Prévia do material em texto
<p>Professora Josiane da Silva Quetz</p><p>Material de uso exclusivo dos alunos do 1º período do curso Medicina-BH</p><p>Bloco: Homeostasia, 2024.2</p><p>Sistema Nervoso Autônomo (SNA)</p><p>Atividades presenciais:</p><p>20/08/2024, 13h30:</p><p>Turmas 01A1 a 01B2</p><p>20/08/2024, 15h30:</p><p>Turmas 01B3 a 01C4</p><p>Organização do Sistema Nervoso</p><p>Organização do Sistema Nervoso</p><p>Organização do Sistema Nervoso</p><p>Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico</p><p>Organização Anatômica do Sistema Nervoso</p><p>Organização Funcional do Sistema Nervoso</p><p>Representação esquemática da organização</p><p>das principais partes do sistema nervoso</p><p>autônomo periférico, dos nervos autônomos e</p><p>dos órgãos efetores com base na mediação</p><p>química dos impulsos nervosos.</p><p>Amarelo (________): colinérgicos;</p><p>vermelho (_______ ): adrenérgicos;</p><p>azul tracejado (-------------- ): aferentes viscerais;</p><p>linhas sólidas: pré-ganglionares;</p><p>linhas interrompidas: pós-ganglionares.</p><p>O SNA é o principal regulador da constância do meio interno do organismo.</p><p>Na sua porção eferente, o SNA consiste em duas grandes divisões:</p><p>(1) o efluxo simpático ou toracolombar e</p><p>(2) o efluxo parassimpático ou craniossacral.</p><p>O neurotransmissor de todas as fibras autônomas pré-ganglionares, da maioria das fibras</p><p>parassimpáticas pós-ganglionares e de algumas fibras simpáticas pós-ganglionares é a ACh.</p><p>A maioria das fibras simpáticas pós-ganglionares são adrenérgicas, nas quais o transmissor é a</p><p>norepinefrina (NE), também denominada noradrenalina (NA).</p><p>Os termos colinérgico ou adrenérgico descrevem neurônios que liberam acetilcolina (ACh) ou</p><p>noradrenalina (NA), respectivamente.</p><p>Comparação entre Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático</p><p>- O sistema simpático é distribuído a efetores em todo o organismo, enquanto a distribuição do parassimpático é</p><p>muito mais limitada.</p><p>- Uma fibra simpática pré-ganglionar pode percorrer uma considerável distância desde a cadeia simpática e passar</p><p>através de vários gânglios antes de finalmente constituir sinapse com um neurônio pós-ganglionar. Portanto, suas</p><p>terminações fazem contato com um grande número de neurônios pós-ganglionares.</p><p>- O sistema parassimpático tem gânglios terminais muito próximos ou no interior dos órgãos inervados, tendo, assim,</p><p>influências geralmente mais circunscritas.</p><p>Diferenças anatômicas/estruturais das fibras pré- e pós-ganglionares do SNA.</p><p>Diferenças anatômicas/estruturais das fibras pré- e</p><p>pós-ganglionares do SNA.</p><p>Diferenças entre os neurotransmissores envolvidos</p><p>na sinalização do SNA-S e SNA-PS.</p><p>1) Os principais neurotransmissores são: ACh e</p><p>NE (mostrados em vermelho).</p><p>2) Os receptores para esses transmissores são:</p><p>os receptores colinérgicos nicotínico (Nn) e</p><p>muscarínico (M) e os receptores α e β-</p><p>adrenérgicos (todos representados em verde).</p><p>3) Os nervos autônomos inervam músculos lisos,</p><p>tecido cardíaco e glândulas.</p><p>4) Tanto o sistema parassimpático quanto o</p><p>simpático têm gânglios, onde a ACh é liberada</p><p>pelas fibras pré-ganglionares; a ACh atua em</p><p>receptores Nn nos nervos pós-ganglionares.</p><p>5) A ACh também é o neurotransmissor nas</p><p>células da medula suprarrenal, onde atua em</p><p>receptores nicotínicos (Nn) para causar</p><p>liberação de EPI e NE na circulação.</p><p>6) A ACh é o neurotransmissor dominante nos</p><p>nervos parassimpáticos pós-ganglionares e</p><p>atua em receptores muscarínicos (M).</p><p>7) A NE é o principal neurotransmissor dos</p><p>nervos simpáticos pós-ganglionares, atuando</p><p>em receptores α ou β-adrenérgicos (α/β).</p><p>Características comparativas dos nervos eferentes do SNA.</p><p>“O potencial de ação (assunto do próximo</p><p>seminário) causa a liberação sincrônica de</p><p>várias centenas de quanta do</p><p>neurotransmissor.