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<p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>No momento em que abrimos um livro nos pomos no reino da palavra escrita, compartilhando</p><p>desse 1sortilégio 2__________ fala Verissimo no texto Sinais mortíferos, dessa mágica de</p><p>sinais gravados 3__________ une as mentes das quais saíram sinais, e outros sinais, e outros</p><p>sinais...</p><p>Ninguém duvida de que a manifestação falada é a linguagem primeira, é a linguagem natural,</p><p>que prescinde das tábuas e dos sulcos que um dia os homens inventaram para cumprir</p><p>4desígnios que foram sendo estabelecidos, para o bem e para o mal.</p><p>Nas sagas que cantou, Homero distinguia heróis da palavra, heróis que eram os homens de</p><p>fala forte, de fala efetiva, de fala eficiente. 5Assim como havia heróis excelentes na ação, havia</p><p>aqueles excelentes na palavra 6(porque, para o épico, excelente em tudo só Zeus!). E entre</p><p>eles Homero 7ressalta muito significativamente a figura do velho conselheiro</p><p>Nestor, sempre à parte dos combates, mas dono de palavras sábias que dirigiam rumos das</p><p>ações. Ele ressalta, entre todos 8– no foco da epopeia 9–, a figura de Odisseu/Ulisses, que</p><p>nunca foi cantado como herói de combate renhido, mas que foi o senhor das palavras astutas</p><p>que construíram a Odisseia.</p><p>Hoje a força da palavra falada é a mesma, nada mudou, na história da humanidade, quanto ao</p><p>exercício natural da capacidade que o humano tem de falar e quanto à destinação natural</p><p>desse exercício. Mas, que diferença!!</p><p>10E vem agora o lado prático dessa conversa inicial: sem discussão, pode-se dizer que a</p><p>palavra escrita é sustentáculo da cultura, embora não ouse supor que as sociedades 11ágrafas</p><p>sejam excluídas da noção de “cultura”, e que os textos de Homero12, que então eram apenas</p><p>cantados13, não tenham sido sustentáculo de cultura no mundo grego, exatamente por onde</p><p>chegaram ao registro escrito.</p><p>Diz Verissimo que a palavra escrita 14“dá permanência à linguagem”, e isso se comprovaria,</p><p>15banalmente, no fato de que 16hoje os versos de 17Homero nos 18chegam somente cravados</p><p>em folha de papel ou em tela de computador. Mas 19com certeza o cronista, que não esqueceu</p><p>a permanência do texto oral de Homero, também não terá esquecido que, já há algum tempo,</p><p>gravam-se falas, e 20que, 21portanto, a tecnologia humana já soube dar registro permanente</p><p>também à palavra falada.</p><p>Ocorre que a permanência de que fala Verissimo é outra: acima do fato de que a escrita</p><p>representa um registro concreto permanente, está o fato de que ela leva a palavra a “outro</p><p>domínio”. A palavra falada povoa um domínio que, já por funcionar automaticamente segundo o</p><p>software que trouxemos à vida com a vida, não desvenda todos os sortilégios nos quais</p><p>entramos quando complicamos o viver. Que digam os 22versos dos poetas que no geral se</p><p>produzem no suporte gráfico e assim nos chegam (no papel ou em tela do monitor, insisto),</p><p>mas vêm carregados da melodia que lhes dá sentido, e por aí nos transportam a um mundo</p><p>particularmente mágico a que passamos a pertencer com a leitura!!!</p><p>Este é, por si, o mundo da palavra mágica!!</p><p>E chegamos à função da escola nesse mundo da mágica da linguagem. 23Se, como diz</p><p>Verissimo, a escrita traz o preço de “roubar a palavra à sua vulgaridade democrática”, cabe aos</p><p>professores, que são aqueles 24__________ é dado levar às gerações a força da linguagem e a</p><p>força da cultura reverter o processo e reverter o argumento: cabe-lhes valorizar a democrática</p><p>palavra falada, sim, mas sua missão muito particular é vulgarizar democraticamente a palavra</p><p>(escrita) dos livros sem tirar-lhes o sortilégio: acreditemos ou não em sortilégios...</p><p>Adaptado de: MOURA NEVES, M.H. Introdução. A gramática do português revelada em textos.</p><p>São Paulo: Editora da Unesp, 2018.</p><p>1. (Ufrgs 2024) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das referęncias 2, 3 e 24,</p><p>nesta ordem.</p><p>a) de que – que – a quem</p><p>b) sobre o qual – as quais – para quem</p><p>c) que – que – a quem</p><p>d) de que – os quais – que</p><p>e) que – os quais – que</p><p>Página 1 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>2. (Ufrgs 2024) Considere as afirmações abaixo, sobre alternativas de reescrita de algumas</p><p>frases do texto, fazendo os ajustes necessários dos sinais de pontuação em cada caso.</p><p>I. O advérbio banalmente (ref. 15) poderia ser deslocado para imediatamente depois de</p><p>Homero (ref. 17).</p><p>II. O advérbio hoje (ref. 16) poderia ser deslocado para imediatamente depois de chegam (ref.</p><p>18).</p><p>III. A expressão com certeza (ref. 19) poderia ser deslocada para imediatamente depois de</p><p>que (ref. 20).</p><p>Quais alterações poderiam ser efetuadas sem acarretar mudança de sentido na frase original?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) Apenas II e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>Uma noite, há anos, acordei bruscamente e uma estranha pergunta explodiu de minha boca.</p><p>De que cor eram os olhos de minha mãe? Atordoada, custei reconhecer o quarto da nova</p><p>casa em que estava morando e não conseguia me lembrar como havia chegado até 1ali. E a</p><p>insistente pergunta, 2martelando, martelando... De que cor eram os olhos de minha mãe?</p><p>Aquela indagação havia surgido há dias, há meses, posso dizer. Entre um afazer e outro, eu</p><p>me pegava pensando de que cor seriam os olhos de minha mãe. E o que a princípio tinha sido</p><p>um 3mero pensamento interrogativo, naquela noite se transformou em uma dolorosa pergunta</p><p>carregada de um tom acusatório. Então, eu não sabia de que cor eram os olhos de minha</p><p>mãe?</p><p>Sendo 4__________ primeira de sete filhas, desde cedo, busquei dar conta de minhas próprias</p><p>dificuldades, cresci 5rápido, passando por uma breve adolescência. Sempre ao lado de minha</p><p>mãe aprendi 6__________ conhecê-la. Decifrava o seu silêncio nas horas de dificuldades,</p><p>como também sabia reconhecer em seus gestos, prenúncios de possíveis alegrias. Naquele</p><p>momento, entretanto, me descobria cheia de culpa, por não recordar de que cor seriam os seus</p><p>olhos. Eu achava tudo muito estranho, pois me lembrava nitidamente de vários detalhes do</p><p>corpo dela. Da unha encravada do dedo mindinho do pé esquerdo... Da verruga que se perdia</p><p>no meio da cabeleira crespa e bela... Um dia, brincando de pentear boneca, alegria que a mãe</p><p>nos dava quando, deixando por uns momentos o lava-lava, o passa-passa das roupagens</p><p>alheias, se tornava uma grande boneca negra para as filhas, descobrimos uma bolinha</p><p>escondida bem no couro cabeludo dela. Pensamos que fosse carrapato. A mãe cochilava e</p><p>uma de minhas irmãs aflita, querendo livrar a boneca-mãe daquele padecer, puxou rápido o</p><p>bichinho. A mãe e nós rimos e rimos e rimos de nosso engano. A mãe riu tanto das lágrimas</p><p>escorrerem. Mas, de que cor eram os olhos dela?</p><p>Eu me lembrava também de algumas histórias da infância de minha mãe. Ela havia nascido em</p><p>um lugar perdido no interior de Minas. 7Ali, as crianças andavam nuas até 8bem grandinhas. As</p><p>meninas, assim que os seios começavam a brotar, ganhavam roupas antes dos meninos.</p><p>9__________ vezes, as histórias da infância de minha mãe confundiam-se com 10__________</p><p>de minha própria infância. Lembro-me de que muitas vezes, quando a mãe cozinhava, da</p><p>panela subia cheiro algum. Era como se cozinhasse, 11ali, apenas o nosso desesperado desejo</p><p>de 12alimento. E era justamente nos dias de parco ou nenhum alimento que ela mais brincava</p><p>com as filhas. Nessas ocasiões a brincadeira preferida era aquela em que a mãe era a</p><p>Senhora, a Rainha. Ela se assentava em seu trono, um pequeno banquinho de madeira.</p><p>Felizes colhíamos flores cultivadas em um pequeno pedaço de terra que circundava o nosso</p><p>barraco. Aquelas flores eram depois solenemente distribuídas 13por seus cabelos, braços e</p><p>colo. E diante dela fazíamos reverências à Senhora. Postávamos deitadas no chão e batíamos</p><p>cabeça para a Rainha. Nós, princesas, em volta dela, cantávamos, dançávamos, sorríamos. A</p><p>mãe só ria, de uma maneira triste e com um sorriso molhado... Mas de que cor eram os olhos</p><p>de minha mãe? Eu sabia, desde aquela época, que a mãe inventava</p><p>se as</p><p>deformações que procuram legitimar fazem parte do nosso cotidiano.</p><p>(Folha de São Paulo, 9 de março de 2001.)</p><p>34. (Ufsm 2002) Em qual das alternativas a seguir o pronome relativo "que", ao retomar a</p><p>expressão anterior, NÃO desempenha o papel de sujeito?</p><p>a) "[...] uma série importada que enaltece os grupos de extermínio."</p><p>b) "[...] um vampiro bom que sai pela cidade eliminando vampiros maus."</p><p>c) "[...] da emissora, que nem fez muito alarde com o filme."</p><p>d) "[...] os bandidos que tinha sido obrigado a inocentar [...]"</p><p>e) "[...] polícias e justiças paralelas, que usem as mesmas armas [...]"</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>BRASIL, MOSTRA A TUA CARA</p><p>A busca de uma identidade nacional é preocupaçمo deste século</p><p>Joمo Gabriel de Lima</p><p>1 Ao criar um livro, um quadro ou uma cançمo, o artista 11brasileiro dos dias atuais tem uma</p><p>preocupaçمo a menos: parecer brasileiro. A noçمo de cultura nacional é algo tمo incorporado ao</p><p>cotidiano do paيs que deixou de ser um peso para os 12criadores. Agora, em vez de servir à pلtria, eles</p><p>podem servir ao pr َprio talento. 6Essa é uma 7conquista deste século. Tem como marco a Semana de Arte</p><p>Página 22 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Moderna de 1922, 1uma espécie de 8grito de independência artيstica do paيs, cem anos depois da</p><p>2independência polيtica. Até esta data, o 13brasileiro era, antes de tudo, um 14envergonhado. Achava que</p><p>pertencia a uma raça inferior e que a ْnica soluçمo era imitar os modelos culturais importados. Para</p><p>acabar com esse complexo, foi preciso que um grupo de artistas de diversas لreas se reunisse no Teatro</p><p>Municipal de Sمo Paulo e bradasse que ser brasileiro era bom. O escritor Mلrio de Andrade lançou o</p><p>projeto de uma lيngua nacional. Seu colega Oswald de Andrade propôs o conceito de "antropofagia",</p><p>segundo o qual a cultura brasileira criaria um carلter pr َprio depois de digerir as influências externas.</p><p>2 A semana de 22 foi s َ um marco, mas pode-se dizer que ela realmente criou uma agenda cultural</p><p>para o paيs. Foi tentando inventar uma lيngua brasileira que Graciliano Ramos e Guimarمes Rosa</p><p>escreveram suas obras, 3as mais significativas do 9século, no paيs, no campo da prosa. Foi recorrendo ao</p><p>bordمo da antropofagia que vلrios artistas jovens, nos anos 60, inventaram a cultura pop brasileira, no</p><p>movimento conhecido como tropicalismo. No plano das ideias, o século gerou três obras que se tornariam</p><p>clلssicos da reflexمo sobre o paيs. "Os Sert ُes", do carioca Euclides da Cunha, escrito em 1902, é ainda</p><p>influenciado por teorias racistas do século passado, que achavam que a mistura entre negros, 15brancos e</p><p>ndios provocaria 4um "enfraquecimento" da raça brasileira. Mesmo assim, é 5um livro essencial, porqueي</p><p>o rep َrter Euclides, que trabalhava no jornal "O Estado de S. Paulo", foi a campo cobrir a guerra de</p><p>Canudos e viu na frente de 18combate muitas coisas que punham em questمo as teorias formuladas em</p><p>gabinete. "Casa-Grande & Senzala", do pernambucano Gilberto Freyre, apresentava pela primeira vez a</p><p>miscigenaçمo como algo positivo e buscava nos prim َrdios da colonizaçمo portuguesa do paيs as</p><p>origens da sociedade que se formou aqui. Por ْltimo, o paulista Sérgio Buarque de Holanda, em "Raيzes</p><p>do Brasil", partia de premissas parecidas mas propunha uma visمo crيtica, que influenciaria toda a</p><p>sociologia produzida a partir de entمo.</p><p>VEJA, 22 de dezembro, 1999. p. 281-282.</p><p>35. (Ufsm 2001) "(...) e VIU na frente de combate muitas coisas que punham em questão as</p><p>teorias formuladas em gabinete."</p><p>"(...) e BUSCAVA nos primórdios da colonização portuguesa do país as origens da sociedade</p><p>que se formou aqui."</p><p>Analise as afirmações a respeito da pontuação, concordância e regência dos segmentos</p><p>destacados.</p><p>I. Os dois segmentos mostram que o autor não usou vírgula para separar adjuntos adverbiais</p><p>deslocados.</p><p>II. A concordância verbal com o pronome relativo QUE está adequada à norma culta somente</p><p>na primeira construção.</p><p>III. Se a expressão "punham em questão" fosse substituída por QUESTIONAVAM, ocorreria um</p><p>caso de crase.</p><p>Está(ão) correta(s)</p><p>a) apenas I.</p><p>b) apenas II.</p><p>c) apenas III.</p><p>d) apenas I e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>COMPORTAMENTO ANIMAL - 76 - SUPER - OUTUBRO 1998</p><p>Página 23 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>A outra face do macaco</p><p>TEXTO I</p><p>Os chimpanzés, nossos primos genéticos, também fazem uso da força bruta de forma gratuita</p><p>e com requintes de crueldade. Já não estamos sós no inferno da violência.</p><p>(Por Gabriela Aguerre)</p><p>TEXTO II</p><p>No livro "Uma Janela para a Vida", no qual relata suas três décadas de experiência nas</p><p>selvas da Tanzânia, tornando-se uma das pioneiras da observação direta dos chimpanzés,</p><p>Jane Goodall relata sua decepção com o comportamento dos animais. "Durante muitos anos</p><p>acreditei que os chimpanzés eram, no geral, bem mais legais do que nós. De repente descobri</p><p>que, sob certas circunstâncias, podiam ser igualmente brutais, que também tinham em sua</p><p>natureza um lado obscuro. Isso doeu."</p><p>36. (Ufsm 2000) Analise as afirmativas que tratam de possibilidades de mudança na ordem</p><p>das palavras do texto I.</p><p>I. Se o segmento "nossos primos genéticos" fosse colocado antes de "Os chimpanzés",</p><p>continuaria a ser o aposto da frase.</p><p>II. O segmento "fazem uso da força bruta" pode ser substituído por "fazem uso de uma bruta</p><p>força" sem alteração do sentido da frase.</p><p>III. Se o segmento "com requintes de crueldade" fosse substituído por "com crueldade de</p><p>requintes", continuaria a indicar um modo de ação.</p><p>Está(ão) correta(s)</p><p>a) apenas I.</p><p>b) apenas II.</p><p>c) apenas III.</p><p>d) apenas I e II.</p><p>e) apenas II e III.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>TEXTO I</p><p>APRENDENDO COM O PRIMATA</p><p>Atual e instigante a reportagem "A outra face do macaco" (número 10, ano 12). O</p><p>comportamento animal contribui para a compreensão do problema da violência premeditada</p><p>entre os humanos. E pode também indicar possíveis soluções.</p><p>(Édison Miguel - Goiânia, GO)</p><p>TEXTO II</p><p>O MACACO NÃO ESTÁ CERTO</p><p>Fiquei muito impressionada com a violência e a rivalidade que existe entre as tribos de</p><p>macacos. Sempre tive outra imagem dos primatas. Para mim eles eram animais pacíficos e</p><p>inteligentes, mas agora percebo que se parecem mesmo com os humanos.</p><p>(Elaine Gomes - Santa Maria, RS)</p><p>TEXTO III</p><p>Página 24 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>O HOMEM É BEM PIOR</p><p>Comparar o instinto violento do chimpanzé com o do homem é algo cômico. Os</p><p>humanos já nascem com a mente voltada para as guerras e são infinitamente mais ferozes.</p><p>(José Reinaldo Coniutti - Cuiabá, MT)</p><p>DEZEMBRO, 1998 - SUPER</p><p>37. (Ufsm 2000) Classifique a oração introduzida pela palavra destacada em "Fiquei muito</p><p>impressionada com a violência e a rivalidade QUE existe entre as tribos de macacos".</p><p>Identifique o período em que a palavra sublinhada introduz uma oração de mesma</p><p>classificação.</p><p>a) Vi QUE a violência e a rivalidade existem entre as tribos de macacos.</p><p>b) Impressionou-me a informação QUE recebi sobre a violência e a rivalidade entre as tribos de</p><p>macacos.</p><p>c) A violência e a rivalidade são tão grandes entre as tribos de macacos QUE me impressionei.</p><p>d) A verdade é QUE a violência e a rivalidade existem entre as tribos de macacos.</p><p>e) É impressionante QUE existam violência e rivalidade entre as tribos de macacos.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>FOLHA DE S. PAULO</p><p>Sábado, 2 de setembro de 1995</p><p>PAINEL DO LEITOR</p><p>Pede-se que as cartas não ultrapassem 15 linhas e que contenham o nome completo,</p><p>assinatura, o endereço e se possível telefone. Para atender mais leitores a FOLHA se reserva</p><p>o direito de publicar trechos representativos das cartas recebidas.</p><p>TEXTO I</p><p>TORCIDAS</p><p>"Estamos todos assustados com as variadas formas de violência que assolam o país e</p><p>o mundo. O comportamento das torcidas organizadas é um pequeno exemplo do que faz o</p><p>homem dito 'moderno' ou 'civilizado' quando perde o controle e libera seus instintos animais</p><p>primitivos. A verdade</p><p>é que chegamos a este final de milênio, na era da informática,</p><p>massacrados por uma brutal competição dentro da própria espécie. Os valores e conceitos</p><p>estão tão distorcidos que a fina camada de verniz do comportamento humano se rompe com</p><p>facilidade, revelando que não somos mais do que bípedes primitivos da informática."</p><p>Flávio Tallarico (Descalvado, SP)</p><p>TEXTO II</p><p>"Como é fascinante presenciar um estádio repleto de torcedores promovendo uma festa</p><p>colorida, cantando hinos e gritos de guerra, criando alegorias diversas. Sem isso, o futebol</p><p>perde seu brilho e os jogadores perdem a motivação. Quando um cão tem pulgas, não se mata</p><p>o cão, eliminam-se as pulgas."</p><p>Marcos Moreno (Varginha, MG)</p><p>38. (Ufsm 2000) Analise o período a seguir:</p><p>Página 25 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>"A verdade é que chegamos a este final de milênio, na era da informática, massacrados POR</p><p>UMA BRUTAL COMPETIÇÃO dentro da própria espécie." (Texto I)</p><p>Em que alternativa o período contém um termo com função equivalente à do termo destacado?</p><p>a) Eles anseiam por uma torcida realmente organizada.</p><p>b) A violência impera por todos os lados.</p><p>c) O goleiro foi atacado por um torcedor.</p><p>d) Viveu por muitos anos, entre as torcidas.</p><p>e) Foi afastado por não se adaptar às normas do clube.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES:</p><p>Catar: regras e roupas para visitar o país da Copa do Mundo</p><p>Com normas rígidas em relação a vestuário e demonstrações públicas de afeto, o Catar é o</p><p>primeiro país muçulmano a receber uma Copa do Mundo</p><p>(Por Beatriz Neves, 26 jul 2022)</p><p>O Catar é o primeiro lugar do Oriente Médio a receber uma Copa do Mundo e, 1embora</p><p>esteja mais para Emirados Árabes do que para Arábia Saudita nos costumes, é um país</p><p>islâmico e tem hábitos muito diferentes para os padrões ocidentais. 2Autoridades locais já</p><p>anunciaram que 3pretendem afrouxar as rédeas para os visitantes que forem assistir a Copa do</p><p>Mundo, mas é preciso estar atento. 4Manifestações públicas de afeto, andar sem camisa ou</p><p>consumir bebida alcoólica não combinam com países muçulmanos e no Catar não seria</p><p>diferente. 