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<p>Instituição hospitalar e suas especificidades Profa. Denize Mascarenhas Descrição Você vai entender a importância da atuação do psicólogo no atendimento terapêutico das demandas psíquicas de pacientes assistidos nas instituições hospitalares. Propósito Conhecer as possibilidades de atuação do psicólogo durante o processo de internação de um paciente no hospital permite que as ações sejam focadas para promover tanto o equilíbrio emocional fundamental para o reestabelecimento da saúde como a adaptação a esse meio. Objetivos Módulo 1 Conceito de instituição em psicologia Reconhecer os conceitos e a história das instituições hospitalares.</p><p>Módulo 2 Características gerais do hospital Identificar as diversas características dos tipos de hospitais. Módulo 3 As diferentes clínicas e 0 trabalho multiprofissional Descrever a atuação terapêutica nas diferentes clínicas e no trabalho multidisciplinar. Módulo 4 A relevância do papel do psicólogo no processo de internação Identificar a importância do papel do psicólogo nas unidades de internação. Introdução A internação hospitalar é um momento crítico na vida das pessoas. Significa que algo está fora do padrão de normalidade e não pode ser dominado. Medo, apreensão, incertezas e muitas dúvidas são experimentados de forma incontrolável. Tais experiências podem ser pessoais ou referentes a algum familiar ou amigo. Entender como a assistência terapêutica faz</p><p>diferença no enfrentamento desse momento angustiante da vida dá ao psicólogo a dimensão da importância da sua atuação. Para isso, deve-se entender o funcionamento das instituições hospitalares, seus objetivos, suas características, suas demandas e suas limitações. É preciso atuar de forma integral, entendendo as dimensões físicas, mentais e sociais dos pacientes como inerentes ao conceito de saúde preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para que esses aspectos sejam compreendidos e assimilados, elaboramos este estudo em quatro módulos nos quais abordaremos os aspectos das instituições hospitalares, sua criação ao longo da história, a importância do trabalho multiprofissional e a atuação do psicólogo nas diversas clínicas de atendimento hospitalar. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material</p><p>1 - Conceito de instituição em psicologia Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos e a história das instituições hospitalares. Estabelecendo relações entre conceitos Neste vídeo, falaremos sobre instituições de saúde, abordando as diferentes dimensões da saúde e como elas influenciam a prática médica. Para assistir a um vídeo sobre o assunto, acesse a versão online deste conteúdo. Para começarmos o nosso estudo sobre a instituição hospitalar, devemos entender, em primeiro lugar, o conceito de instituição e nos aprofundarmos sobre o conceito de saúde. Instituição é um conjunto de regras e normas que são estabelecidas para satisfazer interesses coletivos e que procura resolver as necessidades de uma determinada comunidade ou sociedade. Pode ser pública ou privada. Uma instituição de saúde é um estabelecimento que visa prestar assistência de saúde e bem-estar, voltando seus cuidados para a promoção da saúde e prevenção de doenças a uma população específica, em uma área geográfica determinada. Assim, encontramos diversos modelos de estabelecimentos que se configuram como instituições de saúde, cada um com sua especificidade.</p><p>HOSPITAL Edifício moderno de uma instituição hospitalar. São, então, considerados instituições de saúde: Clínicas médicas Consultórios de enfermagem Clínicas de nutrição Clínicas de psicologia Unidades básicas de saúde (UBS) Ambulatórios Unidades mistas Hospitais gerais ou especializados Se quisermos nos aprofundar um pouco no tema para pensarmos além da dimensão clínica e discutirmos a saúde a partir do conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS), podemos perceber que outras instituições são importantes na manutenção da Vejamos: a OMS entende que saúde não é apenas a ausência de doenças. Para que se possa considerar uma pessoa saudável é necessário que ela esteja usufruindo de um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Essas três vertentes citadas pela OMS (física, mental e social) estão diretamente interligadas entre si na conceituação de saúde. A partir do conceito de bem-estar completo, alguns autores vão listar as diferentes dimensões da saúde. Certamente, já conhecemos todos os elementos relacionados a elas, mas vamos, como profissionais da</p><p>saúde, voltar nosso olhar de maneira integral para esse assunto e entender um pouco mais sobre cada uma delas. Confira Dimensão da saúde física É a promoção da saúde clínica e a prevenção de doenças a partir de alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas, rotina de sono adequada, não uso de tabaco, pouca ingestão de álcool, não uso de drogas que causem dependência química e a realização de consultas médicas regulares Dimensão da saúde espiritual É ter fé e crenças que deem sentido à vida e poder praticar a espiritualidade. Esses aspectos impactam positivamente a saúde. Dimensão da saúde social É a manutenção de relações saudáveis com amigos, colegas de trabalho, família, comunidade. Dimensão da saúde mental É o equilíbrio das emoções no enfrentamento de desafios, conflitos e mudanças que a vida traz. Para a manutenção da saúde mental, é recomendado que se exerçam atividades de autoconhecimento, relações sociais saudáveis, equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, cultivo de hobbies e psicoterapia.</p><p>Dimensão da saúde ocupacional Está diretamente ligada ao trabalho, precisa proporcionar bem-estar e realização profissional e pessoal. Dimensão da saúde intelectual É o desenvolvimento da criatividade e do aprendizado para aumentar o conhecimento e a satisfação pessoal. Ler, assistir a filmes, fazer cursos e outras atividades que ampliam o conhecimento são importantes para o crescimento pessoal nessa área. Dimensão da saúde financeira Está relacionada à organização e ao controle sobre as finanças, e não significa necessariamente ter muito dinheiro. A partir de todo o conteúdo exposto até agora, vimos que é muito difícil ter o tão sonhado completo bem-estar físico, mental e social preconizado pela OMS. Ninguém em sã consciência pode dizer que tem contempladas todas essas dimensões de saúde E o que tudo isso tem a ver com o estudo de instituição hospitalar? A pessoa que se encontra dentro de uma instituição hospitalar, necessitando de cuidados para a falta (mesmo que momentânea) da saúde física, precisa ter avaliadas as demais dimensões que contemplam o espectro de sua saúde. o psicólogo que vai cuidar dessa pessoa precisa olhar para ela de maneira completa, fornecendo o apoio emocional necessário para o tratamento psicoterapêutico.