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<p>Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>Prof.ª Renata Cavour</p><p>Descrição</p><p>A desigualdade de gênero e a consequente violência contra as mulheres</p><p>no Brasil.</p><p>Propósito</p><p>A violência contra a mulher e a violência doméstica são as principais</p><p>consequências da dominação masculina, e seus crescentes números</p><p>têm um enorme impacto social. Compreender a desigualdade de gênero</p><p>e conhecer esses números é fundamental para identificar os diversos</p><p>comportamentos inadequados e buscar formas de prevenção e de ajuda</p><p>às vítimas.</p><p>Objetivos</p><p>Módulo 1</p><p>Mapa da violência no Brasil</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 1/59</p><p>Analisar o mapa da violência no Brasil, com foco no público mais</p><p>atingido e sua relação com gênero.</p><p>Módulo 2</p><p>Impacto de dados epidemiológicos</p><p>nas intervenções</p><p>Identificar as políticas públicas que auxiliam a mulher na questão da</p><p>violência.</p><p>Módulo 3</p><p>Papel da mídia no enfrentamento</p><p>da violência doméstica</p><p>Analisar os impactos positivos e negativos na mídia no</p><p>enfrentamento da violência doméstica.</p><p>Módulo 4</p><p>Desigualdade de gênero e a questão</p><p>do feminicídio</p><p>Reconhecer os impactos mais fatais da desigualdade de gênero.</p><p>Introdução</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 2/59</p><p>Atualmente, a pauta da diversidade tem finalmente ganhado</p><p>espaço na sociedade, no ambiente corporativo e no cenário</p><p>político-econômico-social. As mulheres são um dos grupos que</p><p>recebem destaque, pois, a cada dia que passa, vão ganhando</p><p>mais espaço em organizações, em liderança e em outros lugares</p><p>que anteriormente só eram ocupados por homens.</p><p>Entretanto, um cenário gritante de feminicídios e violência contra</p><p>a mulher ainda faz parte da realidade, mesmo com todas as</p><p>medidas já tomadas contra esse ato. O que acontece é que a</p><p>mulher é vista, até hoje, como propriedade ou seres inferiorizados</p><p>para muitos homens. Com isso, esses homens se acham no</p><p>direito de agredi-las, humilhá-las, desmoralizá-las e, até mesmo,</p><p>matá-las. Se pararmos para refletir sobre esse assunto, a</p><p>justificativa de Defesa da Honra como um atenuante em casos de</p><p>violência ou homicídio contra mulheres só foi extinta em 2022,</p><p>com o projeto PL 2.325/2021.</p><p>Devido a esse fato e aos inúmeros casos de violência ou</p><p>homicídio contra a mulher que temos no Brasil e no mundo,</p><p>podemos perceber que a caminhada para resolução desse tema</p><p>ainda é longa. É necessário que haja ainda muita discussão e</p><p>preparo de profissionais para que saibam como agir quando</p><p>entram em contato com esses casos, que, por vezes, são velados</p><p>e/ou demonstrados de forma sintomática, como uma ansiedade</p><p>ou depressão aparentemente sem causas. Além disso, é</p><p>importante que todos tenhamos a consciência de não</p><p>normatizarmos alguns atos e entender que nessas brigas</p><p>precisamos “meter a colher”, a polícia, o apoio psicológico e</p><p>qualquer outra medida cabível para impedir mais violência e</p><p>mortes.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 3/59</p><p>1 - Mapa da violência no Brasil</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar o mapa da violência no</p><p>Brasil, com foco no público mais atingido e sua relação com gênero.</p><p>Violência na história do</p><p>Brasil</p><p>A violência é um fator social que existe no mundo inteiro,</p><p>independentemente do grau de desenvolvimento do país. Lógico que</p><p>temos países com mais incidência que outros, mas a violência não é</p><p>inexistente.</p><p>A violência não é um ato exclusivamente físico, mas</p><p>também psicológico, sexual, de gênero, verbal,</p><p>financeiro e moral.</p><p>Se pudermos mapear, a violência já estava presente lá nas sociedades</p><p>indígenas mais antigas, quando disputavam terras com tribos rivais.</p><p>Muitas, inclusive, tinham o canibalismo como forma cultural de herdar a</p><p>força dos inimigos. Além disso, a dominação incluía a posse das</p><p>mulheres, que, muitas vezes, eram estupradas e sofriam outros tipos de</p><p>violência.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 4/59</p><p>Ilustração de mulher, na condição de escrava, amarrada pela cintura e chicoteada.</p><p>Quando pensamos no Brasil Colônia, tivemos a chegada dos</p><p>portugueses às terras brasileiras. Primeiro, os exploradores, os</p><p>degredados e os jesuítas vieram povoar e conhecer um pouco mais</p><p>sobre o que o lugar descoberto tinha a oferecer. Não tardou muito e os</p><p>jesuítas enviaram cartas para a corte portuguesa alegando que a</p><p>população da nova terra precisava “embranquecer” urgentemente, visto</p><p>que os exploradores estavam tendo relações sexuais e,</p><p>consequentemente, procriando com mulheres negras e indígenas. A</p><p>corte portuguesa então enviou prostitutas e órfãs para que pudessem</p><p>servir de mulheres a esses portugueses. Percebemos que, desde essa</p><p>época, as mulheres eram vistas como objetos para os homens.</p><p>Com a vinda da corte para o Brasil, o foco da violência e dominação</p><p>foram os escravizados e as mulheres. O poder pertencia aos patriarcas,</p><p>que eram donos da riqueza e por isso a autoridade (inclusive política)</p><p>dos ambientes públicos e privados lhes dava o prestígio e o</p><p>reconhecimento social. Com isso, os papéis de gênero eram bem</p><p>definidos e levavam em consideração as regras conservadoras previstas</p><p>pela Igreja Católica. A seguir, apresentaremos um comparativo entre a</p><p>forma como eram vistas as mulheres negras e as mulheres brancas, em</p><p>seu papel na sociedade durante aquele período:</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 5/59</p><p>Mulheres negras</p><p>Eram vistas como</p><p>mercadorias e</p><p>despertavam nos seus</p><p>senhores o apetite</p><p>sexual. Afinal, as</p><p>mulheres brancas eram</p><p>vistas pela sociedade e</p><p>impostas pela igreja a</p><p>serem utilizadas para</p><p>procriação e deveriam</p><p>servir a seus maridos</p><p>somente para esse fim.</p><p>Mulheres brancas</p><p>Eram domesticadas e</p><p>estavam fadadas a criar</p><p>seus filhos, ficarem</p><p>presas em suas casas e</p><p>não ter diversão,</p><p>principalmente prazeres</p><p>sexuais. A mulher era</p><p>vista como inferior e</p><p>perigosa, tendo como</p><p>comparação o diabo,</p><p>por conta de sua</p><p>sedução e corpo.</p><p>A Igreja condenava a prática sexual por prazer às senhoras distintas. Era</p><p>inconcebível que uma mulher branca tivesse relação extraconjugal,</p><p>principalmente com escravizados. Caso fosse descoberto, o</p><p>escravizado sofria duras penas, como ter a castração de seu órgão</p><p>genital ou ser açoitado até a morte. A mulher também era penalizada</p><p>com morte, prostituição ou dada a um parente sem recursos. Essa</p><p>mulher deveria suportar quaisquer tipos de infidelidade do seu marido e</p><p>se manter submissa a sua autoridade.</p><p>Já com relação às escravizadas, o cenário era de total abuso. Vistas</p><p>como propriedade, seus donos faziam delas seu uso para fins próprios</p><p>de satisfação sexual ou as vendia para outro senhor, que também as</p><p>utilizava como prostitutas.</p><p>Caso elas engravidassem e tivessem filhos dessas relações, essas</p><p>crianças também eram tratadas como mão de obra escrava.</p><p>Além disso, muitas escravizadas eram oferecidas como ama de leite,</p><p>momento em que eram obrigadas a não amamentar seus próprios filhos</p><p>para oferecer seu leite aos filhos das senhoras brancas.</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 6/59</p><p>Mulher negra servindo como ama de leite.</p><p>Mas não é somente pelas mãos dos senhores que as escravizadas</p><p>sofriam. Devido ao ciúme das relações sexuais que davam prazer aos</p><p>seus maridos, as senhoras brancas também se vingavam das</p><p>escravizadas, mandando cortar seus olhos e os servindo na refeição de</p><p>seus maridos, além de queimar seus rostos ou corpos, arrancar cabelos,</p><p>ou ainda açoitar essas</p><p>acalmar o agressor e controla seus</p><p>comportamentos para evitar que ele volte a se irritar. O medo aqui já</p><p>está instaurado e ela já está subjugada a ele.</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 50/59</p><p>Mulher sendo subjulgada pelo companheiro.</p><p>Além disso, a mulher vai ficando mais afastada das pessoas, insegura,</p><p>ansiosa, triste e angustiada. Nesse momento, a vítima não assume que</p><p>isso pode estar ocorrendo com ela e justifica as atitudes do agressor</p><p>por algum comportamento que ela tenha feito ou até mesmo que ele</p><p>esteja nervoso por estar passando por uma fase ruim. Essa fase pode</p><p>durar bastante tempo, dias ou anos, cada vez mais intensamente, visto</p><p>que a mulher passa a cada dia a se rebaixar mais, diminuindo sua</p><p>autoestima. Além disso, com as repetições, ela começa a ficar</p><p>diariamente com medo do que pode acontecer, de como estará o humor</p><p>do agressor e como ele reagirá diante de circunstâncias rotineiras.</p><p>O segundo passo acontece quando efetivamente tudo que aconteceu na</p><p>fase 1 chega ao ápice e ele explode em algum ato violento. Agora</p><p>estamos falando dos 5 tipos de violência que podem ser aplicados de</p><p>uma forma ainda mais explícita do que no primeiro momento. A mulher,</p><p>geralmente, fica chocada e paralisada por não esperar essas atitudes do</p><p>agressor. Ainda acontece um misto de emoções com relação ao</p><p>agressor, e seus sentimentos sobre si mesma ficam ainda mais</p><p>confusos e intensos, como medo, ódio, solidão, pena de si, vergonha e</p><p>dor. A mulher percebe que a situação já passou dos limites e que corre</p><p>vários riscos de ser ferida. Então, tem uma tensão psicológica que pode</p><p>apresentar alguns efeitos colaterais como:</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 51/59</p><p>Além disso, a vítima pode não saber muito bem como agir. Muitas</p><p>mulheres nesse momento buscam ajuda, saem de casa assustadas,</p><p>distanciam-se do marido; outras, infelizmente, acabam se suicidando</p><p>devido à vergonha, culpa e angústia que vivem.</p><p>O terceiro passo é o arrependimento e o comportamento carinhoso,</p><p>quando tudo se torna uma lua de mel e o agressor se torna o homem</p><p>mais amoroso e dedicado, por exemplo, dando flores, presentes,</p><p>palavras doces e muito amor. Tudo isso em troca de uma conquista e</p><p>uma reconciliação, afinal, ela é posse dele.