</p><p>No processo de fusão/exocitose, o conteúdo</p><p>das vesículas, incluindo enzimas e outras</p><p>proteínas, é derramado no espaço sináptico.</p><p>As vesículas sinápticas podem liberar todo o</p><p>conteúdo com uma fusão completa ou formar</p><p>um poro transitório nanométrico que se fecha</p><p>logo que o neurotransmissor terminar.”</p><p>Evidências da transmissão neuro-humoral</p><p>O conceito de transmissão neuro-humoral ou de neurotransmissão</p><p>química foi desenvolvido principalmente para explicar as observações</p><p>relativas à transmissão dos impulsos das fibras autônomas pós-</p><p>ganglionares às células efetoras.</p><p>As evidências que apoiam esse conceito incluem as seguintes:</p><p>(1) a demonstração da presença de uma substância fisiologicamente</p><p>ativa e de suas enzimas biossintéticas nos locais apropriados;</p><p>(2) a recuperação da substância do perfusato de uma estrutura</p><p>inervada durante os períodos de estimulação nervosa, mas não</p><p>(ou em quantidades grandemente reduzidas) na ausência do</p><p>estímulo;</p><p>(3) a demonstração de que a substância é capaz de produzir</p><p>respostas idênticas àquelas da estimulação do nervo; e</p><p>(4) a demonstração de que as respostas à estimulação nervosa e à</p><p>substância administrada são modificadas do mesmo modo por</p><p>vários fármacos, geralmente antagonistas competitivos.</p><p>Sistema Nervoso Simpático</p><p>As células que dão origem às fibras pré-ganglionares</p><p>da divisão simpática do sistema nervoso se localizam</p><p>principalmente nas colunas intermediolaterais da</p><p>medula espinal e se estendem desde o primeiro</p><p>segmento torácico (T1) até o segundo ou terceiro</p><p>segmento lombar (L2-L3) - Toracolombar</p><p>Os axônios originados nessas células são conduzidos pelas raízes</p><p>nervosas anteriores (ventrais) e fazem sinapse com neurônios</p><p>que se situam em gânglios simpáticos fora do eixo cerebrospinal.</p><p>Esses gânglios são encontrados em três localizações:</p><p>paravertebral, pré-vertebral e terminal.</p><p>No que diz respeito aos aspectos farmacológico, anatômico</p><p>e embriológico, as células cromafins da medula suprarrenal se</p><p>assemelham a uma coleção de células nervosas simpáticas pós-</p><p>ganglionares. Fibras pré-ganglionares típicas que liberam ACh</p><p>inervam essas células cromafins, estimulando-as a liberar</p><p>epinefrina (EPI), também denominada adrenalina, em contraste</p><p>com a norepinefrina (NE) [também denominada noradrenalina,</p><p>NA] liberada pelas fibras simpáticas pós-ganglionares.</p><p>Transmissão adrenérgica: Receptores adrenérgicos</p><p>- O sistema simpático e a medula suprarrenal** a ele associada não são essenciais para a vida em um ambiente</p><p>controlado, mas a falta das funções simpaticosuprarrenais se torna evidente em circunstâncias de estresse.</p><p>- O sistema simpático normalmente está ativo de forma contínua, mas o grau de atividade varia de momento a</p><p>momento e de órgão para órgão, ajustando-se às constantes modificações do ambiente.</p><p>- O sistema simpático:</p><p>- Regula a temperatura corporal quando a temperatura ambiente varia;</p><p>- Aumenta a concentração de glicose no sangue em resposta a necessidades urgentes;</p><p>- Gera respostas compensatórias vasculares a hemorragia, falta de oxigênio, excitação e exercício;</p><p>- Promove a resistência à fadiga.</p><p>- Estabelece as reações instintivas ao meio externo e forças de proteção do organismo.</p><p>** O sistema simpático suprarrenal pode atuar como uma unidade. A frequência cardíaca acelera; a pressão arterial se eleva; o fluxo de</p><p>sangue é desviado da pele e da região esplâncnica para os músculos esqueléticos; a glicemia se eleva; os bronquíolos e as pupilas dilatam;</p><p>e o organismo é mais bem preparado para “lutar ou fugir” (reação fuga-ou-luta). Muitos desses efeitos resultam principalmente ou são</p><p>reforçados pelas ações da epinefrina (EPI) secretada pela medula suprarrenal.