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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arte bizantina: Cisão do império romano e religiosidade 
O pensamento estético e religioso sobre a produção de imagens na Idade Média. 
O estatuto estético e religioso das imagens no mundo Bizantino. 
Arte no islã: arte abstrata e geométrica. 
Românico e Gótico: Arquitetura e arte da Idade Média; construções religiosas; teocentrismo. 
Prof.ª Celina Gil 
Aula 03 – Civilizações do Medievo. 
vestibulares.estrategia.com 
EXTENSIVO 
VESTIBULAR 
Exasiu 
2024 
Exasi
u 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 2 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO 3 
1. ARTE BIZANTINA 4 
Os mosaicos 6 
Ícones bizantinos 8 
A arquitetura das basílicas 10 
2. ARTE ISLÂMICA 12 
Arquitetura 14 
A arquitetura hispano-muçulmana 17 
Arquitetura Neomourisca: Sécs. XIX e XX 19 
Arte decorativa 20 
3. ARTE NO MEDIEVO OCIDENTAL 26 
Renascimento Carolíngio 26 
A arte Românica 28 
Arte gótica 32 
4. EXERCÍCIOS 41 
4.2 – Outras instituições 46 
4.3 - Gabarito 60 
4.4 - Exercícios comentados 61 
5. REFERÊNCIAS 92 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 92 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 3 
Apresentação 
Olá, seja bem-vindo(a) a mais uma aula do nosso curso de Artes! Aqui falaremos sobre os estilos 
artísticos das três grandes civilizações do Mediterrâneo no período Medieval: 
• a arte bizantina, que refletiu o poder dos basileus e da religião em Constantinopla e em outras 
regiões ligadas à sua influência; 
• a arte islâmica, que se difundiu em diversas partes do mundo conforme a adesão ao Islã também 
se expandia; 
• e os estilos artísticos verificados no Ocidente, especialmente o românico e o gótico, que 
acompanharam as transformações da civilização feudal na Europa. 
Tratam-se de assuntos de extrema importância em nossos estudos, devendo ser contemplados à 
luz dos seus conhecimentos obtidos por meio de nossa aula de Idade Média do nosso curso de História. 
Quando dizemos Idade Média, que imagens veem a sua mente? Provavelmente a de castelos, 
cavaleiros, o grande poder da Igreja católica e uma vida rural, certo? Bem, em parte, era esse mesmo o 
quadro, pelo menos na região central do continente europeu. No entanto, hoje costumamos manter uma 
visão romantizada do período, sobretudo por influência de séries como Game of Thrones e Vikings, e 
filmes como Coração de Cavaleiro (2001). Essas produções nos passam a imagem de que a vida era repleta 
de ação e desafios, e por isso nos causa certo fascínio. 
Na Idade Moderna, no entanto, a imagem sobre os medievais era exatamente o contrário. Grandes 
pensadores do século XV consideravam que foi um período obscuro da humanidade, sem grandes 
produções artísticas ou avanços científicos devido à mentalidade religiosa. Por isso, foi chamada de “Idade 
das Trevas”, ou “Noite de Mil Anos”. 
O próprio termo Idade Média, também criado no século XV, revela certo preconceito, afinal este 
período estaria no meio – e este é o significado da palavra média – de outros dois grandes momentos da 
história humana, a Idade Antiga e a Idade Moderna. Assim sendo, os homens modernos se julgavam mais 
parecidos com os da Antiguidade do que aqueles que viveram algumas gerações antes. 
Mas afinal, como teria sido esse extenso período? O historiador Jérôme Baschet (2006, p. 24) nos 
dá uma pista importante. Segundo ele, “a Idade Média não é nem o buraco negro da história ocidental 
nem o paraíso perdido. É preciso renunciar ao mito tenebroso quanto ao conto de fadas.” Para facilitar os 
nossos estudos, os historiadores costumam dividir este período em dois grandes momentos: 
 
Alta Idade Média
• Período que vai da desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V, até o século X.
• Auge das civilizações Bizantina e do Islã, no Oriente.
• Consolidação e fragmentação do Império Carolíngio no Ocidente.
Baixa Idade Média
• Período que se extende até o fim do Império Romano do Oriente (ou Bizantino), no século XV.
• Momento de reafirmação do comércio e da vida urbana no Ocidente.
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 4 
A seguir, vamos iniciar nossos estudos sobre a produção artística das civilizações bizantina, do Islã 
e feudal, todas elas fortemente marcadas pela religiosidade, mas apresentando características bem 
particulares. 
Em seguida, selecionados alguns exercícios de diversas instituições para que você possa praticar o 
conteúdo estudado. Em caso de dúvidas, não se esqueça de nos procurar em nosso Fórum de Dúvidas! 
1. Arte Bizantina 
Para compreendermos a arte bizantina, convém destacarmos alguns elementos importantes da 
civilização bizantina. Na Antiguidade, o que chamamos de Império Bizantino correspondia a parte oriental 
do Império Romano, que foi dividido em duas partes no final do século IV: o Império Romano do Ocidente, 
sediado em Roma, e o Império Romano do Oriente, 
centralizado na cidade de Constantinopla. As migrações 
dos povos germânicos contribuíram para a desagregação 
do mundo romano ocidental, mas não abalaram as 
estruturas verificadas no oriente. 
Dessa maneira, o poder imperial em 
Constantinopla se manteve praticamente intacto durante 
quase mil anos. Anteriormente conhecida como Bizâncio, 
a cidade havia sido fundada por gregos na Antiguidade, 
mas foi elencada pelo imperador romano Constantino, 
séculos depois, para sediar todo o Império Romano. A 
escolha não foi em vão, afinal ela se situava no estreito de 
Bósforo, limite entre os continentes asiático e europeu e 
rota comercial de valiosas mercadorias, tais como pedras 
preciosas, especiarias e sedas. Para garantir sua segurança 
contra-ataques terrestres e marítimos, a cidade foi 
cercada por grandes muralhas. 
O grego foi mantido como língua oficial de 
Constantinopla, ainda que outros idiomas fossem falados 
no Império Bizantino, que incluía regiões da Grécia, Egito, 
Palestina, Sírio, Mesopotâmia e Ásia Menor. É importante ressaltar que o termo “bizantino” para 
denominar o Império foi disseminado pelos turcos, que conquistaram Constantinopla em 1453. Para os 
bizantinos, contudo, governo sediado em Constantinopla representava a continuidade do Império 
Romano, mesmo após a fragmentação da sua sede ocidental. 
 
O governo Justiniano 
A estruturação do Império Bizantino se deu durante o governo do imperador Justiniano, 
que ambicionava restaurar o Império Romano em sua extensão original. Para isso, barrou a 
expansão dos persas e búlgaros na região dos Balcãs, além de retirar do domínio de povos 
germânicos o norte da África, a península itálica e o sul da península ibérica. Graças aos seus 
esforços, o Império Bizantino atingiu sua máxima extensão. 
Figura 1 - Busto do imperador Constantino. 
Fonte: Shutterstock. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 5 
Outra iniciativa importante do período foi a criação do Código Justiniano (Corpus Juris 
Civilis), que atualizava o direito romano e antigas leis bizantinas às especificidades do 
Império, reunidas junto à legislação produzida pelo próprio imperador. O Código que 
permitiu aos europeus do Ocidente a retomarem o contato com o Direito Romano, séculos 
depois, afinal a maioria destes documentos se perdeu após a fundação dos reinos 
germânicos. 
 
Constantinopla era o centro de uma teocracia, ou seja, um governo amparado pelos valores 
religiosos. Isso se intensificou a partir da segunda metade do governo Justiniano, que buscou enquadrar 
a Igreja ao poder imperial e fundamentar sua autoridade na doutrina cristã. A esta relação damos o nome 
de cesaropapismo (césar + papa), na qual o governante é concebido simultaneamente como autoridade 
política (césar) e religiosa (papa), e por isso interfere constantemente nosdogmas e na hierarquia 
existente no interior da Igreja, chegando a nomear até mesmo os patriarcas, como ficariam conhecidos 
os líderes situados no topo da estrutura religiosa. 
As estreitas ligações entre Igreja e Estado refletiam na maneira como a religiosidade era encarada 
pelos bizantinos, que imaginavam Deus e o Reino dos Céus como uma reprodução alargada e ainda mais 
esplendorosa da corte imperial em Constantinopla1. Devido a isso, a arte bizantina expressa o poder 
imperial como algo sagrado e incontestável, elevando o governante à condição de representante de Deus. 
Dizia-se que Bizâncio era a cópia do reino dos céus na Terra, cabendo ao imperador, feito a imagem 
e semelhança de Deus, governar seus subordinados de acordo com os mandamentos divinos. As obras 
transmitiam tais convicções, sendo dirigidas por uma série de convenções estabelecidas pela religião e 
que nos permitem caracterizar a arte bizantina como conservadora, na medida em que apresenta poucas 
variações de uma obra para outra. Além disso, ela também é anônima e impessoal, uma vez que seus 
artistas eram considerados artesãos. 
 
 
Figura 2 - Mosaico representa a Virgem Maria e o Menino Jesus sendo presenteados com a basílica de Hagia Sophia pelo imperador 
Justiniano e a cidade de Constantinopla pelo imperador Constantino. Fonte: Site Hagia Sophia. 
 
 
1 MANGO, Cyril. Bizâncio: o Império da Nova Roma. Lisboa, Portugal: Edições 70, 2018. p. 180. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 6 
No mosaico ao lado, que representa o imperador 
Justiniano, é possível notar a frontalidade, uma das 
convenções da arte bizantina. Para compreender o seu 
propósito, imagine o efeito despertado em um observador 
que se deparava com uma enorme imagem do rei ou de 
Cristo encarando-o de frente! Certamente elas provocavam 
entre os súditos uma postura de respeito e veneração. 
Com o passar dos séculos, a arte passou a refletir a 
crescente exigência dos basileus (imperadores) de refletir a 
ostentação, pomba e brilho do Império Bizantino, seja por 
meio do largo uso do mármore nas edificações, seja por 
meio da riqueza de seus mosaicos. 
O poder real faz da arte um instrumento de 
propaganda, deixando-se representar de maneira 
estendida, em vestes extravagantes, esmagando inimigos, 
ao lado de Cristo, da Virgem Maria e dos santos. 
Fisicamente, os reis apareciam presidindo cerimônias 
públicas no Hipódromo, uma imensa construção feita aos 
moldes das arenas romanas para a realização de diversões 
públicas. Muitos trajavam vestimentas em cor púrpura, 
tingidas a partir de um raro caramujo obtido no 
Mediterrâneo Oriental, o que a tornava a tinta natural mais 
cara do mundo. 
A liturgia do poder 
O basileu não pisava o mesmo chão dos outros: caminhava sobre tapetes de púrpura ou 
sobre placas de pórfiro, e só ele podia utilizar os sapatos cor de púrpura! Quem recebia um 
dom do imperador, devia levá-lo consigo e escondê-lo na dobra do manto, para preservar a 
sua sacralidade. Nos cerimoniais da corte, a marca religiosa era forte, todos tinham lugares 
próprios e o imperador não falava, comunicando por gestos com os eunucos. A música tinha 
também um papel importantíssimo, por exemplo nas cerimónias de aclamação do novo 
basileu. Apesar das reservas do clero, a adoração das imagens imperiais nunca foi abolida: 
enquanto cópia da corte celeste, a corte terrena devia suscitar a devoção. Vestes cerimoniais 
de tipo litúrgico, aclamações rítmicas, velas e incensos, cânticos de exaltação do soberano, 
tudo isso tinha o seu espaço e o seu papel na fascinante vida cortesã bizantina. 
MONTEIRO, João Gouveia. História concisa do Império Bizantino: das origens à queda de Constantinopla. Coimbra: 
Imprensa da Universidade de Coimbra, 2016. p. 138 
 
Os mosaicos 
A técnica de mosaico era uma das mais utilizadas pela arte bizantina, sendo utilizada para a 
ornamentação das paredes e cúpulas das suntuosas igrejas e palácios. Ela consistia na colagem de 
pequenas pedras coloridas lado a lado, formando uma imagem que se assemelha à uma pintura. A técnica 
Figura 3 - O imperador Justiniano representado em um 
mosaico na Igreja de São Vital, Ravena. Fonte: 
Shutterstock. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 7 
era completada com a aplicação de uma solução de areia, óleo e cal nos espaços vazios, o que garantia 
maior aderência entre os pedaços de pedra. 
A beleza dos mosaicos dourados se tornava ainda mais impactante com o reflexo da luz solar, o 
que conferia uma atmosfera de esplendor aos espaços internos das construções bizantinas. Confira nas 
reproduções abaixo: 
 
 
Figura 4- Mosaico da Virgem Maria e o menino Jesus, tendo ao lado o imperador João II e a imperatriz Irene. Repare que os governantes 
são apresentados com auréolas, assim como a Virgem maria e o Menino Jesus. Fonte: Shutterstock. 
 
 
Figura 5 - Mosaico de Jesus Cristo na Igreja de Santa Sofia, Istambul, Turquia. Fonte: Shutterstock. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 8 
Ícones bizantinos 
A partir da conversão do imperador romano Constantino, a arte 
cristã passou a ganhar mais espaço, considerada como uma espécie de 
“livros dos analfabetos”. Imagens individuais de Cristo, de sua mãe e 
dos santos passaram a ser parte importante da prática da devoção ao 
final do século IV, ainda que certos setores da Igreja se sentissem 
desconfiados quanto a utilização da arte figurativa. 
A palavra ícone, em grego, significa “imagem”, sendo uma 
luxuosa forma de expressão artística da arte bizantina que se utilizava 
da técnica da têmpera ou da encáustica. Elas consistiam em vestir a 
superfície, que poderia ser de madeira ou metal, com uma camada 
dourada, sobre a qual era pintada a imagem. As dobras das roupas dos 
personagens representados eram obtidas com a retirada de parte da 
película de tinta com um estilete, trazendo à tona a parte dourada. 
 
 
Vejamos um pouco mais sobre ambas: 
As técnicas da têmpera e da encáustica 
Têmpera é o nome dado a um dos modos como os artistas bizantinos preparavam a tinta 
usada em seus ícones. Consiste em misturar os pigmentos a uma goma orgânica – em geral 
gema de ovo – para facilitar a fixação das cores à superfície do objeto pintado. O resultado 
é uma superfície brilhante e luminosa. Mais tarde, com o desenvolvimento da pintura a óleo, 
essa técnica foi abandonada. Alguns pintores, porém, continuaram a utilizá-la, como é o caso 
do brasileiro Alfredo Volpi (1896-1988). 
Já a técnica da encáustica foi usada desde a Antiguidade. Os gregos, por exemplo, a 
utilizavam para colorir suas esculturas de mármore. O processo consiste em diluir os 
pigmentos em cera aquecida e derretida no momento da aplicação. Ao contrário da 
têmpera, cujo efeito é brilhante, a pintura em encáustica é semifosca. 
Fonte: GRAÇA PROENÇA. História da arte. São Paulo: Ática, 2018. p. 59. 
 
 
Figura 7 - Iconoclasta bizantino apagando com cal uma imagem de Cristo. Saltério de Chludow, 900 d.C., Moscou. 
Figura 6 - Ícone da Madonna e Menino Jesus, 
1230. Fonte: Shutterstock. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 9 
 
A iconoclastia 
Por muito tempo, a representação figurativa de Cristo foi objeto de debate no interior do 
Cristianismo. Para alguns religiosos, as imagens cumpriam um papel pedagógico, 
transmitindo ensinamentos até para aqueles que não sabiam ler. Outros ainda encaravam 
que as imagens eram desejadas pelo próprio Cristo, que deixava se manifestar por meio 
delas. 
Entre os séculos VIII e IX, um movimento denominado iconoclastia tinha uma visão 
diferente dos demais grupos, não admitindo qualquer representação imagética de 
personagens sagrados. Embora condenadas como heresias pelo papa de Roma, as ideias 
iconoclastas foram adotas por diversos imperadores bizantinos, permitindo que imagensdos templos religiosos fossem destruídas ao longo dos séculos. 
Diante da eliminação de muitas obras, o que conhecemos atualmente são fragmentos da 
arte bizantina que sobreviveram ao tempo, especialmente nas regiões provinciais do 
Império. É importante nos atentarmos para os padrões de preservação, ou seja, o que 
levaram os homens do passado a escolherem conservar determinadas obras em detrimento 
de outras. 
 
(Estratégia Vestibulares – 2021) 
Observe a imagem. 
 
Iluminura do Saltério Chludov, séc. IX. 
 
No documento acima, proveniente do Império Bizantino, verifica-se uma representação de um 
movimento político-religioso que ficou conhecido como iconoclastia, baseado 
a) na contestação do cesaropapismo vigente. 
b) na condenação do culto às imagens sacras. 
c) no questionamento da divindade de Cristo. 
d) no rompimento com a autoridade papal. 
e) na conversão compulsória de judeus e mouros. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 10 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, alguns imperadores bizantinos fomentaram e se beneficiaram com a 
iconoclastia, como Leão III. 
A alternativa B é a resposta. Entre os séculos VIII e IX, um movimento denominado iconoclastia tinha 
uma visão diferente desses cristãos, não admitindo qualquer representação imagética de 
personagens sagrados. Embora condenadas como heresias pelo papa de Roma, as ideias 
iconoclastas foram adotadas por diversos imperadores bizantinos, permitindo que imagens dos 
templos religiosos fossem destruídas ao longo dos séculos. 
A alternativa C está incorreta, a natureza divina de Cristo não foi questionada pela iconoclastia. Na 
verdade, era justamente sua divindade que, na opinião do movimento, tornava indignas suas 
representações imagéticas. 
A alternativa D está incorreta, o movimento dirige sua crítica ao uso de ícones. 
A alternativa E está incorreta, a iconoclastia não buscava a conversão de outros grupos religiosos, 
mas o abandono do uso de imagens pela Igreja. 
Gabarito: B 
A arquitetura das basílicas 
A sujeição da Igreja ao poder do basileu permaneceu ao longo dos séculos, o que permitiu a essa 
instituição religiosa acumular um vasto patrimônio. Só durante o reinado de Justiniano foram construídas 
mais de cem igrejas, incluindo a majestosa Basílica de Santa Sofia (ou Hagia Sophia) até hoje visitada por 
milhares de pessoas todo ano. 
 
 
 
Figura 8 - A basílica de Santa Sofia. Os minaretes, nome dado às torres laterais, foram acrescentadas após a dominação dos otomanos. 
Fonte: Shutterstock. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 11 
 
Figura 9 - Interior de Hagia Sophia. Após a dominação turca, ela sofreu modificações para ser transformar em uma mesquita islâmica. 
Fonte: Shutterstock. 
Hagia Sophia foi projetada para deslumbrar os seus visitantes, fazendo largo uso de ouro e prata 
em seu interior. Para que isso fosse possível, novos impostos foram criados, e obras artísticas enviadas 
das províncias para servirem de matéria-prima. Somente o púlpito e o altar da igreja custaram um ano de 
impostos no Egito. 
A basílica de Hagia Sophia também fez difundir o uso da cúpula entre as edificações bizantinas da 
capital e das províncias do Império, mas com características bastante particulares. Projetada pelos 
arquitetos Isidoro de Mileto e Antêmio de Trales, dizia-se que sua idealização, bem como de todo o 
templo, teria partido de um anjo que visitara o imperador em sonho e o instruído da grandiosa 
empreitada. Repare que a marca da arquitetura das basílicas bizantinas é a cúpula redonda encaixada 
sobre uma planta quadrada. 
Santa Sofia em São Paulo? 
Entre 1939, os cristãos ortodoxos 
residentes em São Paulo deram 
início à construção do maior 
templo bizantino da América do 
Sul, dedicado ao Santo Apóstolo 
Paulo e inspirado na Basílica de Santa Sofia. 
 Seu interior é revestido de mármore italiano, 
de onde também veio seu iconostácio – nome 
dado à parede de ícones que separa a nave da 
igreja do santuário. Diversos vitrais e ícones 
nas paredes do templo contribuem para que o 
espaço adquira grande suntuosidade e beleza. 
Fonte: Igreja Ortodoxa Antioquina. 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 12 
 
 
 
 
 
 
 
ARTE BIZANTINA – Principais Características 
 
 
2. ARTE ISLÂMICA 
A civilização do Islã foi a mais esplendorosa da Idade Média. Organizada a partir dos ensinamentos 
do profeta Maomé, fundador do Islã no século VI, ela se irradiou rapidamente para fora da península 
arábica, e em menos de 100 anos incorporou desde o noroeste da Índia, no leste, até a Espanha, no oeste, 
passando por todo o norte do continente africano. 
Embora muitos atualmente encarem os muçulmanos como inimigos do progresso científico, à 
civilização do Islã deve-se várias descobertas e saberes produzidos durante a Idade Média. No Alcorão, 
livro sagrado dos muçulmanos, é possível encontrar diversas passagens que estimulavam o Homem a 
conhecer mais o universo criado por Deus. Em certa ocasião, o próprio profeta teria dito: “Busquem 
ciência, a até mesmo na China”. 
A cada território conquistado, os muçulmanos se mostraram abertos à absorção de saberes, 
técnicas e formas de expressão artística. Isso contribuiu para que formassem uma cultura complexa e 
original, que se notabilizou ao obter avanços nas áreas como astronomia, medicina, geografia, física, 
matemática. 
Luxuosos e coloridos 
mosaicos 
Reflete a 
religiosidade cristã e 
a autoridade dos 
basileus
Ícones dourados 
expressam eram 
utilizados para 
expressar devoção
Na arquitetura, 
destaca-se o uso de 
cúpulas em prédios 
de planta quadrada.
Uso de azulejos em 
cerâmica para o 
revestimento das 
edificações.
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 13 
A produção artística do mundo muçulmano foi 
profundamente marcada pelas concepções religiosas. O Islã 
condenava a representação figurativa – ou seja, a utilização 
de imagens para a adoração, o que fez com que as próprias 
representações do Profeta fossem escassas. Na iluminura 
acima, produzida no século XVI, Maomé aparece com o 
rosto coberto e envolto em uma chama, que simboliza sua 
iluminação a partir dos ensinamentos enviados por Deus 
(Alá). 
Tendo em vista as restrições impostas pela religião, 
a arte islâmica se baseou em motivos geométricos e 
abstratos, cujas combinações ficaram conhecidas como 
arabescos. Tais ornamentos estão presentes em diversas 
manifestações desse estilo artístico, em especial na 
tapeçaria e na arquitetura. A seguir, veremos as principais 
características da arte islâmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 - Milhares de muçulmanos oram diante da Caaba, 
construção cúbica localizada em Meca - a cidade sagrada do Islamismo. Fonte: Shutterstock. 
 
