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<p>URGENTE:</p><p>Ex-inspetor policial passa a colaborar com assaltantes da Casa da Moeda</p><p>Antigo inspetor da polícia espanhola, Rafael Murillo agora atende por “Lisboa”, e revelou com exclusividade e discrição ao El País suas recentes decisões e suposta tortura feita a companheira criminosa. As discussões entre as autoridades continuam acaloradas no Gabinete incubido de tomar as decisões a fim de reaver os reféns e a Casa da Moeda, apesar da extrema pressão popular na Espanha e ao redor do mundo.</p><p>Madrid, 20 de julho de 2020</p><p>Desaparecido, Murillo deixou para trás somente um pen-drive na entrada das instalações provisórias de redação do El País, em Madrid, próximo à cena do crime internacionalmente comentado. O objeto continha apenas um arquivo de vídeo e uma série de fotos. No vídeo, apenas o antigo negociador de reféns é visível e relata sua insatisfação com o alto escalão da política e polícia espanholas: “A verdade é que o governo espanhol não se importa com nada além de sua reputação. O Estado só quer saber quantos inconveniências eles podem eliminar o mais rápido possível. Os reféns são apenas números para os meus ex superiores, e o povo espanhol é apenas gado pronto pro abate”, diz “Lisboa” na gravação.</p><p>O agora criminoso também discorre sobre ter testemunhado tortura física e psicológica a Silene Oliveira, “Tóquio”, e afirma que a visão o “abalou profundamente”. “Lisboa” diz que o ocorrido foi, precisamente, o que o fez mudar de lados nessa negociação quase interminável entre assaltantes e autoridades espanholas. “Como eu posso servir a um Estado que persegue e tortura por sua própria vitória em detrimento de vidas civis?”, indagou durante o seu monólogo. As imagens que estavam armazenadas no pen-drive entregue por Rafael Murillo mostram as supostas cenas de tortura que este presenciou. No entanto, as fotos ainda estão sendo analisadas pela perícia, logo não há veracidade confirmada pela polícia até o presente momento.</p><p>Ao fim do vídeo, Murillo diz que “a luta ainda não acabou” e que não pode “atestar se há humanidade” nos governantes. A fala do criminoso não diminui os ânimos dos manifestantes vestidos de vermelho muito próximos à Casa da Moeda. Composta em grande parte por jovens, essa movimentação saiu às ruas após a morte de Henrique Moreira, refém diabético que morreu nas dependências do prédio após a demora no envio de medicações e alimentos por parte da polícia.</p><p>Ainda não se sabe como, mas o material do pen-drive já circula na internet. O El País garante que o conteúdo foi visualizado apenas por pessoal autorizado sem qualquer possibilidade de compartilhamento das mídias em questão. Inquérito e investigação já foram acionados por autoridades espanholas e estrangeiras para descobrir como as imagens tiveram seu sigilo quebrado.</p><p>A tomada da Casa da Moeda ocorreu ontem, 19 de julho, e segue sem solução. Os atracadores fizeram de reféns 67 pessoas de todas as idades. A polícia ainda não conseguiu se infiltrar no prédio e as identidades dos criminosos permanece desconhecida até agora, primeiras horas de 20 de julho, com exceção de Silene Oliveira, ou “Tóquio”, e Rafael Murillo.</p><p>image1.png</p>