Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>Recuperação judicial e falência</p><p>RECUPERAÇÃO JUDICIAL - LEI 11.101/2005.</p><p>O sistema de insolvência como um todo e o instituto da recuperação judicial, em particular, são instrumentos de política pública que impactam o mercado de crédito. Instrumento de política pública, o sistema de insolvência pode se orientar para uma maior eficiên­cia econômica da alocação dos recursos escassos, com vista à maior satisfação dos créditos, ou para acentuar uma política distributiva dos ativos.</p><p>FINALIDADE</p><p>Lei nº 11.101/05, art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.</p><p>A insolvência de um empresário vai além das estatísticas de perda de empregos: os credores possuem interesses em serem pagos, os acionistas em manter o direito residual aos lucros do negócio, os trabalhadores em manter suas fontes de renda e a comunidade ao redor em manter a empresa que fornece benefícios, mesmo que indiretos. Em vista dessa gama de afetados é que o sistema de insolvência brasileiro foi estruturado.</p><p>1º FASE: POSTULATÓRIA</p><p>A primeira fase, postulatória, compreende o período caracterizado entre a distribuição do pedido de recuperação judicial e a admissão de seu processamento.</p><p>→ Legitimidade para o requerimento de recuperação:</p><p>O art. 48 determina que o devedor poderá requerer a recuperação judicial. Para tanto, o devedor deverá atender, cumulativamente, os requisitos indicados na lei:</p><p>Demonstrar que exerce regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos;</p><p>Que não é falido, e, se o foi, que estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;</p><p>Não obteve, há menos de 5 (cinco) anos, concessão de recuperação judicial;</p><p>Não foi condenado por qualquer dos crimes previstos na Lei n. 11.101/2005.</p><p>Excepcionalmente, diante de falecimento do empresário individual de responsabilidade ilimitada, o requerimento do devedor poderá ser realizado pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente.</p><p>→ Competência:</p><p>Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005</p><p>Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.</p><p>→ Requisitos para apresentação do pedido:</p><p>1. Exercício regular da atividade empresarial há mais de 2 anos;</p><p>2. Não ser falido ou seja o foi ter obtido a declaração de extinção das suas obrigações por decisão judicial transitada em julgado;</p><p>3. Não ter sido beneficiado com a recuperação judicial a menos de 5 anos;</p><p>4. Não ter sido condenado ou não ter como sócio administrador alguém condenado por crime falimentar;</p><p>5. O empresário deve comprovar a viabilidade da empresa, os motivos da crise evidenciando ser passageira com a juntada dos documentos exigidos pelo art. 51 da Lei 11.101/05.</p><p>Certidões: há uma flexibilidade, pois geralmente a empresa não tem ficha limpa nos cartórios de protestos e dividas tributárias.</p><p>->Juiz posteriormente pode pedir para o autor emendar a petição (juntada novo doc, preencher algum requisito, etc).</p><p>→ Procedimento:</p><p>PEDIDO DE PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL</p><p>↪ Pedido de processamento de recuperação judicial</p><p>Petição inicial:</p><p>Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005</p><p>Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:</p><p>I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira;</p><p>II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:</p><p>a) balanço patrimonial;</p><p>b) demonstração de resultados acumulados;</p><p>c) demonstração do resultado desde o último exercício social;</p><p>d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;</p><p>e) descrição das sociedades de grupo societário, de fato ou de direito;</p><p>III - a relação nominal completa dos credores, sujeitos ou não à recuperação judicial, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço físico e eletrônico de cada um, a natureza, conforme estabelecido nos arts. 83 e 84 desta Lei, e o valor atualizado do crédito, com a discriminação de sua origem, e o regime dos vencimentos;</p><p>IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento;</p><p>V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;</p><p>VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor;</p><p>VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;</p><p>VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial;</p><p>IX - a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais e procedimentos arbitrais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados;</p><p>X - o relatório detalhado do passivo fiscal;</p><p>XI - a relação de bens e direitos integrantes do ativo não circulante, incluídos aqueles não sujeitos à recuperação judicial, acompanhada dos negócios jurídicos celebrados com os credores de que trata o § 3º do art. 49 desta Lei.