</p><p>Como em muitos casos, apesar do medo, também</p><p>ainda há um sentimento amoroso e de família,</p><p>principalmente quando se tem filhos na relação, logo, a</p><p>tentativa de reconciliar e dar uma chance à possível</p><p>mudança que está se apresentando parece ser uma</p><p>possibilidade. Às vezes, o próprio meio que a mulher</p><p>vive incentiva a volta, reforçando uma característica</p><p>machista de dominação do casamento e de</p><p>minimização do ato agressivo (foi só uma fase dele,</p><p>homem é assim mesmo).</p><p> Insônia</p><p> Perda de peso</p><p> Fadiga constante</p><p> Ansiedade</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 52/59</p><p>Evidentemente, esse período de romance irá acontecer por um bom</p><p>tempo, até que ela se sinta confortável em estar novamente junto com</p><p>seu parceiro e ter a certeza de que realmente era só uma fase e que ele</p><p>mudou. Nesse cenário, os bons momentos voltam a reinar e ele sempre</p><p>demonstra remorso pelo que a causou, o que fortalece ainda mais os</p><p>vínculos entre eles, e a relação de dependência também aumenta. Aqui</p><p>também é uma fase que, caso a mulher tenha feito alguma denúncia a</p><p>respeito do agressor, geralmente ela pede para que seja retirada</p><p>alegando equívoco.</p><p>O sentimento de culpa ainda predomina, pois todo o remorso pode</p><p>reforçar a hipótese de que ela causava aquele comportamento nele.</p><p>Assim, ela segue iludida pela nova fase, até que aconteça alguma</p><p>situação de tensão e o comportamento do agressor recomece.</p><p>Quando a mulher entra nesse ciclo e o repete, as consequências vão</p><p>aumentando e se tornando ainda mais perigosas para a sua integridade.</p><p>Ela também é tomada por sentimento doentio que não a deixa sair e,</p><p>mesmo com uma rede de apoio protetora, permanece com o agressor.</p><p>Ao resolver se retirar de vez dessa roleta-russa, o risco é o feminicídio,</p><p>momento em que o homem não aceita essa quebra de paradigma.</p><p>Como quebrar o ciclo da</p><p>violência?</p><p>Neste vídeo, falaremos, a partir de um estudo de caso, sobre como</p><p>quebrar o ciclo da violência, apresentaremos medidas que podem ajudar</p><p>a interromper ou evitar a repetição de determinados padrões.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 53/59</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Veja este anúncio na CNN:</p><p>"99 tem mais de 60 vagas abertas para mulheres grávidas. As</p><p>vagas disponíveis são para diversas áreas da empresa, como</p><p>especialista de experiência do cliente, analista antifraudes, e</p><p>também para diferentes níveis”. (VITORIO, T. 99 tem mais de 60</p><p>vagas abertas para mulheres grávidas. CNN Brasil, 1 set. 2021.)</p><p>A 99, empresa de transporte por aplicativo, está contratando</p><p>exclusivamente mulheres grávidas para seu quadro de</p><p>colaboradores. Essa prática, apesar de nova no mercado, está</p><p>começando a ganhar volume e a ser bem-vista socialmente. Afinal,</p><p>essa sempre foi uma preocupação das mulheres e o motivo para</p><p>que muitas empresas deixassem de contratar excelentes</p><p>candidatas (ou por estarem grávidas ou, ainda, por terem idade de</p><p>um dia engravidar). Essa é uma excelente medida contra a</p><p>desigualdade de gênero. Nesse contexto, avalie as afirmativas</p><p>abaixo:</p><p>I) O direito de equidade entre os gêneros está previsto na</p><p>Constituição de 1988.</p><p>II) Em 1995, foi lançada uma lei que proíbe empresas de exigir</p><p>atestados de não gravidez ou de esterilidade para admissão.</p><p>III) Em 1999, foi lançada uma lei que diz que não se deve basear as</p><p>contratações em aspectos de sexo, cor, período de gravidez, idade,</p><p>situação familiar ou qualquer outra fonte de discriminação.</p><p>A partir disso, indique a resposta correta:</p><p>A Somente I.</p><p>B I e II.</p><p>C II e III.</p><p>D I, II e III.</p><p>E</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 54/59</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>A Constituição de 1988 foi um marco para a equidade entre os</p><p>gêneros estar estabelecida por lei. A partir dela, diversos</p><p>desdobramentos foram tomados e outras leis foram surgindo para</p><p>beneficiar a mulher, algumas enfatizando o ambiente de trabalho. A</p><p>Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, terminou com um hábito que</p><p>muita empresa na época tinha: o de exigir atestado de não gravidez</p><p>ou de esterilidade à mulher em seu momento de contratação,</p><p>evitando que elas não fossem contratadas por estar grávidas ou por</p><p>ainda terem a possibilidade de um dia serem mães. E a Lei nº 9799,</p><p>de 9 de maio de 1999, exclui qualquer tipo de discriminação que</p><p>uma pessoa pode ter em sua contratação, incluindo cor, gênero,</p><p>idade, estado de gravidez e/ou situação familiar.</p><p>Questão 2</p><p>A violência doméstica é um problema social que acontece em todas</p><p>as classes sociais. A maioria das vezes acontece em fases, que se</p><p>tornam um ciclo devido a sua repetição, uma vez que as mulheres</p><p>não fazem a denúncia e nem saem da relação. Pensando nisso,</p><p>quais são as 3 principais fases do ciclo da violência?</p><p>I e III.</p><p>A</p><p>Aumento de tensão ou irritação por motivos</p><p>insignificantes, ato de violência e arrependimento.</p><p>B</p><p>Comportamento carinhoso, aumento de tensão e</p><p>violência física.</p><p>C</p><p>Perseguição, comportamento agressivo e</p><p>arrependimento.</p><p>D</p><p>Violência psicológica, violência física e violência</p><p>sexual.</p><p>E</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 55/59</p><p>Parabéns! A alternativa A está correta.</p><p>Segundo o Instituto Maria da Penha, o ciclo de violência doméstica</p><p>acontece com 3 fases: aumento de tensão ou irritação por motivos</p><p>insignificantes, em que o agressor começa a ficar mais irritadiço e</p><p>começam as brigas com humilhações e, muitas vezes, quebra de</p><p>objetos. A segunda fase é o ato de violência em si, que pode ser de</p><p>qualquer das 5 naturezas: psicológica, física, sexual, patrimonial</p><p>e/ou moral. E a terceira fase é o arrependimento e o</p><p>comportamento carinhoso, em que o agressor diz ter se</p><p>arrependido e que vai mudar, passa a tratar a mulher com muita</p><p>delicadeza para que ela volte a confiar nele. Isso até o ciclo</p><p>recomeçar.</p><p>Considerações �nais</p><p>A desigualdade de gênero é uma realidade brasileira. A evolução do</p><p>espaço feminino trouxe um enfraquecimento de uma sociedade</p><p>patriarcal e, com isso, uma diminuição da dominação masculina. Porém</p><p>nem todos os homens aceitam essa modificação social.</p><p>Além disso, a imagem da mulher como objeto de posse do homem, que</p><p>acredita que pode abusá-la, violentá-la e, até mesmo, matá-la, caso ela</p><p>não tenha mais interesse nele ou devido a qualquer tipo de motivo fútil</p><p>ainda é uma realidade da sociedade. Os números não deixam enganar: a</p><p>cada ano que passa mais mulheres são assassinadas, principalmente</p><p>por seus companheiros ou ex. As mulheres negras continuam sendo as</p><p>mais atingidas pela violência doméstica, principalmente as</p><p>adolescentes e as mais jovens.</p><p>A legislação e as políticas públicas voltadas ao público feminino são</p><p>muito recentes e, apesar de auxiliar as mulheres em zona de risco, ainda</p><p>precisam de muitas melhorias para se tornarem eficazes, visto que os</p><p>números de feminicídio e violência doméstica não apresentaram</p><p>redução com seus lançamentos. As mulheres precisam se sentir mais</p><p>seguras e confiantes nessas ações para que aumentem suas buscas</p><p>por esses órgãos de apoio.</p><p>Conversa agressiva, violência física e</p><p>comportamento carinhoso.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 56/59</p><p>Podcast</p><p>Ouça a seguir sobre a situação de violências contra mulheres no Brasil,</p><p>com destaque para as contribuições da psicologia, dos indicadores e</p><p>políticas públicas nas intervenções.</p><p></p><p>Explore +</p><p>Confira agora as indicações de leitura que separamos especialmente</p><p>para você!</p><p>História da Mulher no Brasil, livro de Mary del Priori (2014). Nele você</p><p>conhecerá mais sobre as mulheres brasileiras de diversas épocas, sobre</p><p>diversos locais e diversas classes sociais.</p><p>Sobrevivi… posso contar, de Maria da Penha (2014). Nesse livro, você</p><p>pode, a partir da história de vida de Maria da Penha, estudar e colaborar</p><p>para transformações necessárias em prol dos direitos das mulheres a</p><p>uma vida sem violência.</p><p>Sejamos todos feministas, livro de Chimamanda Ngozi Adichie (2014).</p><p>Aprenda com uma mulher preta sobre igualdade de gênero e entenda</p><p>como construir um mundo mais justo com mulheres e homens mais</p><p>felizes, mais autênticos consigo mesmos.</p><p>Referências</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 57/59</p><p>BRASIL. Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.</p><p>Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2011.</p><p>CALEGARI, L. A desigualdade de gênero no Brasil em um gráfico.</p><p>Revista Exame, 7 mar. 2018.</p><p>EXAME. A Desigualdade de Gênero no Brasil em um gráfico. Publicado</p><p>em: 7 mar. 2018. Consultado na internet em: dez. 2022.</p><p>FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de</p><p>Segurança Pública 2022. Consultado na internet em: 14 jan. 2023.</p><p>FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Violência contra</p><p>meninas e mulheres no 1º semestre de 2022. Publicado em: 2022.</p><p>Consultado na internet em: 14 jan. 2023.</p><p>INSTITUTO MARIA DA PENHA. Ciclo da Violência Doméstica.</p><p>Consultado na internet em: 14 jan. 2023.</p><p>IPEA. Atlas da Violência de 2021. Consultado na internet em: 14 jan.</p><p>2023.</p><p>JORNAL EXTRA. Enfermeira é morta após sair com homem que</p><p>conheceu pela internet. Publicado em 12 abr. 2016. Consultado na</p><p>internet em: 14 fev. 2023.</p><p>R7. CIDADE ALERTA. Mulher desiludida faz greve de sexo e marido</p><p>perde a cabeça. Record TV, 2016.</p><p>R7. Ela é quem estava errada, diz homem que matou namorada por ela</p><p>ter ido a baile funk. Publicado em: 10 mar. 2016. Consultado na internet</p><p>em: 14 fev. 2023.</p><p>R7. Inconformado com fim de namoro, estudante espanca adolescente</p><p>até a morte em Itatiba. Publicado em: 9 jun. 2012. Consultado na</p><p>internet em: 14 fev. 2023.</p><p>R7. Mulher desiludida faz greve de sexo e marido perde a cabeça.</p><p>Publicado em: 24 mar. 2016. Consultado na internet em: 14 fev. 2023.</p><p>VITORIO, T. 99 tem mais de 60 vagas abertas para mulheres grávidas.</p><p>CNN Brasil, 01 set. 2021</p><p>WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência - Mulheres (2015). Consultado na</p><p>internet em: 15 dez. 2022.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 58/59</p><p>Material para download</p><p>Clique no botão abaixo para fazer o download do</p><p>conteúdo completo em formato PDF.</p><p>Download material</p><p>O que você achou do conteúdo?</p><p>Relatar problema</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 59/59</p><p>javascript:CriaPDF()</p><p>mulheres.