 
Figura 10 - A visita do Anjo Gabriel ao profeta Maomé, 
cujo rosto é coberto pela iluminura. Fonte: Museu do 
Louvre/ Domínio Público. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 14 
Arquitetura 
A arquitetura islâmica está presente em diversos palácios, 
tumbas, banhos públicos, hospitais, fontes e outras edificações, mas 
foi nas mesquitas em que ela encontrou sua maior expressão durante 
a Idade Média, combinando influências legadas pelos bizantinos, 
persas e outros povos com os quais tomou contato. 
 As mesquitas possuem uma de suas paredes (qibla) voltada 
para Meca, para onde os fiéis também se posicionam para realizarem 
suas orações. Durante a Idade Média, muitos califas (líderes políticos e 
religiosos) se preocuparam em financiar eruditos para que 
determinassem a localização correta da cidade sagrada, o que permitiu 
avanços em áreas como a geometria e a álgebra. 
 Na qibla se encontra uma abertura em forma de ábside na parte 
central (mihrab), que indicaaos fiéis a direção de Meca. À direita dela 
está o minbar, púlpito utilizado pelo líder da congregação, chamado de 
imame, para fazer suas orações. 
 
Também integram à estrutura das mesquitas uma fonte, 
utilizada pelos fiéis para se purificarem antes de suas preces, e os 
minaretes, torres utilizadas pelos muezins para convocar os 
muçulmanos para suas orações. Embora hoje façam uso de alto-
falantes, durante a Idade Média os muezins eram escolhidos pelo se 
caráter honrado, voz forte e conhecimento das posições lunares, 
com o intuito de informar a hora da oração com maior precisão. 
A maioria dos minaretes apresenta no topo da torre uma lua 
crescente, símbolo do Islã. Os primeiros muçulmanos, povos do 
deserto, viajavam à noite devido ao clima mais ameno e tinham a 
lua como iluminação de seu caminho. Diante disso, a religião se 
apropriou dessa simbologia, utilizando do satélite natural para 
representar a orientação dos seguidores de Alá ao longo da vida. 
Não por acaso, a palavra minarete deriva do árabe, que significa 
“farol”. 
As cúpulas aceboladas, em formato de bulbo, estão 
presentes na maioria das mesquitas erguidas durante a Idade Média 
e a Idade Moderna. Trata-se de uma influência da arquitetura 
bizantina, obtida a partir do processo de expansão dos domínios muçulmanos em áreas que 
correspondiam ao Império sediado em Constantinopla. 
Por fim, cabe destacar que as mesquitas não eram somente espaços de oração, mas de 
convivência. Além das orações, em seu interior costumavam existir escolas para ensinarem crianças a ler, 
centros de estudos islâmicos e de matérias como medicina, aritmética, literatura e poesia. 
Figura 12 - Mirahb na mesquita de Córdoba, 
Espanha. Fonte: Shutterstock. 
Figura 13 – Minarete e cúpula da Mesquita de 
Sohar, na região de Al Batinah, Omã. Fonte: 
Shutterstock. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 15 
 
 
 
Arcos islâmicos 
Uma das principais características da arquitetura islâmica é o largo uso dos arcos. Em um primeiro 
momento, as edificações das áreas islamizadas se utilizavam do arco em estilo romano, apoiado sobre 
colunas, mas logo surgiram o arco em ferradura e inúmeras variantes. Ele é assim chamado pelo fato de 
o diâmetro do arco ser superior à largura do vão, ou seja, sua curvatura é maior que um semicírculo. Veja 
um exemplo na imagem a seguir: 
 
Figura 14 - Mesquita Hassan II, Casablanca, Marrocos. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 16 
 
 
 
 
Muqarna 
Muqarna é um tipo de decoração inaugurado pela arquitetura islâmica. Ela é composta por um 
emaranhado de pirâmides invertidas, dispostas em diferentes níveis, umas sobre as outras, formando 
algo semelhante às estalactites. Elas eram construídas em tijolos, pedras estuques ou madeira, podendo 
ser revestidas com azulejos ou pintura. 
 
 
Figura 15 - Muqarna adorna a entrada de uma mesquita no Omã. Fonte: Shutterstock. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 17 
A arquitetura hispano-muçulmana 
Entre os séculos VIII e XIII, a península ibérica foi alvo de uma série de invasões 
de berberes, povo africano islamizado do norte da África, que derrotaram os visigodos 
cristãos. O longo período de dominação da região pelos muçulmanos, conhecidos como 
mouros, legou uma série de influências culturais aos seus habitantes. Com isso, a 
Hispânia muçulmana, chamada de Al Andalus pelos seus conquistadores, fez florescer 
um estilo que conhecido como hispano-muçulmano, também chamado de arte 
mourisca. 
A Mesquita de Córdoba, localizada na região de Andaluzia, na Espanha, é um dos 
principais marcos do período de ocupação muçulmana na Península Ibérica. Ela foi construída em 785 e 
com o passar do tempo sofreu modificações em sua estrutura, em algumas delas absorvendo outras 
influências artísticas. 
No local dedicado às orações, a mesquita apresenta diversos arcos sobrepostos e polilobados 
(formado por vários segmentos circulares), erguidos durante o reinado de al-Hakam II. Os arcos inferiores 
possuem formato de ferradura, estilo tipicamente islâmico, e quando contemplados com os superiores, 
contribuem para que o templo adquira uma atmosfera mística e misteriosa. 
 
Figura 16 - Mesquita de Córdoba, região da Andaluzia, Espanha. Fonte: Shutterstock. 
Além de edificações religiosas, os invasores mouros construíram suntuosos palácios fortificados 
na península ibérica, onde habitavam os emires – título dos comandantes militares. Chamados de 
alcáçovas, os palácios eram cercados por robustas muralhas em seu exterior e adornados por pátios, lagos 
e jardins na parte interna. 
Tendo sua construção iniciada no século IX, mas estendida por quase oito séculos, o Alhambra é 
um dos mais grandiosos monumentos da arquitetura muçulmana. Erguido em Granada (Espanha), foi um 
complexo de palácios que serviu de habitação para os reis nacéridas (ou nasridas), a última dinastia 
muçulmana na península ibérica. 
Um ponto do Alhambra que merece destaque são suas colunas de mármore, largamente utilizadas 
em todo o complexo arquitetônico – só no Pátio dos Leões, construído por Muhammad V, foram 124. O 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 18 
estilo mourisco das colunas, que surgiu na região de Andaluzia, destaca-se pela utilização de ricos 
ornamentos utilizados em seu capitel. 
Em 1492, quando os Reis Católicos tomaram Granada, último reduto muçulmano, empregaram 
trabalhadores mouros para novas edificações e decorações, o que contribuiu para a formação de um novo 
estilo artístico, que combinava elementos cristãos e islâmicos. Ele ficou conhecido como mudéjar – termo 
que também passou a ser utilizado para se referir aos mouros que permaneceram na região. 
 
Figura 17 - Colunas do Palácio Alhambra, em Granada, Espanha. Fonte: Shutterstock. 
 
(Estratégia Vestibulares – 2021) 
 
A Grande Mesquita de Isfahan, listada como Patrimônio da Humanidade e ameaçada pelas 
tensões entre Irã e Estados Unidos no início de 2020, é um exemplo da arquitetura 
a) hispano-muçulmana, expressa na prevalência de elementos figurativos. 
b) eclética, expressa no pastiche entre elementos barrocos e neoclássicos. 
c) romana, expressa em seus arcos polilobados e o uso de mosaicos. 
d) islâmica, expressa nos usos de figuras geométricas e formas abstratas. 
e) persa, expressa pelo luxo da decoração e na grandiosidade das estruturas. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. O estilo hispano-muçulmano, como sugere o próprio nome, é 
decorrente das influências artísticas legadas pelas invasões muçulmanas na península ibérica, 
durante a Idade Média. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 19 
A alternativa B está incorreta, afinal o ecletismo é decorrente do encontro de diversas influências 
de estilos pregressos, durante o século XIX. 
A alternativa C está incorreta, pois embora a arte romana tenha se destacado pelo uso de 
mosaicos, os elementos verificados na obra refletem a predominância de concepções estéticas da 
arte islâmica. 
A alternativa D é a resposta. A produção artística da civilização do Islã foi fortemente marcada 
pela religião, que condenava a representação figurativa – ou seja, retratar pessoas, objetivos e 
animais. Desse modo, há preferência por figuras geométricas e formas abstratas, que ficaram 
conhecidas como arabescos. 
A alternativa E está incorreta. Embora a civilização persa tenha existido na mesma região onde se 
encontra a Grande Mesquita, esta obra arquitetônica mostra-se influência pelas concepções 
artísticas legadas pela difusão do Islã durante a Idade Média. 
Gabarito: D 
 
Arquitetura Neomourisca: Sécs. XIX e XX 
A partir da década de 1840, alguns países europeus, especialmente a Inglaterra e a 
Espanha, buscaram influências na arquitetura islâmicapara fazer frente ao neoclassicismo 
– estilo do qual falaremos mais adiante. Com isso, diversos arquitetos tomaram Alhambra 
e outras edificações como modelo referencial, formando um estilo revivalista2 que ficou 
conhecido como neomourisco (ou neoislâmico), que fez largo uso das cúpulas e minaretes. 
No Brasil, o estilo também foi utilizado, mas muitos edifícios foram perdidos com o 
tempo. É no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil, onde encontramos a maioria dos 
remanescentes, sendo o mais importante deles o Pavilhão Mourisco, sede da Fundação Oswaldo Cruz 
(Fiocruz). Sua construção se estendeu entre os anos de 1904 e 1918, sendo marcada pela adoção de 
arcadas arabizadas e a fachada flanqueada por torres com cúpulas aceboladas. Outro exemplo importante 
é a Igreja do Imaculado Coração de Maria – o único templo cristão a adotar o estilo na cidade. 
 
 
Figura 18 - O Pavilhão Mourisco, sede da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Fonte: Fiocruz Minas. 
 
2 Revivalista: Termo utilizado para definir movimentos culturais que buscaram a recuperação de elementos do passado. Nesse sentido, podemos entender o 
Renascimento como um movimento revivalista. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 20 
Arte decorativa 
Os arabescos são desenhos baseados em motivos vegetais, geométricos e epigráficos (grafia 
decorativa), que se repetem inúmeras vezes e se entrelaçam, o que contribui para criarem uma variedade 
imensa de combinações. Eles estão presentes tanto na parte exterior quanto nos ambientes interiores 
das construções islamizadas. 
A partir de heranças legadas pelos egípcios, chineses e mesopotâmios, a cerâmica passou a ser um 
material largamente utilizado pelos muçulmanos para o revestimento de suas edificações, com o intuito 
de embelezá-las. A cerâmica vitrificada, conhecida como azulejo (em árabe, al-zuleij), era estampada com 
uma variedade imensa de motivos arabescos, que combinados formavam ricos mosaicos. 
Se utilizando de seus conhecimentos matemáticos, os muçulmanos desenvolveram uma 
decoração estilizada e meticulosa. Um estudo feito em 2007 concluiu que os arquitetos medievais 
elaboravam padrões complexos de mosaicos utilizando apenas cinco formas diferentes de ladrilhos que 
podiam em teoria, formar padrões infinitamente grandes, mas nunca repetidos.3 
 
Figura 19 - Detalhe da Mesquita de Bibi-Khanum, em Samarcanda, Uzbequistão. Fonte: Shutterstock. 
Os azulejos, palavra que em árabe significa “pedra polida”, foram levados pelos muçulmanos para 
a península ibérica, onde foram incorporados pelos cristãos. A utilização desta técnica foi trazida para o 
Brasil com a colonização, sendo observada em casarões históricos de cidades como São Luís do Maranhão 
e Recife, em Pernambuco. 
 
Patrimônio ameaçado? 
Em janeiro de 2020, o agravamento das tensões entre Estados Unidos e Irã levou o 
presidente norte-americano, Donald Trump, a ameaçar ataques a obras arquitetônicas do 
país adversário. Na mesma época, a Unesco lembrou as autoridades dos dois países que 
ambos haviam se comprometido por acordos internacionais a não danificar o patrimônio 
cultural e natural de qualquer uma das nações signatárias, ainda que em caso de conflito. 
 
3 LYONS, Jonathan. A Casa da Sabedoria: como a valorização do conhecimento pelos árabes transformou a civilização 
ocidental. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 116. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 21 
Além de edificações da civilização persa, alguns dos “alvos” considerados pelos norte-
americanos no Irã eram obras em estilo islâmico, como a Grande Mesquita de Isfahan. 
Construída em 841, ela possui mais de 20 mil metros quadrados e é a mais antiga mesquita 
congregacional do país. Em 2012, foi listada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. 
 
 
Figura 20 - Mesquita de Isfahan, no Irã. Fonte: Shutterstock. 
 
(Estratégia Vestibulares – 2020) 
 
(Diversity, Siddiqa Juma, 2014. Disponível em: <http://alphaomegaarts.blogspot.com/2014/07/dubai-
celebratesinternational.html> Acesso em 16 mai. 2020) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 22 
 
A obra destacada no enunciado, apesar de contemporânea, compartilha características com a 
tradicional arte islâmica, principalmente a(o) 
a) presença de arabescos geométricos. 
b) majoritária ausência de figurativismo. 
c) mosaico como suporte artístico 
d) uso estético da caligrafia árabe. 
e) influência explícita da arte chinesa. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois não há na pintura elementos geométricos organizados como 
na arte islâmica. 
A alternativa B está correta, pois a arte islâmica é majoritariamente geométrica, formada por 
figuras abstratas, porém organizadas. Ainda assim, não há quase representação figurativa. 
A alternativa C está incorreta, pois a obra destacada aqui não é um mosaico, mas sim uma tela. 
A alternativa D está incorreta, pois não há aqui o aparecimento de caligrafia árabe. 
A alternativa E está incorreta, pois não se pode perceber aqui traços de arte chinesa. 
Gabarito: B 
 
 
Tapeçaria 
Mais do que adornos, os tapetes são objetos fundamentais na cultura muçulmana. Mesmo antes 
do Islã, eram utilizados por povos nômades da península arábica para forrarem as tendas armadas em 
momentos de repouso. Com a difusão dos ensinamentos de Maomé, os convertidos passaram a utilizar 
os tapetes nos momentos de oração, evitando o contato direto com o solo. 
Tapetes feitos à mão eram feitos por turcos desde a Antiguidade, se utilizando principalmente de 
lã, algodão seda pura. Aqui também é feito largo uso dos arabescos, que contribuem para a formação de 
uma infinidade de desenhos que emitem uma profusão de cores. 
 
Caligrafia e iluminuras 
A caligrafia é a principal forma de expressão artística do Islã, afinal foi a partir da escrita que se 
registrou os ensinamentos transmitidos à Maomé por intermédio do anjo Gabriel. Na cultura islâmica, 
trata-se da materialização da palavra de Deus. 
O apreço estético à palavra escrita ganhou força com a apropriação do papel, invenção chinesa 
introduzida na cultura muçulmana por volta de 750 d.C. A cidade de Samarcanda (atual Uzbequistão), 
importante centro comercial situado na rota da seda, tornou-se o principal centro de fabrico de papel do 
mundo islâmico, tecnologia que também se espalhou para a Síria, o Norte da África e Al Andalus. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 23 
A produção de livros, a encadernação e os serviços de 
transcrição floresceram, estimulando o intercâmbio de ideias e 
conhecimentos. Em diversas regiões dos domínios muçulmanos 
surgiram os bazares de livros e lojas especializadas, altamente 
requisitadas pelas grandes bibliotecas das elites locais. Boa parte 
desse mercado se dava ao redor das mesquitas das grandes 
cidades do Islã. 
Por condenarem a veneração de ídolos – o que explica a 
ausência de estátuas na arte islâmica – os artistas em muitos casos 
buscaram revestir as mesquitas e residências com passagens do 
Alcorão. Os calígrafos transformaram a escrita em arte, lançando 
mão de cores e formas que se harmonizam e sugerem sons. 
O gosto dos livros fez com que certas obras do mundo 
islâmico reproduzissem iluminuras, muito influenciadas por 
elementos persas, hindus, mongóis e chineses. Por vezes, 
autoridades religiosas tentaram impedir a reprodução e 
circulação de elementos figurativos, ainda que a maioria deles 
abordasse temas militares e cenas cotidianas. Vale destacar que 
as edições do Alcorão mantiveram sua decoração restrita ao uso 
de ornamentos geométricos e não-figurativos. 
 
Orientalismo 
 Um dos conceitos mais importantes para pensar como o Ocidente se relaciona com o 
Oriente foi elaborado pelo intelectual palestino Edward Said, o Orientalismo. Segundo ele, 
o Oriente (e também o Ocidente) enquantoespaço geográfico não é um dado da natureza, 
mas uma construção que sugere uma relação de poder, de dominação. 
 O Orientalismo foi uma estrutura elaborada pela Europa e Estados Unidos ao longo de 
séculos para caracterizar o Oriente Médio de maneira estereotipada. Quando pensamos no 
Oriente, certas imagens vêm a nossa mente: sociedades pré-modernas, com suas mulheres 
submissas e seu fanatismo religioso. Trata-se, em nosso imaginário, de um local misterioso, 
violento, mágico, sensual e atrasado – imagens alimentadas pelo cinema, jornais, obras 
artísticas e literárias. Isso dificulta compreendermos o Oriente Médio em toda a sua 
diversidade política, econômica, social e cultural. 
 A construção do Orientalismo coincide com a consolidação dos Impérios europeus nos 
séculos XIX e XX, servindo como uma espécie de ideologia para justificar a dominação e a 
superioridade europeia, sobretudo por franceses e ingleses. Atualmente os Estados Unidos 
são o coração do Orientalismo, se utilizando de representações distorcidas para caracterizar 
o “Outro” que lhe é estranho – e, por isso, inferior. 
 
 
Figura 21 - Padrões caligráficos da mesquita de 
Wazir Khan, Paquistão. Fonte: Shutterstock. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 24 
 
ARTE ISLÂMICA – Principais Características 
 
 
(Estratégia Vestibulares – 2020) 
TEXTO I 
Por volta do século VI, os árabes viviam em uma região desértica e com ausência de grandes rios; 
estavam voltados para o Mar Vermelho, Oceano Índico e Golfo Pérsico. Nessa região se 
concentravam várias tribos. Em uma delas, nasceu Maomé que, aos 40 anos, recebeu uma visão do 
anjo Gabriel com uma mensagem de Deus: Maomé deveria dizer ao povo de Meca que cessasse 
com a adoração de ídolos e aceitasse Alá como deus único e verdadeiro. 
ANDE, Edna; LEMOS, Sueli. Arte islâmica. São Paulo: Instituto Callis, 2013. p. 10. 
TEXTO II 
 
Interior da Mesquita de Isfahan, Irã. Fonte: Shutterstock. 
Predominância de 
elementos abstratos 
e geométricos 
(arabescos)
Uso de arcos em 
ferradura e outras 
variantes
Minaretes e cúpulas 
aceboladas nas 
mesquitas
Caligrafia e tapeçaria 
mantiveram o apreço 
pelos arabescos
Uso de azulejos em 
cerâmica para o 
revestimento das 
edificações
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 25 
Tendo em vista o surgimento do Islã, descrito pelo TEXTO I, destaca-se como característica da arte 
islâmica, cujo TEXTO II. é um exemplar, o(a) 
a) repúdio às figurações abstratas. 
b) reprodução de técnicas góticas. 
c) laicização das obras artísticas. 
d) condenação da arte figurativa. 
e) abandono de influências bizantinas. 
 
