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ÚLCERAS GENITAIS

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Geovana Sanches, TXXIV 
ÚLCERAS GENITAIS 
 
DEFINIÇÃO 
 As úlceras genitais (cancro, erosão genital 
ou ferida genital) são lesões localizadas na vulva, 
vagina ou colo uterino com perda de tecido, 
envolvendo epiderme e derme ou apenas a 
epiderme. 
 
CLASSIFICAÇÃO E AGENTES ETIOLÓGICOS 
Relacionadas à ISTs Não relacionadas 
à ISTs 
Ø Herpes simplex vírus 
(HSV) 
Ø Treponema pallidum 
(sífilis) 
Ø Haemophilus ducreyi 
(cancro mole) 
Ø Chlamydia trachomatis 
sorotipos L1-L3 (LGV) 
Ø Klebsiella granulomatis 
(donovanose) 
Ø Vasculite 
autoimune 
Ø Traumática 
Ø Vascular 
Ø Neoplásica 
 
DIAGNÓSTICO 
 O diagnóstico etiológico das úlceras 
genitais femininas nem sempre é fácil, mesmo em 
serviços que dispõem de recursos laboratoriais. 
Sendo assim, tende-se a realizar o diagnóstico 
sindrômico e não etiológico. 
 Apesar disso, é recomendada a pesquisa 
dos possíveis agentes etiológicos. O procedimento 
básico de investigação das causas consiste em 
identificar, com detalhes: 
1. Tempo e forma de evolução da UG 
2. Localização precisa, preferencialmente, 
dividindo a vulva em terços 
3. Aspecto (tamanho, profundidade, grau de 
inflamação) 
4. Presença de linfadenomegalia regional 
e/ou à distância 
5. Aparecimento concomitante de outras 
lesões no corpo e na boca 
6. Se houve algum fator desencadeante 
(trauma, uso de medicamentos, outras 
pessoas com o mesmo quadro) 
7. Outras doenças sistêmicas 
 
TRATAMENTO 
 O Ministério da Saúde e a ONU 
recomendam o tratamento sindrômico das úlceras 
genitais para não correr o risco de uma DST não 
ser tratada. 
 
 
 Todos os patógenos bacterianos são gram-
negativos, de forma que a escolha pelo antibiótico 
deverá ser feita com base nesse grupo - o mais 
utilizado é a Doxaciclina. 
 
HERPES GENITAL 
 O herpes genital é uma doença 
sexualmente transmissível de alta prevalência no 
Brasil. Além das lesões em órgãos genitais 
masculinos e femininas, é muito comum a lesão da 
mucosa oral. 
Agente etiológico 
• Herpes simplex vírus 
o Tipo 1: mucosa oral 
o Tipo 2: mucosa genital 
• O vírus migra pela raiz nervosa até se alojar 
num gânglio neural, onde permanece 
quiescente até a recidiva seguinte 
Manifestações clínicas 
• Pequenas vesículas que se agrupam nos 
genitais 
 
• Pródromos da erupção cutânea: ardor, 
prurido, formigamento e adenomegalia 
• Hiperemia à vesículas agrupadas à 
exulceração dolorosa 
Geovana Sanches, TXXIV 
 
• Recorrência: quadro mais brando 
Diagnóstico 
• Essencialmente clínico 
• PCR, NAAT: em geral, são desnecessários 
na prática 
Tratamento 
• Não tem cura, sendo o objetivo do 
tratamento diminuir manifestações e 
aumentar intervalo das crises 
• Lesões autolimitadas em indivíduos 
imunocompetentes, regredindo de forma 
espontânea 
• Medicamentos: inibem a síntese de DNA, 
com ação sobre a fase aguda (não atua na 
fase latente) 
o Aciclovir, valaciclovir, fanclicovir 
§ Diferentes doses se primo-
infecção, recorrência ou 
supressão 
• Não se deve tratar os parceiros 
 
SÍFILIS 
 A sífilis, também conhecida como Lues, 
cancro duro e protossilifoma, é uma doença 
infectocontagiosa de evolução crônica, 
transmitida principalmente por via sexual e outras 
contatos íntimos. 
Agente etiológico 
• Treponema pallidum 
o Bactéria gram-negativa, do grupo 
das espiroquetas 
o Incubação média de 3 semanas (3 a 
90 dias) 
Manifestações clínicas 
 As manifestações clínicas dependem do 
tempo da doença. 
Sífilis primária 
• Cancro duro indolor, único, com bordas 
endurecidas, de fundo limpo e infiltrado 
 
o Lesões múltiplas em raros casos 
o Desaparece entre 2 e 6 semanas, 
mesmo sem tratamento 
• Linfonodomegalia regional (inguinal), 
bilateral, indolor e não inflamatória 
Sífilis secundária 
• 6 semanas a 6 meses após o contato inicial 
• Lesões cutaneomucosas sintomáticas, 
inclusive palmo-plantares 
• Micropoliadenopatia 
• Envolvimento ocular, hepático 
• Lesões desaparecem em 4 a 12 semanas 
Sífilis latente 
• Assintomática 
• Testes imunológicos reagentes 
Sífilis terciária 
• 2 a 40 anos após o contato 
• Quadro cutâneo destrutivo e formação de 
gomas sifílicas (em qualquer órgão) 
• Acometimento neurológico, 
cardiovascular e ósseo 
Diagnóstico 
 
