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<p>JENNIFER MOURA | 5º PERÍODO</p><p>LEPTOSPIROSE</p><p>É uma doença infecciosa causada pela bactéria do gênero Leptospira (bactéria espiroqueta aeróbica obrigatória), zoonose de importância mundial porque é encontrada em todo mundo, principalmente em áreas tropicais e subtropicais onde a exposição à urina dos animais contaminados é mais comum</p><p>Não há vacinação e seu diagnóstico é dificultado pela existência de mais de 200 sorovares (sorotipos) diferentes para leptospira. Porém, há a vacinação para animais domésticos, o que pode ajudar a prevenção</p><p>TRANSMISSÃO: é através da exposição a urina de animais infectados, como roedores, animais domésticos e animais de fazenda. Os animais sinantrópicos domésticos e selvagens são os reservatórios essenciais para a persistência dos focos da infecção, os seres humanos são apenas hospedeiros acidentais e terminais dentro da cadeia de transmissão. A penetração do microrganismo ocorre através da pele com presença de lesões, da pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas. O contato com a água é importante na transmissão da doença ao homem, raramente a transmissão ocorre pelo contato direto com sangue, tecidos e órgãos de animais infectados, transmissão acidental em laboratórios, ingestão de água ou alimentos contaminados. A transmissão entre humanos é muito rara e de pouca relevância epidemiológica, podendo ocorrer pelo contato com urina, sangue, secreções e tecidos de pessoas infectadas.</p><p>A incidência da doença depende de fatores sazonais (clima e temperatura), condições de saneamento básico, urbanização e atividade agrícola</p><p>SINAIS E SINTOMAS: Pode variar desde assintomática até casos graves e potencialmente fatais. Os sintomas iniciais são semelhantes a uma gripe comum podendo incluir febre, calafrios, mialgia, cefaleia e fadiga. Em casos mais graves, podem ocorrer icterícia, insuficiência renal, hemorragias e manifestações pulmonares (síndrome de Weil). Esses sintomas podem ser semelhantes a sintomas febris, dificultando o diagnóstico clínico preciso</p><p>SÍNDROME DE WEIL: é a forma grave e potencialmente fatal da leptospirose. Caracterizada por manifestações clínicas graves como icterícia (sinal característico, possuindo uma tonalidade alaranjada muito intensa (icterícia rubínica) aparecendo, geralmente, entre o 3º e o 7º dia da doença – preditor de pior prognóstico), insuficiência renal (importante complicação da fase tardia geralmente caracterizada por ser não oligúrica e hipocalêmica, devido a inibição da reabsorção de sódio nos túbulo renais proximais), hemorragias mais comumente pulmonar (lesão pulmonar aguda e sangramento maciço) e manifestações pulmonares. Tríade clássica = icterícia + insuficiência renal + manifestações hemorrágicas, podendo apresentar febre alta, calafrios, dores musculares, dor de cabeça e fadiga.</p><p>A gravidade da doença varia de acordo com a virulência da cepa infectante, resposta imunológica do hospedeiro e outros fatores individuais.</p><p>DIAGNÓSTICO: É feito através de uma combinação de achados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. Os exames laboratoriais incluem a detecção direta da bactéria por meio de cultura ou PCR, detecção de anticorpos específicos produzidos pelo hospedeiro infectado por meio de testes sorológicos como a microaglutinação (padrão ouro). Para isso, precisamos de amostras adequadas e testes sensíveis e específicos para um diagnóstico preciso. Nos achados laboratoriais, podemos encontrar anormalidades hepáticas como aumento de ALT e AST, trombocitopenia, elevação da creatinina, alterações na análises de urina como proteinúria e hematúria que refletem no acometimento hepático e renal associado a essa doença.</p><p>Microaglutinação: Detecta anticorpos específicos e é utilizada na identificação e classificação de sorovares isolados (preserva os sorotipos envolvidos na infecção) devendo ser realizada em laboratórios especializados ou de referência (laboratórios centrais). É realizado pela coleta da primeira amostra na fase aguda da doença, que corresponde ao inicio dos sintomas, e a segunda amostra coletada numa fase mais tardia ou convalescente, cerca de 15 dias após inicio dos sintomas. Os critérios para confirmação de caso são:</p><p>· Título no MAT > 1:800 em pelo menos uma amostra de soro</p><p>· Aumento de 4 vezes ou mais no título entre as amostras pareadas</p><p>· Presença de soroconversão entre as amostras pareadas, definido como um título negativo no MAT (< 1:100) na amostra de fase aguda, e um título > 1:200 na amostra de fase tardia ou convalescente</p><p>TRATAMENTO: Envolve uso de antibióticos como Doxiciclina e Penicilina. Em casos mais graves, vale a internação hospitalar para monitoramento e suporte clínico adequados incluindo cuidados intensivos, se necessário utiliza-se ceftriaxona, ampicilina ou penicilina intravenosas</p><p>PARASITOLOGIA (HELMINTOSES)</p><p>Helmintos são vermes metazoários (pluricelular), de vida livre ou parasitas de plantas e animais, o homem inclusive</p><p>Sua presença, esta quase sempre associado a baixo desenvolvimento econômico, carência de saneamento básico e falta de higiene</p><p>Compreendem três ramos ou filos do reino animal:</p><p>· Platelmintos: vermes achatados, em forma de folha ou fita, com tubo digestivo ausente ou rudimentar</p><p>· Nematelmintos: vermes cilíndricos com tubo digestivo completo</p><p>· Annelidas: não são parasitas</p><p>ASCARIDÍASE:</p><p>Causada pelo parasita nematóide Ascaris lumbricoides, popularmente chamado de lombriga</p><p>Seu habitat natural é o intestino delgado</p><p>Uma das mais comuns no brasil</p><p>Afeta principalmente crianças em áreas de baixa renda</p><p>Pode causar dor abdominal, diarreia e obstrução intestinal em casos graves. Seu ciclo é pulmonar, com isso, muitos sintomas podem envolver manifestações pulmonares como febre, tosse, dispneia, bronquite e broncopneumonia caracterizando síndrome de Loeffler que causa uma pneumonia com eosinofilia sanguínea elevada</p><p>A terapia medicamentosa com Albendazol 400mg em dose única é a droga de escolha, a segunda escolha é o tratamento com Mebendazol 100mg 2x ao dia por 3 dias ou 500mg em dose única ou Nitazoxanida</p><p>ANCILOSTOMOSE:</p><p>Causada pelos parasitas nematóides Ancylostoma duodenale e Necator americanos que habitam o intestino delgado, popularmente conhecida como ‘’amarelão’’ porque causa palidez com agravamento da anemia</p><p>Sua transmissão se da pela penetração do parasita na pele, ao caminhar descalço em solo contaminado</p><p>Uma das principais causas de anemia ferropriva no pais</p><p>Pode causar dor abdominal, diarreia, perda de apetite e fadiga. Também tem ciclo pulmonar e pode caracterizar a síndrome de Loeffler</p><p>ESQUITOSSOMOSE:</p><p>É uma doença causada pelo parasita trematódeo Schistosoma mansoni, uma das helmintoses mais prevalentes no brasil, especialmente em áreas rurais e de baixa renda</p><p>Popularmente conhecida como barriga d’agua ou mal do caramujo porque necessita além do homem, da participação de caramujos de agua doce para completar seu ciclo vital</p><p>Os vermes adultos se localizam na luz dos vasos sanguíneos do sistema porta, realizando a postura dos ovos nos ramos terminais da veia mesentérica inferior e nas vênulas da parede do intestino. Na fase adulta, o parasita vive nos vasos sanguíneos do intestino e fígado do hospedeiro definitivo (homem)</p><p>Há leucocitose moderada com a intensa eosinofilia</p><p>Pode causar sintomas como diarreia, dor abdominal, hepatoesplenomegalia e fibrose hepática</p><p>TRANSMISSAO: ocorre quando o indivíduo infectado elimina os ovos do verme por meio das fezes humanas. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam larvas que infectam os caramujos, hospedeiros intermediários que vivem nas águas doces. Após quatro semanas, as larvas abandonam o caramujo na forma de cercarias e ficam livres nas águas naturais. O ser humano adquire a doença pelo contato com essas águas.</p><p>Destaca-se que a transmissão da esquistossomose não ocorre por meio do contato direto com o doente e nem por “autoinfecção”.