</p><p>↳ DEFERIMENTO DO PEDIDO DE REC. JUDICIAL: Dec. interlocutória, ou seja, o processo vai seguir adiante:</p><p>1. Nomeação de um administrador judicial: Indicado na petição inicial, administrador/gestor do próprio grupo (empresa), entretanto ele pode ser substituído por um gestor judicial;</p><p>2. Prazo de 60 dias p/ apresentação de plano de recuperação, a contar do deferimento do pedido de processamento;</p><p>3. Não apresentar dentro do prazo: decretação de falência;</p><p>4. Prazo de 15 dias para os credores da requerente habilitarem seus créditos , a contar do deferimento;</p><p>5. 45 dias para o adm judicial refazer o quadro de credores da requerente; a contar do deferimento.</p><p>↪ Empresa irá apresentar plano de recuperação:</p><p>Efeitos do deferimento:</p><p>1. Suspensão da tramitação de ação de ações em curso contra a empresa devedora, bem como, suspensão do prazo prescricional para os credores, ambos por 180 dias a contar do deferimento do processamento;</p><p>2. Com efeito retroativo à data de distribuição do pedido judicial o devedor fica proibido de alienar (vender), ou oferecer em garantias bens e direitos do seu ativo salvo com autorização judicial precedida de consulta ao comitê de credores desde que constatada utilidade aos próprios credores. Com tudo, se a providência estiver prevista no plano de recuperação a ser apresentado e este for aprovado daí pode alienar ou oferecer seus bens em garantia;</p><p>3. O juízo que deferiu o processamento, torna-se competente para tratar de qualquer conflito relacionado com a recuperação judicial, exceto se a eventual demanda não envolver créditos abrangidos no plano de recuperação judicial (súmula 480, do STJ)</p><p>4. Determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor possa exercer as suas atividades;</p><p>5. Proibição de qualquer forma de retenção, penhora, busca e apreensão, e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor oriunda de pedidos judiciais ou extrajudiciais cujos os créditos ou obrigações sujeitem-se a recuperação judicial;</p><p>6. Nomeação de administrador judicial que acompanhará todo o</p><p>procedimento mas não assume o lugar do administrador da empresa requerente, como ocorre na falência;</p><p>7. A determinação ao devedor de apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial sob pena de destituição de seus administradores;</p><p>8. O julgador ordenará a intimação do MP e de todas as fazendas públicas (Federal, estadual e municipal) do local em que o devedor tiver estabelecimento, a fim de que tomem ciência da recuperação judicial e informe eventuais créditos perante o devedor;</p><p>9. O julgador determinar a expedição de edital para publicação na imprensa oficial que conterá</p><p>a) resumo do pedido do devedor e da decisão que deferiu o processamento da recuperação judicial;</p><p>b) a relação de credores com o valor dos créditos atualizados e a classificação de cada crédito;</p><p>c) a advertência quanto ao prazo de habilitação de eventuais credores de acordo com o Art 7º, da Lei 11.101/05, o prazo é de 15 dias;</p><p>10. Deferido o processamento da recuperação judicial os credores poderão a qualquer tempo requerer a convocação de assembleia geral para a constituição de comitê de credores;</p><p>11. O devedor não pode desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na assembleia geral de credores.</p><p>↳ INDEFERIMENTO: Sentença, finaliza o processo.</p><p>CREDORES NA REC. JUDICIAL:</p><p>Credores incluídos: (Art. 49 da Lei 11.101/05)</p><p>A) Todos os créditos em face da requerente anteriores a data de pedido da recuperação judicial, sendo créditos vencidos ou vincendos;</p><p>B) Créditos trabalhistas;</p><p>C) Créditos com garantia real, ou seja, credores da requerente garantidos por eventual hipoteca, ou penhor;</p><p>D) Credores quirografários, ou seja, os últimos da lista, não têm garantia vinculada ao cumprimento da obrigação pela requerente.</p><p>Não incluídos:</p><p>A) Os créditos que surgirem contra a requerente após a data do pedido de processamento de rec. judicial;</p><p>B) Eventuais obrigações a título gratuito.</p><p>C) Os créditos tributários;</p><p>D) As despesas que os credores tiveram para habilitação no processo;</p><p>E) Créditos referentes às relações jurídicas nas quais a propriedade do bem, não é da requerente devedora, mas sim de Instituição financeira, estando a devedora na posse do bem pagando parcelas para eventual aquisição. Ex: Crédito de instituição financeira decorrente de alienação fiduciária de bem móvel ou imovel, crédito de leasing (arrendamento mercantil), credor de compra e venda de imovel com cláusula de de irrevogabilidade e irretratabilidade, credores de compra e venda com reserva de domínio.