5Uma das leis mais severas que tem preocupado a opinião pública é a que proíbe</p><p>relações entre pessoas do mesmo sexo e [prevê] pena de sete anos de prisão [para quem</p><p>desrespeitar essa lei]. Em 2021, o presidente do comitê da Copa do Mundo 2022, Nasser Al-</p><p>Khater, afirmou em entrevista à CNN que o país receberá bem todos os estrangeiros, inclusive</p><p>a comunidade LGBTQIA+. 6“A versão de que as pessoas não se sentem seguras aqui não é</p><p>real. 7Eu já disse isso e digo 8novamente, todos são bem-vindos (...). O Catar é um país</p><p>tolerante, acolhedor e hospitaleiro. 9Somos muito mais modestos e conservadores 10e é isso</p><p>que pedimos aos torcedores que respeitem. Respeitamos as diferentes culturas e 11esperamos</p><p>que outras culturas respeitem a nossa”, declarou Nasser.</p><p>Pequeno gigante</p><p>12O Catar é um pequeno país localizado na Península Arábica e faz fronteira com a</p><p>Arábia Saudita. 13Embora seja um dos menores países do mundo – ocupa uma área que é</p><p>metade do estado de Sergipe e possui cerca de 2 milhões de habitantes – é gigante quando se</p><p>fala em desenvolvimento, modernidade e infraestrutura. 14Graças à exportação de gás natural e</p><p>petróleo, 15o antigo protetorado britânico se tornou um dos países mais ricos do planeta, com</p><p>um PIB per capita que supera o da Suíça e o dos Estados Unidos.</p><p>16Com uma cartela de atrações luxuosas que se assemelham aos Emirados Árabes</p><p>Unidos, 17o Catar tem investido para ser reconhecido como um centro cultural, educacional e</p><p>tecnológico. [...]. Além disso, 85% da população é composta de expatriados, o que imprime</p><p>alguma tolerância nos costumes e acaba propiciando a formação de bolhas, com pessoas de</p><p>uma mesma nacionalidade convivendo mais intensamente. Confira a seguir algumas regras e</p><p>restrições que vigoram no Catar:</p><p>1. 18Cuidado com carinhos em público: 19Se para muitos de nós manifestações como beijos e</p><p>abraços são coisas corriqueiras, 20mesmo entre desconhecidos, no Catar a manifestação de</p><p>Página 26 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>afeto em público não é 21bem vista. 22O código penal do país enquadra beijos, abraços e</p><p>apertos de mãos entre pessoas do sexo oposto como atos obscenos.</p><p>2. O consumo de bebidas alcoólicas é proibido: [...] 23no Catar, o consumo de álcool em</p><p>público é proibido. 24Além disso, apenas estabelecimentos designados pela FIFA ou pelo</p><p>governo catari terão permissão para a comercialização [dessas bebidas]. Nos 25estádios, não</p><p>haverá venda de bebidas alcoólicas, já nas 26áreas chamadas hospitality, 27onde estarão os</p><p>torcedores VIP e SuperVIP, as vendas deverão acontecer. [...]</p><p>3. 28Regata e calça rasgada nem pensar: Como em qualquer país muçulmano, no Catar, a</p><p>religião também dita o estilo de vida da população, 29influenciando hábitos cotidianos e até</p><p>as vestimentas. Visitantes homens não podem, em público, exibir peitoral e coxas. Para as</p><p>mulheres, o indicado são saias abaixo do joelho, camisetas e nada de decotes, 30mini-blusas,</p><p>transparências ou roupas justas.</p><p>4. Relações LGBTQIA+: No Catar, relações entre pessoas do mesmo sexo são ilegais (...).</p><p>31Ainda assim, Nasser Al-Khater, presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo de</p><p>2022, afirmou que os torcedores da comunidade LGBTQIA+ são bem-vindos ao país, mas</p><p>atos de carinho em público serão 32mal vistos, tanto entre torcedores homossexuais quanto</p><p>heterossexuais. 33Segundo o comitê de comunicação da Copa do Catar, a polícia e as forças</p><p>de segurança estão recebendo treinamento antidiscriminatório específico antes do torneio e</p><p>34todas as pessoas são livres para reservar acomodação e ficarem juntas: “a vida privada</p><p>dos indivíduos não é nossa preocupação”, diz o comitê.</p><p>5. Cuidados com as fotografias: Filmar e fotografar pessoas sem autorização é crime no</p><p>Catar. A regra se estende para imagens de policiais e edifícios militares, o que pode levar à</p><p>prisão. 35Jornalistas que viajam a trabalho precisam de uma licença fornecida pela Agência</p><p>de Notícias do Catar (QNA). [...]</p><p>(Disponível em: https://viagemeturismo.abril.com.br/mundo/catar-regras-e-roupas-para-visitar-</p><p>o-pais-da-copa-do-mundo/. Adaptado. Acesso em 08 set. 2022)</p><p>39. (Upf 2023) No que concerne a aspectos sintático-semânticos do texto, está correto o que</p><p>se afirma em:</p><p>a) O pronome isso no fragmento “Eu já disse isso e digo novamente” (ref. 7) retoma a</p><p>afirmação do fragmento anterior: “A versão de que as pessoas não se sentem seguras aqui</p><p>não é real” (ref. 6). Esse movimento textual configura-se numa elipse por apagar os termos</p><p>apresentados anteriormente, retomando-os por meio de um pronome, o que se configura</p><p>como uma estratégia coesiva que evita a repetição.</p><p>b) No fragmento: “Uma das leis mais severas que tem preocupado a opinião pública é a que</p><p>proíbe relações entre pessoas do mesmo sexo” (ref. 5), o verbo “tem” deveria estar</p><p>acentuado, pois concorda com “leis”, que está no plural, por mais que esteja determinado</p><p>pela expressão “uma das”.</p><p>c) O não uso do acento indicativo de crase nos enunciados “esperamos que outras culturas</p><p>respeitem a nossa” (ref. 11) e “Jornalistas que viajam a trabalho” (ref. 35), justifica-se pela</p><p>mesma razão: a não exigência da preposição “a” pelos verbos em questão: “respeitem” e</p><p>“viajam”.</p><p>d) A regência do verbo assistir depende do sentido que constrói em seu uso. No fragmento</p><p>“Autoridades locais já anunciaram que pretendem afrouxar as rédeas para os visitantes que</p><p>forem assistir a Copa do Mundo, mas é preciso estar atento” (ref. 2), no termo em destaque</p><p>não há acento indicativo de crase porque o verbo assistir, nesse caso, constrói o sentido de</p><p>cuidar, acompanhar, ajudar quem vai à Copa, por isso, “ficar atento”.</p><p>e) O pronome isso no fragmento “e é isso que pedimos aos torcedores que respeitem” (ref. 10)</p><p>retoma a afirmação anterior: “Somos muito mais modestos e conservadores” (ref. 9),</p><p>configurando-se numa anáfora pronominal.</p><p>40. (Upf 2023) Os elementos</p><p>coesivos garantem a apropriada relação de sentidos entre</p><p>diferentes partes de um texto. Considerando a leitura de “Catar: regras e roupas para visitar o</p><p>país da Copa do Mundo” e a sua coesão textual, observe os excertos apresentados a seguir,</p><p>os conectores destacados em negrito e os conectores apresentados entre parênteses na</p><p>sequência:</p><p>I. “embora esteja mais para Emirados Árabes do que para Arábia Saudita nos costumes” (ref.</p><p>Página 27 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>1) – (ainda que).</p><p>II. “Se para muitos de nós manifestações como beijos e abraços são coisas corriqueiras” (ref.</p><p>19) – (Embora).</p><p>III. “mesmo entre desconhecidos” (ref. 20) – (apesar de que).</p><p>IV. “Além disso, apenas estabelecimentos designados pela FIFA ou pelo governo catari terão</p><p>permissão para a comercialização” (ref. 24) – (Também).</p><p>V. “Ainda assim, Nasser Al-Khater (...) afirmou que os torcedores da comunidade LGBTQIA+</p><p>são bem-vindos ao país” (ref. 31) – (Contudo).</p><p>VI. “Segundo o comitê de comunicação da Copa do Catar” (ref. 33) – (Consoante).</p><p>Os conectores entre parênteses que expressam a mesma relação de sentido das</p><p>conjunções/locuções conjuntivas destacadas em negrito são, apenas:</p><p>a) I, III, IV e VI.</p><p>b) II, III, V e VI.</p><p>c) I, IV e VI.</p><p>d) II, III e V.</p><p>e) I, II, V e VI.</p><p>41. (Upf 2023) Observe os fragmentos do texto:</p><p>I. “o Catar tem investido para ser reconhecido como um centro cultural, educacional e</p><p>tecnológico” (ref. 17).</p><p>II. “pretendem afrouxar as rédeas para os visitantes que forem assistir a Copa do Mundo, mas</p><p>é preciso estar atento” (ref. 3).</p><p>III. “Segundo o comitê de comunicação da Copa do Catar” (ref. 33).</p><p>IV. “Se para muitos de nós manifestações como beijos e abraços são coisas corriqueiras” (ref.</p><p>19).</p><p>V. “Embora seja um dos menores países do mundo” (ref. 13).</p><p>As conjunções em destaque articulam, respectivamente, relações semântico-sintáticas de:</p><p>a) Explicação – condição – conformidade – concessão – adversidade.</p><p>b) Finalidade – adversidade – conformidade – condição – concessão.</p><p>c) Finalidade – adversidade – explicação – condição – concessão.</p><p>d) Explicação – adversidade – conformidade – alternância – concessão.</p><p>e) Finalidade – condição – explicação – alternância – adversidade.</p><p>42. (Upf 2023) No que refere às relações sintático-semânticas, observe os fragmentos a seguir</p><p>e as afirmações a eles relacionadas:</p><p>I. No fragmento “o Catar tem investido para ser reconhecido como um centro cultural,</p><p>educacional e tecnológico” (ref. 17), o termo destacado caracteriza-se como uma conjunção</p><p>comparativa, na medida em que estabelece uma ideia de comparação entre o Catar e um</p><p>centro cultural e educacional.</p><p>II. No fragmento “Se para muitos de nós manifestações como beijos e abraços” (ref. 19), o</p><p>termo destacado é uma preposição que exemplifica as manifestações.</p><p>III. No fragmento “O código penal do país enquadra beijos, abraços e apertos de mãos entre</p><p>pessoas do sexo oposto como atos obscenos” (ref. 22), o termo destacado é uma</p><p>conjunção subordinada conformativa, pois explicita que beijos, abraços e apertos de mãos</p><p>são tratados conforme termos do código penal.</p><p>IV. No fragmento “Com uma cartela de atrações luxuosas que se assemelham aos Emirados”</p><p>(ref. 16), o termo destacado é um pronome relativo, pois refere-se à expressão “atrações</p><p>luxuosas”.</p><p>V. No fragmento “esperamos que outras culturas respeitem a nossa” (ref. 11), o termo</p><p>destacado é uma conjunção integrante, pois relaciona-se ao verbo “esperamos”.</p><p>Está correto apenas o que se afirma em:</p><p>a) I, II, III e V.</p><p>b) II, III e IV.</p><p>c) I, III e IV.</p><p>d) I, IV e V.</p><p>Página 28 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>e) II, III e V.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>O que nos torna pouco competitivos?</p><p>Renato Rozental</p><p>Lamentar a morte de mais de meio milhão de brasileiros por covid-19 é pouco. Esta é uma</p><p>discussão de resposta muito clara, quase óbvia. 1Se tivéssemos capacidade interna,</p><p>poderíamos ter suprido parte das necessidades do mercado e reduzido o impacto da pandemia</p><p>no sistema de saúde em tempo hábil. O quadro de calamidade é resultado de décadas de</p><p>políticas de incentivo 2___ mera reprodução em vez de estímulo 3___ capacitação profissional e</p><p>ao domínio do processo produtivo.</p><p>Começar reproduzindo (‘copiando’) não é um problema. 4Basta lembrar 5da história do</p><p>nylon, fibra têxtil sintética patenteada pela empresa norte-americana DuPont em 1935 e 6usada</p><p>para provocar a indústria japonesa e fazê-la exportar menos seda. A resposta japonesa foi</p><p>7contundente e imediata: ‘copiar’ o processo de manufatura e produzir nylon 6 meses após a</p><p>desfeita. Atualmente, a China domina o mercado mundial de nylon, seguida por 8Estados</p><p>Unidos, Japão e Tigres Asiáticos. 9Os chineses perceberam que, na era tecnológica, “o</p><p>caminho mais curto para crescer é apostar em três frentes: inovação, inovação e inovação”.</p><p>10Nesse contexto, 11pergunto: qual é o perfil da nossa indústria farmacêutica?</p><p>12Produzimos genéricos… até hoje. 13Mas a política 14de ‘genéricos’ tem como fragilidade o fato</p><p>de incluir apenas medicamentos cujas patentes já tenham expirado. 15O problema do</p><p>conhecimento tecnológico insuficiente e a dificuldade do nosso país em evoluir de ‘copiar’ para</p><p>‘inovar’ precisa ser tratado com prioridade e sem demagogia para romper o ciclo vicioso da</p><p>dependência tecnológica e trazer um diferencial competitivo.</p><p>O projeto de cranioplastia, reparo craniano extenso, pode ilustrar tanto a inovação</p><p>estimulada pela demanda como os entraves burocráticos ao desenvolvimento do produto. Pelo</p><p>lado clínico, 16___ cirurgias de reconstrução do crânio após remoção da calota craniana</p><p>envolvem um alto custo, incluindo a malha de titânio e porcelanato usada atualmente,</p><p>totalizando um gasto entre R$ 120 mil e R$ 200 mil por paciente, o que torna sua realização no</p><p>Sistema Único de Saúde (SUS) economicamente inviável. 17A cranioplastia faz-se necessária</p><p>não somente por razões estéticas – o que, por si só, já justificaria o procedimento –, mas</p><p>também para assegurar que o cérebro do paciente fique mais protegido e com melhor irrigação</p><p>sanguínea, resultando em melhoras cognitivas e comportamentais e facilitando 18___</p><p>reintrodução do indivíduo na sociedade. 19No momento, infelizmente, a implantação de</p><p>próteses cranianas é realizada pelo SUS somente mediante doação ou após sentença judicial,</p><p>considerando que o paciente corre risco de vida.</p><p>Nossa equipe desenvolveu uma solução utilizando uma prótese de polimetilmetacrilato</p><p>(PMMA) confeccionada durante o período da cirurgia, com resultados semelhantes 20e até</p><p>superiores aos das próteses de titânio e porcelanato disponíveis, mas com custo cerca de 20</p><p>vezes menor que o praticado no mercado, tornando o tratamento, em teoria, viável e acessível</p><p>à rede SUS. Estamos confiantes nos resultados das próteses feitas de PMMA, na análise dos</p><p>custos e na adequabilidade do produto para o mercado.</p><p>A ciência translacional não é algo que possa se embutir no sistema por decreto.</p><p>21Grandes organizações, públicas e privadas, estão amarradas nas suas próprias burocracias,</p><p>o que dificulta o processo criativo e de inovação. No contexto da inovação em saúde,</p><p>precisamos inserir formas de gestão flexíveis, ágeis, que envolvam tomadas de decisão</p><p>descentralizadas, permitindo a responsabilização de todos os atores envolvidos, de modo a</p><p>ampliar os espaços de criatividade e de ousadia na busca e na implementação de soluções.</p><p>22O que não dá para aceitar é continuar 23___ andar com o ‘freio de mão puxado’ e na</p><p>contramão do desenvolvimento sustentável.</p><p>24Por fim, a dicotomia entre público e privado já deveria ter sido ultrapassada. A saúde</p><p>é direito de todos e dever do Estado. 25Quem trabalha com inovação quer ver o produto</p><p>funcionando no mercado global. 26Certa vez, em 1995, tive a oportunidade de ouvir de Eric</p><p>Kandel (Universidade Columbia), Rodolfo Llinás (Universidade de Nova York) e Torsten Wiesel</p><p>(Universidade Rockfeller) uma previsão sobre o cenário de concessões</p><p>nos Institutos Nacionais</p><p>da Saúde (NIH) em 2015-2020: “quem não desenvolvesse uma ‘pílula’ para a sociedade como</p><p>resultado do seu projeto de pesquisa estaria fora do pool”. Tal visão está se tornando uma</p><p>realidade global. 27Pessoalmente, acredito que um dos compromissos mais preciosos que</p><p>Página 29 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>temos com a nossa população é o de proporcionar hoje, e não amanhã, uma solução para que</p><p>todos possam ser atendidos a tempo e desfrutem de boa qualidade de vida.</p><p>(ROZENTAL, Renato. O que nos torna pouco competitivos? [Centro de Desenvolvimento</p><p>Tecnológico em Saúde. Fundação Oswaldo Cruz e Instituto de Ciências Biomédicas.</p><p>Universidade Federal do Rio de Janeiro]. Matéria publicada em Ciência Hoje de 20 de agosto</p><p>de 2021. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/artigo/o-que-nos-torna-pouco-competitivos/.</p><p>Acesso em 18 de setembro de 2021). Texto adaptado para esta prova.</p><p>43. (Upf 2022) Observe as afirmações abaixo, considerando a função sintática desempenhada</p><p>pelos elementos destacados nas orações, e assinale a alternativa correta.</p><p>a) “contundente” (ref. 7) desempenha função sintática de adjetivo.</p><p>b) “... Estados Unidos, Japão e Tigres Asiáticos” (ref. 8) desempenham a função sintática de</p><p>adjunto adverbial de modo.</p><p>c) “de ‘genéricos’” (ref. 14) desempenha função sintática de adjunto adnominal, uma vez que</p><p>seu emprego é obrigatório para a construção sintático-semântica do período.</p><p>d) “quem” (ref. 25) desempenha função sintática de objeto direto.</p><p>e) “da história do nylon” (ref. 5) desempenha a função sintática de objeto indireto.</p><p>44. (Upf 2022) Assinale a alternativa correta, considerando as relações de sentido construídas</p><p>por meio dos articuladores sintático-semânticos, no contexto em que foram empregados.</p><p>a) No período “Basta lembrar da história do nylon, fibra têxtil sintética patenteada pela empresa</p><p>norte-americana DuPont em 1935 e usada para provocar a indústria japonesa e fazê-la</p><p>exportar menos seda.” (ref. 4), temos uma ideia de finalidade na sua última oração.</p><p>b) No período “A cranioplastia faz-se necessária não somente por razões estéticas – o que, por</p><p>si só, já justificaria o procedimento –, mas também para assegurar que o cérebro do paciente</p><p>fique mais protegido...” (ref. 17), o nexo “mas também” constrói uma relação de oposição, já</p><p>que se tem a presença da conjunção adversativa “mas”, reforçada pelo advérbio “também”.</p><p>c) No período “No momento, infelizmente, a implantação de próteses cranianas é realizada pelo</p><p>SUS somente mediante doação ou após sentença judicial, considerando que o paciente</p><p>corre risco de vida.” (ref. 19), o nexo “ou” traz uma ideia de inclusão, evidenciando as duas</p><p>condições que devem ser satisfeitas para a implantação de próteses cranianas.</p><p>d) No período “Por fim, a dicotomia entre público e privado já deveria ter sido ultrapassada.”</p><p>(ref. 24), o nexo “por fim” constrói uma ideia de consequência final decorrente do fato de o</p><p>problema da saúde ser dever do estado.</p><p>e) No período “Se tivéssemos capacidade interna, poderíamos ter suprido parte das</p><p>necessidades do mercado e reduzido o impacto da pandemia no sistema de saúde em</p><p>tempo hábil.” (ref. 1), o nexo “se” constrói uma relação de hipótese em relação ao que teria</p><p>acontecido com a vida das pessoas.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>A pandemia, o sentido da vida e a política</p><p>1A pandemia, o isolamento e o medo põem questões que vão mais além das relativas a</p><p>como levar uma vida “normal”, por produzirem indagações sobre o próprio sentido da vida.</p><p>2Em situações normais, as pessoas estão preocupadas com as atividades profissionais</p><p>e domésticas, tal 3como acontecem no dia a dia. 4Preocupações básicas são as que regem</p><p>este tipo de condição: 5a renda, a escola das crianças, a sociabilidade profissional e a familiar,</p><p>o amor, a amizade, o ir às compras. 6Já em situações como esta que estamos vivendo, as</p><p>preocupações são de outra ordem: 7a doença, o medo da morte, a possível falta de</p><p>mantimentos, a manutenção do emprego, a redução da renda, o isolamento, a pergunta pelo</p><p>amanhã.</p><p>Uma analogia possível é com a condição de 8guerra. 9Nesta, a saída abrupta da</p><p>normalidade é imediatamente sentida: a existência humana é mostrada em sua fragilidade, a</p><p>emergência toma conta do dia a dia. A morte abrupta surge para cada um como uma realidade,</p><p>seja ela militar, seja civil. 10No entanto, os sentimentos e emoções daí resultantes não são</p><p>necessariamente os mesmos, pois as pessoas não se isolam, mas vêm a cumprir uma função</p><p>social junto ao Estado, sob a forma da defesa da pátria. 