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<p>APRESENTAÇÃO</p><p>DE APOIO</p><p>FLOW: ALTA</p><p>PERFORMANCE E</p><p>RESULTADOS</p><p>A experiência de Flow. Intensidade, frequência e duração. O profissional de</p><p>alta performance. Competências e capacidade de realização. Metas e padrões</p><p>elevados de desempenho. Disciplina e capacidade de implementação das ações.</p><p>Performance e obtenção de resultados</p><p>Ementa da disciplina</p><p>O psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi é fundador</p><p>e codiretor do Centro de Pesquisa de Qualidade de Vida</p><p>(QLRC), instituto de pesquisa sem fins lucrativos que estuda</p><p>a psicologia positiva. É mundialmente conhecido por suas</p><p>pesquisas sobre Flow, em português “fluxo”, um conceito</p><p>psicológico que ele introduziu em seu best-seller “Flow: the</p><p>psychology of optimal experience”. Também é membro da</p><p>Academia Americana de Educação, da Academia Americana</p><p>de Artes e Ciências e da Academia Nacional de Estudos de</p><p>Lazer. É famoso por seu trabalho no estudo da felicidade e</p><p>criatividade e por seus anos pesquisando e escrevendo sobre</p><p>o tópico. Autor de muitos livros e mais de 120 artigos ou</p><p>capítulos de livros, Mihaly é tido por muitos especialistas</p><p>como o principal pesquisador em psicologia positiva do</p><p>mundo.</p><p>MIHALY CSIKSZENTMIHALYI</p><p>Professor convidado</p><p>TATIANA DE CÁSSIA NAKANO</p><p>Professora convidada</p><p>Docente permanente do programa de pós-graduação stricto</p><p>sensu em Psicologia da PUC-Campinas, pesquisadora da linha de</p><p>Instrumentos e processos em avaliação psicológica. Visiting scholar na</p><p>University of California - Berkeley (dez/2019 a dez/2020, bolsista</p><p>Fapesp). Pós Doutorado na Universidade São Francisco (2009, bolsista</p><p>Fapesp). Mestrado em Psicologia Escolar (2003, Puc-Campinas,</p><p>bolsista CNPq) e Doutorado em Psicologia pela PUC-Campinas (2006,</p><p>bolsista CNpq). Pesquisadora produtividade nível 2 CNPq. Presidente</p><p>passado da Associação Brasileira de Criatividade e Inovação</p><p>(Criabrasilis, 2014-2017), membro colaborador do Conselho Brasileiro</p><p>para Superdotação (Conbrasd, 2018-atual) e membro do grupo de</p><p>trabalho Psicologia Positiva e Criatividade na Anpepp. Editora</p><p>associada da Revista Estudos de Psicologia e Revista Iberoamericana</p><p>de Criatividade e Inovação. Atua principalmente na área de Avaliação</p><p>Psicológica, Criatividade, Altas Habilidades /Superdotação, Inteligência,</p><p>Competências Socioemocionais e Psicologia Positiva.</p><p>Professores</p><p>Mestre em Ciências Sociais e Psicóloga pela Pontifícia</p><p>Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Atualmente é</p><p>Professora da Faculdade de Psicologia e Coordenadora dos</p><p>Cursos de Extensão da PUCRS e Gestora da Fundação Irmão</p><p>José Otão, responsável pelo Escritório de Carreiras. Atua</p><p>também como sócia proprietária da Jaqueline Mânica</p><p>Consultoria em Recursos Humanos, tendo experiência de</p><p>mais de vinte anos na área de Gestão de Pessoas, com</p><p>formação em dinâmica dos grupos e ênfase em Psicologia do</p><p>Trabalho e Organizacional</p><p>JAQUELINE MAIA MÂNICA</p><p>Professora PUCRS</p><p>Professores</p><p>Encontros e resumo da disciplina</p><p>A melhor arte é aquela que faz o</p><p>observador sentir o fluxo</p><p>Os empregos - e as</p><p>ocupações em geral -</p><p>precisam ser repensadas</p><p>para se tornarem atividades</p><p>prazerosas.</p><p>MIHALY CSIKSZENTMIHALYI</p><p>Professor convidado</p><p>TATIANA DE CÁSSIA NAKANO</p><p>Professora convidada</p><p>TATIANA DE CÁSSIA NAKANO</p><p>Professora convidada</p><p>O fluxo é simplesmente</p><p>um estado mental.</p><p>AULA 1 AULA 2 AULA 3</p><p>Quando a pessoa está nesse</p><p>estado de flow é que ela</p><p>obtém o melhor desempenho</p><p>dela.</p><p>Interessa muito pensar em</p><p>condições ideais para poder</p><p>desenvolver essa experiência</p><p>de fluxo no ambiente de</p><p>trabalho.</p><p>Quando olhamos para o que</p><p>as pessoas fazem no dia a</p><p>dia, estão normalmente em</p><p>fluxo ao fazer suas atividades</p><p>preferidas.</p><p>Quanto maior o desafio e</p><p>quanto maior a habilidade do</p><p>sujeito, maior a chance dele</p><p>vivenciar esse estado de flow.</p><p>A melhor arte é aquela que</p><p>faz o observador sentir o</p><p>fluxo</p><p>Os líderes devem ser incentivados</p><p>a controlar cada vez menos seus</p><p>funcionários e delegar mais as</p><p>tarefas</p><p>Nós precisamos parar de</p><p>amaldiçoar a</p><p>relação com o trabalho.</p><p>JAQUELINE MAIA MÂNICA</p><p>Professora PUCRS</p><p>AULA 4</p><p>Não é a medalha de ouro</p><p>que tira a possibilidade da</p><p>pessoa continuar crescendo.</p><p>Independente de onde eu estiver, a</p><p>gente tem que se preparar, porque</p><p>a vida é dinâmica, porque a vida</p><p>não fica nos esperando.</p><p>Flow: alta performance e</p><p>resultado</p><p>Profa. Dra. Tatiana de Cassia Nakano</p><p>Ementa</p><p>A experiência de flow. Intensidade, frequência e duração. O</p><p>profissional de alta performance. Competências e capacidade de</p><p>realização. Metas e padrões elevados de desempenho. Disciplina e</p><p>capacidade de implementação das ações. Performance e obtenção de</p><p>resultados.</p><p>Professores: Profa. Dra. Tatiana de Cassia Nakano</p><p>Profa. Ms. Jaqueline Maia Mânica</p><p>Pontos principais</p><p>• Surgimento</p><p>• Pilares</p><p>• Principais construtos</p><p>Psicologia Positiva</p><p>• Importância do trabalho</p><p>• Organização positiva</p><p>• Dimensões essenciais</p><p>Psicologia Positiva</p><p>Organizacional e do</p><p>Trabalho</p><p>• Definição</p><p>• Teoria</p><p>• Aplicações e benefícios</p><p>• Principais elementos</p><p>• Flow no contexto organizacional</p><p>• Flow e coaching</p><p>• Avaliação do flow</p><p>Flow</p><p>• A Psicologia Positiva surge como uma nova vertente da Psicologia que a pouco e</p><p>pouco, vai conquistando o seu próprio campo de investigação</p><p>• Durante muito tempo, a Psicologia deu ênfase às questões relacionadas à</p><p>doença, não se atendo às discussões sobre a saúde, bem-estar e qualidade de</p><p>vida. É nessa lacuna de investigações que se situa a Psicologia Positiva.</p><p>• O movimento surge na tentativa de romper o olhar negativo sobre o</p><p>desenvolvimento humano (focado nos déficits e remediação), para voltar-se a</p><p>um olhar baseado nos aspectos positivos presentes nos indivíduos</p><p>• Enfoca o funcionamento saudável e adaptativo do ser humano, interessando-se</p><p>pelos traços psicológicos e experiências consideradas positivas</p><p>Psicologia Positiva</p><p>• Tem como objetivo maior a valorização das forças pessoais e a descoberta de quais</p><p>fatores promovem a qualidade de vida, o bem-estar e a felicidade nas pessoas, em</p><p>diferentes níveis: individual, comunidades, grupos e organizações.</p><p>• Um diferencial importante se ampara na busca de base científica para a psicologia</p><p>positiva, de modo que seus conhecimentos possam contribuir, efetivamente, para o</p><p>desenvolvimento de políticas públicas, programas e práticas voltados à melhoria da</p><p>qualidade de vida.</p><p>• É importante esclarecer que tal movimento não desconsidera os problemas</p><p>humanos, mas busca manter seu foco na positividade, qualidades, virtudes e</p><p>potencialidades.</p><p>• Essa visão positiva ser desenvolvida em distintos contextos: saúde, trabalho,</p><p>organizações, esportes, lazer, dentre outras.</p><p>Surgimento</p><p>• É importante considerar que a Psicologia Positiva não é tão recente como se</p><p>pensa.