</p><p>Na fase inicial podemos ter:</p><p>É a fase que corresponde a penetração de cercarias por meio da pele, havendo predomínio de manifestações alérgicas</p><p>· Forma</p><p>· Evitar comer com as mãos e alimentos contaminados</p><p>· Saber se o país a ser visitado precisa do CIVP (certificado internacional de vacinação e profilaxia)</p><p>Doenças para tomar cuidado:</p><p>· Febre amarela: alguns países exigem comprovação da vacina e alguns apresentam riscos de transmissão, tomar 10 dias antes da viagem</p><p>· Poliomielite: alguns países são endêmicos, de risco ou com surto da doença mantem risco de importação da doença de alguns países</p><p>· Sarampo e rubéola: muitos países são endêmicos apresentando surtos com grande número de casos e até mesmo a ocorrência de óbitos por essas doenças. Fazemos vacina de tríplice viral</p><p>· Difteria e tétano: surtos em alguns países. Fazemos vacinação da tríplice bacteriana</p><p>A diarreia do viajante por ser causada por diferentes agentes etiológicos infecciosos, incluindo bactérias, vírus e parasitas podendo ser E. coli, Salmonella spp., Shigela spp, Norovírus, Entamoeba, Giardia etc</p><p>image4.jpeg</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.png</p><p>image11.png</p><p>image12.png</p><p>image13.png</p><p>image14.png</p><p>image15.png</p><p>image16.png</p><p>image17.png</p><p>image18.jpeg</p><p>image19.jpeg</p><p>image20.jpeg</p><p>image21.jpeg</p><p>image22.jpeg</p><p>image23.jpeg</p><p>image24.png</p><p>image25.png</p><p>image26.png</p><p>image27.png</p><p>image28.png</p><p>image29.png</p><p>image30.png</p><p>image31.png</p><p>image32.png</p><p>image33.png</p><p>image34.png</p><p>image35.png</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.jpeg</p><p>aguda assintomática: a maioria dos portadores não apresentam sintomas, as vezes é diagnosticada a partir das alterações dos exames laboratoriais de rotina (eosinofilia e ovos viáveis de S. mansoni nas fezes)</p><p>· Forma aguda sintomática: febre, cefaleia, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse e diarreia. Há manifestações pruriginosas na pele, semelhantes a picada de inseto que podem durar ate 5 dias após a infecção, conhecidas como dermatite cercariana. Em alguns casos, pode haver hepatoesplenomegalia</p><p>· Febre de Katayama: pode ocorrer após 3-7 semanas de exposição. É caracterizada por alterações gerais como linfadenopatia, febre, cefaleia, anorexia, dor abdominal e com menor frequência, diarreia, náuseas, vômitos e tosse seca. Ao exame físico, podemos perceber hepatoesplenomegalia. Seu achado laboratorial é eosinofilia aumentada bastante sugestivo quando associada a dados epidemiológicos</p><p>Na fase tardia podemos ter:</p><p>Diarreia se torna mais constante, alternando com prisão de ventre e pode aparecer sangue nas fezes, além de tonturas, cafaleia, sensação de plenitude gástrica, prurido anal, palpitações, impotência, emagrecimento e endurecimento do fígado com aumento de seu volume. Nessa fase, mais avançada, que podemos ter ascite conhecida popularmente como barriga d’agua</p><p>Inicia-se a partir dos 6 meses após infecção e pode durar vários anos</p><p>Podem surgir os sinais de progressão da doença em diversos órgãos, chegando a atingir graus extremos de severidade, como hipertensão pulmonar e portal, ascite, ruptura de varizes do esôfago. As manifestações clínicas variam de acordo com a localização e a intensidade do parasitismo, da capacidade de resposta do indivíduo ou do tratamento instituído</p><p>· Hepatointestinal</p><p>· Hepática</p><p>· Hepatoesplênica compensada: há hipertensão portal levando a esplenomegalia e ao aparecimento de varizes no esôfago</p><p>· Hepatoesplênica descompensada: uma das formas mais graves porque há diminuição acentuada no estado funcional do fígado</p><p>· Vasculopulmonar</p><p>· Forma pseudoneoplásica</p><p>· Outras localizações: órgão genital feminino, testículos, pele, retina, tireoide e coração podendo aparecer em qualquer órgão ou tecido do corpo humano</p><p>· Neuroesquitossomose: chamada de mielorradiculite esquitossomótica. É uma forma grave, capaz de produzir paralisias, especialmente dos membros inferiores e que pode ocorrer até a fase inicial, mesmo quando a produção de ovos é pequena</p><p>Sua complicação se caracteriza pela fibrose hepática, hipertensão portal, ascite, insuficiência hepática severa, hemorragia digestiva, comprometimento do sistema nervoso central e de outros órgãos</p><p>DIAGNÓSTICO: primeira escolha é a detecção de ovos pelo método Kato-Katz (KK). Mas, podemos usar método de sedimentação espontânea como Lutz ou Hoffman, Pons e Janer como alternativa</p><p>O método KK é o padrão ouro de diagnóstico em áreas endêmicas e se da pelo preparo de uma pequena quantidade de fezes em um papel higiênico, após isso, comprimimos essa porção de fezes com uma tela de metal que apenas deixam passar ovos de helmintos e detritos e após isso, vemos no microscópio</p><p>Em áreas não endêmicas e/ou baixa prevalência podemos usar métodos sorológicos para detecção de anticorpos IgM na reação de IFI ou de anticorpos IgG por meio de ELISA</p><p>Tratamento da Esquitossomose se da pela dose única de Praziquantel que é um derivado da Pirazioisoquinolona, um anti-helmíntico clinicamente eficaz contra cestódeos e trematódeos</p><p>TENÍASE E CISTICERCOSE</p><p>Causada pelo parasita platelminto hemafrodita Taenia, popularmente conhecida como ‘’solitária’’ por, geralmente, viver solitária no intestino do homem.</p><p>É transmitida pelo consumo de carne de porco ou boi mal cozida, por exemplo, contaminada</p><p>O escólex da T. saginata possui ventosas, e com estas o verme se fixa à mucosa do duodeno ou jejuno e a T. solium tem coroa de ganchos, denominada de rostro.</p><p>Teníase é a infecção pelo verme adulto no intestino delgado, enquanto a cisticercose é a infecção pelos cistos larvais em outros tecidos do corpo (pode causar sintomas neurológicos graves como a neurocisticercose que causa convulsão e hidrocefalia). No ciclo da teníase, o homem é o hospedeiro definitivo, enquanto os suínos ou bovinos são hospedeiros intermediários</p><p>Proglotes: corresponde a cada um dos segmentos ou anéis que constituem o corpo de taenia solium ou saginata, que se destacam e são eliminados nas fezes contendo ovos do parasita. Cada proglote grávida contém de 80.000 a 100.000 ovos que são liberados depois que esta estrutura se destaca do corpo do verme e saem com as fezes.</p><p>Não possuem sistema digestivo porque absorvem nutrientes digeridos pelo hospedeiro</p><p>O humano tem uma tenia adulta no intestino com a proglóte repleta de ovos que vão ser liberados junto com as fezes. Se essas fezes não tiverem o destino adequado, elas caem no meio ambiente infectando os pastos podendo infectar os bois ou porcos. Lembrar que somente a Taenia saginata infecta o bovino e somente a Taenia sollium infecta o suíno!</p><p>No momento que o ovo é ingerido, o embrião hexacanto é liberada e se dirige para a musculatura desses animais onde vai se desenvolver para cisticerco. Quando o humano ingere a carne bovina ou suína infectada vai ingerir esta forma, o cisticerco, que no intestino vai se desenvaginar sob a ação da bile, usando as ventosas e o rostro para se fixar, até crescer e virar adulto.</p><p>FILARIOSE:</p><p>Doença parasitária crônica de caráter endêmico, restrita a áreas rurais e de baixa renda no brasil, causada pelos parasitas nematóides Wucheria bancrofti e brugia malayi</p><p>TRANSMISSÃO: pessoa a pessoa por meio da picada do mosquito Culex quinquefasciatus (pernilongo) infectado com larvas dos parasitas que a deposita no humano e viaja para o sistema linfático (gânglios), onde se desenvolvem até a fase adulta, podendo causar linfedema, elefantíase e hidrocele</p><p>SINTOMAS: Na fase aguda podem aparecer fenômenos inflamatórios, entre eles linfangites e linfadenites, além de sintomas gerais, febre, cefaleia, mal estar, entre outros. Mais tarde, um período que pode levar meses ou anos, os pacientes podem apresentar linfedema de membros, e/ou mamas no caso das mulheres, e hidrocele nos homens. Erisipelas frequentes e quilúria são outras possíveis manifestações. Pode ainda haver a evolução para formas graves e incapacitantes de elefantíase.</p><p>DIPHYLLOBOTRIUM LATUN:</p><p>Causa uma doença chamada difolobotríase que é caracterizada pela ingesta de peixes crus, conhecida como a doença da ‘’tenia do peixe’’</p><p>Paciente pode apresentar de maneira assintomática, na maioria das vezes, e de maneira sintomática com anemia macrocítica (megaloblástica) pela deficiência de B12 podendo acometer SNC, diarreia crônica, distensão abdominal, hiporexia, não da febre, edema generalizado, língua geográfica, dor nas gengiva, aumento do apetite, obstrução intestinal e doença da vesícula biliar causada pela migração das proglotes (raramente)</p><p>DIAGNÓSTICO: pesquisa nas fezes ou colonoscopia – difícil</p><p>Tratamento de escolha é com Praziquantel</p><p>FEBRE MACULOSA</p><p>Doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. O carrapato-estrela não é o carrapato comum, que encontramos geralmente em cachorros – a espécie Amblyomma cajennense, transmissora da doença, pode ser encontrada em animais de grande porte (bois, cavalos, etc.), cães, aves domésticas, gambás, coelhos e especialmente, na capivara.</p><p>TRANSMISSÃO: Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os carrapatos mais jovens e de menor tamanho são os mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos. Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra.</p><p>SINTOMATOLOGIA: A doença começa de forma repentina com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor no corpo, dor da cabeça, falta de apetite, desânimo. Depois, aparecem pequenas manchas avermelhadas que crescem e tornam-se salientes. Essas lesões, parecidas com uma picada de pulga, às</p><p>vezes, apresentam pequenas hemorragias sob a pele; aparecem em todo o corpo e na palma das mãos e na planta dos pés, o que em geral não acontece nas outras doenças como sarampo, rubéola, dengue hemorrágico, por exemplo. Por essa razão o médico deve observar o histórico do paciente, principalmente, se ele esteve em regiões onde há cavalos ou animais silvestres ou em locais onde foram registrados casos de febre maculosa. Os sintomas levam em média de sete a dez dias para se manifestar e a partir daí, o tratamento deve ser iniciado dentro de no máximo cinco dias. Após este período, há sérios riscos de que os medicamentos não surtam mais o efeito desejado.</p><p>Devemos solicitar exame de sangue incluindo hemograma completo e sorologia específica para febre maculosa como teste de IFI ou ELISA</p><p>Devemos investigar a presença de carrapatos no ambiente, coletando amostras desses artrópodes para identificação da espécie e analise de possível infecção por Rickettsia rickettsii</p><p>TRATAMENTO: Doxiciclina nos primeiros dois ou três dias.