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<p>Conceitos de estética</p><p>Apresentação</p><p>Seja bem-vindo!</p><p>O significado de "arte" vem do latim ars e significa “o ato de fazer”. Deriva da ideia de saber fazer</p><p>algo ou fazer algo muito bem feito. Assim, arte é o ato de fazer a obra que será admirada, seja ela</p><p>uma canção, uma escultura, uma poesia, uma dança ou uma arquitetura. Já o uso da palavra</p><p>“estética” deriva da palavra grega aesthesis, que significa percepção e sensação. Desse modo, no</p><p>sentido mais estreito do significado, a palavra “estética” significa “sensibilidade” e será, portanto, a</p><p>disciplina que irá estudar e analisar a relação existente entre a arte e o homem.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá aprender sobre os conceitos de arte e de estética,</p><p>identificar as características da evolução e reconhecer exemplos que expressam os padrões</p><p>estéticos no mundo.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Conhecer os conceitos de arte e estética na História da humanidade.•</p><p>Identificar as características que acompanharam a evolução do conceito de estética.•</p><p>Verificar exemplos que expressam os padrões de estética mundiais.•</p><p>Infográfico</p><p>De formas arredondadas aos corpos musculosos ou esguios, o homem teve a beleza representada</p><p>de diversas maneiras.</p><p>No Infográfico a seguir, você poderá conferir as mudanças do padrão estético humano ao longo dos</p><p>anos em uma linha do tempo.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/36ea5d05-a9ac-46db-a8b6-ac4ec55bc607/9df63be4-0064-4fbd-84a6-5491877e5e22.jpg</p><p>Conteúdo do livro</p><p>A Estética é a área da Filosofia que estuda e analisa a relação existente entre a arte e o homem.</p><p>Portanto, nessa disciplina você aprenderá sobre o surgimento e a evolução desse conceito ao longo</p><p>da História.</p><p>No capítulo Conceitos de Estética, da obra "Estética", você conhecerá três temas: os significados de</p><p>arte e estética, como o conceito de estética evoluiu ao longo dos anos e como os padrões estéticos</p><p>se expressam no mundo.</p><p>Boa Leitura.</p><p>ESTÉTICA</p><p>ARQUITETURA</p><p>Gabriela Ferreira Mariano</p><p>Conceitos de estética</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Reconhecer os conceitos de arte e estética na história da humanidade.</p><p> Identificar as características que acompanharam a evolução do con-</p><p>ceito de estética.</p><p> Exemplificar os padrões de estética mundiais.</p><p>Introdução</p><p>O significado de arte vem do latim ars, que significa “o ato de fazer”, e</p><p>deriva da ideia de saber fazer algo ou fazer algo muito bem feito. Assim,</p><p>arte é o ato de fazer uma obra que será admirada, seja ela uma canção,</p><p>uma escultura, uma poesia, uma dança, uma arquitetura. Já o uso da</p><p>palavra “estética” deriva da palavra grega aesthesis, que significa percep-</p><p>ção e sensação. Desse modo, no sentido mais estreito do significado, a</p><p>palavra estética significa sensibilidade e será, portanto, a disciplina que</p><p>vai estudar e analisar a relação existente entre a arte e o homem.</p><p>Neste capítulo, você vai conhecer sobre os conceitos de arte e estética,</p><p>identificar as características da evolução e reconhecer exemplos que</p><p>expressam os padrões estéticos no mundo.