</p><p>• A partir das décadas de 60 e 70 que essa visão ganhou verdadeiro impulso com</p><p>as contribuições de Psicologia Humanista, com as ideias de Maslow e Rogers</p><p>• O movimento chamado Psicologia Positiva teve início em meados da década de</p><p>1990, ocasião em que Martin Seligman assume a presidência da APA (Associação</p><p>Americana de Psicologia), sugerindo à classe psicológica uma mudança no foco</p><p>das pesquisas e das intervenções, visando incluir aspectos positivos, em</p><p>detrimento da exclusividade dada aos aspectos desadaptados, patológicos e</p><p>negativos, focos da psicologia tradicional.</p><p>Três pilares da</p><p>psicologia</p><p>positiva</p><p>• Experiências subjetivas (satisfação com a</p><p>vida, felicidade, bem-estar, otimismo,</p><p>emoções positivas)</p><p>• Características individuais (criatividade,</p><p>coragem, compaixão, integridade,</p><p>sabedoria, autocontrole, espiritualidade)</p><p>• Instituições Positivas (famílias saudáveis,</p><p>comunidade, escola, ambientes de</p><p>trabalho, sociedade)</p><p>Principais Construtos</p><p>Bem-estar</p><p>subjetivo</p><p>Felicidade</p><p>Forças de</p><p>caráter</p><p>Resiliência</p><p>Engajamento Sentido de vida</p><p>Otimismo</p><p>Esperança</p><p>Criatividade</p><p>Flow Suporte social</p><p>Gratidão</p><p>Autocompaixão</p><p>Virtudes</p><p>Liderança Autoeficácia</p><p>Afetos</p><p>Satisfação com a</p><p>vida</p><p>Sabedoria</p><p>Autoestima</p><p>PP na atualidade</p><p>• Associação Internacional de de Psicologia Positiva (2007)</p><p>• Associação de Psicologia Positiva da América Latina (2010)</p><p>• Associação Brasileira de Psicologia Positiva (2013)</p><p>• Rede Europeia para a Psicologia Positiva</p><p>• Associação Espanhola de Psicologia Positiva</p><p>• Periódicos específicos: The Psychology Journal of Positive, Journal of</p><p>Happiness Studies, Journal of Positive Behavior Interventions, Revista</p><p>Latinoamericana de Psicologia Positiva</p><p>(Silva & Boehs, 2017)</p><p>Psicologia Positiva Organizacional e do Trabalho</p><p>• O estudo do flow no trabalho se fortaleceu devido ao crescimento da</p><p>área chamada de Psicologia Positiva Organizacional e do Trabalho</p><p>(PPOT).</p><p>• Fatores como perda de produtividade, qualidade, saúde física e psíquica</p><p>e rentabilidade favoreceram o reconhecimento da importância do fator</p><p>humano dentro dos propósitos organizacionais.</p><p>• Esse movimento surge como uma ferramenta para auxiliar gestores e os</p><p>profissionais a elaborarem ações voltadas ao desenvolvimento pessoal</p><p>dos trabalhadores, contribuindo, ao mesmo tempo, para que eles</p><p>tenham um bom desempenho no trabalho, possam utilizar seus talentos,</p><p>encontrem sentido em sua prática profissional e se sintam realizados</p><p>com ela.</p><p>(Silva, Boehs, & Cugnier, 2017)</p><p>• A ideia da Psicologia Organizacional Positiva surge da combinação do</p><p>conceito de saúde integral aplicado ao contexto específico do trabalho,</p><p>visando ampliar e potencializar o bem-estar psicossocial e qualidade de</p><p>vida laboral e organizacional.</p><p>• Dentre seus princípios fundamentais, a aplicação de recursos e práticas</p><p>organizacionais saudáveis buscariam melhorar o ambiente de trabalho,</p><p>com o objetivo de promover a saúde dos empregados e saúde financeira</p><p>da organização.</p><p>• Diante das demandas atuais, as organizações têm buscado por</p><p>profissionais proativos, colaborativos, que têm iniciativa, que são</p><p>responsáveis pelo seu desenvolvimento pessoal e envolvidos com a</p><p>busca pela performance de qualidade.</p><p>• Por outro lado, os funcionários almejam um trabalho em que se sintam</p><p>energizados, entusiasmados e absorvidos.</p><p>(Farina, Rodrigues, & Hutz, 2018; Llorens, Martinéz, & Salanova, 2017)</p><p>• É nesse contexto que a Psicologia Positiva Organizacional atua, visando</p><p>ampliar a eficácia dos trabalhadores e sua saúde nesse ambiente.</p><p>• Envolve o estudo e aplicação de recursos, forças e capacidades</p><p>psicológicas positivas que podem ser mensuradas, desenvolvidas e</p><p>efetivamente gerenciadas para o aumento da performance no contexto</p><p>do trabalho.</p><p>• Dentre os estudos conduzidos na área, o flow e engajamento assumem</p><p>importância, sendo usados pelas empresas como recursos para a</p><p>criação de melhores condições de trabalho, e, consequentemente,</p><p>resultados melhores nos negócios e na performance individual e</p><p>satisfação de vida dos seus funcionários.</p><p>(Farina, Rodrigues, & Hutz, 2018; Salanova, Bakker, & Llorens, 2006)</p><p>Modelo PERMA</p><p>Martin Seligman desenvolveu um modelo que visa ajudar as pessoas a conquistarem</p><p>maior satisfação e felicidade. Se trata do chamado modelo PERMA (junção da</p><p>primeira letra de cada item, em inglês), que é o fio condutor de sua Teoria da</p><p>Felicidade. Ele é constituído de cinco elementos centrais:</p><p>PERMA nas organizações</p><p>• Ao aplicar os princípios da psicologia positiva nas organizações passa-se a</p><p>evidenciar os pontos fortes do ambiente e dos colaboradores.</p><p>• Isso não significa que os problemas sejam esquecidos, mas é uma forma de</p><p>deixar claro para os colaboradores de que os talentos deles são valorizados.</p><p>• Dessa forma, a empresa desperta o melhor de cada funcionário, tornando-</p><p>o mais forte pessoal e profissionalmente e mais engajado.</p><p>• O bem-estar do funcionário, quando ativado corretamente, não se restringe</p><p>apenas à execução de tarefas. Felicidade, assim como a negatividade, são</p><p>capazes de contagiar quem está por perto, influenciando nos resultados das</p><p>tarefas. Com isso, um funcionário que se sente reconhecido terá um bom</p><p>relacionamento interpessoal, será mais autoconfiante e terá menos</p><p>motivos para ser improdutivo ou se tornar uma pessoa tóxica.</p><p>• Pode-se perceber que aplicar a psicologia positiva é desafio para as</p><p>empresas, que, muitas vezes, não se preocupam em encorajar seus</p><p>colaboradores a serem mais felizes ao enfatizar apenas as falhas.</p><p>• Ao mesmo tempo, a Psicologia Positiva aponta que é possível olhar os</p><p>problemas do dia a dia das organizações por outros ângulos, dando a</p><p>gestores e equipes a chance de buscar novas formas de soluções</p><p>assertivas e resultados mais rápidos, o que certamente só traz</p><p>benefícios para todos os envolvidos.</p><p>Importância do trabalho</p><p>• A satisfação com o desempenho profissional constitui um dos domínios</p><p>mais importantes para uma visa saudável, especialmente se considerarmos</p><p>que o trabalho ocupa papel central na vida das pessoas.</p><p>• É uma atividade importante e que proporciona envolvimento (com</p><p>colegas, trabalho e a organização), vivência de relações sociais</p><p>satisfatórias, desenvolvimento de competências, otimismo em relação ao</p><p>futuro, propósito e significado na vida. Tudo isso caracteriza o flow.</p><p>• Se, por um lado, a inatividade (provocada pelo desemprego, por exemplo),</p><p>afeta negativamente o trabalhador, do mesmo modo o excesso de</p><p>trabalho e o conflito trabalho-família tem se mostrado associados a</p><p>emoções negativas e baixos níveis de felicidade.</p><p>(Mendonça & Ferreira, 2018)</p><p>Trabalho x tempo livre</p><p>• As pessoas em geral aguardam ansiosamente pelo final do expediente, para</p><p>voltarem para casa e/ou aproveitarem seu tempo livre.</p><p>• Entretanto, é comum que não saibam o que fazer quando chega essa ocasião.</p><p>• Isso porque o trabalho é estruturado com metas, feedback, regras e desafios,</p><p>que forçam a pessoa a se envolver, se concentrar e permanecer envolvida na</p><p>atividade. Já o tempo livre é desestruturado, dificultando a vivência do flow.