Comentários: 
Essa é uma questão sobre arte islâmica. 
Para ajudar em sua resolução, retomemos alguns pontos básicos desse estilo: 
▪Predominância de elementos abstratos e geométricos (arabescos); 
▪Uso de arcos em ferradura e outras variantes; 
▪Minaretes e cúpulas aceboladas nas mesquitas; 
▪Caligrafia e tapeçaria mantiveram o apreço pelos arabescos; 
▪Uso de azulejos em cerâmica para o revestimento das edificações. A preferência por figurações 
abstratas e geométricas não se deu em vão, afinal a arte islâmica era orientada pelos preceitos 
religiosos legados pelo profeta Maomé, que incluíam a condenação à adoração de ícones e outras 
imagens. 
Dito isso, a alternativa D é a resposta. 
Vejamos as demais alternativas: 
A alternativa A está incorreta, afinal é possível observar a presença de elementos abstratos na 
mesquita de Isfahan (TEXTO II). 
A alternativa B está incorreta, afinal não se observam influências da arte gótica na imagem acima. 
A alternativa C está incorreta, pois a arte islâmica foi guiada pelos preceitos religiosos do Islã. 
A alternativa E está incorreta, afinal as cúpulas e arcos utilizados na arte islâmica foram 
influenciados por contatos com a cultura bizantina e com outros povos assimilados. Além disso, 
tendo como base as informações do TEXTO I, não era possível concluir que a arte muçulmana 
representou uma ruptura com os padrões arquitetônicos do Império Bizantino. 
Gabarito: D 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 26 
3. ARTE NO MEDIEVO OCIDENTAL 
Se a arte islâmica e a arte bizantina tiveram na cidade o seu principal espaço de expressão, o 
mesmo não se pode dizer das manifestações artísticas do Ocidente Medieval. No período iniciado no 
século V, a vida social e econômica do continente europeu se volta para o campo, não sendo possível 
estabelecer um estilo artístico uniforme até o século XII. Parte disso se deve às guerras e incursões de 
povos com concepções artísticas muito diversas. 
 
Renascimento Carolíngio 
Em 800, Carlos Magno foi coroado imperador Novo Império Romano do Ocidente pela Igreja, o 
que o levou a almejar o renascimento do antigo Império Romano no Ocidente. Tal esforço se deu não 
somente pela expansão territorial, mas também por um intenso estímulo à produção cultural, que ficaria 
conhecido como Renascimento Carolíngio. 
As obras arquitetônicas erguidas nos domínios do Império Carolíngio buscaram a recuperação da 
basílica cristã primitiva, sendo muito influenciadas pela arquitetura bizantina. Suas paredes exteriores 
possuem aparência maciça, enquanto os interiores eram ricamente decorados com afrescos e mosaicos, 
estes últimos muito semelhantes às primeiras igrejas cristãs em Roma. 
A construção mais famosa é a Catedral de Aachen, obra hoje considerada patrimônio mundial pela 
UNESCO. A enorme construção conta com um coro gótico, uma capela – chamada Capela Palatina – uma 
cúpula e uma torre. Sua dimensão é impressionante: ela ocupa 2.000 m²! Carlos Magno está enterrado 
em uma cova sob o pavimento da Capela Palatina. 
 
Figura 22 - A Capela Palatina. Fonte: Shutterstock. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 27 
(Estratégia Vestibulares – 2020) 
A Idade Média é um período que convive com dois grandes referenciais: de um lado, a arte 
teocêntrica, que representa passagens e personagens da mítica católica; de outro, uma 
aproximação do ideal de beleza clássico. 
( ) Certo. 
( ) Errado. 
Comentários: 
A idade média é um período de afastamento dos ideais clássicos. A beleza não é vista do mesmo 
modo que na antiguidade clássica. Isso só ocorrerá no Renascimento. 
Gabarito: Errado 
 
 
As iluminuras 
Uma das principais expressões desse período são as iluminuras. As iluminuras são pinturas 
decorativas que eram aplicadas às primeiras letras dos textos escritos em pergaminhos. Esses 
pergaminhos eram produzidos nos conventos e abadias, pelos monges copistas. O termo também acabou 
sendo usado para definir outras representações imagéticas ou decorativas em manuscritos de modo 
geral. São miniaturas, desenhos pequenos, muito detalhados, frequentemente com detalhes em ouro e 
prata. 
 
 
Iluminura do século XII, acervo da Biblioteca Nacional da França. Integra uma Bíblia possivelmente encomendada pelo rico 
bispo de Chartre, Geoffrey of Lèves, como presente a um conselheiro do Rei. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 28 
(Estratégia Vestibulares.- 2020) 
As iluminuras, pinturas decorativas associadas aos códices medievais, produzem registros das 
vidas de santos e passagens bíblicas, não podendo assim ser utilizadas como fonte pictórica 
documental para investigar o vestuário da Idade Média. 
( ) Certo. 
( ) Errado. 
Comentários: 
As iluminuras retratavam assuntos do cotidiano, como torneios, servos etc., além de imagens 
ligadas à mítica religiosa. Poderiam, portanto, ser usadas como fonte documental para 
compreender como eram os trajes usados na Idade Média. 
Gabarito: Errado 
 
CAVALHADA 
 No Brasil, os torneios medievais deram origem a um folguedo muito tradicional: a 
cavalhada. A celebração temorigem em Portugal. As cavalhadas recriam os torneios 
medievais, além de reproduzir também batalhas entre cristãos e mouros, inspiradas nas 
Cruzadas. No Brasil, desde o século XVII é possível encontrar registros do folguedo. 
Normalmente ele ocorre durante a festa do Divino, principalmente no Sul, Sudeste e Centro-
Oeste. Assim como nas justas medievais, na cavalhada os participantes andam a cavalo, 
portando lanças. O objetivo é derrubar seu oponente do cavalo. Claro que no folguedo, 
busca-se realizar um espetáculo coreografado, não uma luta de verdade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Shutterstock 
A arte Românica 
A Arte românica foi um estilo que surgiu entre os séculos XI e XIII na Europa Ocidental. O nome 
“românica” está diretamente ligado às influências da arte romana sobre esse estilo. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 29 
Arquitetura 
Uma das principais características desse estilo é sua ligação com a religião. As construções 
românicas davam abrigo a peregrinos de passagem por diversos locais da Europa. Lembre-se que com as 
Cruzadas, as andanças pelo território Europeu cresceram, junto com o entusiasmo para com a fé cristã. 
Assim, as chamadas igrejas de peregrinação se tornaram muito comuns no período. É possível 
encontrar igrejas românicas em diversos locais de peregrinação, como Roma e Santiago de Compostela. 
Esses locais também abrigavam as relíquias, objetos que se diziam pertencer a santos, que poderiam 
variar de pedaços de madeira da cruz de Cristo a fios de cabelo de santos. 
 A horizontalidade é fundamental para a arquitetura românica. Mais do que pela altura, as igrejas 
românicas se destacam pela extensão. Além disso, as plantas das construções tendiam a ter formato de 
cruz e serem muito espaçosas, com espaços livres de obstáculos. Da arquitetura romana, os construtores 
da época emprestaram as colunas e os arcos redondos. Houve, porém, uma substituição de materiais: a 
pedra passou a ser o principal material para o teto das igrejas. Abóbadas cilíndricas de 180 graus, apoiadas 
em pilastras pelas arestas são comuns nesse período. 
Outra característica importante da arquitetura românica é que são construções com poucas 
aberturas, grandes e sólidas. Havia poucas janelas e apenas uma porta de entrada. São como fortalezas, 
encontradas principalmente nas paisagens rurais que predominaram no auge da civilização feudal. Elas 
não são fruto de um gosto refinado da nobreza, mas sim são símbolo do processo de consolidação da 
Igreja. 
Construções famosas: 
• Igreja de Nossa Senhora, a Maior – Poitiers, França. (Figura ao lado) 
• Batistério de Florença, Itália. 
• Sé Velha de Coimbra, Portugal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Shutterstock 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 30 
 
 
Escultura 
A escultura do período existe principalmente em função da arquitetura. Ela decorava de maneira 
ostensiva os edifícios, tendo como característica a ocupação de todos os espaços, não deixando nada sem 
uso. Eram principalmente entalhadas no material da construção. 
Tinham principalmente com uma função didática: instruíam os peregrinos e fiéis acerca do local 
em que se encontravam. Não são naturalistas, do contrário, são bastante simbólicas, representando 
frequentemente seres não reais. 
 
Catedral de São Lázaro de Autun. Fonte: Shutterstock 
 
Pintura 
Com a pintura – e as iluminuras e tapeçarias – não é diferente das demais expressões artísticas: 
seus temas eram ligados à religião e se encontravam principalmente nas igrejas e catedrais. É preciso 
lembrar que a maioria da população da época era analfabeta, assim, as imagens eram responsáveis por 
Planta em 
forma de cruz
Pedra 
Abóbadas e 
arcos em 180 
graus
Pilares 
maciços
Paredes 
espessas
Poucas 
aberturas e 
janelas
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 31 
ensinar as passagens bíblicas e questões morais a boa parte da população. A principal técnica de pintura 
utilizada era o afresco. 
 
AFRESCO 
 A técnica do afresco consiste em pintar literalmente com uma superfície que está 
“fresca”. Utilizada para adornar murais e tetos/abóbadas, a técnica é realizada 
aplicando-se cores diluídas em água sobre um revestimento de argamassa fresco. 
Assim, a tinta seria absorvida pela argamassa, não ficando somente na superfície. 
 
As duas características mais marcantes da pintura da época são: 
• Colorismo: aplicação de cores puras, gerando muito contraste. Não há meios-tons. 
• Deformação: as figuras são retratas de acordo com a mensagem que se quer passar. É frequente, 
por exemplo, que santos sejam retratados em dimensão maior que outras pessoas da pintura, 
para trazer uma noção de grandiosidade. 
 
 
Fonte: Shutterstock 
 
(Estratégia Vestibulares – 2020) 
A tapeçaria foi uma técnica artística especialmente profícua na Idade Média. A técnica consiste 
em tramar fios, frequentemente de maneira manual para compor figuras, se assemelhando a uma 
pintura. 
( ) Certo. 
( ) Errado. 
Comentários: 
Ainda que a tapeçaria já fosse uma técnica conhecida e utilizada há muito tempo, na Idade Média 
a técnica ganha muito espaço. 
Gabarito: Certo 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 32 
Arte gótica 
A arte gótica busca um afastamento das influências romanas, já num caminho de encontrar seu 
estilo próprio. É uma arte altiva e imponente. Se a arte românica tinha se mantido na segurança do chão 
e na horizontalidade, a arte gótica irá buscar a elevação, o divino e o mundo espiritual. É muitas vezes 
referido coma como “a arte das catedrais”. 
O período do final do século XII ao século XIII foi marcado pela construção de grandes catedrais, 
verdadeiros símbolos de pedra da fé cristã. Essas construções prezaram pelo predomínio da verticalidade 
sobre a horizontalidade, afinal deveriam erguer-se acima de todos os demais edifícios da cidade, se 
destacando como centros religiosos e sociais. Vale destacar que o termo catedral surgiu da palavra 
“cátedra”, local onde se sentava o bispo para as celebrações solenes. 
O estilo gótico refletiu as transformações do Ocidente feudal. Acompanhou o crescimento dos 
centros urbanos na Baixa Idade Média, que competiam entre si quanto à altura de suas construções 
religiosas. A presença de nobres e grandes comerciantes nas cidades, em razão da retomada do grande 
comércio, contribuiu para que luxuosos edifícios laicos fossem erguidos me diversas partes da Europa. 
 
Arquitetura 
A arquitetura gótica é grandiosa e frequentemente urbana. A começar entrada já se percebe a 
diferença entre a arquitetura gótica e a românica: catedrais góticas dificilmente possuem uma única 
entrada; do contrário, podem chegar a ter três portais como entrada. 
Além disso, há uma estrutura chamada abóbada de cruzaria ou nervurada. A abóbada cruzaria 
consiste em dois arcos que se cruzam e sobre eles está o casco da abóbada. Os pilares então sustentam 
as abóbadas pelas arestas e havia suportes externos chamados arcobotantes para sustentar a estrutura. 
Isso parece algo comum hoje, mas na época foi uma grande inovação. Foi essa estrutura que permitiu que 
as paredes pudessem tornar-se mais finas: ao invés 1,5m de largura, as paredes de catedrais góticas 
podem ter apenas 50 cm. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 33 
 
Fonte: Shutterstock 
Outra diferença fundamental: a orientação vertical. Uma dar principais características são os arcos 
com pontas agulhadas, também chamados de “ogivas”. Alongadas e elevadas, essas estruturas também 
demandam um sistema técnico específico de sustentação. 
Mais importante do que o modo como era construída, é a impressão que toda essa estrutura 
causava. As estruturas que mantinham o prédio de pé não ficavamvisíveis por dentro da catedral. Assim, 
aquelas construções imensas pareciam se elevar em direção ao céu como que por um milagre! Além da 
planta em formato de cruz, no exterior viam-se fachadas opulentas. Normalmente, além dos portais de 
acesso, havia grandes torres. 
Como o sistema de arcobotantes sustentava as construções sem pesar sobre as paredes, foi 
possível abrir parte das laterais das catedrais. Isso dá origem às arcadas que cercam muitos desses prédios 
e a grandes janelas que abrigarão uma das técnicas mais importantes para a arte gótica: os vitrais. 
 
A Catedral de Notre-Dame 
Uma das mais antigas catedrais de Paris, sua construção se iniciou no ano de 1136, a mando do 
bispo Maurício de Sully. Sua finalização só ocorreu no ano de 1272, graças a donativos da população 
parisiense. O nome Notre-Dame significa Nossa Senhora, afinal o edifício é consagrado à Virgem Maria, 
mãe de Jesus Cristo. 
A catedral de Notre-Dame tem 150,20 metros de comprimento e suas principais abóbodas estão 
a 32,50 metros do chão. Assim como outras edificações religiosas em estilo gótico, podemos considerá-la 
uma “Bíblia em pedra”, afinal os ensinamentos do catolicismo se encontram representados nas 
esculturas, entalhes, portais e vitrais. 
Vale lembrar que a catedral serviu de inspiração para Victor Hugo criar o romance O Corcunda de 
Notre-Dame, que conta a história de um misterioso sineiro de nome Quasímodo que habitava o 
campanário da Igreja durante a Idade Média. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 34 
 
 
 
VITRAIS 
 A arquitetura gótica foge da obscuridade. Ela quer luz! E foi justamente através das 
grandes janelas que ela conseguiu aliar iluminação a misticismo. As janelas são 
cobertas por vitrais. 
 O vitral é uma técnica de arte em vidro que já era conhecida há tempo, mas chega a 
seu apogeu nesse período. A técnica consiste em unir pedaços de vidro colorido 
através de ligas de chumbo. Tendo em vista as grandes dimensões das janelas góticas, 
desenvolve-se todo um novo estilo pictórico. Tona-se possível não só a criação de 
formas abstratas geométricas, como narrativas. Além de iluminar de maneira mística 
o interior das igrejas, os vitrais podem também contar histórias. 
 Na época não era possível produzir placas de vidro enormes. Os vitrais eram formados 
por uma série de placas menores, unidas por grades de metal. O importante era apenas 
não ter tantas ligas a ponto de perder iluminação. A atmosfera deve ser de enlevo, 
etérea. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 35 
 
Fonte: Shutterstock 
 
(Estratégia Vestibulares – 2020) 
 
 
A Catedral de Notre-Dame, em Paris, parcialmente destruída por um incêndio em abril de 2019, 
é um exemplo da arquitetura 
a) gótica, expressa na verticalidade e no emprego de arcos e vitrais. 
b) românica, expressa no desenho do teto e da abóbada principal. 
c) clássica, expressa na composição simétrica e na presença de colunas dóricas. 
d) art nouveau, expressa na utilização de elementos geométricos decorativos. 
e) eclética, expressa no pastiche entre elementos barrocos e neoclássicos. 
Comentários: 
Alternativa A - Correta. A arquitetura gótica é marcada pela utilização de arcos ogivais, que se 
alongam e se projetam para o alto, dando uma impressão de verticalidade aos observadores. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 36 
Alternativa B – Incorreta, pois as abóbadas encontradas nas edificações em estilo românico são 
formadas a partir de arcos semicirculares, sem fornecer a mesma ideia de leveza e grandiosidade 
observada no estilo gótico. 
Alternativa C – Incorreta, afinal as colunas encontradas em Notre-Dame são da ordem coríntia, 
apresentando uma decoração exuberante em seu capitel. Isso é algo inexistente nas austeras 
colunas da ordem dórica. 
Alternativa D – Incorreta, pois a art nouveau foi um estilo artístico que surgiu no final do século 
XIX, séculos após o estilo gótico ser predominante entre as catedrais europeias. 
Alternativa E – Incorreta. O estilo barroco se desenvolveu no século XVI, ao passo que o 
neoclassicismo é um termo utilizado para denominar algumas manifestações artísticas encontradas 
no Ocidente europeu a partir do século XVIII. Dessa maneira, não poderiam influenciar os elementos 
do estilo gótico na Idade Média. 
Gabarito: A 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 37 
Escultura 
A escultura é muito presente como parte da arquitetura gótica. Principalmente nos portais e 
fachadas, percebe-se o uso de muitas esculturas. Aqui, no entanto, as manifestações já são mais 
organizadas, menos labirínticas do que no românico. 
Na arte gótica, amplia-se o uso, partindo também para as colunas, e estátuas sozinhas nas 
catedrais. Os gestos e posturas sofrerão uma maior humanização, tornando-se mais naturalistas: as 
roupas passam a apresentar maior movimento e os pés passam a ser representados de maneira 
horizontal, plantados no chão, não mais em plano inclinado. O naturalismo maior nas representações será 
um prenúncio do Renascimento. 
 Além disso, há uma suavização das imagens, que se tornam menos assustadoras do que as 
românicas e mais positivas: a ideia é aproximar os fiéis, não os aterrorizar. 
 
 
Fonte: Shutterstock 
Ainda que a escultura permaneça muito ligada à escultura, ela já começa a afirmar alguma 
independência na arte gótica. Começam a se tornar comuns, por exemplo, estátuas devocionais, ou seja, 
pequenas imagens portáteis, que as pessoas podiam ter em suas casas – como é visto até hoje. O culto à 
Virgem Maria se torna especialmente popular nessa época, representada nos moldes do amor cortês, em 
que a mulher é um ser elevado e merecedor de todo o respeito e devoção. 
 
GÁRGULAS 
 Se você assistiu ao Corcunda de Notre-Dame, você sabe o que são as gárgulas. Figuras 
animalescas ou monstruosas eram muito comuns na arquitetura gótica. As gárgulas 
eram uma espécie de desaguadouro: uma continuação das calhas que permitia que o 
acúmulo de água fosse jogado para longe da parede. Acredita-se que essas imagens 
monstruosas eram colocadas nas igrejas para lembrar sempre que o demônio nunca 
dorme e que é preciso vigilância constante... até mesmo em locais santos. Elas também 
serviam para afastar possíveis maus espíritos. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 38 
 
 
Figura 23 - Gárgula da Catedral de Notre-Dame. Fonte: Shutterstock. 
Pinturas 
Assim como a escultura, a pintura vai se aproximando de uma tendência naturalista. Também 
seguindo o culto a Virgem Maria, as imagens das Madonnas é uma das mais frequentes nas pinturas, 
demonstrando alguma influência da arte bizantina (veremos mais sobre isso ainda nessa aula). 
Também seguindo a tendência das estátuas portáteis, surgem os ícones: pequenas pinturas de 
temática variada e caráter narrativo, compostas por pequenas cenas da vida de santos e personagens 
bíblicos. Essas pinturas, geralmente realizadas em peças de madeira, inauguram uma relação que se 
manterá por muito tempo nas artes: a da burguesia com as artes. Os nobres e comerciantes ricos – que 
darão origem à burguesia – eram os principais compradores dessas peças. Elas podiam vir apenas em um 
painel (conhecidas como retábulo) ou diversos paineis dobráveis (conhecidos como políptico). 
Nesse período, inclusive, começamos a conhecer alguns nomes de artistas. Ainda que só no 
renascimento a ideia de autor se desenvolva, já na arte gótica encontramos alguns nomes de destaque. 
Dentre os principais está o pintor Giotto (1267-1337). 
 
 
Figura 24 - Pintura do Nascimento de Cristo, de Giotto. Fonte: Shutterstock. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 39 
Giotto viveu sua infância no campo, junto com seupai que criava ovelhas. A maior parte de sua 
produção é de afrescos em igrejas. A principal característica da sua pintura foi, diferente do que acontecia 
na pintura românico, apresentar os santos com seres humanos comuns, sem distorções na aparência. O 
destaque aos santos ficava pelo posicionamento: eles estavam sempre em um local que chamava a 
atenção na cena. Com isso, Giotto vai antecipando algumas tendências de composição humanistas que se 
popularizarão no Renascimento. 
 