</p><p>Passeando pela história dos hospitais Neste vídeo, falaremos sobre como surgiu o conceito de hospital como lugar de tratamento ao longo da história. Para assistir a um vídeo sobre o assunto, acesse a versão online deste conteúdo. A palavra "hospital" é originada do latim hospitalis e seu significado tem relação com ser hospitaleiro, acolhedor, muito ligado à prática antiga de cuidar de pobres, peregrinos, doentes e órfãos em suas necessidades. Podemos perceber a influência dos aspectos religiosos/espirituais no cuidado aos doentes ou aos necessitados realizando uma breve análise sobre o surgimento de instituições hospitalares ao longo da história. Veja a seguir. Na Antiguidade Nesse período, praticava-se a medicina teúrgica, uma ciência em que se evocavam forças dos mundos sutis ou a arte de manifestar o espiritual. Na Índia, na Mesopotâmia, no Egito, na Assíria e na Babilônia, a atividade dessa medicina dos milagres e encantamentos contra demônios e forças do mal que causavam as doenças era uma prática comum. Não havia um local específico para pessoas doentes, elas eram misturadas com miseráveis, órfãos e viajantes (Lisboa, 2021). Em 431 AEC Existem informações sobre a construção de um local para a internação e para os cuidados dos doentes no Ceilão (atualmente Sri Lanka). Dois séculos depois, na Índia, houve a criação de</p><p>instituições especializadas para tratamento nos moldes hospitalares como conhecemos atualmente, com a atuação de profissionais médicos e de enfermagem. Em 100 AEC Na Europa, os romanos construíram locais específicos para os cuidados aos soldados feridos nas guerras e se destacaram pelas obras de saneamento, como drenagem de áreas pantanosas para combater a malária, redes de esgotos, canalização de água pura, escoamento de águas contaminadas, limpeza das ruas, construção de casas mais ventiladas, construção de banheiros privativos, vigilância de alimentos e de sepultamentos fora das cidades (Lisboa, 2021). A partir do século IV Com o crescimento do cristianismo, a expansão dos hospitais se tornou mais consistente, uma vez que sacerdotes e religiosos passaram a acolher viajantes, peregrinos e doentes pobres nos monastérios, onde eram tratados de forma mais humana e com a utilização de medicação à base de folhas medicinais. A partir do século IV A partir dos modelos de assistência, da evolução da medicina e de práticas das reformas sanitárias, os hospitais se desenvolveram mais rapidamente e de forma mais eficaz. Por exemplo, o Hospital do Cairo, criado em terras islâmicas, possuía enfermarias divididas em alas para feridos, convalescentes, mulheres com problemas de visão</p><p>e para doentes que apresentavam tebre. Havia farmácia, cozinha, médicos e pessoal de enfermagem (Lisboa, 2021). Final do século XVIII e início do século XIX A Revolução Industrial na Inglaterra aumentou as necessidades sociais e econômicas, o que impulsionou avanços na assistência médica, higiene e saúde pública. Foi assim que os hospitais modernos começaram a surgir, com a ideia de que os pacientes eram isolados de suas famílias e da sociedade, criando a sensação de que o hospital era um lugar para os doentes irem morrer. AEC o uso das siglas AEC (antes da Era Comum) e EC (Era Comum) tem como objetivo uma escrita EC Era Comum inclusiva, sem distinção de crença ou cultura. São equivalentes aos termos antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.). A ideia do hospital como "lugar de cura", de prática multiprofissional, de ensino e pesquisa para a aprendizagem dos profissionais da saúde só surgiu na Idade 0 surgimento dos hospitais no Brasil Neste vídeo, falaremos sobre a evolução dos hospitais e da medicina no Brasil, desde a época dos pajés até a Reforma Sanitária, em 1970, e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988. Para assistir a um vídeo sobre o assunto, acesse a versão online deste conteúdo.</p><p>Segundo alguns historiadores, foram os os precursores da assistência médica no Brasil. Baseados na visão do cuidado humanizado aos pobres e necessitados e na ideia de cura ligada à conexão com Deus e, portanto, com a religiosidade, a concepção das Santas Casas acaba por fortalecer essa missão dos religiosos. A assistência à saúde baseada nas ervas e nos cantos dos pajés foi substituída pela assistência das Santas Casas de Misericórdia. A primeira inaugurada no Brasil foi a Santa Casa de Misericórdia de Olinda, em 1540, para atender doentes dos navios que chegavam ao porto da cidade e os moradores das vilas e povoados. A outra de grande importância foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, criada em 1543 pelo português Brás Cubas e reinaugurada em 2 de julho de 1945 pelo então presidente Getúlio Vargas com o nome Hospital de Santos. Fachada da Santa Casa da Misericórdia, na cidade de Santos-SP, Brasil. A partir do século XVIII, os primeiros hospitais militares, que atendiam apenas militares, foram abertos. Eles não eram administrados por religiosos, mas sim por poucos médicos que havia na época. A chegada da família real portuguesa, em 1808, início do século XIX, foi marcada pela criação das primeiras escolas de medicina no Brasil: a Escola de Cirurgia da Bahia e a Escola de Medicina e Cirurgia no Rio de Janeiro. As únicas criadas até a República. Até o final do século XIX, as maiores ameaças à saúde pública eram as doenças infecciosas, como varíola, cólera e febre amarela. De acordo com Moraes (2005), não existia uma organização eficiente dos serviços de saúde e a compreensão científica das doenças era limitada, baseada na ideia de que as condições ambientais eram as causas das doenças. Por esse motivo, a</p><p>preocupação das autoridades era com espaço urbano e a circulação de água e ar. Havia uma grande demanda por atendimento médico na população, e o Império não tinha leitos hospitalares suficientes. Os hospitais filantrópicos estavam lotados e, a partir de 1850, o Estado Imperial abriu os primeiros hospitais de isolamento para tratar pessoas durante as epidemias. Muitos desses hospitais eram temporários, mas alguns continuaram funcionando mesmo depois das epidemias terem passado. Em 1852, foi aberto o primeiro hospício do Brasil, o Hospício Pedro II, para abrigar pessoas consideradas alienadas pela sociedade da época. Ilustração do Hospício Pedro II, atual Palácio Universitário (UFRJ) na Praia Vermelha. Até 1912, o país tinha 32 hospitais para alienados, 16 deles eram financiados pelo governo. Nessa época, praticamente não existiam leitos hospitalares públicos para a população em geral, sendo a maior parte do atendimento feita por hospitais privados, as casas de saúde, que podiam ser lucrativos ou filantrópicos com apoio do governo (Moraes, 2005). Só em 1920 foi criado o Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP) com o objetivo de aumentar a ação pública sobre os problemas sanitários e de saúde, vinculando a assistência hospitalar no Brasil às políticas de Previdência Social. Na década de 1970, ocorreu no país um movimento social intitulado Reforma Sanitária. Formado por médicos, estudantes e intelectuais, a proposta do movimento era a discussão da necessidade de construção de uma saúde pública que atendesse a toda a população brasileira. Na época tinhamos a seguinte situação: Os brasileiros que tinham boas condições financeiras pagavam pelo atendimento de saúde em instituições privadas. Os trabalhadores que possuíam carteira de trabalho assinada eram atendidos nos serviços públicos.</p><p>Os que não tinham dinheiro nem eram trabalhadores formais só podiam ser atendidos em serviços de saúde filantrópicos. As discussões desse movimento resultaram na criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988, que se tornou um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. SUS oferece desde consultas simples para verificar a pressão arterial até transplantes de órgãos, garantindo acesso completo, universal e gratuito para toda a população do Brasil Greco, 2016). S S Representação da bandeira do Brasil, utilizando uma máscara e a sigla do SUS. Atualmente, o SUS beneficia mais de 190 milhões de brasileiros, com uma rede de atendimento de saúde que conta com mais de 6.518 hospitais (públicos e conveniados) e 38 mil unidades básicas de saúde em todo o país. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que saúde não é só não estar doente, mas também se sentir bem física, mental e socialmente. Embora seja difícil alcançar isso totalmente, como psicólogo que cuida de pacientes hospitalizados, você deve procurar equilibrar as diversas dimensões de saúde mental do paciente internado como uma prioridade A de seu atendimento, uma vez que o equilíbrio emocional impacta positivamente na saúde física</p><p>se preocupar em atender o paciente naquela emergência clínica, já que o pouco tempo de internação não permite uma intervenção psicoterapêutica mais aprofundada. dar ênfase a um atendimento pontual, emergencial e específico para a demanda clínica que o paciente C apresente. o importante é que ele permaneça o menor tempo possível internado e que a intervenção seja objetivamente voltada para a alta hospitalar. procurar encaminhar as demandas emocionais que o paciente apresentar durante a internação para D serviços ambulatoriais que possam contemplar tanto as dimensões sociais como mentais. ter sempre em mente que não é possível ter saúde de forma plena. Assim, o importante é reduzir os E danos emocionais daquela internação de forma objetiva, levando o paciente a aceitar suas limitações físicas e mentais. Parabéns! A alternativa A está correta. o psicólogo em hospital lida com emergências e doenças crônicas que levam a internações longas. objetivo é cuidar das emoções do paciente, mesmo em internações curtas, pois a saúde mental é importante para a recuperação. foco não deve ser apenas a saúde física, mas também o equilíbrio emocional para a alta hospitalar. Questão 2 Durante muitos anos, a assistência médica no Brasil foi prestada por hospitais particulares lucrativos ou pelas Santas Casas de Misericórdia de forma filantrópica. A oferta de leitos hospitalares pelo Estado para a população em geral era quase inexistente, com algumas casas de saúde recebendo subsídio do Estado. A Reforma Sanitária veio propondo mudanças nesse panorama. Sua proposta era basicamente que</p><p>fosse oferecido atendimento médico aos A trabalhadores formais, que tinham a carteira de trabalho assinada, sem burocracias. o governo subsidiasse os atendimentos B emergenciais da população em geral nas casas de saúde particulares. só houvesse atendimento público para os brasileiros C desempregados. Os trabalhadores formais deviam ser atendidos nas clínicas de saúde conveniadas. houvesse atendimento público para todos os brasileiros, sem distinção, de forma descentralizada, D regionalizada e hierarquizada, que são os princípios do SUS. os atendimentos médicos para a população em E geral pudessem ser realizados nos setores privados, com o subsídio do Estado. Parabéns! A alternativa D está correta. o movimento da Reforma Sanitária, ocorrido na década de 1970, propunha a discussão sobre a necessidade de construir na saúde pública condições de atender de forma igualitária toda a população brasileira, sem distinção entre os trabalhadores formais e os informais. A população de renda podia arcar com as despesas médicas em hospitais particulares, os trabalhadores formais podiam recorrer aos hospitais públicos e os trabalhadores informais recorriam à filantropia. Essas ideias resultaram na criação do SUS, a partir da Constituição de 1988.</p><p>2 - - Características gerais do hospital Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as diversas características dos tipos de hospitais. As instituições de saúde Neste vídeo, falaremos sobre as principais características que definem uma instituição de saúde, destacando suas funções/atividades e tipologias. Para assistir a um vídeo sobre o assunto, acesse a versão online deste conteúdo. -0- Uma instituição de saúde é importante na promoção do bem-estar, da saúde, na prevenção de doenças e na reabilitação. Dentro do ambiente de atendimento, estão as consultas médicas, de enfermagem, de psicologia, de fisioterapia, de nutrição; as intervenções cirúrgicas; os cuidados preventivos; e o atendimento de urgência e emergência e, ainda, de reabilitação. atendimento deve ser sempre oferecido por equipes multidisciplinares, com profissionais de várias áreas de assistência: médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, farmacêuticos, assistentes sociais, nutricionistas, técnicos de saúde, técnicos de laboratório, administradores, entre outros e incluem:</p><p>Assistência médica Consultas, diagnósticos, tratamento, intervenções cirúrgicas feitas especificamente por médicos. Atendimento de urgência e emergência Crises clínicas, acidentes, situações de crise agudas, com riscos de morte ou sequelas graves, que precisam de intervenção multiprofissional. Prevenção de doenças Vacinação, exames de rastreamento para doenças, orientação de hábitos saudáveis de vida. Também aqui a intervenção é multiprofissional.</p><p>Reabilitação e recuperação Após cirurgias, lesões crônicas, acidentes que necessitem de reabilitação física. Geralmente, os profissionais que prestam esses serviços são os fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e, para as intervenções psíquicas, os psicólogos. Educação em saúde Capacitação para enfrentamento e tomada de decisões sobre as situações que afetam a saúde individual ou da comunidade. Esse serviço é prestado por todos os profissionais de saúde que compõem a equipe multiprofissional.</p><p>Assistência preventiva Identificação precoce de situações que afetem a saúde para intervenção antes que se torne problema crônico. Geralmente, essas ações são mais diretamente ligadas à assistência de médicos e enfermeiros. Tratamento de condições clínicas e crônicas Apoio e acompanhamento de portadores de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, reumáticas, renais, entre outras. Estudo e pesquisa Ações que contribuem para o avanço da assistência em saúde por meio de estudos clínicos para novas abordagens de tratamento.</p><p>Promoção do bem-estar o conceito de saúde abrange o bem-estar físico, mental e social. Dessa forma, atividades que promovam hábitos de vida saudáveis e equilíbrio emocional, físico, religioso e financeiro são essenciais. Cada atividade hospitalar exercida no ambiente de atendimento deve envolver a comunidade para que as ações profissionais atendam às necessidades de saúde e bem-estar específicas daquela região. Podemos listar algumas instituições que fazem parte desse conjunto de práticas voltadas para a saúde: Clínicas médicas: consultas médicas e atendimento ambulatorial multiprofissional. Consultórios médicos: consultas especificamente com o médico, seja ele especialista ou generalista. Consultórios de enfermagem: consultas de acompanhamento de quadros clínicos crônicos ou de curativos que são realizados especificamente por enfermeiros. Consultórios de psicologia: acompanhamento psicoterápico realizado por psicólogos.</p><p>Centros de reabilitação: recuperação de pessoas após sofrerem lesões, cirurgias ou condições médicas ou neurológicas. Em geral, são os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que atuam nesses centros. Laboratórios para diagnóstico: realização de exames de análise clínicas e de imagem. Farmácias: orientação e dispensação de medicamentos. o farmacêutico é o profissional que deve orientar sobre o uso adequado das medicações nesse ambiente. Casas de repouso e asilos: cuidados de longo prazo para idosos e pessoas que necessitam de assistência contínua. Profissionais como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, além de cuidadores são essenciais nessa abordagem à saúde. Hospitais: oferta de uma variedade de serviços, como emergências, cirurgias, internações e tratamento de condições complexas. Entender como as instituições de saúde funcionam nos dá a dimensão da assistência clínica a uma população. Dessa forma, é importante conversarmos sobre a assistência de saúde pública no Brasil. Atendimento em saúde no Brasil Neste vídeo, falaremos sobre o sistema único de saúde (SUS), incluindo seus níveis de assistência, caracterizando os hospitais nesse sistema. Para assistir a um vídeo sobre assunto, acesse a versão online deste conteúdo. -0- A Constituição Federal Brasileira de 1988 implementou em todo o país o Sistema Único de Saúde (SUS), que tem suas ações regulamentadas pela Lei n° 8.080 de 19 de setembro de 1990 e pela Lei n° 8.142, de 28 de dezembro de 1990 e, ainda, pelo Decreto 7.508, de 28 de junho de 2011.