</p><p>No entanto, um hobby que envolva metas e desafios, interesse pessoal e exija</p><p>habilidade, ajuda a tornar o lazer uma oportunidade de vivenciar o flow.</p><p>• A literatura tem demonstrado que preencher o tempo livre com atividades que</p><p>exigem concentração, aumentam as habilidades e levam ao crescimento.</p><p>Atividades passivas, como ver TV, não geram felicidade e realização.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>• O trabalho possibilita o</p><p>envolvimento (com colegas,</p><p>trabalho e organização),</p><p>vivência de relações sociais</p><p>satisfatórias, desenvolvimento</p><p>de competências, otimismo</p><p>em relação ao futuro,</p><p>propósito e significado na</p><p>vida.</p><p>• Em conjunto, esses benefícios</p><p>possíveis de serem adquiridos</p><p>no trabalho e por meio do</p><p>trabalho, caracterizam o</p><p>florescimento.</p><p>• Um trabalho que tem sentido</p><p>para quem o executa, ou seja,</p><p>apresenta propósito, é aquele</p><p>que, de modo geral:</p><p>Possibilita a</p><p>sensação de</p><p>sucesso</p><p>Proporciona</p><p>qualidade de</p><p>vida</p><p>Possibilita</p><p>equilíbrio entre</p><p>vida pessoal e</p><p>profissional</p><p>Se mostra</p><p>significativo</p><p>Permite o</p><p>aproveitamento</p><p>das competências</p><p>pessoais</p><p>Proporciona</p><p>estabilidade</p><p>Oferta</p><p>remuneração</p><p>adequada</p><p>(Ribeiro, Boehs, Farsen, & Biavati, 2017)</p><p>Três componentes de uma organização</p><p>positiva</p><p>R</p><p>ec</p><p>u</p><p>rs</p><p>o</p><p>s</p><p>e</p><p>p</p><p>rá</p><p>ti</p><p>ca</p><p>s</p><p>recursos associados às tarefas</p><p>(ex: autonomia)</p><p>grupo de trabalho (ex: apoio</p><p>social)</p><p>estratégias que permitem</p><p>estruturar e organizar o trabalho</p><p>(ex: estratégias de comunicação)</p><p>Visa o desenvolvimento de:</p><p>1. Práticas organizacionais saudáveis:</p><p>conciliação vida profissional e vida</p><p>privada, prevenção de mobilidade,</p><p>saúde psicossocial, comunicação</p><p>organizacional.</p><p>2. Recursos saudáveis: autonomia,</p><p>feedback, clima de apoio, trabalho em</p><p>equipe, coordenação realizada por</p><p>líderes positivos.</p><p>Empregados e grupos de</p><p>trabalho saudáveis</p><p>Apresentam altos níveis de</p><p>bem-estar, eficácia, emoções</p><p>positivas, engajamento no</p><p>trabalho e resiliência</p><p>Resultados organizacionais</p><p>saudáveis</p><p>Alto desempenho, excelência</p><p>organizacional, boas relações</p><p>no ambiente organizacional,</p><p>responsabilidade social</p><p>empresarial</p><p>Três componentes de uma organização</p><p>positiva</p><p>Organizações Saudáveis</p><p>Condições ambientais</p><p>(cultura,</p><p>estrutura e processos)</p><p>Contribuam para o</p><p>desenvolvimento de</p><p>qualidades,</p><p>potencialidades e</p><p>virtudes humanas</p><p>Alinhadas com os</p><p>valores, missão e</p><p>visão organizacional</p><p>Atuam positivamente na construção de ambientes físicos e psíquicos prazerosos,</p><p>revestidos de autenticidade, honestidade e confiança entre os participantes da</p><p>comunidade organizacional</p><p>(Silva, Boehs, & Cugnier, 2017)</p><p>Dimensões fundamentais essenciais</p><p>Dimensão</p><p>material</p><p>Ambiente físico do trabalho</p><p>Priorizar condições físicas e</p><p>seguras, além de uma</p><p>jornada de trabalho</p><p>adequada</p><p>Equipamentos adequados,</p><p>cuidado com aspectos</p><p>ergonômicos , tecnologia</p><p>alinhada, processos</p><p>conectados com as</p><p>necessidades e expectativas</p><p>Dimensão</p><p>relacional</p><p>Ambiente psicossocial do</p><p>trabalho</p><p>Qualidade das interações</p><p>entre gestores e demais</p><p>trabalhadores</p><p>Confiança, reconhecimento,</p><p>integridade, otimismo,</p><p>empatia, gentileza, gratidão</p><p>(atitudes e comportamentos</p><p>voltados a positividade)</p><p>Dimensão</p><p>espiritual</p><p>Propósitos pessoais,</p><p>profissionais e</p><p>organizacionais vistos como</p><p>significativos e relevantes</p><p>Tarefas revestidas de</p><p>significado e sentido</p><p>Preditores de satisfação no</p><p>trabalho</p><p>(Silva et al.,2017)</p><p>Características das Organizações Saudáveis</p><p>• Marca-se por esforços visando a criação de políticas e práticas organizacionais</p><p>positivas, que alinhem atitudes, valores, comportamentos pessoais e</p><p>profissionais com os valores, missão e visão da organização.</p><p>• Relacionamento entre colegas de trabalho são percebidos como saudáveis e</p><p>gratificantes</p><p>• Os gestores são percebidos como íntegros e confiáveis</p><p>• A missão e visão da empresa é interpretada e compartilhada como</p><p>significativa e relevante para todos</p><p>• E como fazer isso? Aspectos como desenho das tarefas, dos horários de</p><p>trabalho, dos estilos de gestão de liderança, eficiência, políticas e práticas de</p><p>gestão de pessoas podem viabilizar uma organização saudável.</p><p>(Silva, Boehs, & Cugnier, 2017)</p><p>De modo geral....</p><p>• Os conceitos da psicologia positiva, quando aplicados às organizações e</p><p>ao trabalho, possibilitam a construção de organizações mais saudáveis.</p><p>• O desafio apresentado aos gestores e demais trabalhadores está em</p><p>criar, praticas e compartilhar valores como justiça, cooperação,</p><p>solidariedade, humildade, dentre outro, de modo que esses valores</p><p>possam ser expressos e aplicados, de forma efetiva, por meio de</p><p>políticas, programas e práticas de gestão positiva de pessoas.</p><p>(Silva, Boehs, & Cugnier, 2017)</p><p>Indicações de leitura: Psicologia Positiva</p><p>Flow</p><p>• Csikszentmihalyi (1997) descreveu a experiência de fluxo como:</p><p>''aquela que muitas pessoas usaram para descrever a sensação de</p><p>ação sem esforço que sentem em momentos que se destacam como</p><p>os melhores em suas vidas” (p.29).</p><p>• Nesse estado, as pessoas estão intensamente envolvidas em uma</p><p>atividade e, portanto, nada mais parece importar. Além do prazer na</p><p>atividade e do interesse intrínseco em continuar a praticá-la, a</p><p>imersão total em uma atividade parece ser um aspecto central da</p><p>experiência de fluxo.</p><p>(Salanova, Bakker, & Llorens, 2006)</p><p>Definição de Flow</p><p>• Flow pode ser traduzido como “estado de fluxo” ou “experiência de</p><p>fluxo”.</p><p>• Estado de consciência em que as pessoas ficam totalmente imersas em</p><p>uma atividade, gostando intensamente do que estão fazendo.</p><p>• Caracteriza-se como um estado psicológico que pode se fazer presente</p><p>em situações que são avaliadas, pelo indivíduo, como desafiadoras e,</p><p>perante as quais, ele percebe que tem habilidades e recursos para obter</p><p>êxito.</p><p>• Também é definido como um estado mental caracterizado por alto</p><p>envolvimento, concentração profunda, motivação intrínseca, absorção,</p><p>criatividade e alta performance.</p><p>(Kamei, 2017; Mendonça & Ferreira, 2018)</p><p>Estado</p><p>transitório</p><p>O indivíduo</p><p>avalia que está</p><p>frente a um</p><p>desafio</p><p>Avalia que</p><p>tem</p><p>habilidades</p><p>para ser bem-</p><p>sucedido</p><p>Está motivado</p><p>para se</p><p>envolver nessa</p><p>situação</p><p>Sente prazer</p><p>ao realizá-la</p><p>(Farina, Freitas, & Hutz, 2020)</p><p>O conceito ganhou destaque ao abordar aspectos importantes do funcionamento</p><p>humano, tais como relacionamentos positivos e sentimentos de competência que</p><p>dão significado e propósito à vida.</p><p>Compreendido como a experiência de um estado positivo, no qual o indivíduo</p><p>consegue permanecer com sua atenção focada nas atividades que realiza, sem</p><p>esforço.