</p><p>VACINAS</p><p>O objetivo da vacina é induzir uma proteção de longa duração, que leve à produção de anticorpos pelo organismo. É usada na prevenção de doenças com que possamos entrar em contato. Como são necessários pelo menos alguns dias para que o nosso sistema imunológico produza anticorpos e células de defesa, geralmente a vacina é indicada antes da pessoa entrar em contato com um microrganismo. É uma forma de imunização ativa.</p><p>Principais objetivos a serem alcançados para o bom desempenho dos programas de imunização:</p><p>· Elevada cobertura de vacinação</p><p>· Equidade no acesso</p><p>· Impacto favorável da intervenção</p><p>· Segurança de vacinas</p><p>· Segurança sanitária em emergências em saúde publica</p><p>OBJETIVO DE VACINAÇÃO:</p><p>· Proteção contra doenças infecciosas de importância epidemiológica com grande morbidade e/ou letalidade</p><p>· Propiciar imunidade ativa</p><p>· Imunidade e memória imunológica similar a infecção natural, mas sem os riscos inerentes a doença</p><p>Nem todo mundo é susceptivel a doença</p><p>IMUNIZAÇÃO ATIVA: é a proteção desenvolvida a partir da resposta do próprio sistema imune do indivíduo, pode ou não ser permanente. Sendo assim, é aquela que é produzida de modo ativo quando a pessoa entra em contato com a doença e seu próprio organismo produz anticorpos específicos.</p><p>· A infecção natural (pessoa que é infeccionada com ou sem sintomas) confere imunidade ativa, natural e é duradoura, pois há estimulação das células de memória. Após uma infecção por sarampo, rubéola ou varicela, por exemplo, o indivíduo ficará protegido, não havendo mais o risco de adquirir a mesma doença novamente.</p><p>· A imunidade ativa, adquirida de modo artificial, é obtida pela administração de vacinas, que estimulam a resposta imunológica, para que esta produza anticorpos específicos.</p><p>IMUNIZAÇÃO PASSIVA: proteção obtida pela transferência de anticorpos obtidos de um outro indivíduo ou de animal, é aquela imunidade que foi adquirida passivamente, imediata, mas transitória. É uma proteção temporária. É uma imunização rápida contra certos organismos infectantes ou toxinas que pode ser obtida pela injeção de anticorpos produzidos a partir do plasma de indivíduos imunes e com teores adequados de anticorpos. A duração da imunidade passiva é de apenas poucas semanas, e tem variedade de acordo com a dose e o tipo de imunoglobulina. Quando necessário, a imunização passiva pode ser repetida. Os anticorpos de origem humana (imunoglobulinas homólogas) são normalmente denominados imunoglobulinas. Os anticorpos de origem animal (imunoglobulinas heterólogas) são usualmente chamados de soros.</p><p>· Transferência de anticorpos pela placenta durante a gestação (passiva natural)</p><p>· Administração parenteral de soro heterólogo/homólogo ou de imunoglobulina de origem humana (imunidade passiva artificial) ou de anticorpos monoclonais. Exemplo: soro antitetânico, antidiftérico, antibotrópico e as imunoglobulinas específicas contra a varicela, hepatite B e tétano, palivizumabe.</p><p>Neste tipo de imunidade, administram-se anticorpos prontos, que conferem a imunidade imediata. Não há o reconhecimento do antígeno e, portanto, não ocorre a ativação de célula de memória. Algumas semanas depois, o nível de anticorpos começa a diminuir, o que dá a esse tipo de imunidade um caráter temporário. Utiliza-se a imunidade passiva quando há necessidade de uma resposta imediata e não se pode aguardar o tempo para a produção de anticorpos em quantidade adequada.</p><p>Fontes de imunização passiva:</p><p>· Todo produto derivado sanguíneo, variando suas concentrações</p><p>· Anticorpos humanos (homólogos) de pool de doadores (imunoglobulina - IgE)</p><p>· Imunoglobulina hiperimune humana</p><p>O soro já contém os anticorpos necessários para impedir que um microrganismo ou suas toxinas que estão presentes em nosso organismo causem a doença. Já a vacina induz o sistema imune a produzir anticorpos e células de defesa para combater a doença.</p><p>Por exemplo, um profissional de saúde não vacinado contra a hepatite B que acidentalmente se fure com uma agulha infectada precisa tomar a imunoglobulina e a vacina para não se infectar. A imunoglobulina impedirá a infecção atual enquanto a vacina servirá, neste caso particular, apenas para preveni-lo de futuras contaminações.</p><p>IMUNIDADE DE REBANHO: proteção indireta contra uma doença infecciosa que ocorre quando uma grande proporção da população se torna imune a ela, seja através da vacinação ou infecção anterior. Quando uma grande parte da população é vacinada, a disseminação da doença é dificultada porque a probabilidade de uma pessoa infectada entrar em contato com alguém susceptível é menor, dessa maneira, a transmissão da doença é interrompida ou reduzida, protegendo não so as pessoas que foram vacinadas, como aquelas que não poder por motivos médicos ou que tem sistemas imunológicos enfraquecidos. Dessa maneira, verifica-se que essa imunidade é importante para a proteção de pessoas vulneráveis como bebes, idosos e pessoas com condições medicas pre existentes que não podem se vacinar, além de prevenir surtos em nível populacional. Essa imunidade so pode ser alcançada se 70-90% da população for vacinada</p><p>CLASSIFICAÇÃO DAS VACINAS</p><p>Pode ser:</p><p>· Atenuada:</p><p>· Microrganismo vivo com potencial diminuído de causar doença</p><p>· Tem menor potencial patogênico de um vírus selvagem ou bactéria</p><p>· Precisa replicar para ser efetivo</p><p>· Sua inserção no corpo aciona o sistema imunológico, que combate essa pequena infecção induzida e cria a chamada memória imune, protegendo o indivíduo contra essa doença em caso de infecção com carga viral ou bacteriana completa. Em pessoas com o sistema imunológico saudável, reações adversas são extremamente raras e, quando ocorrem, são brandas e de curta duração.</p><p>· Exatamente pelo fato de conterem o agente patogênico vivo, apesar de mais fraco, ainda assim ocorre replicação viral no organismo, de forma que estas vacinas podem provocar um quadro brando da infecção que se propõem a proteger.</p><p>· Resposta imune semelhante a infecção natural</p><p>· Frequentemente eficaz com uma única dose</p><p>· Maior possibilidade de reações graves</p><p>· Por serem compostas por vírus vivo, vacinas como caxumba, poliomielite oral (VOP), rubéola, sarampo e varicela, não são indicadas para pessoas imunodeprimidas e gestantes.</p><p>· Sofre interferência de anticorpos circulantes</p><p>· Instável, requer maiores cuidados no armazenamento</p><p>· Não há contraindicação para administração simultânea da maioria das vacinas, exceto entre sarampo e febre amarela, precisam de 30 dias de intervalo</p><p>· Inativada:</p><p>· Microrganismo inteiro morto por processos químicos e físicos</p><p>· As bactérias ou vírus não são capazes de produzir a doença, mas levam o organismo a criar anticorpos para ela.</p><p>· Não podem replicar</p><p>· Sofre pouca interferência de anticorpos circulantes</p><p>· Geralmente é menos efetiva que vacinas vivas atenuadas</p><p>· Frequentemente requerem mais que uma dose. Podem ser necessários reforços periódicos para manter a imunidade</p><p>· Resposta imune predominantemente humoral</p><p>· Título de anticorpos podem diminuir com o tempo</p><p>· Componente</p><p>ou fração do microrganismo: proteína ou qualquer subunidade toxoide. Utilizam uma toxina produzida pelo patógeno. Diferentemente das vacinas atenuadas e inativadas, que contam com todos os antígenos e PAMPs do patógeno, as vacinas de subunidades são constituídas de um único componente como os toxóides (toxinas inativadas) proteínas purificadas (recombinantes), peptídicas (epítopos proteicos) e conjugadas.</p><p>· Polissacaridica: A vacina para meningite e pneumonia tem polissacarídeos em sua superfície celular e essas vacinas, utilizam os polissacarídeos que estão presentes na superfície das bactérias como antígenos. Ao estimularmos a formação de anticorpos contra esses polissacarídeos, garantimos uma resposta imunológica rápida quando houver infecção, porque assim que o organismo entrar em contato novamente com esses polissacarídeos ativará a liberação de anticorpos e o processo de resolução da infecção de inicia.</p><p>· Pura</p><p>· Conjugada: As vacinas conjugadas são semelhantes às vacinas de polissacarídeos, mas utilizam uma proteína ligada aos polissacarídeos para amplificar a resposta imunológica. Um exemplo é a vacina contra a bactéria Haemophilus influenzae, que provoca meningite e pneumonia.</p><p>A principal limitação deste tipo de vacina é que a formação de anticorpos direcionados aos antígenos, apesar de ser eficiente, não costuma ser suficiente para garantir uma imunidade duradoura, de modo que são necessárias doses de reforços para garantir uma proteção contínua contra as doenças</p><p>PPD ou teste de Mantoux é uma ferramenta para triagem e diagnóstico de tuberculose</p><p>Um intervalo maior do que o recomendado entre as doses de uma mesma vacina não interfere com a eficácia final da mesma, não sendo necessário reiniciar as series ou adicionar doses extras devido a esse intervalo maior entre as doses. Porém, um intervalo menor que o recomendado entre as doses pode interferir com a resposta de anticorpos e proteção</p><p>As reações locais como dor, hiperemia e edema são as reações locais mais comuns relacionados a vacinação. Enquanto as reações sistêmicas como febre, mialgia, cefaleia e irritabilidade são na sua grande maioria, leves a moderadas</p><p>Não há evidência clínica ou científica associando a vacinação com autismo, asma, esclerose multipla, doença inflamatória intestinal e síndrome da morte súbita. Mas, há evidência limitada associando a vacinação com a síndrome de Guillain-Barré</p><p>Hesitação vacinal é o atraso em aceitar ou a recusa das vacinas recomendadas quando elas estão disponíveis nos serviços de saúde</p><p>Esquema vacinal:</p><p>· BCG: previne contra as formas graves da tuberculose. É uma vacina atenuada. Pessoas de 5 a 60 anos que tem/tiveram contato com a hanseníase, devem tomar BCG porque seu patógeno é do mesmo gênero Mycobacterium</p><p>· Hepatite B: é uma vacina inativada. Tomamos 3 ou 4 doses a partir do nascimento com espaçamento de 2 meses, depois, vacinamos aqueles de 5 a 60 anos que não se vacinaram</p><p>· Tríplice bacteriana: previne difteria, tétano e coqueluche. É uma vacina inativada. Existem formas com partes de células inteiras (DTPw - SUS) e não inteiras, com proteínas (DTPa – típico de centros particulares). Tomamos 3 doses iniciando no 2º mês de vida (2 meses – 15 meses – 4 anos - 9 anos – a cada 10 anos)</p><p>· Rotavírus: Vacina atenuada. 