Exames diretos 
• Pesquisa direta do T. pallidum com 
material da raspagem da úlcera (sífilis 
primária) 
o Microscopia de campo escuro 
o Imunoflourescência direta 
Testes imunológicos 
• Treponêmicos: identificam anticorpos 
específicos; mantém cicatriz sorológica 
o FTA-Abs, MHA-TP, teste rápido 
• Não treponêmicos: identificam anticorpos 
não específicos, mas indicam infecção 
recente 
o VDRL, PRP, ELISA 
Tratamento 
• Sífilis primária, secundária e latente 
recente (até um ano de duração) 
o Penicilina G benzatina, 2.4 milhões 
UI, IM, dose única (1.2 milhões em 
cada glúteo) 
Geovana Sanches, TXXIV 
• Sífilis latente tardia (Mais de um ano de 
duração), duração desconhecida e sífilis 
terciária 
o Penicilina G benzatina, 2.4 milhões 
UI, IM, (1.2 milhões em cada 
glúteo), semanal, por três semanas 
§ Dose total: 7.2 milhões UI 
o Se neurossífilis: penicilina cristalina 
• Alternativas: doxicilina e ceftriaxona 
 
CANCRO MOLE (CANCRÓIDE) 
 O cancro mole é uma doença infecciosa 
aguda, de transmissão sexual, pouco frequente 
em nosso meio. 
Agente etiológico 
• Haemophilus ducreyi 
o Cocobacilo gram-negativo 
o Incubação: 3 a 7 dias 
Manifestações clínicas 
• Pequenas pápulas dolorosas rapidamente 
se rompem e formam úlceras rasas, com 
bordas irregulares e amolecidas 
 
o Lesões diversas devido a auto-
inoculação 
• Posteriormente, ocorre erosão fagedênica 
que ocasionalmente leva à destruição 
tecidual acentuada 
o Tecido friável, pode sangrar 
o Odor fétido quando há destruição 
tecidual exacerbada 
• Linfonodomegalia inguinal dolorosa. Há 
adesão entre os linfonodos e formação de 
abscesso com flutuação (bubão) na virilha 
Diagnóstico 
• Clínico, por exclusão 
• Exame bacterioscópico de amostra do 
exsudato purulento do fundo da lesão, 
preferencialmente sob as bordas 
Tratamento 
• Azitromicina 500mg, 2cp, VO, dose única 
OU 
• Ceftriaxona 500mg, IM, dose única 
 
LINFOGRANULOMA VENÉREO 
 O linfogranuloma venério (LGV) também é 
conhecido como linfogranuloma inguinal, mula ou 
Doença de Nicolas-Frave. Apresenta baixíssima 
prevalência no Brasil, sendo um diagnóstico de 
exclusão. 
Agente etiológico 
• Chlamydia trachomatis L1, L2 e L3 
o Patógeno intracelular obrigatório 
o Não usualmente corada pelo gram, 
mas determinada como gram-
negativa devido ao seu 
peptídeoglicano fino 
o Incubação: 3 a 32 dias 
Manifestações clínicas 
• Lesão genital (primária) de curta duração 
que se apresenta como ulceração ou 
pápula, localizada preferencialmente na 
genitália externa 
• Acometimento de linfonodos regionais 
 
• A terceira fase apresenta sequelas 
(apresentação elefantiásica no genital) e 
pode apresentar envolvimento sistêmico 
Diagnóstico 
• Quadro clínico 
• Exames 
o Citopatológico, ELISA, cultura com 
células McCoy, sorologia de Ct, 
microimunofluorescência 
o PCR e captura híbrida 
Tratamento 
• Deve ter incío precoce 
• Doxiciclina 100mg, VO, 1cp 2x/dia, por 21 
dias 
• Parceiro sexual assintomático 
o Doxicilcina 100mg, VO, 1cp 2x/dia, 
por 7 dias 
OU 
o Azitromicina 500mg, 2cp, VO, dose 
única 
 
DONOVANOSE 
 A donovanose é uma IST crônica ulcerativa 
também conhecida como granuloma venéreo, 
granuloma tropical ou úlcera venesa crônica. 
Geovana Sanches, TXXIV 
Agente etiológico 
• Klebsiella granulomatis 
o Antiga Callimmatobacterium 
granulomatis 
o Bactéria gram-negativa 
o Incubação: 8 dias a 6 meses 
Manifestações clínicas 
• Lesão nodular em número variável que 
evolui para úlcera 
 
o Duração maior do que 4 semanas 
o Várias lesões que confluem 
o Lesões em espelho 
• Indolor e altamente vascularizada, 
sangrando facilmente após o contato 
o Aspecto “vermelho vivo”, “em bife” 
Outras apresentações 
• Lesões vegetantes 
• Lesões vegetantese ulcerosas 
• Lesões elefantiásicas 
• Manifestações sistêmicas 
Diagnóstico 
• Geralmente clínico 
• Exames histopatológicos e citopatológicos 
o Identificação de corpúsculos de 
Donavan nas bordas da lesão 
Tratamento 
• Doxicilina 100mg, VO, 1cp 2x/dia 
o 21 dias ou até o desaparecimento 
completo das lesões (critério de 
cura) 
• Não é necessário o tratamento dos 
parceiros sexuais

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