</p><p>• Pode ocorrer em qualquer atividade humana, como nos esportes, atividades</p><p>artísticas, musicais, sociais e profissionais, assim como em qualquer etapa do</p><p>ciclo vital.</p><p>• Tem sido descrita como uma experiência vivenciada da mesma maneira por</p><p>homens e mulheres, jovens ou idosos, independente de diferenças culturais.</p><p>• Quando a pessoa está em flow, ela obtém seu melhor desempenho.</p><p>• Geralmente a pessoa entra em flow quando está fazendo aquilo que ela mais</p><p>gosta de fazer. Pessoas entram em estado de fluxo dançando, correndo,</p><p>praticando esportes, escrevendo e até trabalhando.</p><p>• Quando a pessoa faz aquilo que gosta de fazer, ela encontra mais motivação, se</p><p>concentra com mais facilidade na atividade e fica tão profundamente absorvido</p><p>e envolvido naquela atividade que nem percebe o tempo passar.</p><p>• Naquele momento ela não pensa em mais nada, nem nos acontecimentos</p><p>anteriores e nem no que terá que fazer depois. Fica inteiramente focada no</p><p>presente, no aqui e agora.</p><p>A teoria</p><p>• O conceito e teoria do flow foram desenvolvidos pelo</p><p>co-fundador da Psicologia Positiva, Mihaly</p><p>Csiksezentmihalyi.</p><p>• Durante seu doutorado sobre criatividade, na década</p><p>de 1960, ele descobriu o estado de flow ao</p><p>entrevistar e observar artistas plásticos e escultores</p><p>em processo de criação.</p><p>• Observou a capacidade de pintores trabalharem, por</p><p>períodos prolongados, na realização de suas obras,</p><p>desconsiderando aspectos fisiológicos como fome,</p><p>fadiga e desconforto.</p><p>• Buscavam apenas concluir suas tarefas, mesmo que,</p><p>ao seu final, essa atividade promovesse pouca</p><p>recompensa extrínseca.</p><p>(Kamei, 2017)</p><p>• Chamou a atenção o fato de não haver uma explicação lógica para o</p><p>envolvimento prazeroso dos artistas em seus trabalhos e o fato de</p><p>continuarem buscando desafios mais complexos.</p><p>• Nas décadas seguintes, Csiksezentmihalyi persistiu na investigação desse</p><p>tipo de comportamento, observando jogadores de xadrez, alpinistas,</p><p>dançarinos, atletas e até mesmo cirurgiões, que enfatizavam prazer na</p><p>realização de uma atividade.</p><p>• Depois expandiu suas pesquisas para outras áreas, como dança, música,</p><p>literatura, esportes e educação, concluindo que a sensação era similar,</p><p>independendo do fato de serem contextos de lazer ou trabalho.</p><p>• Em 1990 o autor publicou o livro intitulado Flow: the psychology of</p><p>optimal experience. Essa obra virou um best-seller, tornando-o</p><p>conhecido mundialmente.</p><p>(Garcia & Fiorese, 2020)</p><p>• Tal conceito ganhou destaque ao</p><p>englobar aspectos importantes do</p><p>funcionamento positivo, tais como</p><p>relacionamentos positivos e</p><p>sentimentos de competência que</p><p>trazem significado e propósito à</p><p>vida.</p><p>• Consiste na combinação da</p><p>experiência de sentir-se bem e, ao</p><p>mesmo tempo, funcionar de uma</p><p>forma eficaz do ponto de vista</p><p>psicológico, podendo ser visto como</p><p>sinônimo de um elevado nível de</p><p>bem-estar e sinal de saúde mental.</p><p>• Compreende um estado em que o</p><p>corpo e a mente fluem em perfeita</p><p>harmonia.</p><p>Altos índices de</p><p>motivação</p><p>intrínseca</p><p>Confiança em suas</p><p>habilidades</p><p>Envolvimento</p><p>cognitivo e afetivo</p><p>com a atividade</p><p>Sentimentos</p><p>relacionados ao</p><p>afeto positivo</p><p>(felicidade,</p><p>satisfação e alegria)</p><p>Durante a vivência do estado de flow:</p><p>• O autor não acreditava que a felicidade era resultado de sorte ou</p><p>fatores externos, mas sim resultado das nossas motivações, da</p><p>interpretação que cada um faz dos eventos e das experiências que</p><p>caracterizam nossas vidas.</p><p>• A forma como as pessoas interpretam os eventos certamente</p><p>dependem de fatores sociais e culturais mas, mais do que isso, o</p><p>significado que a gente dá para nossas próprias experiências individuais.</p><p>• Dentro dessa concepção, o autor considera o flow como um estado</p><p>mental que</p><p>ocorre quando a pessoa está totalmente imersa em uma</p><p>atividade, caracterizada por um envolvimento total, motivação</p><p>intrínseca, otimismo e gratidão enquanto desempenha uma tarefa.</p><p>(Maeran & Cangiano, 2013)</p><p>Benefícios do Flow</p><p>• Dentre os fenômenos investigados pela Psicologia Positiva, os estudos</p><p>sobre flow têm se destacado devido ao impacto positivo dessa experiência</p><p>para o indivíduo que a vivencia, para as pessoas ao seu redor e para o</p><p>ambiente em que está inserido.</p><p>• De modo geral, o flow se constitui como uma vivência individual e</p><p>transitória, que se caracteriza como um estado marcado por altos níveis de</p><p>bem-estar</p><p>• Permite que o indivíduo busque o desenvolvimento, de forma plena,</p><p>aspectos psicológicos, biológicos e sociais.</p><p>• Amplia a sensação de bem-estar e reduz os índices de estresse.</p><p>• Para que tais benefícios sejam alcançados, a promoção de um contexto e</p><p>clima que permita sua manifestação é essencial.</p><p>(Farina, Freitas, & Hutz, 2020)</p><p>Aplicações</p><p>Psicologia</p><p>Para promover saúde</p><p>mental e bem-estar</p><p>Educação</p><p>Para facilitar a</p><p>aprendizagem</p><p>Esportes</p><p>Para promover alta</p><p>performance</p><p>Organizações</p><p>Para promover</p><p>engajamento, alto</p><p>desempenho e</p><p>produtividade</p><p>(Kamei, 2017)</p><p>Os estudos sobre flow possuem</p><p>raízes na Psicologia Positiva e</p><p>buscam compreender as</p><p>experiências favoráveis vivenciadas</p><p>em diferentes áreas.</p><p>• O flow tem sido aplicado a uma variedade de questões práticas nas</p><p>quais o objetivo seja melhorar a qualidade de vida:</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>• Inspirou a criação de currículos escolares</p><p>experimentais</p><p>• Treinamento de executivos</p><p>• Planejamento de serviços de lazer</p><p>• Práticas na psicoterapia clínica</p><p>• Reabilitação de delinquentes juvenis</p><p>• Organização de atividades para idosos</p><p>• Terapia ocupacional para pessoas com deficiência</p><p>Flow no dia a dia</p><p>• Com que frequência entramos em flow no cotidiano?</p><p>• As pesquisas apontam que cerca de 20% das pessoas relatam entrar em flow</p><p>com bastante frequência, enquanto cerca de 15% dizem nunca entrar.</p><p>• Para medir e identificar as atividades que conduzem ao flow no dia a dia,</p><p>Csikszentmihalyi e sua equipe desenvolveram, em 1975, na Universidade de</p><p>Chicago, uma experiência.</p><p>• Diversos voluntários utilizavam um pager eletrônico, o qual, após emitir um</p><p>sinal, indicava que o indivíduo deveria preencher um formulário em um livro de</p><p>bolso que carregavam consigo.</p><p>• Os sinais eram emitidos cerca de 8 vezes por dia, durante uma semana.</p><p>• Ao tocar o bipe, o participante tinha que escrever onde estava, o que estava</p><p>fazendo, sua motivação, em que estava pensando, com quem estava e atribuíam</p><p>pontos ao seu nível de concentração, motivação e felicidade.</p><p>(Kamei, 2017)</p><p>Resultados</p><p>• Os resultados mostraram que as pessoas reportavam maior felicidade</p><p>quando estavam comendo, conversando e praticando atividades de</p><p>lazer (esportes e hobbies).</p><p>• Por outro lado, reportavam menor felicidade quando estavam</p><p>trabalhando, estudando, assistindo TV e fazendo atividades</p><p>domésticas.</p><p>• Lazer ativo era a atividade que mais trazia felicidade, concentração,</p><p>motivação e flow.