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II - ICT - 2018 - Questões de casa

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM Direito Tributário
	
Módulo Incidência e Crédito Tributário
Questões de casa
Versão 2018
Seminário I
ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS E REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
Questões
1.	Que é isenção (vide anexo I)?
2.	Elaborar quadro comparativo a respeito de: (i) isenção; (ii) imunidade; (iii) não incidência; (iv) anistia; e (v) remissão.
3.	A expressão “crédito tributário” utilizado no art. 175 do CTN tem o mesmo conteúdo de significação para a isenção e para a anistia? Justificar.
4.	Tratando-se de isenção com prazo certo, ou de isenção por prazo indeterminado, responda: a revogação da isenção, que reinstitui a norma tributária no sistema, apenas restabelece sua eficácia ou requer a publicação de nova regra tributária no ordenamento? Neste último caso, deverá ser respeitado o princípio da anterioridade? Há direito adquirido (vide anexo II)?
5.	Há distinção entre alíquota 0% e isenção? Os insumos isentos, não tributados e tributados à alíquota 0%, adquiridos no processo de industrialização, conferem direito ao crédito tributário? Por quê? Qual critério deveria ser utilizado para determinar o crédito presumido? (Vide anexos III, IV, V e VI).
6.	Considerando o art. 155, §2º, II, alíneas “a” e “b” da CF, pergunta-se:
	a) Existe isenção parcial? Redução de base de cálculo pode ser considerada hipótese de isenção parcial?
	b) É possível lei estadual que determine a exigência do estorno do crédito do ICMS, relativo à entrada de insumos, proporcional à parcela correspondente à redução da base de cálculo do imposto incidente na operação de saída da mercadoria, com fundamento no art. 155, § 2º, II, da CF/88? (Vide anexos VII e VIII e Parecer da Procuradoria-Geral da República no RE n. 635.688/RS RG, de 09/12/11).
7. A concessão de benefício fiscal relativo à isenção do ICMS incidente sobre a aquisição de veículo automotor por deficiente físico demanda a aprovação por convênio, nos termos do art. 155, §2º, XII, g, da CF, regulamentado pela Lei Complementar 24/75? Caso considere a dispensa de convênio nesse caso, ela poderá ser justificada pela garantia fundamental, cuja concessão do benefício visa a assegurar? (Vide anexo IX).
Seminário II
CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E ESPÉCIES DE LANÇAMENTO
Questões
1.	Que é lançamento tributário? É correto afirmar que o lançamento tributário apresenta-se em três espécies? O chamado lançamento por homologação é efetivamente lançamento? E o lançamento por declaração?
2.	Dado o auto de infração fictício (anexo I), pergunta-se:
	a) Identifique as normas individuais e concretas veiculadas no respectivo auto de infração;
	b) Confronte as noções de (i) auto de infração – documento, (ii) ato administrativo de imposição de multa, (iii) ato administrativo de lançamento e (iv) ato de notificação;
	c) Explique as teorias declaratória e constitutiva do crédito tributário. Que instante nasce a obrigação tributária? E o crédito tributário? Que significa “constituição definitiva do crédito”?
3.	Determinada empresa contribuinte de ICMS declara e formaliza o seu débito fiscal, de acordo com a lei, mas por motivos quaisquer não recolhe o montante devido. Diante disso, a Fazenda Estadual do Estado de São Paulo encaminhou o débito para inscrição em dívida ativa, acompanhado de juros de mora e penalidades que entende cabíveis, para posterior execução. Poderia a Fazenda inscrever o débito diretamente sem antes realizar o lançamento de ofício? A resposta é a mesma no que diz respeito aos juros e penalidades? (Vide anexo II).
4.	Com relação ao lançamento por homologação, pergunta-se:
	a) Que é homologação? O que se homologa: (i) o pagamento efetuado antecipadamente; (ii) a norma individual e concreta posta pelo contribuinte; ou (iii) ambos? Justifique sua resposta.
	b) Quando se verifica a homologação expressa? Trata-se de ato administrativo? Há no direito positivo a possibilidade de pagamento de tributos sem lançamento?
5.	A Lei n. 10.035/00 estabelece que serão executados, nos autos da reclamação trabalhista, os créditos previdenciários devidos em decorrência da decisão proferida pelos Juízes e Tribunais, resultantes de condenação ou homologação do acordo. Pergunta-se: a decisão judicial, cognitiva ou homologatória, constitui o crédito tributário? Há lançamento? Como ficam os princípios do contraditório e da ampla defesa? (Vide anexos III e IV).
6.	Sobre as hipóteses correlatas às alterações do lançamento, responda:
Há diferença entre erro de direito e mudança de critério jurídico, para fins de revisão do lançamento tributário? Há possibilidade de revisão do lançamento fundado em erro de direito? E em erro de fato? Qualquer erro de fato é suficiente para fundamentar a alteração do lançamento? (Vide anexos V, VI e VII).
A alteração da base de cálculo, ou da sistemática de apuração do tributo pode ser feita mediante retificação do lançamento? A eleição errônea da base de cálculo, ou da sistemática de apuração configura-se como erro de fato, erro de direito ou mudança do critério jurídico? Tem o condão de acarretar anulação do lançamento? (Vide anexos VIII, IX e X)
Seminário III
ações tributárias: declaRaTória, anulatória, consignação em pagamento, embargos à execução e exceção de pré-executividade
Questões
1.	Quanto à ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária, pergunta-se:
a) Quando nasce o interesse processual para sua propositura? O manejo do referido instrumento processual em momento anterior à constituição do crédito configura questionamento de “lei em tese”?
Sabe-se que o interesse processual da ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária surge a partir da dúvida acerca da existência de vínculo jurídico entre o Fisco e contribuinte. 