</p><p>⤷ Há possibilidade de ajuizar ações fora da recuperação judicial.</p><p>PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL:</p><p>⤷ O plano de recuperação judicial deve ser apresentado pelo próprio devedor, ou seja, pela empresa em crise. O plano de recuperação judicial é um documento detalhado que descreve como a empresa planeja reorganizar suas finanças. Ele inclui informações sobre os ativos e passivos da empresa, bem quais serão as estratégias utilizadas para quitar as dívidas.</p><p>Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005</p><p>Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter:</p><p>I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo;</p><p>II – demonstração de sua viabilidade econômica; e</p><p>III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada.</p><p>Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei.</p><p>→ O plano deve ser aprovado pela assembleia de credores.</p><p>Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005</p><p>Art. 35. A assembleia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:</p><p>I – na recuperação judicial:</p><p>a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor;</p><p>b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;</p><p>c) (VETADO)</p><p>d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4º do art. 52 desta Lei;</p><p>e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;</p><p>f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores;</p><p>g) alienação de bens ou direitos do ativo não circulante do devedor, não prevista no plano de recuperação judicial;</p><p>Art. 41. A assembleia-geral será composta pelas seguintes classes de credores:</p><p>I– titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho;</p><p>II– titulares de créditos com garantia real;</p><p>III– titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados.</p><p>IV- titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte.</p><p>↳ Após análise do plano de RJ poderá ocorrer:</p><p>a) aprovação do plano pela maioria dos votos de todas as classes dos credores;</p><p>b) aprovação do plano condicionada às alterações solicitadas pelos credores que devem ser aceitas pelo devedor porém não podem representar prejuízos ao valor/forma de pagto de obrigações relativas apenas a credores ausentes na assembleia;</p><p>c) rejeição total do plano pelos credores o que acarretará a decretação da falência pelo juiz;</p><p>d) apoio ao plano ocorre quando o plano não obtiver aprovação prevista em lei, mas obteve cumulativamente voto favorável da maioria dos credores que representem mais da metade dos créditos presentes na assembleia independente de classe. Nessa situação o juiz pode conceder a recuperação judicial desde que não implique tratamento e prejudicial aos</p><p>credores que rejeitaram o plano;</p><p>e) possibilidade de apresentação do plano de recuperação judicial pelos próprios credores na hipótese de ter sido rejeitado o plano apresentado pelo devedor. Prazo: 30 dias.</p><p>⇒ Aprovação do plano pela assembleia:</p><p>Juiz proferir: Decisão interlocutória do deferimento dos benefícios da RJ ao requerente, ou de indeferimento (falência), sendo o recurso o agravo de instrumento.</p><p>Efeitos do deferimento: A RJ abrange todos os créditos em face do devedor existentes na data do pedido inicial vencidos ou vincendos e todos se submeteram ao plano de RJ, ainda que seus titulares não a tenham aprovado.</p><p>PLANO ESPECIAL DE REC. JUDICIAL: ME E EPP</p><p>Fundamento para regulação especial às microempresas e as empresas de pequeno porte com a finalidade de incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas tributárias e financeiras.</p><p>CF, Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.</p><p>➝Diferenças entre a recuperação judicial e a recuperação judicial especial</p><p>1- Quanto à legitimidade ativa - quem pode ser autor.</p><p>Especial: Me e epp</p><p>Geral: demais empresas.</p><p>2- Na Rec. Judicial geral quem aprova o plano são os credores, já na Rec. Judicial especial quem aprova o plano é o próprio juiz.</p><p>3- Na Rec. Judicial geral ocorre a suspensão das ações e execuções dos créditos não elencados no plano de recuperação e também dos elencados, já no plano Rec. Judicial especial não ocorre a suspensão de ações e execuções por créditos não abrangidos pelo plano e ainda os credores não elencados no plano não terão seus créditos habilitados no plano de Rec. Judicial.