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<p>8</p><p>INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS</p><p>Discente:</p><p>Nelita Nataniel Salimo</p><p>Curso:</p><p>Gestão de Recursos Humanos</p><p>2o ano</p><p>Trabalho de Pesquisa: Antropologia</p><p>Tema: Ideologia e o Papel da Religião tradicional em África e em Moçambique</p><p>Docente:</p><p>Dr Ernesto de Limas.</p><p>Lichinga</p><p>2024</p><p>INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS</p><p>Discente:</p><p>Nelita Nataniel Salimo</p><p>Curso:</p><p>Gestão de Recursos Humanos</p><p>2o ano</p><p>Trabalho de Pesquisa: Antropologia</p><p>Tema: Ideologia e o Papel da Religião tradicional em África e em Moçambique</p><p>Docente:</p><p>Dr Ernesto de Limas.</p><p>Lichinga</p><p>2024</p><p>Índice</p><p>1.Introdução 3</p><p>1.1. Objectivos 3</p><p>1.1.1.Geral 3</p><p>1.1.2.Específicos 3</p><p>2. Ideologia e o Papel da Religião tradicional em África e em Moçambique 4</p><p>2.1. Conceitos operatórios 4</p><p>2.2. Movimentos religiosos e políticos em África Articulação entre ideologia e organização da sociedade na reprodução social 4</p><p>2.3. Religião tradicional africana 5</p><p>3. Conclusão 7</p><p>4.Referências bibliográficas 8</p><p>1.Introdução</p><p>Anyanwu (1981) também afirmam que o termo “ideologias” supunha que todo conhecimento é conhecimento de ideias, ou seja, uma convicção que pode ser seguida desde o dualismo “exagerado” de Descartes que conduziria logicamente ao ideialismo de um lado e ao materialismo por outro. Já de Francis Bacon, “Destutt de Tracy tinha tomado a convicção de que ciência autêntica, não era meramente uma especulação teórica por si mesma, mas que seu propósito final era transformação e melhoramento das condições de vida do homem na terra”</p><p>Muitos estudos desenvolvidos sobre crenças e tradições religiosas produziram explicações que pouco se aplicam a situações concretas. Tais explicações foram o resultado de preocupações meramente teóricas de muitos pesquisadores e investigadores e nem sempre reflectiram o contexto no interior dos grupos estudados. O presente trabalho de investigação tem como tema Ideologia e o Papel da Religião tradicional em África e em Moçambique.</p><p>1.1. Objectivos</p><p>1.1.1.Geral</p><p>· Compreender a Ideologia e o Papel da Religião tradicional em África e em Moçambique.</p><p>1.1.2.Específicos</p><p>· Pesquisar a Ideologia e o Papel da Religião tradicional em África e em Moçambique;</p><p>· Identificar Ideologia e o Papel da Religião tradicional em África e em Moçambique;</p><p>· Ilustrar Ideologia e o Papel da Religião tradicional em África e em Moçambique.</p><p>2. Ideologia e o Papel da Religião tradicional em África e em Moçambique</p><p>2.1. Conceitos operatórios</p><p>Para Beyers (2010), embora variadas, as definições tornaram-se fixas e estereotipadas, visto que elas são determinadas pela perspectiva individual, que por sua vez determina a teoria. Beyers menciona ainda a cultura como um elemento influenciador na busca pela definição de religião. Por exemplo, um ocidental proveria uma definição marcadamente influenciada pelo pensamento europeu, e um africano formularia a resposta de acordo com a filosofia africana.</p><p>Parece, todavia, que toda a tentativa de definição de religião está conectada a um juízo europeu ou eurocentrista e, de facto ao ocidente o conceito deve a sua origem. Segundo Sundermeier (1999, p. 11) citado por Beyers (2010, p. 1), a simples pergunta “o que é religião” descortina em si um fundo ocidental. Daí que, por exemplo, há quem sustente o abandono do termo religião (Figl, 2003, p. 71 citado por Beyers, 2010, p. 2), na busca de uma definição. Para Van den</p><p>Heever (2001, p. 2), o conceito de religião é per se uma ideologia, sem existência independente fora do exercício académico.</p><p>Segundo PERGER apud Martinez (2007:181), Religião “é a capacidade que o organismo humano de transcende toda realidade, em consequência, a religião torna-se não somente um fenómeno social, mas um fenómeno antropológico por excelência”.</p><p>2.2. Movimentos religiosos e políticos em África Articulação entre ideologia e organização da sociedade na reprodução social</p><p>· Os Mitos</p><p>Segundo Macgaffey (2000), os mitos expressam crenças e valores culturais através dos seus relatos. Os relatos do mito narram acontecimentos do passado remoto, a origem do mundo ou de uma povoação através dos factos extraordinários, os deuses heróis com atribuições humanos, seres sobrenaturais, etc.</p><p>Os seus relatos só criados narram factos transcendentes ou dogmas da comunidade, com o fim de ensinar e moralizar, servem também para ilustrar crenças religiosas. Os mitos alem de dar as lições morais, oferecem esperança, emoções e evasão.</p><p>Os mitos se relacionam com as lendas e os contos. Esta relação e importante para perceber melhor o mito que se pode transformarem lenda.