Com efeito, por tratar-se de ação antiexacional, ou seja, de iniciativa do contribuinte, o objeto da ação ora discutida almeja um provimento decisório que reconheça a inexistência de determinada obrigação tributária, sendo movida, em regra, antes mesmo de ocorrido o lançamento, ou seja, embora não concretizada a norma individual e concreta (lançamento), o contribuinte se opõe à um pretensão fiscal iminente, de forma preventiva.
Assim, entendemos que o interesse processual de agir nasce com a dúvida do contribuinte em relação à existência ou não de relação jurídico-tributária com o ente Fiscal, de modo que tal incerteza pode gerar um futuro lançamento e posterior cobrança do crédito tributário. Esclarecemos a necessidade de propositura da ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária em momento anterior à constituição do crédito, embora a jurisprudência reconheça a possibilidade de ajuizamento posterior ao lançamento.
Cumpre destacar que o ajuizamento da ação declaratória em momento anterior à concretização da norma geral e abstrata (lançamento) não configura, necessariamente, questionamento de lei em tese, uma vez que a referida demanda é cabível quando se observar uma ameaça de lesão ao patrimônio do contribuinte que não tem certeza da real existência de vínculo jurídico com a Fazenda Pública.
b) Há interesse jurídico na sua propositura após a expedição do ato constitutivo do crédito tributário? Em caso afirmativo, quais seriam os efeitos da referida tutela jurisdicional? (Vide anexos I e II)
A ação declaratória tem caráter preventivo, ou seja, o contribuinte se impõe perante o Fisco de forma indireta, antes de concretizada a norma geral e abstrata que consiste no lançamento do crédito tributário. 
No entanto, a jurisprudência reconhece a possibilidade de ajuizamento da ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária mesmo após a constituição do crédito tributário, através do lançamento, na medida em que o contribuinte busca, através da referida demanda, tão somente uma certeza de existência ou não de vínculo jurídico com o ente Fiscal.
Com efeito, em atenção ao princípio da instrumentalidade das formas, o fato de ser cabível a ação anulatória de lançamento fiscal nãoafasta a incidência da ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária, tendo em vista a compatibilidade existente entre tais demandas. 
Nesse sentido, a tutela jurisdicional declaratória terá natureza desconstitutiva, e não meramente declaratória.
2.	Quanto à ação anulatória de débito fiscal, pergunta-se:
a) É viável a propositura de ação anulatória para desconstituição de relação jurídica constituída pelo próprio contribuinte por meio de DCTF, cujo recolhimento do tributo ainda não tenha ocorrido?
A ação anulatória de débito fiscal exige a ocorrência prévia do lançamento do crédito tributário, sendo certo que esta não é a única hipótese capaz de gerar a obrigação tributária, na medida em que tanto a doutrina quanto a jurisprudência reconhece a figura do “autolançamento”, este que é praticado pelo próprio contribuinte e dotado da mesma força constitutiva do ato da administração pública.
Desse modo, mesmo diante da inexistência de ato formal da Fazenda Pública, estaria presente a figura do “autolançamento”, instituto dotado de eficácia constitutiva, como ocorre, por exemplo, com a DCTF e a GIA, declarações unilaterais do contribuinte voltadas à constituição do crédito tributário.
Com efeito, verifica-se que é possível o ajuizamento da ação anulatória para desconstituir relação jurídica originada pelo próprio contribuinte, uma vez que a referida demanda prescinde de qualquer ato formal da Fazenda Pública, bastando tão somente a constituição do crédito tributário. Contudo, devemos sempre observar o interesse de agir do contribuinte, que deverá ser demonstrado mesmo diante da figura do “autolançamento”.
b) Qual o prazo prescricional para a ação anulatória de débito fiscal? É possível ingressar com ação anulatória de débito após a propositura da ação executiva fiscal? E após o transcurso do prazo para apresentação dos embargos à execução?
c) O depósito do valor do débito fiscal discutido na ação anulatória é condição dessa específica ação?
3.	Que relações podem existir entre as ações anulatória de débito, executiva fiscal e embargos à execução: conexão, continência ou prejudicialidade (ou nenhuma das alternativas)? Qual o juízo competente para julgá-las? Deverão ser reunidas para julgamento conjunto? Responder a essa pergunta, com base nas disposições do código de processo civil de 2015 que tratam da modificação da competência. (Vide anexos III e IV – aplicam-se tais precedentes?)
4.	Você é procurado pela empresa AZT Foods do Brasil Ltda. em função do seguinte caso que lhe foi colocado por ela:
	CASO CONCRETO – Em função de sua atividade a empresa AZT Foods do Brasil Ltda. está sujeita ao pagamento de determinado tributo pela venda de seu produto. Nos últimos 3 anos, em função de algumas dificuldades financeiras, ela não o pagou, pretendendo fazê-lo agora por se encontrar em melhores condições financeiras. Contudo, em função do inadimplemento está sujeita a uma multa, instituída por ato normativo infralegal, de 45% do valor da operação (venda de seu produto).
	A AZT solicita um parecer em que você deverá apontar: (a) a estratégia processual (a medida judicial ou medidas judiciais) a ser adotada para a defesa dos seus interesses, devendo ser justificada a opção da(s) medida(s), com a indicação do dispositivo de lei que determina o seu cabimento; (b) o(s) fundamento(s) jurídico(s) que poderá(ão) ser(em) utilizado(s) para afastar a exigência dessa multa – causa de pedir; (c) o pedido da ação (ou ações); (c) o pedido da ação (ou ações); (d) o efeito da sentença pretendido com a ação (ou ações).