11A morte ganha, nesse aspecto,</p><p>Página 30 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>sentido.</p><p>A 12morte é uma questão existencial primeira da condição humana, 13essa que coloca o</p><p>homem diante do nada, do limite da condição humana. Ela é o horizonte de cada um, por mais</p><p>que pensemos nela ou não. A significação da morte no fim da vida faz com que as pessoas se</p><p>preparem para isso, tanto individual quanto familiarmente. Retiram-se progressivamente,</p><p>planejam pelo testamento a sucessão dos bens, acostumam-se à ideia. Alguns recorrem à</p><p>religião, acreditando em outra vida. No caso de a morte acontecer numa guerra, ela adquire a</p><p>significação de que o indivíduo é membro de uma comunidade, sendo assim compreendida</p><p>pelo Estado e pelos seus próximos. No momento, porém, em que a redução do ciclo natural se</p><p>dá sob a forma de uma doença coletiva, é como se o sem sentido ganhasse a forma do</p><p>absurdo.</p><p>Uma significação que surge no contexto de pandemia é a de a pessoa sentir-se</p><p>abandonada pela vida, abandonada por aqueles que com ela conviviam, salvo os que terminam</p><p>compartilhando a mesma reclusão. 14Uma expressão do abandono é a solitude e a</p><p>introspecção. 15O mundo torna-se uma ameaça. Há formas de mitigação, como o telefone e as</p><p>redes sociais, que tornam viável um modo de substituição da presença física. Mas há algo aqui</p><p>que faz enorme diferença: a presença física do outro, o olhar, o toque, a expressão física do</p><p>sentimento. O beijo e o abraço desaparecem.</p><p>16As pessoas reclusas sentem necessidade dos seus. Algumas ficam mais vulneráveis</p><p>por viverem sozinhas, outras se agrupam em seus núcleos familiares mais próximos, em todo</p><p>caso o seu número deve ser necessariamente reduzido. Outras que vivem na miséria têm</p><p>esses sentimentos ainda mais potencializados. 17O contato presencial das pessoas, para além</p><p>desses núcleos, é rompido. Em seu lugar surgem outros instrumentos de comunicação, as</p><p>redes sociais obtendo aí protagonismo maior. 18Acontece, 19contudo, que 20a comunicação</p><p>virtual entre as pessoas passa a ser mediada por outro tipo de comunicação, a social/digital,</p><p>que se faz por notícias e informações.</p><p>Do ponto de vista da informação, tudo vale nas redes sociais, notícias verídicas como</p><p>falsas. 21As redes podem, 22assim, tornar-se instrumentos poderosos de desinformação,</p><p>divulgando o que se denomina fakenews, tendo como objetivo aumentar a insegurança das</p><p>pessoas, tornando-as ainda mais vulneráveis. O descontrole pode adquirir uma conotação</p><p>política, alheia à saúde pública.</p><p>23A faceta política do medo da morte e do abandono consiste numa presença maior do</p><p>Estado como provedor da segurança perdida, enquanto possível solução de uma morte</p><p>prematura e do abandono. 24Numa situação de epidemia, as pessoas tendem a pedir a</p><p>intervenção do Estado, fornecendo-lhes condições de existência. Na guerra, o Estado toma a</p><p>decisão de atacar outro país ou de se defender; na epidemia, a sociedade é atacada por um</p><p>inimigo invisível, sem que o Estado nada tenha podido fazer.</p><p>O 25coronavírus, nova versão, é um inimigo que se expande, se infiltra e ameaça a vida</p><p>de cada um. 26Desconhece fronteiras e não aceita nenhum controle estatal. Não tem medo de</p><p>nada, 27embora faça medo a todos. 28Tem a forma do invisível, que só é sentido quando toma</p><p>conta do corpo das pessoas. 29Palavras não têm sobre ele nenhum efeito, apenas medidas</p><p>concretas.</p><p>30Eis por</p><p>que discursos demagógicos não têm sobre ele nenhum efeito, tampouco</p><p>sobre os cidadãos, que sentem a sua ameaça próxima. Leem e escutam sobre o número</p><p>crescente de mortos, de infectados, e se perguntam se não serão eles os próximos. 31Não</p><p>podem, evidentemente, compreender que se possa tratar de uma “histeria”, de uma “fantasia”,</p><p>pois a presença do inimigo invisível é real. Discursos técnicos, sensatos, de combate à doença</p><p>tomam o lugar da demagogia, por serem eficazes nesta luta, os cidadãos podendo neles se</p><p>reconhecer.</p><p>(ROSENFIELD, Denis Lerrer. A pandemia, o sentido da vida e a política. Publicado em O</p><p>Estado de S. Paulo de 30 de março de 2020. Disponível</p><p>em:https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-aberto,a-pandemia-o-sentido-da-vida-e-a-</p><p>politica,70003252502). Acesso em 30 de março de 2020.</p><p>45. (Upf 2021) Analise as seguintes afirmações, considerando elementos que organizam a</p><p>sintaxe do texto, e marque a alternativa correta:</p><p>a) No enunciado “A pandemia, o isolamento e o medo põem questões que vão mais além das</p><p>relativas a como levar uma vida ‘normal’, por produzirem indagações sobre o próprio sentido</p><p>Página 31 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>da vida” (ref. 1), o verbo “põem” concorda com o sujeito “a pandemia, o isolamento e o</p><p>medo”; já o verbo “produzirem” concorda com o sujeito “indagações”.</p><p>b) No enunciado “No entanto, os sentimentos e emoções daí resultantes não são</p><p>necessariamente os mesmos, pois as pessoas não se isolam, mas vêm a cumprir uma</p><p>função social junto ao Estado, sob a forma da defesa da pátria.” (ref. 10), a expressão “os</p><p>mesmos” é sujeito, pois retoma “os sentimentos e emoções”.</p><p>c) No enunciado “a renda, a escola das crianças, a sociabilidade profissional e a familiar, o</p><p>amor, a amizade, o ir às compras.” (ref. 5), o acento indicativo de crase justifica-se em</p><p>função de o verbo “ir” pedir a preposição “a” e o substantivo “compras” pedir o artigo</p><p>feminino “as”.</p><p>d) No enunciado “Tem a forma do invisível, que só é sentido quando toma conta do corpo das</p><p>pessoas. Palavras não têm sobre ele nenhum efeito, apenas medidas concretas.” (ref. 28), o</p><p>verbo “tem” não é acentuado porque se refere ao sujeito simples “coronavírus (ref. 25); o</p><p>“têm” está acentuado, pois se refere ao sujeito composto “palavras” (ref. 29).</p><p>e) No enunciado “O contato presencial das pessoas, para além desses núcleos, é rompido.”</p><p>(ref. 17), o verbo “é” está mal empregado, pois deveria estar no plural, já que concorda com</p><p>a locução “das pessoas”.</p><p>46. (Upf 2021) Considere as seguintes informações:</p><p>I. No enunciado “As pessoas reclusas sentem necessidade dos seus” (ref. 16), encontramos</p><p>um complemento nominal: “dos seus”.</p><p>II. No enunciado “As redes podem, assim, tornar-se instrumentos poderosos de desinformação,</p><p>divulgando o que se denomina fakenews, tendo como objetivo aumentar a insegurança das</p><p>pessoas, tornando-as ainda mais vulneráveis” (ref. 21), a expressão “as” classifica-se como</p><p>objeto direto e colabora na construção sintática do texto, na medida em que evita repetição</p><p>de termos.</p><p>III. No enunciado “Numa situação de epidemia, as pessoas tendem a pedir a intervenção do</p><p>Estado, fornecendo-lhes condições de existência.” (ref. 24), o pronome “lhes” classifica-se</p><p>como objeto indireto e colabora na construção coesiva do texto, na medida em que evita</p><p>repetir termo da oração anterior.</p><p>IV. No enunciado “O mundo torna-se uma ameaça” (ref. 15), temos um sujeito indeterminado</p><p>em função da partícula “se” que marca essa indeterminação.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) II e III, apenas.</p><p>b) III e IV, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:</p><p>No país da biodiversidade, faltam recursos para gerir os nossos parques</p><p>1Quem já visitou 2algum 3parque brasileiro certamente se surpreendeu com 4tamanha</p><p>exuberância cênica 5desses locais. 6Não por acaso, 7nossos parques conservam uma rica</p><p>biodiversidade − uma das maiores do mundo − cuja excepcionalidade projetou algumas</p><p>8dessas áreas ao patamar de patrimônio natural da humanidade. 9Enquanto a natureza nos dá</p><p>motivos de sobra para enaltecer nossos parques, 10a realidade de escassez e limitação de</p><p>recursos para a gestão e manutenção dessas áreas tem comprometido grande parte do seu</p><p>potencial gerador de desenvolvimento, saúde e bem-estar − para não mencionar a</p><p>vulnerabilidade a que sua fauna e flora ficam expostas.</p><p>11Esse retrato de limitações foi capturado na edição recém-lançada da pesquisa</p><p>Diagnóstico de Uso Público em Parques Brasileiros: A Perspectiva da Gestão, produzida pelo</p><p>Instituto Semeia junto a equipes gestoras de 370 parques de todas as regiões, biomas e níveis</p><p>governamentais do país. 12O sinal de alerta dessa escassez foi declarado por 67% dos</p><p>respondentes, que afirmaram não contar com subsídios − humanos e financeiros − necessários</p><p>para a realização de suas atividades no parque.</p><p>13Ainda de acordo com a pesquisa, grande parte (49%) das equipes que administram</p><p>essas áreas conta somente com até 10 funcionários, ao passo que 9% possuem apenas um</p><p>Página 32 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>colaborador. Na prática, isso quer dizer que, no caso dos parques nacionais, há um único</p><p>responsável, em média, por quase 11 mil hectares − o que equivale a cerca de 11 mil campos</p><p>de futebol. 14Já na esfera estadual, seria um funcionário para, aproximadamente, 2 mil hectares</p><p>e, na municipal, um funcionário para 58 hectares.</p><p>15Quando o assunto é a gestão financeira desses espaços, além da escassez de</p><p>recursos, o cenário é também de falta de informação: 40% dos respondentes declaram não ter</p><p>acesso aos dados orçamentários das unidades em que atuam. Entre os que têm acesso a</p><p>esses números, seja de forma parcial ou total, o valor médio do orçamento em 2019 para os</p><p>parques federais foi de R$ 790 mil, para os municipais, de R$ 800 mil, e os estaduais, R$ 9,6</p><p>milhões.</p><p>16Para se ter uma ideia, o National Park Service (órgão norte-americano responsável</p><p>por 421 unidades distribuídas em 34 milhões de hectares) teve em 2019 um orçamento de USD</p><p>2,4 bilhões. No mesmo ano, o orçamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da</p><p>Biodiversidade (ICMBio) foi de USD 142,6 milhões (em reais, 791 milhões), para administrar</p><p>uma área cinco vezes maior (se considerarmos unidades de conservação terrestres e</p><p>marinhas).</p><p>17Tudo isso se reflete nas condições de visitação e no uso público dos parques</p><p>brasileiros. 18Mais da metade declara não contar com infraestrutura básica para receber</p><p>visitantes − como banheiros e estacionamento, por exemplo. E, entre as unidades que</p><p>receberam visitantes em 2019 (79%), apenas 7% afirmam contar com uma estrutura que</p><p>garante plenamente as necessidades básicas de visitação, enquanto somente 11% consideram</p><p>que a manutenção das estruturas está em excelente estado.</p><p>19Esses dados evidenciam uma triste contradição: 20se, por um lado, nossos parques</p><p>possuem belezas naturais únicas, equipes altamente qualificadas e experientes, além de um</p><p>potencial turístico promissor, por outro, tudo isso se arrefece com a precariedade observada na</p><p>implementação e manutenção das atividades de uso público na maioria deles. Basta pensar</p><p>que, em 2019, o Brasil foi listado pelo Fórum Econômico Mundial como 2º lugar em recursos</p><p>naturais, mas figura somente na 32ª colocação do ranking global de competitividade turística.</p><p>21Alcançar um patamar condizente à altura do nosso capital natural é mais do que</p><p>possível. 22Para isso, faz-se necessário fortalecer os órgãos gestores dessas áreas e avançar</p><p>numa agenda mais moderna, empreendedora e sustentável voltada à gestão desses espaços.</p><p>E, nesse sentido, as parcerias e concessões podem ser uma alternativa possível − já</p><p>experimentadas em alguns parques brasileiros internacionalmente reconhecidos como Igraçu e</p><p>Chapada dos Veadeiros, por exemplo − para apoiar as equipes gestoras a potencializar a</p><p>visitação, o turismo e a conservação. 23Afinal de contas, quanto</p><p>mais os brasileiros conhecerem</p><p>o seu patrimônio natural, maior será a conscientização sobre o valor e a necessidade de cuidar</p><p>dessas áreas.</p><p>(HADDAD, Mariana (Coordenadora de Conhecimento do Instituto Semeia e responsável pela</p><p>pesquisa); REZENDE, Aline (Coordenadora de Comunicação do Instituto Semeia). No país da</p><p>biodiversidade, faltam recursos para gerir os nossos parques. Publicado em Exame de 27 de</p><p>abril de 2021. Disponível em: https://exame.com/blog/opiniao/no-pais-da-biodiversidade-faltam-</p><p>recursos-para-gerir-os-nossos-parques/. Acesso em 02 de maio de 2021). Texto adaptado para</p><p>esta prova.</p><p>47. (Upf 2021) Sabemos que a coesão nominal se manifesta pelo uso de artigos, pronomes e</p><p>expressões associadas entre si. Ao retomar informações, tal fator de textualidade pode</p><p>categorizá-las e avaliá-las, expressando o ponto de vista do locutor em relação ao que é dito.</p><p>Considerando os seguintes casos de coesão nominal no texto:</p><p>I. No primeiro parágrafo do texto, a coesão nominal é garantida pelo uso de pronomes</p><p>demonstrativos, como se verifica em "desses locais" (ref. 5), que retoma "algum parque</p><p>brasileiro" (ref. 2), e também em "dessas áreas" (ref. 8), que retoma "nossos parques" (ref. 7).</p><p>II. Os parágrafos 2, 6 e 7 do texto são introduzidos por expressões anafóricas, a saber: "Esse</p><p>retrato de limitações" (ref. 11), "Tudo isso" (ref.17) e "Esses dados" (ref. 19). Tais</p><p>expressões formadas com pronomes demonstrativos retomam, respectivamente,</p><p>informações contidas nos parágrafos antecedentes.</p><p>III. A expressão "tamanha exuberância cênica" (ref. 4), ao referir-se a "parque brasileiro" (ref.</p><p>Página 33 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>3), não expressa nenhum ponto de visto do locutor e, portanto, configura-se como uma</p><p>expressão totalmente neutra de avaliações.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) II, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>48. (Upf 2021) Considere, primeiramente, o excerto abaixo (ref. 13) e, posteriormente, uma</p><p>possível reescrita dos elementos que o compõem.</p><p>Excerto:</p><p>Ainda de acordo com a pesquisa, grande parte (49%) das equipes que administram essas</p><p>áreas conta somente com até 10 funcionários, ao passo que 9% possuem apenas um</p><p>colaborador. Na prática, isso quer dizer que, no caso dos parques nacionais, há um único</p><p>responsável, em média, por quase 11 mil hectares − o que equivale a cerca de 11 mil campos</p><p>de futebol.</p><p>Reescrita:</p><p>Ainda __________ a pesquisa, grande parte (49%) das equipes que administram ______ áreas</p><p>conta somente com até 10 funcionários, ____________ 9% ____________ apenas um</p><p>colaborador. Na prática, isso quer dizer que, no caso dos parques nacionais, há um único</p><p>responsável, em média, por quase 11 mil hectares − o que equivale a cerca de 11 mil campos</p><p>de futebol.</p><p>Para que se mantenha o sentido original do excerto, a única alternativa que permite preencher</p><p>adequadamente as lacunas do trecho reescrito é:</p><p>a) "para", "estas", "visto que", "contêm".</p><p>b) "segundo", "tais", "à proporção que", "têm".</p><p>c) "consoante", "aquelas", "enquanto", "possui".</p><p>d) "conforme", “estas", "já que", "tem".</p><p>e) "segundo", "aquelas", "uma vez que", "contém”.</p><p>49. (Upf 2021) Considere as seguintes afirmações:</p><p>I. No enunciado “Afinal de contas, quanto mais os brasileiros conhecerem o seu patrimônio</p><p>natural, maior será a conscientização sobre o valor e a necessidade de cuidar dessas áreas.”</p><p>(ref. 23), os termos “quanto mais” e “maior” trazem uma ideia de proporcionalidade.</p><p>II. No enunciado “se, por um lado, nossos parques possuem belezas naturais únicas, equipes</p><p>altamente qualificadas e experientes, além de um potencial turístico promissor, por outro,</p><p>tudo isso se arrefece com a precariedade observada na implementação e manutenção das</p><p>atividades de uso público na maioria deles.” (ref. 20), o termo “se”, nos dois casos, traz a</p><p>ideia de condição ao período.</p><p>III. No enunciado “Para isso, faz-se necessário fortalecer os órgãos gestores dessas áreas e</p><p>avançar numa agenda mais moderna, empreendedora e sustentável voltada à gestão</p><p>desses espaços.” (ref. 22), a expressão “para isso” desempenha uma função coesiva</p><p>responsável pela progressão sintático-semântica do texto.</p><p>IV. No enunciado “Enquanto a natureza nos dá motivos de sobra para enaltecer nossos</p><p>parques...“ (ref. 9), a conjunção “enquanto” poderia ser substituída pela locução conjuntiva</p><p>“uma vez que”, sem prejuízo ao sentido do texto, já que ambas trazem uma ideia de causa</p><p>ao enunciado.</p><p>Está correto apenas o que se afirma em:</p><p>a) I e III.</p><p>b) I e II.</p><p>c) III e IV.</p><p>d) II e IV.</p><p>e) I, III e IV.</p><p>Página 34 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>Jovem que agrediu professora em SC não foi morto a tiros</p><p>Blog especializado em inventar notícias falsas para o WhatsApp publicou que adolescente foi</p><p>executado com oito tiros</p><p>1Assim como a maioria das notícias de grande repercussão, o caso da agressão de um aluno</p><p>de 15 anos a uma professora dentro de uma escola municipal no interior de Santa Catarina é</p><p>tema para boatos espalhados no WhatsApp e em redes sociais.</p><p>Nos últimos dois dias, circula a notícia falsa de que o 2adolescente 3que agrediu a professora</p><p>Márcia de Lourdes Friggi teria sido executado com oito tiros, em um possível “crime de</p><p>vingança”.</p><p>À parte uma vírgula mal colocada e outra ausente, 4esse é um caso raro de 5boato propagado</p><p>na internet em que não abundam erros de pontuação e grafia. A informação, nem por isso,</p><p>deixa de ser a mais pura ficção.</p><p>Outro 6indício 7de que a notícia é falsa é a ausência dessa informação em grandes veículos de</p><p>imprensa, que têm coberto o caso da agressão desde o princípio.</p><p>(UOL. 08/09/2017. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/me-engana-que-eu-posto/jovem-</p><p>que-agrediu-professora-em-sc-nao-foi-morto-a-tiros/. Adaptado. Acesso em: 2 set. 2017)</p><p>50. (Upf 2018) No que concerne a aspectos gramaticais do texto acima, é incorreto o que se</p><p>afirma em:</p><p>a) Depreende-se das ideias do texto que, em geral, boatos que circulam na internet têm vários</p><p>erros de estrutura e de linguagem.</p><p>b) O pronome “esse” (referência 4) está empregado incorretamente, pois se refere ao termo</p><p>“boato” (referência 5), que ainda será apresentado. Portanto, o autor do texto deveria ter</p><p>usado “este”.</p><p>c) Há elementos no texto que permitem deduzir que, com exceção de detalhes, o boato foi</p><p>escrito em conformidade com a norma culta da língua portuguesa.</p><p>d) Em “Assim como a maioria das notícias de grande repercussão” (referência 1), o advérbio</p><p>“Assim” poderia ser retirado do trecho, sem prejuízo para a compreensão ou para o contexto.</p><p>e) As orações “que agrediu a professora Márcia de Lourdes Friggi” (referência 3) e “de que a</p><p>notícia é falsa” (referência 7), classificam-se de maneiras diferentes, uma vez que a primeira</p><p>restringe o sentido do termo “adolescente” (referência 2) e a segunda complementa o termo</p><p>“indício” (referência 6).