</p><p>As lendas narram acontecimentos do passado, recentes não remotos como os mitos, são protagonizadas normalmente por pessoas seculares, ainda que também possam intervir nelas seres sobrenaturais como poderes extraordinários. Os mitos, são relatos tomadas como verdadeiros, mas no caso da lenda, também a fonte do relato pensa-se como verdadeira.</p><p>2.3. Religião tradicional africana</p><p>Crenças Mágicas</p><p>Como foi referido anteriormente, o aspecto misterioso do cosmos é o objecto em volta do qual se desenvolve a actividade religiosa e mágica do homem.</p><p>Segundo FRAZER apud BERNARDI (1974:392) “A magia e a religião seriam estádios anteriores à ciência, e assinalam a passagem evolutiva do conhecimento humano da irracionalidade para a racionalidade”.</p><p>DURKHEIN distingue a religião e a magia em termos sagrado e profano, social e pessoal: a religião tenderia a constituir-se em igreja, desenvolve uma estrutura associativa e persegue objectivos sociais. A força coerciva da sociedade - igreja põe limites que o homem não pode ultrapassar: a coerção, a proibição (tabu) assinalam o limite do sagrado.</p><p>A magia, pelo contrário, serviria somente para fins individuais, de interesse particular; não impõem limites, antes procura ultrapassá-los, quando existem, por meio de fórmulas e encantamentos; é o terreno do profano.</p><p>Em todas as culturas, simples ou complexas, vida e morte permanecem como documento persistente da condição humana perante o mistério. Por esta razão, a Religião e a Magia não cessam de adequar os termos das suas interpretações aos conhecimentos novos adquiridos pela mente humana.</p><p>A intenção é atenuar a angústia do homem perante o culto, que é precisamente o mistério da vida e da morte. Assim se explicam o renovado interesse religioso dos nossos tempos e a proliferação de novas magias, não obstante o extraordinário progresso das ciências que levou a conquista do espaço e dos planetas.</p><p>A Feitiçaria (Feiticeiro)</p><p>O termo feiticeiro aplica-se a quem pratique actividades de feitiçaria ou bruxaria, e quando descoberto e declarado culpado, é condenado, mesmo com a pena morte.</p><p>Na realidade, a concepção mágica de feitiçaria é muito mais variada e complexa. Nalgumas culturas não está muito desenvolvida e crê-se que a ambiguidade atinge a sua culminância com o uso de veneno, isto é, com uma acção voluntária do homem: o feiticeiro é um envenenador.</p><p>Mas há outras culturas em que a feitiçaria é identificada com atitudes externas, com palavras de maldição. Em todo o caso, a feitiçaria é o mal, o ódio, por isso universalmente condenada.</p><p>Uma vez que a feitiçaria é anti-social, ninguém pode impunemente, confessar-se feiticeiro. Raramente se suspeita dos consanguíneos por uma prática de feitiço, pensa-se logo nos vizinhos da casa, nos companheiros do trabalho, nas mulheres.</p><p>O mal moral, a desgraça física, a morte, as calamidades naturais na medida em que atacam a morte duma pessoa ou duma família, consideram-se consequência do mal feitiço.</p><p>3. Conclusão</p><p>Tendo feito a pesquisa, percebe se que no que se refere a composição cultural africana, especificamente a moçambicana, cabe mencionar que esta foi produzida em meio ao contacto com colonização europeia, principalmente com relação aos processos formativos educacionais, que mantém aspectos formais educacionais com base nos conhecimentos universais – característica ocidental de pensar a educação – e aspectos culturais tradicionais de educação – a exemplo, os ritos de iniciação, que apesar das transformações que sofreram</p><p>no decorrer da colonização moçambicana, ainda possuem aspectos tradicionais na formação da cultura local.</p><p>Para a harmonização das várias ideologias e culturas das comunidades africanas, particularmente em Moçambique, é necessário assumir as línguas e as culturas locais, e a ausência dessa assunção, acaba gerando focos de instabilidades intracomunitárias, caracterizados em regionalismos culturais, a descontinuidade dos saberes locais, face ao crescente processo neocolonial.</p><p>4.Referências bibliográficas</p><p>Agadjanian, V. (1999), «As Igrejas Zione no espaço sócio-cultural de Moçambique. 423.</p><p>Berger, P. (1999), El dosel sagrado: para una teoria sociológica de la religión. Madrid,</p><p>Comaroff, J. (1985), Body of power, spirit of resistence: the culture and history of a South African people.</p><p>Fabian, J. (1971), Jamaa: a charismatic movement in Katanga. Evanston, Northwestern University Press.</p><p>Macgaffey, W. (2000), «Art and Spirituality», in African spirituality: forms, meanings,</p><p>and expressions, ed. Jacob Olupona. New York, Crossroad Publishing Company, pp. 226 – 247.</p><p>Mahumane, J. (2003), Crenças e tradições religiosas na guerra entre a Frelimo e a</p><p>PNUD, (2000), Moçambique Relatório de Desenvolvimento Humano 1999, Maputo.</p><p>image1.jpeg</p>