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<p>INFECÇÕES SEXUALMENTE</p><p>TRANSMISSÍVEIS</p><p>(IST)</p><p>ÚLCERA GENITAL</p><p> A etiologia compreende: doenças infecciosas, neoplasias e</p><p>condições sistêmicas</p><p> A avaliação da ulcera comprrende</p><p> Avaliação cuidadosa do aspecto da úlcera, consistência e grau de</p><p>acometimento.</p><p> Avaliação do status linfonodal, particularmente pela presença de</p><p>linfadenopatia local ou generalizada, consistência e presença de</p><p>supuração.</p><p> Exame físico geral com ênfase na pele, na boca e nos olhos</p><p> IST que cursam com ulcerações apresentam risco 18,2 vezes</p><p>maior na transmissão do HIV</p><p> Apresentam repercussões negativas nas esferas social,</p><p>psicológic, econômica e pelas possíveis sequelas reprodutivas</p><p>SÍFILIS</p><p> Doença infecciosa, sistêmica, de evolução crônica, sujeita a</p><p>surtos de agudização e a períodos de latência</p><p> Causada por uma bactéria espiroqueta anaeróbia de</p><p>movimentos lentos – gênero Treponema pallidum, subespécie</p><p>pallidum, família spirochaetaceae</p><p> Desenvolvem-se em tecidos umidade (boca e genitais)</p><p> Prevalência anual de 3,5 milhões em todo mundo</p><p> 1/3 dos indivíduos expostos a parceiro sexual infectado</p><p>adquire a doença</p><p>SÍFILIS</p><p> CLASSIFICAÇÃO</p><p> Sífilis adquirida recente (até um ano após a infecção)</p><p>divide-se em:</p><p> Primária, secundária e latente recente.</p><p> Sífilis adquirida tardia (com mais de um ano de</p><p>evolução) divide-se em:</p><p> Latente tardia e terciária</p><p> Sífilis congênita:</p><p> Recente (manifestação até os dois anos de idade)</p><p> Tardia (após os dois anos).</p><p>SÍFILIS</p><p> TRANSMISSÃO</p><p> Na sífilis recente pelo contato</p><p> Genital,cutâneo e bucal</p><p> Na sífilis latente por meio do fluido corporal</p><p> Vertical ou transfusão sanguínea</p><p> FORMAS CLÍNICAS</p><p> Sífilis primária</p><p> Secundária</p><p> Terciária</p><p> Latência é o intervalo aparentemente silencioso entre as</p><p>anifestações clínicas</p><p>SÍFILIS</p><p> SÍFILIS PRIMÁRIA</p><p> Após uma média de 21 dias do contato sexual (10 a 90 dias)</p><p> Caracteriza-se pelo surgimento do cancro duro ou protossifiloma</p><p> rósea, ulcerada, geralmente única e indolor, medindo de 1 a 2 cm, com</p><p>bordas bem delimitadas, endurecidas e elevadas, fundo limpo, liso e</p><p>brilhante, secreção serosa escassa</p><p> desaparece após cerca de 4 semanas</p><p> Após o tratamento, cura rapidamente e deixa de ser infectante em 24</p><p>horas</p><p> Acompanhada 7-10dias depois da ulcera de adenopatia regional,</p><p>geralmente unilateral, múltipla, não supurativa, móvel, indolor e</p><p>sem sinais flogísticos</p><p>SÍFILIS</p><p> SÍFILIS SECUNDÁRIA</p><p> Manifesta-se cerca de 4-8 semanas após o desaparecimento da</p><p>lesão primária (cancro duro)</p><p> São lesões cutaneomucosas não ulceradas simétricas,</p><p>localizadas ou difusas</p><p> lesões regridem espontaneamente em 2 semanas</p><p> Linfadenopatia generalizada</p><p> Sintomas associados: artralgia, febrícula, cefaleia e adinamia</p><p> Pode ocorrer hepatite clínica e glomerulopatia por</p><p>imunocomplexo e invasão do sistema nervoso central</p><p> Evolui com novos surtos que regridem espontaneamente</p><p>entremeados por períodos de latência cada</p><p>SÍFILIS</p><p> SÍFILIS LATENTE</p><p> Classifica-se em:</p><p> Recente – menos de um ano de evolução;</p><p> Tardia – mais de um ano de evolução</p><p> Caracteriza pela ausência de sinais e sintomas</p><p> Pode durar de 3 a 20 anos</p><p> O diagnóstico só é feito por métodos sorológicos</p><p>SÍFILIS</p><p> SÍFILIS TERCIÁRIA</p><p> Os sintomas aparecem cerca de três a vinte anos após a</p><p>infecção, decorrentes de complexos imunológicos</p><p> Há ausência quase total de treponemas</p><p> lesões localizadas envolvendo pele e mucosas (granulomas</p><p>destrutivos- gomas),</p><p> Sistema cardiovascular (aneurisma aórtico pela aortite</p><p>sifilítica, estenose coronariana e insuficiência aórtica)</p><p> Nervoso (tabes dorsalis, mielite transversa e demência)</p><p> Articulares (artropatia de Charcot)</p><p>SÍFILIS</p><p> DIAGNÓSTICO LABORATORIAL</p><p> PESQUISA DIRETA: É o único método disponível para diagnosticar com certeza</p><p>sífilis precoce, em material das lesões ulceradas, lesões de mucosa ou</p><p>condilomatosas</p><p> Campo escuro: É o padrão-ouro para diagnóstico da sífilis primária</p><p> Imunofluorescênciadireta</p><p> SOROLOGIA NÃO TREPONÊMICA</p><p> São testes quantitativos e qualitativos utilizados para rastreio diagnóstico e</p><p>seguimento da sífilis</p><p> Quantificados através de diluições progressivas (1:2, 1:4, 1:8, 1:16...)</p><p> Tornam-se reativos 3-6semanas após a infecção ou 2-3 semanas após o aparecimento da</p><p>lesão primária (cancro duro)</p><p> VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) : baseia-se na detecção de anticorpos</p><p>contra os componentes cardiolipínicos do Treponema pallidum (alta sensibilidade e</p><p>baixa especificidade)</p><p> RPR (Rapid Plasm Reagin)</p><p> TRUST(Toluidine Red Unheated Serum Test)</p><p>SÍFILIS</p><p> Quando considerar um VDRL sugestivo de infecção?</p><p> Títulos maiores que 1:4 (1:8, 1:16, 1:32,1:64...).</p><p> Aumento dos títulos em quatro vezes em sorologias sequenciais (ex.1:4 →1:16)</p><p> Positivação dos títulos em sorologias sequenciais</p><p> VDRL torna-se negativo entre 9-12meses após tratamento</p><p> SOROLOGIA TREPONÊMICA</p><p> Detectam anticorpos contra as espiroquetas</p><p> Reservados para a confirmação de um teste não treponêmico positivo</p><p> Permanecem positivos, mesmo após tratamento eficaz</p><p> FTA-Abs (Fluorescent Treponemal Antibody Absorption)</p><p> MHA-TP (Microhemaglutination Assay for Treponema Pallidum);</p><p> TPI (Treponema Pallidum Imobilization);</p><p> ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay);</p><p> EQL (Electrochemiluminescence);</p><p> TPHA (Treponemal Pallidum Hemaglutination Assay);</p><p> Testes rápidos (imunocromatográficos)*</p><p>SÍFILIS</p><p> TRATAMENTO SEGUNDO O CDC 2015</p><p>SÍFILIS</p><p> TRATAMENTO DO PARCEIRO SEXUAL</p><p> Deve ser tratado com esquema de sífilis latente tardia, na ausência de</p><p>sinais e sintomas e quando impossível estabelecer-se a data da infeção</p><p> parceiros sexuais de casos de sífilis primária, secundária ou latente</p><p>precoce podem estar infectados mesmo apresentando testes</p><p>imunológicos não reagentes e, portanto, devem ser tratados</p><p>presumivelmente com apenas uma dose de penicilina intramuscular</p><p>(2.400.000 UI).</p><p> SEGUIMENTO</p><p> Deve ser realizado pela sorologia a cada três meses no primeiro ano e,</p><p>se ainda houver título, de seis em seis meses no segundo ano.