</p><p>• A mais negativa era a realização de atividades domésticas.</p><p>(Kamei, 2017)</p><p>https://youtu.be/8h6IMYRoCZw</p><p>https://youtu.be/8h6IMYRoCZw</p><p>Os elementos do flow</p><p>• Independente da cultura, classe</p><p>social, idade ou gênero, as pessoas</p><p>que relatam a experiência de flow</p><p>descreveram esse processo de</p><p>forma muito similar.</p><p>• No ápice de uma experiência</p><p>positiva, mencionam um e, muitas</p><p>vezes, nove componentes:</p><p>• A experiência de flow atinge sua</p><p>maior intensidade e profundidade</p><p>quando o indivíduo vivencia altos</p><p>índices nessas dimensões</p><p>Fl</p><p>o</p><p>w</p><p>Metas claras</p><p>Feedback imediato</p><p>Habilidades e desafios equivalentes</p><p>Sensação de controle</p><p>Concentração profunda</p><p>Foco temporal no presente</p><p>Distorção da experiência temporal</p><p>Perda de autoconsciência</p><p>Experiência autotélica</p><p>Equilíbrio entre habilidades e desafio</p><p>• Refere-se à percepção do individuo que ele possui habilidades suficientes</p><p>para realizar a atarefa na qual está envolvido.</p><p>• Para entrar em flow, as habilidades da pessoa devem estar envolvidas na</p><p>superação de um desafio que está no limiar da sua capacidade. Ou seja,</p><p>uma pré-condição para o flow é o equilíbrio entre os desafios percebidos</p><p>e as habilidades percebidas. Quando ambos estão equilibrados, a atenção</p><p>é plena.</p><p>• Essa dimensão é compreendida como a primeira etapa do estado de flow</p><p>visto que, se o sujeito não avalia a situação como desafiadora, poderá não</p><p>investir a energia necessária para se envolver na atividade.</p><p>• Quanto mais desafios e mais habilidades, maior é a probabilidade de</p><p>experimentar o flow.</p><p>(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )</p><p>• Se não houver desafio, a pessoa entrará em estado de tédio; se as habilidades</p><p>forem insuficientes, a pessoa entrará em estado de ansiedade.</p><p>• Idealmente: ajuste do equilíbrio ideal, evitando-se ou adequando-se as</p><p>situações em que os desafios ou habilidades não estejam igualmente</p><p>equilibrados.</p><p>• Quando o desafio se mostra aversivo, tedioso ou apático, geralmente as</p><p>pessoas desenvolvem outras atividades para tornar essa experiência ruim</p><p>em algo suportável</p><p>• Uns rabiscam compulsivamente no papel, outros mascam coisas, fumam,</p><p>mexem no cabelo, cantarolam, durante a realização de uma ação</p><p>padronizada. Essas atividades são chamadas de “microflow” e nos ajudam</p><p>a superar momentos tediosos.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>Fusão entre ação e atenção</p><p>• Engloba os comportamentos do indivíduo de focar-se e se concentrar, de</p><p>forma profunda, na atividade que está sendo realizada.</p><p>• As atividades ficam se tornam tão espontâneas, quase automáticas, que o</p><p>indivíduo tem sua atenção inteiramente focada no que está fazendo.</p><p>• A mente está tão envolvida na atividade que não há espaço para</p><p>pensamentos vagos ou divergentes, marcando-se por um total</p><p>envolvimento.</p><p>• Nesse caso, o sujeito pode perceber uma fusão entre seu corpo e mente.</p><p>• No entanto, qualquer lapso de concentração, dúvidas ou questionamento</p><p>pode interromper esse fluxo, retirando-o da experiência de flow.</p><p>(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )</p><p>“eu meio que perco o contato com o resto do mundo, fico totalmente</p><p>absorvida no que estou fazendo”</p><p>“concentrar-se fica como respirar, você nem pensa a respeito. O teto pode</p><p>cair, mas, contanto que não caia na sua cabeça, você nem ia perceber”</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>Metas claras</p><p>• Compreensão das etapas e objetivos da atividade que está sendo</p><p>desenvolvida.</p><p>• O individuo sabe qual é a meta da atividade, tarefa, ação ou passo</p><p>que executa, e não apenas o objetivo final.</p><p>• Tal dimensão contribui para que o indivíduo possa se envolver com a</p><p>tarefa, auxilia a ter clareza sobre as ações que ele deve focar sua</p><p>atenção e diminui as chances dele se distrair com estímulos externos</p><p>ou aspectos não relevantes.</p><p>(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )</p><p>Um exemplo</p><p>• Algumas vezes as metas não são claramente estabelecidas de antemão.</p><p>Nesses casos, a pessoa precisa ter uma forte determinação do que quer</p><p>fazer.</p><p>• O artista pode não ter uma imagem visual clara de como ficará o quadro</p><p>após terminado, mas, quando a pintura tiver progredido a certo ponto,</p><p>deve saber se aquilo é o que queria obter ou não.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>Feedback imediato</p><p>• Envolve a relação do sujeito com as demandas ambientais.</p><p>• O feedback imediato informa, a sujeito, quão bem ele está progredindo</p><p>na atividade, determinando se deve fazer algum ajuste ou se deve</p><p>manter o curso de ação atual. Deixa-o com poucas dúvidas sobre o que</p><p>deve fazer a seguir.</p><p>• O individuo sabe, imediatamente, como está seu desempenho, tendo a</p><p>oportunidade de manter ou corrigir rapidamente. Pode se caracterizar</p><p>como um feedback negativo ou positivo.</p><p>• O feedback negativo não é prejudicial, desde que o indivíduo perceba</p><p>que tem as habilidades para assumir os desafios da atividade.</p><p>(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )</p><p>• Contribui para que o sujeito continue focado na realização da atividade</p><p>e possa aprimorar</p><p>seu desempenho durante seu desenvolvimento.</p><p>• Esse feedback pode ajudá-lo a ter consciência sobre seu desempenho,</p><p>observar quais aspectos necessitam ser melhorados, quais ações</p><p>devem ser realizadas e se há necessidade de fazer algum ajuste em suas</p><p>metas.</p><p>• Possibilita a comparação do desempenho atual com o desempenho</p><p>considerado ideal.</p><p>Concentração intensa na tarefa</p><p>• Abrange o estado de profunda concentração, podendo, tal habilidade,</p><p>ser desenvolvida para ajudar o indivíduo a vivenciar o flow.</p><p>• Toda a atenção está concentrada na tarefa em ação, não deixando</p><p>espaço para informações irrelevantes.</p><p>• No flow, a concentração é tão intensa que as preocupações e</p><p>ansiedades são automaticamente descartadas ou mantidos em</p><p>suspenso durante a realização da atividade.</p><p>• O individuo fica tão envolvido na atividade que não se distrai com</p><p>estímulos externos do ambiente e nem com seus próprios</p><p>pensamentos, que muitas vezes fazem a mente divagar e perder o foco.</p><p>(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )</p><p>Controle absoluto das ações</p><p>• Caraterizada pela sensação de segurança ao realizar aquela atividade e a</p><p>percepção de que possui controle sobre as formas como irá desenvolvê-la.</p><p>• Apesar de não ser possível controlar toda a situação, o indivíduo tem</p><p>bastante autonomia e sente-se capaz de controlar suas ações, obtendo o</p><p>melhor desempenho possível.</p><p>• Ao compreender que tem domínio sobre a forma que uma tarefa será</p><p>desenvolvida pode auxiliar o sujeito a avaliar essa experiência como</p><p>prazerosa, mantendo-o concentrado e persistente.</p><p>• As atividades que produzem experiência de flow, mesmo as aparentemente</p><p>mais arriscadas, são construídas de modo a permitir que o indivíduo</p><p>desenvolva habilidades suficientes para reduzir a margem de erro o mais</p><p>próximo de zero.