</p><p>OBS: Mei usa Rec. Judicial especial? Pode usar, é pacifico o entendimento.</p><p>PROCEDIMENTO ESPECIAL</p><p>ME ou EPP tem obrigação de utilizar esse procedimento especial, ou podem usar o geral? Não são obrigadas mas podem optar, pois traz maior benefício.</p><p>Optando pelo plano especial da lei a ME ou EPP</p><p>devem solicitar através de petição inicial o deferimento do processamento da RJ através da juntada do plano devidamente elaborado no prazo de 60 dias da publicação da decisão de deferimento</p><p>Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005.</p><p>Art. 70. As pessoas de que trata o art. 1º desta Lei e que se incluam nos conceitos de microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos da legislação vigente, sujeitam-se às normas deste Capítulo.</p><p>§ 1º As microempresas e as empresas de pequeno porte, conforme definidas em lei, poderão apresentar plano especial de recuperação judicial, desde que afirmem sua intenção de fazê-lo na petição inicial de que trata o art. 51 desta Lei.</p><p>→ Requisitos do plano</p><p>A) abrangerá todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, com exceção daqueles que também não podem fazer partes da rj geral.</p><p>B) Indicará o parcelamento das dívidas em até 36 vezes ou seja por meio de parcelas mensais, iguais e sucessivas, corrigidas pela taxa selic, podendo conter ainda uma proposta de abatimento da dívida.</p><p>C) A previsão do pagamento da primeira parcela no prazo de até 180 dias contados da distribuição da ação.</p><p>D) Solicitar a homologação do juiz, não passando o plano pela homologação e aceitação dos credores.</p><p>E) Após a finalização do prazo para a manifestação do autor em relação às objeções apresentadas pelos credores, o processo vai a conclusão, a fim de que o juiz decida pela homologação do plano ou então a convalidação do pedido em decretação de falência da empresa/empresário.</p><p>Obs: O juiz também julgará improcedente o pedido de RJ e decretará a falência do devedor se houver objeções de credores titulares de mais da metade de qualquer uma das classes de crédito.</p><p>FALÊNCIA - LEI 11.101/2005.</p><p>Conceito: Trata-se do estado de insolvência do devedor empresário caracterizado pela insuficiência do seu ativo para pagamento do seu passivo. Com a falência surge o concurso de credores cujo objetivo é o pagamento proporcional das dívidas e os credores serão divididos em classes.</p><p>Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005</p><p>Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a:</p><p>I - preservar e a otimizar a utilização produtiva dos bens, dos ativos e dos recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa;</p><p>II - permitir a liquidação célere das empresas inviáveis, com vistas à realocação eficiente de recursos na economia; e</p><p>III - fomentar o empreendedorismo, inclusive por meio da viabilização do retorno célere do empreendedor falido à atividade econômica.</p><p>FORO COMPETENTE:</p><p>Foro da localidade do seu principal estabelecimento comercial, ou seja, que apresenta mais demanda da atividade empresarial, podendo ser a sede ou não.</p><p>JUSTIÇA:</p><p>Comum estadual, perante a vara de direito empresarial, ou vara civel.</p><p>LEGITIMIDADE PASSIVA (QUEM PODE SER RÉU?):</p><p>1. Empresario (PF, PJ) (Regular, irregular).</p><p>→ Quem não está sujeito a ser réu?</p><p>Exclusão absoluta: Empresas públicas, sociedades de economia mista.</p><p>Exclusão relativa: Determinadas circunstâncias podem ser submetidas ao pedido de falência e outras não:</p><p>a) Companhias de seguro, na hipótese do ativo da companhia não ser suficiente para pagar a metade dos credores quirografários.</p><p>b) Planos de saúde, na hipótese do ativo não ser suficiente para pagar metade dos credores quirografários e as despesas administrativas e operacionais ou na hipótese de crime falimentar.</p><p>HIPÓTESES DE DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA:</p><p>Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005</p><p>Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:</p><p>I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; (impontualidade injustificada)</p><p>II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; (tríplice omissão)</p><p>III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: (atos de falência)</p><p>CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS:</p><p>Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005</p><p>Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:</p><p>I - os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho;</p><p>II - os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor do bem gravado;</p><p>III - os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de constituição, exceto os créditos extraconcursais e as multas tributárias;</p><p>VI - os créditos quirografários (...)