2 doses (2 meses – 4 meses)</p><p>· Haemophilus influenzae b: três doses iniciando aos 2 meses de idade (até 12 meses). Vacina inativada (subunidades).</p><p>· Poliomielite (vírus inativado): três doses iniciando aos 2 meses de idade.</p><p>· Pneumocócicas conjugadas: vacina inativada (polissacarideo). Para meningite, otite e pneumonia. 2 ou 3 doses, dependendo da vacina administrada, iniciando aos 2 meses de idade. A partir dos 60 anos, vacinar novamente.</p><p>· Meningocócica: vacina inativada (polissacarídeo). Duas doses iniciando aos 3 meses de idade. Após 60 anos, vacinar pessoas em situações de risco. A meningocócica B não tem no SUS.</p><p>· Poliomielite oral: vacina com vírus vivo atenuado. Há campanhas nacionais de vacinação a partir de 1 ano.</p><p>· Influenza (gripe): vacinação anual a partir dos 6 meses. Vacina atenuada.</p><p>· Febre amarela: duas doses: 9 meses e 4 anos. Nas demais faixas etárias, dose única. Não há informação concisa sobre duração da vacina, com isso, é possível tomar em outras faixas etárias em falha vacinal. Vacina atenuada.</p><p>· Tríplice viral: protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Duas doses a partir dos 12 meses e depois dos 60 anos, vacinar pessoas em situações de risco.</p><p>· Varicela: protege contra a catapora. Duas doses a partir dos 12 meses e depois de 60 anos, vacinar pessoas em situações de risco. Vacina atenuada.</p><p>· Hepatite A: 1 dose aos 15 meses, vacinar pessoas em situações de risco. Vacina inativada</p><p>· HPV: duas doses para meninos e meninas a partir dos 9 anos. Quem não se vacinou e tem 15 anos, toma 2 doses, quem tem mais de 15 anos, toma 3 doses. Vacina inativada.</p><p>· Herpes zoster: a partir dos 18 anos, vacinar pessoas em situações de risco e rotina vacinar a partir dos 50 anos.</p><p>· Dengue: contraindicada até 5 anos. É recomendada para pessoas sorotipo para dengue dos 6 a 45 anos com 3 doses (0-6-12 meses). Vacina atenuada.</p><p>DOENÇA DE CHAGAS</p><p>É uma doença infecciosa causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, transmitida por insetos triatomíneos, hemipteros hematófagos da família Reduviidae, gênero Triatoma. Esses insetos são popularmente chamados de barbeiros</p><p>É comum em regiões áridas onde tem casas de pau a pique (casa de talpa) que os insetos conseguem passar pelas frestas</p><p>Carlos chagas foi o primeiro cientista na história da medicina a descrever completamente uma doença infecciosa, ditando patógeno, vetor (triatominae), hospedeiro, manifestações clínicas e epidemiologia</p><p>TRANSMISSÃO: é tanto oral quando vetorial. Durante a picada, o inseto alimenta-se do sangue do hospedeiro infectado e defeca próximo ao local da picada, nas fezes do vetor estão presentes as formas infectantes (tripomastigotas metacíclicos). Mas, há a forma oral que da pela maceração dos triatomídeos na cana de açúcar ou açaí, por exemplo. Essa ultima forma é responsável pela ocorrência de surtos hoje em dia (mais comum)</p><p>Existem animais infectados por T. cruzi com parasitemia insuficiente para atuarem como reservatórios que são chamados de sentinelas. Eles indicam a presença de um ciclo de transmissão do T. cruzi acontecendo na proximidade.</p><p>CICLO DE AÇÃO: o inseto vetor pica e defeca ao mesmo tempo na pessoa liberando tripomastigota em suas fezes que acaba penetrando na pele da pessoa quando ela coça ou esfrega. Os tripomastigostas, que são a forma ativa de penetração na pele, invadem as células onde se transformam em amastigotas que são capazes de se multiplicar dentro das células de maneira assexuada. Esses tripomastigotas podem invadir novas células do corpo se transformando em amastigotas em outras células. Os amastigotas se transformam em tripomastigotas e destroem essa célula pegando a corrente sanguínea. A partir dai, temos duas vias: ou um outro inseto pica essa pessoa já contaminada reiniciando o ciclo em outra pessoa ou há evolução da doença dentro dessa pessoa. Pensando contaminação de um novo inseto, há transformação de tripopastigotas em epimastigotas no intestino do inseto, há multiplicação, transformando-se em tripomastigotas reiniciando o ciclo.</p><p>Podemos ser contaminados tanto na forma tripomastigota quanto amastigota</p><p>MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:</p><p>· Fase aguda (inicial): há predomínio da febre constante, inicialmente elevada, podendo apresentar picos vespertinos ocasionais. Essas manifestações febris podem persistir por até 12 semanas. A sintomatologia é inespecífica podendo ter prostração, diarreia, vômitos, inapetência, cefaleia, mialgias, aumento de linfonodos, exantema cutâneo de localização variável com ou sem prurido e de aparecimento fugaz. Porem, há sintomatologias que são específicas de chagas, com incidência variável de uma ou mais das seguintes manifestações: miocardite difusa com vários graus de gravidade, sinais de pericardite, derrame pericárdico, tamponamento cardíaco,</p><p>manifestações sindrômicas de insuficiência cardíaca, derrame pleural, edema de face, membros inferiores ou generalizado, tosse, dispneia, dor torácica, hepato e/ou esplenomegalia etc. Nessa fase, temos o sinal de Romaña que indica o local de infecção, é um edema bipalpebral unilateral por reação inflamatória á penetração do parasito, na conjuntiva e adjacências, é uma área dura sem pústula</p><p>· Fase tardia (fase crônica): há parasitemia (encontramos parasitas no sangue), é baixa e intermitente. Inicialmente é assintomática, sem sinais de comprometimento cardíaco e/ou digestivo e pode apresentar-se com:</p><p>· Forma cardíaca: frequentemente evolui para quadros de miocardiopatia dilatada e ICC, é responsável pela maior frequência de óbitos na doença de chagas. Essa cardiomegalia resulta da hipertrofia da musculatura e dilatação das câmaras cardíacas, apresentando aumento do peso, flácido e congesto. Há áreas brancas de aspecto fibroso cicatricial no epicárdio. Predomina no eletrocardiograma DRT com bloqueio de ramo direito com hemibloqueio anterior de ramo esquerdo e extrassístole ventricular.</p><p>· Forma digestiva: há acometimento do aparelho digestivo que podem evoluir para megacólon e/ou megaesôfago, ocorrendo em cerca de 10% dos casos</p><p>· Forma associada ou mista (cardiodigestiva): há ocorrência concomitante de lesões compatíveis com as formas cardíacas e digestivas</p><p>DCA POR TRANSMISSÃO ORAL: é o maior responsável por problemas cardíacos como ICC. Paciente pode apresentar exantema cutâneo, hemorragia digestiva, icterícia, aumento de ALT/AST, enterite, choque, hepatite focal etc.</p><p>DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: são preconizados métodos parasitológicos diretos e/ou métodos sorológicos dependendo da fase clínica da doença. Na fase aguda, é mais recomendado a detecção por métodos parasitológicos diretos por meio de exame de sangue periférico já que há elevada parasitemia, fazemos a análise do sangue no microscópio. Na fase crônica, o diagnóstico é essencialmente sorológico e deve ser realizado utilizando-se um teste com elevada sensibilidade e outro com alta especificidade como IFI e ELISA já que a parasitemia é baixa</p><p>TRATAMENTO: Benzonidazol (fase aguda), em pacientes que não respondam ao tratamento ou sejam intolerantes, podemos optar por Nifurtimox</p><p>LEISHMANIOSE TEGUMENTAR</p><p>Doença infecciosa, não contagiosa causada por protozoário do gênero Leishmania</p><p>Transmissão vetorial que acomete pele e mucosas causando ulceras de pele (úlcera de bauru)</p><p>O agente etiológico é o protozoário do gênero Leishmania que tem 6 subgêneros</p><p>As três principais espécies são:</p><p>· Leishmania amazonenses</p><p>· Laishmania guyanensis</p><p>· Leishmania braziliensis</p><p>Como reservatórios, os animais domésticos são os mais comuns. O cão não é reservatório de LTA, é apenas infectado acidentalmente podendo ser uma sentinela</p><p>Os vetores da Leishmaniose tegumentar são insetos denominados flebotomíneos do gênero Lutzomyia conhecido popularmente como mosquito palha</p><p>TRANSMISSÃO: picada de femeas de flebotomíneos infectadas. Não há transmissão de pessoa a pessoa.</p><p>A infecção e a doença não conferem imunidade ao paciente</p><p>CLÍNICA: pode ter tanto a leishmaniose cutânea quanto a mucosa que apresentam diferentes manifestações clínicas</p><p>· Forma cutânea: mais comum. Úlcera única caracterizada por bordas elevadas em moldura, indolor com formato arredondado ou ovalado, fundo avermelhado e granulações grosseiras, com ou sem exsudação, podendo ser hematogênica</p><p>· Forma mucosa: geralmente são secundarias as lesões cutâneas. Há presença de lesões destrutivas localizadas na mucosa, em geral nas VAS podendo causar epistaxe, obstrução, rinorreia etc.