5.	Quanto à exceção de pré-executividade, pergunta-se: (a) Em que consiste a exceção de pré-executividade? É uma ação ou meio de defesa? (b) Qual seu fundamento legal? (c) Há limite temporal no processo executivo para o seu oferecimento? (d) E limite lógico-processual para o seu oferecimento? (e) Quais matérias são passíveis de arguição? (f) A oposição de exceção de pré-executividade tem o condão de suspender o trâmite do processo de execução? (g) A oposição de exceção de pré-executividade impede o ajuizamento de embargos à execução fiscal? Ao responder justifique suas respostas.
6.	Na ação de consignação em pagamento, o que extingue a obrigação tributária: (i) a consignação em pagamento; (ii) a conversão em renda do valor consignado; (iii) a sentença que julga procedente a ação de consignação em pagamento; (iv) a decisão judicial de procedência da ação transitada em julgado?
Seminário IV
EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA, COMPENSAÇÃO E REPETIÇÃO DO INDÉBITO
	
Aluno: Guilherme Roxo Staingel
Turma: Quarta-feira
1.	Criticar a expressão “extinção do crédito tributário”. É correta a tradicional separação das causas de extinção prescritas no art. 156 do CTN em modalidades de fato e modalidades de direito? Justifique.
O art. 156 do Código Tributário Nacional utiliza a expressão “extinção do crédito tributário”, embora não seja o termo mais adequado tendo em vista que o crédito tributário representa apenas, a relação decorrente da obrigação jurídica.
Observa-se que, as causas extintivas do “crédito tributário” estão vinculadas aos elementos necessários a existência da obrigação tributária (crédito, débito, sujeito ativo, sujeito passivo, objeto), não necessariamente do crédito tributário.
A classificação doutrinária das modalidades de extinção do crédito tributária, em “de fato” e “de direito”, não é adequada uma vez que as causas de extinção do “crédito tributário” são acontecimentos que o direito prescreve, atribuindo efeitos, não havendo como distingui-las em causas “de direito” e “de fato”, são, portanto, modalidades jurídicas.
2.	Quem tem legitimidade ativa para pleitear a repetição do indébito tributário? E em caso de substituição tributária? E na hipótese prevista no art. 166 do CTN, há alguma alteração do sujeito legitimado? Responda as perguntas analisando criticamente os anexos I e II.
De acordo com a disposição do art. 165 do CTN, o contribuinte que ao realizar o pagamento do crédito tributário a maior, ou proceder com o pagamento indevido, em virtude de inexistência da relação jurídica tributária, consequentemente, do dever jurídico, poderá pleitear a repetição do indébito tributário. 
Entretanto, em algumas relações tributárias, aquele que é o responsável muitas vezes não é o contribuinte de fato, apenas de direito, pois, em razão de substituição tributária, tem a obrigação de realizar o pagamento do tributo, embora não arque com o ônus do mesmo. 
Nessas situações, conforme prevê o art. 166 do CTN, o contribuinte de fato, embora não seja o sujeito passível, arca com o encargo do tributo, sendo o legitimado ativo para pleitear a restituição do pagamento do tributo, ou quando o sujeito passivo é apenas contribuinte de direito, porém possui autorização expressa do contribuinte de fato para receber a repetição do indébito.
Há ainda a possibilidade do contribuinte de direito pleitear a restituição, se provar, que não transferiu o encargo financeiro ao contribuinte de fato, no tributo indireto, em consonância com a Súmula 546 do STF que prevê: “Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo”.
3.	A hipótese de dação em pagamento de bens imóveis como causa extintiva do crédito tributário altera a cláusula do art. 3º do CTN quanto à prestação tributária qualificar-se como estritamente pecuniária? Justifique. As previsões de extinção do crédito tributário por dação em pagamento de bens imóveis em legislações municipais e estaduais antes da Lei Complementar n. 104/01 são válidas? Têm aplicação jurídica? (Vide anexos III e IV).
Com relação a modalidade de extinção do crédito tributário por meio de dação em pagamento, em consonância ao disposto no art. 3º do CTN, concluiríamos não ser possível à aplicação de tal modalidade de extinção.
Isso porque, o referido artigo prescreve que as prestações tributáriasserão adimplidas em pecúnia, ou seja, dinheiro. No entanto, o mesmo dispositivo, assevera “ou em valor que se possa exprimir”. Logo, a dação em pagamento não contraria o disposto no art. 3º do CTN, justamente porque bens imóveis podem ser exprimidos em valor.
No que se refere as previsões legislativas municipais e estaduais antes da LC 104/01, penso ser válidas as extinções do crédito tributário operadas por dações em pagamento, visto que os entes tributantes poderiam, mediante lei ordinária, legislarem sobre a dação em pagamento como forma de extinção do crédito tributário.
4.	Que é compensação tributária? Quando nasce o direito subjetivo à compensação tributária? Determinada lei editada em momento posterior ao do nascimento do “direito subjetivo” à compensação estabelece limites ao seu exercício, como por exemplo, limitando o crédito a compensar a determinado valor por mês, impedindo a incidência de juros de mora ao crédito. Essas novas regras que limitam a compensação se comparadas à legislação até então vigente impactam o exercício do direito de compensar consagrado anteriormente à vigência dessa lei? Há direito adquirido à compensação? (Vide anexos V).
Nas palavras do professor Paulo de Barros, a compensação trata-se do “acerto de contas” entre o fisco e o contribuinte, sendo assim, uma hipótese legal onde ocorre a compensação de débitos do contribuinte com créditos que ele detém perante o fisco. É dizer, a extinção da obrigação entre dois sujeitos os quais são reciprocamente devedores um do outro.
O direito subjetivo a compensação nasce com a edição e entrada em vigor, da lei autorizadora. Surge aí duas normas individuais e concretas: uma constitui o débito do fisco e a outra o crédito do contribuinte.