</p><p>Arte e estética: conceitos</p><p>Para os gregos antigos, a arte signifi cava o domínio do ser humano de uma</p><p>ou mais técnicas. Deriva daí a ideia de que saber fazer algo muito bem feito</p><p>é uma arte, por exemplo, a arte da guerra, da política, de fazer parto, da me-</p><p>dicina, do direito, etc. Outro conceito é que a arte é uma experiência humana</p><p>de conhecimento estético, que transmite e expressa ideias e emoções; por isso,</p><p>U N I D A D E 1</p><p>C01_Estetica.indd 1 03/05/2018 09:36:28</p><p>para a apreciação da arte, é necessário observá-la, refl etir sobre ela, criticá-la</p><p>a ponto de emitir opiniões fundamentadas sobre gostos, estilos, materiais e</p><p>modos diferentes de fazer arte (AZEVEDO JÚNIOR, 2007).</p><p>A função da arte e o seu valor estão na representação simbólica do mundo</p><p>humano. A partir disso, Aristóteles e Alberti apresentam visões diferentes sobre</p><p>o assunto. Aristóteles, pensador grego que viveu nos anos 300 a.C., entende</p><p>a arte como uma criação especificamente humana, na qual o belo não pode</p><p>ser desligado do homem: está em nós. Entretanto, ele separa a beleza da arte,</p><p>e muitas vezes, a feiura, o estranho ou o surpreendente se tornam o principal</p><p>objetivo da criação artística. Para o filósofo grego, o que confere beleza a uma</p><p>obra é a sua proporção, simetria, ordem — isto é, uma justa medida. Dessa</p><p>maneira, ele distingue dois tipos de artes: as que têm uma utilidade prática,</p><p>isto é, completam o que falta na natureza; e as que imitam a natureza, mas</p><p>também podem abordar o que é impossível, irracional, duvidoso.</p><p>Juntamente com Platão e Sócrates (professor de Platão), Aristóteles é visto como um dos</p><p>fundadores da filosofia ocidental. Essa linha de pensamento dominou verdadeiramente</p><p>o pensamento europeu a partir do século XII, principalmente nos campos de física,</p><p>química, lógica e ética. Em 335 a.C., Aristóteles fundou a sua própria escola em Atenas,</p><p>em uma área de exercício público dedicado ao deus Apolo Lykeios — daí surgiu o</p><p>nome liceu. Em todas essas áreas de estudos, o liceu coletou manuscritos e, assim, de</p><p>acordo com alguns relatos antigos, criou-se a primeira grande biblioteca da Antiguidade.</p><p>Leon Battista Alberti (1404–1472) foi um arquiteto e teórico de arte italiano,</p><p>seguidor de Vitrúvio. Teve o livro De re aedificatoria como seu principal</p><p>tratado teórico, o qual tomava como base de referência a arte da Antiguidade.</p><p>Nesses estudos, é possível identificar quatro pontos de arte clássica, os quais</p><p>se mantiveram vigentes por mais de 300 anos: arte é uma ciência; arte deve</p><p>interpretar um ideal objetivo de beleza; arte deve dizer respeito às ações hu-</p><p>manas; o propósito da arte não é somente proporcionar prazer, mas também</p><p>ensinar uma lição de moral.</p><p>Em resumo, arte é o ato de fazer uma obra que será admirada, seja ela</p><p>uma canção, uma escultura, uma poesia, uma dança, uma arquitetura. A es-</p><p>tética será, portanto, a disciplina que estudará e analisará a relação existente</p><p>entre a arte e o homem. Nesse sentido, a estética é vista como uma ciência</p><p>Conceitos de estética2</p><p>C01_Estetica.indd 2 03/05/2018 09:36:28</p><p>que remete à beleza relacionada a algum sentimento, demonstrado por suas</p><p>manifestações artísticas e naturais, sendo vista como a filosofia da arte. É</p><p>um ramo da filosofia com o objetivo de interpretar simbolicamente o mundo</p><p>e as formas de manifestação da beleza pura e artística. Platão foi o primeiro</p><p>a formular, explicitamente, a pergunta sobre o que é o belo. Para ele, o belo é</p><p>identificado com o bem, a verdade e a perfeição. A beleza existe em si, separada</p><p>do mundo sensível. Nesse sentido, ele criticou a arte que se limitava a “copiar”</p><p>a natureza e o mundo sensível, afastando assim o homem da beleza que reside</p><p>no mundo das ideias. As obras de arte deviam seguir a razão, procurando atingir</p><p>tipos ideais e desprezando os traços individuais das pessoas e a manifestação</p><p>das suas emoções. Assim, entende-se que Platão ligou a arte à beleza.