</p><p>(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )</p><p>Perda da autoconsciência</p><p>• Pode ser compreendida como um estado em que o indivíduo perde,</p><p>temporariamente, a representação de si mesmo, deixa de comparar</p><p>seu desempenho com o de outras pessoas e envolve-se mais</p><p>profundamente na atividade que está realizando.</p><p>• Quando a atividade é envolvente, não resta atenção suficiente para</p><p>permitir que a pessoa preste atenção no passado, futuro ou qualquer</p><p>outro estímulo irrelevante, não havendo espaço para autocrítica.</p><p>• O indivíduo “esquece” de si mesmo. Não sente fome, frio, cansaço,</p><p>sono, como se estivesse “unido” com o ambiente.</p><p>(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )</p><p>• É importante esclarecer que a ausência da autoconsciência de uma</p><p>pessoa em flow não significa que ela não tenha consciência do que</p><p>acontece em seu corpo ou sua mente.</p><p>• Na verdade ela se mostra mais consciente de seus processos internos,</p><p>vivenciando um sentimento de unidade com a tarefa em questão. A</p><p>perda da autoconsciência pode levar à autotranscendência, à sensação</p><p>de que as fronteiras do ser se expandiram.</p><p>“É uma sensação zen, como meditar ou se concentrar”</p><p>“Você esquece de si mesmo, se esquece de tudo”</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>Distorção da experiência temporal</p><p>• Uma das descrições mais comuns da experiência do flow é que o</p><p>tempo não parece passar da mesma maneira como normalmente</p><p>transcorre.</p><p>• A percepção de passagem do tempo não equivale ao tempo</p><p>cronológico.</p><p>• De modo geral, as pessoas relatam que o tempo passa muito rápido ou</p><p>que não perceberam o tempo passar.</p><p>• No flow é relatada essa perda de noção de tempo.</p><p>(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )</p><p>Experiência autotélica</p><p>• A atividade torna-se um fim em si mesma e não necessita de nenhum</p><p>incentivo externo ou recompensa posterior.</p><p>• A motivação é intrínseca e não extrínseca.</p><p>• Mesmo se a atividade foi inicialmente realizada por outros motivos ou</p><p>que somos forçados a fazer conta nossa vontade, pode tornar-se</p><p>intrinsicamente gratificante, não precisando de objetivos ou</p><p>recompensas externas.</p><p>• Envolve uma atividade que não é realizada com a expectativa de algum</p><p>benefício futuro, mas porque o “fazer em si” é a recompensa,</p><p>representada pelo envolvimento, prazer, sentimento de controle.</p><p>(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )</p><p>• O indivíduo executa aquela atividade porque lhe traz satisfação.</p><p>• Quando a experiência é autotélica, a pessoa presta atenção na</p><p>atividade em si; quando não é, sua atenção se concentra nas</p><p>consequências.</p><p>• É importante destacar que uma experiência autotélica é bem diferente</p><p>das nossas sensações normais no decorrer da vida. Grande parte do</p><p>que fazemos no dia a dia não tem valor em si e só fazemos porque</p><p>somos obrigados ou porque esperamos algum benefício futuro.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>Atividades que favorecem a vivência do flow</p><p>• Usualmente as atividades ou experiências que as pessoas apreciam</p><p>realizar são favoráveis a experiência do flow: artes, rituais, esportes.</p><p>• São aquelas que proporcionam:</p><p>• Sentimento de descoberta</p><p>• Sensação criativa de ser transportado a uma nova realidade</p><p>• Níveis mais elevados de desempenho</p><p>• Estados de consciência ampliados</p><p>Diagrama</p><p>O diagrama representa as duas</p><p>dimensões mais importantes do</p><p>flow: desafios e habilidades,</p><p>que estão representadas nos</p><p>eixos principais.</p><p>A letra A representa Alex, um</p><p>menino que está aprendendo a</p><p>jogar tênis.</p><p>O diagrama mostra Alex em</p><p>quatro diferentes pontos no</p><p>tempo.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>Diagrama A1: quando começa a praticar,</p><p>Alex praticamente não tem</p><p>habilidade nenhuma e o único</p><p>desafio que enfrenta é passar a</p><p>bola por cima da rede. Não é</p><p>uma tarefa muito difícil mas</p><p>Alex provavelmente irá apreciar</p><p>realiza-la pois o grau de</p><p>dificuldade é proporcional a sua</p><p>habilidade ainda baixa. . Nesse</p><p>ponto, provavelmente ele</p><p>estará em flow.</p><p>Mas não conseguirá</p><p>permanecer nele por muito</p><p>tempo.</p><p>Diagrama</p><p>A2: Se continua treinando, suas</p><p>habilidades melhorarão e ele começará</p><p>achar sem graça somente jogar a bola</p><p>sobre a rede. Provavelmente se sentirá</p><p>entediado e esse é uma experiência</p><p>negativa.</p><p>Alex tentará voltar ao estado de flow.</p><p>Como fazer isso? Nesse ponto, Alex só</p><p>tem uma escolha: aumentar os</p><p>desafios.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>Diagrama</p><p>A3: Por outro lado, Alex pode decidir</p><p>enfrentar um adversário muito melhor</p><p>do que ele. Provavelmente ele irá</p><p>perceber que existem desafios muito</p><p>mais difíceis do que simplesmente</p><p>rebater a bola por cima de rede. Nesse</p><p>caso provavelmente sentirá ansiedade</p><p>relativa ao seu fraco desempenho e,</p><p>novamente, estará vivenciando uma</p><p>experiência negativa.</p><p>O caminho de volta ao flow exige que</p><p>ele desenvolva suas habilidades. Ele</p><p>também pode reduzir os desafios</p><p>enfrentados e, assim, voltar ao flow</p><p>inicial (A1), mas, na prática, uma vez</p><p>cientes dos desafios, é difícil ignorá-los.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>Diagrama</p><p>A4: se estabelecer uma meta</p><p>mais difícil, que se equipare às</p><p>suas habilidades, por exemplo,</p><p>derrotar um adversário um</p><p>pouco mais avançado do que</p><p>ele, Alex estará de volta ao flow</p><p>(A4).</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>Diagrama</p><p>O diagrama mostra que tanto</p><p>A1 quanto A4 representam</p><p>situações em que Alex está em</p><p>flow, havendo equilíbrio entre o</p><p>nível de desafio e o nível de</p><p>habilidade.</p><p>Embora em ambos os casos</p><p>ofereçam essa experiência, os</p><p>dois são bem diferentes.</p><p>A4 é uma experiência bem mais</p><p>complexa do que A1 porque</p><p>envolve mais desafios e exige</p><p>maiores habilidades.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>• O diagrama ilustra porque as atividades de flow levam ao crescimento</p><p>e à autodescoberta. Uma pessoa não consegue fazer a mesma coisa no</p><p>mesmo nível por muito tempo. Isso gera tédio ou frustração.</p><p>• O desejo de voltar a gostar da atividade nos leva a ampliar as</p><p>habilidades ou procurar por novas oportunidades de usá-las.</p><p>• A situação ideal envolve um equilíbrio entre a complexidade da tarefa e</p><p>as habilidades que o indivíduo possui, visto que o flow requer que o</p><p>sujeito esteja totalmente envolvido na realização da atividade e</p><p>perceba que possui domínio sobre as atividades que estão sendo</p><p>realizadas.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>Fatores que dificultam o flow</p><p>• Excessiva autoconsciência: uma pessoa que</p><p>vive preocupada com os</p><p>outros a veem, que tem medo de passar uma impressão errada ou de</p><p>fazer algo inapropriado, provavelmente não experimentará o flow</p><p>porque sua consciência encontra-se alterada.</p><p>• Ser autocentrado: se a pessoa avalia somente as informações com</p><p>base em seus desejos, provavelmente ela considera que nada tem</p><p>valor em si mesmo. Nesse tipo de comportamento, uma pessoa que</p><p>não sirva aos seus interesses não merece maior atenção. Ou seja,</p><p>tudo é julgado em termos de seus próprios interesses, de modo que a</p><p>consciência estará alterada, dificultando a vivência do flow.