</p><p> Em gestantes, preconizam-se sorologias mensais</p><p> Considerar que ocorreu uma falha terapêutica, se houver ↑ de títulos</p><p>dos testes não treponêmicos em 2 diluições (↑ em 2 diluições – ex. 1:2</p><p>para 1:8) ou interrupção do tratamento</p><p>CANCRO MOLE</p><p> acentuada em populações desfavorecidas</p><p>economicamente, e em locais com clima quente,</p><p>como África</p><p> Prevalencia e de 6milhões de casos no mundo</p><p> Causado por um cocobacilo Gram-negativo,</p><p>Haemophilus ducreyi, inoculado em pequenas</p><p>soluções de continuidade na pele ou mucosa,</p><p>consequente ao coito</p><p> Período de Incubação Varia de três a sete dias</p><p>ÚLCERA GENITAL</p><p> QUADRO CLÍNICO</p><p> inicialmente como uma pápula dolorosa que se desenvolve 3-</p><p>7dias após o contágio, com halo de eritema.</p><p> Em até 48h torna-se pústula, sofre erosão e, por fim, úlcera</p><p>(são múltiplas devido à autoinoculação)</p><p> Úlcera</p><p> base amolecida, bordo irregular, contorno eritematoso e fundo irregular</p><p>recoberto por exsudato necrótico amarelado com odor fétido</p><p> 7-14 dias apos a Ulcera Adenopatia inguinal inflamatória</p><p>unilateral (bubão inguinal), com tendência à supuração por</p><p>orifício único</p><p>CANCRO MOLE</p><p> DIAGNÓSTICO</p><p> Quadro clinico</p><p> Bacterioscopia com coloração de Gram ou Giemsa (material da</p><p>punção do</p><p>bubão ou raspado das bordas da lesão)</p><p> Cultura com identificação do Haemophilus ducreyi faz o diagnóstico</p><p>definitivo</p><p> Segundo o CDC (2015), o diagnóstico presuntivo é definido por:</p><p> Presença de uma ou mais lesões ulceradas</p><p> Ausência de evidência do T. pallidum em exame de campo escuro ou teste</p><p>sorológico</p><p> Aspecto da úlcera e da linfadenopatia regional característicos do cancroide</p><p> Teste negativo (PCR, cultura) para herpesvírus na lesão ulcerada</p><p>CANCRO MOLE</p><p> TRATAMENTO</p><p> Higiene local rigorosa para evitar a autoinoculação</p><p> Incisão com drenagem dos linfonodos acometidos</p><p> Tratamento do parceiro</p><p> Reexaminado de 3-7dias</p><p>após o início da terapia</p><p> Regime recomendado</p><p> Azitromicina 1 g dose única VO; ou</p><p> Ceftriaxone 250 mg dose única IM; ou</p><p> Ciprofloxacina 500 mg 12/12h por 3 dias VO; ou</p><p> Eritromicina 500 mg 8/8h por 7 dias</p><p>LINFOGRANULOMA VENÉREO</p><p> Causado pela Chlamydia trachomatis, bactéria Gram-</p><p>negativa obrigatoriamente intracelular, sorotipos L1, L2 e L3</p><p> Afeta preferencialmente os linfonodos inguinais e ilíacos</p><p> Período de Incubação Varia de 3 a 21 dias</p><p> QUADRO CLÍNICO</p><p> Lesão de inoculação: pápula, vesícula, pústula ou ulceração</p><p>(não dolorosa) que desaparece sem sequela</p><p> Disseminação linfática regional: nódulos inguinais com</p><p>descarga purulenta em bico de regador</p><p> Sequelas: estenose e fibrose da vagina e do reto, obstrução</p><p>linfática crônica com edema da genitália externa</p><p>LINFOGRANULOMA VENÉREO</p><p> DIAGNÓSTICO</p><p> Baseado no quadro clínico</p><p> TRATAMENTO</p><p> Recomendado:</p><p> Doxiciclina 100 mg 12/12h VO por 21 dias</p><p> Alternativo:</p><p> Eritromicina 500 mg VO 6/6h por 21 dias;</p><p> Azitromicina 1 g, uma vez/semana, por três semanas</p><p> Os parceiros sexuais devem ser tratados</p><p> Antibióticos não têm efeito dramático na remissão da</p><p>adenopatia nem revertem sequelas, como a estenose retal</p><p>DONOVANOSE</p><p> Sinonímia Granuloma inguinal, granuloma venéreo</p><p> Doença crônica progressiva, de baixo contágio</p><p> Causada por bacilo Gram-negativo