</p><p>Com a chegada do Brasil Império, o quadro não mudou tanto assim.</p><p>Somente com a abolição da escravatura e a vinda de imigrantes para</p><p>trabalharem em solos brasileiros, o que gerou a formação de centros</p><p>urbanos, novas estruturas sociais foram se formando. Foram geradas</p><p>assim outras dimensões de poder, trazendo alterações nos moldes da</p><p>organização patriarcal.</p><p>Já no Brasil República, em seu período pós-guerra, as mulheres</p><p>passaram a desempenhar não só o trabalho de dona de casa, mas</p><p>também atividades para prover a família. E esse período também foi</p><p>muito marcado pela violência masculina, que é utilizada como uma</p><p>arma para a diminuição da autoridade dentro de casa, não se</p><p>adequando aos novos modelos sociais que se apresentavam.</p><p>Violência: fator social</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 7/59</p><p>Neste vídeo, refletiremos sobre a violência como um fator social a partir</p><p>da história do Brasil, destrinchando os impactos da mesma na</p><p>sociedade.</p><p>A conquista de espaço pelas</p><p>mulheres</p><p>Percebemos que ao longo da história, o Estado e a Igreja foram grandes</p><p>incentivadores perpetuadores do domínio masculino. Com a construção</p><p>de papéis de gêneros, a escola também foi um local de disseminação de</p><p>ideias arcaicas e com pouco acesso às mulheres.</p><p>Mulheres costurando em fábrica.</p><p>Com a Revolução Industrial, houve a possibilidade de as mulheres</p><p>conseguirem trabalhar em algumas fábricas.</p><p>No entanto, a falta de instrução das mulheres foi um dificultador inicial</p><p>para sua inserção no mercado de trabalho, conseguindo apenas</p><p>posições mais operacionais, como lavadeiras e costureiras.</p><p>Agora, os movimentos feministas e a chegada dos métodos</p><p>anticonceptivos contribuíram para que a mulher tivesse mais acesso ao</p><p>âmbito escolar, tivesse mais domínio sobre seu corpo e garantisse mais</p><p>independência econômica e mudasse a estrutura familiar.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 8/59</p><p>Dois movimentos feministas ficaram muito conhecidos na história do</p><p>mundo. O primeiro foi a “Queima dos sutiãs” de 1968, em Nova York,</p><p>com cerca de 400 ativistas do Woman Liberation Movement, que</p><p>protestaram para que as mulheres tivessem domínio sobre seus corpos,</p><p>quebrando papéis patriarcais e estereótipos femininos.</p><p>Protesto do movimento feminista.</p><p>Nesse movimento, as mulheres levaram vários artefatos de moda</p><p>sacrificantes para mulheres, como o salto alto, o espartilho, a</p><p>maquiagem, a cinta, o sutiã, sendo esse último o que recebeu mais</p><p>destaque, pois seria queimado em praça pública. No entanto, essas</p><p>mulheres foram impedidas do ato.</p><p>Marcha das Vadias em Toronto, 2011.</p><p>O segundo evento mais atual foi a “Marcha das Vadias”, em 2011, que</p><p>teve início em Toronto, mas já teve outras edições pelo mundo, inclusive</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 9/59</p><p>no Brasil. O movimento começou depois de uma declaração de um</p><p>policial em fórum universitário alegando que as mulheres evitariam de</p><p>ser estupradas se parassem de se vestir como vadias.</p><p>Uma grande mobilização pela internet foi feita ao redor do mundo e a</p><p>marcha foi realizada em vários países, sendo São Paulo a primeira</p><p>cidade no Brasil, em 2011. Em 2012, 23 cidades de todas as regiões do</p><p>Brasil realizaram protestos com a significativa ajuda das redes sociais.</p><p>Comentário</p><p>Mesmo ao longo do tempo, a visão sobre as mulheres ainda continua</p><p>sendo a que vimos lá no Brasil Colônia, onde eram comparadas com o</p><p>diabo. Seu corpo é provocativo e deve se vestir em conformidade com</p><p>as boas regras e com o que os costumes pregam. Caso contrário, o</p><p>homem é vítima dessa exposição e pode se sentir tentado a explorar</p><p>sexualmente o corpo dessas mulheres, independentemente das suas</p><p>idades, inclusive.</p><p>A possibilidade de maior escolaridade e o aumento do acesso a</p><p>profissões estratégicas e intelectuais trouxe maior espaço ao público</p><p>feminino, contribuindo para a ascensão e independência da mulher, que</p><p>passou a ocupar lugares na política, nas empresas, posições familiares</p><p>etc.</p><p>Ainda não está nem perto de ocupar 50% das posições onde a</p><p>hegemonia masculina é clara, mas o caminho já está aberto e as</p><p>possibilidades podem surgir. Entretanto, muitas vezes, as mulheres são</p><p>desqualificadas a ocuparem cargos simplesmente por serem mulheres,</p><p>independentemente de suas formações e competências. Nesse ponto,</p><p>podemos verificar que a violência psicológica prevalece, pois a</p><p>sociedade diz que ela não é capaz e que ela é inferior ao homem.</p><p>Infelizmente, muitas mulheres acreditam nesse argumento e o</p><p>propagam, reforçando ainda mais o machismo estrutural.</p><p>Lutas sociais por igualdade</p><p>em relação aos homens</p><p>Neste vídeo, refletiremos sobre as lutas sociais por igualdade em</p><p>relação aos homens, com destaque para a importância dos movimentos</p><p>feministas.</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 10/59</p><p>Mapa da violência pelo IPEA</p><p>Para conhecermos mais o perfil da violência no Brasil, vamos observar</p><p>alguns dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)</p><p>referentes ao ano de 2021 e em comparação com pesquisas feitas por</p><p>Julio Jacobo Waiselfisz durante os anos de 2012 e 2015 com relação à</p><p>violência contra mulheres.</p><p>O IPEA (2021) alega que alguns dados são frágeis, pois, desde 2019, há</p><p>uma piora na qualidade de entrega de dados dos estados.</p><p>Saiba mais</p><p>Confira agora uma tabela que apresenta as taxas de homicídios por</p><p>estados brasileiros e o Distrito Federal, comparando 2009 a 2019.</p><p>Segundo o mesmo instituto, ao compararmos o ano de 2017 e o ano de</p><p>2019 no item Mortes Violentas por Causa Indeterminada (MVCI), ou</p><p>seja, mortes violentas em que o Estado foi incapaz de identificar a</p><p>motivação que gerou o óbito do cidadão, temos que, no primeiro ano,</p><p>tiveram registros 9.799 óbitos por MVCI, já em 2019, o número foi de</p><p>16.648, o que representa um aumento de 69,9%. Já de acordo com os</p><p>alvos dessas mortes, temos o seguinte mapa, dessa vez, comparando</p><p>os anos 2018 e 2019:</p><p>Variáveis</p><p>selecionadas</p><p>2018</p><p>MVCI Homicídios</p><p>Mulheres 3.090 4.519</p><p>Homens 9.176 53.306</p><p>Não-Negros 5.148 12.729</p><p>Negros 6.820 43.890</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 11/59</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/pdfs/01.pdf</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/pdfs/01.pdf</p><p>Variáveis</p><p>selecionadas</p><p>2018</p><p>MVCI Homicídios</p><p>Armas de fogo 1.335 41.179</p><p>Indígenas 36 240</p><p>Juventude 2.535 30.873</p><p>Tabela: Razão de número de MVCI por homicídios e crescimento das MVCI por variáveis</p><p>selecionadas (2018 e 2019).</p><p>IPEA – atlas da violência.</p><p>Ao analisarmos os dados relacionados às mulheres, em 2019, a cada</p><p>mulher que sofreu um homicídio temos uma mulher que sofreu uma</p><p>Morte Violenta por Causa Indeterminada (MVCI).</p><p>Em 2019, 3.737 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil e</p><p>outras 3.756 foram mortas de forma violenta no mesmo ano, mas sem</p><p>indicação da causa – se homicídio, acidente ou suicídio –, um aumento</p><p>de 21,6% em relação a 2018. Com relação à divisão por raça, dessas</p><p>3.727 mulheres assassinadas em 2019, 66% eram pretas e, se</p><p>compararmos com taxas de homicídio, a taxa para mulheres pretas é de</p><p>4,1 enquanto para mulheres não pretas é de 2,5.</p><p>No gráfico a seguir, ainda do relatório do IPEA (2021), vemos a</p><p>comparação entre as taxas de mulheres por raça dos anos 2009 a 2019:</p><p>Evolução da taxa de homicídios femininos por raça/cor (2009 a 2019).</p><p>Conseguimos perceber que o índice de homicídios de mulheres é alto,</p><p>principalmente de mulheres negras. Como vimos nos núcleos</p><p>anteriores, as mulheres sempre</p><p>foram desfavorecidas socialmente por</p><p>conta de um domínio masculino, em que o homem se acha dono e,</p><p>muitas vezes, é mais favorecido financeiramente, o que lhe dá ainda</p><p>mais poder sobre a mulher.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 12/59</p><p>A mulher preta sempre esteve na camada mais desfavorecida da</p><p>história, por ser minimizada por todos. Nos dias de hoje, o racismo, as</p><p>desigualdades socioeconômicas, os conflitos conjugais e familiares, e a</p><p>intolerância religiosa são os principais aspectos levantados sobre as</p><p>causas de violência sofridas pela mulher preta.</p><p>Mulher negra em manifesto no Rio de Janeiro.</p><p>Com relação aos homicídios registrados dentro das residências contra</p><p>mulheres, em 2019, foram apresentados 1.246 casos, representando</p><p>33,3% do total de mortes violentas contra mulheres. Quando</p><p>comparamos com 2009, os homicídios dentro de residência cresceram</p><p>cerca de 10,6%, já os assassinatos de mulheres fora de casa tiveram</p><p>uma redução de 20,6%, o que nos leva a crer que a violência doméstica é</p><p>uma das principais causas de morte contra a mulher.</p><p>Per�l da violência no Brasil</p><p>Neste vídeo, falaremos sobre o perfil da violência no Brasil de acordo</p><p>com dados do IPEA, analisaremos alguns dados que mapeiam a</p><p>violência contra a mulher.</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 13/59</p><p>Mapa da violência de</p><p>Waisel�sz</p><p>Os estudos de Waiselfisz (2015) fizeram comparação do feminicídio</p><p>entre os anos de 1980 a 2013. Foram levados em consideração os</p><p>dados do SIM, Sistema de Informações de Mortalidade, da Secretaria de</p><p>Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS), que é a fonte</p><p>básica de análise dos homicídios no país.</p><p>Saiba mais</p><p>Veja a tabela que apresenta os dados de homicídio de mulheres no</p><p>Brasil comparando números e taxas (por 100 mil) de homicídio de</p><p>mulheres no Brasil entre os anos de 1980 e 2013.</p><p>Podemos analisar a planilha apontando os crescentes números de</p><p>homicídio. Se compararmos a última década listada por Waiselfisz</p><p>(2015), percebemos que entre 2003 e 2013 o número de mortes deu um</p><p>salto de 3.937 para 4.762, representando um aumento de 21%. Se</p><p>colocarmos esses números em taxas diárias, em 2003, 11 mulheres</p><p>eram assassinadas por dia versus 13 mulheres em 2013.</p><p>Um fato que impressiona na tabela é a que os números e as taxas</p><p>crescem mesmo após a lei Maria da Penha ter sido lançada em 2006.</p><p>Saiba mais</p><p>Waiselfisz (2015) também mostra o mapa da violência contra mulheres</p><p>pelos estados do Brasil e o Distrito Federal, levando em consideração as</p><p>taxas (por 100 mil).