</p><p>Sistema Nervoso Parassimpático</p><p>O sistema nervoso parassimpático consiste nas fibras</p><p>pré-ganglionares que se originam no SNC e em suas</p><p>conexões pós-ganglionares. As regiões de origem</p><p>central são o mesencéfalo, o bulbo e a parte sacral da</p><p>medula espinal - Craniossacral</p><p>No ramo Parassimpático do SNA, as fibras pré-ganglionares são</p><p>muito longas, ao passo que as pós-ganglionares são muito</p><p>curtas.</p><p>- O sistema parassimpático é organizado principalmente para descargas limitadas e localizadas.</p><p>- Embora diga respeito principalmente à conservação de energia e à manutenção da função dos órgãos</p><p>durante períodos</p><p>de atividade mínima, a sua eliminação não é compatível com a vida.</p><p>- O sistema parassimpático:</p><p>- reduz a frequência cardíaca,</p><p>- diminui a pressão arterial,</p><p>- estimula os movimentos e secreções GI,</p><p>- auxilia na absorção de nutrientes,</p><p>- protege a retina da luz excessiva e</p><p>- esvazia a bexiga e o reto.</p><p>Em muitos casos, os neurotransmissores simpáticos e parassimpáticos podem ser vistos como antagonistas fisiológicos</p><p>ou funcionais.</p><p>A maioria das vísceras é inervada por ambas as divisões do SNA e suas atividades sobre estruturas específicas podem ser</p><p>ora discretas e independentes, ora integradas e interdependentes.</p><p>Exemplos:</p><p>1) Os efeitos da estimulação simpática e parassimpática do coração e da íris mostram um padrão de antagonismo</p><p>funcional no controle da frequência cardíaca e da abertura pupilar, respectivamente.</p><p>2) As ações do SNA-S e SNA-PS sobre os órgãos sexuais masculinos são complementares e integradas para promover a</p><p>função sexual.</p><p>No futuro: Identificar os diversos grupos de fármacos que interferem com os receptores envolvidos nas respostas dos neurotransmissores do</p><p>SNA-Simpático e do SNA-Parassimpático.</p><p>Agonistas</p><p>No futuro: Descrever as ações terapêuticas dos mais importantes fármacos que interferem com os neurotransmissores autonômicos e identificar exemplos de cada</p><p>grupo.</p><p>Efeitos de fármacos sobre a transmissão adrenérgica</p><p>Simpaticomiméticos de Ação Direta</p><p>SALBUTAMOL E TERBUTALINA</p><p>- São fármacos β2-agonistas de ação curta usados primariamente como</p><p>broncodilatadores e administrados em um dispositivo inalador de dosagem</p><p>controlada.</p><p>- O salbutamol é o β2-agonista de ação curta de escolha no manejo dos sintomas</p><p>agudos de asma.</p><p>Usos clínicos:</p><p>(1) O salbutamol é o β2-agonista de ação curta de escolha no manejo dos sintomas</p><p>agudos de asma.</p><p>(2) Usada também, extrabula (off-label), como relaxante uterino, para evitar o parto</p><p>prematuro.</p><p>SALMETEROL E FORMOTEROL</p><p>- São fármacos β2-agonistas de ação longa (3 a 12h).</p><p>- Ao contrário do formoterol, o salmeterol tem um início lento de ação.</p><p>- Esses fármacos não são recomendados como monoterapia e são muito eficazes</p><p>associados com um corticosteroide.</p><p>Usos clínicos: São β2-agonistas de ação longa, usados na asma. Devem ser utilizados</p><p>em associação com corticosteroides.</p><p>No futuro: Identificar os diversos grupos de fármacos que interferem com os receptores envolvidos nas respostas dos neurotransmissores do</p><p>SNA-Simpático e do SNA-Parassimpático.</p><p>Antagonistas</p><p>Ao final desse seminário, você deverá ser capaz de preencher o seguinte quadro:</p><p>Característica SNA-Simpático SNA-Parassimpático</p><p>Localização das fibras eferentes</p><p>Localização das fibras pós-ganglionares</p><p>Fibra pré-ganglionar (tamanho)</p><p>Fibra pós-ganglionar (tamanho)</p><p>Neurotransmissores e receptores das fibras pré-ganglionares</p><p>Neurotransmissores e receptores das fibras pós-ganglionares</p><p>Efeitos nos órgãos:</p><p>- Bexiga</p><p>- Brônquios</p><p>- Coração</p><p>- Fígado</p><p>- Genital masculino</p><p>- Pâncreas endócrino</p><p>- Pupila</p><p>- TGI</p><p>- Vasos (artérias e veias)</p><p>Exemplo de um agonista (medicamento)</p><p>Exemplo de um antagonista (medicamento)</p><p>Por gentileza, leiam os textos dos slides e analisem as figuras fornecidas!</p><p>Grata pela atenção e até semana que vem, no Bloco Hemorragia&Choque!</p><p>josiane.quetz@unifenas.br</p>