TEATRO MEDIEVAL 
 O teatro do período medieval pode se dividir em duas frentes: o teatro sacro e o 
profano. O que as duas frentes têm em comum são: 
- a ligação com a tradição oral e o popular; 
- a apresentação nas ruas; 
- o caráter moralizante, religioso ou não; 
- as personagens alegóricas; e 
- a união de teatro, dança e música. 
 Vamos ver um pouco sobre cada uma das frentes e o que as diferencia. 
 
Teatro sacro 
 O teatro sacro medieval se origina nas festividades religiosas, principalmente Páscoa 
e Natal. Eram passagem bíblicas, sermões, autos, dramas litúrgicos etc. apresentados 
frequentemente após missas ou intercalados por procissões. Inicialmente 
apresentados dentro das igrejas, por clérigos, com o passar do tempo as ações passam 
a ser apresentadas na rua e por pessoas comuns. 
 Aconteciam em estações, não em um local especifico: as pessoas iam caminhando ao 
longo do espaço, frequentemente praças públicas, em que havia estações de 
apresentação distribuídas. Cada estação tinha um cenário e representava uma parte 
da história contada. Eram encenações complexas, que podiam chegar a demorar dias 
para serem completamente performadas. 
 
Teatro profano 
 O teatro profano medieval era apresentado em palácios ou pátios de castelos, sem 
ligação com cultos religiosos. Podiam ser farsas satíricas, momos – nome dado a 
representações com máscaras e figurinos exagerados – entremeses – nome dado a 
pequenas apresentações entre refeições – ou autos pastoris de amor cortês. 
 Alguns grupos populares começam a se organizar em palcos improvisados em 
carroças, o que possibilita o deslocamento entre cidades. Isso será responsável pelo 
surgimento de uma das vertentes mais populares do teatro renascentista: a commedia 
dell’arte. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 40 
 
A PESTE NEGRA E A DANSE MACABRE 
 No final da Idade Média se populariza a ideia da universalidade da morte, ou seja, a 
noção de que não importa nossa posição ou status em vida, a dança da morte une a 
todos. Assim, surgem representações que ficaram conhecidas como danse macabre, 
dança macabra. O tema dessas gravuras era a morte, personificada em caveiras. Ela 
conduz numa espécie de ciranda indivíduos de diversos estratos sociais, tipicamente 
um Rei, um Papa, um monge e um casal de jovens. 
 Um dos elementos que trouxe a ideia de morte para o cotidiano das pessoas foi a 
peste negra. Entre 1348 e 1350, um surto de peste bubônica se espalhou rapidamente 
por toda a Europa, provavelmente trazida do Oriente pelas pulgas dos ratos que 
infestavam os navios mercantes. A maioria dos historiadores acredita que um terço da 
população europeia foi dizimada por essa doença, chegando à metade dos habitantes 
de algumas localidades do continente. Também conhecida como Peste Negra, a 
moléstia causava febres de até 41 graus naqueles que a contraíam, vômitos 
sanguinolentos e inchaços escuros na pele. 
 
 
Figura 25 - Enquanto a Peste Negra se espalhou pela Europa, representações da morte perseguindo homens e mulheres de todas as classes 
sociais se tornaram cada vez mais frequentes. Fonte: Wikimedia Commons. 
 
IMPORTANTE: RESUMO DA ARQUITETURA ROMÂNICA E GÓTICA 
ARQUITETURA ROMÂNICA (secs. XI e XII) - Igreja em consolidação. 
→ Poucas janelas e decoração. Paredes robustas, como se fossem fortalezas. 
Horizontalidade. 
→ Representa a força do clero regular (monges) e o caráter rural da civilização feudal. 
→ Predominante em Igrejas e mosteiros afastados da vida mundana. 
 
 ARQUITETURA GÓTICA (secs. XIII) – Igreja consolidada 
→ Construções imponentes (verticalidade) e iluminadas. Uso de arcos ogivais e vitrais. 
→ Representa a força do clero secular, que atua em meio à sociedade. 
→ Catedrais construídas em grandes centros urbanos. Retomada do grande comércio 
nas cidades. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 41 
4. Exercícios 
1. (1999/Unesp) 
A partir do século XII, em algumas regiões europeias, nas cidades em crescimento, 
comerciantes, artesãos e bispos aliaram-se para a construção de catedrais com grandes 
pórticos, vitrais e rosáceas, produzindo uma "poética da luz", abóbadas e torres elevadas 
que dominavam os demais edifícios urbanos. O estilo da arte da época é denominado 
a) renascentista. 
b) bizantino. 
c) romântico. 
d) gótico. 
e) barroco. 
 
2. (2008/Unesp) 
Observe a foto da Catedral de Notre Dame de Paris, construída entre 1163 e 1250. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sobre o contexto histórico que levou ao surgimento das catedrais, pode-se afirmar: 
a) o papel dos monarcas foi decisivo, financiando a sua construção para glorificar o poder 
real. 
b) sua construção está associada ao reflorescimento e à prosperidade do mundo urbano. 
c) financiadas com os recursos do clero romano, ampliaram a influência do Papa no Oriente. 
d) surgiram como resposta do papado ao Cisma do Oriente, glorificando a Igreja Romana. 
(Adhemar Marques, Pelos caminhos 
da História: Ensino Médio.) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 42 
e) eram templos destinados à alta nobreza, que assim evitava o contato com o povo da 
cidade. 
 
3. (2019/Unesp) 
A Catedral de Notre-Dame, em Paris, parcialmente destruída por um incêndio em abril de 
2019, é um exemplo da arquitetura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) gótica, expressa na verticalidade e no emprego de arcos e vitrais. 
b) românica, expressa no desenho do teto e da abóbada principal. 
c) clássica, expressa na composição simétrica e na presença de colunas dóricas. 
d) art nouveau, expressa na utilização de elementos geométricos decorativos. 
e) eclética, expressa no pastiche entre 
elementos barrocos e neoclássicos. 
 
4. (2016/Unesp) 
Examine a iluminura extraída do manuscrito AlMaqamat, de Abu Muhammed al-Kasim al-
Hariri, 1237. 
 
(http://gallica.bnf.fr) 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 43 
A imagem pode ser associada à tradição dos conhecimentos desenvolvidos no mundo árabe-
islâmico durante a Idade Média e revela 
a) a inexistência de instrumental médico nas sociedades islâmicas, que impediam qualquer 
tipo de corte nos corpos. 
b) a preparação do cadáver feminino para a cremação, principal culto funerário 
desenvolvido nas sociedades islâmicas. 
 c) a condenação imposta pelas autoridades religiosas islâmicas às pessoas que cuidavam de 
doentes e mulheres grávidas. 
d) o desenvolvimento da medicina nas sociedades islâmicas, o que permitiu avanços, como 
a descrição da varíola e o emprego de anestesia em cirurgias. 
e) o repúdio, nas sociedades islâmicas, à representação do nu feminino, o que provocou 
sucessivas punições civis e religiosas a artistas. 
 
5. (2012/Unesp) 
A questão toma por base um poema de Luís Delfino (1834-1910) e a reprodução de um 
mosaico da Catedral de Monreale. 
Jesus Pantocrátor¹ 
Há na Itália, em Palermo, ou pouco ao pé, na igreja 
De Monreale, feita em mosaico, a divina 
Figura de Jesus Pantocrátor: domina 
Aquela face austera, aquele olhar troveja. 
 
Não: aquela cabeça é de um Deus, não se inclina. 
À árida pupila a doce, a benfazeja 
Lágrima falta, e o peito enorme não arqueja 
À dor. Fê-lo tremendo a ficção bizantina². 
Este criou o inferno, e o espetáculo hediondoQue há nos frescos³ de Santo Stefano Rotondo⁴; 
Este do mundo antigo espedaçado assoma... 
 
Este não redimiu; não foi à Cruz: olhai-o: 
Tem o anátema5 à boca, às duas mãos o raio, 
E em vez do espinho à fronte as três coroas de Roma. 
 (Luís Delfino. Rosas negras, 1938.) 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 44 
(1) Pantocrátor: que tudo rege, que governa tudo. 
(2) Bizantina: referente ao Império Romano do Oriente (330- 1453 d.C.) e às manifestações culturais desse império. 
(3) Fresco: o mesmo que afresco, pintura mural que resulta da aplicação de cores diluídas em água sobre um 
revestimento ainda fresco de argamassa, para facilitar a absorção da tinta. 
(4) Santo Stefano Rotondo: igreja erigida por volta de 460 d.C., em Roma, em homenagem a Santo Estêvão (Stefano, 
em italiano), mártir do cristianismo. 
(5) Anátema: reprovação enérgica, sentença de maldição que expulsa da Igreja, excomunhão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste soneto de Luís Delfino ocorre uma espécie de diálogo entre o texto poético e uma 
impressionante figura de Jesus Cristo Pantocrátor, com 7m de altura e largura de 13,30m, 
criada por mestres especializados na técnica bizantina do mosaico, na abside da catedral de 
Monreale, construída entre 1172 e 1189. A figura de Cristo Pantocrátor, feita em mosaicos 
policromos e dourados, pode ser vista ainda hoje na mesma cidade e igreja mencionadas na 
primeira estrofe. Colocando-se diante dessa representação de Cristo, o eu lírico do soneto 
a) sustenta que a figura humana ali representada provém de uma religião anticristã, com 
ligações estreitas com as divindades infernais que martirizavam cristãos. 
b) questiona a qualidade plástica e os fundamentos formais de origem bizantina da imagem 
como destituídos de maior valor estético. 
c) utiliza o caráter assustador do mosaico para negar a divindade de Jesus Cristo, servindo-
se do poema como um meio de argumentação. 
d) entende que a combinação da atitude e dos traços da figura do mosaico mais parecem as 
de um ídolo pagão oriental do que de um deus cristão venerado pela humanidade. 
e) sugere que a figura do mosaico não condiz com a imagem que a tradição cristã legou de 
um doce e divino homem com feições marcadas pelo martírio e sofrimento na cruz. 
 
 
(Catedral de Monreale, Itália.) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 45 
6. (2010/Unesp) 
Observe a figura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ícone, pintura sobre madeira, foi uma das manifestações características da Civilização 
Bizantina, que abrangeu amplas regiões do continente europeu e asiático. A arte bizantina 
resultou 
a) do fim da autocracia do Império Romano do Oriente. 
b) da interdição do culto de imagens pelo cristianismo primitivo. 
c) do “Cisma do Oriente”, que rompeu com a unidade do cristianismo. 
d) da fusão das concepções cristãs com a cultura decorativa oriental. 
e) do desenvolvimento comercial das cidades italianas. 
 
7. (2008/Unesp) 
O culto de imagens de pessoas divinas, mártires e santos foi motivo de seguidas 
controvérsias na história do cristianismo. Nos séculos VIII e IX, o Império bizantino foi 
sacudido por violento movimento de destruição de imagens, denominado "querela dos 
iconoclastas". A questão iconoclasta 
a) derivou da oposição de setores da Igreja ao uso de representações plásticas em templos 
religiosos. 
b) foi pouco importante para a história do cristianismo na Europa ocidental, considerando a 
crença dos fiéis nos poderes das estátuas. 
c) produziu um movimento de renovação do cristianismo empreendido pelas ordens 
mendicantes dominicanas e franciscanas. 
d) deixou as igrejas católicas renascentistas e barrocas desprovidas de decoração e de 
ostentação de riquezas. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 46 
e) inviabilizou a conversão para o cristianismo das multidões supersticiosas e incultas da 
Idade Média europeia. 
 
8. (1992/Unesp) 
A Civilização Bizantina floresceu na Idade Média, deixando em muitas regiões da Ásia e da 
Europa testemunhos de sua irradiação cultural. Assinale importante e preponderante 
contribuição artística bizantina que se difundiu expressando forte destinação religiosa: 
a) Adornos de bronze e cobre. 
b) Aquedutos e esgotos. 
c) Telhados de beirais recurvos. 
d) Mosaicos coloridos e cúpulas arredondadas. 
e) Vias calçadas com artefatos de couro. 
 
4.2 – Outras instituições 
9. (ENEM – 2014) 
Sou uma pobre e velha mulher, 
Muito ignorante, que nem sabe ler. 
Mostraram-me na igreja da minha terra 
Um Paraíso com harpas pintado 
E o Inferno onde fervem almas danadas, 
Um enche-me de júbilo, o outro me aterra. 
VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999. 
 
Os versos do poeta francês François ViIIon fazem referência às imagens presentes nos 
templos católicos medievais. 
Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de 
A) refinar o gosto dos cristãos. 
B) incorporar ideais heréticos. 
C) educar os fiéis através do olhar. 
D) divulgar a genialidade dos artistas católicos. 
E) valorizar esteticamente os templos religiosos. 
 
 
10. (2014/UEMG) 
I 
Serena mãe virgem 
Serena mãe virgem, 
Escute esta oração; 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 47 
Proteja-me da vergonha 
E de Satanás; 
Pelo amor de sua criança 
Salve-me da traição; 
Eu estava louco e selvagem; 
E agora estou em cativeiro. 
Você é bela e nobre 
E cheia de doçura; 
De você veio o belo, 
O soberano criador. 
Virgem, eu te suplico 
Por sua santa ajuda; 
Seja gentil e calma comigo 
Pelo seu amor. 
II 
Enquanto eu cavalgava 
Enquanto eu cavalgava recentemente 
Perto de floresta verde procurando prazer, 
Meu coração estava preocupado com uma mulher, 
Doçura de todas as coisas; 
Ouça, e eu posso lhe dizer 
Tudo sobre esta doce criatura. 
Esta mulher é doce e de sangue nobre, 
Brilhante e bela e gentil; 
Ela pode fazer bem a nós todos 
Por sua intercessão. 
Dela Jesus, 
Rei dos Céus, 
Tomou carne e sangue. 
Disponível em: poesiasdaidademedia.blogspot.com.br. Acesso em: 21 jun. 2013. 
Os poemas apresentados, de autores desconhecidos, foram escritos no início do século XIV. 
Nesses poemas, encontramos uma temática comum, que era uma das características 
marcantes da Idade Média. 
Com base nessas informações, a temática comum é 
a) a presença da concepção de honra e coragem que estava ligada à figura dos cavaleiros, 
personagens importantes nesse contexto histórico, os quais se tornaram referência moral 
para todas as sociedades, até a atualidade. 
b) a presença do amor livre, marcado pela libertinagem e pelas orgias, de uma sociedade 
com regras muito mais flexíveis que as da atualidade, o que se observava no comportamento 
do clero, sob forma de lassidão moral. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 48 
c) a apresentação do estilo de vida do campo, já que essa sociedade tinha como base as 
grandes propriedades rurais, das quais a população quase não saía, por causa do medo de 
ataques inimigos. 
d) a presença da forte religiosidade que marcou o período, em razão da grande influência 
cultural que a Igreja Católica exercia sobre uma sociedade que se sentia constantemente 
vigiada por Deus. 
 
11. (2011/UFRGS) 
A Idade Média também foi denominada o “tempo das catedrais”. Data deste período da 
História a construção da catedral de Burgos, na Espanha, reproduzida na figura a seguir. 
 
 
 
O estilo arquitetônico da catedral de Burgos é o: 
a) renascentista. 
b) românico. 
c) gótico. 
d) barroco. 
e) moderno. 
 
12. (Unb/2º-2012) 
Cavalhadas são festas populares que representam a defesa da civilização cristã ocidental 
contra as invasões dos muçulmanos, ocorridas, na Europa, entre os séculosVI e IX d.C. No 
Brasil, as cavalhadas são reproduzidas desde o período colonial e, na atualidade, 
manifestam-se principalmente nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, 
Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Pernambuco e no norte do Rio de Janeiro. A festa dura, 
em média, três dias e cada dia representa uma batalha. Ao final da festa, os cristãos, que 
https://exerciciosweb.com.br/literatura/simulado-com-questoes-sobre-o-estilo-barroco/
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 49 
trajam roupas azuis, vencem os mouros, de indumentária vermelha, o que simboliza a 
derrota dos invasores e, ao mesmo tempo, a conversão dos muçulmanos ao cristianismo. A 
gastronomia da festa é composta basicamente de doces brasileiros tradicionais, como a 
rapadura e a goiabada, dos típicos daquelas regiões mencionadas, e dos de origem 
portuguesa, como o fio de ovos, o quindim e o bom-bocado. 
Internet: <www.conexaoaluno.rj.gov.br>. 
 
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os importantes aspectos da 
cultura e da formação histórica do Brasil, 
julgue os itens a seguir. 
I. A festa é uma instituição social e, como tal, desenvolve o processo de socialização, ao 
mesmo tempo em que mantém e renova tradições. 
II. Contribuição do colonizador português, a cavalhada remete ao conturbado contexto 
histórico vivido pela Península Ibérica, de formação católica, em face da invasão árabe 
muçulmana, que perdurou por séculos. Uma outra expressão da cultura popular brasileira, 
a congada, atesta a força duradoura da influência das culturas africanas no Brasil, que se fez 
sentir desde o período colonial. 
 
13. (2017/UEM) 
Sobre a arte medieval na Europa Ocidental, é correto afirmar: 
01) A maioria das igrejas medievais era um conjunto artístico contendo pinturas e esculturas. 
02) Os povos germânicos que se instalaram na parte ocidental do Império Romano eram 
chamados de “bárbaros” porque não praticavam nenhum tipo de arte. 
04) Na Idade Média, a pintura afresco era praticada apenas nos mosteiros. 
08) Os pintores medievais desconheciam todo sistema de perspectiva, que é, como se sabe, 
uma criação renascentista. 
16) Por questões religiosas, nem todos os sacerdotes, durante a Idade Média, admitiam a 
representação figurativa. 
 
14. (2016/UEM) 
Sobre a Igreja e a cultura na Europa Ocidental, durante a Idade Média, período que se 
estendeu do século V ao século XV, assinale o que for correto. 
01) O poder da Igreja se estendia ao plano espiritual, relacionado à fé e à espiritualidade, e 
também ao plano temporal, pois a Igreja, pouco a pouco, transformou-se na maior 
proprietária de terras na Idade Média e construiu fortes vínculos com a estrutura feudal. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 50 
02) O celibato clerical, criado nos primeiros séculos do Cristianismo e rigorosamente 
aplicado a partir do século XI, contribuía para a manutenção do patrimônio eclesiástico 
feudal, ao evitar a divisão entre possíveis herdeiros dos membros do clero. 
04) Na Baixa Idade Média, o estilo da arquitetura medieval europeia era 
predominantemente românico. 
08) Durante o período da Alta Idade Média, privilegiou-se o emprego das línguas vulgares 
em documentos escritos, além de serem utilizadas pelos representantes da Igreja Católica e 
pelas pessoas letradas. 
16) No processo de renascimento urbano, comercial e intelectual, destacaram-se as 
universidades, que, a partir do século XII, se tornaram importantes centros de ensino. A 
comunidade de alunos e de professores era constituída por membros da Igreja, da nobreza 
e de grupos sociais emergentes das cidades. 
 
15. (2008/Unifesp) 
Houve, nos últimos séculos da Idade Média ocidental, um grande florescimento no campo 
da literatura e da arquitetura. Contudo, se no âmbito da primeira predominou a diversidade 
(literária), no da segunda predominou a unidade (arquitetônica). 
O estilo que marcou essa unidade arquitetônica corresponde ao 
a) renascentista. 
b) românico. 
c) clássico. 
d) barroco. 
e) gótico. 
 
16. (2017/Mackenzie) 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 51 
A partir do século XII ao XV, na Europa, algumas catedrais passaram a ser construídas 
adotando um novo estilo arquitetônico: o gótico. Ao contrário do estilo românico, tais 
igrejas primavam pela verticalidade, leveza, harmonia dos traços e luminosidade, através 
dos vitrais coloridos. O surgimento do estilo gótico está ligado ao 
a) movimento cruzadístico que, ao tentar retomar Jerusalém do domínio mulçumano, 
permitiu o contato com esse estilo mais decorativo, de características orientais. 
b) fortalecimento do sistema feudal e a necessidade de valorização dos feudos por meio de 
tais construções monumentais, reafirmando o poder do senhor das terras. 
c) advento do trabalho servil, em detrimento do trabalho escravo, o que deve ter estimulado 
a criatividade dos construtores da época, possibilitando utilizar novas técnicas de 
construção. 
d) aumento da riqueza e autonomia das cidades, que competiam entre si para edificar 
catedrais mais altas e decoradas, sinal de prosperidade do novo núcleo urbano. 
e) reavivamento da fé e a necessidade dos senhores feudais demostrarem sua devoção à 
Igreja Católica e ao movimento das Cruzadas, financiando novas igrejas a cada vitória 
alcançada no Oriente. 
 