</p><p>Ao analisarmos o mapa da violência contra mulheres pelos estados do</p><p>Brasil e o Distrito Federal apresentado anteriormente, percebemos que a</p><p>região Nordeste é a que possui maiores taxas de homicídio (79,3),</p><p>seguida pela região Norte (53,7). A região Sudeste foi a que apresentou</p><p>maior queda de homicídios nos dez anos de estudo.</p><p>Diante desses números, a Organização Mundial da Saúde apontava em</p><p>seu estudo um ranking por taxa de homicídios que o Brasil, em 2013,</p><p>com sua taxa de 4,8 homicídios por 100 mil mulheres, ocupou a 5ª</p><p>posição mundial de violência contra a mulher, ficando atrás somente de:</p><p>El Salvador</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 14/59</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/pdfs/02.pdf</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/pdfs/02.pdf</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/pdfs/03.pdf</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/pdfs/03.pdf</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/pdfs/04.pdf</p><p>Os estudos de Waiselfisz (2015) reforçam os dados encontrados pelo</p><p>IPEA (2021) quando nos referimos às taxas de homicídios entre</p><p>mulheres brancas e pretas. No gráfico a seguir, conseguimos perceber a</p><p>evolução dessas taxas ao longo dos 10 anos desse estudo:</p><p>Homicídio de mulheres no Brasil.</p><p>Em 2014, o autor averiguou os atendimentos por violência doméstica,</p><p>sexual e outras violências registrados no SINAN (Sistema de</p><p>Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde, que</p><p>registra os atendimentos do SUS no campo das violências).</p><p>Confira na tabela a seguir o número de atendimentos e a porcentagem</p><p>por sexo das pessoas:</p><p>Etapa</p><p>Fem. Masc.</p><p>Criança 20.707 17.411</p><p>Adolesc. 24.708 13.248</p><p>Colômbia</p><p>Guatemala</p><p>Federação Russa</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 15/59</p><p>Etapa</p><p>Fem. Masc.</p><p>Jovem 42.442 18.213</p><p>Adulto 52.979 21.264</p><p>Idoso 6.855 5.800</p><p>Total 147.691 75.936</p><p>Tabela: Número, distribuição por sexo (%).</p><p>Mapa da Violência 2015.</p><p>Podemos observar que 223.796 pessoas procuraram atendimento e</p><p>desses 147.691 foram do sexo feminino, nas mais diversas etapas da</p><p>vida, correspondendo a 66%. Ou seja, em alguma fase da vida, as</p><p>mulheres são mais propensas a sofrerem algum tipo de violência.</p><p>Saiba mais</p><p>Com relação aos agressores mais comuns, Waiselfisz (2015) aponta</p><p>através dos dados do SINAN os resultados que podem ser observados</p><p>na tabela: agressores mais comuns.</p><p>No início da vida, os principais agressores são as figuras parentais e os</p><p>novos cônjuges dessas mulheres. Quando se caminha para a</p><p>adolescência, além dessas figuras, outros personagens começam a</p><p>aparecer nesse cenário: os irmãos e os namorados/cônjuges. Na fase</p><p>jovem e adulta, os agressores são os cônjuges, ex-cônjuges, namorados</p><p>e ex-namorados. A incidência dos irmãos também é crescente e os</p><p>filhos passam a também serem agressores. Já na fase idosa, os filhos</p><p>são os maiores agressores. Temos um destaque também aos números</p><p>de violência referente aos desconhecidos ao longo de toda a vida da</p><p>mulher.</p><p>Saiba mais</p><p>Sobre o tipo de violência sofrida pelas mulheres ao longo da vida de</p><p>acordo com os dados oferecidos por Waiselfisz (2015).</p><p>Quase metade dos atendimentos (48,7%) tem como principal fonte de</p><p>violência a física. Muitas vezes, essa é a forma mais “fácil” de ser</p><p>relatada por suas vítimas devido aos danos causados e à necessidade</p><p>de tratamento para tais, além do medo das vítimas das futuras</p><p>consequências e do incentivo de terceiros para receber os cuidados. Já</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 16/59</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/pdfs/05.pdf</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/pdfs/06.pdf</p><p>em segundo lugar (23%), temos a violência psicológica, que demora a</p><p>ser percebida por suas vítimas, que começam perder a autoestima, o</p><p>que culmina em outros transtornos psicológicos. E, por fim, a violência</p><p>sexual aparece em terceiro lugar, com 11,9% dos atendimentos.</p><p>Estudos de Waisel�sz (2015)</p><p>Neste vídeo, falaremos sobre o mapa da violência de acordo com os</p><p>estudos de Waiselfisz (2015).</p><p>Mapa da violência da</p><p>pandemia</p><p>Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2022), durante o</p><p>primeiro semestre de 2022, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio,</p><p>o que garante uma média de 4 mulheres mortas por dia. Quando</p><p>comparado ao mesmo período do ano de 2019, houve um aumento de</p><p>10,8% dessa taxa e, quando comparado ao ano anterior (2021), a taxa é</p><p>mais elevada em 3,2%, que teve 677 mulheres assassinadas. A seguir, o</p><p>gráfico compara o número de feminicídio no primeiro semestre entre os</p><p>anos de 2019 e 2022:</p><p>Total de vítimas de feminicídio, 1º semestre de cada ano. Brasil, 2019 a 2022.</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 17/59</p><p>Quando comparados por regiões, o Fórum de Segurança (2022)</p><p>apresenta os seguintes</p><p>resultados:</p><p>Região</p><p>2019 2020</p><p>Centro-Oeste 67 81</p><p>Norte 40 67</p><p>Nordeste 197 197</p><p>Sul 118 114</p><p>Sudeste 209 205</p><p>Brasil 631 664</p><p>Tabela: Feminicídios registrados no primeiro semestre de cada ano, por região do país.</p><p>Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2022, p. 4.</p><p>Percebemos que, ao compararmos 2019 e 2022, a região Norte teve a</p><p>maior porcentagem de aumento no número de homicídios femininos,</p><p>mas, ao visualizarmos a variação entre 2021 e 2022, a região Sul</p><p>apresenta um incremento em seus números superior às demais regiões.</p><p>Saiba mais</p><p>De acordo com o anuário do Fórum de Segurança (2022), os números</p><p>de tentativas homicídio de mulheres dos anos de 2020 e 2021, relativos</p><p>à pandemia covid-19, foram, respectivamente, 5.975 e 5.789 casos (uma</p><p>média de 16 mulheres por dia) e desses foram considerados feminicídio,</p><p>respectivamente, 1.940 e 2.028 casos registrados, o que significa que,</p><p>pelo menos, 5 mulheres foram vítimas por dia.</p><p>Já com relação à violência doméstica, esse mesmo anuário nos mostra</p><p>que, no ano de 2020, foram registrados 227.753 casos, uma média de</p><p>624 mulheres por dia sofrendo lesões por violência doméstica. Em 2021,</p><p>esse número aumenta para 230.861 casos, o que significa que 633</p><p>mulheres eram violentadas por dia. Como na pandemia de covid-19,</p><p>todos tivemos que ficar em casa isolados por medida de precaução ao</p><p>vírus. Isso contribuiu para que a rotina e o contato com os agressores</p><p>fossem ainda maiores do que o costume. Assim, as agressões tomaram</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 18/59</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/pdfs/07.pdf</p><p>um volume maior, conforme podemos observar na tabela que indica os</p><p>dados de lesão corporal dolosa - violência doméstica.</p><p>O anuário de 2022 também aponta que, entre esses dois anos, 2020 e</p><p>2021, houve um incremento de 23 mil novos chamados de emergência</p><p>para as polícias militares, solicitando atendimento para casos de</p><p>violência doméstica, o que gerou o assustador número de a cada minuto</p><p>pelo menos 1 pessoa ligou para denunciar agressões domésticas. Além</p><p>disso, todos os indicadores de violência contra mulher tiveram um</p><p>aumento em 2021:</p><p>Veja a seguir o gráfico que demonstra as taxas de vítimas de feminicídio</p><p>e demais mortes violentas intencionais de mulheres, por raça/cor no</p><p>Brasil em 2021:</p><p> Taxa de registro de ameaça</p><p>Aumento de 3.3%.</p><p> Taxa de lesões corporais dolosas de</p><p>violência doméstica</p><p>Aumento de 0.6%.</p><p> Crimes de assédio sexual</p><p>Aumento de 6.6%.</p><p> Importunação sexual.</p><p>Aumento de 17.8%.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 19/59</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/pdfs/08.pdf</p><p>Vítimas de Feminicídio e demais mortes violentas intencionais de mulheres, por raça/cor no Brasil</p><p>em 2021.</p><p>Podemos ver que, em 2021, o índice que mostra as vítimas de</p><p>feminicídio por raça é ainda maior do que as fontes anteriores de</p><p>pesquisa, na qual 37,5% das mulheres brancas sofrem esse tipo de</p><p>morte versus 62% das mulheres negras.</p><p>Agora observe a imagem a seguir com o gráfico: feminicídios e demais</p><p>mortes violentas intencionais de mulheres, por relação entre vítima e</p><p>autor.</p><p>Feminicídios e demais mortes violentas intencionais de mulheres, por relação entre vítima e autor</p><p>Brasil, 2021.</p><p>Como podemos verificar, 81,7% dos casos de feminicídio são causados</p><p>por seus companheiros ou ex-companheiros, corroborando as</p><p>discussões de dados anteriores. Os números de estupro e de estupro de</p><p>vulneráveis, ambos com vítimas mulheres, em 2020 e 2021,</p><p>respectivamente tiveram registrados 14.511 e 14.423 casos de estupro</p><p>e 35.644 e 37.872 casos de estupro de vulneráveis. Esses índices</p><p>assustadores não param por aí:</p><p>Assédio sexual </p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 20/59</p><p>Em 2020: foram registrados 4.544 casos;</p><p>Em 2021: foram registrados 4.922 casos.</p><p>Em 2020: 16.190 casos;</p><p>Em 2021: 19.209 casos.</p><p>Em 2020: 173 casos;</p><p>Em 2021: 27.722 casos.</p><p>Em 2020: 720 casos;</p><p>Em 2021: 8.390 casos.</p><p>Em 2020: 1.851 casos;</p><p>Em 2021: 3.181 casos.</p><p>O anuário de 2022 também aponta que, entre 2012 e 2021, 583.156</p><p>pessoas foram vítimas de estupro e/ou estupro de vulnerável no Brasil,</p><p>segundo os registros policiais. E os números no primeiro semestre 2022</p><p>ficam 12,5% ainda maiores do que no mesmo período no ano de 2021,</p><p>totalizando 29.285 vítimas ou, em números mais alarmantes, ocorre um</p><p>estupro de mulher ou menina a cada 9 minutos no Brasil, segundo o</p><p>Fórum de Segurança em seu relatório sobre violência feminina (2022). E</p><p>74,7% das vítimas eram consideradas vulneráveis. A imagem a seguir</p><p>apresenta o gráfico com o registros de estupro e estupro de vulnerável</p><p>no primeiro semestre de cada ano Brasil, 2019 a 2022.</p><p>Importunação sexual </p><p>Perseguição </p><p>Violência psicológica </p><p>Divulgação de cena de sexo, pornografia, de estupro ou de</p><p>estupro de vulnerável </p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 21/59</p><p>Registros de estupro e estupro de vulnerável no primeiro semestre de cada ano Brasil, 2019 a 2022.