</p><p>Com quase 36 anos de existência, o SUS é considerado o maior sistema público de saúde do mundo. Atende mais de 190 milhões de pessoas todos os anos de forma integral e gratuita. SUS é um sistema de saúde complexo, com referência global em diversas ações (vacinação, transplantes, doações de órgãos, de sangue e de leite materno) e organizado em diferentes níveis de atenção e assistência à saúde. A Portaria 4.279/2010 estabelece três níveis de assistência distribuídos de acordo com a complexidade das necessidades da população. Vamos entender cada um deles: Atenção primária É o primeiro nível de acesso da população ao sistema de saúde. Constituída pelas unidades básicas de saúde (UBS), caracteriza-se por um conjunto de ações individuais e coletivas, prestando serviço de prevenção de doenças, promoção integral à saúde, diagnóstico, tratamento e reabilitação. As UBS têm como característica estarem próximas às famílias e à comunidade do seu território. Segundo dados do Ministério de Saúde (MS), em março de 2022, havia em todo o país 48.161 UBS, ofertando atendimento para cerca de 564.232 pessoas por dia. Atenção secundária É uma atenção especializada de média complexidade e de complexidade intermediária. Fazem parte da atenção secundária: os hospitais e ambulatórios de várias especialidades, as unidades de pronto atendimento (UPAs) e o serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU) que atende urgências e emergências em residências, locais de trabalho e vias públicas.</p><p>Atenção terciária É a atenção especializada de alta complexidade. São os hospitais gerais de grande porte, os hospitais universitários e as santas casas que dispõem de leitos de UTI, os centros cirúrgicos grandes e complexos que realizam procedimentos de alta tecnologia e custos maiores (Rocha; Alpino, 2016). A OMS determina que os hospitais devem fazer parte do sistema de saúde e devem prestar assistência à comunidade de acordo com sua especificidade. Assim, os hospitais são considerados como um dos organizadores de caráter médico-social, garantindo assistência tanto curativa como preventiva. Corredor de hospital com alguns médicos e enfermeiros. Dessa forma, os hospitais podem ser classificados como: hospitais gerais, realizando atendimentos de quaisquer tipos; especializados, tendo como objetivo atender especificamente uma determinada área da saúde, como ortopedia, cardiologia, pediatria, obstetrícia; e centros de pesquisa. Os hospitais podem ser de natureza jurídica privada, que prestam assistência mediante pagamento do usuário ou por meio de planos de saúde; públicos, o que significa que prestam assistência de forma gratuita; e privados, que possuem leitos financiados pelo poder público. Quanto à capacidade de atendimento, os hospitais podem ser de pequeno porte (quando atendem de 5 a 50 leitos); de médio porte (quando atendem de 51 a 150 leitos), de grande porte (quando atendem de 151 a 500 leitos) e de porte especial (quando possui mais de 500 leitos). Uma unidade de saúde com menos de 5 leitos não é considerada um hospital.</p><p>Hospital: características e especificidades Neste vídeo, falaremos sobre a complexidade que o setor de saúde assumiu a partir da modernidade tecnológica e da globalização de conhecimentos. Abordaremos também o impacto dessas mudanças na organização e caracterização dos hospitais na atualidade. Para assistir a um vídeo sobre o assunto, acesse a versão online deste conteúdo. Um hospital é uma instituição de saúde cujos cuidados se dão em diferentes níveis de complexidade, tais como: Casos de emergência e urgência. Tratamentos especializados. Cuidados de rotinas. Procedimentos cirúrgicos. Situações de alta complexidade. Tratamento de situações crônicas de saúde etc. Atualmente, os hospitais não são mais instituições de caridade. Eles se tornaram complexos e poderosos economicamente devido à necessidade de melhorar a qualidade e a quantidade do atendimento. Por isso, é essencial organizar bem os recursos humanos, técnicos e financeiros para garantir um atendimento eficaz (Arruda; Freitas; Carvalho, 2021). Esses mesmos autores, citando Fernandes (1993), descrevem os hospitais da seguinte maneira:</p><p>Uma instituição destinada ao diagnóstico e tratamento de doentes internos e externos; planejada e construída ou modernizada com orientação técnica; bem organizada e convenientemente administrada consoante padrões e normas estabelecidas, oficial ou particular, com finalidades diversas; grande ou pequena; custosa ou modesta para atender os ricos, os menos afortunados, os indigentes e necessitados, recebendo doentes gratuitos ou contribuintes; servindo ao mesmo tempo para prevenir contra a doença e promover a saúde, a prática, a pesquisa e o ensino da medicina e da cirurgia, da enfermagem e da dietética, e das demais especialidades afins. (Arruda; Freitas; Carvalho, 2021, p. 2) A organização hospitalar sempre existiu, mas, com a tecnologia e a globalização de conhecimento e pesquisa, ela se tornou fundamental para que o hospital funcione bem e ofereça serviços de saúde de qualidade (Arruda; Freitas; Carvalho, 2021) Independentemente de serpúblico ou privado (com ou sem fins lucrativos), o hospital precisa ser visto como uma empresa hospitalar. Na realidade, a eficácia do atendimento centrado nos pacientes depende de uma administração que demonstre a coordenação dos departamentos, a integração entre os profissionais, o conhecimento de tecnologias, um ambiente de trabalho saudável e um atendimento às necessidades das pessoas. Ou seja, todas as pessoas que trabalham em hospitais são importantes para que os pacientes sejam tratados de forma eficaz. Alguns autores descrevem os principais componentes que fazem parte da organização hospitalar da seguinte forma:</p><p>Administração hospitalar Diretores e cargos executivos para a gestão estratégica, financeira e operacional. Corpo clínico Médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, farmacêuticos e outros profissionais de saúde responsáveis pelo atendimento aos pacientes. Direção de enfermagem Coordenação da equipe de enfermagem para garantia de cuidados de enfermagem de alta qualidade. Dentro dessa área, está também a gestão da comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH). $ Departamento administrativo Recursos humanos, finanças, contabilidade e compras. Departamento de psicologia Coordenação das atividades dos psicólogos, responsável pelo direcionamento dos atendimentos prioritários.</p><p>Apoio diagnóstico Diagnóstico e monitoramento por meio dos laboratórios e serviços de imagem. Farmácia Armazenamento, distribuição e controle de medicamentos pelos farmacêuticos. Serviço social Suporte social e orientações aos pacientes e às suas famílias. Sistemas de informação e registros eletrônicos, como suporte à administração e prestação de cuidados. Departamento de qualidade e segurança Garantia de padrões de qualidade, segurança e cumprimento de regulamentações que atendam às demandas dos pacientes.