17. (2009/UEM) 
“No medievo, os estilos românico e gótico e a arte bizantina se dirigiam a uma sociedade de 
analfabetos; era indispensável uma arte visual, dominada pelo tema da salvação” 
(ARRUDA, José J. de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História: História Geral e História do Brasil. São Paulo: Ática, 1996, p.133). 
Sobre a arquitetura medieval na Europa Ocidental, verifica-se que: 
a) A maior invenção dos mestres construtores do período denominado gótico foi o uso dos 
contrafortes. 
b) A Idade Média é comumente designada de “Idade das Trevas” porque não houve nenhum 
desenvolvimento original da arquitetura neste período. 
c) Os vitrais das catedrais góticas permitiam a criação, nas suas naves, de um interior mais 
claro e iluminado. 
d) A denominada “Arquitetura Românica” é um desenvolvimento medieval da arquitetura 
romana. 
 e) Uma possível origem do espaço externo das igrejas medievais de cruz latina é a basílica 
romana. 
 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 52 
18. (2005/UEM) 
 
Os estilos arquitetônicos românico e gótico destacaram-se na arte medieval. O estilo 
românico, por exemplo, presente em numerosas edificações do século XI, expandiu-se pela 
Europa católica e: 
a) era muito usado na construção de igrejas, destacando-se suas linhas curvas e sua forte 
ligação com mudanças urbanas que aconteciam no sul da Europa do século XI. 
b) estava relacionado com mudanças no estilo arquitetônico francês rural, que revelava o 
enfraquecimento das tendências próprias das construções do sistema feudal do século XI. 
c) era usado nas construções religiosas católicas, numa época em que ainda se destacava a 
simplicidade da vida rural medieval. 
d) simbolizou o crescimento do comércio medieval no sul da França, com destaque para seus 
arcos e suas janelas pequenas, de vitrais bem desenhados. 
e) marcou a arquitetura católica medieval, mas foi usado apenas na construção de mosteiros 
próximos aos castelos dos senhores feudais mais ricos. 
 
19. (1995/UFPE) 
Sobre a cultura na Idade Média, identifique as proposições verdadeiras e as falsas. 
( ) Dois grandes estilos dominavam a arquitetura: o românico e o gótico. 
( ) A Igreja Católica exerceu uma grande influência na música. O Papa Gregório Magno reuniu 
hinos destinados às cerimônias religiosas, conhecidos como "Canto Chão". 
( ) A poesia medieval enaltecia a justiça e o amor, virtudes e valores do cavaleiro medieval.( ) Dominada por temas religiosos, a pintura medieval abandonou paisagens naturais e 
reproduziu homens com caras de santos e santos como se fossem deuses. 
( ) A literatura medieval encontrou seu ponto alto no romantismo e no realismo. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 53 
20. (2003/USM) 
Os estilos arquitetônicos românico e gótico caracterizaram as construções na Baixa Idade 
Média. O estilo românico, que precede o gótico, caracterizou-se pela grandeza e solidez das 
construções de templos identificados como "fortalezas de Deus". O gótico propiciou a 
ornamentação das Igrejas com esculturas e vitrais e valorizou a altura e a verticalidade das 
construções, dando a impressão de "contato com os céus". 
Levando em conta que esses templos podem ser considerados testemunhos históricos, 
assinale verdadeira (V) ou falsa (F) nas afirmações a seguir. 
( ) O templo românico identifica uma sociedade rural na qual a Igreja foi o centro de poder, 
e o estilo gótico reflete o desenvolvimento urbano e do comércio. 
( ) Esses estilos arquitetônicos testemunham uma sociedade hierarquizada, fundamentada 
na doutrina cristã, onde o "templo" também representa o lugar e o poder que a instituição 
"Igreja" exerceu. 
( ) A expressão "fortalezas de Deus" justifica-se por serem grandiosas construções que 
serviram, em primeiro lugar, como espaço reservado aos exércitos nacionais dos estados 
absolutistas modernos. 
A sequência correta é: 
a) V - F – F 
b) V-V-F 
c) F-V-F 
d) F-F-V 
e) V-F-V 
 
21. (2002/UFSC - Adaptada) 
Os relatos sobre o período histórico conhecido como Idade Média revelam a ocorrência de 
conflitos bélicos, pestes e fome. Sabe-se, porém, que no mesmo período houve 
desenvolvimento econômico e cultural. 
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) nas suas referências à cultura medieval. 
01. O caráter religioso predominou nas artes medievais, pois um dos seus objetivos era a 
glorificação de Deus. 
02. Na literatura, além de Dante Alighieri, destacaram-se os trovadores, responsáveis pela 
divulgação da poesia popular e das canções de gesta. 
04. O crescimento urbano e o comércio foram responsáveis pela decadência intelectual 
verificada na Idade Média, por dificultarem a criação de novas universidades. 
16. Na arquitetura medieval predominaram dois estilos: o românico e o gótico. 
32. Durante a Idade Média, as línguas nacionais foram denominadas "vulgares". O latim foi 
a língua falada pelos eruditos. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 54 
22. (2017/UEM) 
Sobre a arte na Europa durante a Alta e a Baixa Idade Média, é correto afirmar que 
01) o Império Carolíngio foi marcado por obras monumentais, como os mosteiros e as igrejas 
góticas e renascentistas. 
02) os manuscritos ilustrados registraram, entre outros aspectos, a música sacra por meio 
das partituras medievais. 
04) os temas da pintura românica eram de natureza religiosa. Nos mosteiros e nas igrejas, 
era comum a representação, por exemplo, da criação do mundo e do ser humano. 
08) as esculturas foram utilizadas nas igrejas e eram comumente inseridas no portal de 
entrada. 
16) as abóbadas e os arcos das arquiteturas românica e gótica são idênticos. Entretanto, na 
pintura a preferência temática se diferencia, porque, no estilo gótico, a religião está pouco 
presente. 
 
23. (2013/Fuvest) 
 Leia o texto e examine a imagem. 
 
 
Abadia de Terranova (Itália), interior, iniciada em 1187 e consagrada em 1208. A arte gótica 
reúne e desenvolve os fermentos [...] e os organiza em sistema; é esse sistema tem um lugar 
seguro na mais vasta organização do saber. 
G. C. Argan. História da arte italiana. Da Antiguidade a Duccio. São Paulo: Cosac Naif, 2007, v. 1, p. 337, adaptado). 
a) Identifique, a partir da imagem, dois elementos característicos do chamado estilo gótico. 
b) Do ponto de vista cultural, apresente e explique uma característica do “sistema”, que, 
segundo o texto, “tem um lugar seguro na mais vasta organização do saber”. 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 55 
24. (2002/UFRN) 
A catedral de Chartres, reproduzida na figura a seguir, e representativa da arquitetura 
gótica, que predominou na Baixa Idade Média. 
 
Esse estilo arquitetônico está ligado às circunstâncias históricas e às concepções religiosas 
do final da Idade Média. Nesse sentido, o estilo gótico relaciona-se 
a) à prosperidade da economia urbana e as aspirações espirituais orientadas para Deus e os 
céus. 
b) à estabilidade da economia rural e ao culto doméstico, que era presidido pelo chefe da 
família. 
c) ao desenvolvimento das comunidades de monges e celebrações coletivas, com ênfase no 
modo de vida simples. 
d) ao progresso da agricultura feudal e à religiosidade individualista, que estimulava a 
prática da solidão. 
 
25. (2000/UFPI) 
Leia, com atenção, o texto abaixo: 
"(...) deu-se por todo o orbe da terra, especialmente na Itália e nas Gálias, um surto de 
construção de igrejas basilicais. (...) Era como se o mundo, tendo-se sacudido e lançado fora 
o antigo, se estivesse revestindo com a cândida veste das igrejas. Como tal os fiéis 
reformaram quase todas as igrejas das sedes episcopais, e o mesmo fizeram aos mosteiros 
dos vários santos, assim como aos lugares de oração de menos importância, nas vilas". 
(Fonte: Raoul Glaber in: J. P. Migne, "Patrologiae Cursus Completus", Series Latina, t. CXLII, Paris, 1880.) 
A partir do texto do cronista medieval Raoul Glaber (985-1050), podemos afirmar, 
corretamente: 
a) O nascimento da arquitetura românica acompanhou o despertar da economia ocidental 
europeia. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 56 
b) A construção de igrejas, no período, explica-se pelo fortalecimento da fé, 
independentemente das condições econômicas. 
c) O surto de construções ao qual o texto faz referência teve fim com as invasões de 
normandos, húngaros e árabes. 
d) A arquitetura românica em expansão após as invasões do séc. IX veio substituir a 
arquitetura de estilo gótico, especialmente na Itália e na Gália. 
e) O crescimento da economia europeia a partir do século XI só pode ser compreendido se 
levarmos em consideração o crescimento da população provocado pelas invasões dos 
séculos anteriores. 
 
26. (FCMCSP – 2020) 
Observe a reprodução do Retábulo dos Sete Sacramentos (1445) de Rogier van der Weyden. 
 
 
 
A pintura, pertencente ao Museu Real de Belas Artes de Antuérpia, na Bélgica, reproduz uma 
arquitetura tipicamente 
a) renascentista, considerando a utilização de colunas de mármore. 
b) clássica, considerando os arcos redondos de inspiração românica. 
c) maneirista, considerando a fusão de estilos construtivos diversos. 
d) barroca, considerando a oposição entre as figuras e o espaço. 
e) gótica, considerando as linhas ascensionais da construção. 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 57 
27. (UPE – 2018) 
O Saltério de Chludov, hoje na Rússia, é um dos mais importantes documentos provenientes 
do Império Bizantino. Essa iluminura, em especial, retrata um importante movimento 
sociopolítico ocorrido nesse Estado, denominado de 
 
 
Iluminura do Saltério de Chludov. Bizantino, séc. IX. Disponível em: 
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Clasm_Chludov.jpg. Acesso em: 10/07/2017. 
 
a) Cesaropapismo, a aliança entre o Imperador e o Patriarca. 
b) Iconoclasmo, o movimento pela destruição dos ícones religiosos. 
c) Bizantinismo, a discussão interminável sobre temas exotéricos. 
d) Cisma, a excomunhão mútua entre as igrejas Católica Romana e Ortodoxa Oriental. 
e) Iluminismo, a política em prol da ilustração dos manuscritos. 
 
28. (UPE – 2014) 
A civilização bizantina foi muito mais original e criativa que, em geral, lhe creditam.Suas 
igrejas abobadadas desafiam em originalidade e ousadia os templos clássicos e as catedrais 
góticas, enquanto os mosaicos competem, como supremas obras de arte, com a escultura 
clássica e a pintura renascentista. 
(ANGOLD, Michael. Bizâncio: A ponte da antiguidade para a Idade Média. Rio de Janeiro: Imago, 2002. p. 9. Adaptado.) 
 
Sobre o legado cultural bizantino, assinale a alternativa CORRETA. 
a) Herdando elementos da cultura grega, os bizantinos desenvolveram estudos sobre a 
aritmética e a álgebra. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 58 
b) Negando a tradição jurídica romana, o império bizantino pautou sua jurisdição no direito 
consuetudinário. 
c) A filosofia estoica influenciou o movimento iconoclasta, provocando o cisma cristão do 
Oriente no século XI. 
d) O catolicismo ortodoxo tornou-se a religião oficial do império após a denominada querela 
das investiduras. 
e) A catedral de Santa Sofia sintetiza a tradição artística bizantina com seus ícones e 
mosaicos. 
 
29. (UFPR – 2005) 
“No coração da obra, esta idéia: Deus é luz. Desta luz inicial, incriada e criadora, participa 
cada criatura. Cada criatura recebe e transmite a iluminação divina segundo a sua 
capacidade, isto é, segundo o lugar que ocupa na escala dos seres, segundo o nível em que 
o pensamento de Deus hierarquicamente o situou.” 
(DUBY, Georges. O tempo das catedrais. Lisboa: Estampa, 1979. p. 105.) 
 
A citação resume o princípio norteador do estilo gótico, que predominou na arquitetura e 
na escultura religiosas da Europa Ocidental no século XIII. Sobre esse estilo e seus ideais, 
assinale a alternativa correta. 
a) A luminosidade das catedrais góticas representa uma tentativa dos arquitetos da época 
de identificar os espaços sagrados com o entusiasmo predominante no século XIII, 
decorrente das boas condições de vida que se instauravam com a conjuntura de crescimento 
urbano, mercantil e agrícola que predominava naquele contexto. Com isso, a Igreja 
mantinha atualizados seu discurso e presença como convinha ao otimismo da época. 
b) A necessidade de luminosidade levou ao desenvolvimento de técnicas cada vez mais 
apuradas de sustentação de grandes candelabros nasaltas abóbadas, a fim de garantir, com 
velas de cera, a luz no interior da construção, visto que a luz natural é escassa na maior parte 
do ano nas regiões setentrionais da Europa. 
c) Na Idade Média, todos os pensadores que discordavam do pensamento oficial da Igreja 
tinham que buscar espaços alternativos para a manifestação de suas idéias. As catedrais 
góticas, construídas nas cidades, são um exemplo desse tipo de espaço. 
d) Como as catedrais eram construídas por mestres pedreiros, ferreiros, vitraleiros 
ecarpinteiros, entre outros, a arquitetura das altas igrejas e a aparência de poder e 
verticalidade das construções decorriam das aspirações desses membros das corporações 
de ofícios de conquistarem o poder dentro das cidades. 
e) Os vitrais representavam cenas ocorridas durante a construção das catedrais, que 
demoravam décadas até estarem concluídas, e apresentavam sobretudo cenas do trabalho 
dos mestres e trabalhadores manuais. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 59 
30. (Estratégia Vestibulares – 2021) 
Observe a imagem abaixo. 
 
 
 
Os elementos descritos na imagem constituem um estilo arquitetônico conhecido como: 
a) românico, vigente na Europa entre os séculos XI e XII e caracterizado pelas grossas 
paredes erguidas com pedra. 
b) gótico, vigente na Europa entre os séculos XII e XIII e caracterizado pela verticalidade de 
suas construções. 
c) renascentista, vigente na Europa entre os séculos XV e XVI e caracterizado pelas suas 
edificações geométricas. 
d) barroco, vigente na Europa entre os séculos XVI e XVIII e caracterizado pelo largo uso de 
ornamentos em seu interior. 
e) neoclássico, vigente na Europa entre os séculos XVIII e XIX e caracterizado pelo resgate 
de elementos da Antiguidade Clássica. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 60 
4.3 - Gabarito 
1. D 
2. B 
3. A 
4. D 
5. E 
6. D 
7. A 
8. D 
9. C 
10. A 
11. C 
12. Resposta nos 
comentários 
13. 25 
14. 19 
15. E 
16. D 
17. C 
18. C 
19. V-V-V-V-F 
20. B 
21. 52 
22. 14 
23. Resposta nos 
comentários 
24. A 
25. A 
26. B 
27. B 
28. E 
29. A 
30. B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 61 
4.4 - Exercícios comentados 
1. (1999/Unesp) 
A partir do século XII, em algumas regiões europeias, nas cidades em crescimento, 
comerciantes, artesãos e bispos aliaram-se para a construção de catedrais com grandes 
pórticos, vitrais e rosáceas, produzindo uma "poética da luz", abóbadas e torres elevadas 
que dominavam os demais edifícios urbanos. O estilo da arte da época é denominado 
a) renascentista. 
b) bizantino. 
c) romântico. 
d) gótico. 
e) barroco. 
Comentários 
- A alternativa A está incorreta. O estilo renascentista, que abominava o estilo arquitetônico descrito no 
enunciado, rompeu com a ideia de infinitude das catedrais ao buscarem a edificação de construções 
marcadas pela simetria. 
- A alternativa B está incorreta, pois a arte bizantina foi marcada pela construção de suntuosas basílicas, 
na qual se destaca o uso de arcos, cúpulas e a presença de mosaicos em seu interior. 
- A alternativa C está incorreta, uma vez que a arte romântica se desenvolveu durante o século XIX, 
predominando principalmente na pintura. 
- A alternativa D é a resposta. O estilo gótico se destacou pela construção de imponentes catedrais, cuja 
edificação lançou mão de arcos ogivais, abóbodas nervuradas, vitrais, rosáceas e outros elementos 
arquitetônicos. 
- A alternativa E está incorreta, afinal a arte barroca se desenvolveu durante o século XVII. Falaremos mais 
sobre suas características mais adiante. 
Gabarito: D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. (2008/Unesp) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 62 
Observe a foto da Catedral de Notre Dame de Paris, construída entre 1163 e 1250. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sobre o contexto histórico que levou ao surgimento das catedrais, pode-se afirmar: 
a) o papel dos monarcas foi decisivo, financiando a sua construção para glorificar o poder 
real. 
b) sua construção está associada ao reflorescimento e à prosperidade do mundo urbano. 
c) financiadas com os recursos do clero romano, ampliaram a influência do Papa no Oriente. 
d) surgiram como resposta do papado ao Cisma do Oriente, glorificando a Igreja Romana. 
e) eram templos destinados à alta nobreza, que assim evitava o contato com o povo da 
cidade. 
Comentários 
Essa é uma questão que demanda conhecimentos prévios sobre o estilo gótico na Idade Média. Nascido 
no norte da Franças, ele se destaca pela imponência de suas construções, o uso de arcos ogivais e de 
vitrais que conferem grande beleza aos ambientes internos. Diferentemente do estilo românico, 
predominante em mosteiros isolados no mundo rural, ele buscava tornar o conhecimento bíblico mais 
emocionante e palpável aos fiéis, evidenciando o triunfo da Igreja nos centros urbanos do mundo 
Ocidental. 
Feitas essas considerações, a alternativa B é a correta. Vejamos as demais opções de resposta: 
- A alternativa A está incorreta, afinal o estilo gótico das catedrais não serve para glorificar o poder real, 
mas sim o poder acumulado pela própria Igreja. 
- A alternativa C está incorreta, uma vez que a partir do chamado Cisma do Oriente, em 1054, o Papa 
perde sua influência no mundo cristão oriental. 
- A alternativa D está incorreta. O estilo gótico não é voltado para responder o rompimento do mundo 
cristão oriental, mas para externalizar o triunfoda Igreja, detentora do poder ideológico do mundo feudal. 
- A alternativa E está incorreta, pois templos como a catedral de Notre-Dame eram frequentados pela 
cristandade como um todo, e não somente a nobreza. 
(Adhemar Marques, Pelos caminhos 
da História: Ensino Médio.) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 63 
Gabarito: B 
3. (2019/Unesp) 
A Catedral de Notre-Dame, em Paris, parcialmente destruída por um incêndio em abril de 
2019, é um exemplo da arquitetura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) gótica, expressa na verticalidade e no emprego de arcos e vitrais. 
b) românica, expressa no desenho do teto e da abóbada principal. 
c) clássica, expressa na composição simétrica e na presença de colunas dóricas. 
d) art nouveau, expressa na utilização de elementos geométricos decorativos. 
e) eclética, expressa no pastiche entre 
elementos barrocos e neoclássicos. 
Comentários 
- A alternativa A é a correta. A arquitetura gótica é marcada pela utilização de arcos ogivais, que se 
alongam e se projetam para o alto, dando uma impressão de verticalidade aos observadores. 
- A alternativa B está incorreta, pois as abóbadas encontradas nas edificações em estilo românico são 
formadas a partir de arcos semicirculares, sem fornecer a mesma ideia de leveza e grandiosidade 
observada no estilo gótico. 
- A alternativa C está incorreta, afinal as colunas encontradas em Notre-Dame são da ordem coríntia, 
apresentando uma decoração exuberante em seus capiteis. Isso é algo inexistente nas austeras colunas 
da ordem dórica. 
- A alternativa D está incorreta, pois a art nouveau foi um estilo artístico que surgiu no final do século XIX, 
séculos após o estilo gótico ser predominante entre as catedrais europeias. 
- A alternativa E está incorreta. O estilo barroco se desenvolveu no século XVI, ao passo que o 
neoclassicismo é um termo utilizado para denominar algumas manifestações artísticas encontradas no 
Ocidente europeu a partir do século XVIII. Dessa maneira, não poderiam influenciar os elementos do estilo 
gótico na Idade Média. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 64 
Gabarito: A 
4. (2016/Unesp) 
Examine a iluminura extraída do manuscrito AlMaqamat, de Abu Muhammed al-Kasim al-
Hariri, 1237. 
 
