cabarés e dos artistas de teatro. Sua arte é marcada por uma estilização distinta e uma abordagem inovadora da composição.</p><p>Sua vibrante obra Marcelle Lender dançando o bolero em 'Chilpéric' (Figura 8), de 1895, captura a famosa atriz e dançarina Marcelle Lender em uma performance teatral exuberante no papel de Chilpéric, um espetáculo opereta que era popular na Paris da é...</p><p>Figura 8 – Marcele Lender dançando o bolero em Chilpéric, 1895</p><p>Figura 9 – Noite estrelada, VanGogh (1889)</p><p>Saiba mais</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2000. Cap. 25 e 26, p. 498-555.</p><p>Para complementar o conteúdo, podem ser vistos alguns filmes como:</p><p> No portal da eternidade, disponível na Amazon Prime/HBO max;</p><p> Gauguin: viagem ao Taiti, disponível em Google play;</p><p> Renoir, disponível em Google play/Looke/Now</p><p>TEMA 3 – VANGUARDAS DO SÉCULO XX</p><p>Nas primeiras décadas do século XX ocorrem profundas conturbações políticas: a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa, o surgimento do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha. Não demorou muito para que as situações políticas criadas na Itália...</p><p>As vanguardas artísticas do século XX foram movimentos culturais e artísticos que surgiram principalmente na Europa entre o final do século XIX e meados do século XX. Esses movimentos foram marcados por uma ruptura com as tradições artísticas convenci...</p><p>3.1 Expressionismo</p><p>Os expressionistas eram deformadores sistemáticos da realidade, pois desejam expressar</p>

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