</p><p>Serviços de apoio Limpeza, manutenção, segurança. As instituições hospitalares precisam de potentes ações gerenciais, portanto, cada um dos componentes precisa ser capaz de encontrar estratégias mais efetivas para integrarem suas atividades às dos demais profissionais. Uma boa gestão hospitalar incentiva o desenvolvimento acadêmico dos profissionais, promove discussões clínicas, valoriza cada profissional e evita competições entre eles. o trabalho de cada um precisa ser pautado nos conceitos de gestão humanizada, competente e ética, em que as ações construtivas e a vontade coletiva sejam estimuladas. No ambiente de trabalho, é importante que todos os profissionais participem ativamente. Eles devem se sentir valorizados e entender como são importantes para alcançar o objetivo de fornecer um atendimento de qualidade que promova o bem-estar dos usuários do serviço de saúde (Arruda; Freitas; Carvalho, 2021). Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 o Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil é considerado o maior sistema público de saúde do mundo. Atualmente, após 36 anos de sua implementação, promove mais de 190 milhões de atendimentos ao ano e possui três níveis de assistência: primária, secundária e terciária. A atenção primária é caracterizada por prestar A atenção de média complexidade, como os hospitais.</p><p>B atenção de complexidade intermediária, como os ambulatórios. atenção de baixa complexidade, como prevenção e C promoção da saúde. D atenção de alta complexidade com alta tecnologia. atenção de baixa complexidade, como os E atendimentos de UPAs. Parabéns! A alternativa C está correta. A atenção primária é o primeiro nível de acesso ao SUS. Inclui prevenção, tratamento e reabilitação para indivíduos e comunidades. A atenção secundária, de média complexidade e intermediária, envolve hospitais, ambulatórios, UPAs e SAMU. Por último, a atenção terciária, de alta complexidade, abrange grandes hospitais gerais, focando casos mais especializados e complexos. Questão 2 As instituições de saúde cuidam de uma população em uma determinada área geográfica. Entre elas, os hospitais são responsáveis por diagnosticar e tratar pacientes internos e externos. Quando classificamos um hospital pelo seu porte, estamos avaliando a complexidade do atendimento que presta à A população. se ele presta atendimento especializado ou B atendimento geral. se ele é de alta tecnologia, com atendimento C modernizado.</p><p>D se realiza cirurgia com alta tecnologia e tem UTIs. a quantidade de leitos que o hospital disponibiliza E para atendimento à população. Parabéns! A alternativa E está correta. Quando classificamos um hospital pelo seu porte, estamos falando do número de leitos disponíveis para a população: pequeno, médio ou grande porte. A complexidade e o uso de alta tecnologia, como UTIs, classificam os hospitais quanto à atenção terciária. Se o hospital é especializado ou geral, isso se refere ao tipo de atendimento oferecido. 3 - As diferentes clínicas e 0 trabalho multiprofissional Ao final deste módulo, você será capaz de descrever a atuação terapêutica nas diferentes clínicas e no trabalho multidisciplinar. Tipos de hospitais Neste vídeo, falaremos sobre o surgimento da saúde suplementar, a regulamentação da Lei n° 9.656 no sistema nacional de saúde e a tipologia de hospitais, destacando o atendimento de urgências e</p><p>emergências e outros critérios importantes para a classificação das instituições. Para assistir a um vídeo sobre o assunto, acesse a versão online deste conteúdo. Antes da Constituição de 1988 e da criação do SUS, o atendimento de saúde não era integral e não estava disponível para toda a população. o setor público não conseguia atender com qualidade a todas as pessoas que precisavam de assistência médica. A partir da década de 1960, com o crescimento econômico do país e o aumento dos empregos formais, as empresas começaram a oferecer planos de saúde aos trabalhadores, criando a saúde suplementar. Essa atividade só foi regulamentada em 1988, pela Lei n° 9.656, de 3 de junho de 1998, que estabeleceu os principais requisitos e as diretrizes para o melhor funcionamento dos planos de saúde fiscalizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Atualmente, alguns consideram que a saúde suplementar representa uma importante sustentação do sistema nacional de saúde, com o oferecimento de atendimento ambulatorial e hospitalar. Os hospitais podem ser classificados como gerais ou especializados com base no tipo de atendimento que oferecem. Vamos agora explorar mais detalhes sobre essas classificações. Hospitais gerais Oferecem diferentes tipos de atendimento, incluindo várias especialidades médicas e cirurgias. Podem ser especializados em determinados grupos, como crianças, adultos ou idosos, e podem oferecer também diagnóstico e tratamento, com equipe especializada disponível 24 horas por dia, incluindo médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, laboratório e radiologia. Hospitais especializados Dedicam-se a uma única área da saúde, como tratamento de câncer, doenças cardíacas, ortopedia, entre outras. No Rio de Janeiro, por exemplo, há o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Instituto de</p><p>Traumatologia e Ortopedia (Into), o Instituto Estadual do Cérebro, a Maternidade Fernando Magalhães e o Instituto Fernandes Figueira, além de haver outros pelo Brasil. Existe uma classificação para definir os hospitais para atendimento de urgências e emergências, legalizado pela Portaria n° 479, de 15 de abril de 1999. Essa classificação se dá da seguinte maneira: Tipo I: hospitais especializados em pediatria, traumato-ortopedia ou cardiologia, por exemplo, com recursos adequados para atendimento de urgências clínicas e cirúrgicas. Tipo II: hospitais gerais com unidades de urgência/emergência e de recursos para atendimento geral de urgências clínicas e cirúrgicas. Tipo III: hospitais gerais com recursos para atendimento geral de urgências clínicas, cirúrgicas e traumatológicas, com foco na capacitação dos profissionais envolvidos. Em termos legais, os hospitais podem ser públicos, pertencendo a União, estados e municípios; privados, de propriedade de pessoas ou grupos; ou privados conveniados, que têm leitos contratados pelo SUS para atender pacientes do sistema público. Leito de hospital com camas e equipamentos. Segundo dados da Confederação Nacional de Saúde, em 2021, havia 8.870 hospitais públicos e 51 hospitais universitários no país, com a disponibilidade de 490.397 leitos. Em relação aos hospitais privados, havia 4.466 distribuídos pelas regiões Sudeste (1.837), Nordeste (1.007) e Sul (858). Características do trabalho</p><p>multiprofissional Neste vídeo, falaremos sobre as características, funções, relevância, composição e demandas de uma equipe multiprofissional dentro do hospital. Para assistir a um vídeo sobre o assunto, acesse a versão online deste conteúdo. -0- Uma equipe multiprofissional é um grupo de profissionais que trabalham juntos, cada um com sua especialidade, seus perfis comportamentais, suas habilidades, vivências e experiências diferentes para resolver um problema ou atender a uma necessidade. Esses profissionais combinam diferentes áreas de conhecimento e formas de pensar para encontrar as melhores soluções. Equipe de médicos analisando resultado de exame. No atendimento hospitalar, o cuidado multiprofissional é uma metodologia de trabalho que envolve profissionais com experiências e habilidades complementares para