</p><p>DIAGNÓSTICO: clínico e epidemiológico complementado por métodos laboratoriais e eventualmente pela prova terapêutica. De forma laboratorial, podemos fazer exame parasitológico com fragmento cutâneo e isolamento em cultivo in vitro, PCR, imunológico e histopatológico. A pesquisa direta é a primeira escolha, onde fazemos biopsia</p><p>DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE ÚLCERAS CUTÂNEAS: PLECT (paracoccidioidomicose, leishmaniose, esporotricose, cromomicose e tuberculose)</p><p>TRATAMENTO: Na forma cutânea, usamos antimoniato de N-metilglucamina. Para pacientes com idade superior a 50 anos, aqueles com insuficiência real, cardíaca ou hepática, preferimos adiar o tratamento, mas quando não dá, optamos por anfotericina B lipossomal</p><p>LEISHMANIOSE VISCERAL OU CALAZAR</p><p>Doença crônica e sistêmica que quando não tratada pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos</p><p>Agente etiológico é o mesmo da tegumentar</p><p>O reservatório na área urbana é o cão e o vetor é o Lutzomyia (mosquito palha)</p><p>CLÍNICA: febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia, hepatoesplenomegalia e anemia</p><p>Quadro clássico: febre persistente + hepatoesplenomegalia +anemia macrocícita e hipocrômica + icterícia + pancitopenia + ascite</p><p>DIAGNÓSTICO: imunológicos, como testes rápidos imunocromatográficos, IFI e ELISA. Porém, o parasitologia é a técnica padrão ouro para identificação de formas amastigotas do parasito em material obtivo, preferencialmente da medula óssea (biópsia + aspirado de medula óssea)</p><p>TRATAMENTO: Antimoniato de metilglucamina e anfotericina B. devemos considerar a faixa etária, gravidez e comorbidades</p><p>MALÁRIA</p><p>Doença infecciosa endêmica nao contagiosa</p><p>Evolução crônica com episódios de agudização</p><p>Predomina em zonas tropicais e subtropicais</p><p>TRANSMISSÃO: Transmitida por mosquitos Anapholes (femeas hematófagas), popularmente conhecidos como muriçoca, mosquito prego etc. A doença também pode ser adquirida por meio do contato direto com o sangue de uma pessoa infectada (como por exemplo, em transfusões sangüíneas ou transplante de órgãos ou ainda pelo compartilhamento de seringas entre usuários de drogas injetáveis).</p><p>Gênero plasmodium que tem mais de 100 espécies</p><p>· P. Falciparum</p><p>· P. vivax: mais importante por ser responsável por 90% dos casos</p><p>· P. malarie</p><p>· P. Ovale: No Brasil, nunca foi registrada transmissão autóctone de P. ovale, que é restrita a determinadas regiões da África.</p><p>CICLO DE VIDA: Após a picada, os parasitos chegam rapidamente ao fígado onde se multiplicam de forma intensa e veloz. Em seguida, já na corrente sangüínea, invadem os glóbulos vermelhos e, em constante multiplicação, começam a destruí-los. A partir desse momento, aparecem os primeiros sintomas da doença.</p><p>FISIOPATOGENIA: tem efeito lítico direto na hemácia, a P. vivax acomete hemácias jovens, enquanto a P. malarie acomete hemácias maduras. Tem alta parasitemia nos eritrócitos podendo causar destruição e anemia, resposta imune</p><p>CLÍNICA: Náuseas, vômitos, astenia, fadiga, anorexia. No período da infecção pode ter mal estar, cansaço, mialgia etc. Sua febre tem estágios frios e quentes que podem durar 5 dias, hepatoesplenomegalia, mialgia etc. pode evoluir para problemas graves como quadros de anemia grave, insuficiência renal e hepática e coma, dentre outras complicações clínicas. Praticamente, todos os órgãos e sistemas podem ser comprometidos</p><p>Formas clínicas:</p><p>· Febre terçã: causada pelo P. vivax. Período de incubação de 12-16 dias, não ataca células maduras. Há presença de mialgias, cefaleia, palidez, icterícia leve, hepatoesplenomegalia, calafrios violentos e curtos, febre de rápida elevação (4-8h – um dia com febre e dois sem, febre a cada 48h) e sudorese difusa. Se não tratar, pode durar ate 3 meses, podendo causar ruptura de baço, plaquetopenia, insuficiência renal aguda e anemia severa. Na recidiva, há quadro semelhante com mais anemia e hepatoesplenomegalia</p><p>· Febre terçã maligna: causada pela P. falciparum. Tem maior morbidade, mortalidade e resistência a medicamentos. Graves por elevada parasitemia, invade qualquer hemácia causando rompimento e alteração física dessas hemácias. É a chamada malária cerebral, tem inicio gradual ou súbito podendo causar cefaleia, confusão, torpor e coma. Na forma intestinal, pode causar diarreia profusa, as vezes sanguinolenta. Na forma pulmonar, pode causar edema pulmonar com alta mortalidade. Também pode causar hepatite malárica</p><p>· Febre quartã: causada pela P. malariae.</p><p>Tem incidência mais baixa, distribuição restrita e geralmente é mais leve. Causa uma febre intermitente, durando 72h (1 dia com febre e 3 sem), esplenomegalia, parasitemia e sd nefrótica em crianças com quadro de proteinúria, edema e dislipidemia grave</p><p>DIAGNÓSTICO: exames diretos como Gota espessa (clássico porque é capaz de diferenciar as espécies fazendo uma análise semiquantitativa, coleta-se o sangue da pessoa e uma amostra é examinada sob o microscópio para identificar a presença de parasitas da malária. Esse é o padrão ouro, mas pode ser demorado e requer habilidades especializadas de um microscopista.), métodos de Giemsa ou Walker. Podemos pedir exames complementates como hemograma (percebemos anemia, plaquetopenia e leucopenia), bilirrubinas, transaminases etc</p><p>TRATAMENTO: o objetivo é abolir o ciclo reprodutivo sanguíneo do parasita evitando complicações e recorrências tardias. A cloroquina é a primeira opção, mas podemos também usar Primaquina em associação (mais para P. vivax), Amodiaquina, Quinina e Artemeter. Esquema curto para P. vivax ou P. ovale = cloroquina + primaquina</p><p>Quando é indicativo de gravidade, devemos optar pela hospitalização</p><p>DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGO</p><p>Micotoxicose = substância tirada dos fungos para uso medico, como a Penicilina. São doenças causadas através da ingestão imprevista de fungos produtores de substâncias tóxicas, na maioria das vezes.</p><p>Os fungos tem metabolismo versátil e são fontes de vários metabolitos secundários que podem ser tóxicos como alcaloides, além de outras substancias toxicas</p><p>Exemplos de fungos com micotoxinas:</p><p>· Triptamina: chamado de Psilocybe cubensis, o cogumelo mágico ou cogumelo sagrado. Tem neuromoduladores monoaminérgicos como melatonina, serotonina, bufotenina e outros psicodélicos derivados</p><p>· Amanita phalloides: altamente toxico, pode causar hepatotoxicidade</p><p>· Amanita muscaria: imita a intoxicação por álcool, pode durar por horas o efeito. Fungo do mario bros e alice no pais das maravilhas. É psicodélico</p><p>Micoses humanas:</p><p>· Micoses superficiais cutâneas</p><p>· Micoses subcutâneas</p><p>· Micoses sistêmicas</p><p>MICOSES SUPERFICIAIS CUTÂNEAS:</p><p>· Micoses superficiais (ceratofitoses):</p><p>Os agentes ficam instalados e afetam apenas a camada mais externa da pele, geralmente assintomático</p><p>Ficam alojadas nesse local da pele durante muito tempo</p><p>Dificilmente instigam uma resposta imunológica</p><p>Tratamento não é fácil, só há acometimento estético da pele sem alteração sistêmica</p><p>Ex: tinea negra, piedra negra, piedra branca e pitiríase versicolor</p><p>Tinha negra e Pitiríase versicolor são as mais importantes</p><p>Tinea: infecção superficial e assintomática da camada córnea (palma da mão ou planta dos pés), cuja lesão tem coloração negra ou castanha. Tratamento se da por ceratolíticos e antifúngicos tópicos</p><p>· Tinea negra: pode ser palmar, plantar e/ou axilar, acometendo áreas palmar, plantar e axilar. São manchas castanho-escuras ou pretas na região palmar ou bordas dos dedos. Fungo tira a queratinização, havendo uma leve descamação na área palmar, o que faz a diferença no diagnóstico. O agente etiológico é o fungo filamentoso dermáceo: Hortae werneckii. Mais comum em áreas tropicais e subtropicais e em indivíduos com hiperidrose (quem sua muito). O diagnóstico é por exame direto e microscopia da cultura. Podemos usar como tratamento antifúngicos tópicos e ceratolíticos</p><p>Piedras: são micoses que acometem a parte livre dos pelos, formando concreções de colorações brancas ou pretas. São assintomáticas. Tratamento se da por corte dos pelos parasitados, bicloreto de mercúrio e formalina</p><p>· Piedra negra: causada pelo fungo Piedraia hortae. Muito comum que pode passar despercebido como piolho porque se adere no couro cabeludo e não sai no pente fino. Causa nódulos pretos de consistência dura que estão presentes ao longo da haste do pelo infectado, eventualmente barba e bigode e crescimento anormal do pelo. O diagnóstico se da por exame microscópico. Acontece mais em regiões tropicais, está associado ao uso de óleos cosméticos. Conhecida como quirana</p><p>· Piedra branca: causada pelo Trichosporon beigelii, microorganismo leveduriforme. Acomete raramente pelos do cabelo, preferência por pelos axilares e pubianos, tem como característica o desenvolvimento de colônias de consistência pastosa, mole de cor creme (castanho claro) em toda haste dos pelos.