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>E em condições adversas?</p><p>• Como a qualidade de vida por ser melhorada quando as situações não se</p><p>mostram favoráveis?</p><p>• Parece fácil pensar em ser feliz quando a pessoa não tem que se preocupar</p><p>com as contas no final do mês, ou quando tem tempo de sobra para lazer. Do</p><p>mesmo jeito, parece mais fácil pensar em desafios quando se tem uma</p><p>profissão interessante e bem remunerada.</p><p>• Mas e se o trabalho for desumanizado? E o que esperar de pessoas doentes,</p><p>pobres ou vítimas de adversidade?</p><p>• Seria muito ingênuo afirmar que, independente da situação, a pessoa que tem</p><p>controle sobre sua consciência será feliz. Existe um limite para a quantidade de</p><p>dor, privação ou fome que o corpo pode aguentar.</p><p>• Do mesmo modo, saúde, dinheiro e outros bens materiais podem ou não</p><p>melhorar a vida das pessoas.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>Alguns exemplos de flow em situações adversas</p><p>• Jovens que ficaram paraplégicos depois de um acidente: em uma entrevista, a</p><p>maioria mencionou esse evento (acidente) não só como o evento mais</p><p>negativo de suas vidas, mas, também, como um dos mais positivos.</p><p>• Lucio, um dos entrevistados era um feliz e descontraído frentistas de posto de</p><p>gasolina quando sofreu um acidente de moto e ficou paralisado da cintura para</p><p>baixo. Suas paixões eram jogar rúgbi e escutar música, mas ele se lembra da</p><p>sua vida como monótona e sem objetivo. Relata que, após o acidente, suas</p><p>experiências de flow aumentaram em número e complexidade. Quando se</p><p>recuperou da tragédia, matriculou-se na faculdade, formou-se em línguas e</p><p>hoje trabalha como consultor tributário. Tanto o estudo como o trabalho se</p><p>mostraram fontes intensas de flow. Hoje, competindo em uma cadeira de</p><p>rodas, ele é campeão regional de arco e flecha.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>• Em uma das suas falas, ele afirmou:</p><p>“Quando fiquei paraplégico, foi como se tivesse renascido. Tive que</p><p>aprender, do zero, tudo o que costumava saber, e de maneira diferente.</p><p>Tive de aprender a me vestir, a usar melhor a cabeça. Tive de me tornar</p><p>parte do ambiente e aprender a usá-lo sem tentar controlá-lo. Precisei</p><p>de comprometimento, força de vontade e paciência. Quanto ao futuro,</p><p>espero continuar a melhorar, romper com as limitações da minha</p><p>deficiência. Todo mundo deve ter um propósito. Depois de ficar</p><p>paraplégico, essas melhorias se tornaram meu objetivo de vida”.</p><p>Outro exemplo</p><p>• Paolo, hoje com 30 anos, perdeu a visão completamente há 6 anos. Nas</p><p>entrevista ele menciona quatro desdobramentos positivos desse evento:</p><p>“Primeiro, embora perceba e aceite minhas limitações, continuarei</p><p>tentando superá-las. Segundo, decidi sempre tentar mudar as situações de</p><p>que não gosto. Terceiro, tomo muito cuidado para não repetir nenhum dos</p><p>erros que cometi. E, finalmente, hoje não tenho ilusões, mas tento ser</p><p>tolerante comigo mesmo para conseguir ser tolerante também com os</p><p>outros”.</p><p>(Csikszentmihalyi, 2020)</p><p>Sem-teto e moradores de rua</p><p>• É surpreendente descobrir quantas pessoas nessas condições foram capazes de</p><p>transformar essas condições em uma existência com as características de uma</p><p>gratificante experiência de flow.</p><p>• Richard é um morador de rua de 33 anos. Durante sua entrevista, afirmou:</p><p>“Cada um tem seu destino e devemos ser como o leão do provérbio. Quando corre</p><p>atrás de um banco de gazelas, ele só consegue pegar uma de cada vez. Tento ser</p><p>assim, e não como as pessoas que enlouquecem de tanto trabalhar, mesmo não</p><p>podendo comer mais do que seu pão diário. Se viver mais vinte anos, tentarei</p><p>apreciar cada momento, em vez de me matar para conseguir mais coisas. Se viver</p><p>como um homem livre que não depende de ninguém, posso me dar ao luxo de</p><p>levar as coisas com calma; se não ganhar nenhum dinheiro hoje, não tem</p><p>importância”.</p><p>Algumas conclusões</p><p>• O que parece um evento devastador para algumas pessoas, pode vir a</p><p>enriquecer a vida de outras, de maneiras novas e inesperadas.</p><p>• Como a mesma situação pode destruir uma pessoa e transformar</p><p>outra? A resposta está nas estratégias de enfrentamento.</p><p>• Perante uma situação de estresse, duas maneiras de lidar podem ser</p><p>desenvolvidas: a resposta positiva (chamada de defesa madura ou</p><p>enfrentamento transformacional) ou a resposta negativa (chamada de</p><p>defesa neurótica ou enfrentamento regressivo).</p><p>E como isso se aplica às pessoas?</p><p>• Vamos pegar o exemplo de Jim, um analista financeiro que, aos 40 anos,</p><p>acaba de ser despedido de um emprego confortável. Perder o emprego</p><p>é considerado um evento de gravidade média em relação aos estresses</p><p>da vida.</p><p>• Seu impacto varia conforme a idade e as habilidades da pessoa, quanto</p><p>dinheiro ela economizou e as condições do mercado de trabalho.</p><p>• Diante desse evento, Jim pode assumir uma das duas reações contrárias:</p><p>1. pode se retrair, dormir até atarde, negar o que aconteceu, evitar pensar</p><p>a respeito e se deprimir. Pode descarregar sua frustração em sua família</p><p>ou amigos, ou mascarar o problema bebendo mais. Esses são exemplos de</p><p>enfrentamento regressivo.</p><p>2. Ou ele pode manter a calma, tentando controlar os sentimentos de</p><p>medo e raiva, analisando o problema de maneira lógica e estabelecendo</p><p>prioridades. Pode buscar formas de resolver esse problema: decidindo</p><p>se mudar para um lugar onde haja mais ofertas de empregos com suas</p><p>habilidades ou se dedicando a obter mais habilidades para fazer um</p><p>trabalho diferente. Se tomar esse rumo, estará utilizando defesas</p><p>maduras e enfrentamento transformacional.</p><p>Recursos pessoais importantes</p><p>• Essa capacidade de criar algo bom a partir de uma adversidade é chamada</p><p>de resiliência sendo, tal habilidade, um recurso pessoal muito importante.</p><p>• Ela amplia o senso de competência, de controle e de impacto sobre o</p><p>ambiente.</p><p>• Outro recurso essencial é a autoeficácia, que envolve a percepção da</p><p>capacidade de fazer determinadas tarefas. Quando positiva, ela tem um</p><p>impacto positivo no bem-estar do funcionário e seu engajamento no</p><p>trabalho, amortecendo o impacto negativo das demandas (burnout) e</p><p>contribuindo para a motivação.</p><p>• As crenças de autoeficácia influenciam diretamente: nos desafios que as</p><p>pessoas buscam, o esforço que despendem na sua realização, e na</p><p>perseverança perante os obstáculos.</p><p>(Salanova, Bakker, & Llorens, 2006)</p><p>• Isso porque, as chances de acontecer somente coisas boas na vida das</p><p>pessoas é quase zero. Mais cedo ou mais tarde, todos terão que</p><p>enfrentar eventos negativos como decepções, doenças, problemas</p><p>financeiros, e até a morte.</p><p>• Cada evento desse é considerado um feedback negativo, que produz</p><p>confusão na mente. Se o trauma for muito intenso, a pessoa pode</p><p>perder a capacidade de se concentrar nos objetivos necessários.</p><p>• Nesse sentido, é essencial que o ambiente de trabalho favoreça tais</p><p>recursos pessoais.</p><p>(Salanova, Bakker, & Llorens, 2006)</p><p>Por que alguns ficam debilitados com o estresse</p><p>enquanto outros crescem com a experiência?</p><p>• Aqueles que conseguem transformar</p><p>uma situação negativa em uma</p><p>atividade que possa ser controlada,</p><p>conseguem apreciar a experiência,</p><p>aprender com ela e se tornarem mais</p><p>fortes.