avaliação, planejamento e atendimento ao paciente. Segundo Fernandes e Farias (2021), a colaboração é interdependente, praticada por meio da comunicação aberta e tomada de decisões compartilhadas, produzindo resultados de valor agregado para o paciente, para a instituição e para a equipe. Existem algumas vantagens do trabalho de uma equipe multiprofissional. Veja a seguir algumas delas (Nicolescu et al., 2000):</p><p>Troca de experiências entre os profissionais que proporciona a expansão dos conhecimentos. Maior produtividade do trabalho e resultados alcançados de maneira mais efetiva e rápida. Modalidade de trabalho coletiva na qual deve imperar uma relação recíproca entre seus membros. Ações profissionais orientadas poruma comunicação eficaz. Troca entre as múltiplas intervenções técnicas dos diferentes saberes profissionais. Na área da saúde, quando uma equipe multiprofissional cuida de um paciente, o tratamento é mais completo e integrado, o que significa que a pessoa não é tratada como se cada parte do corpo fosse separada, mas sim como um todo, com a colaboração de vários profissionais. Os serviços de saúde têm muitas necessidades diferentes que não podem ser atendidas por apenas um profissional. Por isso, é importante ter uma equipe com diversos especialistas para lidar com essas demandas. A assistência em hospitais envolve uma complexidade de profissionais e funcionários. Trabalhar em equipe na área da saúde significa que as relações de poder devem ser equilibradas, sem hierarquias rígidas. É importante que todos os membros da equipe sejam solidários e confiem uns nos outros no dia a dia, para que seja possível um diagnóstico diferencial e para estudos de casos clínicos. A equipe passa a atender as necessidades integrais e busca soluções que se complementem e sejam efetivas. Essa estratégia torna o atendimento mais qualificado e seguro e traz melhores resultados para o paciente (Fernandes; Farias, 2021).</p><p>A atuação do psicólogo na equipe multidisciplinar Neste vídeo, falaremos sobre a visão multiprofissional e o papel do psicólogo dentro da equipe de atendimento hospitalar. Para assistir a um vídeo sobre o assunto, acesse a versão online deste conteúdo. Em um hospital geral, várias especialidades são atendidas pela equipe multiprofissional. Ele é chamado de polivalente porque oferece atendimento em diversas áreas da saúde. Nesse contexto, é importante que a equipe valorize o conhecimento de todos, pois a tecnologia e a complexidade dos casos exigem um trabalho em equipe com diferentes especialidades. o atendimento em saúde não é exclusivo de um único profissional, é uma prática em que todos os profissionais então envolvidos e deve ser voltada para as interações psicossociais com enfoque nos aspectos que relacionam saúde e doença (Ribeiro, 2018). É importante garantir a qualidade de vida do paciente e entender como a doença afeta sua vida como um todo. Doenças como diabetes, hipertensão, acidente vascular cerebral, cirurgias cardíacas, renais, amputações e outros eventos, como acidentes ou abortos, podem ter um grande impacto na vida do paciente após a internação. Por isso, é essencial uma abordagem multiprofissional para lidar com essas situações.</p><p>Acompanhamento psicológico realizado na paciente durante sua internação hospitalar. No contexto hospitalar, o psicólogo precisa ampliar seu conhecimento para além da psicologia e melhorar sua capacidade de observação clínica. É importante identificar as demandas clínicas dos pacientes e compreender como a doença afeta seu comportamento. Entender as consequências reais da doença é importante para a intervenção clínica, e isso deve ser discutido entre os profissionais da equipe. Segundo Costa et al. (2009), o psicólogo, ao atuar na equipe multiprofissional hospitalar, mantém seu foco de intervenção no sofrimento e nas consequências emocionais que a doença e a internação causam ao paciente, considerando sua história de vida, sua maneira de lidar com a doença e sua personalidade. Quando um paciente está internado, os profissionais de saúde lidam com seu sofrimento físico e emocional. É importante perceber a necessidade do atendimento psicológico, mesmo que o paciente não a reconheça, uma vez que está preocupado com o corpo doente, a dor, o mal-estar e o sofrimento físico (Ribeiro, 2018). Resumindo É importante entender que a atuação do psicólogo em quaisquer das unidades de saúde, sejam hospitais, clínicas, ambulatórios, públicos ou privados, é de extrema importância e não deve ser negligenciada. A saúde mental permeia toda e qualquer intercorrência clínica e é essencial para a recuperação da saúde física em qualquer situação clínica. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1 Em um hospital geral do Rio de Janeiro, chega para atendimento de emergência uma mulher de 45 anos apresentando a seguinte queixa "me ajudem que estou infartando". A equipe de atendimento inicial e triagem, composta de enfermeiros, a recebe e faz um eletro observando um resultado normal. Diante da situação, uma psicóloga de plantão é chamada e junto com o médico cardiologista identificam que o caso é condizente com um ataque de pânico. Esse caso destaca que a equipe multiprofissional é fundamental nos hospitais porque cada profissional pode atuar de forma A independente, dando o seu parecer e deixando o paciente decidir qual é a melhor conclusão. o conhecimento dos diferentes profissionais permite uma organização do conhecimento e do pensar buscando o melhor atendimento. todos os pacientes são atendidos pelos mesmos profissionais, de maneira que o conhecimento C técnico, o perfil comportamental, as habilidades e as experiências dos profissionais são sempre os mesmos. os saberes técnicos dos diferentes profissionais são voltados para atender várias demandas que podem D acontecer simultaneamente, de maneira que todos os pacientes recebem atenção imediata por um profissional de saúde. o médico sempre determina o planejamento do atendimento, e os demais profissionais seguem E esse planejamento adicionando as suas especificidades e experiência particular, sem se comunicar entre eles.</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta. A equipe multiprofissional é formada por profissionais de diferentes áreas que colaboram entre si para cuidar de um paciente. Cada membro contribui com seu conhecimento e habilidades para abordar a mesma questão de saúde. Eles se unem em torno do conhecimento e da abordagem conjunta para alcançar um objetivo comum. Apesar de terem diferentes conhecimentos e experiências, trabalham juntos para oferecer assistência ao paciente. cuidado multiprofissional é uma maneira de trabalhar que aproveita a diversidade de experiências e habilidades dos profissionais para planejar o tratamento do paciente. Questão 2 Quando um paciente sem recursos financeiros ou plano de saúde chega a um hospital privado apresentando um infarto, ele pode ser atendido de acordo com a legislação brasileira, que determina o atendimento de urgência e emergência pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mesmo hospitais privados têm a obrigação legal de prestar atendimento inicial a pacientes em emergência, estabilizando seu quadro de saúde. No entanto, após a estabilização inicial, o que deve ser feito com o paciente? Ele pode continuar no hospital particular em que se A encontra. Ele deve ser transferido a um hospital privado que B atenda casos de caridade, como hospitais religiosos. Ele deve ser mantido no setor de emergência do C hospital que o recebeu. Ele deve ser transferido a um hospital público que D faz parte do patrimônio da União.