</p><p>· Pitiriase versicolor: agente etiológico é o Malassezia furfur, lipofílico parecido com as leveduras. Visto em áreas do corpo com muitas glândulas sebáceas porque o microorganismo precisa de um meio rico em ácidos graxos saturados ou insaturados. São encontrados em forma de hifa. Surge após exposição solar, pacientes em uso de corticóides, sudorese excessiva, oleosidade e alta temperatura. Ocorrem, na maioria das vezes, na parte superior do tronco, braços e abdômen em formato de lesões maculares hiper ou hipopigmentadas diferentes que descama facilmente (sinal de Zileri positivo) dando aspecto seco e calcário. Tratamento se da por ceratolíticos, azóis tópicos ou sistêmicos, retirar fatores predisponentes como vestuário</p><p>· Micoses cutâneas (dermatofitoses):</p><p>São afecções causadas pelos fungos denominados Dermatófitos porque tem preferência pelo extrato córneo e outros tecidos queratinizados, glândulas sudoríparas e gordura podendo se instalar na superfície e anexos cutâneos bem como unhas e couro cabeludo, mas pode acometer epiderme mais profunda</p><p>Tem propriedades mais invasivas e conseguem, de acordo com a espécie envolvida, induzir um quadro inflamatório no hospedeiro</p><p>São queratinofílicos e queratinolíticos, filamentosos, hialinos, septados e algumas vezes artroconidiados</p><p>Gêneros dos dermatófitos: Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton</p><p>Por acometerem diferentes regiões do corpo, recebem denominação de acordo com a topografia. Por exemplo: Tinea capitis (couro cabeludo), Tinea pedis (pés), Tinea unquium (unha) etc.</p><p>Tem preferência por regiões de clima quente e úmido como na américa latina</p><p>TRANSMISSÃO: contato direto ou indireto através de materiais contaminados. A pele lesada facilita a infecção. A umidade é importante para colonização</p><p>TRATAMENTO: antifúngicos tópicos como cetaconazol, miconazol junto a sistêmicos como Griseofulvina, Fluconazol etc. Os sistêmicos são mais necessários para tinea do couro cabeludo e da unha. Terbinafina é antifúngico oral mais eficaz contra dermatófitos.</p><p>DIAGNÓSTICO: microscopia direta, principalmente na onicomicose, lâmpada de wood (emitem fluorescência esverdeada), cultura para fungos etc.</p><p>· Tinea corporis (impingem): caracterizada por feridas arredondadas encontradas pelo corpo do doente que apresentam coceira e são iniciadas por ponto avermelhado que expande em anel de bordas avermelhadas, descamativas no qual o centro da lesão tende a cura espontânea. A forma em placas descamativas eritematosas podem simular quadros de dermatite seborreica ou de psoríase. A etiologia é por qualquer dematófito</p><p>· Tinea capitis (Tinha do couro cabeludo): São observadas áreas arredondadas com falhas nos cabelos, os cabelos se apresentam cortados próximos ao couro cabeludo (alopecia). Se apresenta com couro cabeludo eritematoso e descamante, queda dos cabelos com tonsura, queda e destruição do folículo piloso e processo inflamatório associado. É bastante contagiosa e mais comum em criança (epidemias escolares)</p><p>· Tinea pedis (tinha do pé): Coceira e descamação na planta dos pés que progride para laterais até encontrar a pele mais fina. É a mais comum. É o famoso ‘’pé de atleta’’ causando prurido, maceração, descamação e as vezes fissuração. Pode estar relacionado a cândida albicans e corynebacterium, mas também pode ter a forma bolhosa e forma escamosa.</p><p>· Tinea cruris (micose da virilha): formação de áreas descamativas e avermelhadas com bordas bem delimitadas na região inguinal que se alastram para as coxas e nadegas acompanhadas de coceira, em regiões quentes e úmidas. Maior em jovens do sexo masculino. Os fatores predisponentes são umidade, calor, obesidade, roupa e higiene</p><p>· Tinea unguim (onicomicose): Pode</p><p>causar deformidade, manchas brancas na superfície e descolamento da borda livre da unha, além do espessamento da mesma. Não acomete a matriz ungueal. Mais comum em mulheres na fase adulta. Pode causar paroníquia quando a micose alcança a pele ao redor da unha. As lesões podem ser nas regiões subungueais distais (mais frequentes) e/ou laterais. No paciente com AIDS, é comum o acometimento proximal e de múltiplas unhas.</p><p>· Intertrigo candidiásico: causada pela levedura Candida albicans que forma pontos satélites avermelhados em torno da região mais afetada como dobras da pele e com a umidade, alastram-se provocando bastante coceira</p><p>· Micoses subcutâneas:</p><p>São infecções das camadas mais profundas da pele, apresentando baixo grau de infectividade na maioria dos casos. Mas as infecções estão associadas a lesões traumáticas. Acometem a derme, tecido subcutâneo, músculos e fáscias</p><p>Há lesões nas áreas de traumatismo onde o microorganismo é inoculado e estabelecido, o desenvolvimento, na maioria dos casos, é insidioso e crônico alastrando-se mais tarde para epiderme e aparecendo no formato de lesões sobre a superfície da pele</p><p>Ex: esporotricose e cromomicose</p><p>· Esporotricose: causada por Sporothrix shenkii que é um fungo dimófico causador da infecção crônica. Relacionado ao trabalho em florestas, jardinagem e mineração porque são encontrados em cascos de arvores, espinhos, algas etc em regiões tropicais e subtropicais. O fungo penetra no hospedeiro depois da inoculação traumática de objetos usualmente contaminados. Causa lesões nodulares e ulcerativas ao lado dos nódulos linfáticos que drenam o sítio primário de inoculação. Diagnostico se da por micológico direto. Primeira escolha de tratamento é Itraconazol.</p><p>MICOSES SISTÊMICAS OU MICOSES INVASIVAS:</p><p>São necessariamente virulentos e acarretam doenças em humanos saudáveis</p><p>O primeiro foco de ação desses agentes é o pulmão, ocasionando na maioria das vezes, uma ligeira infecção respiratória ou até assintomática com cura espontânea. Mas, há a possibilidade da infecção atingir outro órgão secundário e causar doenças</p><p>A gravidade da doença está diretamente relacionada com o estado imunológico do hospedeiro e pelo agente etiológico que a acarreta</p><p>São conhecidos 5 tipos de fungos que fazem parte deste grupo:</p><p>· Histoplasma capsulatum – Histoplasmose</p><p>· Blastomyces dermatitidis – Blastomicose</p><p>· Paracoccidioides brasiliensis – Paracoccidioidomicose</p><p>· Coccidioides immitis – Coccidioidomicose</p><p>· Cryptococcus neoformans – Criptococose</p><p>Paracoccidioidomicose é uma micose sistêmica com caráter endêmico entre as populações da zona rural da região sul, sudeste e centro-oeste. Uma doença pulmonar ocasionada pela inalação de conídios infecciosos de P. brasiliensis, na qual a infecção pulmonar primária mostra-se assintomática na maioria das vezes. Pode causar sialorreia, lesões na metade superior do corpo, fundo mamilonado com pontilhado hemorrágico com lesões vegetantes. Pode ter adenopatias regionais ou generalizadas, fistulização frequente podendo causar lesões pulmonares. Tratamento em situações leves é Itraconazol e em situações graves, Anf. B</p><p>Coccidioidomicose é conhecida como febre do vale de são Joaquim. Causada por um fungo dimórfico que quando inalado, acomete o homem e outros animais. Maior incidência no verão. Grande variedade de animais domésticos e silvestres é suscetível, mas o cão é o melhor marcador epidemiológico desta micose. É uma infecção respiratória aguda, na maioria do casos auto-limitada e benigna. Pode causar desde uma simples constipação nasal até infecção respiratória crônica, bronquiectasia, forma cavitaria com fibrose. Evolução assintomática ou crônica progressiva ou aguda e rapidamente fatais (diabéticos, alcoolatras ou imunossuprimidos). Na forma primaria, há cura espontânea, mas nas formas disseminadas usamos Anf. B e depois Itraconazol</p><p>Histoplasmose pode apresentar-se desde uma infecção assintomática até a forma disseminada com êxito letal, é a mais comum infecção respiratória causada por fungo. Adquirida por inalação de esporos dispersos no ambiente rico em fezes de morcego e aves. 95% dos casos evoluem para cura espontânea. Mostra-se assintomática na maioria das vezes, mas originando sintomas de pneumonia aguda em 5% dos casos. Tem sido observado um crescimento do numero de casos de Histoplasmose em pessoas com neoplasias ou outras doenças que levam a um estado de imunossupressão como a AIDS. Tratamento é desde suporte ventilatório a anfotericina B ou Itraconazol dependendo da gravidade</p><p>Blastomicose é causada por inalação de conídios de B. dermatititidis, acarreta infecções pulmonares primarias normalmente silenciosas e de difícil observação. É raro, podendo haver disseminação sistêmica</p><p>Criptococose através da inalação de fungos patogênicos do gênero Crytococcis (C. neoformans e C. gattii) em áreas tropicais e subtropicais, podendo causar infecções crônicas ou agudas. O pulmão é o alvo de infecção primaria, mas esse microorganismo pode disseminar para o cérebro e meninge. As infecções pulmonares primarias demonstram-se assintomáticas e podem ser diagnosticadas através de radiografia de rotina. Causam meningoencefalite de base, deficiências neurológicas focais de evolução grave, fatal, acompanhada ou não de lesão pulmonar evidente, fungemia e focos secundários para pele, ossos, rins, supra-renal, entre outros. Há associação com AIDS, aumentando sua letalidade. C neoformans é o causador principal de meningite fúngica e um importante agente de morbidade e motalidade em doentes imunodeprimidos</p><p>ANIMAIS PEÇONHENTOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA</p><p>ARANHA:</p><p>Ou araneísmo, é o quadro clínico de envenenamento decorrente da inoculação da peçonha de aranhas, através de um de ferrões localizados na parte anterior do animal</p><p>As aranhas