</p><p>A tabela a seguir apresenta o registro de estupros e estupros de</p><p>vulnerável no primeiro semestre de cada ano, por região do país:</p><p>Região</p><p>2019 2020</p><p>Centro-Oeste 3.641 3.205</p><p>Norte 3.314 2.835</p><p>Nordeste 5.253 4.639</p><p>Sul 6.848 5.679</p><p>Sudeste 10.758 8.811</p><p>Brasil 29.814 25.169</p><p>Tabela: Estupros e estupros de vulnerável registrados no primeiro semestre de cada ano, por</p><p>região do país.</p><p>Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2022, p. 13.</p><p>Violência na pandemia</p><p>Neste vídeo, falaremos sobre o mapa da violência da pandemia de</p><p>acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2022).</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 22/59</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>A violência é um fenômeno social que permeia toda a história do</p><p>mundo. Ela é uma ferramenta de poder, em que as figuras</p><p>dominantes demonstram sua dominância sobre os menos</p><p>favorecidos e conquistam seus bens e, até mesmo, seus corpos.</p><p>Um dos públicos-alvo dessa violência é a mulher. Em uma</p><p>perspectiva histórica da violência contra a mulher no Brasil,</p><p>podemos afirmar que:</p><p>A</p><p>Os portugueses quando chegaram ao Brasil</p><p>abusaram das indígenas e negras, tendo filhos com</p><p>elas, até a Igreja intervir e trazer prostitutas e órfãs</p><p>brancas para “embranquecer” a sociedade.</p><p>B</p><p>Os portugueses quando chegaram ao Brasil vieram</p><p>acompanhados de suas esposas por uma</p><p>determinação da Igreja para que não houvesse</p><p>traição.</p><p>C</p><p>As mulheres portuguesas eram a maioria no Brasil</p><p>Colônia e eram exploradas por outros portugueses,</p><p>por quase não existirem escravizadas.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 23/59</p><p>Parabéns! A alternativa A está correta.</p><p>Os primeiros portugueses que chegaram ao Brasil vieram com a</p><p>missão de explorar as terras. Como forma de dominância</p><p>masculina branca, também exploraram sexualmente mulheres</p><p>indígenas e escravizadas pretas. Com o tempo, filhos dessa</p><p>miscigenação começaram a nascer e a população brasileira passou</p><p>a ser composta por maioria mestiça, o que não agradou a Igreja. A</p><p>Igreja escreveu à corte para que fossem mandadas mulheres</p><p>brancas para embranquecer a sociedade e, para isso, foram</p><p>enviadas prostitutas e mulheres órfãs, que passaram a ser</p><p>exploradas pelos portugueses que aqui viviam.</p><p>Questão 2</p><p>A mulher, por muitos anos, teve um papel secundário na história do</p><p>Brasil. Devido à hegemonia e dominância</p><p>masculina, a mulher tinha</p><p>o papel de servir ao marido e, futuramente, aos filhos para ser</p><p>considerada alguém decente. Ela deveria, inclusive, perdoar as</p><p>traições conjugais, mas seria terrivelmente julgada se cometesse o</p><p>mesmo erro. Mas a mulher passa a ganhar mais espaço no espaço</p><p>privado e, consequentemente, no público quando</p><p>D</p><p>As escravizadas negras foram exploradas</p><p>sexualmente e trabalhavam como ama de leite, já as</p><p>mulheres indígenas não sofreram esse tipo de</p><p>exploração.</p><p>E</p><p>As mulheres brancas também exploradas e</p><p>diminuídas pelos homens, tinham empatia e pena</p><p>das escravizadas que eram exploradas sexualmente</p><p>por seus maridos.</p><p>A</p><p>começa a atuar nas fábricas como mão de obra</p><p>remunerada, passando a ajudar no sustento familiar.</p><p>Os movimentos feministas também mudaram o</p><p>cenário, trazendo mais vantagens para a mulher.</p><p>B</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 24/59</p><p>Parabéns! A alternativa A está correta.</p><p>A ida das mulheres para as fábricas foi o início de uma mudança no</p><p>contexto social. Elas foram em busca de sustento para as casas e</p><p>sempre ocuparam posições mais operacionais, sendo seus líderes</p><p>homens. Muitos homens não aceitavam esse movimento, por dar</p><p>mais liberdade à mulher, e esse tipo de abertura trazia menos</p><p>controle a eles. Diversos movimentos feministas aconteceram em</p><p>prol das mulheres, garantindo a abertura de suas vidas públicas.</p><p>passa a administrar as finanças familiares e a</p><p>investir na educação de seus filhos.</p><p>C</p><p>atua nas fábricas como liderança e ganha o espaço</p><p>no mercado de trabalho, provendo o sustento</p><p>familiar.</p><p>D</p><p>compõe movimentos feministas, que ajudaram</p><p>muito nessa virada de chave. O principal movimento</p><p>da época foi o Marcha das Vadias, que ocorreu na</p><p>década de 60 e condenava o julgamento contra as</p><p>roupas das mulheres.</p><p>E</p><p>os homens as incentivam a buscar a renda no</p><p>mercado para ajudar no sustento familiar, sendo os</p><p>maiores incentivadores para a liberdade feminina.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 25/59</p><p>2 - Impacto de dados epidemiológicos nas</p><p>intervenções</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as políticas públicas</p><p>que auxiliam a mulher na questão da violência.</p><p>Violência como doença social</p><p>Vamos parar um pouco para pensar no que causa um ato violento.</p><p>Pense em duas pessoas simplesmente discutindo mais fervorosamente</p><p>sobre determinado assunto. Cada uma tem seu ponto de vista que, pelo</p><p>teor da conversa, é completamente diferente do da outra. Mas uma quer</p><p>convencer a outra que seu ponto é melhor do que o dela e aqui temos o</p><p>poder de persuasão. Até aí é uma discussão saudável de aspectos</p><p>opostos. A partir do momento que uma delas quer dominar o que a</p><p>outra pensa e, para isso, ela utiliza de insultos, desmoralização ou, até</p><p>mesmo, parte para a briga verbal e/ou física, ela já está partindo para a</p><p>violência.</p><p>A violência entre pessoas acontece desde os</p><p>primórdios da humanidade e está presente em</p><p>qualquer tipo de classe social-econômica, etnia,</p><p>âmbito político ou tipo de relação interpessoal. Não é</p><p>por isso que temos que minimizá-la, mas criar</p><p>subterfúgios para reduzir seus impactos e punir</p><p>aqueles que a cometem.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 26/59</p><p>Quando refletimos sobre os dados do mapa da violência, podemos</p><p>verificar o quanto a violência de gênero, ou seja, entre homem e mulher,</p><p>tem um número expressivo. Conseguimos perceber que a</p><p>masculinidade dos dias de hoje ainda é baseada na dominação,</p><p>principalmente quando verificamos que os parceiros (ou ex) são os</p><p>maiores agressores de mulheres, tanto em feminicídio quanto em</p><p>violência doméstica.</p><p>Manifestação por direitos da mulher em Curitiba, 2018.</p><p>As relações de gênero estão em constante, apesar de lento, processo de</p><p>mudança, diminuindo o domínio masculino nas relações, uma vez que a</p><p>mulher começa a ganhar mais espaço no mercado de trabalho e voz</p><p>social. Afinal, os estereótipos de ambos os gêneros são definidos</p><p>culturalmente (e não naturalmente) pelos costumes, educação imposta</p><p>e mídia, que também vão sofrendo transformações ao longo do tempo.</p><p>Esse tipo de modificação social assusta muitos homens, que buscam</p><p>garantir sua posição de dominador e proprietário dessa mulher,</p><p>utilizando a violência como forma de poder.</p><p>Além disso, observamos também que mulheres pretas são as que mais</p><p>sofrem com a violência. Muitas delas ainda estão vinculadas a trabalhos</p><p>informais ou a salários baixos, e acabam sendo dependentes</p><p>financeiramente de seus companheiros, o que traz ainda mais o perfil</p><p>patriarcal de relacionamento, em que o domínio de tudo e todos é</p><p>masculino.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 27/59</p><p>A violência também é um ato aprendido quando é reforçado. Ao</p><p>analisarmos que a violência doméstica também é causada pelos filhos,</p><p>podemos criar uma hipótese de que há uma repetição de padrão de</p><p>comportamento familiar. Uma vez que esses filhos foram criados em</p><p>um ambiente tóxico e violento, em alguns casos, vítimas dessa</p><p>violência, e que tais comportamentos violentos não eram punidos e sim</p><p>reforçados (o agressor conseguiu o que ele queria na base da força ou</p><p>da humilhação, por exemplo), a tendência é que haja uma repetição,</p><p>tanto na família que irão constituir quanto com seus pais na terceira</p><p>idade, momento em que os papéis de dominação podem ser trocados. A</p><p>imagem da mãe submissa e temerosa faz com que a sensação de poder</p><p>dos filhos também fique aguçada.</p><p>Reprodução de violência contra a mulher vinda dos filhos.</p><p>Com a pandemia de covid-19, vieram os diversos impactos sociais,</p><p>econômicos e políticos, a pressão do isolamento e a convivência</p><p>exclusiva fez o número de casos aumentar exacerbadamente. Isso não</p><p>quer dizer que a causa da violência seja a pandemia, mas o</p><p>confinamento contribuiu para que diversas relações que já mantinham</p><p>um aspecto tóxico de convívio e que tinham, de alguma forma, válvulas</p><p>de escape dessa tensão (como o ato de sair de casa para trabalhar ou</p><p>estudar, estar em família e amigos, conviver com outras pessoas),</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 28/59</p><p>passassem a viver essa situação 24 horas por dia. E com motivos que</p><p>podem trazer ainda mais estresse e discussão, como a dificuldade</p><p>financeira, o desemprego, a superlotação de uma casa, o contato com</p><p>os defeitos e os problemas da relação, a bomba da violência tinha ainda</p><p>mais probabilidade de explodir.</p><p>A seguir, vamos falar sobre as medidas práticas a favor das mulheres.</p><p>Por exemplo, aqui no Brasil, em 1985, foi criado o Conselho Nacional</p><p>dos Direitos da Mulher com finalidade de fiscalizar e comandar as</p><p>Delegacias Especializadas ao Atendimento à Mulher.</p><p>O que causa um ato violento?</p><p>Neste vídeo, falaremos sobre os atos violentos, suas causas e a</p><p>violência como doença social e a forma como essa se constrói na</p><p>sociedade.</p><p>O que podemos fazer com a</p><p>violência?</p><p>A violência é um problema social, político e econômico. Isso faz com</p><p>que ela seja responsabilidade do Estado, de forma que sejam impostas</p><p>políticas públicas e intervenções para que essa violência seja contida</p><p>em números e em consequências mais graves. Mas é sabido que nem</p><p>sempre o Estado se envolve como protagonista nessa construção de</p><p>mudanças sociais, sendo a base de apoio grupos particulares, família,</p><p>vizinhança e amigos.</p><p>No Brasil, a mudança com relação à desigualdade de gênero começou</p><p>em 1960 com os primeiros movimentos feministas, que visavam à</p><p>equidade e ao fim da subordinação feminina. Alguns anos depois, por</p><p>volta de 1967,</p><p>as Nações Unidas elaboraram a Declaração sobre a</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 29/59</p><p>Eliminação da Discriminação contra a Mulher, um documento</p><p>complementar à Declaração Universal aos Direitos Humanos que</p><p>trabalhava um pouco mais nessa equidade.