</p><p>E Ele deve ser mandado para casa, e deixar que ele mesmo decida o que fazer. Parabéns! A alternativa D está correta. Mesmo hospitais privados têm a obrigação legal de prestar atendimento inicial a pacientes em situação de emergência, estabilizando seu quadro de saúde. Após a estabilização inicial, o paciente pode ser encaminhado para um hospital público que disponha de serviços especializados para o tratamento do infarto, no qual receberá o atendimento necessário pelo SUS. Esse encaminhamento deve ser feito de forma a garantir que o paciente receba o tratamento adequado, mesmo que ele inicialmente tenha sido atendido em um hospital privado. 4 - A relevância do papel do psicólogo no processo de internação Ao final deste módulo, você será capaz de identificar a importância do papel do psicólogo nas unidades de internação. Início da psicologia hospitalar Neste vídeo, falaremos sobre como surge a psicologia hospitalar no Brasil e no mundo, apresentando a importância do psicólogo hospitalar no processo de tratamento dos pacientes internados, destacando as intervenções humanizadas.</p><p>Para assistir a um vídeo sobre o assunto, acesse a versão online deste conteúdo. -0- A primeira atuação de psicólogos em uma instituição hospitalar ocorreu em 1818, na cidade de Belmont, no estado norte-americano de Massachussets, quando o hospital McLean formou a primeira equipe multiprofissional. Esse mesmo hospital também foi pioneiro em pesquisas sobre a psicologia hospitalar. Ainda nos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, os psicólogos começaram a trabalhar em hospitais gerais para ajudar os militares que apresentavam sintomas de estresse pós-traumático, como mudanças na forma como percebem o mundo, alterações de humor e agitação et al., 2022). Psicólogo realizando atendimento à oficial militar. No Brasil, na década de 1970, em São Paulo, a psicologia hospitalar foi solicitada pela primeira vez para atender um paciente internado na ortopedia. Nas décadas seguintes, 1980 e 1990, foram implantados os serviços de psicologia hospitalar em alguns hospitais pelo país, como o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto USP; o Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; a Unidade de Pediatria do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina; o Hospital de Base de São José do Rio Preto; o Hospital do Brigadeiro (SP); o Hospital das Clínicas de Porto Alegre (para</p><p>atendimento infantil) e a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (Azevedo; Crepalti, 2022). Outras demandas para o atendimento psicológico foram surgindo nos hospitais, e o crescimento dessa área levou à necessidade de estabelecer diretrizes para a atuação profissional. Conselho Federal de Psicologia (CFP), em 2019, fundamenta a inserção do psicólogo no contexto hospitalar baseado na premissa de que a subjetividade e o sofrimento psíquico podem estar associados a um sofrimento orgânico. Adoecer desorganiza a vida da pessoa, provoca mudanças significativas em seus hábitos e até em sua identidade, resultando, algumas vezes, em despersonalização, que interfere em sua subjetividade. psicólogo é, então, profissional que, dentro da equipe multidisciplinar, tem como preocupação fundamental escutar e acolher o sofrimento da pessoa adoecida, direcionando sua atenção especificamente para as questões emocionais e a subjetividade que a doença, o diagnóstico, o tratamento, as possíveis sequelas e até a morte fazem surgir nesse momento da vida (Lara; Kurogi, 2022). trabalho do psicólogo hospitalar é muito variado. Ele ajuda com problemas simples, com doenças graves e debilitantes, bem como tratamentos que deixam os pacientes mais o objetivo é ajudar o paciente e a sua família a vivenciar o processo de adoecimento e diminuir o sofrimento provocado pela hospitalização e pelas decorrências da vivência da doença (Ribeiro, 2018). É importante entendermos como os processos biológicos e psíquicos interagem na saúde e na doença e desenvolvermos capacidades de descrever as condições em que uma determinada doença é adquirida e o comportamento da pessoa depois de ficar doente.</p><p>Psicóloga explicando particularidades da hospitalização e internação a uma paciente oncológica. olhar profissional do psicólogo diante do paciente em internação hospitalar deve considerar seus traços de personalidade, suas atitudes diante da vida, sua maturidade, seu grau de integração psíquica, suas crenças diante da doença, suas vivências de crises ou perdas significativas, se apresenta sinais de alterações do humor (como sintomas depressivos) e como lida com a ansiedade diante da doença e da hospitalização para que sua intervenção psicoterapêutica possa ser traçada (Chiattone, 2003, apud Ribeiro, 2018). Portanto, a intervenção deve ser humanizada, de forma que o paciente e sua família se sintam apoiados para o enfrentamento do processo da doença, que pode ser a cura, uma readaptação física ou psíquica ou mesmo a morte. A psicologia hospitalar pode ser desenvolvida por meio do atendimento psicoterapêutico individual ou em grupos, atendimentos em ambulatórios, unidades de terapia intensiva, atendimento nas situações de urgências e emergências, enfermarias em geral, avaliação diagnóstica, psicodiagnóstico, consultoria e interconsulta. Atuação do psicólogo na unidade hospitalar Neste vídeo, falaremos sobre as diferentes funções e demandas do psicólogo hospitalar, ilustrando com exemplos práticos.</p><p>Para assistir a um vídeo sobre o assunto, acesse a versão online deste conteúdo. -0- trabalho em equipe multiprofissional dentro da instituição hospitalar tem sido o principal destaque do tratamento biopsicossocial, entendendo a saúde como uma integração do físico, do mental e do social. Assim, o papel do psicólogo ganha importância e permite que esse espaço de atuação seja reconhecido por toda a equipe, pelo paciente, pela família e, principalmente, pelo próprio psicólogo. Psicólogo realizando atendimento ao paciente e seus familiares. Schneider e Moreira (2017) apud Lara e Kurogi (2022) identificam que há ainda alguma dificuldade do próprio psicólogo hospitalar em relação à sua prática e à falta de clareza sobre quais são as suas atribuições. Dessa forma, entender esse processo terapêutico é fundamental para uma atuação eficaz. É comum, na prática hospitalar, o atendimento de psicologia ser realizado por meio de pedidos de consulta pela equipe de saúde (enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, serviço social), tanto para atendimento ao paciente como para os familiares e acompanhantes. De maneira geral, podemos identificar algumas das principais demandas do atendimento psicológico da seguinte forma: Avaliação psíquica Essa atividade é de fundamental importância no contexto da internação. Em uma situação de atendimento de urgência/emergência, avaliar as condições psíquicas em que o paciente dá entrada no hospital ajuda na elaboração do</p><p>diagnóstico pela equipe multiprofissional. Dessa forma, precisa haver a descrição das principais funções psíquicas: nível de consciência, capacidade atencional, alterações de sensopercepção, memória, alterações de conteúdo do pensamento, orientação temporoespacial, alterações da psicomotricidade tanto no momento da internação como na sequência do atendimento do paciente em caso de internação mais prolongada. Avaliação da presença de psicopatologia Esse tipo de avaliação considera alterações do humor, sintomas ansiosos, psicóticos, de despersonalização etc. durante o processo da internação. Dificuldades decorrentes de perdas As experiências de perdas são manifestadas pelo processo de luto. o paciente e a família podem vivenciar o luto devido a diversas situações decorrentes da internação: uma amputação, perda de um órgão, alterações físicas ocasionadas pela irreversibilidade da doença, enfrentamento de tratamentos longos e dolorosos e a própria morte (Lara; Kurogi, 2022). Consequências da internação As internações, especialmente as prolongadas, provocam afastamento da vida habitual, alterações nos projetos de vida, distanciamento dos familiares e amigos, medo do desconhecido, dependência da equipe ou de cuidadores. As crianças e os adolescentes merecem uma atenção especial pelo afastamento também da escola que pode impactar no desempenho escolar. Tais experiências podem gerar sofrimento, ansiedade, angústia e aparecimento de sintomas depressivos. Cabe ao psicólogo intervir e articular com a equipe, com os familiares e mesmo com o paciente, um tratamento adequado e integral a tais condições (Lara; Kurogi, 2022).