</p><p>51. (Upf 2018) Em cada uma das alternativas a seguir, são apresentados um trecho do texto</p><p>“Jovem que agrediu professora em SC não foi morto a tiros” e uma proposta de reescrita desse</p><p>trecho. Assinale a alternativa em que essa reescrita está em desacordo com o sentido</p><p>originalmente proposto.</p><p>Página 35 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>a</p><p>)</p><p>Assim como a maioria das notícias de</p><p>grande repercussão, o caso da agressão</p><p>de um aluno de 15 anos a uma professora</p><p>dentro de uma escola municipal no</p><p>interior de Santa Catarina é tema para</p><p>boatos espalhados no WhatsApp e em</p><p>redes sociais (1º parágrafo).</p><p>A exemplo do que ocorre com a maioria</p><p>das notícias de grande repercussão, o</p><p>caso da agressão a uma professora de</p><p>um aluno de 15 anos dentro de uma</p><p>escola municipal no interior de Santa</p><p>Catarina é tema para boatos espalhados</p><p>no WhatsApp e em redes sociais.</p><p>b</p><p>)</p><p>Nos últimos dois dias, circula a notícia</p><p>falsa de que o adolescente que agrediu a</p><p>professora Márcia de Lourdes Friggi teria</p><p>sido executado</p><p>com oito tiros, em um</p><p>possível “crime de vingança” (2º</p><p>parágrafo)</p><p>Nos últimos dois dias, circula a falsa</p><p>notícia de que, em um possível “crime de</p><p>vingança”, teria sido executado, com oito</p><p>tiros, o adolescente que agrediu a</p><p>professora Márcia de Lourdes Friggi.</p><p>c) À parte uma vírgula mal colocada e outra</p><p>ausente, esse é um caso raro de boato</p><p>propagado na internet em que não</p><p>abundam erros de pontuação e grafia (3º</p><p>parágrafo).</p><p>Embora com uma vírgula mal colocada e</p><p>outra ausente, esse é um caso raro de</p><p>boato propagado na internet em que não</p><p>abundam erros de pontuação e grafia.</p><p>d</p><p>)</p><p>A informação, nem por isso, deixa de ser</p><p>a mais pura ficção (3º parágrafo).</p><p>Isso não faz, no entanto, com que a</p><p>informação deixe de ser a mais pura</p><p>ficção.</p><p>e</p><p>)</p><p>Outro indício de que a notícia é falsa é a</p><p>ausência dessa informação em grandes</p><p>veículos de imprensa, que têm coberto o</p><p>caso da agressão desde o princípio (4º</p><p>parágrafo).</p><p>Outro indício de que a notícia não é</p><p>verdadeira está ligado ao fato de que</p><p>essa informação não foi noticiada por</p><p>grandes veículos de imprensa, os quais</p><p>têm coberto o caso da agressão desde o</p><p>princípio.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:</p><p>O legado simbólico está garantido</p><p>Legado é uma palavra perigosa quando aplicada a 1eventos que alavancam o uso de dinheiro</p><p>público em infraestrutura, pois é um substantivo futuro empregado como argumento para</p><p>justificar gastos bilionários em obras. 2Numa cidade de um país em que as propinas vêm sendo</p><p>regra em empreitadas que podem ruir ou se transformar em 3elefantes brancos, 4falar em</p><p>legado material no finzinho de um evento é uma aposta no escuro.</p><p>Quando a 5Força Nacional e os esquemas especiais que fizeram o 6Rio parecer 7um modelo de</p><p>cidadania e organização durante os 15 dias de 2016 deixarem 8a cidade, o carioca vai cair na</p><p>real e “no real”, no sentido lacaniano: as forças ocultas de nosso abismo vão continuar</p><p>insistindo em “não se inscrever” na consciência que temos de seus resultados. 9A cidade,</p><p>Página 36 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>partida por algo monstruoso, subterrâneo, renascerá: UPPs na lona, milícias, violência policial,</p><p>Estado falido e acéfalo, calamidade na saúde, a baía poluída.</p><p>10Há, contudo, um legado imaterial que, paradoxalmente, é mais fácil de ser constatado,</p><p>aferido, e até comprovado desde já: 11o Rio, quando recursos são alocados para onde devem,</p><p>pode 12ser a cidade que gostaria de ser. E sentimos 13esse gosto, como uma promoção por</p><p>tempo determinado. O improviso desse exemplo, motivado por um dinheiro de exceção (do COI</p><p>e das obras), trouxe para o carioca um espelho ideal de si mesmo, refletido em bilhões de</p><p>televisores e monitores Brasil adentro e mundo afora.</p><p>14A não ser que algo ainda aconteça nessa segunda-feira que já amanheceu e segue o giro das</p><p>1524 horas finais da despedida, 16a experiência mágica da Olimpíada transcorreu sem acidentes</p><p>especialmente graves, sem desmoronamentos, sem vexames organizacionais, sem mortes de</p><p>atletas atacados por mosquitos, sem ondas descontroladas de assaltos ou violência e sem</p><p>atentados terroristas.</p><p>17O “eu acredito” gritado nas competições flutuou também na esfera do acreditar na cidade, no</p><p>país, um “Yes, we can” lastreado em histórias como a da judoca Rafaela: apesar do descaso</p><p>do poder público, alguém pode sair da Cidade de Deus e ir morar no Olimpo por algumas</p><p>temporadas. A fama de mais bela cidade do mundo se cristalizou, a gentileza e a amizade dos</p><p>cariocas foi exaltada, a troca cultural foi intensa e frutífera. (...) O incidente dos banheiros</p><p>australianos na Vila Olímpica terminou com o canguru de pelúcia na mão do prefeito, e teve</p><p>alta simbologia: depois do susto, não se soube de outra delegação que reclamasse</p><p>ostensivamente, e o canguru acabou como amuleto invertido do sucesso dos 18Jogos. 19A água</p><p>verde de algumas piscinas acabou dando até um charme à paleta multicolorida do 20evento,</p><p>apesar de alguns olhos irritados. De resto, as instalações funcionaram como uma caixinha de</p><p>música, com muita música, por sinal.</p><p>O metrô (com a Linha 4 cercada de suspeitas inevitáveis), as filas de BRT com ônibus a cada</p><p>15 segundos, os trens, as passarelas: quem circulou não teve do que reclamar, não houve</p><p>21tumultos, pisoteamentos. Foi um bom exercício, mas atenção: a maquiagem termina hoje.</p><p>Circulando, circulando, vamos saber. Mas não teve quebra-quebra nem hooligans (coisa de</p><p>Eurocopa), a não ser, claro, 22a gangue mijona de nadadores americanos liderada por Ryan</p><p>Lochte, o mané modelo dos Jogos.</p><p>Trapalhada que, aliás, pode ser considerada uma espécie de cereja no bolo do 23legado</p><p>imaterial, e 24com alto poder marquetológico: o único 25assalto a atletas foi uma farsa de</p><p>estrangeiros e, 26ainda que os seguranças do posto tenham agido de maneira não exatamente</p><p>exemplar, 27o assunto virou top story em grandes redes de TV ianques, e a maior</p><p>superpotência do planeta se curvou 28ao Brasil. (...)</p><p>29Paralelamente, outro atleta americano, Michael Phelps, em postagem no seu Twitter, disse já</p><p>estar com saudades do Brasil, de seu povo, de sua beleza. 30Totalmente abrasileirado, Usain</p><p>Bolt, na final do futebol, em que o Brasil conquistou o ouro contra a Alemanha, filmou o gol de</p><p>falta de Neymar e deve ser tema de desfile de escola de samba ou convidado para desfilar em</p><p>2017. Na final do revezamento no Engenhão, o homem mais rápido do mundo, agora</p><p>aposentado e desempregado, mostrou que já sabe sambar. (...)</p><p>31Bem mais tarimbado, outro profissional do “NYT”, o colunista e repórter Roger Cohen, que já</p><p>viveu no Brasil dos anos 1980, escreveu um artigo apontando o que mudou de lá para cá (era</p><p>correspondente durante o governo Sarney), a consciência que o país tem hoje de seus</p><p>problemas e o esforço que vem fazendo para superar a corrupção endêmica. Ele 32se disse</p><p>cansado de toda a aposta contra a realização a tempo das tarefas para os Jogos, da ladainha</p><p>idealizada sobre a selva-Brasil, e, com fina ironia, reclamou de se culpar o Rio por não ter</p><p>resolvido “todos os seus problemas sociais antes da Rio-2016”: “Há algo no mundo</p><p>desenvolvido que não gosta de um país em desenvolvimento que organiza um evento esportivo</p><p>de grande envergadura”, escreveu, terminando por dizer que não adianta: o Brasil será um dos</p><p>atores principais do século XXI.</p><p>Num mundo em que tudo é marca, esse “algo” que busca excluir o Brasil do futuro foi</p><p>Página 37 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>bombardeado pelo 33sucesso da Rio-2016, que virou uma trademark não só de nossa</p><p>visibilidade, mas de nossa viabilidade como cidade e como país. 34Este é o legado simbólico</p><p>mais forte. É preciso, porém, que a vontade de potência seja acompanhada pela vontade</p><p>política com um viés de vetor social. Do contrário, o ciclo de vida da nova marca será curto.</p><p>(BLOCH, Arnaldo. “O legado simbólico está garantido”. 22 de agosto de 2016. O Globo.</p><p>Adaptado. Disponível em http://oglobo.globo.com/esportes/o-legado-simbolico-esta-garantido-</p><p>19969374 .</p><p>Acesso em 22 ago. 2016)</p><p>52. (Upf 2017) Assinale a alternativa na qual se estabelece uma relação incorreta entre um</p><p>elemento do texto e o segmento ao qual ele se refere:</p><p>a) “A cidade” (ref. 8) – “Rio” (ref. 6).</p><p>b) “o assunto” (ref. 27) – “assalto a atletas” (ref. 25).</p><p>c) “Jogos” (ref. 18) – “evento” (ref. 20).</p><p>d) “experiência mágica” (ref. 16) – “24 horas finais da despedida” (ref. 15).</p><p>e) “esse gosto” (ref. 13) – “ser a cidade que gostaria de ser” (ref. 12)</p><p>53. (Upf 2017) Considerando as relações semântico-sintáticas estabelecidas no texto, analise</p><p>as afirmações a seguir e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.</p><p>( ) Mantendo-se a correção gramatical do texto, o segmento “Há, contudo, um legado</p><p>imaterial que, paradoxalmente, é mais fácil de ser constatado” (ref. 10) poderia ser</p><p>reescrito da seguinte forma: “Há, desse modo, um legado imaterial que, paradoxalmente,</p><p>é mais fácil de ser constatado”.</p><p>( ) Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido do texto, o fragmento</p><p>“O ‘eu acredito’</p><p>gritado nas competições flutuou também” (ref. 17) poderia ser substituído por “As</p><p>manifestações de apoio bradadas nas competições flutuaram também”.</p><p>( ) As relações semântico-sintáticas no período “Numa cidade de um país em que as</p><p>propinas vêm sendo regra em empreitadas que podem ruir ou se transformar em</p><p>elefantes brancos” (ref. 2) sustentam a inferência de que a prática da propina vem sendo</p><p>regra tão somente nas obras que podem ter resultado negativo, não se aplicando àquelas</p><p>executadas sem o risco de ruir ou de se transformar em “elefantes brancos”.</p><p>( ) Sem prejuízo da informação veiculada no artigo e da correção gramatical do texto, a</p><p>vírgula empregada logo após “tumultos” (ref. 21) poderia ser substituída pelo conector “e”.</p><p>( ) No sintagma “o único assalto a atletas foi uma farsa de estrangeiros” (ref. 25), o vocábulo</p><p>“atletas” é o núcleo do sujeito.</p><p>A sequência correta do preenchimento dos parênteses, de cima para baixo é:</p><p>a) F – V – F – F – V.</p><p>b) F – V –V – V – F.</p><p>c) F – F – V – F – F.</p><p>d) F – V – V – V – V.</p><p>e) V – F – V – V – F.</p><p>54. (Upf 2017) Assinale a alternativa na qual a relação verbo (em negrito) e sujeito</p><p>(sublinhado) está incorreta:</p><p>a) “O ‘eu acredito’ gritado nas competições flutuou também na esfera do acreditar na cidade, no</p><p>país, um ‘Yes, we can’ lastreado em histórias como a da judoca Rafaela: apesar do descaso</p><p>do poder público, alguém pode sair da Cidade de Deus e ir morar no Olimpo por algumas</p><p>temporadas” (ref. 17).</p><p>b) “Paralelamente, outro atleta americano, Michael Phelps, em postagem no seu Twitter, disse</p><p>já estar com saudades do Brasil, de seu povo, de sua beleza” (ref. 29).</p><p>c) “Totalmente abrasileirado, Usain Bolt, na final do futebol, em que o Brasil conquistou o ouro</p><p>contra a Alemanha, filmou o gol de falta de Neymar” (ref. 30).</p><p>d) “A cidade, partida por algo monstruoso, subterrâneo, renascerá: UPPs na lona, milícias,</p><p>violência policial, Estado falido e acéfalo, calamidade na saúde, a baía poluída” (ref. 9).</p><p>Página 38 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>e) “A não ser que algo ainda aconteça nessa segunda-feira que já amanheceu e segue o giro</p><p>das 24 horas finais da despedida, a experiência mágica da Olimpíada transcorreu sem</p><p>acidentes especialmente graves” (ref. 14).</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>O filósofo e romancista Umberto Eco concedeu uma entrevista ao Jornal El País em março de</p><p>2015, pouco menos de um ano antes de sua morte. Na ocasião, o escritor falou sobre o</p><p>conteúdo de seu último romance, Número Zero, uma ficção sobre o jornalismo inspirada na</p><p>realidade e sobre as relações da temática da obra com a atualidade: o papel da imprensa, a</p><p>Internet e a sociedade.</p><p>Pergunta: Agora a realidade e a fantasia têm um terceiro aliado, a Internet, que mudou</p><p>por completo o jornalismo.</p><p>Resposta: A Internet pode ter tomado o lugar do mau jornalismo... Se 1você sabe que está</p><p>lendo um jornal como EL PAÍS, La Repubblica, Il Corriere della Sera…, pode pensar que existe</p><p>um certo controle da notícia e confia. 2Por outro lado, se 3você lê um jornal como aqueles</p><p>vespertinos ingleses, sensacionalistas, não confia. Com a Internet acontece o contrário4: confia</p><p>em tudo porque não sabe diferenciar a fonte credenciada da disparatada. Basta pensar no</p><p>sucesso que faz na Internet qualquer página web que fale de complôs 5ou que 6invente</p><p>histórias absurdas: tem um acompanhamento incrível, de internautas e de pessoas importantes</p><p>que as levam a sério.</p><p>Pergunta: Atualmente é difícil pensar no mundo do jornalismo que era protagonizado,</p><p>aqui na Itália, por pessoas como Piero Ottone e Indro Montanelli…</p><p>Resposta: Mas a crise do jornalismo no mundo começou nos anos 1950 e 1960, bem quando</p><p>chegou a televisão, antes que eles 7desaparecessem! Até então o jornal 8te contava o que</p><p>acontecia na tarde anterior, por isso muitos eram chamados jornais da tarde: Corriere della</p><p>Sera, Le Soir, La Tarde, Evening Standard… Desde a invenção da televisão9, o jornal te diz</p><p>pela manhã o que você já sabe. E agora é a mesma coisa. O que um jornal deve fazer?</p><p>Pergunta: Diga o senhor.</p><p>Resposta: Tem que se transformar em um semanário. Porque um semanário tem tempo, são</p><p>sete 10dias para construir 11suas reportagens. Se você lê a Time ou a Newsweek vê que várias</p><p>pessoas 12contribuíram para uma história concreta, que trabalharam nela semanas ou meses,</p><p>enquanto que em um jornal tudo é feito da noite para o dia. Um jornal que em 1944 tinha quatro</p><p>páginas hoje tem 64, então tem que preencher obsessivamente com notícias repetidas, cai na</p><p>fofoca, não consegue evitar... A crise do jornalismo, 13então, começou há quase cinquenta anos</p><p>e é um problema muito grave e importante.</p><p>Pergunta: Por que é tão grave?</p><p>Resposta: Porque é verdade que, como dizia Hegel, a leitura dos 14jornais é a oração matinal</p><p>do homem moderno. E 15eu não consigo tomar meu café da manhã se não folheio o jornal; mas</p><p>é um ritual quase afetivo e religioso, porque folheio olhando os títulos, e por 16eles me dou</p><p>conta de que quase tudo já sabia na noite anterior. 17No máximo, leio um editorial ou um artigo</p><p>de opinião. Essa é a crise do jornalismo contemporâneo. E disso não sai!</p><p>Pergunta: Acredita de verdade que não?</p><p>Resposta: O jornalismo poderia ter outra função. Estou pensando em alguém que faça uma</p><p>crítica cotidiana da Internet, e é algo que acontece pouquíssimo. Um jornalismo que me diga:</p><p>18“Olha o que tem na Internet, olha que coisas falsas estão dizendo, reaja a isso, eu te mostro”.</p><p>E isso pode ser feito tranquilamente. 19No entanto, ainda 20pensam que o jornal é feito para que</p><p>seja lido por alguns velhos senhores 21– já que os jovens não 22leem – que ainda não usam a</p><p>Internet. Teria que se fazer um jornal que não se torne apenas a crítica da realidade cotidiana,</p><p>mas também a crítica da realidade virtual. Esse é um futuro possível para um bom jornalismo.</p><p>(EL PAÍS. Caderno cultura. 30 de março de 2015. Disponível em</p><p>http://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/26/cultura/1427393303_512601.html. Acesso em 10 abr.</p><p>2016)</p><p>Página 39 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>55. (Upf 2016) Há, no texto, um recurso linguístico usado para indeterminar o sujeito. Trata-se</p><p>de um aspecto rico e complexo empregado no texto a fim de se construir uma referência</p><p>genérica.</p><p>Esse recurso é percebido na seguinte ocorrência verbal:</p><p>a) “pensam” (ref. 20).</p><p>b) “invente” (ref. 6).</p><p>c) “desaparecessem” (ref. 7).</p><p>d) “contribuíram” (ref. 12).</p><p>e) “leem” (ref. 22).</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>Responda, com base no texto “Dias de ira”, à(s) questão(ões) que segue(m).</p><p>Dias de ira</p><p>1Espantado com o acúmulo de brutalidades? Quer entender o que está se passando na</p><p>terra da cordialidade na véspera de converter-se em palco de uma festa global? Então separe,</p><p>tente diferenciar os tipos de agressão e de agressores. 2A carga de violência continuará igual,</p><p>porém a descompactação do fenômeno facilitará a compreensão das partes e do todo.</p><p>O que está sendo designado como 3“manifestação popular” é geralmente uma ação</p><p>política oportunista, claramente orquestrada para obter ganhos imediatos de autoridades</p><p>perplexas e atônitas num momento de grande tensão e nervosismo. 4Chantagem pura. 5Neste</p><p>conjunto situam-se 6as greves inesperadas, 7intempestivas, fora do calendário, fruto de cisões e</p><p>disputas entre lideranças sindicais e seus padrinhos políticos.</p><p>Foi o caso da greve de ônibus que paralisou o Rio de Janeiro na última quinta-feira. A</p><p>incrível depredação de 467 ônibus tem a ver com a Operação Anti-UPP em curso, tática de</p><p>exploração emocional de cada incidente adotada pela 8grande delinquência – o 9crime</p><p>organizado – com o propósito de desmoralizar a política de pacificação das favelas e debilitar a</p><p>capacidade de reação do sistema de segurança.</p><p>10Os fins nunca justificam os meios: as reivindicações de trabalhadores não podem</p><p>sequestrar os direitos da sociedade nem levar a extremos que impliquem a destruição das</p><p>ferramentas de</p><p>trabalho. 11É suicídio. A 12propagação da violência só pode partir daqueles que</p><p>13dela necessitam para ocupar espaços e manter o poder.</p><p>Geração espontânea</p><p>Algo diferente são as combinações extremas de insanidade com crueldade,</p><p>representadas por dois impressionantes assassinatos ocorridos com um dia de diferença,</p><p>portanto não isolados: no Recife, no Estádio do Arruda, depois de 14um jogo do Paraná com o</p><p>Santa Cruz, 15um torcedor jogou dois vasos sanitários contra um arqui-inimigo do Sport que</p><p>comemorava o empate no meio da torcida paranaense. Uma das latrinas (15 quilos convertidos</p><p>pela altura de 24 metros em 300) acertou e matou instantaneamente o adepto do Sport.</p><p>Não é a primeira 16vez em que o Esporte-Rei converte-se em cenário de tragédia.</p><p>Poderá ser a 17última quando o circo futebolístico perder a sua condição de fomentador de</p><p>18surtos de antropofagia e canibalismo.</p><p>Na etapa seguinte do 19torneio de brutalidades está o linchamento da dona de casa</p><p>Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, mãe de dois filhos, moradora no balneário do Guarujá, litoral</p><p>de São Paulo, confundida com uma sequestradora de 20crianças a serviço de uma seita que</p><p>21as imolava para rituais religiosos.