Entendo que a lei editada em momento posterior ao nascimento do direito subjetivo à compensação não poderá limitar o exercício do direito à compensação, justamente em razão do direito adquirido, sendo que tal matéria ainda encontra divergências nos tribunais. Com isso, não se pode admitir que lei posterior prejudique situações já consolidadas.
5. Em razão da não homologação da compensação e a consequente aplicação da multa isolada nos termos do art. 74, §17 da Lei n. 9.430/96 (com redação dada pela Lei n. 13.097/15). Pergunta-se: a) A compensação não homologada equivale a não pagamento de tributo? b) Que se entende por falsidade da declaração? E qual a multa aplicada no caso de falsidade da declaração? c) A aplicação da penalidade na hipótese de não homologação ou de falsidade da declaração ofendem algum princípio jurídico tributário? 
a) Sim, a compensação só ocorre quando revertida em linguagem competente, quando realizada pelo contribuinte depende de ulterior homologação, que é condição resolutiva do ato. Assim, caso não homologada, subsiste a norma individual e concreta de incidência. Mas não equivale ao não pagamento pois tem como efeito a suspensão da exigibilidade do crédito, conforme Medida Provisória 135/2003;
b) Falsificação é o ato de agir omitindo ou deturpando informações. Aplica-se a multa isolada agravada prevista no art. 18, § 16 da Lei 9.430/96 (com redação dada pela Lei 12.249/2010);
c) O percentual estipulado na lei acima mencionada fere os princípios da razoabilidade e proporcionalidade pois é estipulado em percentual extremamente elevado. Ademais, como efeito indireto, está multa inibe o contribuinte de questionar perante o Fisco, contrariando o direito de petição, princípio constitucional.
6. Diante da sistemática implementada pelo CPC/15 relativamente aos julgamentos de casos repetitivos, pergunta-se: é possível falar em direito subjetivo à repetição/compensação do indébito a partir do momento em que proferida decisão em recurso especial e/ou recurso extraordinário repetitivos (vide art. 928 do CPC/15), ainda que o contribuinte não tenha ajuizado ação de repetição/compensação do indébito cujo fundamento seja objeto do recurso repetitivo? 
O art. 928 do CPC, que prevê a sistemática dos julgamentos de recursos repetitivos, criada para trazer mais celeridade processual, garantir a segurança jurídica nas decisões e, de certo modo, funcionar como “filtro para barrar” demandas repetitivas de casos análogos que ocupavam parcela considerável da pauta de julgamento dos tribunais. 
Diante deste senário, foi criado pelo legislador essa sistemática que elege um ou mais recursos como representativos da controvérsia para julgando-os, resolver o mérito da questão, não apenas para estes, mas para todos os demais recursos que versam sobre o mesmo assunto. 
Feito esse panorama, entendo por “direito subjetivo” aquele em que o titular de um direito, imbuído pela faculdade de outro direito, o potestativo, deduz pretensão que entende ser passível de apreciação pelo poder judiciário, ainda que ela posteriormente não venha ser reconhecida.
Contextualizando, entendo que o contribuinte tem sim o direito de ajuizar a ação de repetição/compensação do indébito cujo fundamento seja objeto do recurso repetitivo, no entanto, não significa que a medida será eficiente/procedente. 
Conforme destacado, o direito subjetivo para pleitear a tutela jurisdicional sempre será possível, mas nem sempre será favorável.
Seminário V
IMPOSTO SOBRE A RENDA PESSOA FÍSICA 
Guilherme Roxo Staingel
Turma: Quarta-Feira
Questões
1.	Compor a(s) regra(s)-matriz(es) de incidência do imposto sobre a renda pessoa física.
A RMIT do imposto sobre a renda pessoa física pode ser demonstrada da seguinte forma:
Critério material: aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: (i) da renda, assim entendido o produto do capital, trabalho ou da combinação de ambos, e (ii) de proventos de qualquer natureza;
Critério espacial: em qualquer local do território nacional ou no exterior, considerando o princípio da universalidade;
Critério temporal: 31.12 de cada ano-calendário;
Critério pessoal: (a) Sujeito ativo: União Federal; (b) Sujeito passivo: aquele aufere renda ou proventos de qualquer natureza;
Critério quantitativo: (a) Base de cálculo: é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos auferidos; (b) Alíquota: progressiva, variando de acordo com o montante tributável.
2.	Que se entende por “renda e proventos de qualquer natureza”? Diferençar os conceitos de aquisição da disponibilidade jurídica e aquisição de disponibilidade econômica. Verbas indenizatórias podem ser consideradas “renda”. Por quê? Analise criticamente os anexos I, II e III.
A renda pode ser conceituada como sendo o montante total auferido pelo contribuinte, depois dos devidos descontos legais, trata-se de todo o acréscimo patrimonial havido pelo sujeito passivo. 
Os proventos de qualquer natureza são as fontes provenientes do aumento do patrimônio do contribuinte, sendo certo que, para fins de tributação do IR, sua natureza é irrelevante. 
Nesse sentido, nota-se que o conceito de renda não possui definição expressa na Constituição Federal.
A própria Constituição Federal atribuiu à lei ordinária a competência para definição do que é renda, informando apenas os critérios genéricos pelo qual a instituição do tributo se pautará, quais sejam, generalidade, universalidade e progressividade.
No que se refere à disponibilidade jurídica, temos que esta consiste na produção de riqueza, independentemente do momento em que é recebida, enquanto a aquisição da disponibilidade econômica ocorre quando a renda produzida é efetivamente disponibilizada em favor do
contribuinte. Ou seja, na disponibilidade econômica, é possível ao contribuinte dispor se sua renda, através de moeda ou por equivalente, enquanto na disponibilidade jurídica é necessária uma instrumentação jurídica para se colocar a renda à efetiva e atual disposição econômica.