</p><p>Adesão ao tratamento A preparação emocional e psíquica de um paciente e sua família para a adesão ao tratamento decorrente de uma determinada doença é fundamental para a manutenção da saúde. Essa preparação pode ocorrer e, muitas vezes, ocorre no âmbito ambulatorial, após a alta hospitalar do paciente. Atendimento ao familiar ou acompanhante Para que o tratamento de um paciente internado seja mais eficaz, a família precisa ser acompanhada em suas angústias, suas ansiedades, seus medos, suas incertezas e suas impotências. Cuidados paliativos Esse tipo de cuidado é definido pela OMS (1990) como cuidados ativos e totais quando uma determinada doença não responde ao tratamento que promova a cura ao paciente. controle da dor e de demais sintomas físicos são os cuidados médicos e de enfermagem; os cuidados psíquicos são de responsabilidade do psicólogo, que deve conhecer as fases do processo de morte e morrer (negação e isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação) para que suas intervenções promovam o máximo de alívio para o paciente e a família. A experiência com a proximidade da morte é vivenciada de modo diferente por cada pessoa porque é influenciada por idade, cultura, crenças religiosas, rapidez da instalação da doença e personalidade do paciente e da família. A participação do psicólogo no enfrentamento da progressão da doença e da proximidade da morte pode ir além de paciente e familiares e se estender à própria equipe de saúde na ajuda do preparo prévio, da comunicação do diagnóstico e do plano terapêutico ao paciente. Podemos perceber que as solicitações são muitas, e o psicólogo só vai conseguir manejar bem sua atuação se souber diferenciar as reais</p><p>demandas a partir de sua habilidade de escutar e estabelecer prioridades. Os desafios da psicologia hospitalar Neste falaremos sobre os desafios de promover um atendimento terapêutico adequado às necessidades dos pacientes e familiares, apresentando ações, áreas e modalidades de atuação desse profissional da psicologia hospitalar. Para assistir a um vídeo sobre o assunto, acesse a versão online deste conteúdo. A psicologia hospitalar é, segundo Rodrígues e Marín (2003) apud Ribeiro (2018), um conjunto de estudos científicos, educativos e profissionais da psicologia que visam oferecer assistência de maior qualidade aos pacientes hospitalizados. É uma área de atuação reconhecida pela Resolução n° 014/2000 do Conselho Federal de Psicologia e destaca os diversos tipos de intervenções que podem ser desenvolvidos por psicólogos especialistas em vários ambientes hospitalares, como as unidades de terapia intensiva, enfermarias, ambulatórios.</p><p>psicólogo hospitalar oferecendo conforto e cuidado ao paciente internado. atendimento psicológico nos hospitais refere-se ao entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno da doença, logo, abrange mais do que atendimento aos aspectos psicossomáticos, mas também aos aspectos psicológicos e subjetivos que acompanham toda e qualquer doença. A grande demanda desse tipo de atendimento tem levantado a necessidade de preparação de mais profissionais para atuação na área. desafio é promover atendimento terapêutico adequado às necessidades dos pacientes e familiares, uma vez que é o psicólogo o profissional conhecedor do saber e das técnicas que propiciam a assistência integral ao paciente hospitalizado e contribuem para melhorar seu bem-estar. Cabe ao psicólogo: acolhimento e suporte emocional aos pacientes, familiares e acompanhantes. A identificação de possíveis dificuldades no tratamento médico. A identificação dos recursos subjetivos e emocionais do paciente e da família para enfrentamento da doença e suas consequências.</p><p>A preparação emocional e psicológica para cirurgias, em especial aquelas que resultam em mudanças do corpo. o auxílio integral no processo de cuidados paliativos e na preparação psicológica para alta hospitalar. Existem ainda outras áreas de atuação do psicólogo hospitalar, tais como: Apoio emocional Coordenação de funcionários do hospital, podendo estar também associado aos aspectos emocionais da demanda profissional. Apoio aos pacientes em domicilio Ajuda à adaptação e recuperação nas demandas dos pacientes que possam ter qualquer alteração da vida causada pela doença.</p><p>Apoio à equipe Realização de interconsulta, ajudando os profissionais da equipe a lidarem com as dificuldades dos pacientes Planejamento Execução do planejamento de comportamentos adequados dos pacientes, tais como adesão ao tratamento médico, autocuidado, participação em atividades terapêuticas etc. Apoio direto Função assistencial direta aos pacientes com quadros psíquicos mais graves. Apoio à gestão de recursos humanos Aprimoramento da atuação profissional do hospital.</p><p>Podemos ainda incluir entre as atribuições do psicólogo o atendimento aos profissionais da saúde que sofrem impactos do trabalho em sua saúde mental. Para a cultura ocidental, a doença é permeada pela ideia de fracasso, afastamento das questões espirituais, perdas e sofrimento. A morte é um assunto evitado até entre os profissionais da saúde que não conseguem admitir sua impotência diante dessa realidade e acabam experimentando estresse, ansiedade e até frustração diante da morte de um paciente. A discussão desses assuntosno âmbito multiprofissional diminui as angústias geradas na equipe no atendimento ao paciente terminal, aumentando a resiliência e o autoconhecimento Como modalidades de intervenção no hospital, o psicólogo está sujeito às demandas de atendimento e rotinas estabelecidas pela unidade hospitalar, mas podemos destacar em linhas gerais: Atendimento psicoterapêutico individual ou em grupo. Ações de psicoprofilaxia individuais ou em grupo. Atendimento em ambulatório, UTI, enfermarias e emergências. Psicomotricidade e psicodiagnóstico. Avaliação diagnóstica. Avaliação psicológica. Avaliação neuropsicológica. Consultoria e interconsultoria. o Conselho Federal de Psicologia reconhece a psicologia hospitalar como área de atuação do psicólogo no território nacional e inclui especialidades na Resolução CFP n° 013/2007. o Conselho também estabelece, no Art. 12 do Código de Ética Profissional, o registro no prontuário do paciente de apenas informações que sejam necessárias para esclarecimento do quadro clínico, além disso, a Resolução CFP n° 06/2019 reconhece a atuação do psicólogo em relatórios multiprofissionais. A atuação do psicólogo no hospital demanda desafios como uma rotina intensa, atendimento a vários tipos de patologias, atendimento simultâneo ao paciente e ao familiar, registro em prontuários privativos e</p>