</p><p>Foi o filósofo Alexander Gottlieb Baumgarten (1714–1831) que utilizou</p><p>pela primeira vez a palavra “estética”, no conceito moderno, com o intuito de</p><p>estabelecer uma disciplina da filosofia que se encarregaria de estudar todas</p><p>as manifestações artísticas. Na Grécia Antiga, outros filósofos já utilizavam</p><p>a palavra “estética”, que deriva da palavra grega aesthesis, a qual significa</p><p>percepção e sensação. Desse modo, no sentido mais íntimo do significado, a</p><p>palavra “estética” significa “sensibilidade”. Ela está presente desde o surgimento</p><p>do homem: os povos primitivos usavam óleos e perfumes para ocasiões especiais.</p><p>Atualmente, o seu significado moderno corresponde à doutrina do conheci-</p><p>mento sensível. Baumgarten definiu a estética como sendo uma disciplina que</p><p>deveria refletir sobre as emoções produzidas pelos objetos que são admirados</p><p>pelos seres humanos. O autor ainda afirma que a estética deveria ser abordada</p><p>de forma subjetiva, ou seja, a partir da consciência de cada indivíduo. Esse</p><p>filósofo da arte entende que a única forma de se apreciar uma obra se dá pela</p><p>sensibilidade do observador. Ela — a sensibilidade — só é possível quando o</p><p>observador se permite contemplar a arte a partir da sua própria subjetividade.</p><p>Evolução do conceito de estética</p><p>ao longo dos anos</p><p>Ao longo da história, a fi losofi a sempre se perguntou a respeito da essência do</p><p>belo — a interrogativa central da estética. A estética enquanto fi losofi a surgiu</p><p>na Grécia Antiga, como uma refl exão sobre as manifestações do belo, seja ele</p><p>natural ou artístico, bem como o estudo da fi losofi a, em conjunto com a lógica</p><p>e a ética, formando os conceitos de belo e bom para os valores da humanidade.</p><p>Essa refl exão sistemática é inseparável da vida cultural das cidades gregas,</p><p>as quais atribuíam uma enorme importância aos espaços públicos e ao livre</p><p>3Conceitos de estética</p><p>C01_Estetica.indd 3 03/05/2018 09:36:28</p><p>debate de ideias. Dessa forma, os poetas, arquitetos, dramaturgos e escultores</p><p>desfrutavam de um grande reconhecimento social.</p><p>No Egito, Cleópatra acreditava que a beleza era importante para a imortali-</p><p>dade e, desse modo, serviu de inspiração para diversos artistas e suas pinturas.</p><p>Nesse período, a representação da figura humana aparecia na versão idealizada</p><p>dos artistas, com grandes olhos escuros, figuras esbeltas, corpos morenos e</p><p>perfeitos, e cabelos brilhantes. Na Idade Média, a Igreja acreditava que a vaidade</p><p>vinha de forças malignas, e qualquer preocupação estética não era bem vista</p><p>(pregando inclusive o abandono dos hábitos de higiene). Além disso, julgava-se</p><p>que a preocupação com o belo estaria alterando a face dada por Deus.</p><p>Dois pensadores tiveram grande importância na definição dos conceitos</p><p>de estética. Platão já definia o belo como o bom; a estética existiria em si, a</p><p>partir de uma essência ideal, objetiva, independente do gosto. Essa tendência</p><p>compôs o ideal universal de beleza, dominando a arte da Antiguidade até o</p><p>século XVII. No caso de Aristóteles, pupilo de Platão na sua academia, a</p><p>estética tem como base dois conceitos de caráter realista: a teoria da imitação</p><p>e a catarse (libertação). Os conceitos platônicos reaparecem no Renascimento,</p><p>principalmente nas escolas inglesas, em conjunto com pensamentos que con-</p><p>templam o belo como uma manifestação do espírito. No classicismo francês,</p><p>como nos pensamentos de Descartes, as ideias de Aristóteles se mantêm vivas,</p><p>e são introduzidos novos conceitos de beleza, como claridade e distinção.