</p><p>Linchadores formam-se espontaneamente, agregam-se quando o Estado parece débil,</p><p>quando leis, juízes e tribunais estão desacreditados e onde campeia a impunidade. São</p><p>ancestrais na Europa os registros de supostos assassinatos rituais, também os castigos</p><p>através de linchamentos, fogueiras e lapidações. Ocorriam onde a religiosidade era rústica,</p><p>primária, e tênue o processo civilizatório.</p><p>Página 40 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>22Aquela remediada comunidade no Guarujá é servida pela internet: os covardes</p><p>linchadores e os insensíveis espectadores fotografaram e postaram cenas do crime. A ira</p><p>contagiosa, viral, a afunda na Idade Média dos 23poderosos 24que avacalha o país.</p><p>(DINES, Alberto. Dias de ira. Observatório da imprensa, 13 maio 2014. Disponível em:</p><p>http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/dias_de_ira. Acesso em 9 set. 2014)</p><p>56. (Upf 2015) Saber identificar o sujeito de uma oração é uma competência importante para,</p><p>dentre outras habilidades, poder (re)construir o sentido do texto. As alternativas a seguir</p><p>apresentam o verbo (em negrito) e o sujeito semântico correspondente (sublinhado). A única</p><p>alternativa cuja relação verbo/sujeito está incorreta de acordo com o texto é:</p><p>a) “Aquela remediada comunidade no Guarujá é servida pela internet: os covardes linchadores</p><p>e os insensíveis espectadores fotografaram e postaram cenas do crime” (ref. 22).</p><p>b) “um torcedor jogou dois vasos sanitários contra um arqui-inimigo do Sport que comemorava</p><p>o empate no meio da torcida paranaense” (ref. 15).</p><p>c) “Os fins nunca justificam os meios: as reivindicações de trabalhadores não podem</p><p>sequestrar os direitos da sociedade nem levar a extremos que impliquem a destruição das</p><p>ferramentas de trabalho” (ref. 10).</p><p>d) “Neste conjunto situam-se as greves inesperadas, intempestivas, fora do calendário, fruto</p><p>de cisões e disputas entre lideranças sindicais e seus padrinhos políticos” (ref. 5).</p><p>e) “A carga de violência continuará igual, porém a descompactação do fenômeno facilitará a</p><p>compreensão das partes e do todo” (ref. 2).</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>Reforma na corrupção</p><p>Como previsto, já 19arrefece o mais recente debate sobre corrupção. Ainda se discute, sem</p><p>muito entusiasmo, a absolvição de uma deputada que foi filmada recebendo um 3dinheirinho</p><p>suspeito, mas isso aconteceu antes de ela ser deputada, de maneira que não vale. Além da</p><p>forte tendência de os parlamentares não punirem os seus pares, havia o risco do precedente.</p><p>Não somente o voto é indecentemente secreto nesses casos, como o precedente poderia</p><p>5expor os pescoços de vários outros deputados. 15O que o deputado faz enquanto não é</p><p>deputado não tem importância, mesmo que ele seja tesoureiro dos ladrões de Ali Babá.</p><p>4Aliás, me antecipando um pouco ao que pretendo propor, me veio logo uma ideia prática para</p><p>acertar de vez esse negócio de deputado cometendo crimes durante o exercício do mandato.</p><p>Às vezes - 6e lembro que errar é humano - o sujeito comete 16esses 2crimezinhos distraído.</p><p>Esquece, em perfeita boa-fé, que exerce um mandato parlamentar e aí perpetra a falcatrua.</p><p>Fica muito chato para ele, se ele for flagrado, e seus atos podem sempre vir à tona, expostos</p><p>pela imprensa impatriótica. Não é justo submeter o deputado a essa tensão permanente, afinal</p><p>de contas, ele é gente como nós.</p><p>Minha ideia, 10como, modéstia à parte, costumam ser as grandes ideias, é muito simples: os</p><p>deputados usariam uniforme. Não daria muito trabalho 20contratar (com dispensa de licitação,</p><p>dada a urgência do projeto), um estúdio de alta-costura francês ou italiano, ou ambos, para</p><p>desenhar esse uniforme. Imagino que seriam mais de um: o de trabalho, usado só</p><p>excepcionalmente, o de gala, o de visitar eleitores e assim por diante. Enquanto estiver de</p><p>uniforme, o deputado é responsabilizado pelos seus atos ilícitos ou indecorosos. Mas, se</p><p>estiver à paisana, não se encontra no exercício do mandato e, portanto, pode fazer o que</p><p>quiser. (...)</p><p>Mas isso é um mero detalhe, uma providência que melhor seria avaliada no conjunto de uma</p><p>reforma séria, que levasse em conta nossas características culturais e nossas tradições. (...)</p><p>O que cola mesmo 7aqui são os ensinamentos de líderes como o ex-presidente (1gozado, o</p><p>"ex" enganchou aqui no teclado, quase não sai), que, em várias ocasiões, torceu o nariz para</p><p>denúncias de corrupção e disse que 8aqui era assim mesmo, sempre tinha sido feito assim e</p><p>não ia mudar a troco de nada. E assumia posturas coerentes com esse ponto de vista. (...)</p><p>Página 41 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Contudo, quando se descobre mais um caso de 11corrupção, a vida republicana fica</p><p>bagunçada, as coisas não andam, perde-se trabalho em investigações, gasta-se tempo</p><p>prendendo e soltando gente e a imprensa, 13que só serve para atrapalhar, fica cobrando</p><p>explicações, embora já saibamos que explicações serão: primeiro desmentidos e em seguida</p><p>promessas de pronta e cabal investigação, com a consequente punição dos culpados. Não</p><p>acontece nada e perdura essa situação 12monótona, que às vezes paralisa o País.</p><p>A realidade se exibe diante de nós e não 17a vemos. Em lugar de querer suprimir nossas</p><p>práticas seculares, que hoje tanto prosperam, por que não 18aproveitá-las em nosso favor? (...)</p><p>O 14brasileiro preocupado com o assunto já pode sonhar com uma corrupção moderna,</p><p>dinâmica e geradora de empregos e renda. E não pensem que esqueci as famosas classes</p><p>menos favorecidas, como se dizia antigamente. O mínimo que antevejo é o programa Fraude</p><p>Fácil, em que qualquer um poderá habilitar-se ao exercício da boa corrupção, em seu campo</p><p>de ação favorito. Acho que dá certo, é só testar. E ficar de olho, para não deixar que algum</p><p>9corrupto corrupto passe a mão no fundo todo, assim também não vale.</p><p>João Ubaldo Ribeiro, O Estado de São Paulo. Disponível em:</p><p>http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,reforma-na-corrupcao,768238,0.htm. Acesso em:</p><p>04-9-2011.</p><p>57. (Upf 2012) A única alternativa em que o elemento em destaque não corresponde ao</p><p>complemento verbal, no contexto em que aparece, é:</p><p>a) comete esses crimezinhos (ref. 16)</p><p>b) a vemos (ref.17)</p><p>c) aproveitá-las (ref. 18)</p><p>d) arrefece o mais recente debate (ref. 19)</p><p>e) contratar um estúdio de alta-costura (ref. 20)</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:</p><p>Responda a(s) questão(ões) com base no texto 1.</p><p>TEXTO 1</p><p>Entre o espaço público e o privado</p><p>12Excluídos da sociedade, os moradores de rua 26ressignificam o único espaço 13que</p><p>lhes foi permitido ocupar, o espaço público, transformando-o em seu “lugar”, um espaço</p><p>privado. 11Espalhados pelos ambientes coletivos da cidade, 1fazendo comida no asfalto,</p><p>arrumando suas camas, limpando as calçadas como se estivessem dentro de uma casa:</p><p>17assim vivem os moradores de rua. Ao andar</p><p>pelas ruas de São Paulo, vemos essas pessoas</p><p>3dormindo nas 28calçadas, 4passando por situações constrangedoras, 5pedindo esmolas para</p><p>sobreviver. Essa é a realidade das pessoas que 2fazem da rua sua casa e nela constroem sua</p><p>35intimidade. 18Assim, a ideia de 33individualização que está nas 31casas, na 34separação das</p><p>coisas por 30cômodos e quartos que servem para proteger a intimidade do indivíduo, 14ganha</p><p>outro sentido. O 6viver nas 29ruas, um lugar 19aparentemente 36inabitável, tem sua própria lógica</p><p>de funcionamento, que vai além das possibilidades.</p><p>A relação que o homem 8estabelece com o espaço que ocupa é uma das mais</p><p>importantes para sua sobrevivência. As mudanças de comportamento social 15foram 21sempre</p><p>precedidas de 22mudanças físicas de local. Por 23mais que a rua não seja um local para 7viver,</p><p>já que se trata de um ambiente público, de passagem e não de permanência, ela acaba sendo,</p><p>25senão única, a 24mais viável opção. Alguns pensadores já apontam que a habitação 9é um</p><p>ponto base e 10adquire uma importância para harmonizar a vida. O pensador Norberto Elias</p><p>comenta que “o quarto</p><p>de dormir tornou-se uma das áreas mais privadas e íntimas da vida humana. Suas paredes</p><p>visíveis e 37invisíveis vedam os aspectos mais ‘privados’, ‘íntimos’, irrepreensivelmente</p><p>‘animais’ da nossa existência à vista de outras pessoas”.</p><p>O modo como essas pessoas 27constituem o único espaço que lhes foi permitido indica</p><p>que conseguiram transformá-lo em “seu 20lugar”, que aproximaram, cada um à sua maneira,</p><p>16dois mundos nos quais estamos 32inseridos: o público e o privado.</p><p>Página 42 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>RODRIGUES, Robson. Moradores de uma terra sem dono. (fragmento adaptado) In:</p><p>http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/edicoes/32/artigo194186-4.asp. Acesso em</p><p>21/8/2014.</p><p>58. (Pucrs 2015) Quanto ao emprego dos verbos no texto, NÃO é correto afirmar que</p><p>a) “fazer” tem sentido diferente nas referências 1 e 2.</p><p>b) “dormindo” (ref. 3), “passando” (ref. 4) e “pedindo” (ref. 5) indicam ações não concluídas no</p><p>presente.</p><p>c) “viver” nas ocorrências marcadas pelas referências 6 e 7 tem valor de substantivo.</p><p>d) “estabelece” (ref. 8) expressa uma realidade permanente.</p><p>e) “é” (ref. 9) e “adquire” (ref. 10) pertencem a orações sintaticamente paralelas.</p><p>59. (Pucrs 2015) Analise as possibilidades de reescrita do trecho marcado pela referência 11,</p><p>no texto.</p><p>I. Espalhados pelos ambientes coletivos da cidade, os moradores de rua vivem assim: fazem</p><p>comida no asfalto, arrumam suas camas, limpam as calçadas, tal como dentro de uma casa.</p><p>II. Ao se espalharem pelos ambientes coletivos da cidade, como se estivessem dentro de uma</p><p>casa os moradores de rua vivem assim: a fazerem comida no asfalto, arrumando suas</p><p>camas e limpam as calçadas.</p><p>III. Os moradores de rua vivem assim: espalham-se pelos ambientes coletivos da cidade como</p><p>dentro de uma casa, fazem comida no asfalto, arrumando suas camas e limpando as</p><p>calçadas.</p><p>A(s) possibilidade(s) de reescrita que mantém/mantêm o sentido e a correção do texto é/são</p><p>apenas</p><p>a) I.</p><p>b) II.</p><p>c) III.</p><p>d) I e II.</p><p>e) II e III.</p><p>60. (Pucrs 2015) Levando em conta o sentido original e a correção do texto, o trecho</p><p>_________ pode ser substituído por _________.</p><p>a) “Excluídos da sociedade” (ref. 12) – “Conquanto sejam excluídos da sociedade”</p><p>b) “que lhes foi permitido ocupar” (ref. 13) – “cuja ocupação lhes foi permitida”</p><p>c) “ganha outro sentido” (ref. 14) – “ganham outro sentido”</p><p>d) “foram sempre precedidas de” (ref. 15) – sempre precederam</p><p>e) “dois mundos nos quais estamos inseridos” (ref. 16) – “dois mundos aos quais estamos</p><p>inseridos”</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>Responda a(s) questão(ões) com base no texto 2.</p><p>Página 43 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>61. (Pucrs 2015) Considere as sugestões de reescrita para o slogan da campanha.</p><p>1. Dar esmola? Não ajuda.</p><p>2. Dar esmola? Não. Ajuda.</p><p>3. Dar esmola não! Ajuda.</p><p>4. Dar esmola? Ajuda não?</p><p>5. Dar esmola ajuda, não?</p><p>O sentido da campanha e a correção gramatical seriam mantidos considerando-se apenas</p><p>a) 1 e 3.</p><p>b) 2 e 4.</p><p>c) 1, 2 e 3.</p><p>d) 3, 4 e 5.</p><p>e) 1, 2, 3 e 5.</p><p>62. (Pucrs 2015) De acordo com a ideia veiculada pela campanha, o nexo que estabeleceria a</p><p>correta relação entre as orações do cartaz mostrado pelo morador de rua, desconsiderando-se</p><p>as modificações de pontuação, é</p><p>a) que.</p><p>b) mesmo que.</p><p>c) portanto.</p><p>d) contanto que.</p><p>e) enquanto.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:</p><p>Ninguém se surpreendeu com a notícia de que Washington possui um poderoso</p><p>sistema de espionagem, 1mas a revelação de sua amplitude por Edward Snowden criou um</p><p>escândalo planetário. Nos Estados Unidos, a novidade foi recebida com apatia. Estão distantes</p><p>os dias em que as escutas telefônicas provocavam a ira da população.</p><p>As revelações de Edward Snowden 2sobre a amplitude do programa de vigilância</p><p>eletrônica da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) levantam a questão da</p><p>intromissão das agências de inteligência dos Estados Unidos na vida dos cidadãos. Contudo,</p><p>para além do registro de metadados a partir de linhas telefônicas e da navegação na internet,</p><p>esse caso revela outra realidade, também preocupante: a maior parte dos norte-americanos</p><p>aprova o controle das comunicações eletrônicas privadas.</p><p>_________________________________________________.</p><p>3Esse consentimento perante a espionagem nem sempre existiu nos Estados Unidos.</p><p>Algumas semanas antes do atentado de 11 de setembro de 2001, o jornal USA Today</p><p>4publicava a manchete: “Quatro em cada dez norte-americanos não confiam no FBI” (20 jun.</p><p>2001). Durante décadas, estudos sucessivos da Secretaria de Justiça mostraram a forte</p><p>oposição da população às escutas telefônicas pelos poderes públicos. Entre 1971 e 2001, a</p><p>Página 44 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>taxa de desconfiança chegou a flutuar entre 70% e 80%. Mas os atentados contra o World</p><p>Trade Center e o Pentágono e, em seguida, a guerra contra o terrorismo empreendida por</p><p>George W. Bush mudaram o cenário e 5conduziram os norte-americanos a reconsiderar</p><p>bruscamente a oposição secular à vigilância de cidadãos.</p><p>Após um século de grande oposição, a sociedade norte-americana aprendeu a</p><p>renunciar a seu direito à confidencialidade. Para grande parte da população – sem lembranças</p><p>desse passado não muito distante –, 6o medo do terrorismo amplamente difundido e a</p><p>promessa de respeito aos direitos dos “inocentes” tornaram-se mais importantes que as</p><p>aspirações à proteção da vida privada e das liberdades civis. O “deserto do esquecimento</p><p>organizado”, segundo a expressão do sociólogo Sigmund Diamond, deixa o caminho livre para</p><p>aqueles que desejam manter a ordem estabelecida.</p><p>PRICE, David. Caso Snowden: a história social das escutas telefônicas. (fragmento) In:</p><p>www.noticiasdabahia.com.br, publicado em 21/08/2013.</p><p>63. (Pucrs 2014) Analise as possibilidades de inserção dos períodos a seguir na lacuna no</p><p>final do segundo parágrafo.</p><p>1. Segundo pesquisa realizada pelo jornal Washington Post alguns dias depois das</p><p>declarações de Snowden, 56% da população julgam que o programa vigilância eletrônica é</p><p>“aceitável” e 45% acreditam que o Estado deve “ser capaz de vigiar os e-mails de qualquer</p><p>pessoa na luta contra o terrorismo”.</p><p>2. Dados veiculados pelo jornal Washington Post, logo depois das revelações de Snowden,</p><p>informam que 56% da população consideram “aceitável” o programa de vigilância eletrônica,</p><p>pois, segundo 45% dos entrevistados, não é dever do Estado “vigiar os e-mails de qualquer</p><p>pessoa na luta contra o terrorismo”.</p><p>3. Logo após as denúncias de Snowden, uma pesquisa realizada pelo jornal Washington Post</p><p>confirmou que 56% da população rejeitam o programa vigilância eletrônica e que, para 45%,</p><p>cabe ao Estado “vigiar os e-mails de qualquer pessoa para fazer frente ao terrorismo”.</p><p>O(s) período(s) que pode(m) completar a lacuna do segundo parágrafo, mantendo a coerência</p><p>esse e outros jogos para</p><p>distrair a nossa fome. E a nossa fome se distraía.</p><p>De vez em quando, no final da tarde, antes que a noite tomasse conta do tempo, ela se</p><p>assentava na soleira da porta e juntas ficávamos contemplando as artes das nuvens no céu.</p><p>Umas viravam carneirinhos; outras, cachorrinhos; algumas, 14gigantes adormecidos, e havia</p><p>Página 2 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>aquelas que eram só nuvens, algodão doce. Tudo tinha de ser muito 15rápido, antes que a</p><p>nuvem derretesse e com ela também se esvaecessem 16os nossos sonhos. Mas, de que cor</p><p>eram os olhos de minha mãe?</p><p>Adaptado de: EVARISTO, C. Olhos d´água. Rio de Janeiro: Pallas, 2016.</p><p>3. (Ufrgs 2024) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir.</p><p>( ) A expressão de alimento (ref. 12) desempenha a função sintática de complemento</p><p>nominal.</p><p>( ) A expressão por seus cabelos, braços e colo (ref. 13) desempenha a função sintática</p><p>de agente da passiva.</p><p>( ) A expressão os nossos sonhos (ref. 16) desempenha a função sintática de objeto direto.</p><p>A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é</p><p>a) F – F – V.</p><p>b) V – F – V.</p><p>c) V – F – F.</p><p>d) V – V – F.</p><p>e) F – V – V.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>1Carducci saía do atelier. Sandro tentou seguir adiante, 2mas o fotógrafo já o 3chamava.</p><p>– E comigo?</p><p>– Sim. Não 4gostaria, de 5conhecer meu estabelecimento?</p><p>Sandro ia dar uma desculpa, 6mas o 7gesto do outro, imperioso e afável, acabou por</p><p>vencê-lo.</p><p>Dentro do estúdio 8vagava um 9cheiro de 10líquidos perigosos. Sandro 11conhecia</p><p>12__________ o método fotográfico, apenas o que entrevia no 13indigente estúdio de Paolo</p><p>14Pappalardo, em Ancona. O que Nadar 15ocultara, Carducci 16hoje mostrava. Abriu a tampa de</p><p>uma 17caixa-baú organizada em compartimentos 18quadrangulares. Ali estavam, acomodados,</p><p>vidros transparentes de diversos 19tamanhos, com rótulos em francês. Continham pôs e</p><p>soluções. Também 20__________ funis, tubos milimetrados, 21pequenos cálices em formato de</p><p>sino e uma balança. No verso da tampa, um carimbo oval, em pirogravura: 22Charles Chevalier</p><p>– Paris.</p><p>– E meu material – disse Carducci. – Essa caixa já vem pronta, da França, pelo porto</p><p>de Montevidéu. Acompanha uma câmara portátil e um pequeno manual para os amadores.</p><p>Claro que os pós e os líquidos acabam, mas ali – e 23mostrava uma sucessão de 24garrafas</p><p>numa prateleira – está a reposição que eu mesmo providencio. 25Agora vou lhe explicar como</p><p>isso funciona. E 26colocou um vaso com flores de tule sobre a sua mesinha de trabalho.</p><p>fotografou-o, revelou a 27chapa e copiou-a.</p><p>28– Que tal? Não parece um quadro? Em preto e branco, mas um quadro.</p><p>29– Bonito.</p><p>30– Quer que lhe tire uma foto?</p><p>31– Não sou bom modelo. Foi um desastre, a última vez que e tiraram.</p><p>A cara decepcionada de Carducci, 32entretanto, fez com que 33concordasse. E posou,</p><p>inquieto.</p><p>Já com a foto na mão, teve uma sensação de alívio. Guardou-a.</p><p>34– Está ótima. Quanto lhe 35devo?</p><p>36– Esqueça. Venha para conversar. Afinal, temos o mesmo trabalho, embora cada qual</p><p>a seu modo. – Carducci tossiu de modo preocupante. – Desculpe: como o senhor vê, a idade</p><p>não traz sô experiência. Que me diz? Não devemos criar inimizades. Somos patrícios. A cidade</p><p>e tão pequena. Ademais, esse boato que corre a seu respeito é uma infâmia. Inventarem uma</p><p>coisa dessas...</p><p>Sandro tornou-se sensível 37__________ generosidade.