de importância médica no brasil:</p><p>· Loxosceles:</p><p>· Conhecida como aranha marrom ou aranha violino</p><p>· Não são agressivas</p><p>· Picam quando são comprimidas contra o corpo (quando, por exemplo, sobe no seu corpo e você bate para ela sair, acaba comprimindo-a contra o seu corpo)</p><p>· Hábitos noturnos</p><p>· Constroem teias irregulares como algodão esfiapado</p><p>· Escondem-se em telhas, tijolos, madeira ou atrás de móveis (ambientes com má iluminação e movimentação)</p><p>· As ações de seu veneno se dão pela enzima Esfingomielinase-D que desencadeia uma resposta inflamatória no local de inoculação como sistemicamente. Seu veneno é citotóxico e hemolítico. As manifestações clínicas podem ser de maneira cutânea ou cutânea-visceral</p><p>· Cutânea: instalação lenta e progressiva, apresenta necrose seca e ulceração no local da picada. Dor de pequena intensidade, o local acometido pode evoluir com palidez mesclada com áreas equimóticas (placa marmórea), pode apresentar vesículas e/ou bolhas com conteúdo sero-sanguinolento ou hemorrágico. Pode ocorrer febre, mal estar geral, fraqueza, náusea, vômitos e mialgia – chamada de aracnidismo dermonecrótico</p><p>· Cutânea visceral: são os casos mais graves onde há hemólise dentro de 24h após o acidente podendo causar coagulação intravascular disseminada e insuficiência renal aguda – chamada de loxoscelismo</p><p>· Tratamento: sintomático com Prednisona, paciente deve ser acompanhado pelo menos por 72h</p><p>· Phoneutria:</p><p>· São chamados de aranha armadeira ou macaca</p><p>· São muito agressivas, assumindo posição de defesa saltando até 40cm de distância</p><p>· São caçadoras com atividades noturnas</p><p>· Abrigam-se sob troncos, palmeiras, bromélias e entre folhas de bananeira</p><p>· As ações de seu veneno se da por aumento da liberação de neurotransmissores causando excesso de despolarização de fibras nervosas</p><p>· Quadro clinico é normalmente leve, tendo como característica uma dor intensa no local de inoculação de forma imediata, podendo irradiar até a raiz do membro acometido, pode ter edema, eritema, parestesia e sudorese no local da picada onde podem ser visualizadas as marcas de dois pontos de inoculação</p><p>· Tratamento: anestésicos, analgésicos, anti-inflamatórios e soroterapia</p><p>· Latrodectus:</p><p>· Aranha viúva negra</p><p>· Não são agressivas</p><p>· Atividade noturna</p><p>e habito de viver em grupos</p><p>· Teias irregulares em arbustros, gramíneas etc</p><p>· Encontradas próximos ou dentro de casas, ambientes sombreados como frestas, cadeiras e mesas em jardins</p><p>· A viúva negra junto a aranha marrom forma o grupo de aranhas mais venenosas do brasil</p><p>· Seu veneno tem uma toxina chamada alfa-latrotoxina que age em terminações nervosas sensitivas e SNA, sendo, portanto, neurotóxico.</p><p>· As manifestações clínicas aparecem 40-60min após a picada e se caracterizam por sudorese, dor intensa no local de inoculação com irritação, dor abdominal e em casos graves, choque</p><p>· As manifestações clínicas variam de irritação local com dor a uma síndrome mais sistêmica chamada de latrodectismo que é caracterizado por variações nas apresentações podendo ter distúrbios autonômicos até dor generalizada e rigidez, tremores, ansiedade, excitabilidade, insônia, cefaleia, prurido, eritema de face e pescoço</p><p>· Tratamento: varia desde simples analgesia até administração de soro como ASALox (antilaxocélico)</p><p>ESCORPIÃO:</p><p>· Tityus serrulatus:</p><p>· Escorpião amarelo</p><p>· Ampla distribuição em todas as macrorregiões do pais</p><p>· Maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e pela expansão em sua distribuição geográfica</p><p>· T. bahiensis:</p><p>· Escorpião marrom</p><p>· Encontrado na bahia e regiões centro-oeste, sudeste e sul do brasil</p><p>· T. stigmurus:</p><p>· Escopiao amarelo do nordeste</p><p>· Apresenta reprodução do tipo partenogenética</p><p>· Mais comum no nordeste</p><p>· T. obscurus:</p><p>· Escorpião preto da amazonia</p><p>· Principal causadora de acidentes e óbitos na região norte e no MS</p><p>Manifestações locais:</p><p>· Dor de instalação imediata em todos os casos</p><p>· Pode se irradiar para o membro acometido sendo acompanhado de parestesia, eritema e sudorese local</p><p>· O quadro mais intenso da dor ocorre nas primeiras horas após o acidente</p><p>Manifestações sistêmicas:</p><p>· Pode surgir sudorese profunda, agitação psicomotora, tremores, náuseas, vômitos, sialorreia, hipertensão ou hipotensão, arritimia cardíaca, ICC, edema pulmonar agudo e choque</p><p>Diagnóstico: bioquímica, ECG, radiografia de tórax , ECO</p><p>Tratamento: soro antiescorpiônico ou na falta deste, soro antiaracnídico. Sintomático para alivio da dor</p><p>SERPENTES</p><p>A prevalência é nas regiões centro-oeste, sudeste e sul</p><p>O gênero que mais causa acidentes ofídicos é Botrópico (Jararaca) e maioria dos ataques ocorrem em pés e pernas</p><p>Da familia Viperidae, temos os gêneros Bothrops (jararaca), Crotalus (cascavel) e Lachesis (Surucucu):</p><p>As principais características das cobras dessa familia são:</p><p>· Presença da fosseta loreal (um órgão sensorial que fica entre a narina e o olho da cobra, capaz de detectar diferenças de temperaturas no ambiente)</p><p>· Dentes inoculadores móveis e grandes na região anterior e maxilar da boca</p><p>· Tipo característico de cauda</p><p>BOTHROPS (JARARACA):</p><p>Seu veneno causa ação proteolítica (causa reações inflamatórias causando necrose, edema e bolhas), ação coagulante (pode formar trombos) e ação hemorrágica</p><p>Pode causar manifestações locais e sistêmicas:</p><p>· Local: dor e edema de caráter progressivo, causando a Sd. Compartimental onde há compressão dos feixes vasculares e nervosos na região podendo causar queda da perfusão sanguínea e de sinais nervosos dos músculos e órgãos na região da picada</p><p>· Sistêmica: sangramento distante do local da picada, náusea, vomito, hipotensão e choque</p><p>Podemos pedir como exame, tempo de coagulação, hemograma e urina</p><p>Tratamento: soro antibotrópico caso tenha certeza do gênero ou inespecífico com tratamento suportivo e sintomático</p><p>CROTALUS DURISSUS (CASCAVEL):</p><p>Causa ação neurotóxica (pela ação da enzima crotoxina, faz bloqueio neuromuscular), miotóxica (causa rabdomiólise) e coagulante</p><p>Tem ação local e sistêmica:</p><p>· Local: discretas ou ausentes</p><p>· Sistêmica: sinais neurológicos (facies miastênica e paralisia de grupos musculares), musculares, distúrbios da coagulação e sintomas generalizados</p><p>Problema causado por esse gênero é de leve a grave, podendo ser classificado de acordo com a coloração da urina</p><p>Pode trazer como principal complicação a insuficiência renal aguda</p><p>Exames complementares úteis: CK, aldolase, TGO, hemograma, função renal e tempo de coagulação</p><p>Tratamento: soro anticrotálico com tratamento inespecífico suportivo e sintomático</p><p>LACHESIS (SURUCUCU PICO DE JACA)</p><p>São grandes e inoculam grande quantidade de veneno</p><p>As ações de seu veneno são proteolítica, coagulante, hemorrágica e neurotóxica (por meio do estímulo vagal)</p><p>Quadro clínico parecido com brotópico trazendo bradicardia, hipotensão e cólicas abdominais</p><p>Da familia Elapidae, nós temos a Micrurus e Leptomicrurus</p><p>As espécies tem padrão com anéis coloridos</p><p>MICRURIS:</p><p>Cobra coral</p><p>Não tem fosseta loreal</p><p>Dentes inoculadores são pequenos, mas também na região maxilar anterior</p><p>As cobras corais não inoculadoras não têm dentes inoculadores e seus anéis são incompletos</p><p>O quadro clínico é muito grave e surge em menos de 1 hora após a picada com redução progressiva da força muscular, oftalmoplegia, ptose palpebral, paralisia do véu palatino e insuficiência respiratória. Se não tratado rapidamente, pode evoluir para morte pela paralisia dos músculos respiratórios</p><p>No local da picada não tem alteração importante, apresenta dor de intensidade variável, visão borrada ou dupla e aspecto sonolento</p><p>INTRODUÇÃO A CCIH /IRAS – INFECTOLOGIA HOSPITALAR</p><p>Antigamente faltava a revisão periódica hospitalar para ter manutenção e cuidado com as paredes, pisos, camas para que não tivesse contaminação a pacientes</p><p>CCIH é uma comissão de controle de infecção hospitalar. Historicamente o controle da infecção hospitalar, faz parte do trabalho de enfermagem</p><p>É uma comissão composta por representantes dos serviços como medico, enfermagem etc podendo ser composta apenas por 1 médico e 1 enfermeiro, com a missão de prevenção e controle das infecções hospitalares elaborando, planejando, executando, mantendo e avaliando o programa de infecção hospitalar por meio de algumas ações como obedecer a normas estabelecidas pela ANVISA, implantar sistema de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares etc. deve ser contemplado com diversas ações e rotinas de prevenção como, por exemplo, higienização correta das mãos.</p><p>As CCIH realizam atividades de vigilância epidemiológica e microbiológica, investigações e controle de surtos, monitoramento do uso de antimicrobianos e acompanhamento dos profissionais vítimas de acidentes com material biológico.