</p><p>Durante o século XVIII, a história da estética encontra o seu ponto máximo.</p><p>Os críticos ingleses foram os responsáveis por analisar as impressões estéticas</p><p>e estabelecer as diferenças entre a beleza da experiência imediata e a beleza</p><p>relativa. A partir disso, originou-se outra tradição: o belo tornou-se relativo,</p><p>subjetivo, relacionado à maneira como cada sujeito nota o objeto. Também foi</p><p>apresentada a separação entre o que era belo e o que era magnífico ou sublime.</p><p>No mundo da filosofia, existe uma antítese clássica entre o belo e o sublime. Esse</p><p>segundo termo é associado ao êxtase e à criação poética pelos antigos. Porém, na</p><p>linguagem corrente, sublime é amplamente empregado como um sinônimo ou um</p><p>superlativo de belo.</p><p>Como referência de literatura, o texto Na Inquiry into the Origin of Our Ideas of the</p><p>Sublime and the Beautiful, de Edmund Burke, é o que melhor aborda essa problemática</p><p>de mudança de sentido dos termos.</p><p>Conceitos de estética4</p><p>C01_Estetica.indd 4 03/05/2018 09:36:28</p><p>Essa oposição ao pensamento do passado é aliviada por Kant, no século</p><p>XVIII, definindo que, na estética, a objetividade está no objeto, enquanto a</p><p>subjetividade está no sujeito. Portanto, o belo existe em si, no objeto, mas nem</p><p>sempre é percebido pelo leigo — aquele que não foi educado para apreciar</p><p>a beleza como um crítico de arte. Seguindo essa evolução, no século XIX,</p><p>Hegel introduziu o contexto histórico na concepção de beleza, para o qual o</p><p>“devir” (as mudanças) se reflete no gosto. Em outras palavras, ele sofre uma</p><p>interferência da cultura, construindo uma nova visão de mundo.</p><p>A partir dessas tradições, outra concepção de estética surgiu no século XX,</p><p>vinculada à fenomenologia, principalmente em relação à arte. O belo passou a</p><p>ter significado, independentemente de sua correspondência com o real. Esse</p><p>conceito é mensurado pela sensibilidade, o que atualmente remete à psicolo-</p><p>gia, ciência que atribui à beleza uma resposta narcisista ao que gostamos ou</p><p>gostaríamos de ver em nós mesmos. Em um conceito mais filosófico, pode-se</p><p>dizer que é o que apreciamos ou o que se identifica com a nossa visão parti-</p><p>cular de mundo. Essa definição apresenta o belo numa questão geral, mas não</p><p>responde por que consideramos determinado objeto que não é belo como arte.</p><p>No momento contemporâneo, a estética é explicada em duas tendências:</p><p>a ontológica-metafísica, que substitui o belo pela vertente do verdadeiro ou</p><p>do verídico; e a histórico-sociológica, que mostra a obra de arte como um</p><p>documento e uma manifestação do trabalho humano.</p><p>Camargo e Bulgacov (2007, p. 187) justifica:</p><p>Na relação estética o sujeito entra em contato com o objeto mediante a tota-</p><p>lidade de sua riqueza humana, não apenas sensível, mas também intelectiva</p><p>e afetiva. Os fenômenos naturais só se tornam estéticos quando adquirem</p><p>uma significação social e humana. A sensibilidade estética, como todas as</p><p>qualidades humanas, é fruto da conquista da história da humanidade.