As verbas de natureza indenizatória, não se enquadram no conceito de renda, tendo em vista que não refletem aumento patrimonial, mas sim, mera recomposição do patrimônio daquele que possuiu um algum dano, moral ou material, a ser recompensado. Assim,nota-se que ocorre mera transformação de riqueza, e não nova riqueza gerada ao seu patrimônio, mas apenas a recomposição em pecúnia pela perda de certos direito que lhe eram legalmente garantidos.
3. “Sinais exteriores de riqueza” (art. 6º, caput, da Lei n. 8.021/90) e os “depósitos bancários não contabilizados” (art. 42 da Lei n. 9.430/96) podem ser validamente considerados “renda” para fins de lançamento do imposto? O art. 42 da Lei 9.430/96 criou uma nova hipótese de incidência para o imposto de renda? Essa hipótese de incidência baseia-se em uma presunção ou em uma ficção? O direito tributário admite o uso de presunções e de ficções para tanto? (Vide anexo IV).
4.	A atual tabela progressiva do imposto sobre a renda da pessoa física prevê alíquotas de 7,5%, 15%, 22,50% e 27,5%. Tal previsão observa o princípio da progressividade? Qual é o efeito da chamada “parcela a deduzir”? Pode a lei restringir as deduções, da base de cálculo do IRPF (vide art. 4º da Lei 9.250/95)? Há parâmetros constitucionais ou legais para a fixação dos abatimentos e deduções possíveis e seus respectivos limites? Quais?
5.	Existe identidade entre o IR fonte e o IR anual ou trata-se de impostos autônomos (isto é, há apenas uma ou mais de uma regra-matriz de incidência tributária)? Seria a retenção na fonte mero objeto de dever instrumental? Justifique a resposta. (Vide anexos V, VI, VII).
A priori, cabe esclarecer que o IRPF e o IRRF não são impostos autônomos, isso porque, o IRRF trata-se de mera técnica de arrecadação, é espécie do gênero substituição tributária. 
Em verdade, estamos diante do mesmo imposto, onde o contribuinte permanece sendo o sujeito passivo da relação jurídica tributária.
Ocorre que no IRRF há uma antecipação no recolhimento realizado pela fonte a pagadora, por isso é chamado de “tributação na fonte”. A pessoa que realiza o pagamento, por disposição legal e, através da permissão do CTN, arts 121, 128 e 43, poderá ser incluída em duas outras relações jurídicas, de caráter administrativo e sancionatório. 
Administrativo porque como atuará como arrecadador do imposto, no papel de substituto tributário, e sancionatório pois, na condição de responsável legal pelo tributo, se não retiver e recolher, será responsabilizado pelo tributo. Caso retenha e não recolha, poderá sofrer sanções tributárias penais. 
Não é possível compor regra-matriz da tributação do IRRF, pois conforme explanado, o IRRF consiste em técnica de arrecadação do sujeito ativo da relação jurídica tributária, sendo certo a existência de apenas uma RMIT, ou seja, RMIT do IR.
O surgimento de outra relação jurídica, distinta da tributária, com nítido viés Administrativo de exigir de terceiro, que não participa da relação jurídica tributária, atividades de arrecadação que deveriam ser de sua responsabilidade. 
Ademais, além do caráter instrumental que essa atividade passa a ter para o terceiro, coloca-o, como responsável pelo tributo nessa relação administrativa, caso não a cumpra, exigindo dele o pagamento do tributo não retido no valor integral ou, se retido e não recolhido, pode até enquadrá-lo em crime penal tributário de apropriação indébita. 
A retenção na fonte é também dever instrumental, quando a pessoa pagadora atua como substituta, na função arrecadadora (que deveria ser função exclusiva da Administração Pública), mas ela atua também como responsável pelo tributo, por disposição legal de cunho sancionatório, caso não o retenha, pois, caso tenha pago o valor integral ao contribuinte, em situação que esteja obrigado a reter determinada parcela (que por outro lado tem direito) terá que arcar com o ônus do tributo, restando-lhe apenas a esfera civil para acionar seu direito de regresso.
6.	Analise os efeitos jurídicos inerentes ao contribuinte e à fonte pagadora em cada um dos casos abaixo arrolados.
	
	Retenção/Fonte
pagadora
(Pessoa Jurídica)
	Recolhimento
Fonte pagadora
(Pessoa Jurídica)
	Declaração do rendimento na Declaração de Ajuste Anual – DAA, entregue pela pessoa física (empregado ou prestador de serviço) em 30 de abril
	Caso 1
	Retém
	Recolhe
	Declara rendimento e retenção 
	Caso 2
	Retém
	Recolhe
	Não declara rendimento nem retenção
	Caso 3
	Retém
	Não recolhe
	Declara rendimento e retenção
	Caso 4
	Retém
	Não recolhe
	Não declara rendimento nem retenção
	Caso 5
	Não retém
	Recolhe
	Declara rendimento e retenção
	Caso 6
	Não retém
	Recolhe
	Não declara rendimento nem retenção
	Caso 7
	Não retém
	Não recolhe 
	Declara rendimento e retenção
	Caso 8
	Não retém
	Não recolhe
	Não declara rendimento nem retenção
No regime de retenção do imposto por antecipação, além da responsabilidade atribuída à fonte pagadora para a retenção e recolhimento do imposto de renda na fonte, a legislação determina que a apuração definitiva do imposto de renda seja efetuada pelo contribuinte, pessoa física, na declaração de ajuste anual. 
Ocorrendo a retenção do imposto sem o recolhimento aos cofres públicos, a fonte pagadora, responsável pelo imposto, terá implicações penais. 