(http://gallica.bnf.fr) 
A imagem pode ser associada à tradição dos conhecimentos desenvolvidos no mundo árabe-
islâmico durante a Idade Média e revela 
a) a inexistência de instrumental médico nas sociedades islâmicas, que impediam qualquer 
tipo de corte nos corpos. 
b) a preparação do cadáver feminino para a cremação, principal culto funerário 
desenvolvido nas sociedades islâmicas. 
 c) a condenação imposta pelas autoridades religiosas islâmicas às pessoas que cuidavam de 
doentes e mulheres grávidas. 
d) o desenvolvimento da medicina nas sociedades islâmicas, o que permitiu avanços, como 
a descrição da varíola e o emprego de anestesia em cirurgias. 
e) o repúdio, nas sociedades islâmicas, à representação do nu feminino, o que provocou 
sucessivas punições civis e religiosas a artistas. 
Comentários: 
- Na iluminura acima é possível observar a realização de um procedimento cirúrgico no corpo de uma 
mulher, o que mostra a contribuição da civilização islâmica para o desenvolvimento de utensílios e 
técnicas na medicina. Dito isso, a alternativa A está incorreta. 
- A imagem não representa uma cerimônia funerária, mas a operação de uma mulher enferma – ou 
possivelmente grávida. A cremação não era – e ainda não é – a prática mais comum nas cerimônias 
fúnebres muçulmanas. Dessa forma, a alternativa B está incorreta. 
- A alternativa C está incorreta, afinal a própria existência de imagens representando praticantes da 
medicina é um indício de que o ofício não era condenado pela religião islâmica. Ademais, a existência de 
uma áurea dourada ao redor dos indivíduos presentes na iluminura corrobora para esta interpretação. 
- A civilização islâmica se dedicou à tradução de obras gregas de medicina, mas com a prática o 
conhecimento na área avançou ainda mais. A alternativa D está correta, afinal o desenvolvimento da 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 65 
anestesia e a descrição da varíola foram alguns dos elementos legados à humanidade, podendo também 
ser mencionadas novas formas de conservação de medicamentos e a produção de xaropes. 
- Embora a representação de Maomé em imagens tenha sido objeto de controvérsia ao longo da história 
islâmica, o nu feminino, conforme se observa na imagem, não foi renegado pela arte da civilização 
islâmica. Assim sendo, a alternativa E está incorreta. 
Gabarito: D 
5. (2012/Unesp) 
A questão toma por base um poema de Luís Delfino (1834-1910) e a reprodução de um 
mosaico da Catedral de Monreale. 
Jesus Pantocrátor¹ 
Há na Itália, em Palermo, ou pouco ao pé, na igreja 
De Monreale, feita em mosaico, a divina 
Figura de Jesus Pantocrátor: domina 
Aquela face austera, aquele olhar troveja. 
 
Não: aquela cabeça é de um Deus, não se inclina. 
À árida pupila a doce, a benfazeja 
Lágrima falta, e o peito enorme não arqueja 
À dor. Fê-lo tremendo a ficção bizantina². 
Este criou o inferno, e o espetáculo hediondo 
Que há nos frescos³ de Santo Stefano Rotondo⁴; 
Este do mundo antigo espedaçado assoma... 
 
Este não redimiu; não foi à Cruz: olhai-o: 
Tem o anátema5 à boca, às duas mãos o raio, 
E em vez do espinho à fronte as três coroas de Roma. 
 (Luís Delfino. Rosas negras, 1938.) 
 
(1) Pantocrátor: que tudo rege, que governa tudo. 
(2) Bizantina: referente ao Império Romano do Oriente (330- 1453 d.C.) e às manifestações culturais desse império. 
(3) Fresco: o mesmo que afresco, pintura mural que resulta da aplicação de cores diluídas em água sobre um 
revestimento ainda fresco de argamassa, para facilitar a absorção da tinta. 
(4) Santo Stefano Rotondo: igreja erigida por volta de 460 d.C., em Roma, em homenagem a Santo Estêvão (Stefano, 
em italiano), mártir do cristianismo. 
(5) Anátema: reprovação enérgica, sentença de maldição que expulsa da Igreja, excomunhão. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste soneto de Luís Delfino ocorre uma espécie de diálogo entre o texto poético e uma 
impressionante figura de Jesus Cristo Pantocrátor, com 7m de altura e largura de 13,30m, 
criada por mestres especializados na técnica bizantina do mosaico, na abside da catedral de 
Monreale, construída entre 1172 e 1189. A figura de Cristo Pantocrátor, feita em mosaicos 
policromos e dourados, pode ser vista ainda hoje na mesma cidade e igreja mencionadas na 
primeira estrofe. Colocando-se diante dessa representação de Cristo, o eu lírico do soneto 
a) sustenta que a figura humana ali representada provém de uma religião anticristã, com 
ligações estreitas com as divindades infernais que martirizavam cristãos. 
b) questiona a qualidade plástica e os fundamentos formais de origem bizantina da imagem 
como destituídos de maior valor estético. 
c) utiliza o caráter assustador do mosaico para negar a divindade de Jesus Cristo, servindo-
se do poema como um meio de argumentação. 
d) entende que a combinação da atitude e dos traços da figura do mosaico mais parecem as 
de um ídolo pagão oriental do que de um deus cristão venerado pela humanidade. 
e) sugere que a figura do mosaico não condiz com a imagem que a tradição cristã legou de 
um doce e divino homem com feições marcadas pelo martírio e sofrimento na cruz. 
Comentários 
Essa provavelmente é uma das questões mais difíceis que já caiu nas provas da Unesp! Para 
resolvê-la, é preciso interpretar o texto, mas seus conhecimentos históricos sobre a civilização bizantina 
podem ser úteis. O Cristo Pantocrátor, figura descrita pelo eu lírico no poema, é representado pormeio 
da técnica de mosaico, ou seja, a partir da colagem de pedras coloridas que juntas formam uma imagem. 
No Império Bizantino, essas representações ornamentavam as basílicas religiosas, a fim de sugerir entre 
os observadores a possibilidade de aproximação com o divino naquele espaço. 
Conforme descreve o poeta de Luís Delfino, o Cristo representado na basílica não apresenta as 
mesmas características do Cristo legado pela Igreja ocidental e que alcança o século XX, momento em que 
o poema foi escrito. Isso porque para o bizantino da Idade Média, o Reino dos Céus era uma réplica 
(Catedral de Monreale, Itália.) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 67 
expandida da Corte imperial de Constantinopla, daí representá-lo como um pantocrátor, ou seja, alguém 
que governa tudo. Assim sendo, podemos dizer que representações como essa serviam para aproximar 
a figura dos basileus ao sagrado, conferindo respaldo religioso ao poder político. Não por acaso, conforme 
relata o próprio eu lírico, o Cristo usa três coroas, tal como o imperador da teocracia bizantina. 
Feitas essas considerações, vejamos às alternativas: 
- A alternativa A está incorreta, pois apesar de sugerir que o a figura divina representada no mosaico teria 
sido o criador do inferno, isso não conferiria a ele um caráter anticristão, afinal trata-se do próprio Cristo. 
Além disso, não há qualquer indício de martírio de cristãos no poema ou no mosaico. 
 - Ao mencionar que a figura de Jesus Pantocrátor foi formada por meio da técnica bizantina aplicada aos 
mosaicos, o poeta Luís Delfino não questiona a estética da imagem ou os padrões artísticos adotados por 
essa civilização. Assim sendo, a alternativa B está incorreta. 
- Apesar de caracterizar o mosaico como austero, em nenhum momento o poema nega a divindade 
existente na imagem de Cristo, mas apenas o considera distinto da representação tradicional do 
cristianismo ocidental. Dito isso, a alternativa C está incorreta; 
- A alternativa D está incorreta, afinal os traços existentes na representação de Cristo são próprios da 
civilização bizantina, que como ressalta o próprio texto, eram resquícios da Antiguidade Ocidental. 
- A alternativa E é a resposta. Segundo Luís Delfino, diferentemente da representação tradicional do Cristo 
humilde e martirizado legada pela Igreja Católica Apostólica Romana, o Cristo do mosaico bizantino se 
coloca como austero e pantocrátor. 
Gabarito: E 
6. (2010/Unesp) 
Observe a figura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 68 
O ícone, pintura sobre madeira, foi uma das manifestações características da Civilização 
Bizantina, que abrangeu amplas regiões do continente europeu e asiático. A arte bizantina 
resultou 
a) do fim da autocracia do Império Romano do Oriente. 
b) da interdição do culto de imagens pelo cristianismo primitivo. 
c) do “Cisma do Oriente”, que rompeu com a unidade do cristianismo. 
d) da fusão das concepções cristãs com a cultura decorativa oriental. 
e) do desenvolvimento comercial das cidades italianas. 
Comentários: 
- A autocracia, ou seja, a forma de governo na qual o poder permanece concentrado nas mãos de um 
único indivíduo, foi a marca de todos os governantes do Império Bizantino, que acumulavam 
simultaneamente poderes políticos e religiosos (cesaropapismo). Era recorrente o uso da arte por basileus 
para a afirmação de sua imagem perante os seus súditos, de maneira que a alternativa A se encontra 
incorreta. 
- O culto de imagens é algo observado na cristandade desde as comunidades ditas primitivas, o que torna 
a alternativa B incorreta. Vale lembrar, no entanto, que esta prática foi duramente combatida pelo 
movimento iconoclasta entre os séculos VIII e IX, sendo a razão do desaparecimento de várias obras 
artísticas bizantinas neste período. 
- A pintura de ícones bizantinos é fortemente influenciada pela noção da arte egípcia de representar todos 
os objetos da maneira mais clara possível, afinal era preciso que os elementos contidos nas obras, como 
santos, imperadores, Cristo e a Virgem Maria, fossem facilmente reconhecidos pelos fiéis. Dito isso, a arte 
bizantina incorpora técnicas da cultura oriental para a reprodução de elementos do cristianismo, de 
maneira que a alternativa D se encontra correta. 
- Mesmo antes do Cisma do Oriente, ocorrido em 1054, a arte bizantina foi adotada nas basílicas da Igreja 
bizantina para representar figuras como Jesus Cristo, a Virgem Maria e os santos. Um bom exemplo disso 
é a basílica de Santa Sofia, construída no século VI, durante o reinado de Justiniano. Assim sendo, a 
alternativa C está incorreta. 
- A arte bizantina foi formulada a partir da junção de influências da pintura grega e da arte egípcia, não se 
relacionando diretamente com os percursos do comércio na península itálica. Devido a isso, a alternativa 
E está incorreta. 
Gabarito: D 
7. (2008/Unesp) 
O culto de imagens de pessoas divinas, mártires e santos foi motivo de seguidas 
controvérsias na história do cristianismo. Nos séculos VIII e IX, o Império bizantino foi 
sacudido por violento movimento de destruição de imagens, denominado "querela dos 
iconoclastas". A questão iconoclasta 
a) derivou da oposição de setores da Igreja ao uso de representações plásticas em templos 
religiosos. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 69 
b) foi pouco importante para a história do cristianismo na Europa ocidental, considerando a 
crença dos fiéis nos poderes das estátuas. 
c) produziu um movimento de renovação do cristianismo empreendido pelas ordens 
mendicantes dominicanas e franciscanas. 
d) deixou as igrejas católicas renascentistas e barrocas desprovidas de decoração e de 
ostentação de riquezas. 
e) inviabilizou a conversão para o cristianismo das multidões supersticiosas e incultas da 
Idade Média europeia. 
Comentários: 
- A iconoclastia acreditava que a natureza de Jesus não era humana, o que consequentemente não tornava 
viável a sua reprodução plástica em templos cristãos. Assim sendo, a alternativa A é a correta. 
- A importância do movimento iconoclasta se verifica pelo fato dele ter sido oficializado por diversos 
imperadores bizantinos ao longo dos séculos, além de ser um dos motores da cisão entre as igrejas 
oriental e ocidental, conhecida como O Grande Cisma do Oriente. Assim sendo, a alternativa B está 
incorreta. 
- O movimento iconoclasta se desenvolveu no interior do Império Bizantino, enquanto as mencionadas 
ordens religiosas foram organizadas pela Igreja Católica Apostólica Romana. Assim sendo, a alternativa C 
está incorreta. 
- O movimento iconoclasta foi fortemente atuante no Império Bizantino entre os séculos VII e IX, portanto 
muito antes dos movimentos renascentista e barroco, que surgem na Era Moderna. Com isso, podemos 
considerar a alternativa D incorreta. 
- A questão iconoclasta foi um debate que ocorreu em especial no interior do Império Bizantino, sendo o 
movimento de mesmo nome condenado pela Igreja de Roma como heresia. Essa questão, por sua vez, 
manteve o uso de imagens nos templos religiosos, e, por isso, a alternativa E está incorreta. 
Gabarito: A. 
8. (1992/Unesp) 
A Civilização Bizantina floresceu na Idade Média, deixando em muitas regiões da Ásia e da 
Europa testemunhos de sua irradiação cultural. Assinale importante e preponderante 
contribuição artística bizantina que se difundiu expressando forte destinação religiosa: 
a) Adornos de bronze e cobre. 
b) Aquedutos e esgotos. 
c) Telhados de beirais recurvos. 
d) Mosaicos coloridos e cúpulas arredondadas. 
e) Vias calçadas com artefatos de couro. 
Comentários: 
- Adornos em bronze foram largamente produzidos nos primórdios da civilização egípcia e durante a 
existência da civilização minoica (ou cretense), mas passaram a ser menos utilizados após o adventoda 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 70 
metalurgia. Este processo ocorre antes da consolidação do Império Bizantino, e por isso a alternativa A 
está incorreta. 
- Durante a Antiguidade os romanos construíram diversos aquedutos para a realização do transporte de 
água para regiões longínquas, abastecendo residências, banhos públicos e chafarizes, além de irrigarem 
jardins e campos agrícolas. A capital do Império oriental também é lembrada pela implantação de um dos 
mais antigos sistemas de esgoto do mundo. Por seu turno, o Império Bizantino também contava com 
redes de esgoto e de aquedutos para o abastecimento de suas cisternas, mas sem as dimensões 
memoráveis como as apresentadas pelos romanos. Assim sendo, a alternativa B se encontra incorreta. 
- O uso de telhados de beirais recurvos, ou seja, cujas telhas formam uma aba ligeiramente arqueada, era 
algo recorrente em templos xintoístas do Japão medieval. Devido a isso, a alternativa C está incorreta. 
- A formação de mosaicos a partir de pequenas pedras coloridas era uma técnica amplamente empregada 
pela arte bizantina para a ornamentação de basílicas e palácios, conferindo pompa e suntuosidade às 
instituições imperial e religiosa. Outro elemento característico do estilo bizantino se manifestou na 
arquitetura, área na qual se observou a construção de grandes abóbodas semiesféricas no topo de 
templos religiosos, denominadas cúpulas. Dito isso, a alternativa D está correta. 
- A produção de artefatos de couro foi predominante entre os povos germânicos do Ocidente medieval, 
obtidos a partir da criação de gado. Assim sendo, a alternativa E está incorreta. 
Gabarito: D 
9. (ENEM – 2014) 
Sou uma pobre e velha mulher, 
Muito ignorante, que nem sabe ler. 
Mostraram-me na igreja da minha terra 
Um Paraíso com harpas pintado 
E o Inferno onde fervem almas danadas, 
Um enche-me de júbilo, o outro me aterra. 
VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999. 
 
Os versos do poeta francês François ViIIon fazem referência às imagens presentes nos 
templos católicos medievais. 
Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de 
A) refinar o gosto dos cristãos. 
B) incorporar ideais heréticos. 
C) educar os fiéis através do olhar. 
D) divulgar a genialidade dos artistas católicos. 
E) valorizar esteticamente os templos religiosos. 
Comentários: 
A escultura do período medieval decorava de maneira ostensiva os edifícios, tendo como característica a 
ocupação de todos os espaços, não deixando nada sem uso. Eram principalmente entalhadas no material 
da construção. Tinham principalmente com uma função didática: instruíam os peregrinos e fiéis acerca do 
local em que se encontravam. 
Feitas essas considerações, a alternativa C é a resposta. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 71 
A alternativa A está incorreta, afinal trata-se de uma arte voltada a transmitir os valores cristãos à 
população não-letrada. 
A alternativa B está incorreta, pois a arte cristã ocidental reproduz crenças e valores cristãos. 
A alternativa D está incorreta, pois as produções artísticas do Ocidente Medieval não costumavam portar 
a assinatura de seus autores, algo que remete às criações do Renascimento. 
A alternativa E está incorreta, afinal as esculturas presentes nas Igrejas não possuíam mera função 
estética, uma vez que buscavam transmitir valores e despertar sentimentos nos fiéis. 
Gabarito: C 
10. (2014/UEMG) 
I 
Serena mãe virgem 
Serena mãe virgem, 
Escute esta oração; 
Proteja-me da vergonha 
E de Satanás; 
Pelo amor de sua criança 
Salve-me da traição; 
Eu estava louco e selvagem; 
E agora estou em cativeiro. 
Você é bela e nobre 
E cheia de doçura; 
De você veio o belo, 
O soberano criador. 
Virgem, eu te suplico 
Por sua santa ajuda; 
Seja gentil e calma comigo 
Pelo seu amor. 
II 
Enquanto eu cavalgava 
Enquanto eu cavalgava recentemente 
Perto de floresta verde procurando prazer, 
Meu coração estava preocupado com uma mulher, 
Doçura de todas as coisas; 
Ouça, e eu posso lhe dizer 
Tudo sobre esta doce criatura. 
Esta mulher é doce e de sangue nobre, 
Brilhante e bela e gentil; 
Ela pode fazer bem a nós todos 
Por sua intercessão. 
Dela Jesus, 
Rei dos Céus, 
Tomou carne e sangue. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 72 
Disponível em: poesiasdaidademedia.blogspot.com.br. Acesso em: 21 jun. 2013. 
Os poemas apresentados, de autores desconhecidos, foram escritos no início do século XIV. 
Nesses poemas, encontramos uma temática comum, que era uma das características 
marcantes da Idade Média. 
Com base nessas informações, a temática comum é 
a) a presença da concepção de honra e coragem que estava ligada à figura dos cavaleiros, 
personagens importantes nesse contexto histórico, os quais se tornaram referência moral 
para todas as sociedades, até a atualidade. 
b) a presença do amor livre, marcado pela libertinagem e pelas orgias, de uma sociedade 
com regras muito mais flexíveis que as da atualidade, o que se observava no comportamento 
do clero, sob forma de lassidão moral. 
c) a apresentação do estilo de vida do campo, já que essa sociedade tinha como base as 
grandes propriedades rurais, das quais a população quase não saía, por causa do medo de 
ataques inimigos. 
d) a presença da forte religiosidade que marcou o período, em razão da grande influência 
cultural que a Igreja Católica exercia sobre uma sociedade que se sentia constantemente 
vigiada por Deus. 
Comentários 
- A alternativa A é a resposta. Embora os poemas se pautem na ideia do amor cavalheiresco, não são 
exaltados os valores de honra e coragem, mas sim a ideia se submissão à dama idealizada. 
- A alternativa B está incorreta, afinal o poema se pauta pela ideia de amor cortês, forma de sensibilidade 
que prescreveu normas de conduta à nobreza feudal entre os séculos XI e XIV. Ele se busca diferenciar do 
amor vulgar ao impor regras do cortejo das damas, colocadas como inatingíveis pelos cavaleiros. 
- A alternativa C está incorreta, pois os poemas não enfatizam o caráter ruralizado da sociedade feudal. 
Tratam-se de versos declamados em consonância com a ideia de amor cortês, que prescrevia um código 
de conduta aos cavaleiros medievais. 
- A alternativa D é a resposta. Apesar dos versos revelarem amor por uma dama inatingível, o eu lírico dos 
dois poemas se dirigem à Virgem Maria e a Jesus, revelando a onisciência do Reino dos Céus na vida 
cotidiana dos cristãos da Idade Média no Ocidente. 
Gabarito: A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 73 
 
 
11. (2011/UFRGS) 
A Idade Média também foi denominada o “tempo das catedrais”. Data deste período da 
História a construção da catedral de Burgos, na Espanha, reproduzida na figura a seguir. 
 