</p><p>Padrões estéticos no mundo</p><p>O belo e a beleza têm sido objeto de estudo ao longo de toda a história da</p><p>fi losofi a. Com isso, é notável a mudança de conceitos estético com o passar</p><p>dos anos, seja por infl uência de pensadores ou pela cultura e mudança dos</p><p>hábitos da população.</p><p>Os corpos curvilíneos e generosos eram o padrão de beleza na pré-história.</p><p>Para as mulheres, era um facilitador para procriar; para os homens, significava</p><p>reserva energética até a próxima caça. Na Grécia Antiga, o padrão desejado</p><p>5Conceitos de estética</p><p>C01_Estetica.indd 5 03/05/2018 09:36:28</p><p>era o atlético e musculoso, já que o lugar onde se estudava filosofia, artes e</p><p>música também era um local para a prática de exercícios. O culto ao corpo era</p><p>tanto, que os homens ficavam nus para realizar as atividades atléticas, como</p><p>está registrado nas esculturas em pedra.</p><p>Esse conceito estético segue vigente até o século V, já que, na Idade Média,</p><p>por influência da Igreja, o cuidado com a beleza era tido como um pecado.</p><p>Esse pensamento inclusive julgava os hábitos de higiene e qualquer outra</p><p>situação que buscasse a melhora da aparência. As pinturas retratavam as</p><p>figuras humanas sem embelezá-las, mais como uma forma de representação.</p><p>Em oposição a essa ideologia, surge no século XV uma frente de pesquisas em</p><p>diversas áreas, tendo o corpo humano com proporções geométricas. O Homem</p><p>Vitruviano, de Leonardo da Vinci (Figura 1), representa o ideal clássico do</p><p>equilíbrio, da beleza, da harmonia e da perfeição das proporções do corpo</p><p>humano. O desenho de Da Vinci também está filosoficamente ligado ao an-</p><p>tropocentrismo, transformando-se num símbolo desse conceito humanista.</p><p>Figura 1. Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci.</p><p>Fonte: Architecteur/Shutterstock.com.</p><p>Conceitos de estética6</p><p>C01_Estetica.indd 6 03/05/2018 09:36:29</p><p>O Renascimento segue ligando a estética ao homem, retratando nas pinturas</p><p>os corpos curvilíneos, com cabelos longos e penteados, bem como a adoração</p><p>aos deuses, como na Antiguidade. Os corpos despidos voltam a aparecer,</p><p>como na estátua de Davi, de Michelangelo, e nas imagens da deusa Vênus</p><p>(Figura 2). A relação com o corpo proporcional e belo, como retratado, foi se</p><p>tornando uma obsessão e, a partir dos anos 1990, os exemplos dessa beleza</p><p>ideal são extremos.</p><p>Figura 2. Davi, de Michelangelo, e Vênus, de Sandro Botticelli.</p><p>Fonte: PeterVrabel/Shutterstock.com; Dias (2015).</p><p>O início do século XX mostra homens exageradamente musculosos, compe-</p><p>tindo por quem tem o corpo melhor, por meio dos concursos de fisiculturismo.</p><p>A figura humana desse período lembra muito o que já havia sido retratado na</p><p>Grécia Antiga, mas cada vez mais exagerada. As mulheres passam a mostrar</p><p>partes do corpo como forma de insinuação. Os longos cabelos são deixados</p><p>de lado, e o corte “à la garçonne” é amplamente adotado — um clássico das</p><p>mulheres europeias mais antenadas à moda.</p><p>Os anos vão passando, e a imagem da mulher adquire conotação sexual</p><p>(ainda que sutilmente). Nos anos 1940, Marilyn Monroe aparece com decotes e</p><p>saias esvoaçantes; já nos anos 1960, as curvas perdem força, e o corpo esguio,</p><p>andrógeno e magricelo é predominante. Com isso, a modelo Twiggy vira</p><p>referência de beleza. A definição de gênero é deixada em dúvida, tanto para</p><p>homens quanto para mulheres. Nos anos 1980, modelos com mais curvas, mas</p><p>ainda magras, roubam a cena. O corpo mais natural e sem exageros se opõe</p><p>7Conceitos de estética</p><p>C01_Estetica.indd 7 03/05/2018 09:36:29</p><p>à década anterior. No entanto, essa ditadura durou pouco: nos anos 2000, a</p><p>exigência é que as modelos (e referências estéticas) sejam ainda mais magras.