</p><p>• Para isso, 3 passos principais</p><p>geralmente precisam ser envolvidos</p><p>nessas transformações:</p><p>Autoconfiança não</p><p>autoconsciente</p><p>Descoberta de</p><p>novas soluções</p><p>Focando a atenção</p><p>no mundo</p><p>1. Autoconfiança não autoconsciente</p><p>• essas pessoas não duvidam que de dispõem de recursos suficientes para superar</p><p>a situação. Se sentem parte do que acontece a sua volta e tentam fazer o melhor</p><p>dentro dessa situação.</p><p>• Suponha que você está atrasado para o trabalho em uma certa manhã gelada e o</p><p>carro não pega. Nessas circunstâncias muito ficam tão obcecados com seu</p><p>objetivo (chegar ao trabalho), que não conseguem formular nenhum outro plano.</p><p>Xingam o carro, tentam dar a partida cada vez mais freneticamente, socam o</p><p>painel, geralmente sem resultado. O ego impede essas pessoas de lidarem com a</p><p>frustração e manter seu objetivo em mente. Uma abordagem mais sensata seria</p><p>compreender que nada vai mudar somente porque você está com pressa. O carro</p><p>está com problema, então, se você não faz ideia do que está errado, é melhor</p><p>chamar um táxi ou pensar em um objetivo alternativo: cancelar seus</p><p>compromissos, por exemplo.</p><p>2. Focando a atenção no mundo</p><p>• É difícil perceber o ambiente quando a atenção da pessoa está focada</p><p>somente em si.</p><p>• Se a pessoa conseguir, diante de um problema, focar sua atenção no</p><p>ambiente, aumentam as chances delas encontrar uma maneira de se</p><p>adaptar a uma situação problema.</p><p>• Voltando ao exemplo do carro: se sua atenção está completamente</p><p>voltada ao objetivo de chegar ao trabalho a tempo, sua mente pode estar</p><p>tomada por imagens do que acontecerá com o atraso, além da</p><p>hostilidade contra o veículo que se recusa a cooperar. Então é menos</p><p>provável perceber que o motor afogou ou a bateria está descarregada.</p><p>3. A descoberta de novas soluções</p><p>• Envolve focar a atenção na situação inteira, incluindo você, para descobrir</p><p>se metas alternativas (planos B) não são mais apropriadas, abrindo</p><p>possibilidade de encontrar diferentes soluções.</p><p>• O problema é que a maioria das pessoas fica com uma ideia tão fixa na</p><p>cabeça, baseada na rotina, que ignora outras opções.</p><p>• Essa abertura a novas ideia e soluções é uma das características da</p><p>criatividade e pode ser utilizada na resolução de problemas.</p><p>Um pouco sobre</p><p>criatividade</p><p>• A criatividade é considerada</p><p>uma das 24 forças de caráter</p><p>(Oliveira, Nunes, Legal, &</p><p>Noronha, 2016)</p><p>• Ela também é estudada como</p><p>construto separado</p><p>• Se apresenta dentro do</p><p>conceito de flow (tomado</p><p>como um dos elementos que</p><p>compõem a Psicologia Positiva)</p><p>Compreensões científicas sobre criatividade</p><p>potencial que se manifesta em condições e clima apropriado, possibilitando, a cada</p><p>indivíduo, a manifestação de sua expressão criativa (De la Torre, 2014).</p><p>capacidade relacionada à resolução de problemas (Sternberg & Lubart, 1996)</p><p>processo cognitivo que permite identificar as dificuldades, gerar múltiplas possibilidades</p><p>de resolução de um problema, testar hipóteses e comunicar os resultados (Torrance, 1966)</p><p>criação de um produto que seja novo e útil, definido dentro de um contexto social (Plucker,</p><p>Beghetto, & Daw, 2004).</p><p>Como é...</p><p>DEDICAÇÃO ESFORÇO ENVOLVIMENTO TRABALHO</p><p>PROLONGADO</p><p>PERSISTÊNCIA</p><p>98% DE TRANSPIRAÇÃO</p><p>E 2% DE INSPIRAÇÃO</p><p>(THOMAS EDISON)</p><p>Importante</p><p>Não se pode falar em “criatividade”, no</p><p>singular. Devemos falar em “criatividades”,</p><p>as quais podem se manifestar nos mais</p><p>diferentes domínios, tais como verbal,</p><p>corporal, motora, musical, científica, nos</p><p>desenhos, dentre inúmeras outras</p><p>possibilidades.</p><p>Não é uma</p><p>característica do</p><p>tipo tudo ou nada</p><p>Existe em diversos</p><p>graus e sob</p><p>diversas formas</p><p>Pode, inclusive, ser</p><p>modificada por meio de</p><p>programas de</p><p>desenvolvimento e</p><p>estimulação</p><p>Todo ser humano é dotado</p><p>de potencial criativo, que se</p><p>desenvolve e se manisfesta</p><p>de acordo com a presença</p><p>de estímulos sociais e</p><p>pessoais</p><p>Criatividade no contexto organizacional</p><p>• Neste contexto, a criatividade vem sendo valorizada diante da necessidade, cada vez</p><p>maior, de aliar alta qualidade e baixo custo, junto a consumidores cada vez mais</p><p>exigentes dentro de um mercado competitivo e globalizado</p><p>• a criatividade depende das características do ambiente (práticas interpessoais, sistema</p><p>de normas e valores) e presença de incentivos e desafios que podem estimular ou</p><p>inibir a criatividade dos funcionários</p><p>• Na prática: no momento de seleção, as empresas procuram por indivíduos criativos,</p><p>adaptáveis, flexíveis e motivados na busca por novos métodos de desenvolvimento</p><p>pessoal, nos mais variados contextos. No entanto, nem sempre oferecem condições,</p><p>posteriores, para a manifestação dessa criatividade</p><p>• Para que a criatividade possa ser explorada em todo seu potencial dentro de uma</p><p>organização, os fatores que estimulam a produção criativa devem ser incentivados,</p><p>estimulados e favorecidos com a minimização dos fatores que impedem sua</p><p>manifestação</p><p>Nas organizações....</p><p>Gestão de</p><p>pessoas</p><p>Recursos</p><p>humanos</p><p>Marketing</p><p>Possibilidade de atuar como</p><p>processo que pode gerar</p><p>ganhos tanto para a empresa</p><p>quanto para os funcionários</p><p>Níveis individual, grupal e</p><p>organizacional</p><p>Fatores inibidores da criatividade no trabalho</p><p>• relações de desconfiança e competitividade entre os colaboradores</p><p>• excesso de controle, vigia e monitoramento dos funcionários</p><p>• normas rígidas, formalidade e autoritarismo</p><p>• sistema de comunicação precário</p><p>• Descompasso entre o desejo de possuir profissionais criativos e as reais</p><p>condições oferecidas aos funcionários</p><p>• incentivo ao desempenho de tarefas de forma repetitiva, rígida,</p><p>padronizada, sem desafios e com excesso de rotinas</p><p>• centralização do poder e processo decisório</p><p>• valorização da estabilidade, uniformidade, ordem e burocracia</p><p>• ambiente hostil, marcado por reduzido estímulo a novas ideias</p><p>(Alencar & Formiga Sobrinho, 2017;</p><p>Nakano, 2019)</p><p>Fatores incentivadores da criatividade no trabalho</p><p>• cultura que reconhece as habilidades e esforços dos funcionários</p><p>• valores pautados na diversidade, aceitação da novidade e do erro</p><p>• estrutura flexível e pouco hierarquizada, com integração de funcionários de diferentes</p><p>setores</p><p>• presença de expectativas apropriadas do que se espera dos funcionários</p><p>• encorajamento à geração de ideias, iniciativa e independência</p><p>• disponibilização de recursos necessários à implementação de ideias voltadas ao</p><p>aperfeiçoamento de processos, produtos e procedimentos</p><p>• capacitação de profissionais visando o desenvolvimento máximo de seus potenciais e</p><p>reconhecimento de suas habilidades</p><p>• manutenção de clima desafiador e estimulante</p><p>• clima de cooperação e reconhecimento dos esforços individuais e coletivos</p><p>• estímulo à realização do trabalho de forma diferente da usual</p><p>(Alencar & Formiga Sobrinho, 2017;</p><p>Nakano, 2019)</p><p>capa 02</p><p>Aula Flow alta performance e resultado</p><p>capa 02</p>