Ressalte-se que a obrigação do contribuinte de oferecer o rendimento à tributação permanece, podendo, nesse caso, compensar o imposto retido. Verificada, antes do prazo para entrega da declaração de ajuste anual, no caso de pessoa física, o não recolhimento do imposto, ou recolhimento do imposto após o prazo sem o acréscimo devido, fica a fonte pagadora, conforme o caso, sujeita ao pagamento do imposto, dos juros de mora e da multa de ofício. 
Após o prazo final fixado para a entrega da declaração, no caso de pessoa física, a responsabilidade pelo pagamento do imposto passa a ser do contribuinte. Assim, constatando-se que o contribuinte: a) não submeteu o rendimento à tributação, ser-lhe-ão exigidos o imposto suplementar, os juros de mora e a multa de ofício, e, da fonte pagadora, a multa de ofício e os juros de mora; b) submeteu o rendimento à tributação, serão exigidos da fonte pagadora a multa de ofício e os juros de mora.
7. Há a incidência de IR fonte ou do IR anual sobre Stock Options? Pressupondo a possibilidade de que venham a ser tributados, como definir a sua base de cálculo? Em outros termos, a base de cálculo do IR recairia sobre o preço da aquisição das ações, o preço do mercado ou sobre o preço em que elas são vendidas? Analise os anexos VIII e IX, expressando sua concordância ou não, de forma justificada.
Seminário VI
ISS
Aluno: Guilherme Roxo Staingel
Turma: Quarta-Feira
Questões
1.	Construa a(s) regra(s)-matriz(es) de incidência tributária do ISS.
Critério Material: Prestar serviço de qualquer natureza;
Critério Espacial: Local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXV, do art. 3º, da Lei nº 116/2003;
Critério Temporal: O momento da prestação do serviço;
Critério Pessoal: SA – Município / SP – Em regra, o prestador do serviço;
Critério Quantitativo: BC – Preço do Serviço / AL – Entre 2% e 5%.
2.	Com relação à lista de serviços anexa à Lei Complementar n. 116/03, pergunta-se:
a) A lista é taxativa, exemplificativa ou extensiva? 
De acordo com a corrente bipartida, a definição de fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes dos impostos somente poderiam ser definidos por LC, de modo a suprimir eventual conflito de competência. Neste caso, a lista é considerada taxativa.
Entretanto, o fato da lista ser taxativa, conflita com o princípio da autonomia municipal, previsto no art. 18 da CF.
b) Pode o Município tributar serviços que não constam na “lista”? 
c) A Lei Complementar n.º 157/2016 ampliou a competência tributária dos Municípios ao incluir novas atividades a lista? Essa inclusão foi constitucional? Os Municípios são obrigados a alterar suas leis municipais para poder tributar essas novas atividades ou é possível iniciar essa tributação com fundamento direto na nova lista da LC n.º 116/2003?Justifique (vide anexosI, II e III).
3.	Que se entende sobre “prestação de serviço”? Todo e qualquer “serviço” pode ser tributado por meio de ISS? 
4. A partir da definição de “prestação de serviço”, identifique (fundamentando), nas situações abaixo, as que são passíveis de incidência do ISS: (i) serviços notariais (vide ADI n. 3089 e anexo IV e V); (ii) restaurantes (vide anexo VI); (iii) emissão, concessão, alteração ou contratação de aval ou fiança (item 15.08 da lista anexa à Lei Complementar n. 116/03 – vide anexo VII); (iv) estudo, análise e avaliação realizadas por instituições financeiras para abertura e concessão de crédito; (v) franquia ou franchising; (vi) locação de bem móvel com operador (vide anexo VIII); (vii) atos realizados por cooperativas de trabalho (vide anexo IX); e (viii) carga e descarga realizada diretamente pelo transportador em caso de transporte interestadual e intermunicipal (anexo X); (ix) disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da internet (tais como Netfix e Spotify); (x) cessão de andaimes, palcos, coberturas e estruturas de uso temporário; 
4.	A prestação de serviços cumulada com o fornecimento de produtos está sujeita ao ISS, ao ICMS ou a ambos? Pode o fisco segregar as operações para fins de incidência tributária? Qual a base de cálculo do ISS nesses casos? (Vide anexo XI, XII, XIII, XIV).
5.	Tendo em vista a previsão do art. 12 do Decreto-lei n. 406/68 e do art. 3º da Lei Complementar n. 116/03, bem como a jurisprudência do STJ, pergunta-se:
a) Onde é devido ISS: (i) no local do estabelecimento prestador; ou (ii) no local da efetiva prestação do serviço? (Vide anexo XVI, XVII, XVIII).
b) Que é estabelecimento para fins de ISS? Há algum requisito formal? Se um prestador de serviço (pessoa jurídica), sediada em Município X, aloca alguns poucos funcionários em uma pequena sala, situada um Município Y, sem qualquer inscrição perante órgãos públicos, pode o Município Y considerar que há estabelecimento prestador para fins de exigência de ISS? E se esses funcionários atuarem, por dois anos, dentro da sede de um cliente específico, situado no Município Y, o estabelecimento em tal Município ficaria configurado? 
6.	Prevê o §1º do art.1º da LC 116/03 que (vide anexos XIX e XX): “§ 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País”. Considere o seguinte caso:
	Uma empresa de arquitetura, domiciliada na França, é contratada por um empresário brasileiro, residente no Rio de Janeiro, para realizar o projeto de sua nova casa, em Angra dos Reis. 
Pergunta-se: Há importação de serviço? Em caso positivo, para qual Município será devido o ISS? Justifique e fundamente sua resposta.
7. Qual é a base de cálculo do ISS? O que pode ser considerado como “preço do serviço”? Apenas os materiais fornecidos pelo prestador de serviço de construção civil podem ser deduzidos da base de cálculo ou qualquer outro valor que não corresponda à remuneração pela prestação do serviço também pode ser deduzido? Justifique suas respostas.