</p><p>Mulheres do terceiro mundo, não podemos viver sem nossas vidas.</p><p>Alguns movimentos femininos ganharam força internacionalmente</p><p>durante os anos 1980, como as Conferências Mundiais das Mulheres.</p><p>Em 1986, surgiram as Casas-Abrigo, onde hoje as mulheres vítimas de</p><p>violência são direcionadas para se sentirem seguras de seus</p><p>agressores. A primeira unidade foi criada em São Paulo. Essas foram as</p><p>primeiras políticas públicas criadas em defesa da mulher e como uma</p><p>vitória ao empenho dos movimentos feministas brasileiros. Essas</p><p>unidades foram criadas principalmente por terem um tratamento mais</p><p>exclusivo, diferente das demais delegacias, que faziam pouco caso e</p><p>chacota das mulheres que as procuravam. Essa situação acabava</p><p>gerando constrangimento e, portanto, não era o recurso mais utilizado.</p><p>Somente em 2003 foi criada a Secretaria Especial às Políticas para</p><p>Mulheres, com intuito de criar políticas públicas voltadas ao tema e</p><p>propor a construção de redes de atendimento a mulheres em situações</p><p>de risco de violência. Em 2004 e depois atualizado em 2008 e em 2013,</p><p>foi criado o Plano de Políticas Públicas para Mulheres com o foco do</p><p>enfrentamento à violência, estabelecendo conceitos, diretrizes e ações</p><p>de prevenção e combate à violência de gênero. De acordo com a</p><p>Secretaria de Políticas para as Mulheres (2011, p. 14):</p><p>O conceito de rede de</p><p>enfrentamento à violência contra as</p><p>mulheres diz respeito à atuação</p><p>articulada entre as</p><p>instituições/serviços</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 30/59</p><p>governamentais, não</p><p>governamentais e a comunidade,</p><p>visando ao desenvolvimento de</p><p>estratégias efetivas de prevenção; e</p><p>de políticas que garantam o</p><p>empoderamento das mulheres e</p><p>seus direitos humanos, a</p><p>responsabilização dos agressores e</p><p>a assistência qualificada às</p><p>mulheres em situação de violência.</p><p>(SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES,</p><p>2011, p. 14)</p><p>Nessas redes de enfrentamento, é possível encontrar órgãos não</p><p>especializados em atendimento exclusivo a mulheres em situação de</p><p>violência, tais como: hospitais gerais, serviços de atenção básica,</p><p>programa saúde da família, delegacias comuns, polícia militar, polícia</p><p>federal, centros de referência de assistência social, centros de referência</p><p>especializados de assistência social, promotorias e defensorias</p><p>públicas (BRASIL, 2011). Também encontramos serviços especializados</p><p>ao atendimento à mulher, como:</p><p> Centros de atendimento à mulher em situação de</p><p>violência.</p><p> Casas-abrigo.</p><p> Delegacias especializadas de atendimento à</p><p>mulher.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 31/59</p><p>Todas as políticas públicas voltadas à violência contra a mulher</p><p>ganharam força com a Lei nº 11.340/06, conhecida como Lei Maria da</p><p>Penha, nome dado em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes,</p><p>que foi violentada e sofreu tentativa de homicídio por seu companheiro.</p><p>Maria da Penha Maia Fernandes.</p><p>O caso de Maria da Penha foi negligenciado no Brasil, mas, com a ajuda</p><p>de organizações não governamentais, conseguiu ter impacto exterior na</p><p>Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA). Por sua vez, a</p><p>OEA condenou o Brasil por crime de negligência e omissão à violência</p><p> Núcleos da mulher nas defensorias públicas,</p><p>promotorias especializadas, juizados especiais de</p><p>violência doméstica e familiar contra a mulher.</p><p> Central de atendimento à mulher.</p><p> Ouvidoria da mulher.</p><p> Serviços de saúde voltados para o atendimento aos</p><p>casos de violência sexual e doméstica.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 32/59</p><p>doméstica, indicando que fosse criada uma legislação voltada à</p><p>violência contra a mulher.</p><p>Em 2015, surgiu a Casa da Mulher Brasileira, a primeira em Campo</p><p>Grande (MS), que integra diversos serviços especializados em violência</p><p>e acolhe crianças de até 12 anos em abrigamento temporário.</p><p>No mesmo ano, a Lei do Feminicídio (13.104/2015) foi sancionada,</p><p>considerando o feminicídio como homicídio qualificado (hediondo).</p><p>Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande (MS).</p><p>Apesar de todas essas medidas já tomadas, ainda se observa que</p><p>estamos no início, visto que os números não se reduzem.</p><p>Rede de enfrentamento à</p><p>violência</p><p>Neste vídeo, falaremos sobre a rede de enfrentamento à violência contra</p><p>as mulheres e o que podemos fazer com a violência.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 33/59</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>A violência contra a mulher sem dúvida já é considerada uma</p><p>epidemia social. Seus números são crescentes a cada ano que</p><p>passa. Por isso é uma questão de responsabilidade do Estado</p><p>pensar em medidas para a redução e solução desse quadro. Uma</p><p>medida pioneira foi a abertura de delegacias voltadas ao público</p><p>feminino. Qual a sua importância na oferta de tratamento mais</p><p>exclusivo?</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>A delegacia das mulheres é uma unidade exclusiva de atendimento</p><p>à mulher, mas acaba tendo como a violência contra mulher. Sua</p><p>primeira unidade foi inaugurada em 1985, em São Paulo. Essas</p><p>unidades foram criadas principalmente para oferecer tratamento</p><p>A</p><p>Aprimorar a assistência médica às mulheres que</p><p>sofrem agressão física e não encontram recursos</p><p>nos espaços de saúde.</p><p>B</p><p>Reconhecer as demandas das mulheres e, com isso,</p><p>incentivar maior procura de ajuda em delegacias,</p><p>combatendo chacotas e constrangimento nesses</p><p>espaços.</p><p>C</p><p>Garantir lar provisório para mulheres em situação de</p><p>violência por seus companheiros até que sejam</p><p>detidos.</p><p>D</p><p>Garantir segurança nas revistas femininas feitas por</p><p>policiais homens na detenção de mulheres.</p><p>E</p><p>Oferecer maior assistência ao processo de</p><p>conciliação entre a mulher vítima de violência</p><p>doméstica e seu companheiro agressor.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 34/59</p><p>mais exclusivo, diferente das demais delegacias, que desmereciam</p><p>mulheres vítimas de violências que as procuravam. Assim, as</p><p>demandas das mulheres podem ser reconhecidas, o que pode</p><p>incentivar maior procura de ajuda em delegacias, combatendo</p><p>chacotas e constrangimento nesses espaços.</p><p>Questão 2</p><p>Muitas mulheres têm dificuldade em denunciar seus agressores por</p><p>medo de retaliação e de ficarem desamparadas. Afinal, os maiores</p><p>agressores das mulheres são seus companheiros, que, muitas</p><p>vezes, sustentam a casa. Para isso, existe uma medida pública que</p><p>abriga essas mulheres de forma sigilosa, a qual nomeamos de:</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>Em 1986, foram criadas as Casas-Abrigo, que são voltadas às</p><p>mulheres em situação de risco à violência doméstica, familiar ou de</p><p>relação íntima acompanhada por seus filhos.</p><p>A Casa de Reabilitação</p><p>B Casa Maria da Penha</p><p>C Casa Feminina</p><p>D Casa-Abrigo</p><p>E Casa Saúde</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 35/59</p><p>3 - Mídia contra a violência</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar os impactos positivos e</p><p>negativos na mídia no enfrentamento da violência doméstica.</p><p>Mídia contra a violência</p><p>Ao longo dos anos, mais precisamente após a Lei Maria da Penha ter</p><p>sido instituída</p><p>em 2006, a mídia passou a ter mais presença nas</p><p>campanhas de divulgação da violência doméstica e do feminicídio.</p><p>O papel da mídia é fundamental devido à influência que causa no</p><p>comportamento social. Se pararmos para pensar, o que uma atriz usa</p><p>numa novela ou série, por exemplo, acaba virando moda na semana</p><p>seguinte.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 36/59</p><p>O outro lado do paraíso (2017-2018), novela que tem como temática a violência doméstica.</p><p>Além disso, uma atitude de um personagem nessas mesmas atrações</p><p>também vira alvo de discussão social, e dependendo como o fato é</p><p>exposto, a população tende a ser a favor ou contra aquele personagem.</p><p>Ainda levando novelas e séries em consideração, por várias vezes já</p><p>ocorreram cenas que remetessem à violência doméstica e a</p><p>feminicídios, de forma a conscientizar a população, bem como causar</p><p>empatia, colocando o público no lugar da vítima. Demonstrações desse</p><p>tipo também ajudam a própria vítima a ter conhecimento do que ela</p><p>pode fazer para denunciar e se proteger, ganhando força para vencer o</p><p>medo e o constrangimento.</p><p>As cenas, muitas vezes, demonstram as diversas etapas que existem no</p><p>processo de violência doméstica, desde um tratamento mais hostil e</p><p>grosseiro, passando pela sensação de medo até a violência física, que é</p><p>vista por inúmeras vezes como algo passageiro e de momento, quando</p><p>finalmente a vítima se conscientiza que está sendo violentada dentro de</p><p>sua própria casa. É possível ver também o quanto é difícil a tomada de</p><p>decisão para incriminar o(s) agressor(es), já que existe ameaça, não só</p><p>sobre si, mas também de outros integrantes da família da vítima (pais</p><p>idosos, filhos), e, em alguns casos, o medo de como se sustentar e viver</p><p>sem o agressor, visto que ele, por vezes, é quem controla todo o dinheiro</p><p>por ser quem trabalha fora.</p><p>Provocar empatia no público não é o único papel que a</p><p>mídia tem tomado nos últimos tempos. Com a chegada</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 37/59</p><p>das redes sociais, diversos órgãos têm difundido mais</p><p>informações para que seja possível alcançar um</p><p>público maior e a camada mais jovem também, que</p><p>acaba sendo um dos públicos mais atingidos pela</p><p>violência doméstica.</p><p>Durante a pandemia de covid-19, onde todos tivemos que nos manter</p><p>isolados de todos em nossas casas na tentativa de controlar o contágio</p><p>do vírus, o número de casos de violência doméstica ganhou maior</p><p>proporção. Diversos foram os motivos que aumentaram os estresses e</p><p>as ansiedades na população, como desemprego, a clausura, as</p><p>incertezas, a rotina, o convívio, e tudo isso também contribuiu para o</p><p>aumento da violência.