O estilo arquitetônico da catedral de Burgos é o: 
a) renascentista. 
b) românico. 
c) gótico. 
d) barroco. 
e) moderno. 
Comentários 
- A alternativa A está incorreta, afinal a arquitetura renascentista preza pela simetria e 
regularidade das partes, inspirada nas técnicas e concepções da Antiguidade Clássica. Um 
exemplo de edifício do estilo é a basílica Santa Maria del Fiore, que veremos em nossa próxima 
aula. 
- A alternativa B está incorreta. O estilo românico foi predominante em castelos, mosteiros e 
igrejas erguidas durante a Europa dos séculos XI e XII. Ele se caracteriza por suas edificações de 
aparência robusta, dotadas de paredes grossas e de poucas janelas. 
- A alternativa C é a resposta. A partir do século XII, o estilo gótico foi preponderante em catedrais 
imponentes, nas quais se observa o uso de arcos ogivais e de vitrais que davam mais leveza e 
luminosidade aos ambientes. 
- A alternativa D está incorreta, afinal o estilo barroco surge na Itáliado século XVII, após o término 
da Idade Média. Ele se caracteriza pelo rompimento entre sentimento e razão existente no estilo 
renascentista, predominando as emoções e a razões para transmitir poder e riqueza da Igreja e 
de governantes absolutistas. 
Gabarito: C 
https://exerciciosweb.com.br/literatura/simulado-com-questoes-sobre-o-estilo-barroco/
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 74 
12. (Unb/2º-2012) 
Cavalhadas são festas populares que representam a defesa da civilização cristã ocidental 
contra as invasões dos muçulmanos, ocorridas, na Europa, entre os séculos VI e IX d.C. No 
Brasil, as cavalhadas são reproduzidas desde o período colonial e, na atualidade, 
manifestam-se principalmente nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, 
Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Pernambuco e no norte do Rio de Janeiro. A festa dura, 
em média, três dias e cada dia representa uma batalha. Ao final da festa, os cristãos, que 
trajam roupas azuis, vencem os mouros, de indumentária vermelha, o que simboliza a 
derrota dos invasores e, ao mesmo tempo, a conversão dos muçulmanos ao cristianismo. A 
gastronomia da festa é composta basicamente de doces brasileiros tradicionais, como a 
rapadura e a goiabada, dos típicos daquelas regiões mencionadas, e dos de origem 
portuguesa, como o fio de ovos, o quindim e o bom-bocado. 
Internet: <www.conexaoaluno.rj.gov.br>. 
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os importantes aspectos da 
cultura e da formação histórica do Brasil, 
julgue os itens a seguir. 
I. A festa é uma instituição social e, como tal, desenvolve o processo de socialização, ao 
mesmo tempo em que mantém e renova tradições. 
II. Contribuição do colonizador português, a cavalhada remete ao conturbado contexto 
histórico vivido pela Península Ibérica, de formação católica, em face da invasão árabe 
muçulmana, que perdurou por séculos. Uma outra expressão da cultura popular brasileira, 
a congada, atesta a força duradoura da influência das culturas africanas no Brasil, que se fez 
sentir desde o período colonial. 
Comentários 
- A primeira afirmativa está correta. As festas são ritos que promovem a socialização de agrupamentos 
humanos, com elementos sujeitos à conservação e à transformação ao longo do tempo. É o caso das 
cavalhadas, festejos que preservam elementos da cultura ibérica, mas que receberam influências 
brasileiras. 
- A segunda alternativa está correta. Conforme descreve o texto, as cavalhadas são encenações das 
batalhas entre mouros e cristãos que marcaram o processo de Reconquista, ao passo que as congadas 
também possuem origem ibérica, mas recebeu influências das culturas africanas no Brasil. 
 
13. (2017/UEM) 
Sobre a arte medieval na Europa Ocidental, é correto afirmar: 
01) A maioria das igrejas medievais era um conjunto artístico contendo pinturas e esculturas. 
02) Os povos germânicos que se instalaram na parte ocidental do Império Romano eram 
chamados de “bárbaros” porque não praticavam nenhum tipo de arte. 
04) Na Idade Média, a pintura afresco era praticada apenas nos mosteiros. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 75 
08) Os pintores medievais desconheciam todo sistema de perspectiva, que é, como se sabe, 
uma criação renascentista. 
16) Por questões religiosas, nem todos os sacerdotes, durante a Idade Média, admitiam a 
representação figurativa. 
Comentários 
- A primeira afirmativa está correta. As igrejas medievais, especialmente as de estilo gótico, eram 
adornadas por pinturas de natureza religiosa em seu interior, e esculturas em pedra presentes nos 
tímpanos dos portais, no interior das catedrais e até nos escoadouros de chuva. 
- A segunda afirmativa está incorreta, afinal a ideia dos povos germânicos como “bárbaros” se deve ao 
fato de serem considerados culturalmente inferiores pelos romanos, o que se mostra insustentável 
quando levada em conta a produção artística românica e gótica. 
- A terceira afirmativa está incorreta, afinal os afrescos também estavam presentes em catedrais e 
edifícios laicos. 
- A quarta afirmativa está correta. Embora pintores como Giotto tenham se destacado pela sua 
preocupação com o realismo na representação de figuras humanas, a ilusão de profundida dos espaços 
só foi devidamente alcançada pelos artistas do Renascimento. 
- A quinta afirmativa está correta. Enquanto alguns sacerdotes cristãos observavam fins pedagógicos nas 
representações imagéticas, outros repudiavam seu uso por acreditarem que induzia à adoração de 
objetos ao invés de Deus. Entre os séculos VIII e IX, um movimento denominado iconoclasta, que 
apresentava essa visão, atuou destruindo imagens em templos religiosos na civilização bizantina, o que 
fez com que diversas obras se perdessem ao longo dos séculos. 
Gabarito: 01 + 08 + 16 = 25 
14. (2016/UEM) 
Sobre a Igreja e a cultura na Europa Ocidental, durante a Idade Média, período que se 
estendeu do século V ao século XV, assinale o que for correto. 
01) O poder da Igreja se estendia ao plano espiritual, relacionado à fé e à espiritualidade, e 
também ao plano temporal, pois a Igreja, pouco a pouco, transformou-se na maior 
proprietária de terras na Idade Média e construiu fortes vínculos com a estrutura feudal. 
02) O celibato clerical, criado nos primeiros séculos do Cristianismo e rigorosamente 
aplicado a partir do século XI, contribuía para a manutenção do patrimônio eclesiástico 
feudal, ao evitar a divisão entre possíveis herdeiros dos membros do clero. 
04) Na Baixa Idade Média, o estilo da arquitetura medieval europeia era 
predominantemente românico. 
08) Durante o período da Alta Idade Média, privilegiou-se o emprego das línguas vulgares 
em documentos escritos, além de serem utilizadas pelos representantes da Igreja Católica e 
pelas pessoas letradas. 
16) No processo de renascimento urbano, comercial e intelectual, destacaram-se as 
universidades, que, a partir do século XII, se tornaram importantes centros de ensino. A 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 76 
comunidade de alunos e de professores era constituída por membros da Igreja, da nobreza 
e de grupos sociais emergentes das cidades. 
Comentários 
- A afirmativa 01 está correta, afinal a Igreja se consolidou como a maior instituição do Ocidente Medieval, 
exercendo forte domínio sobre o imaginário do homem europeu no período. 
- A afirmativa 02 está correta. A partir das chamadas reformas gregorianas, o celibato ganhou força na 
Igreja, tendo em vista, dentre outros aspectos, a manutenção do patrimônio da instituição. 
- A afirmativa 04 está incorreta, afinal o estilo gótico foi preponderante durante a chamada Baixa Idade 
Média. 
- A afirmativa 08 está incorreta, uma vez que o latim foi institucionalizado como idioma oficial da Igreja, 
o que contribui para a manutenção do monopólio do conhecimento entre as autoridades religiosas. 
- A afirmativa 16 está correta, uma vez que durante a Baixa Idade Média surgiram no Ocidente as 
universidades, centros de estudo constituídos por membros do clero, da nobreza e de indivíduos de 
grupos sociais em ascensão nos centros urbanos. Entre as mais antigas podemos citar as de Salerno e 
Bolonha, na região da península itálica, e a universidade de Paris, na França. Inicialmente, os principais 
cursos eram Teologia, Direito e Medicina, dos quais faz surgir uma nova categoria social na sociedade, a 
dos intelectuais. 
Gabarito: 01 + 02 + 16 = 19. 
15. (2008/Unifesp) 
Houve, nos últimos séculos da Idade Média ocidental, um grande florescimento no campo 
da literatura e da arquitetura. Contudo, se no âmbito da primeira predominou a diversidade 
(literária), no da segunda predominou a unidade (arquitetônica). 
O estilo que marcou essa unidade arquitetônica corresponde ao 
a) renascentista. 
b) românico. 
c) clássico. 
d) barroco. 
e) gótico.Comentários 
- As alternativas A e D estão incorretas, afinal os estilos renascentista e barroco se desenvolveram durante 
a Idade Moderna. 
- A alternativa B está incorreta, uma vez que o estilo românico predominou nos séculos XI e XII, ou seja, 
na primeira metade da chamada Baixa Idade Média. 
- Alternativa B está incorreta, uma vez que o estilo clássico se desenvolveu durante a Antiguidade, nas 
civilizações grega e romana. 
- A alternativa E é a resposta. O estilo gótico se desenvolveu a partir do século XIII, sendo marcado por 
suas construções imponentes, pelo uso de arcos ogivais e por vitrais que conferiam uma iluminação ímpar 
aos espaços internos. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 77 
Gabarito: E 
16. (2017/Mackenzie) 
 
A partir do século XII ao XV, na Europa, algumas catedrais passaram a ser construídas 
adotando um novo estilo arquitetônico: o gótico. Ao contrário do estilo românico, tais 
igrejas primavam pela verticalidade, leveza, harmonia dos traços e luminosidade, através 
dos vitrais coloridos. O surgimento do estilo gótico está ligado ao 
a) movimento cruzadístico que, ao tentar retomar Jerusalém do domínio mulçumano, 
permitiu o contato com esse estilo mais decorativo, de características orientais. 
b) fortalecimento do sistema feudal e a necessidade de valorização dos feudos por meio de 
tais construções monumentais, reafirmando o poder do senhor das terras. 
c) advento do trabalho servil, em detrimento do trabalho escravo, o que deve ter estimulado 
a criatividade dos construtores da época, possibilitando utilizar novas técnicas de 
construção. 
d) aumento da riqueza e autonomia das cidades, que competiam entre si para edificar 
catedrais mais altas e decoradas, sinal de prosperidade do novo núcleo urbano. 
e) reavivamento da fé e a necessidade dos senhores feudais demostrarem sua devoção à 
Igreja Católica e ao movimento das Cruzadas, financiando novas igrejas a cada vitória 
alcançada no Oriente. 
Comentários 
- A alternativa A está incorreta, afinal a arte gótica não possui estilo oriental, ainda que faça uso dos arcos 
como a arte islâmica. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 78 
- A alternativa B está incorreta, afinal a arte gótica representou mais a força da Igreja na sociedade feudal 
que o domínio dos senhores feudais, comprometido pelo crescimento de centros urbanos autônomos. 
- A alternativa C está incorreta, afinal o trabalho servil antecede em muitos séculos o surgimento do estilo 
gótico. Vale destacar que este prevalece nos centros urbanos, ao passo que os servos são trabalhadores 
predominantes nas paisagens rurais. 
- A alternativa D é a resposta. A Baixa Idade Média no Ocidente foi o tempo das catedrais, imponentes 
construções religiosas predominantes nos centros urbanos, atestando a retomada do grande comércio. A 
verticalidade como um traço essencial do estilo gótico se relaciona à uma ligação visual com os céus, além 
de simbolizar o triunfo da Igreja como a principal instituição da civilização feudal. 
- A alternativa E está incorreta, afinal o desenvolvimento do estilo gótico não possui ligação direta com as 
expedições cruzadísticas. 
Gabarito: D 
17. (2009/UEM) 
“No medievo, os estilos românico e gótico e a arte bizantina se dirigiam a uma sociedade de 
analfabetos; era indispensável uma arte visual, dominada pelo tema da salvação” 
(ARRUDA, José J. de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História: História Geral e História do Brasil. São Paulo: Ática, 1996, p.133). 
Sobre a arquitetura medieval na Europa Ocidental, verifica-se que: 
a) A maior invenção dos mestres construtores do período denominado gótico foi o uso dos 
contrafortes. 
b) A Idade Média é comumente designada de “Idade das Trevas” porque não houve nenhum 
desenvolvimento original da arquitetura neste período. 
c) Os vitrais das catedrais góticas permitiam a criação, nas suas naves, de um interior mais 
claro e iluminado. 
d) A denominada “Arquitetura Românica” é um desenvolvimento medieval da arquitetura 
romana. 
 e) Uma possível origem do espaço externo das igrejas medievais de cruz latina é a basílica 
romana. 
Comentários 
- A alternativa A está incorreta, afinal a arte gótica se destaca principalmente pelo uso de vitrais, pelos 
seus arcos ogivais e abóbodas nervuradas. 
- A alternativa B está incorreta. Trata-se de uma leitura preconceituosa feita por artistas do Renascimento, 
conforme vimos em nossa introdução. 
- A alternativa C é a resposta. Os vitrais do estilo gótico eram formados por uma série de placas menores, 
unidas por grades de metal. O importante era apenas não ter tantas ligas a ponto de perder iluminação. 
A atmosfera formada era de enlevo, etérea. 
- A alternativa D está incorreta, afinal é um estilo artístico legado pelos normandos. 
- A alternativa E está incorreta, afinal a basílica romana antecede historicamente os estilos gótico e 
romano. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 79 
Gabarito: C 
18. (2005/UEM) 
 
Os estilos arquitetônicos românico e gótico destacaram-se na arte medieval. O estilo 
românico, por exemplo, presente em numerosas edificações do século XI, expandiu-se pela 
Europa católica e: 
a) era muito usado na construção de igrejas, destacando-se suas linhas curvas e sua forte 
ligação com mudanças urbanas que aconteciam no sul da Europa do século XI. 
b) estava relacionado com mudanças no estilo arquitetônico francês rural, que revelava o 
enfraquecimento das tendências próprias das construções do sistema feudal do século XI. 
c) era usado nas construções religiosas católicas, numa época em que ainda se destacava a 
simplicidade da vida rural medieval. 
d) simbolizou o crescimento do comércio medieval no sul da França, com destaque para seus 
arcos e suas janelas pequenas, de vitrais bem desenhados. 
e) marcou a arquitetura católica medieval, mas foi usado apenas na construção de mosteiros 
próximos aos castelos dos senhores feudais mais ricos. 
Comentários 
- A alternativa A está incorreta, afinal o estilo românico foi predominante nas paisagens rurais. 
- A alternativa B está incorreta, afinal o estilo românico foi desenvolvido pelos normandos que 
desembarcaram na Grã-Bretanha e em sua terra natal, o que mostra a consolidação de certos padrões 
artísticos no período. 
- A alternativa C está correta. A arte românica refletiu o processo de ruralização da vida durante boa parte 
da Idade Média, afinal era marcada por construções isoladas e robustas, como grandes fortalezas. 
- A alternativa D está incorreta, afinal trata-se de características da arte gótica. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 80 
- A alternativa E está incorreta, pois a arte românica está presente em mosteiros e igrejas isolados nas 
paisagens rurais do Ocidente Medieval. 
Gabarito: C 
19. (1995/UFPE) 
Sobre a cultura na Idade Média, identifique as proposições verdadeiras e as falsas. 
( ) Dois grandes estilos dominavam a arquitetura: o românico e o gótico. 
( ) A Igreja Católica exerceu uma grande influência na música. O Papa Gregório Magno reuniu 
hinos destinados às cerimônias religiosas, conhecidos como "Canto Chão". 
( ) A poesia medieval enaltecia a justiça e o amor, virtudes e valores do cavaleiro medieval. 
( ) Dominada por temas religiosos, a pintura medieval abandonou paisagens naturais e 
reproduziu homens com caras de santos e santos como se fossem deuses. 
( ) A literatura medieval encontrou seu ponto alto no romantismo e no realismo. 
Comentários 
- A primeira afirmativa é verdadeira. O estilo românico prevaleceu nos séculos XI e XII, enquanto o estilo 
gótico teve seu esplendor nos séculos XII e XIII. 
- A segunda afirmativa está correta. O Cantochão é composto por cânticos litúrgicos vocais e de 
transmissão oral que fazem parte do repertóriomais usado na música da Idade Média. 
- A terceira afirmativa está correta. Entre os séculos XI e XIV, uma nova sensibilidade surgiu entre os 
nobres da Europa feudal: o amor cortês. Tidos como diferentes dos relacionamentos vulgares dos 
camponeses, o cavaleiro apaixonado, da mesma forma que deve transparecer sua fidelidade a um 
suserano, também se mostra vassalo de uma senhora quase inatingível, devendo seguir uma série de 
regras para cortejá-la. 
Vejamos algumas de suas características, retiradas de nosso curso de História: 
Regras do jogo do amor cortês 
Submissão absoluta à dama. 
Vassalagem humilde e paciente. 
Promessa de honrar e servir a dama com fidelidade. 
Prudência para não abalara reputação da dama, sendo o 
cavaleiro, por essa razão, proibido de falar diretamente dos 
sentimentos que tem por ela. 
A amada é vista como a mais bela de todas as mulheres. 
Pela amada o trovador despreza todos os títulos, as 
riquezas e a posse de todos os impérios. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 81 
 
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: 
linguagens: volume I. 4ªed. São Paulo: Atual, 2004. p. 83. 
 
Torneios, guerras, castelos e caçadas. Todos esses elementos fazem parte do mundo da nobreza, impondo 
distinções desta classe das demais existentes na sociedade feudal. Mas ser nobre também significava 
seguir um código de valores, seja na guerra (ética cavaleiresca), seja nos romances alimentados nos 
palácios (amor cortês). Os cavaleiros deveriam ser fortes, corajosos e hábeis nas batalhas, mas humildes 
vassalos das inalcançáveis damas da corte. 
- A quarta afirmativa está correta, afinal a escultura gótica revela certa autonomia emocional das figuras 
humanas retratadas – traço que contribuiria para a formação do Renascimento no início da Idade 
Moderna. 
- A quinta afirmativa é falsa, afinal o romantismo e o realismo são estilos artísticos que surgem durante o 
século XIX. 
Gabarito: VVVVF 
20. (2003/USM) 
Os estilos arquitetônicos românico e gótico caracterizaram as construções na Baixa Idade 
Média. O estilo românico, que precede o gótico, caracterizou-se pela grandeza e solidez das 
construções de templos identificados como "fortalezas de Deus". O gótico propiciou a 
ornamentação das Igrejas com esculturas e vitrais e valorizou a altura e a verticalidade das 
construções, dando a impressão de "contato com os céus". 
Levando em conta que esses templos podem ser considerados testemunhos históricos, 
assinale verdadeira (V) ou falsa (F) nas afirmações a seguir. 
( ) O templo românico identifica uma sociedade rural na qual a Igreja foi o centro de poder, 
e o estilo gótico reflete o desenvolvimento urbano e do comércio. 
( ) Esses estilos arquitetônicos testemunham uma sociedade hierarquizada, fundamentada 
na doutrina cristã, onde o "templo" também representa o lugar e o poder que a instituição 
Iluminura do manuscrito Tristão e Isolda, sec. XIII. Biblioteca 
Estadual da Baviera. Disponível em: 
<https://www.wdl.org/pt/item/18407/#q=iluminura+amor&
qla=pt>. Acesso em: 20 mar. 2019. 
https://www.wdl.org/pt/item/18407/#q=iluminura+amor&qla=pt
https://www.wdl.org/pt/item/18407/#q=iluminura+amor&qla=pt
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 82 
"Igreja" exerceu. 
( ) A expressão "fortalezas de Deus" justifica-se por serem grandiosas construções que 
serviram, em primeiro lugar, como espaço reservado aos exércitos nacionais dos estados 
absolutistas modernos. 
A sequência correta é: 
a) V - F – F 
b) V-V-F 
c) F-V-F 
d) F-F-V 
e) V-F-V 
Comentários 
Para facilitar a resposta, que tal retomarmos nosso esquema sobre os estilos gótico e românico? Veja ele 
novamente a seguir: 
 
RESUMO DA ARQUITETURA ROMÂNICA E GÓTICA 
 
ARQUITETURA ROMÂNICA (secs. XI e XII) 
→ Poucas janelas e decoração. Paredes robustas, como se fossem fortalezas. Horizontalidade. 
→ Representa a força do clero regular (monges) e o caráter rural da civilização feudal. 
→ Predominante em Igrejas e mosteiros afastados da vida mundana. 
 Igreja em consolidação. 
 ARQUITETURA GÓTICA (secs. XIII) 
→ Construções imponentes (verticalidade) e iluminadas. Uso de arcos ogivais e vitrais. 
→ Representa a força do clero secular, que atua em meio à sociedade. 
→ Catedrais construídas em grandes centros urbanos. Retomada do grande comércio nas cidades. 
 Igreja consolidada. 
- A primeira afirmativa é verdadeira, afinal o estilo românico prevaleceu nas paisagens rurais, ao passo 
que o gótico acompanhou o fortalecimento do espaço urbano a partir da reativação do grande comércio. 
- A segunda afirmativa é verdadeira, pois os estilos acompanharam o processo de consolidação da Igreja 
durante a Idade Média, além almejarem a transmissão de valores cristãos por meio de usas obras. 
- A última afirmação está incorreta, pois o termo fortaleza de Deus se deve ao fato de suas robustas 
paredes. Trata-se de um estilo predominante em mosteiros e igrejas. 
Gabarito: B 
21. (2002/UFSC - Adaptada) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 83 
Os relatos sobre o período histórico conhecido como Idade Média revelam a ocorrência de 
conflitos bélicos, pestes e fome. Sabe-se, porém, que no mesmo período houve 
desenvolvimento econômico e cultural. 
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) nas suas referências à cultura medieval. 
01. O caráter religioso predominou nas artes medievais, pois um dos seus objetivos era a 
glorificação de Deus. 
02. Na literatura, além de Dante Alighieri, destacaram-se os trovadores, responsáveis pela 
divulgação da poesia popular e das canções de gesta. 
04. O crescimento urbano e o comércio foram responsáveis pela decadência intelectual 
verificada na Idade Média, por dificultarem a criação de novas universidades. 
16. Na arquitetura medieval predominaram dois estilos: o românico e o gótico. 
32. Durante a Idade Média, as línguas nacionais foram denominadas "vulgares". O latim foi 
a língua falada pelos eruditos. 
Comentários 
- A primeira afirmativa está correta. A produção artística medieval, incluindo a bizantina e islâmica, tinha 
como uma de suas principais características a propagação de valores religiosos. 
- A segunda afirmativa. Conforme abordado em suas aulas de literatura, cantigas, poesias e outras 
produções de artistas diversos, incluindo Dante Alighieri, marcaram o cenário cultural medieval. 
- A terceira afirmativa é falsa, afinal foi justamente neste contexto que surgiram as universidades no 
Ocidente Medieval. 
- A quarta afirmativa é verdadeira. O estilo românico prevaleceu nos séculos XI e XII, ao passo que o estilo 
gótico se destacou nos séculos XII e XIII. 
- A quinta afirmativa é verdadeira, afinal o latim foi uma língua que permaneceu restrita aos intelectuais 
e sábios ligados à Igreja no Ocidente, enquanto a maioria da população se comunicava por meio das 
línguas ditas vulgares. 
Gabarito: 01 + 02 + 16 + 32 = 52 
22. (2017/UEM) 
Sobre a arte na Europa durante a Alta e a Baixa Idade Média, é correto afirmar que 
01) o Império Carolíngio foi marcado por obras monumentais, como os mosteiros e as igrejas 
góticas e renascentistas. 
02) os manuscritos ilustrados registraram, entre outros aspectos, a música sacra por meio 
das partituras medievais. 
04) os temas da pintura românica eram de natureza religiosa. Nos mosteiros e nas igrejas, 
era comum a representação, por exemplo, da criação do mundo e do ser humano. 
08) as esculturas foram utilizadas nas igrejas e eram comumente inseridas no portal de 
entrada. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 84 
16) as abóbadas e os arcos das arquiteturas românica e gótica são idênticos. Entretanto, na 
pintura a preferência temática se diferencia, porque, no estilo gótico, a religião está pouco 
presente. 
Comentários- A primeira afirmativa está incorreta, afinal a decadência do Império Carolíngio antecedeu o surgimento 
do movimento renascentista. 
- A segunda afirmativa está correta. As iluminuras são pinturas decorativas que eram aplicadas às 
primeiras letras dos textos escritos em pergaminhos, o que possibilitava maior entendimento de 
partituras musicais, instruções de medicina e de outros saberes. 
- A terceira afirmativa está correta. Os motivos usados pelos pintores românicos eram de natureza 
religiosa, prevalecendo temas como a criação do mundo e do ser humano, a ideia de pecado, histórias 
como a Arca de Noé, símbolos evangelizadores etc. 
- A quarta afirmativa está correta, sendo algo comum principalmente nas catedrais de estilo gótico. 
- A quinta afirmativa está incorreta, afinal toda a produção artística da Idade Média, quer no Oriente quer 
no Ocidente, era fortemente carregada de valores religiosos. 
Gabarito: 02 + 04 + 08 = 14 
23. (2013/Fuvest) 
 Leia o texto e examine a imagem. 
 