Seminário VII
ICMS
Aluno: Guilherme Roxo Staingel
Turma: Quarta-Feira
Questões
1.	Construir a(s) regra(s)-matriz(es) do ICMS – Mercadorias e do ICMS – Importação.
Critério Material: Circular mercadorias e serviços descritos no art. 2º, da Lei nº 87/1.996;
Critério Espacial: local ou espaço territorial em que considera-se ocorrido o fato jurídico tributário;
Critério Temporal: O momento da transferência da mercadoria, ou da ocorrência do serviço, art. 12, da Lei nº 87/1.996;
Critério Pessoal: Sa – Estados e DF / Sp– Contribuintes, PF ou PJ de acordo com os critérios estabelecidos nos arts. 4º, 5º e 6º, da Lei nº 87/1.996;
Critério Quantitativo: BC – Valor da operação art. 13, da Lei nº 87/1.996/ AL – Varia de acordo com a Lei Estadual de cada ente tributante, podendo variar entre 7% a 35%, conforme a essencialidade da mercadoria.
2.	O valor dos descontos incondicionais e das bonificações integra a base de cálculo do ICMS? E o acréscimo correspondente ao financiamento realizado pelo próprio alienante nas vendas a prazo? (Vide anexo I).
Segundo a Súmula nº 457, do E. Superior Tribunal de Justiça (STJ) “Os descontos incondicionais nas operações mercantis não se incluem na base de cálculo do ICMS”.
Noutro giro, com relação as bonificações o STJ ao julgar o REsp. nº 1.111.156/SP, decidiu sob o rito dos recursos repetitivos que as bonificações são descontos incondicionais e, consequentemente, não devem ser incluídas na base de cálculo do ICMS.
A jurisprudência do E. Supremo Tribunal Federal (STF) firmou-se no sentido da constitucionalidade da inclusão do acréscimo correspondente ao financiamento realizado pelo próprio alienante nas vendas a prazo, na base de cálculo do ICMS, sempre que integre o valor da operação.
3.	O Estado de Tocantins, sem amparo em convênio do CONFAZ concede regime especial (mediante lei) a determinadas empresas, outorgando créditos de 2% toda vez que houver operações interestaduais relativas à circulação de determinadas espécies de mercadorias. O destaque na nota fiscal correspondente à remessa de mercadoria de Tocantins para São Paulo é de 12%, no entanto, o Estado de São Paulo aceita somente 10% (12% – 2%) e lavra auto de infração sobre os 2%.
Pergunta-se: Pode o Estado de São Paulo vedar aos contribuintes, destinatários de mercadorias provenientes de Tocantins, o aproveitamento integral do ICMS destacado na nota fiscal por ser o remetente beneficiário de incentivo fiscal sem amparo em convênio do CONFAZ, mesmo sem a respectiva declaração de inconstitucionalidade do benefício? 
Para harmonizar a uniformidade dos entes federados, a Constituição Federal reserva à Lei Complementar disciplinar a forma de concessão e revogação de benefícios fiscais.
Neste sentido, o art. 1º, da Lei Complementar nº 24/1.975, prescreve ser necessária aprovação por unanimidade, no Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), todo benefício fiscal que reduza ou suprima a incidência do ICMS. 
Desta forma, alguns Estados brasileiros, editam normas tributárias para vedar os contribuintes destinatários de bens e serviços provenientes de outros lugares da federação, o aproveitamento integral do ICMS destacado no documento fiscal quando o remetente é beneficiário de incentivo fiscal, sem amparo em convênio do CONFAZ, com a finalidade de se evitar a “guerra-fiscal”.
Quais foram as principais modificações trazidas pela Emenda Constitucional n. 87/15? Há alguma inconstitucionalidade nas aludidas alterações? Quais seus efeitos sobre a substituição tributária e sobre a Resolução do Senado n. 13/12?
O contribuinte “A” Paulista adquire insumos da empresa “B” Mineira e se credita do imposto incidente na operação para futura compensação com seus débitos de ICMS. Anos depois, a empresa “B” é considerada “inidônea” pelo fisco estadual paulista, resultando na edição de um “ato declaratório de inidoneidade” com efeitos ex tunc. Consequentemente, o Estado paulista – após posterior realização de notificação ao o contribuinte “A” - realiza lavratura de AIIM para estornar todos os créditos aproveitados na operação, além de imposição de multas e incidência de juros. Nesse sentido, questiona-se:
a) Em que consiste a declaração de inidoneidade e quais hipóteses de ocorrência? 
Trata-se de um ato praticado pelas Fazendas Estaduais, para evitar que contribuintes considerados irregulares perante o fisco (declarados inidôneos) emitam notas fiscais. 
Dentre as mais variadas condutas tipificadas pela legislação de cada Estado, de forma genérica, fica caracterizado como inidôneo o documento fiscal que não preencha os requisitos fundamentais de validade e eficácia, previstos na legislação tributária estadual ou for, comprovadamente expedido com dolo, fraude ou simulação.
b) Qual a relação da declaração de inidoneidade com o direito ao creditamento?
A partir do momento em que a Fazenda Estadual declara um contribuinte inidôneo,consequentemente, qualquer nota fiscal emitida por este contribuinte será considerada inidônea, implicando na vedação ao direito creditório do ICMS para fins de apuração do imposto devido sob o regime não cumulativo.
Entretanto, existe um entendimento sumulado pelo STJ que autoriza o direito creditório de terceiro de boa-fé desde que seja comprovada a veracidade da compra e venda: Súmula nº 509/STJ - “É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da compra e venda.”
c) O procedimento de lavratura do AIIM por parte do Fisco paulista encontra amparo na Constituição Federal? Pode a legislação infraconstitucional estabelecer critérios não previstos na Constituição Federal para o aproveitamento de créditos? (Vide anexos V, VI e VII).