</p><p>Nessa mesma época, por exemplo, lives feitas pelo Ministério da Saúde</p><p>que falavam sobre a questão da violência doméstica, divulgavam o</p><p>canal telefônico de denúncia, o 180, incentivando não só vítimas, mas</p><p>também vizinhos, condomínios, a fazerem denúncias em qualquer</p><p>situação de violência que escutassem ou presenciassem. Por exemplo,</p><p>tivemos o Sinal Vermelho, do CNJ, que foi uma estratégia do judiciário e</p><p>depois se tornou lei (Lei nº 14.188/2021).</p><p>Cartaz de propagando da campanha Sinal Vermelho.</p><p>Também foram divulgadas cartilhas on-line e campanhas de</p><p>conscientização em todas as redes sociais e alguns canais televisivos,</p><p>onde eram elucidadas as diversas formas de violência contra mulher e a</p><p>violência doméstica. A importância dessa divulgação pela mídia é</p><p>esclarecer que não é somente a violência física que é causada, mas</p><p>também psicológica, sexual, patrimonial e moral.</p><p>Grupos de apoio no Whatsapp foram criados para que as mulheres</p><p>conseguissem apoio em casos de violência. Além disso, celebridades</p><p>também utilizam as suas redes sociais para divulgar violência que</p><p>sofreram, expondo sua dor e denunciando os agressores, como foi o</p><p>caso da modelo e atriz Luiza Brunet, que denunciou os maus- tratos de</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 38/59</p><p>seu ex-companheiro e expôs seu rosto machucado depois de uma</p><p>agressão.</p><p>A apresentadora Xuxa Meneghel também falou da violência que sofreu</p><p>durante o período que foi apresentadora infantil, momento em que era</p><p>mantida em quase cárcere privado, tendo inclusive seus quartos de</p><p>hotel trancados para que não pudesse sair. Essas pessoas acabam</p><p>sendo influenciadoras e divulgadoras de ações contra a violência e</p><p>trazem o tema para discussão constante.</p><p>Mídia e comportamento</p><p>social</p><p>Neste vídeo, falaremos sobre o papel da mídia contra a violência e sua</p><p>influência sobre o comportamento social.</p><p>O tratamento amenizador da</p><p>mídia com a violência</p><p>Da mesma forma que a mídia auxilia demonstrando meios de como</p><p>denunciar a violência doméstica e as tentativas de feminicídio, ela ainda</p><p>precisa modificar todo o seu estilo patriarcal e machista de apresentar</p><p>suas reportagens.</p><p>A mulher ainda hoje é regida pelo estereótipo que precisa estar</p><p>vinculada a um homem, aos filhos e ser ter o perfil de “bela, recatada e</p><p>do lar”. Sempre que a mulher recebe algum tipo de destaque que não</p><p>tenha a ver com esse perfil, por exemplo, uma engenheira que ganhou</p><p>um prêmio ou uma médica que fez alguma descoberta importante, a</p><p>mídia logo tenta fazer um vínculo com a beleza ou com a família,</p><p>reforçando, por exemplo, que é uma mãe zelosa.</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 39/59</p><p>Ao retratar um caso de violência contra a</p><p>mulher, por diversas vezes, a mídia tende a</p><p>minimizar e, até certo ponto, romantizar o</p><p>crime.</p><p>Os crimes voltados à mulher cujo agressor é seu companheiro são</p><p>anunciados nas reportagens como crimes passionais e, com isso, o</p><p>criminoso passa a ser visto como alguém que, por motivos emocionais,</p><p>é movido por um ciúme enlouquecido, fazendo com que perca os limites</p><p>e acabe ferindo ou matando a sua companheira e, muitas vezes, seus</p><p>filhos também. Ou ainda, o ex-companheiro não aceita o fim do</p><p>relacionamento e o recomeço da vida amorosa da ex-companheira e,</p><p>por isso, assassina essa mulher.</p><p>Com isso, o criminoso passa a ser o inconformado, o desiludido, o</p><p>infeliz abandonado pela mulher, que “acaba perdendo a cabeça”, “agindo</p><p>no impulso”, tendo um “ataque de loucura” ou “surto”, pois “estava fora</p><p>de si”. Essas colocações asseguram o domínio do masculino sobre a</p><p>mulher e praticamente trocam a vítima de posição com agressor, que</p><p>passa ser um pobre coitado.</p><p>Saiba mais</p><p>Confira a reportagem do dia 09/06/2016 presente no portal R7:</p><p>Inconformado com fim de namoro, estudante espanca adolescente até a</p><p>morte em Itatiba.</p><p>Pouco se fala ou se coloca ênfase sobre a vítima em casos de violência</p><p>e feminicídio, nas suas agressões anteriores ou nas tentativas de se</p><p>livrar do agressor. Até julho de 2022, o argumento de “defesa pela honra”</p><p>para atenuar ou absolver sobre os crimes de violência doméstica ou</p><p>feminicídio ainda poderia ser utilizado, o que parece até um retrocesso</p><p>se pararmos para pensar em tudo que isso simboliza para a sociedade</p><p>atual. Entretanto, quando vemos essas notícias publicadas pela mídia</p><p>com esses atenuantes, vemos que ainda há esse tipo de pensamento na</p><p>sociedade.</p><p>Saiba mais</p><p>Confira a reportagem do dia 10/03/2016 presente no portal R7: “Ela é</p><p>quem estava errada”, diz homem que matou namorada por ela ter ido a</p><p>baile funk.</p><p>Quando se trata de violência sexual, é ainda mais agravante o tipo de</p><p>pensamento que se tem. O tipo de roupa ou simplesmente o corpo da</p><p>mulher é considerado um convite para o estupro, já que a justificativa</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 40/59</p><p>“mas também olha</p><p>como ela estava vestida” é bem comum de ser</p><p>ouvida por aí. Se observarmos na mídia, também é visto quase como</p><p>compreensível o assassinato da mulher que se recusa a ter relações</p><p>com seu parceiro.</p><p>Saiba mais</p><p>Confira a reportagem do dia 24/03/2016 presente no portal R7: Mulher</p><p>desiludida faz greve de sexo e marido perde a cabeça.</p><p>A mídia tem um papel de responsabilidade social sobre a violência</p><p>doméstica no qual ela pode transformar o pensamento e estimular</p><p>discussões contra o agressor e a favor da vítima. A vítima não deve ser</p><p>culpada pelo ato de quem a violentou, aumentando assim a</p><p>discriminação sobre as mulheres. Esse tipo de abordagem que vimos</p><p>aqui é contraproducente para o estímulo de mulheres pedirem ajuda</p><p>quando estão em situação de violência, já que muitas vezes acabam</p><p>caindo no estereótipo e na chacota.</p><p>Saiba mais</p><p>Confira a reportagem do dia 12/04/2016 presente no Jornal Extra:</p><p>Enfermeira é morta após sair com homem que conheceu pela internet.</p><p>Percebemos que pouco se vê a palavra feminicídio nos principais meios</p><p>de informação, dando-se mais relevância ao ocorrido, entendido como</p><p>uma crise de ciúmes, e assim, transformando-se grandes tragédias em</p><p>espetáculos.</p><p>Outra forma de discriminação pela mídia é que poucos são os casos</p><p>relatados sobre mulheres negras e/ou pobres que foram assassinadas</p><p>por seus companheiros. Como vimos, o número de mulheres pretas que</p><p>passam por situações de violência é muito superior ao de mulheres</p><p>brancas.</p><p>Mídia: papel de</p><p>responsabilidade social</p><p>Neste vídeo, discutiremos a questão: a mídia condena ou reforça a</p><p>violência e alguns estereótipos sobre as mulheres?</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 41/59</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>A mídia é uma ferramenta fundamental para conscientização da</p><p>violência como questão social. Através dela, os principais órgãos,</p><p>como Ministério da Saúde e algumas ONGs especialistas no tema,</p><p>conseguem passar a sua mensagem esclarecedora e atingir</p><p>diversos públicos sobre o assunto. Para isso, a mídia precisa ter</p><p>alguns cuidados em suas falas ou escritas. São exemplos desses</p><p>cuidados:</p><p>A</p><p>Um possível julgamento das vítimas e um viés mais</p><p>apaziguador do agressor.</p><p>B</p><p>A reportagem tem que ter uma fala mais sutil do</p><p>ocorrido para não estimular mais casos.</p><p>C</p><p>Evitar trazer esses assuntos em manchetes</p><p>principais ou de grande destaque, evitando assim o</p><p>sensacionalismo.</p><p>D</p><p>Um possível julgamento do agressor e um viés mais</p><p>emocional das causas da agressão.</p><p>E</p><p>Trazer mais empatia para a situação, entendendo os</p><p>pontos psicológicos de todos os envolvidos.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 42/59</p><p>Parabéns! A alternativa A está correta.</p><p>A mídia ainda apresenta argumentos que minimizam a ação</p><p>agressiva do homem, trazendo aspectos mais emotivos como</p><p>forma de justificativa para seus atos, o que, em muitos casos,</p><p>acaba culpabilizando a vítima sobre a violência sofrida. Por isso, a</p><p>escolha das palavras e das imagens são fundamentais para uma</p><p>mídia menos preconceituosa e mais cuidadosa sobre as questões</p><p>de gênero.</p><p>Questão 2</p><p>Leia a declaração abaixo:</p><p>“Se ela era garota de programa, ou o que ela fez com a vida e com o</p><p>corpo dela diz respeito a ela, a mais ninguém. Ela não matou</p><p>ninguém, ela não atentou contra a vida de ninguém. É isso que a</p><p>sociedade não consegue ver… ‘Ah, é maria-chuteira, não sei o que’. E</p><p>se ela fosse? O que me incomoda muito são os comentários das</p><p>pessoas a respeito dela. Da população em geral. Os jornalistas hoje</p><p>estão mais ‘light’, vamos dizer assim. Porque, antigamente, eles</p><p>bateram muito em cima da Eliza”.</p><p>Essa fala é de Sônia Fátima Moura, mãe de Eliza Samúdio, no</p><p>Esporte Espetacular, exibido na Rede Globo no dia 10 de janeiro de</p><p>2021. A partir dessa declaração e com base em nosso estudo, é</p><p>correto concluir que:</p><p>A</p><p>A imprensa ainda provoca julgamentos sociais</p><p>sobre os estereótipos relacionados à mulher (maria-</p><p>chuteira, prostituta), justificando o ocorrido com sua</p><p>postura social.</p><p>B</p><p>A imprensa relata os casos de forma mais verídica</p><p>possível, expondo os fatos e as suas possíveis</p><p>consequências.</p><p>C</p><p>A Imprensa não tem participação no julgamento</p><p>social.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 43/59</p><p>Parabéns! A alternativa A está correta.</p><p>Na época da morte de Eliza Samúdio, houve diversas reportagens</p><p>que falavam sobre a moça, dizendo que participava de festas com</p><p>jogadores e que poderia ser prostituta. Bruno, em sua defesa, por</p><p>vezes, alegava que o filho poderia não ser dele devido ao tipo de</p><p>vida que ela levava. Esse tipo de fala repleta de estereótipos</p><p>estimula a uma sociedade mais patriarcal a ter julgamentos sobre a</p><p>vítima e, com isso, minimizar a participação do agressor em seu</p><p>crime. Tanto que Bruno, ao deixar a cadeia, tinha um emprego</p><p>garantido como goleiro e diversos fãs à sua espera.</p><p>4 - Desigualdade de gênero e a questão do</p><p>feminicídio</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os impactos mais</p><p>fatais da desigualdade de gênero.</p><p>D</p><p>Eliza Samúdio tinha um comportamento</p><p>questionável e suas atitudes levaram às</p><p>consequências mais severas.