</p><p>– 38Virei qualquer dia desses. Aguarde.</p><p>Adaptado de: ASSIS BRASIL, L. A. O pintor de retratos. Porto Alegre: L&PM, 2002.</p><p>Página 3 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>4. (Ufrgs 2023) Várias passagens do texto apresentam sujeitos não expressos cuja referência</p><p>pode ser recuperada pelo contexto.</p><p>No bloco abaixo, assinale 1 para as formas verbais cujo sujeito se refere ao personagem</p><p>Carducci; e 2 para as formas verbais cujo sujeito se refere ao personagem Sandro.</p><p>( ) gostaria (ref. 4).</p><p>( ) mostrava (ref. 23).</p><p>( ) colocou (ref. 26).</p><p>( ) concordasse (ref. 33).</p><p>( ) devo (ref. 35).</p><p>A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é</p><p>a) 1 – 2 – 1 – 1 – 2.</p><p>b) 1 – 2 – 2 – 2 – 1.</p><p>c) 2 – 1 – 1 – 1 – 2.</p><p>d) 1 – 1 – 2 – 1 – 1.</p><p>e) 2 – 1 – 1 – 2 – 2.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>1Leia isto. A depender da maneira como a frase acima for falada, ela será entendida</p><p>como um pedido, uma ordem ou uma sugestão. Suponha, por exemplo, que ela seja falada por</p><p>alguém que acabou de chegar do consultório médico e não consegue decifrar o que está</p><p>escrito na receita. Suponha agora que seja falada por um oftalmologista, apontando para a</p><p>primeira 2linha de um quadro de letras, durante uma avaliação oftalmológica. Suponha ainda</p><p>que seja falada por um amigo, numa livraria, segurando o novo livro de Daniel Galera. Agora</p><p>suponha que a pessoa com a receita quer, na verdade, ironizar porque sabe que ninguém vai</p><p>entender os rabiscos do médico e que o amigo, fã de Daniel Galera, denuncia com a sugestão</p><p>o entusiasmo pelo novo livro. Suponha, por fim, que 3o paciente examinado comece a ler a</p><p>segunda linha do quadro e seja interrompido pelo oftalmologista, 4que aponta para a primeira</p><p>linha e fala. "Leia ISTO".</p><p>Como uma mesma 5combinação de sons consegue expressar sentidos diversos?</p><p>Como vimos, a frase que inicia este texto 6pode ser utilizada para realizar diferentes ações (um</p><p>pedido ou uma ordem, por exemplo), pode indicar uma atitude (ironia, por exemplo) ou uma</p><p>emoção (alegria, entusiasmo, euforia etc.). Também é possível destacar uma das palavras da</p><p>frase, de maneira a indicar um contraste (no exemplo, o oftalmologista apontou para o que</p><p>estava escrito na primeira linha do quadro, em oposição ao que estava escrito na segunda</p><p>linha). 7A frase, escrita como está, não consegue 8sozinha, sem a ajuda de um contexto,</p><p>expressar nenhum desses sentidos. Quando falada, sim. Mas que 9propriedades da fala são</p><p>responsáveis pela diversidade de sentidos que 10ela é capaz de expressar? Não são</p><p>certamente as 11propriedades de cada segmento sonoro individual que formam, em</p><p>combinação, as palavras. São propriedades 12que não estão no nível do segmento, mas 13num</p><p>nível acima 14dele.</p><p>Uma frase como a de nosso exemplo pode ser enunciada mais lenta ou mais</p><p>rapidamente. Podemos sobrepor uma duração 15diferenciada a um mesmo grupo de sons.</p><p>16Também é 17possível falar a frase 18bem 19baixinho ou até mesmo gritá-la. É possível então</p><p>regular a intensidade de enunciação de um mesmo conjunto de sons. Por fim, também</p><p>podemos usar um tom mais grave (grosso) ou mais agudo (fino) para falar uma mesma frase.</p><p>Por sua vez, a escrita tenta capturar a entonação de diversas. maneiras. Assim, por</p><p>exemplo, temos os sinais de 20pontuação; eles servem para indicar se determinada frase é uma</p><p>pergunta ou uma afirmação e também para indicar quando uma frase termina e outra começa</p><p>ou quando ela não terminou por completo e ainda há mais por dizer. Na escrita, utilizamos</p><p>marcas para explicitar que vamos iniciar uma nova porção do discurso, utilizamos maiúsculas</p><p>ou itálicos para indicar ênfase e assim por diante. No entanto, a escrita não consegue</p><p>expressar muito do que é possível com a entonação. Comumente temos de indicar</p><p>21expressamente que estamos 22sendo irônicos ou gentis, 23por exemplo, para evitar mal-</p><p>entendidos na escrita, O que, mesmo de maneira restrita, indica o modo como um texto deve</p><p>ser lido ou compreendido.</p><p>Página 4 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Adaptado de: OLIVEIRA JR., M. O que é entonação? In: OTHERO, G. A.; FLORES, V. N. O</p><p>que sabemos sobre a linguagem? São Paulo: Parábola, 2022.</p><p>5. (Ufrgs 2023) Assinale a alternativa em que, de acordo com o texto, o primeiro elemento está</p><p>corretamente relacionado ao segundo.</p><p>a) que (ref. 4) – o paciente (ref. 3).</p><p>b) Elipse antes de pode (ref. 6) – combinação de sons (ref. 5).</p><p>c) ela (ref. 10) – A frase (ref. 7).</p><p>d) que (ref. 12) – propriedades da fala (ref. 9).</p><p>e) dele (ref. 14) – num nível (ref. 13).</p><p>do texto, é/são, apenas,</p><p>a) 1.</p><p>b) 2.</p><p>c) 3.</p><p>d) 1 e 2.</p><p>e) 2 e 3.</p><p>64. (Pucrs 2014) Considere as sugestões de substituição de passagens do texto.</p><p>1. “mas” (ref. 1) por “embora”.</p><p>2. “sobre a” (ref. 2) por “relativas a”.</p><p>3. “Esse” (ref. 3) por “Tal”.</p><p>4. “publicava” (ref. 4) por “publicou”.</p><p>5. “conduziram” (ref. 5) por “fizeram”.</p><p>As alterações que mantêm o sentido e a correção do texto são, apenas,</p><p>a) 1 e 3.</p><p>b) 2 e 5.</p><p>c) 3 e 4.</p><p>d) 2, 3 e 4.</p><p>e) 2, 4 e 5.</p><p>65. (Pucrs 2014) Sobre as relações sintáticas presentes em “o medo do terrorismo</p><p>amplamente difundido e a promessa de respeito aos direitos dos ‘inocentes’ tornaram-se mais</p><p>importantes que as aspirações à proteção da vida privada e das liberdades civis” (ref. 6) NÃO é</p><p>correto afirmar que</p><p>a) há uma relação de equivalência entre “medo” e “promessa”.</p><p>b) “terrorismo” está para “medo” assim como “respeito” está para “promessa”.</p><p>Página 45 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>c) “amplamente” e “mais”, por serem termos acessórios, poderiam ser suprimidos.</p><p>d) “vida” e “liberdades” são, ao mesmo tempo, elementos subordinados e principais em relação</p><p>aos termos aos quais estão relacionados.</p><p>e) “privada” e “civis” exercem a mesma função sintática.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>TEXTO 2</p><p>Muitas vezes, 2passamos a utilizar 11expressões sem ter certeza de seu significado. 10“Capital</p><p>humano” é 9uma delas. Afinal, o que significa isso? 3Será que podemos mensurar o valor de</p><p>um indivíduo? 4Colocar etiqueta de 8preço e 1transformá-lo7 em parte do patrimônio</p><p>empresarial?</p><p>Certamente 5tem gente que gostaria que 12assim fosse. Contudo, essa atitude 13não só é</p><p>insensata como improdutiva. Apenas o desenvolvimento dos talentos e habilidades de um</p><p>indivíduo que 6atue com objetivos claros e de forma voluntária e comprometida, a partir de 14um</p><p>trabalho integrado, 15pode gerar resultados de valor.</p><p>Dulce Magalhães. In: Revista AMANHÃ, p.146</p><p>(fragmento)</p><p>66. (Pucrs 2008) Sobre a expressão “transformá-lo” (ref. 1), afirma-se:</p><p>1. Passou por um processo semelhante ao que deve sofrer a combinação “fazer + as”, para ser</p><p>usada.</p><p>2. É formada por um verbo e seu complemento.</p><p>3. Poderia ser substituída corretamente por “transformar- lhe”, pois as duas formas são</p><p>aceitáveis no contexto.</p><p>4. Apresenta o verbo no infinitivo.</p><p>5. Está correta para o uso culto, e corresponde à forma coloquial “transformar ele”.</p><p>Todas e somente as afirmativas corretas estão reunidas em:</p><p>a) 1 – 2 – 4 – 5</p><p>b) 1 – 4 – 5</p><p>c) 2 – 3 – 4</p><p>d) 1 – 3 – 5</p><p>e) 2 – 3</p><p>67. (Pucrs 2008) Sobre certas expressões utilizadas no texto, afirma-se:</p><p>1. “lo” (ref.7) retoma “preço” (ref.8).</p><p>2. “uma delas” (ref.9) relaciona “Capital humano” (ref.10) a “expressões” (ref.11).</p><p>3. “assim” (ref.12) refere-se aos questionamentos do parágrafo anterior.</p><p>4. “não só (...) como” (ref.13) desempenha o papel de nexo adversativo.</p><p>5. “um trabalho integrado” (ref.14) exerce a função de sujeito de “pode gerar” (ref.15).</p><p>Todas e somente as afirmativas corretas estão reunidas em:</p><p>a) 1 – 2 – 3 – 4</p><p>b) 1 – 3 – 5</p><p>c) 1 – 4 – 5</p><p>d) 2 – 3</p><p>e) 2 – 4</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>INSTRUÇÃO: Responder às questões a seguir com base no texto, fragmento da mensagem do</p><p>Papa João Paulo II no Dia Mundial da Paz (1º de janeiro de 1980).</p><p>14Para 12se passar de uma situação menos humana para uma situação mais humana,</p><p>quer na vida nacional quer na vida internacional, é longo o caminho 16a percorrer, e nele se há</p><p>Página 46 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>de avançar por fases. (...)</p><p>Jamais haverá 18paz 22sem 2uma disponibilidade para o 20diálogo sincero e contínuo. 4A</p><p>verdade desenvolve-13se, também 1ela, 8no 21diálogo e, por outro lado, fortifica 3este meio</p><p>indispensável para a paz. A verdade também não tem receio 6dos entendimentos honestos,</p><p>porque traz consigo 10as luzes que permitem comprometer-se 5neles, sem ter de sacrificar</p><p>11convicções - e valores essenciais. A verdade aproxima de si os espíritos; faz ver 7aquilo que</p><p>já une as partes até então opostas 9umas às outras; faz retroceder as desconfianças de ontem</p><p>e prepara terreno para novos progressos na justiça e na fraternidade, na coabitação pacífica de</p><p>todos os homens. (...)</p><p>Sim, eu tenho 15para mim esta convicção: 17a verdade fortifica a 19paz a partir de dentro.</p><p>E um clima de sinceridade maior há de permitir mobilizar as energias humanas para a única</p><p>causa que é digna delas: o pleno respeito da verdade sobre a natureza e o destino do homem,</p><p>fonte da verdadeira paz na justiça e na amizade.</p><p>http://vatican.va.holy_father/john_paul_ii/messages/peace/documents/ (acessado em</p><p>26/4/2006)</p><p>68. (Pucrs 2006) As expressões do texto equivalentes quanto ao sentido e ao papel sintático</p><p>que desempenham nas frases são</p><p>a) se (ref. 12) se (ref. 13)</p><p>b) para (ref. 14) para (ref. 15)</p><p>c) a (ref. 16) a (ref. 17)</p><p>d) paz (ref. 18) paz (ref. 19)</p><p>e) diálogo (ref. 20) diálogo (ref. 21)</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>1Dois passageiros em uma cabine de trem. Apossaram-se das mesinhas, cabines e</p><p>bagageiros e 6se instalaram à vontade. 11Jornais, casacos e bolsas ocupam os assentos vazios.</p><p>2A porta 7se abre e 8entram dois outros viajantes. 3Não são vistos com bons olhos. Os dois</p><p>primeiros passageiros, 4mesmo que não se conheçam, comportam-se com uma solidariedade</p><p>notável. Há uma nítida relutância em desocuparem os assentos vazios 12e deixarem que os</p><p>lançado recém-lançado-chegados também 9se acomodem. A cabine do trem tornou-se território</p><p>seu, para disporem dele a seu bel-prazer, 13e cada novo passageiro que entra é considerado</p><p>um intruso. Esse comportamento 10não pode ser justificado racionalmente - está arraigado mais</p><p>a fundo.</p><p>(...)</p><p>O próprio vagão do trem é um domicílio transitório, um lugar que serve apenas para</p><p>mudar de lugar. O passageiro é a negação da pessoa sedentária. Trocou seu território real por</p><p>um virtual. 5Apesar disso, ele defende sua moradia temporária com um carrancudo</p><p>ressentimento.</p><p>Hans Magnus Enzensberger. O vagão humano (fragmento). In: Veja 25 anos - reflexões para o</p><p>futuro.</p><p>69. (Pucrs 2005) Considere as seguintes afirmativas sobre construções do texto.</p><p>I. "Dois passageiros em uma cabine de trem." (ref. 1) é uma frase nominal.</p><p>II. A frase que inicia na ref. 2 poderia ser corretamente unida à seguinte (ref. 3), usando-se,</p><p>para isso, o nexo "que", antecedido de vírgula.</p><p>III. A oração "mesmo que não se conheçam" (ref. 4) poderia ser substituída por "a menos que</p><p>não se conheçam", sem prejuízo ao sentido do texto.</p><p>IV. A expressão "apesar disso" (ref. 5) estabelece um contraste entre a atitude defensiva do</p><p>Página 47 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>passageiro e a ausência de motivo plausível que a justifique.</p><p>Pela análise das afirmativas, conclui-se que somente estão corretas</p><p>a) I e II</p><p>b) I, II e IV</p><p>c) I e III</p><p>d) II e IV</p><p>e) III e IV</p><p>70. (Pucrs 2005) Indique o tipo de relação estabelecida entre o sujeito (Coluna I) e a ação</p><p>expressa pelo verbo (Coluna II).</p><p>COLUNA I</p><p>1. O sujeito é agente da ação verbal.</p><p>2. O sujeito é paciente da ação verbal.</p><p>3. O sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente da ação verbal.</p><p>COLUNA II</p><p>( ) "se instalaram" (ref. 6)</p><p>( ) "se abre" (ref. 7)</p><p>( ) "entram" (ref. 8)</p><p>( ) "se acomodem" (ref. 9)</p><p>( ) "não pode ser justificado" (ref.10)</p><p>A numeração correta dos parênteses, de cima para baixo, é</p><p>a) 1 - 1 - 1 - 3 - 2</p><p>b) 2 - 2 - 1 - 3 - 3</p><p>c) 2 - 1 - 3 - 3 - 3</p><p>d) 3 - 1 - 1 - 2 - 2</p><p>e) 3 - 2 - 1 - 3 - 2</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>"Quando vim da minha terra,</p><p>Não vim, perdi-me no espaço,</p><p>Na ilusão de ter saído.</p><p>Ai de mim, nunca saí.</p><p>Lá estou eu, enterrado</p><p>por baixo das falas mansas,</p><p>por baixo das negras sombras,</p><p>por baixo das lavras de ouro,</p><p>por baixo de gerações,</p><p>por baixo, eu sei, de mim mesmo,</p><p>este vivente enganado, enganoso."</p><p>Carlos Drummond de Andrade. A ilusão do migrante (fragmento). In: _______ . "Farewell." Rio</p><p>de Janeiro: Record,</p><p>1996.</p><p>71. (Pucrs 2005) Considere a redação dos períodos numerados de 1 a 4.</p><p>1. Mesmo em situação transitória, como é uma viagem, os passageiros estão sujeitos à regras.</p><p>Página 48 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Cruza-se os olhares, murmura-se as desculpas de praxe, e os novos viajantes são tolerados.</p><p>2. Toda migração gera conflitos. Para evitar banhos de sangue e possibilitar um mínimo de</p><p>intercâmbio entre diferentes grupos étnicos, inventaram-se rituais de hospitalidade.</p><p>3. Quanto mais artificial a gênese de uma nação, mais precário é o sentimento nacional,</p><p>conceito que se aplica exemplarmente às "nações retardatárias" (os novos estados originários</p><p>do sistema colonial).</p><p>4. O fenômeno migratório não é novo: desde os tempos mais remotos, em todos os quadrantes</p><p>da terra, houveram trocas constantes de grupos populacionais.</p><p>Os períodos redigidos de forma clara, coesa, coerente, e de acordo com a norma culta da</p><p>língua, são:</p><p>a) 1, 2 e 3</p><p>b) 1, 2 e 4</p><p>c) 1 e 4</p><p>d) 2 e 3</p><p>e) 3 e 4</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>7Vamos admitir que o estudante 1se encontre diante da "página em branco", de lápis e papel</p><p>em punho, a esperar que as ideias 3lhe jorrem da mente com ímpeto proporcional à sua</p><p>ansiedade. É um momento de transe _______ estão sujeitos todos os que ainda não</p><p>adquiriram o desembaraço natural advindo da prática diuturna de escrever (transe e aflição</p><p>traduzidos em mordiscar a ponta do lápis). O assunto sobre o qual se propõe a escrever é</p><p>vago, não depende de pesquisa, mas apenas da experiência e das vivências. E agora?</p><p>Vejamos como resolver isso, mediante a sábia lição do Professor Júlio Nogueira: "O assunto é</p><p>um desses temas abstratos, que 4nos parecem áridos, avaros de ideias: a amizade, por</p><p>exemplo".</p><p>Que dizer sobre a amizade? Como encher tantas linhas, formando períodos sobre períodos, se</p><p>as ideias 5nos escapam, se a imaginação está inerte, se nada encontramos no cérebro que nos</p><p>pareça digno de ser expresso de forma agradável e, sobretudo, correta? Antes de tudo, se</p><p>nosso estado de espírito é de perplexidade, se 2nos domina essa preocupação pungente, esse</p><p>desânimo de chegar a um resultado satisfatório, o que devemos fazer é não começar a tarefa</p><p>imediatamente. Em vez de lançar a esmo algumas frases inexpressivas no papel, 8devemos</p><p>refletir, devemos nos concentrar. Uma quarta parte do tempo _________ dispomos deve ser</p><p>destinada a metodizar o assunto, a 6dividi-lo nos pontos que comporta.</p><p>GARCIA, Othon. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: FGV, 1996, p. 340.</p><p>(adaptação)</p><p>72. (Pucrs 2004) As palavras que completam corretamente as lacunas do texto, na ordem em</p><p>que se encontram, são</p><p>a) em que / de que</p><p>b) a que / de que</p><p>c) ao qual / o qual</p><p>d) no qual / do qual</p><p>e) a que / que</p><p>73. (Pucrs 2004) Para responder à questão, analisar o papel que as palavras têm no texto, e</p><p>as respectivas afirmações, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).</p><p>( ) SE encontre (ref. 1) / NOS domine (ref. 2) - ambos os pronomes têm papel reflexivo.</p><p>( ) LHE jorrem (ref. 3) - o pronome equivale a "sua", ou a "dele".</p><p>( ) NOS parecem (ref. 4) - sendo um complemento do verbo, sua presença é imprescindível</p><p>Página 49 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>para a compreensão da frase.</p><p>( ) NOS escapam (ref. 5) - o pronome pode ser reescrito corretamente por "de nós" ou "a</p><p>nós".</p><p>( ) DIVIDI-LO (ref. 6) - a forma verbal e o pronome sofreram ajustes na grafia, sem alterar</p><p>seu papel na frase.</p><p>A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo é</p><p>a) V - V - F - V - V</p><p>b) F - F - V - F - V</p><p>c) V - F - F - V - F</p><p>d) F - V - F - V - V</p><p>e) F - V - V - F - F</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>COTAS E NADA MAIS</p><p>A simplicidade com que alguns formuladores de política pública .....1..... o mundo às</p><p>vezes leva a situações inusitadas. É o caso da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que</p><p>implantou um sistema de cotas para a admissão de candidatos que .....2..... de escola pública</p><p>e/ou que se autodeclararem negros ou pardos.</p><p>A Uerj não se apercebeu de que, sem uma estrutura de apoio aos estudantes mais</p><p>carentes, o sistema de cotas corre o risco de se tornar um factoide que alimenta os fenômenos</p><p>de evasão escolar e deficiência de aprendizado.</p><p>No Brasil, a política pública para inclusão social por vezes prefere .....3..... de maior</p><p>impacto midiático .....4..... de base. Cotas não vão sanar o deficit de formação acumulado pelo</p><p>aluno. Tampouco garantirão a permanência do estudante em cursos que não raro exigem</p><p>dedicação integral. É como se o problema de consciência dos legisladores estivesse revolvido</p><p>com a presença de alunos pobres na lista de aprovados do vestibular.</p><p>Uma política efetiva para o ingresso de jovens carentes nas boas universidades deveria</p><p>começar no Ensino Médio, com a melhoria de sua qualidade e a disseminação de cursos pré-</p><p>vestibulares para esta faixa de renda. (...) Mas começou-se a construir a casa pelo telhado,</p><p>com uma política de cotas malajambrada, o que avilta o princípio do mérito, que deveria nortear</p><p>a vida universitária. (...)</p><p>É preciso agregar mais racionalidade ao debate sobre cotas, por mais que alguns</p><p>defensores do politicamente correto não hesitem em tachar de racista qualquer crítica ao</p><p>sistema.</p><p>Folha de São Paulo (editorial) 11/02/03.