6. A importação de equipamento por meio de negócio jurídico denominado leasing por si só, consubstancia hipótese de incidência de ICMS? E a importação de um avião feita por pessoa física por meio de um leasing internacional é passível de incidência de ICMS? As conclusões se alteram caso o leasing seja “operacional” ou “financeiro”? (Vide anexos VIII e IX).
Não, pois o leasing é eminentemente um contrato de locação com opção de compra. A compra não faz parte da natureza do contrato, sendo apenas uma opção que pode ou não ocorrer. 
Ademais, cumpre ressaltar que o contrato de leasing sofre a incidência do ISS nas contraprestações (aluguel) pago pelo arrendatário ao arrendador do bem. Mesmo havendo a opção de compra do bem pelo arrendatário, ao final do contrato, não será devido o ICMS.
Cabe ressaltar que as operações de arrendamento mercantil são tributadas pelo ISS, ou seja, o arrendador tem sua operação tributada como prestação de serviço, logo, não poderia sofrer nova tributação pelo Estado (ICMS).
No mesmo sentido, não é passível de tributação pelo ICMS a importação de um avião por pessoa física. 
Conforme acima exposto, não haverá transferência da titularidade do bem, mas apenas o pagamento de contraprestações mensais a título de aluguel pela fruição do bem.
7. Empresa “A” vende para a empresa “B” lote de computadores. A mercadoria adquirida por “B” sai regularmente da empresa “A”, mediante transporte efetuado pela empresa “C”, contratada diretamente pela empresa “B”. Ocorre que, no curso dessa operação de transporte, a mercadoria é roubada. “A” argumenta que, como não houve a tradição da mercadoria para “B”, não se operou a efetiva circulação jurídica da mercadoria. Pergunta-se: é devida essa cobrança de ICMS em relação à empresa “A”? E se o ICMS foi “pago antecipadamente”, cabe restituição? Em caso positivo, para quem?
Não pode haver tributação. Segurança é dever do Estado. Se a mercadoria foi furtada, presume-se a desnecessidade de quitação de quaisquer tributos por quem quer que seja, pois, a responsabilidade pelo fornecimento de condições de segurança para exercício de atividade comercial é do Estado.
Portanto, a cobrança de ICMS em face de “A” em que pese ser a princípio procedente, mormente em razão de o momento do nascimento da obrigação tributária ser o da saída do estabelecimento do comerciante, não incidiria o tributo no caso previsto nesta questão, pois, não pode o contribuinte arcar com o ônus gerado pela incompetência do Estado de fornecer segurança aos seus cidadãos. 
Inclusive, há Estados que, preveem expressamente a dispensa da incidência do tributo no caso de furto, roubo ou extravio, desde que, não tenha sido tomado crédito, e/ou, que caso assim tenha ocorrido, que ocorra o estorno.
8. Empresa sediada no Espírito Santo importa mercadorias através de Foz do Iguaçu. Estas mercadorias são destinadas direta e fisicamente a estabelecimento paulista. Considerando o disposto no art. 155, § 2º, IX, “a”, da Constituição Federal e no art. 11, “d”, da Lei Complementar 87/96, responda (vide anexo X):
	a) Para definição dos sujeitos ativo e passivo do ICMS incidentes nas operações de importação, o que se deve entender por “destinatário físico” e “destinatário jurídico” na acepção utilizada pelo STF?
Por destinatário físico deve ser entendido aquele ao qual a mercadoria importada será remetida.
Isso porque, o STF tem entendimento consolidado no sentido de que o ICMS é devido ao Estado em que está localizado o destinatário jurídico da mercadoria, não ao do destinatário físico, que, no caso de importação intermediada, por uma trading, é o estabelecimento no qual se deu a entrada da mercadoria.
O voto proferido pelo Ministro Carlos Britto, colhe-se “quando a operação se inicia no exterior, o ICMS é devido ao Estado em que está localizado o destinatário jurídico do bem, isto é, o importador”. Enquanto que o destinatário jurídico será sempre aquele no qual as mercadorias ingressam fisicamente.
	b) Na sua opinião, quem deve ser considerado os sujeitos ativo e passivo? Fundamente sua resposta elucidando as características e consequentes normativos decorrentes da importação: (i) direta, com posterior venda no mercado interno; (ii) por encomenda e; (iii) por conta e ordem.
Os sujeitos ativos e passivos serão Estado e contribuinte em que se localizam o estabelecimento do importador da mercadoria, na medida em que “é irrelevante, para fins de incidência de ICMS, que as importações sejam feitas por conta e ordem ou por encomenda de terceiro. Sempre a incidência dar-se-á na Unidade Federada onde se dá a entrada física da mercadoria no estabelecimento do importador”.
Logo, percebo que no caso do exercício o tributo seria devido no local do estabelecimento do importador onde se deu a entrada da mercadoria, que, cremos que seja o Espírito Santo, deste modo, nada impede que a empresa possua filial em Foz do Iguaçu, caso em que, o tributo seria devido ao Estado do PR. Já o sujeito passivo será o importador, contribuinte capixaba
	c) Se a importação tivesse sido efetuada na modalidade de “importação por conta e ordem de terceiro” ou “por encomenda” (importador capixaba e adquirente paulista), quais seriam os reflexos jurídicos – – incluindo a incidência tributária e eventual direito ao crédito de ICMS – em relação às empresas capixaba e paulista?
Não há que se fazer distinção entre as modalidades de importação por conta e ordem e encomenda, posto que em ambos os casos, o imposto será devido no local do estabelecimento do importador, local no qual se entende que, ocorre a entrada física das mercadorias.

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