</p><p>E</p><p>A imprensa deu muita ênfase ao caso, tendo total</p><p>empatia sobre a imagem da família da vítima e</p><p>auxiliando para que os agressores fossem logo</p><p>presos.</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 44/59</p><p>Preconceito e discriminação</p><p>Ao longo de nossas discussões, percebemos o quanto ainda existe</p><p>preconceito e discriminação contra a mulher, não só com relação ao</p><p>fato de ainda ser considerada como propriedade do homem ou por sua</p><p>sexualização, mas também por ser considerada inferior ao sexo</p><p>masculino no intelecto e nas competências para exercer alguns cargos.</p><p>Saiba mais</p><p>Confira, o infográfico publicado pela revista Exame em 2016.</p><p>Nesse mapeamento, podemos visualizar a mulher sendo representada</p><p>pela cor vermelha e o homem pela azul. Nitidamente, é percebido que a</p><p>mulher tem uma taxa superior ao homem com relação a sua formação</p><p>acadêmica, tanto como taxa de frequência no ensino médio como no</p><p>ensino superior. Além disso, é notório o quanto é atribuída à mulher uma</p><p>dupla jornada de trabalho, pois, quando se trata dos afazeres</p><p>domésticos, esses números aparecem bem discrepantes.</p><p>No entanto, ao analisarmos o restante do infográfico publicado pela</p><p>revista Exame (2016), percebemos que, apesar de todo o empenho que</p><p>a mulher tem, ela ainda ganha menos do que os homens e, com isso,</p><p>ocupa menos cargos estratégicos, inclusive na política.</p><p>Mulher cuidando do filho enquanto trabalha.</p><p>A proporção da diferença entre um gênero e o outro é gritante, o que</p><p>designa a mulher como inferior ao homem no mercado de trabalho. E a</p><p>jornada feminina, muitas vezes, divide-se na sua atividade laboral (que,</p><p>muitas vezes, é em dois lugares diferentes), a jornada dos cuidados da</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 45/59</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/pdfs/09.pdf</p><p>casa, os cuidados com a família e, em alguns casos, também a</p><p>exigência social do cuidado com o corpo (academia, unhas, cabelo).</p><p>Isso porque, como citamos anteriormente, a mulher é ainda muito</p><p>julgada por sua aparência.</p><p>Por falar em sua aparência, esse é ainda um item muito julgado dentro</p><p>da área de recursos humanos, uma vez que, em diversos processos, a</p><p>beleza e a aparência da mulher, diferentemente do homem, é um ponto</p><p>avaliado. Quando pensamos em lojas de roupa, por exemplo, temos um</p><p>padrão de pessoas e de beleza</p><p>que trabalham lá, que são</p><p>exclusivamente selecionados. Mas esse padrão é alimentado pelos</p><p>clientes que esperam esses estereótipos quando vão à loja. Entretanto,</p><p>isso também ocorre em ambientes administrativos, que colocam o</p><p>quesito beleza acima das competências técnicas e/ou</p><p>comportamentais.</p><p>Comentário</p><p>Se dermos um voo na história, percebemos que somente em 1932,</p><p>menos de 100 anos atrás, foi concedido à mulher o direito ao voto por</p><p>Getúlio Vargas. Já o direito de se divorciar do marido somente</p><p>aconteceu em 1977. Percebemos que, menos de 50 anos atrás, a mulher</p><p>ainda era totalmente subjugada ao marido. Mas a igualdade total entre</p><p>homens e mulheres somente foi retratada em 1988 com a Constituição</p><p>Federal Brasileira.</p><p>A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) também foi um marco</p><p>diferencial para as mulheres, por meio do Decreto-Lei nº 5.452/1943,</p><p>que, em um de seus capítulos, trata sobre a Proteção do Trabalho da</p><p>Mulher (BRASIL, 1943). Também existe a Lei nº 9.029, de 13 de abril de</p><p>1995, que proíbe que as empresas exijam de suas candidatas atestados</p><p>de não gravidez e/ou esterilização em suas admissões. É, portanto,</p><p>proibido que as empresas peçam ou realizem exames de gravidez em</p><p>seus exames admissionais.</p><p>Você lembra do exemplo que demos da contratação de loja por beleza?</p><p>Também existe uma lei que protege qualquer discriminação nesse</p><p>cenário. Trata-se da Lei nº 9.799, de 26 de 9 maio de 1999, que alega</p><p>que as contratações não devem ser baseadas em sexo, idade, cor,</p><p>situação familiar, estado de gravidez e outras formas de discriminação</p><p>em anúncios de contratação. Por isso, um anúncio de vagas não deve</p><p>ter nenhum item que possa caracterizar alguma preferência nesse</p><p>âmbito.</p><p>No entanto, sem dúvida alguma, uma das principais leis que possibilitou</p><p>à mulher maior segurança e é um grande passo para o combate à</p><p>discriminação e à dominância masculina é a Lei nº 11.340, de 7 de</p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 46/59</p><p>agosto de 2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha, que visa</p><p>coibir e proteger a mulher contra a violência doméstica e o feminicídio</p><p>(BRASIL, 2006).</p><p>Combate à discriminação</p><p>Neste vídeo, falaremos sobre o preconceito e a discriminação,</p><p>reforçando a importância da Lei Maria da Penha para o combate à</p><p>discriminação.</p><p>Tipos de violência contra a</p><p>mulher</p><p>Entender que a desigualdade dos gêneros existe no Brasil, que ainda</p><p>tem uma dominância masculina, que acredita que a mulher é posse e</p><p>inferior ao homem, e que isso não é papo de feminista é um dos</p><p>principais aspectos para tomar consciência das consequências desse</p><p>tipo de comportamento.</p><p>Companheiro em cena de abuso psicológico da mulher.</p><p></p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 47/59</p><p>Como vimos, os principais agressores são pessoas mais próximas</p><p>como companheiros (ou ex) e familiares e as causas dos crimes</p><p>acabam sendo minimizadas a condições psicológicas e emocionais</p><p>momentâneas dos ofensores, ao invés de trazer a frieza do desejo de</p><p>posse e cobiça sobre as mulheres, que inclusive saem, por vezes, de sua</p><p>posição de vítimas para culpadas ou provocadoras da situação.</p><p>Quando trazemos para o debate os 5 tipos de violência contra a mulher,</p><p>listamos:</p><p>É a mais conhecida e debatida. Ocorre quando a mulher é</p><p>agredida fisicamente, deixando sequelas no corpo ou não. São</p><p>exemplos desse tipo de violência: espancamento, atirar objetos,</p><p>sacudir e apertar os braços, estrangulamento ou sufocamento,</p><p>lesões com objetos cortantes ou perfurantes, ferimentos</p><p>causados por queimaduras ou armas de fogo, tortura.</p><p>É aquela em que a mulher é vista como um objeto descartável,</p><p>sendo essa mulher puramente destinada a realizar a satisfação</p><p>sexual do homem, sem consentimento, na maioria das vezes.</p><p>Acaba sendo um tipo perigoso de violência, pois, além do ato em</p><p>si, geralmente, o agressor tende a matar a mulher na sequência</p><p>para que não haja testemunha. Também é considerado violência</p><p>sexual qualquer conduta que envolva presenciar ou ter qualquer</p><p>tipo de participação em uma relação sexual utilizando a força,</p><p>intimidação, ameaça ou coação. São exemplos deste tipo de</p><p>violência: estupro, obrigar a mulher a fazer atos sexuais que</p><p>causem desconforto ou repulsa, impedir o uso de métodos</p><p>contraceptivos ou forçar a mulher a abortar, forçar matrimônio,</p><p>gravidez ou prostituição por meio de coação, chantagem,</p><p>suborno ou manipulação, além de limitar ou anular o exercício</p><p>dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher.</p><p>Violência física </p><p>Violência sexual </p><p>Violência psicológica </p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 48/59</p><p>É aquela que engloba qualquer tipo de relação que cause medo,</p><p>tortura mental, transtornos psicológicos, além de causar danos</p><p>emocionais dos mais diversos e a diminuição da autoestima.</p><p>Além disso, este tipo de violência está ligado ao controle</p><p>excessivo sobre a mulher, isto é, controlar com quem anda, o que</p><p>faz e até no que deve ou não falar e pensar. São exemplos deste</p><p>tipo de violência: ameaças, constrangimento, humilhação,</p><p>manipulação, isolamento (proibir de estudar e viajar ou de falar</p><p>com amigos e parentes), vigilância constante, perseguição</p><p>contumaz, insultos, chantagem, exploração, limitação do direito</p><p>de ir e vir, ridicularização, tirar a liberdade de crença, distorcer e</p><p>omitir fatos para deixar a mulher em dúvida sobre a sua memória</p><p>e sanidade (gaslighting).</p><p>É aquela em que há assédio moral, em que a mulher se sinta</p><p>diminuída ou sofra qualquer prejuízo causado por calúnia, injúria</p><p>ou difamação. São exemplos deste tipo de violência: acusar a</p><p>mulher de traição, emitir juízos morais sobre a conduta, fazer</p><p>críticas mentirosas, expor a vida íntima, rebaixar a mulher por</p><p>meio de xingamentos que incidem sobre a sua índole,</p><p>desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir.</p><p>É aquela em que a mulher é ameaçada de perder sua casa e suas</p><p>finanças e obrigada a ficar com o seu parceiro ou com o familiar</p><p>por conta de sua subsistência. Também configura qualquer ação</p><p>que retenha, subtraia ou destrua (mesmo que parcialmente) seus</p><p>objetos, ferramentas de trabalho, documentos, bens, valores e</p><p>direitos para que seja feita a vontade do agressor. São exemplos</p><p>deste tipo de violência: controlar o dinheiro, deixar de pagar</p><p>pensão alimentícia, destruição de documentos pessoais, furto,</p><p>extorsão ou dano, estelionato, privar de bens, valores ou recursos</p><p>econômicos, causar danos propositais a objetos da mulher ou</p><p>dos quais ela goste.</p><p>Violência moral </p><p>Violência patrimonial </p><p>03/09/2024, 11:15 Situação de violência contra mulheres no Brasil</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05490/index.html?brand=estacio# 49/59</p><p>A mulher, vítima de violência doméstica, geralmente, passa por todos ou</p><p>pela maioria desses tipos de violência e, quando ela não procura por</p><p>ajuda para sair dessa situação, pode chegar ao feminicídio. A terapia</p><p>auxilia como uma ferramenta de conscientização e na tomada de</p><p>decisão, que, inclusive, deve ser também muito cautelosa para evitar</p><p>danos maiores à integridade dessa mulher e, às vezes, de pessoas que a</p><p>rodeiam.</p><p>Da(s) violência(s) ao</p><p>feminicídio</p><p>Neste vídeo, falaremos sobre os cinco tipos de violência contra a</p><p>mulher, abordaremos sobre as violências, física, sexual, psicológica,</p><p>moral e patrimonial, até chegar ao feminicídio.</p><p>Ciclo da violência</p><p>Uma mulher que sofre por violência doméstica passa por um ciclo de</p><p>violência antes de chegar ao ápice, que seria o feminicídio.</p><p>Segundo o Instituto Maria da Penha, tudo começa com uma irritação do</p><p>agressor por motivos insignificantes, que culmina em humilhações e</p><p>possíveis quebras de objetos (percebe-se a violência psicológica e</p><p>talvez a patrimonial). A mulher tenta</p>