</p><p>VII - as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, incluídas as multas tributárias</p><p>VIII - os créditos subordinados, a saber:</p><p>a) os previstos em lei ou em contrato; e</p><p>b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício cuja contratação não tenha observado as condições estritamente comutativas e as práticas de mercado;</p><p>IX - os juros vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no art. 124 desta Lei</p><p>PRINCÍPIOS:</p><p>1. Preservação da empresa: Manter a empresa viva a fim de possibilitar o cumprimento de suas obrigações, ou seja, o pagamento de seus credores.</p><p>2. Recuperação da empresa: Preservação do negócio em crise para o cumprimento de suas obrigações</p><p>3. Participação ativa dos credores: Visando uma maior colaboração dos credores durante o processo de falência, pelo fato de que são eles mesmos que se sujeitam aos efeitos da falência.</p><p>4. Maximização dos ativos do devedor: Finalidade de aumentar as chances de captar valor suficiente para pagar o maior número de credores possível.</p><p>PROCEDIMENTO:</p><p>FASE PRÉ FALIMENTAR:</p><p>⇒ Legitimidade ativa:</p><p>Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005</p><p>Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:</p><p>I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei; (auto falencia)</p><p>II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;</p><p>III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;</p><p>IV – qualquer credor.</p><p>⇒ Petição inicial:</p><p>Ajuizada por um credor ou mais de um credor, ou o próprio devedor.</p><p>↪ Devedor será citado para se manifestar no prazo de 10 dias.</p><p>⇒ Formas de manifestação do devedor:</p><p>1. Contestação: Devedor alega:</p><p>Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005</p><p>Art. 96. (...)</p><p>I – falsidade de título;</p><p>II – prescrição;</p><p>III – nulidade de obrigação ou de título;</p><p>IV – pagamento da dívida;</p><p>V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título;</p><p>2. Contestação e depósito elisivo: Esse depósito visa impedir a decretação de falência. O valor não é depositado para o credor, e sim fica como garantia. Corresponde ao valor total do crédito.</p><p>3. Somente realiza o depósito elisivo.</p><p>4. Solicita recuperação judicial.</p><p>Sentença que decreta falência: Decisão interlocutória:</p><p>↧</p><p>FASE FALIMENTAR</p><p>1. Arrecadação dos bens do falido: Adm judicial vai relacionar o ativo da empresa.</p><p>2. Publicação da relação de credores e abertura de prazo de 15 dias para impugnações sobre o valor/classificação do crédito, e também para habilitação de outros credores, inclusive aqueles cujos os créditos ainda não venceram, pois a decretação de falência acarreta o vencimento antecipado das obrigações do falido.</p><p>3. Juiz homologa o quadro geral dos credores que poderá ser alterado até o encerramento do processo falimentar.</p><p>4. Realização do ativo pelo administrador judicial através da alienação dos bens arrecadados e avaliados.</p><p>Obs: O MP deve ser intimado de todos os atos de alienação.</p><p>FASE DE ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA:</p><p>Apurado o ativo, alienado os bens, pago os credores até seu esgotamento do ativo.</p><p>Deve o adm judicial apresentar suas contas finais ao juiz no prazo de 30 dias. As quais podem ser impugnadas pelo MP ou por qualquer interessado no prazo de 10 dias.</p><p>↪ Se as contas forem rejeitadas</p><p>o adm judicial é destituído e perde o direito a sua remuneração, por outro lado aprovada as contas será declarada encerrada a falência por sentença.</p><p>Se não houver bens suficientes para pagar os credores e despesas do processo, qualquer credor tem o prazo de 10 dias para requerer o prosseguimento da falência, desde que pague o adm judicial.</p><p>REABILITAÇÃO DO FALIDO:</p><p>A empresa ou empresário que teve a decretação de falência fica impedido de exercer a função de empresário em nova empresa até que suas obrigações sejam extintas, ocorrendo a reabilitação do falido, obtida por decisão judicial se comprovada:</p><p>1. Pagto. de todos os créditos;</p><p>2. Pagto. até a classe dos credores quirografários, inclusive de mais de 25% deles.</p><p>3. Decurso prazo de 6 anos, contado da decretação de falência.</p><p>4. Encerramento da falência por insuficiência de bens para quitar os credores.</p>

Mais conteúdos dessa disciplina