</p><p>74. (Pucrs 2003) O primeiro período do terceiro parágrafo ficará correto, de acordo com a</p><p>norma culta do idioma, se as lacunas 3 e 4 forem preenchidas, respectivamente, com:</p><p>a) mais os passos / que ao trabalho</p><p>b) antes os passos / ao trabalho</p><p>c) os passos / ao trabalho</p><p>d) mais os passos / ao trabalho</p><p>e) os passos / do que o trabalho</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>1Os modelos de competição 2(que podemos entender como modelos de relações sociais) são</p><p>classificados em: competição primária sem regras, competição entre duas pessoas com regras,</p><p>competição de muitas pessoas a um só nível, competição de dois níveis do tipo 3oligárquico, e,</p><p>competição de dois níveis do tipo crescentemente 4democrático. Com exceção do primeiro tipo,</p><p>5os modelos se assemelham a jogos reais como xadrez, futebol, tênis ou tantos outros</p><p>esportes. 6Representam a competição segundo regras, as quais podem variar em sua escala</p><p>de presença e importância. “Todos os modelos se baseiam em duas ou mais pessoas que</p><p>medem suas forças” 7(ELIAS, 2005, p. 80), ou seja, na distribuição potencial de poder ao longo</p><p>Página 50 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>de uma configuração qualquer. O equilíbrio de poder, segundo ELIAS (2005), constitui um</p><p>elemento integral de todas as relações humanas, as quais são, comumente, multipolares.</p><p>Nesse caso, os modelos de jogos poderiam ajudar a “uma melhor compreensão do tal</p><p>equilíbrio do poder, não como uma ocorrência extraordinária, mas como uma ocorrência</p><p>cotidiana” (ELIAS, 2005, p. 80). Elias entende que ninguém vem ao mundo desprovido de</p><p>poder, pois este é um elemento básico nas relações humanas. Ocorre que como por vezes o</p><p>desequilíbrio de poder é muito grande, 8algumas perspectivas teóricas acabam reificando o</p><p>poder em suas análises.</p><p>STAREPRAVO, Fernando Augusto; SOUZA, Juliano de; MARCHI JUNIOR, Wanderley. A</p><p>teoria dos jogos competitivos de Norbert Elias como alternativa à leitura das políticas públicas</p><p>de esporte e lazer no Brasil. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 26,</p><p>n. 4, p. 658-659. Adaptado.</p><p>75. (Ufpr 2024) Com base no texto, assinale a alternativa correta.</p><p>a) A função dos parênteses na (ref. 1) do texto é apresentar uma retificação acerca dos</p><p>modelos de competição.</p><p>b) Os parênteses em (ELIAS, 2005, p. 80), (ref. 7), são parafraseados na sequência do texto,</p><p>pela expressão “ou seja”.</p><p>c) O termo sublinhado na sentença “algumas perspectivas teóricas acabam reificando o poder</p><p>em suas análises” (ref. 8), pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por “deificando”.</p><p>d) O sujeito de “Representam a competição</p><p>segundo regras,...” (ref. 6), é um sujeito elíptico de</p><p>“os modelos de competição” (ref. 1), e “os modelos” (ref. 5).</p><p>e) Os adjetivos “oligárquico” (ref. 3) e “democrático” (ref. 4), funcionam como sinônimos no</p><p>texto.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:</p><p>O tédio profundo</p><p>O excesso de positividade se manifesta também como excesso de estímulos, informações e</p><p>impulsos. Modifica radicalmente a estrutura e economia da atenção. Com isso se fragmenta e</p><p>destrói a atenção. Também a crescente sobrecarga de trabalho torna necessária uma técnica</p><p>específica relacionada ao tempo e à atenção, que tem efeitos novamente na estrutura da</p><p>atenção. A técnica temporal e de atenção multitasking (multitarefa) não representa nenhum</p><p>progresso civilizatório. A multitarefa não é uma capacidade para a qual só seria capaz o</p><p>homem na sociedade trabalhista e de informação pós-moderna. 1Trata-se antes de um</p><p>retrocesso. A multitarefa está amplamente disseminada entre os animais em estado selvagem.</p><p>Trata-se de uma técnica de atenção, indispensável para sobreviver na vida selvagem.</p><p>Um animal ocupado no exercício da mastigação de sua comida tem de ocupar-se ao mesmo</p><p>tempo com outras atividades. Deve cuidar 2para que, ao comer, ele próprio não acabe comido.</p><p>Na vida selvagem, o animal está obrigado a dividir sua atenção em diversas atividades. 3Por</p><p>isso, não é capaz de aprofundamento contemplativo – nem para comer, nem no copular. O</p><p>animal não pode mergulhar contemplativamente no que tem diante de si, pois tem de elaborar</p><p>ao mesmo tempo o que tem atrás de si. Não apenas a multitarefa, mas também atividades</p><p>como jogos de computador geram uma atenção ampla, mas rasa, 4que se assemelha à</p><p>atenção de um animal selvagem. As mais recentes evoluções sociais e a mudança de estrutura</p><p>da atenção aproximam cada vez mais a sociedade humana da vida selvagem.</p><p>(Extraído e Adaptado de: HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Petrópolis, RJ: Vozes,</p><p>2017. p. 31-32.)</p><p>76. (Ufpr 2023) Considere o seguinte excerto do texto:</p><p>Também a crescente sobrecarga de trabalho torna necessária uma técnica específica</p><p>relacionada ao tempo e à atenção, que tem efeitos novamente na estrutura da atenção.</p><p>Nessa passagem, o autor aponta um efeito de:</p><p>a) sucessividade.</p><p>Página 51 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>b) proporcionalidade.</p><p>c) circularidade.</p><p>d) relativização.</p><p>e) acréscimo.</p><p>77. (Ufpr 2023) No excerto O animal não pode mergulhar contemplativamente no que tem</p><p>diante de si, pois tem de elaborar ao mesmo tempo o que tem atrás de si, é correto afirmar, a</p><p>respeito das expressões grifadas, que no texto:</p><p>a) ambas apresentam sentido metafórico.</p><p>b) ambas funcionam como complemento verbal.</p><p>c) a primeira funciona como complemento verbal e a segunda, como circunstância de lugar.</p><p>d) a primeira exprime ação e a segunda, posse.</p><p>e) na primeira o sentido é metafórico e na segunda, denotativo.</p><p>78. (Ufpr 2023) Para a adequada interpretação do texto, é necessário identificar a que</p><p>informações, apresentadas previamente, correspondem algumas expressões de sentido vago e</p><p>empregadas pelo autor. Isso posto, considere as seguintes afirmativas:</p><p>1. Na expressão “para que”, ref. 2, “que” é pronome relativo cujo referente é “ele próprio”.</p><p>2. O termo destacado na expressão “trata-se”, ref. 1, refere-se a “técnica de atenção”.</p><p>3. O termo grifado na expressão “que se assemelha”, ref. 4, é marca de indeterminação.</p><p>4. “Por isso”, ref. 3, estabelece relação conclusiva com o período imediatamente anterior.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente a afirmativa 4 é verdadeira.</p><p>b) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.</p><p>c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.</p><p>d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.</p><p>e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>A fronteira tênue entre heróis e vilões</p><p>O conceito de herói está profundamente ligado à cultura que o criou e a quando foi</p><p>criado, o que significa que ele varia muito de lugar para lugar e de época para época. Mesmo</p><p>assim, a figura do herói aparece nas mais diversas sociedades e eras, sempre atendendo a</p><p>critérios morais e desejos em comum de determinado povo.</p><p>Apesar do protagonismo do herói, o que seria dele se não houvesse um vilão? Nas narrativas,</p><p>o vilão costuma ser o antagonista. Os vilões representam aquilo que é errado, injusto, que foge</p><p>à moral defendida pelo herói. Por não carregar o protagonismo das histórias, o vilão costuma</p><p>ser um personagem sem profundidade, sem dilemas, sem uma história que nos explique o</p><p>porquê de suas ações. E isso reforça sua vilania.</p><p>Conhecer a história de alguém é um processo humanizador, capaz até de revogar a</p><p>alcunha de vilão e conferir ao personagem o título de herói, ou só de uma pessoa comum que</p><p>tem seus defeitos e qualidades. Assim, uma maneira de fabricar vilões é não deixar suas</p><p>histórias serem contadas, é criar uma imagem sobre esses personagens e mantê-los em</p><p>silêncio.</p><p>(MIRANDA, Lucas Mascarenhas de. A fronteira tênue entre heróis e vilões. Ciência hoje, Rio de</p><p>Janeiro, 21 nov. 2021. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/artigo/a-fronteira-tenue-entre-</p><p>herois-e-viloes/. Adaptado.)</p><p>79. (Ufpr 2023) Assinale a alternativa que contém os elementos a que apontam,</p><p>respectivamente, os termos “ele”, “seus” e “suas”, destacados no texto.</p><p>a) conceito de herói, pessoa comum, qualidades.</p><p>b) herói, personagem, maneira.</p><p>c) conceito de herói, pessoa comum, vilões.</p><p>d) herói, personagem, vilões.</p><p>e) conceito de herói, personagem, maneira.</p><p>Página 52 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>Diverti-me imensamente com a história dos imbecis da web. Para quem não acompanhou, 1foi</p><p>publicado em alguns jornais e também on-line que 2no curso de uma chamada 3lectio</p><p>magistralis em Turim eu teria dito que a web está cheia de imbecis. 4É falso. A lectio era sobre</p><p>um tema completamente diferente, mas isso mostra como as notícias circulam e se deformam</p><p>entre os jornais e a web. A história dos imbecis surgiu numa conferência de imprensa durante a</p><p>qual, respondendo a uma pergunta que não me lembro mais, fiz uma observação de puro bom</p><p>senso. Admitindo que em 7 bilhões de habitantes exista uma taxa inevitável de imbecis,</p><p>muitíssimos deles costumavam comunicar seus delírios aos íntimos ou aos amigos do bar – e</p><p>assim suas opiniões permaneciam limitadas a um círculo restrito. Hoje uma parte consistente</p><p>dessas pessoas tem a possibilidade de expressar as próprias opiniões nas redes sociais e,</p><p>portanto, tais opiniões alcançam audiências altíssimas e se misturam com tantas outras ideias</p><p>expressas por pessoas razoáveis.</p><p>[...]</p><p>É justo que a rede permita que mesmo quem não diz coisas sensatas se expresse, mas o</p><p>excesso de besteira congestiona as linhas. E algumas reações descompensadas que vi na</p><p>internet confirmam minha razoabilíssima tese. Alguém chegou a dizer que, para mim, as</p><p>opiniões de um tolo e aquelas de um ganhador do prêmio Nobel têm a mesma evidência e não</p><p>demorou para que se difundisse 5viralmente uma inútil discussão sobre o fato de eu ter ou não</p><p>recebido um prêmio Nobel – sem que ninguém consultasse sequer a Wikipédia.</p><p>(Umberto Eco – Os imbecis e a imprensa responsável, 2017.)</p><p>80. (Ufpr 2020) Com base no texto de Eco, é correto afirmar:</p><p>a) A oração “foi publicado em alguns jornais” (ref. 1) trata-se de uma oração sem sujeito.</p><p>b) A expressão “lectio magistralis” (ref. 3) está destacada em itálico em virtude de seu emprego</p><p>conotativo.</p><p>c) A expressão “no curso de” (ref. 2) pode ser substituída pela preposição “durante”, mantendo</p><p>paralelismo semântico.</p><p>d) O advérbio “viralmente” (ref. 5) é uma figura de linguagem empregada para estabelecer um</p><p>paradoxo.</p><p>e) A oração “É falso” (ref. 4) deveria apresentar concordância nominal de gênero com o termo</p><p>antecedente “história dos imbecis”.</p><p>81. (Ufpr 2019) É verdade que na Alemanha (da mesma forma que em outros países</p><p>europeus) sempre</p><p>existiram ressentimentos xenófobos e antissemitas, como também grupos e</p><p>partidos de extrema direita. Não são fenômenos novos. A novidade desses últimos anos é o</p><p>exibicionismo desavergonhado __________ são manifestadas em público essas posturas</p><p>desumanas, o desenfreio __________ se assedia e se fustiga nas ruas os que têm aspecto,</p><p>crenças e uma forma de amar diferentes dos da maioria. A novidade é o consenso social</p><p>__________ é tolerável dizer e o que deve continuar sendo intolerável.</p><p>(<https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/21/opinion/1537548764_065506.html?</p><p>id_externo_rsoc=FB_BR_CM>.)</p><p>Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima, na ordem em que</p><p>aparecem no texto.</p><p>a) com que – que – sob aquilo.</p><p>b) onde – quanto ao que – sob o que.</p><p>c) em que – que – sobre que.</p><p>d) com o qual – com o qual – sobre o que.</p><p>e) que – onde – sobre o qual.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:</p><p>O texto a seguir é referência para a(s) questão(ões) a seguir.</p><p>Era uma vez um lobo vegano que não engolia a vovozinha, três porquinhos que se</p><p>Página 53 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>dedicavam _____ especulação imobiliária e uma estilista chamada Gretel que trabalhava de</p><p>garçonete em Berlim. Não deveria nos surpreender que os contos tradicionais se adaptem aos</p><p>tempos. Eles foram submetidos _____ alterações no processo de transmissão, oral ou escrita,</p><p>ao longo dos séculos para adaptá-los aos gostos de cada momento. Vejamos, por exemplo,</p><p>Chapeuzinho Vermelho. Em 1697 – quando a história foi colocada no papel –, Charles Perrault</p><p>acrescentou _____ ela uma moral, com o objetivo de alertar as meninas quanto _____</p><p>intenções perversas dos desconhecidos.</p><p>Pouco mais de um século depois, os irmãos Grimm abrandaram o enredo do conto e o</p><p>coroaram com um final feliz. Se a Chapeuzinho Vermelho do século XVII era devorada pelo</p><p>lobo, não seria de surpreender que a atual repreendesse a fera por sua atitude sexista quando</p><p>a abordasse no bosque. A força do conto, no entanto, está no fato de que ele fala por meio de</p><p>uma linguagem simbólica e nos convida a explorar a escuridão do mundo, a cartografia dos</p><p>medos, tanto ancestrais como íntimos. Por isso ele desafia todos nós, incluindo os adultos. [...]</p><p>A poetisa Wislawa Szymborska falou sobre um amigo escritor que propôs a algumas</p><p>editoras uma peça infantil protagonizada por uma bruxa. As editoras rejeitaram a ideia. Motivo?</p><p>É proibido assustar as crianças. A ganhadora do prêmio Nobel, admiradora de Andersen – cuja</p><p>coragem se destacava por ter criado finais tristes –, ressalta a importância de se assustar,</p><p>porque as crianças sentem uma necessidade natural de viver grandes emoções: “A figura que</p><p>aparece [em seus contos] com mais frequência é a morte, um personagem implacável que</p><p>penetra no âmago da felicidade e arranca o melhor, o mais amado. Andersen tratava as</p><p>crianças com seriedade. Não lhes falava apenas da alegre aventura que é a vida, mas também</p><p>dos infortúnios, das tristezas e de suas nem sempre merecidas calamidades”. C. S. Lewis dizia</p><p>que fazer as crianças acreditar que vivem em um mundo sem violência, morte ou covardia só</p><p>daria asas ao escapismo, no sentido negativo da palavra.</p><p>Depois de passar dois anos mergulhado em relatos compilados durante dois séculos,</p><p>Italo Calvino selecionou e editou os 200 melhores contos da tradição popular italiana. Após</p><p>essa investigação literária, sentenciou: “Le fiabe sono vere [os contos de fadas são</p><p>verdadeiros]”. O autor de O Barão nas Árvores tinha confirmado sua intuição de que os contos,</p><p>em sua “infinita variedade e infinita repetição”, não só encapsulam os mitos duradouros de uma</p><p>cultura, como também “contêm uma explicação geral do mundo, onde cabe todo o mal e todo o</p><p>bem, e onde sempre se encontra o caminho para romper os mais terríveis feitiços”. Com sua</p><p>extrema concisão, os contos de fadas nos falam do medo, da pobreza, da desigualdade, da</p><p>inveja, da crueldade, da avareza... Por isso são verdadeiros. Os animais falantes e as fadas</p><p>madrinhas não procuram confortar as crianças, e sim dotá-las de ferramentas para viver, em</p><p>vez de incutir rígidos patrões de conduta, e estimular seu raciocínio moral. Se eliminarmos as</p><p>partes escuras e incômodas, os contos de fadas deixarão de ser essas surpreendentes árvores</p><p>sonoras que crescem na memória humana, como definiu o poeta Robert Bly.</p><p>(Marta Rebón. Disponível em:</p><p><https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/18/eps/1537265048_460929.html>.)</p><p>82. (Ufpr 2019) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do primeiro</p><p>parágrafo, na ordem em que aparecem no texto:</p><p>a) a – a – à – às.</p><p>b) à – à – a – as.</p><p>c) à – a – a – às.</p><p>d) a – à – à – as.</p><p>e) à – à – à – as.</p><p>83. (Ufpr 2019) Considere as seguintes afirmativas sobre os termos em negrito e sublinhados</p><p>no texto:</p><p>1. No segundo parágrafo, “a” refere-se a “fera”.</p><p>2. No terceiro parágrafo, “cuja” refere-se a “Wislawa Szymborska”.</p><p>3. No terceiro parágrafo, “seus” refere-se a “Andersen”.</p><p>4. No quarto parágrafo, “las” refere-se a “crianças”.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>Página 54 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>a) Somente a afirmativa 4 é verdadeira.</p><p>b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.</p><p>c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.</p><p>d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.</p><p>e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.</p><p>84. (Ufpr 2019) Com base no texto, considere as seguintes afirmativas:</p><p>1. Na frase “Os animais falantes e as fadas madrinhas não procuram confortar as crianças, e</p><p>sim dotá-las de ferramentas para viver, em vez de incutir rígidos patrões de conduta, e</p><p>estimular seu raciocínio moral”, a vírgula depois de “conduta” pode ser suprimida sem</p><p>alteração do sentido.</p><p>2. Na frase “A ganhadora do prêmio Nobel, admiradora de Andersen – cuja coragem se</p><p>destacava por ter criado finais tristes –, ressalta a importância de se assustar...”, a vírgula</p><p>depois do segundo travessão pode ser corretamente suprimida.</p><p>3. No trecho “...não só encapsulam os mitos duradouros de uma cultura, como também contêm</p><p>uma explicação geral do mundo...”, a vírgula depois de “cultura” pode ser corretamente</p><p>suprimida.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.</p><p>b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.</p><p>c) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.</p><p>d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.</p><p>e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>A épica narrativa de nosso caminho até aqui</p><p>Quando viajamos para o exterior, muitas vezes passamos pela experiência de</p><p>aprender mais sobre o nosso país. Ao nos depararmos com uma realidade diferente 1daquela</p><p>em que estamos imersos cotidianamente, o estranhamento serve de alerta: deve haver uma</p><p>razão, um motivo, para que as coisas funcionem em cada lugar de um jeito. Presentes</p><p>diferentes só podem resultar de passados diferentes. Essa constatação pode ser um poderoso</p><p>impulso para conhecer melhor a nossa história.</p><p>Algo assim vem ocorrendo no campo de estudos sobre o Sistema Solar. O</p><p>florescimento da busca de planetas extrassolares – aqueles que orbitam em torno de outras</p><p>estrelas – equivaleu a dar uma espiadinha no país vizinho, para ver como vivem “seus</p><p>habitantes”. Os resultados são surpreendentes. Em certos sistemas, os planetas estão tão</p><p>perto de suas estrelas que completam uma órbita em poucos dias. Muitos são gigantes feitos</p><p>de gás, e alguns chegam a possuir mais de seis vezes a massa e quase sete vezes o raio de</p><p>Júpiter, o grandalhão do nosso sistema. Já os nossos planetas rochosos, classe em que se</p><p>enquadram Terra, Mercúrio, Vênus e Marte, parecem ser mais bem raros do que</p><p>imaginávamos a princípio.