Klebsiella</p><p>granulomatis ou Donovania granulomatis. Pertencente</p><p>à flora intestinal</p><p> Acomete preferencialmente pele e mucosas das regiões</p><p>genitais 90%, perianais e inguinais 10%</p><p> Transmissão provavelmente não é somente sexual</p><p>DONOVANOSE</p><p> QUADRO CLÍNICO</p><p> Lesão primária pode apresentar-se como pápulas indolores</p><p>evolui para úlceras necrosantes com bordas friáveis que</p><p>evolui lentamente para lesão vegetante ou ulcerovegetante</p><p> Adenopatia inguinal ausente porem a formação de</p><p>pseudobubões (granulações subcutâneas unilaterais)</p><p> Pode evoluir para forma elefantiásica por obstrução linfática</p><p> DIAGNÓSTICO</p><p> Bacterioscopia : identificação dos corpúsculos de Donovan</p><p>(corpos intracelulares com largas células mononucleares) em</p><p>esfregaço com coloração de Wright, Giemsa ou Leishman ou</p><p>histopatológico</p><p>DONOVANOSE</p><p> TRATAMENTO</p><p> Recomendado</p><p> Azitromicina 1 g VO 1x/semana ou 500 mg/dia por pelo menos três</p><p>semanas</p><p> Alternativo</p><p> Doxiciclina 100 mg 12/12h VO por 3 semanas</p><p> Ciprofloxacina 750 mg VO 12/12h por 3 semanas</p><p> Estearato de eritromicina 500 mg VO 6/6h por 3semanas</p><p> Sulfametoxazol/trimetoprim (800 mg e 160 mg) VO 12/12h por</p><p> não é necessário o tratamento dos parceiros sexuais</p><p>HERPES GENITAL</p><p> Doença ulcerativa mais frequente, incurável e recorrente</p><p> Causa: Herpes-Simplex Vírus (HSV) de dupla-hélice de DNA, parte</p><p>da subfamília dos alfa-herpesvirinae, tipos 1 (predominante nas</p><p>lesões orais) e 2 (predominante nas lesões genitais)</p><p> Transmissão sexual, inclusive orogenital através de contato com</p><p>lesões ativas</p><p> A primoinfecção é geralmente assintomática apos a qual o vírus</p><p>permanece no tecido neural (gânglios sensoriais) por toda a vida</p><p> Quando reativados retornam através do nervo para a superfície da</p><p>pele ou da mucosa correspondente ao dermátomo de origem</p><p>HERPES GENITAL</p><p> QUADRO CLÍNICO</p><p> Apresenta duas formas básicas de infeção:</p><p> Primária</p><p> pródromos: prurido, ardência, hipersensibilidade, queimação e parestesia</p><p> pápulas eritematosas de 3 a 10 mm→ vesículas com conteúdo citrino →</p><p>ulcerações dolorosas, com bordas lisas, profundidade <1mm, não sangrante</p><p>ao toque → cicatrização completa</p><p> Dura 12 dias</p><p> recorrente</p><p> tornam-se menos frequentes com o passar do tempo</p><p> Dura 9 dias</p><p> desencadeada após episódios febris, exposição solar, frio intenso,</p><p>traumatismos, menstruação, estresse físico ou emocional, antibioticoterapia</p><p>prolongada e imunodeficiência</p><p>HERPES GENITAL</p><p> DIAGNÓSTICO</p><p> Quadro clinico</p><p> Citologia Papanicolau (observação de inclusões virais) e Tzanck células multinucleadas</p><p> Sorologia: Tem valor se houver elevação dos títulos em 4 semanas</p><p> Cultura exames mais sensíveis, sobretudo na fase de vesícula</p><p> TRATAMENTO</p><p> possui o objetivo de encurtar o curso da doença, diminuir sua intensidade e</p><p>recorrências</p><p> Tratamento sintomático analgésicos orais e limpeza local com compressas de solução</p><p>fisiológica</p><p> Tratamento específico do primeiro episódio</p><p> Aciclovir 400 mg 3x/dia , valaciclovir 1 g 2x/dia ou fanciclovir 250 mg 3x/dia por sete a dez</p><p>dias</p><p> Tratamento específico de episódios recorrentes:</p><p> Mesma medicação e dose. Duração 5dias</p>