</p><p>Florence Nightingale, enfermeira inglesa, ressalta a importância do ambiente limpo e arejado, enquanto agente terapêutico e benéfico para a cura ou melhora dos doentes. Foi ela quem definiu precisamente as iatrogenias no cotidiano das instituições hospitalares quando afirmou que a prima condições em um hospital é não prejudicar o doente</p><p>Infecções hospitalares são qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. Porem, hoje em dia, esse termo é considerado inadequado, sendo chamado de infecções relacionadas a assistência a saúde</p><p>As IRAS ocorrem devido a um desequilíbrio entre as defesas do paciente (sistema imunológico) e germes que habitam o seu corpo (microrganismos). Tais microrganismos são ditos oportunistas porque se “aproveitam” do estado de saúde debilitado do paciente provocado por doenças, imunodeficiências, uso de antibióticos, procedimentos médico-cirúrgicos e dispositivos hospitalares invavisos (cateteres, tubos, drenos, sondas, etc) para encontrar uma fácil “porta de entrada” para invadir o organismo e causar uma infecção que não ocorreria fora destas condições. Em resumo, as infecções relacionadas à assistência à saúde são infecções oportunistas, causadas por germes presentes no organismo do paciente, que se associam a múltiplos fatores, tais como procedimentos hospitalares invasivos e tratamentos médicos aos quais o paciente é submetido, além do seu estado de saúde (doenças).</p><p>O diagnóstico das infecções relacionadas a assistência</p><p>a saúde (IRAS), pode variar entre 2 e 90 dias após internações e que suas características definidoras vão depender do tipo de intervenção, assim como o sítio estudado. O IRAS são correlacionadas a abcessos locais, febre, hemoculturas ou culturas de lesões ou cavidades positivas para microrganismos patogênicos e/ou resistentes a antibióticos</p><p>As atribuições da CCIH diz respeito a vigilância epidemiológica das infecções, compreendendo diagnóstico, notificação e consolidação de relatórios, avaliando o exercício profissional pelos índices de infecção, investigação de surtos em que se revisam práticas assistenciais, medidas de isolamento e precauções para evitar disseminação de doenças transmissíveis, indicação de medidas protetoras adicionais para atendimento dos pacientes, adequação e supervisão das normas técnicas, avaliação de condutas e padronizações existentes no hospital, política de utilização de antimicrobianos, definição de regras para prescrição de medicamentos e elaboração de protocolos clínicos para tratamento de IRAS</p><p>Fatores extrínsecos: São aqueles pertinentes ao meio externo como higienização das mãos, realização adequada de procedimentos invasivos, utilização da técnica correta, uso de EPIs e outros. A higienização da mão é reconhecida como a prática mais efetiva para reduzir as IRAS porque é capaz de impedir a transmissão cruzada de microrganismos, sendo utilizada como principal fator extrínseco analisado</p><p>Profilaxia antimicrobiana em cirurgia: deve ser administrado por via endovenosa em até 60 minutos antes da incisão, incluindo parto cesáreo. Se a administração for realizada com Vancomicina ou Fluorquinolonas, estes devem ser administrados dentro de duas horas antes do procedimentos. Para cirurgias com grande perda sanguínea, uma dose suplementar do antibiótico deve ser administrada, também sendo necessário em cirurgias prolongadas que excedem duas meias-vidas do antibiótico escolhido, neste caso deve ser repetida uma dose do antibiótico durante o procedimento. Para a maioria das cirurgias, apenas as doses do intra-operatório são efetivas, não sendo recomendada a administração de doses do antibiótico no pós operatório. No caso de cirurgias eletivas, avaliar os foco os focos de infecção prévios e trata-los antes do procedimento. O antimicrobiano escolhido para a profilaxia cirúrgica deve ter: toxicidade mínima, baixo custo, ser fraco indutor de resistência, ter apresentação parenteral, possuir farmacocinética adequada, além de ser dotado de atividade contra a maioria dos patógenos causadores de Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC).</p><p>• Objetivo: prevenção de infecção de sítio cirúrgico.</p><p>• Indicação: cirurgias contaminadas e cirurgias potencialmente contaminadas ou limpas na presença de alguns fatores de risco.</p><p>ZOONOSES E DOENÇAS TROPICAIS INFECCIOSAS NEGLIGENCIADAS</p><p>Está diretamente relacionado ao baixo IDH, baixa educação, condição socio-econômica. No geral, as condições de pobreza estão intrinsecamente relacionados a ocorrência de doenças tropicais negligenciadas (DTNs)</p><p>As doenças tropicais como malária, doença de chagas, doença do sono (tripanossomíase humana africana), leishmaniose visceral, filariose linfática, dengue e esquistossomose continuam sendo algumas das principais doenças negligenciadas com maiores causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo</p><p>Mais de 90% dos casos de malária ocorrem na região norte e há surtos de filariose linfática e oncocercose</p><p>Estudaremos como doenças negligenciadas:</p><p>· Tracoma</p><p>· Esquistossomose</p><p>· Helmintíases</p><p>· Filariose</p><p>· Leptospirose</p><p>· Febre maculosa</p><p>· Leishmaniose visceral</p><p>· Leishmaniose tegumentar</p><p>TRACOMA:</p><p>É uma doença inflamatória ocular, uma conjuntivite basicamente crônica causada pela bactéria Chlamydia trachomatis que ocorre em áreas de maior concentração de pobreza, deficientes condições de saneamento básico e acesso a agua</p><p>É a principal causa de cegueira infecciosa podendo causar, cegueira irreversível</p><p>Apresenta 5 formas clinicas: 2 formas transmissíveis e 3 formas não transmissíveis</p><p>Pode causar fotofobia, prurido, sensação de corpo estranho dentro do olho, vermelhidão nos olhos, secreção, lacrimejamento e dor nos olhos</p><p>A transmissão se dá por contato direto pessoa a pessoa por meio de secreções oculares ou nasofaríngeas, ou indireto por meio de objetos contaminados (toalhas, lenços, fonhas etc.), as moscas podem contribuir para a disseminação da doença por disseminação mecânica. Vale salientar que a transmissão só é possível na presença de lesões ativas</p><p>O agente causa uma conjuntivite crônica e por conta disso, o diagnóstico se mostra dificultado fazendo com que os sintomas sejam frustos ou ausentes podendo se confundir com uma conjuntivite alérgica. Dessa maneira, o diagnóstico é clínico pela verificação de triquíase ou entrópio e exame laboratorial que veja a presença do agente etiológico para saber se há o agente na comunidade e não para confirmação do caso</p><p>Causa uma condição conhecida como triquiase – rotação para dentro dos cílios para que eles entrem em contato com o globo ocular. É uma maneira de diagnóstico da doença. Também pode causar entrópio que é o enrolamento de toda a pálpebra para dentro</p><p>Usamos macrolídeos como tratamento – azitromicina</p><p>ÚLCERA DE BURULI:</p><p>Doença causada pela Mycobacterium ulcerans, um BAAR</p><p>O quadro clínico varia podendo apresentar nódulos, áreas de edema, placas, mas a manifestação mais típica é uma grande úlcera que ocorre, em geral, nas pernas ou nos braços</p><p>A fase inicial se da por um nódulo cutâneo indolor e móvel e após algumas semanas forma uma úlcera com bordas mal delimitadas que a tornam aparentemente, menor que seu tamanho real</p><p>O diagnóstico por cultura é difícil, sendo melhor por PCR</p><p>Tratamento se da por medicamentos (rifampicina + aminoglicosídeos), cirurgia (retirada da lesão), enxerto e amputações</p><p>DRACUNCULÍASE / DRACUNCULOSE:</p><p>Conhecida como doença do verme-da-guiné, não existe no Brasil</p><p>É uma infecção por uma filária nematóide do gênero Dracunculus que acometem mais frequentemente as pernas e pés</p><p>É uma grande filaria que pode chegar ate 1 metro que acomete o sistema linfático do paciente, fazendo uma úlcera podendo se procriar</p><p>Os sintomas incluem prurido, náusea, vômitos, diarreia ou ataques de asma por conta da reação de hipersensibilidade que o verme causa, além de uma lesão cutânea dolorosa do tipo inflamatório, contendo um verme adulto e artrite debilitante que causa prurido intenso e dor em queimação no lugar que o verme entrou</p><p>Não há tratamento, apenas a retirada do verme usando um palito tirando 1cm por dia</p><p>Era muito comum e hoje em dia, poucas pessoas apresentam essa doença</p><p>SAÚDE DO VIAJANTE</p><p>O problema da saúde do viajante, nos dias atuais, decorre das grandes navegações, das doenças trazidas pelo navegante como sífilis, leishmaniose, malária e esquistossomose</p><p>A epidemia da gripe espanhola foi levada por navios e trens, afetou mais de 30% da humanidade, afetou adultos jovens, tiveram 3 ondas e uma mortalidade variável</p><p>Fatores de risco:</p><p>· Crescimento da atividade turística = aumento na probabilidade de movimentação de doenças</p><p>· Grandes diferenças socioeconômicas entre as várias regiões do país aliado a ausência de uma política pública nacional de saúde para viajantes que possa atender este novo cenário (proteção tanto do viajante quanto da comunidade que o recebe)</p><p>· Aumento considerável do fluxo de saída do brasil</p><p>· Facilidade de viajar para muitos países e até mesmo para regiões endêmicas</p><p>Formas de protecionismo: visto de entrada, permanência restrita (japão e china) e seguro-viagem obrigatório, passaporte de imunização</p><p>O sarampo é uma doença que viaja pelo mundo, sendo observada no continente europeu, EUA, aqui no Brasil em Pernambuco pós carnaval, Ceará etc</p><p>Recomendações:</p><p>· Levar medicamentos básicos e um guia de utilização</p><p>· Consulta medico antes da viagem para obter recomendações sobre o local</p><p>· Kit de descontaminação de aguas (cloro pastilha)</p><p>· Repelentes e EPI</p><p>· Fazer exames e tomar vacinas necessárias</p><p>· Conhecer epidemiologia local</p><p>· Fazer seguro-viagem</p>