Abadia de Terranova (Itália), interior, iniciada em 1187 e consagrada em 1208. A arte gótica 
reúne e desenvolve os fermentos [...] e os organiza em sistema; é esse sistema tem um lugar 
seguro na mais vasta organização do saber. 
G. C. Argan. História da arte italiana. Da Antiguidade a Duccio. São Paulo: Cosac Naif, 2007, v. 1, p. 337, adaptado). 
a) Identifique, a partir da imagem, dois elementos característicos do chamado estilo gótico. 
b) Do ponto de vista cultural, apresente e explique uma característica do “sistema”, que, 
segundo o texto, “tem um lugar seguro na mais vasta organização do saber”. 
Comentários 
a) Dentre as principais características do estilo gótico presentes na imagem acima, pode-se destacar 
a presença dos arcos ogivais, nome dado às estruturas em formato agulhado, que conferia maior 
verticalidade à edificação, como se fossem elevadas em direção aos céus. Outro ponto a ser 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 85 
destacado são os vitrais ao fundo da imagem, cuja luminosidade transparecida conferia uma 
atmosfera etérea e repleta de misticismo. 
b) O sistema a que se refere o autor leva em conta a força da Igreja no pensamento do Homem 
europeu durante a Idade Média, sendo um exemplo disso a própria edificação de catedrais no 
período – verdadeiras “Bíblias em pedra” que operavam como centros sociais e religiosos, 
transmitindo seus dogmas e concepções a partir das representações imagéticas contidas nos 
vitrais, esculturas, portais, pinturas e escoadouros. 
 
24. (2002/UFRN) 
A catedral de Chartres, reproduzida na figura a seguir, e representativa da arquitetura 
gótica, que predominou na Baixa Idade Média. 
 
Esse estilo arquitetônico está ligado às circunstâncias históricas e às concepções religiosas 
do final da Idade Média. Nesse sentido, o estilo gótico relaciona-se 
a) à prosperidade da economia urbana e as aspirações espirituais orientadas para Deus e os 
céus. 
b) à estabilidade da economia rural e ao culto doméstico, que era presidido pelo chefe da 
família. 
c) ao desenvolvimento das comunidades de monges e celebrações coletivas, com ênfase no 
modo de vida simples. 
d) ao progresso da agricultura feudal e à religiosidade individualista, que estimulava a 
prática da solidão. 
Comentários 
- A alternativa A é a resposta. A Baixa Idade Média no Ocidente foi o tempo das catedrais, imponentes 
construções religiosas predominantes nos centros urbanos, atestando a retomada do grande comércio. A 
verticalidade como um traço essencial do estilo gótico se relaciona à uma ligação visual com os céus, além 
de simbolizar o triunfo da Igreja como a principal instituição da civilização feudal. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 86 
- A alternativa B está incorreta, afinal as catedrais acompanham a intensificação da vida urbana verificada 
a partir do século XII. A estabilidade da economia rural foi melhor representada pelo estilo românico, 
presente em isolados mosteiros ao longo do continente europeu. 
- A alternativa C está incorreta, afinal o desenvolvimento dos monastérios acompanhou o auge do estilo 
românico. 
- A alternativa D está incorreta, afinal as catedrais eram grandes centros sociais e religiosos situados 
principalmente nos espaços urbanos, o que estimulava a socialização no cotidiano medieval. 
Gabarito: A 
25. (2000/UFPI) 
Leia, com atenção, o texto abaixo: 
"(...) deu-se por todo o orbe da terra, especialmente na Itália e nas Gálias, um surto de 
construção de igrejas basilicais. (...) Era como se o mundo, tendo-se sacudido e lançado fora 
o antigo, se estivesse revestindo com a cândida veste das igrejas. Como tal os fiéis 
reformaram quase todas as igrejas das sedes episcopais, e o mesmo fizeram aos mosteiros 
dos vários santos, assim como aos lugares de oração de menos importância, nas vilas". 
(Fonte: Raoul Glaber in: J. P. Migne, "Patrologiae Cursus Completus", Series Latina, t. CXLII, Paris, 1880.) 
A partir do texto do cronista medieval Raoul Glaber (985-1050), podemos afirmar, 
corretamente: 
a) O nascimento da arquitetura românica acompanhou o despertar da economia ocidental 
europeia. 
b) A construção de igrejas, no período, explica-se pelo fortalecimento da fé, 
independentemente das condições econômicas. 
c) O surto de construções ao qual o texto faz referência teve fim com as invasões de 
normandos, húngaros e árabes. 
d) A arquitetura românica em expansão após as invasões do séc. IX veio substituir a 
arquitetura de estilo gótico, especialmente na Itália e na Gália. 
e) O crescimento da economia europeia a partir do século XI só pode ser compreendido se 
levarmos em consideração o crescimento da população provocado pelas invasões dos 
séculos anteriores. 
Comentários 
- A alternativa A é a resposta. O apogeu da arte românica coincide com o momento em que o sistema 
feudal atinge seu auge, além de estar relacionado a esse contexto o restabelecimento de relações 
comerciais com o Oriente a partir das Cruzadas. 
- A alternativa B está incorreta, afinal as construções e reformas de templos religiosos empreendidas no 
período refletem a bonança econômica vivida por certos grupos da sociedade feudal. 
- A alternativa C está incorreta, afinal a “segunda onda das invasões bárbaras” contribuiu para que fossem 
edificados castelos, com o intuito de proteger os seus senhores e subordinados. 
- A alternativa D está incorreta, afinal a arquitetura românica já se encontrava em franco declínio no 
século XII, período em que o estilo gótico passou a predominar em diversas edificações do Ocidente. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 87 
- A alternativa E está incorreta, afinal os conflitos estimulados pelos invasores vikings, muçulmanos e 
magiares (ou húngaros) resultaram em milhares de mortos. 
Gabarito: A 
26. (FCMCSP – 2020) 
Observe a reprodução do Retábulo dos Sete Sacramentos (1445) de Rogier van der Weyden. 
 
 
 
A pintura, pertencente ao Museu Real de Belas Artes de Antuérpia, na Bélgica, reproduz uma 
arquitetura tipicamente 
a) renascentista, considerando a utilização de colunas de mármore. 
b) clássica, considerando os arcos redondos de inspiração românica. 
c) maneirista, considerando a fusão de estilos construtivos diversos. 
d) barroca, considerando a oposição entre as figuras e o espaço. 
e) gótica, considerando as linhas ascensionais da construção. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, porque na imagem é possível reconhecer os arcos quebrados, típicos da 
arquitetura gótica, e não os arcos redondos. 
A alternativa B está correta. O modelo de arquitetura gótica foi disseminado pela Europa a partir do século 
V, substituindo a arquitetura romana (ou clássica). Estas construções são pautadas pela verticalidade, 
presença de arcos quebrados e abóbadas ogivais. Estes elementos estão presentes na imagem,principalmente a noção de altura da construção (linha ascensional). 
A alternativa C está incorreta, porque não existem elementos que retomam o estilo barroco na imagem. 
Além disso, a pintura é datada do século XV, momento no qual o barroco ainda não existia. 
A alternativa D está incorreta, porque é impossível afirmar que as colunas presentes na imagem são, de 
fato, compostas por mármore. O estilo renascentista tentava se aproximar do clássico, optando por arcos 
mais arredondados, diferentemente dos que são apresentados na pintura. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 88 
A alternativa E está incorreta, porque não existe, na imagem, a fusão de estilos diversos. É possível 
observar apenas a arquitetura gótica e suas características. 
Gabarito: B 
27. (UPE – 2018) 
O Saltério de Chludov, hoje na Rússia, é um dos mais importantes documentos provenientes 
do Império Bizantino. Essa iluminura, em especial, retrata um importante movimento 
sociopolítico ocorrido nesse Estado, denominado de 
 
 
Iluminura do Saltério de Chludov. Bizantino, séc. IX. Disponível em: 
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Clasm_Chludov.jpg. Acesso em: 10/07/2017. 
 
a) Cesaropapismo, a aliança entre o Imperador e o Patriarca. 
b) Iconoclasmo, o movimento pela destruição dos ícones religiosos. 
c) Bizantinismo, a discussão interminável sobre temas exotéricos. 
d) Cisma, a excomunhão mútua entre as igrejas Católica Romana e Ortodoxa Oriental. 
e) Iluminismo, a política em prol da ilustração dos manuscritos. 
Comentários: 
A iluminura mostra um indivíduo apagando com cal um ícone de Cristo, por volta do ano 900 d.C. Trata-
se de uma representação do movimento iconoclasta, contrário ao uso de imagens pela Igreja Bizantina. 
Tal movimento foi muito ativo entre os séculos VIII e IX, chegando a conquistar a simpatia de diversos 
patriarcas neste período, que coíbem a arte religiosa. Assim sendo, a alternativa B é a correta. Vale 
destacar que o iluminismo é um movimento que só ocorreu na Europa do século XVIII, enquanto 
representações do cesaropapismo ou do Cisma do Oriente requereriam a presença de figuras do 
imperador e dos líderes das igrejas cristãs, respectivamente. Por fim, não há também qualquer elemento 
na representação acima que sugere a condução de uma discussão “bizantina” – ou seja, interminável e 
desconexa. 
Gabarito: B 
28. (UPE – 2014) 
A civilização bizantina foi muito mais original e criativa que, em geral, lhe creditam. Suas 
igrejas abobadadas desafiam em originalidade e ousadia os templos clássicos e as catedrais 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 89 
góticas, enquanto os mosaicos competem, como supremas obras de arte, com a escultura 
clássica e a pintura renascentista. 
(ANGOLD, Michael. Bizâncio: A ponte da antiguidade para a Idade Média. Rio de Janeiro: Imago, 2002. p. 9. Adaptado.) 
 
Sobre o legado cultural bizantino, assinale a alternativa CORRETA. 
a) Herdando elementos da cultura grega, os bizantinos desenvolveram estudos sobre a 
aritmética e a álgebra. 
b) Negando a tradição jurídica romana, o império bizantino pautou sua jurisdição no direito 
consuetudinário. 
c) A filosofia estoica influenciou o movimento iconoclasta, provocando o cisma cristão do 
Oriente no século XI. 
d) O catolicismo ortodoxo tornou-se a religião oficial do império após a denominada querela 
das investiduras. 
e) A catedral de Santa Sofia sintetiza a tradição artística bizantina com seus ícones e 
mosaicos. 
Comentários: 
Os avanços empreendidos pelos árabes na matemática foram decorrentes do contato com a produção 
indiana, e não grega como sugere a alternativa A. 
O direito romano foi a base para o Corpus juris civilis, elaborado durante o governo do imperador 
Justiniano. O direito consuetudinário, por sua vez, é uma tradição decorrente dos reinos germânicos 
instalados no ocidente durante a Idade Média. Com isso, a alternativa B está incorreta. 
O estoicismo é uma corrente filosófica originária na Grécia Antiga que valoriza o pensamento racional e 
condena a exteriorização das emoções. Nada tem a ver, portanto, com a iconoclastia que eclodiu no 
Império Bizantino, cuja inspiração se encontra na doutrina monofisista. Assim sendo, a alternativa C está 
incorreta. 
A alternativa D está incorreta, afinal o que tornou o catolicismo ortodoxo a religião oficial do Império 
Bizantino foi O Grande Cisma do Oriente, em 1054. Já a querela das investiduras foi desencadeada durante 
a Baixa Idade Média, a partir da decisão do papa Gregório VII de impedir que autoridades políticas 
nomeassem indivíduos para os cargos eclesiásticos. Isso gerou reação imediata do imperador alemão 
Henrique IV, que não acatou a decisão papal. 
A basílica de Santa Sofia contém dois elementos que sintetizam a arte bizantina: a suntuosidade desta 
construção, notória pela sua abóboda em cúpula, e a decoração interna a partir de mosaicos formados 
com pedras coloridas. Assim sendo, a afirmativa E é a correta. 
Gabarito: E 
29. (UFPR – 2005) 
“No coração da obra, esta idéia: Deus é luz. Desta luz inicial, incriada e criadora, participa 
cada criatura. Cada criatura recebe e transmite a iluminação divina segundo a sua 
capacidade, isto é, segundo o lugar que ocupa na escala dos seres, segundo o nível em que 
o pensamento de Deus hierarquicamente o situou.” 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 90 
(DUBY, Georges. O tempo das catedrais. Lisboa: Estampa, 1979. p. 105.) 
 
A citação resume o princípio norteador do estilo gótico, que predominou na arquitetura e 
na escultura religiosas da Europa Ocidental no século XIII. Sobre esse estilo e seus ideais, 
assinale a alternativa correta. 
a) A luminosidade das catedrais góticas representa uma tentativa dos arquitetos da época 
de identificar os espaços sagrados com o entusiasmo predominante no século XIII, 
decorrente das boas condições de vida que se instauravam com a conjuntura de crescimento 
urbano, mercantil e agrícola que predominava naquele contexto. Com isso, a Igreja 
mantinha atualizados seu discurso e presença como convinha ao otimismo da época. 
b) A necessidade de luminosidade levou ao desenvolvimento de técnicas cada vez mais 
apuradas de sustentação de grandes candelabros nasaltas abóbadas, a fim de garantir, com 
velas de cera, a luz no interior da construção, visto que a luz natural é escassa na maior parte 
do ano nas regiões setentrionais da Europa. 
c) Na Idade Média, todos os pensadores que discordavam do pensamento oficial da Igreja 
tinham que buscar espaços alternativos para a manifestação de suas idéias. As catedrais 
góticas, construídas nas cidades, são um exemplo desse tipo de espaço. 
d) Como as catedrais eram construídas por mestres pedreiros, ferreiros, vitraleiros 
ecarpinteiros, entre outros, a arquitetura das altas igrejas e a aparência de poder e 
verticalidade das construções decorriam das aspirações desses membros das corporações 
de ofícios de conquistarem o poder dentro das cidades. 
e) Os vitrais representavam cenas ocorridas durante a construção das catedrais, que 
demoravam décadas até estarem concluídas, e apresentavam sobretudo cenas do trabalho 
dos mestres e trabalhadores manuais. 
Comentários: 
Alternativa A - CORRETA, a luminosidade e esplendor da arquitetura gótica era uma forma de demonstrar 
a prosperidade daquele período, que passava pelo crescimento urbano, mercantil e agrícola. 
Alternativa B – INCORRETA, um dos traços da arquitetura gótica são a presença dos vitrais coloridos para 
a entrada de luz nas igrejas, criando uma atmosfera que lembrasse a luz de Deus sobre os homens. 
Alternativa C – INCORRETA, as catedrais góticas eram espaços religiosos. 
Alternativa D – INCORRETA, as igrejas eram projetadas por arquitetos, alguns deles membros da igreja e 
tinham o proposito de representar a grandiosidade divina. 
Alternativa E – INCORRETA,os vitrais retratam cenas religiosas. 
Gabarito: A 
30. (Estratégia Vestibulares – 2021) 
Observe a imagem abaixo. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 91 
 
 
Os elementos descritos na imagem constituem um estilo arquitetônico conhecido como: 
a) românico, vigente na Europa entre os séculos XI e XII e caracterizado pelas grossas 
paredes erguidas com pedra. 
b) gótico, vigente na Europa entre os séculos XII e XIII e caracterizado pela verticalidade de 
suas construções. 
c) renascentista, vigente na Europa entre os séculos XV e XVI e caracterizado pelas suas 
edificações geométricas. 
d) barroco, vigente na Europa entre os séculos XVI e XVIII e caracterizado pelo largo uso de 
ornamentos em seu interior. 
e) neoclássico, vigente na Europa entre os séculos XVIII e XIX e caracterizado pelo resgate 
de elementos da Antiguidade Clássica. 
Comentários: 
- A alternativa A está incorreta, afinal no estilo românico não se verifica a entrada de luz com 
grande intensidade ou o apreço às construções monumentais. 
- A alternativa B é a resposta. O estilo gótico apresenta entre suas características o uso de vitrais, 
abóbodas e arcobotantes, bem como de gárgulas em seus telhados. 
- A alternativa C está incorreta, afinal a arquitetura renascentista buscou rejeitar a assimetria e o 
excesso de elementos verificados no estilo gótico. 
- A alternativa D está incorreta, pois o estilo barroco buscou a recuperação de detalhes 
abandonados pelo Renascimento e o Maneirismo, se estabelecendo como a “arte da 
contrarreforma” ao ser largamente empregada em Igrejas e buscar despertar fortes emoções de 
seus observadores. 
- A alternativa E está incorreta, afinal o estilo neoclássico buscou a recuperação de influências 
arquitetônicas da Antiguidade Clássica, algo que não se verifica na imagem expressa no enunciado. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Civilizações do Medievo 
 
 AULA 03 – ARTE NO MEDIEVO 92 
Gabarito: B 
 
 
 
 
 
5. REFERÊNCIAS 
ANDE, Edna; LEMOS, Sueli. Arte gótica. São Paulo: Instituto Callis, 2013. (Arte na idade média; 5) 
ANDE, Edna; LEMOS, Sueli. Arte islâmica. São Paulo: Instituto Callis, 2013. (Arte na idade média; 3) 
BBCBrasil.com. EUA X Irã: 5 dos tesouros históricos em risco pelas ameaças de Trump. Disponível em: 
<https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51017968>. Acesso em: 29 maio 2020. 
FREYRE, Gilberto. China tropical: e outros escritos sobre a influência do Oriente na cultura luso-brasileira. 
São Paulo: Global, 2011. 
GRAÇA PROENÇA. História da arte. São Paulo: Ática, 2018. 
LYONS, Jonathan. A Casa da Sabedoria: como a valorização do conhecimento pelos árabes transformou a 
civilização ocidental. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. 
MANGO, Cyril. Bizâncio: o Império da Nova Roma. Lisboa, Portugal: Edições 70, 2018. (Lugar na História) 
MONTEIRO, João Gouveia. História concisa do Império Bizantino: das origens à queda de Constantinopla. 
Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2016. p. 138 
Considerações finais 
Qualquer dúvida estou à disposição no fórum ou redes sociais! 
Prof.ª Celina Gil 
 
/professora.celina.gil Professora Celina Gil @professoracelinagil 
 
 
Versão Data Modificações 
1 27/01/2022 Primeira versão do texto. 
 
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51017968

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