</p><p>Considerando toda essa história, como é possível denominar o que é belo?</p><p>O que se pode notar é que muitas variáveis estão envolvidas nesse processo,</p><p>sejam elas culturais, humanas ou históricas.</p><p>Conceitos de estética8</p><p>C01_Estetica.indd 8 03/05/2018 09:36:30</p><p>AZEVEDO JUNIOR, José Garcia de. Apostila de Arte – Artes Visuais. São Luís: Imagética</p><p>Comunicação e Design, 2007. 59 p.: il.</p><p>CAMARGO, D. de; BULGACOV, Y. L. Por uma perspectiva estética e expressiva no</p><p>cotidiano da escola. In: ZANELLA, A. V. et al. (Org.). Educação estética e constituição do</p><p>sujeito: reflexões em curso. Florianópolis: NUP/CED/UFC, 2007.</p><p>DIAS, L. Botticelli: o nascimento de Vênus. 2015. Disponível em: <http://virusdaarte.</p><p>net/sandro-botticelli-o-nascimento-de-venus/>. Acesso em: 2 maio 2018.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>AYDOS, L. A. S. Pitoresco e sublime: duas estéticas, duas arquiteturas da Modernidade.</p><p>Porto Alegre: PROPAR/UFRGS, 2003.</p><p>BURKE, E. The sensation which accompanies de removal of pain or danger. In: BOUL-</p><p>TON, J. T. A critical enquiry into the origin of our ideas of the sublime and the beautiful.</p><p>London: Routledge & Kegan Paul, 1967.</p><p>CORNETET, B. C.; PIRES, D. G. M. (Org.). Arquitetura. Porto Alegre: SAGAH, 2016.</p><p>LIMA, F. A. de A. Estudos dos conceitos de ordem e relação, estética pitagórica e fórmula nas</p><p>tratadísticas de Lon Battista Alberti e Andrea Palladio. Porto Alegre: PROPAR/UFRGS, 2004.</p><p>SANDER, L.; ZANATTA, S. (Org.). Educação estética e constituição do sujeito: reflexões</p><p>em curso. Florianópolis: Núcleo de Publicações, 2007.</p><p>Dica do professor</p><p>O conceito e a percepção de beleza costumam variar muito de acordo com o contexto analisado.</p><p>Ou seja, como Plotino já afirmava, a beleza é subjetiva. Mesmo que essa afirmação não seja</p><p>consensual, ao longo da História muitos pensadores criaram conceitos para beleza, cada um com</p><p>seu ponto de vista.</p><p>Veja mais sobre esses assuntos nesta Dica do Professor:</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/eded2cf768ac4eb6a190fc7fe4066a89</p><p>Na prática</p><p>Qual é o valor da Arte?</p><p>O valor que a Arte recebe depende muito do conceito estético da época e o quanto a população se</p><p>interessa por ela.</p><p>Neste Na Prática, você verá as obras que receberam os maiores valores de venda da História.</p><p>Como se pode notar, cada uma representa o momento em que foi feita, ou seja, o senso estético da</p><p>época.</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>História da Arte: por onde começar?</p><p>Assista, a seguir, a um vídeo com boas sugestões de livros sobre História da Arte, se quiser</p><p>aprender mais sobre o assunto.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Arquitetura</p><p>Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!</p><p>Composição arquitetônica e qualidade estética</p><p>No artigo recomendado, você vai ler sobre uma análise da composição arquitetônica, tão discutida</p><p>desde o Período Clássico. O tema da leitura se relaciona com estética formal e estética simbólica,</p><p>para analisar edificações históricas e contemporâneas.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://www.youtube.com/embed/kLR8oJcp170</p><p>http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-86212014000100015</p>