</p><p>A constatação de que somos quase um ponto fora da curva (pelo menos no que tange</p><p>ao nosso atual estágio de conhecimento de sistemas planetários) provocou os astrônomos a</p><p>formular novas teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua atual</p><p>configuração.</p><p>2Isso implica responder perguntas tais como quando se formaram os planetas gasosos, por que</p><p>estão nas órbitas em que estão hoje, de que forma os planetas rochosos surgiram etc.</p><p>Nosso artigo de capa traz algumas das respostas que foram formuladas nos últimos 15</p><p>a 20 anos. Embora não sejam consensuais, teorias como o Grand Tack, o Grande Ataque e o</p><p>Modelo de Nice têm desfrutado de grande prestígio na comunidade astronômica e oferecem</p><p>uma fascinante narrativa da cadeia de eventos que pode ter permitido o surgimento da Terra e,</p><p>em última instância, da vida por aqui. [...]</p><p>(Paulo Nogueira, editorial de Scientific American – Brasil – nº 168, junho 2016.)</p><p>85. (Ufpr 2017) Considere a estrutura “daquela em que estamos imersos” (ref. 1) e compare-a</p><p>Página 55 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>com as seguintes:</p><p>1. o espaço __________ que moramos...</p><p>2. a organização __________ que confiamos...</p><p>3. a cidade __________ que almejamos...</p><p>4. os problemas __________ que constatamos nos relatórios...</p><p>Tendo em vista as normas da língua culta, a preposição “em” deveria preencher a lacuna em:</p><p>a) 1 apenas.</p><p>b) 1 e 2 apenas.</p><p>c) 2 e 3 apenas.</p><p>d) 1, 3 e 4 apenas.</p><p>e) 2, 3 e 4 apenas.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>O texto abaixo é referência para a(s) quest(ões) a seguir.</p><p>Vontade de punir</p><p>Deu no Datafolha que dos brasileiros querem baixar a maioridade penal. Maiorias</p><p>assim robustas, que já são raras em questões sociais, ficam ainda mais intrigantes quando se</p><p>considera que, entre especialistas, o assunto é controverso. Como explicar o fenômeno?</p><p>Estamos aqui diante de um dos mais fascinantes aspectos da natureza. Se você</p><p>pretende produzir seres sociais, precisa encontrar um modo de fazer com que eles colaborem</p><p>uns com os outros e, ao mesmo tempo, se protejam dos indivíduos dispostos a explorá-los. A</p><p>fórmula que a evolução encontrou para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras de</p><p>conduta em instintos, emoções e sentimentos que provocam ações que funcionam em mais</p><p>instâncias do que não funcionam.</p><p>Assim, para evitar a superexploração pelos semelhantes, desenvolvemos verdadeiro</p><p>horror àquilo que percebemos como injustiças. Na prática, isso se traduz no impulso que temos</p><p>de punir quem tenta levar vantagem indevida. Quando não podemos castigá-los diretamente,</p><p>torcemos para que levem a pior, o que, além de garantir o sucesso de filmes de Hollywood,</p><p>torna a justiça retributiva algo popular em nossa espécie.</p><p>Isso, porém, é só parte do problema. Uma sociedade pautada apenas pelo ideal de</p><p>justiça soçobraria. Se cada mínima ofensa exigisse imediata reparação e todos tivessem de ser</p><p>tratados de forma rigorosamente idêntica, a vida comunitária seria impossível. A natureza</p><p>resolve isso com sentimentos como amor e favoritismo, que permitem, entre outras coisas, que</p><p>mães prefiram seus próprios filhos aos de desconhecidos.</p><p>Nas sociedades primitivas, bandos de 200 pessoas onde todos tinham algum grau de</p><p>parentesco, o sistema funcionava razoavelmente bem. Os ímpetos da justiça retributiva eram</p><p>modulados pela empatia familiar. Agora que vivemos em grupos de milhões sem vínculos</p><p>pessoais, a vontade de punir impera inconteste.</p><p>SCHWARTSMAN, Hélio. Folhaonline, em 24 jun. 2015.</p><p>86. (Ufpr 2016) Considere o verbo grifado na seguinte frase extraída do texto: “Uma sociedade</p><p>pautada apenas pelo ideal de justiça soçobraria”.</p><p>Um dos objetivos de um dicionário é esclarecer o significado das palavras, apresentando as</p><p>acepções de um vocábulo indo do literal para o metafórico. No caso dos verbos, há também</p><p>informações sobre a regência.</p><p>Entre as acepções para o verbo grifado acima, adaptadas do Dicionário Houaiss de Língua</p><p>Portuguesa (Rio de Janeiro: ed. Objetiva, 2001), assinale a que corresponde ao uso no texto.</p><p>a) t.d. revolver de cima para baixo e vice-versa; inverter, revirar <o ciclone soçobrou o que</p><p>encontrou no caminho>.</p><p>b) t.d/int. emborcar, virar (geralmente uma embarcação) e ir a pique, naufragar ou fazer</p><p>naufragar; afundar(-se), submergir (-se) <temiam que a tempestade os soçobrasse> <a</p><p>embarcação soçobrou>.</p><p>Página 56 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>c) t.d/int. por metáfora: reduzir(-se) a nada; acabar (com), aniquilar(-se) <com tanta dissipação,</p><p>sua fortuna soçobrara>.</p><p>d) t.d. e pron. por metáfora: tornar-se desvairado; agitar-se, perturbar-se <soçobrou-se ante a</p><p>negativa dela>.</p><p>e) pron. por metáfora: perder a coragem, o ânimo; desanimar, esmorecer, acovardar-se</p><p><soçobrar-se não é próprio dele>.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>O texto abaixo é referência para a(s) quest(ões) a seguir.</p><p>Outras razões para a pauta negativa</p><p>Venício A. Lima</p><p>O sempre interessante Boletim UFMG, que traz, a cada semana, notícias do dia a dia</p><p>da Universidade Federal de Minas Gerais, informa, na edição de 4 de maio, o trabalho</p><p>desenvolvido por grupo de pesquisa do Departamento de Ciência da Computação (DCC) em</p><p>torno da “análise de sentimento”, que relaciona o sucesso das notícias com sua polaridade,</p><p>negativa ou positiva.</p><p>Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC-UFMG, foram</p><p>identificadas, coletadas e analisadas manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos</p><p>internacionais ao longo de oito meses de 2014: The New York Times, BBC, Reuters e Daily</p><p>Mail. E as notícias foram agrupadas em cinco grandes categorias: negócios e dinheiro, saúde,</p><p>ciência e tecnologia, esportes e mundo. As conclusões da pesquisa são preciosas.</p><p>Cerca de das notícias diárias estão relacionadas a fatos que geram “sentimentos</p><p>negativos” – tais como catástrofes, acidentes, doenças, crimes e crises. Os textos das</p><p>manchetes foram relacionados aos sentimentos que elas despertam, numa escala de menos 5</p><p>(muito negativo) a mais 5 (muito positivo). Descobriu-se que o sucesso de uma notícia, vale</p><p>dizer, o número de vezes em que é “clicada” pelo eventual leitor está fortemente vinculado a</p><p>esses “sentimentos” e que os dois extremos – negativo e positivo – são os mais “clicados”. As</p><p>manchetes negativas, todavia, são aquelas que atraem maior interesse dos leitores.</p><p>Embora realizado com base em manchetes publicadas em sites internacionais – não</p><p>brasileiros –, os resultados do trabalho dos pesquisadores do DCC-UFMG nos ajudam a</p><p>compreender a predominância do “jornalismo do vale de lágrimas” na grande mídia brasileira.</p><p>Para além da partidarização seletiva das notícias, parece haver também uma</p><p>importante estratégia de sobrevivência empresarial influindo na escolha da pauta negativa. Os</p><p>principais telejornais exibidos na televisão brasileira, por exemplo, estão se transformando em</p><p>incansáveis noticiários diários de crises, crimes, catástrofes, acidentes e doenças de todos os</p><p>tipos. Carrega-se, sem dó nem piedade, nas notícias que geram sentimentos negativos. Mais</p><p>do que isso: os âncoras dos telejornais, além das notícias negativas, se encarregam de</p><p>editorializar, fazer comentários, invariavelmente críticos e pessimistas, reforçando, para além</p><p>da notícia, exatamente seus aspectos e consequências funestos.</p><p>Existe, sim, o risco do esgotamento. Cansado de tanta notícia ruim e sentindo-se</p><p>impotente para influir no curso dos eventos, pode ser que o leitor/telespectador afinal desista</p><p>de se expor a esse tipo de jornalismo que o empurra cotidianamente rumo a um inexorável</p><p>“vale de lágrimas” mediavalesco.</p><p>Adaptado de <http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-ebates/outras-razoes-para-a-</p><p>pauta-negativa/>. Acesso em 19 mai. 2015.</p><p>87. (Ufpr 2016) Considere as seguintes sentenças retiradas do texto e assinale a alternativa</p><p>em que a expressão verbal grifada concorda com um sujeito posposto.</p><p>a) Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC-UFMG, foram identificadas,</p><p>coletadas e analisadas manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos</p><p>internacionais ao longo de oito meses de 2014.</p><p>b) As manchetes negativas, todavia, são aquelas que atraem maior interesse dos leitores.</p><p>c) Os principais telejornais exibidos</p><p>na televisão brasileira, por exemplo, estão se</p><p>transformando em incansáveis noticiários diários de crises.</p><p>Página 57 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>d) Mais do que isso: os âncoras dos telejornais, além das notícias negativas, se encarregam de</p><p>editorializar, fazer comentários, invariavelmente críticos e pessimistas.</p><p>e) Embora realizado com base em manchetes publicadas em sites internacionais – não</p><p>brasileiros –, os resultados do trabalho dos pesquisadores do DCC-UFMG nos ajudam a</p><p>compreender a predominância do “jornalismo do vale de lágrimas” na grande mídia</p><p>brasileira.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>Dez anos de Flip</p><p>Ao mesmo tempo, poucos eventos culturais despertam reações tão contraditórias quanto a Flip</p><p>(Festa Literária Internacional de Paraty), desde que, há dez anos, ela fez de Paraty uma das</p><p>capitais mundiais da literatura. Recorrendo à polarização proposta por Umberto Eco décadas</p><p>atrás, há os apocalípticos e os integrados. Para os primeiros, a Flip é um show midiático</p><p>patrocinado pelas grandes corporações da vida editorial, uma prova de como o capitalismo</p><p>compra e corrompe tudo – e podemos encontrar sinais de "apocalipse" até no insuspeito</p><p>escritor Jonathan Franzen (capa da Time como "o romancista da América"). Em sua palestra</p><p>lembrou que, ao chegar a Paraty, encontrou placas enormes com propaganda de um cartão de</p><p>crédito e, sussurrou, conspirador, "isso já diz muita coisa". Os americanos também adoram</p><p>falar mal do dinheiro.</p><p>Franzen é um realista de carteirinha. Mas outro grande escritor, este de vocação nefelibata, o</p><p>espanhol Enrique Vila-Matas, denuncia com uma certa volúpia a "extinção da literatura",</p><p>entregue hoje ao horror das leis do mercado. Bem, não tomemos ao pé da letra a afirmação,</p><p>uma licença poética transcendente – segundo o clássico gosto ibérico, a realidade é uma</p><p>consequência do desejo, e não o contrário. A ideia apocalíptica pressupõe uma utopia poética,</p><p>mas também política, redentora e pura, onde a arte, enfim, brilhará como um diamante intocado</p><p>pelo mundo real.</p><p>Enquanto isso não acontece, os integrados leem livros, pedem autógrafos, lotam as tendas da</p><p>Flip, bebem cachaça, passeiam pela cidade histórica, conversam fiado, odeiam alguns autores</p><p>e amam outros; há um clima de devoção e um culto das celebridades que faz parte do pacote</p><p>(a diária num hotel de Paraty durante a Flip é uma das mais caras do mundo).</p><p>(Adaptado de TEZZA, Cristovão. Dez anos de Flip. Gazeta do Povo, 30 jul. 2012.)</p><p>88. (Ufpr 2013) Em que alternativa o texto foi sintetizado adequadamente?</p><p>a) As contradições da Flip são explicitadas por alguns escritores, chamados de apocalípticos,</p><p>que adoram falar mal do dinheiro. Um deles é o insuspeito Jonathan Franzen, conhecido</p><p>como "o romancista da América". Mas as diárias de um hotel durante o evento são</p><p>caríssimas.</p><p>b) A Flip desperta reações contraditórias. Para resolver isso, a organização deveria ter mais</p><p>cuidado na escolha dos patrocinadores, pois o capitalismo compra e corrompe tudo. Quem</p><p>aponta isso é o espanhol Enrique Vila-Matas, segundo o qual as leis de mercado estão</p><p>destruindo a literatura.</p><p>c) O público que frequenta a Flip não está interessado nas polêmicas dos escritores</p><p>convidados para o evento, sejam eles apocalípticos ou integrados, segundo a polarização</p><p>formulada por Umberto Eco. Quer aproveitar a festa: passear, conversar, conseguir</p><p>autógrafos, tirar o maior proveito possível do alto preço pago pela hospedagem.</p><p>d) Segundo Umberto Eco, há os apocalípticos e os integrados. Na Flip, os dois grupos têm</p><p>reações contraditórias: os primeiros falam mal do dinheiro, os outros gastam sem reclamar.</p><p>Mas para ambos o evento pode ser definido como um show para a promoção e divulgação</p><p>internacional de autores e obras de interesse das grandes corporações editoriais.</p><p>e) Desde sua criação, a Flip provoca reações contraditórias: de um lado há os que consideram</p><p>o evento um espetáculo em que predominam os interesses das grandes editoras; de outro</p><p>os que curtem o evento sem maiores questionamentos. A partir da dicotomia proposta por</p><p>Umberto Eco, os primeiros seriam os apocalípticos e os últimos os integrados.</p><p>Página 58 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>89. (Ufpr 2013) Ao realizar um experimento no laboratório da escola, um estudante fez as</p><p>seguintes anotações:</p><p>— 2 frascos com substâncias em pó, uma amarela, outra branca.</p><p>— 10 gramas de cada uma, usando uma balança de precisão.</p><p>— Colocadas em uma placa de vidro e misturadas com uma espátula.</p><p>— Água em cima da mistura, com um conta-gotas: 2 gotas.</p><p>— A mistura ficou alaranjada, esquentou e soltou uma fumaça branca.</p><p>Ao fazer o relatório do experimento, o estudante teve várias dúvidas em relação à redação e</p><p>escreveu cinco versões, reproduzidas nas alternativas a seguir. Assinale a que faz um relato de</p><p>forma objetiva, correta e em linguagem adequada a um relatório.</p><p>a) Usando uma placa de vidro. Sobre a mesma, pinguei 2 gotas de água em cima. Antes tirei</p><p>dos frascos contendo as substâncias e misturei 10 gramas do pó A (amarelo) e 10 do pó B</p><p>(branco) com uma espátula. Depois observei que a mistura ficou alaranjada, esquentou e</p><p>saiu uma fumaça branca. Foi isso que eu fiz e observei.</p><p>b) A mistura em cima da placa de vidro esquentou, mudou de cor e soltou uma fumaça branca.</p><p>Isso aconteceu depois que os pós branco e amarelo foram pesados em uma balança de</p><p>precisão, colocados em cima da placa de vidro, 10 gramas de cada, tudo misturado com</p><p>uma espátula. A água de um conta-gotas pingou em cima. Foram 2 gotas.</p><p>c) Primeiro peguei 10 gramas das substâncias em pó, que estavam em frascos, uma amarela</p><p>(A) outra branca (B) e coloquei ambas em uma placa de vidro, onde misturei com uma</p><p>espátula, com 2 gotas de água em cima. Saiu uma fumaça branca e ficou alaranjada.</p><p>Conclusão: a mistura das substâncias esquentaram.</p><p>d) Sobre uma placa de vidro foram colocados 10 gramas de cada uma das substâncias A</p><p>(amarela) e B (branca), em pó, que foram depois misturadas com uma espátula. Com o</p><p>auxílio de um conta-gotas, foram acrescentadas 2 gotas d'água. Observou-se então o</p><p>aquecimento da mistura, que, além disso, tornou-se alaranjada e desprendeu uma fumaça</p><p>branca.</p><p>e) De um frasco com um pó branco e outro amarelo foram subtraídas 10 gramas dos mesmos e</p><p>colocados ambos em uma placa de vidro. A mistura então desprendeu uma fumaça branca,</p><p>a temperatura da mesma se elevou tornando-se alaranjada. Isso aconteceu após as</p><p>substâncias serem misturadas entre si e com 2 gotas de água respectivamente.</p><p>90. (Ufpr 2012) Leia como o dicionário Aurélio explica o significado e o uso dos seguintes</p><p>verbos.</p><p>Atender. V. t. i. 1. Dar, prestar atenção: Não atendeu à observação que lhe fizeram. 2. Tomar</p><p>em consideração; levar em conta; ter em vista; considerar: Não atende a súplicas. 3. Atentar,</p><p>observar, notar: Atendia, de longe, aos acontecimentos. T. d. 4. Acolher, receber com atenção</p><p>ou cortesia: Sempre atende aqueles que o procuram. Dar ou prestar atenção a. Tomar em</p><p>consideração; considerar: Atende antes de tudo as suas conveniências.</p><p>Desfrutar. V. t. d. 1. V. usufruir (2): Agora desfruta benefícios prestados; 2. Deliciar-se com;</p><p>apreciar: Sádico, desfrutou as cenas brutais do filme. 3. Viver à custa de. 4. Zombar de; troçar,</p><p>chacotear. T. i. 5. Fruir (3): Desfruta de bom conceito no meio científico.</p><p>Precisar. V. t. d. 1. Indicar com exatidão; particularizar, distinguir, especializar: Não sabe</p><p>precisar a época de sua viagem. 2. Ter precisão ou necessidade de; necessitar: (...) precisa</p><p>espairecer. 3. Citar ou mencionar especialmente: a testemunha precisou o criminoso. T. i. 4.</p><p>Ter necessidade; carecer, necessitar: Precisa de dinheiro. Int. 5. Ser pobre, necessitado.</p><p>Trabalha porque precisa.</p><p>Proceder. V. t. i. 1. Ter origem; originar-se, derivar(-se): O amor não procede do hábito. (...) 2.</p><p>Provir por geração; descender: Segundo o cristianismo, todos os homens são irmãos porque</p><p>procedem de Adão e Eva. 3. Instaurar</p><p>processo: O governo procederá contra os agiotas. 4.</p><p>Levar a efeito; executar, realizar: As juntas apuradoras procederam à contagem dos votos. (...)</p><p>Revidar. V. t. d. 1. Responder ou compensar (uma ofensa física ou moral) com outra maior: O</p><p>rapaz revidou os socos do agressor. 2. Responder, replicar, contestando: O deputado revidou o</p><p>discurso que o incriminava. T. d. e i. e Int. 3. Vingar uma ofensa com outra maior: Revidou a</p><p>alusão pérfida com as mais violentas injúrias.</p><p>Visar. V. t. d. 1. Dirigir a vista fixamente para; mirar: visar um alvo. 2. Apontar arma de fogo</p><p>contra: Visou o ladrão, imobilizando-o. 3. Pôr o sinal de visto em: visar um cheque. 4. Ter por</p><p>Página 59 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>fim ou objetivo; ter em vista: Ao escrever esta novela, visava um fim moral. T. i. 4. Ter por fim</p><p>ou objetivo; ter em vista: Estas medidas visavam ao bem público.</p><p>Agora, considere os seguintes períodos:</p><p>1. O caçador, depois de visar ao lobo na floresta, parou para revidar ao chamado dos</p><p>companheiros de caça.</p><p>2. Depois de precisar os detalhes do contrato, o vendedor pediu aos interessados que</p><p>aguardassem, pois teria de atender o chamado do escritório.</p><p>3. Para revidar as investidas dos clientes, o gerente adiou o início da liquidação e procedeu a</p><p>investigação do percentual de aumento de preços praticado pela loja, o que permitiu que os</p><p>funcionários desfrutassem de algumas horas extras de descanso.</p><p>4. Os representantes do povo demoram a atender a demandas dos cidadãos, mas sabem</p><p>desfrutar as benesses do poder.</p><p>Assumindo que as explicações sobre os verbos disponibilizadas acima constituem a única</p><p>possibilidade de uso segundo a norma culta da língua portuguesa, que períodos estariam</p><p>adequados a essa norma?</p><p>a) Somente o período 3.</p><p>b) Somente os períodos 2 e 4.</p><p>c) Somente os períodos 1 e 3.</p><p>d) Somente os períodos 1 e 4.</p><p>e) Somente os períodos 2, 3 e 4.</p><p>91. (Ufpr 2007) "Guia de Uso do Português" é um dicionário que tem por objetivo descrever</p><p>como as palavras são usadas em textos contemporâneos que se utilizam da língua padrão.</p><p>Observe a seguir o mesmo verbete descrito por um dicionário tradicional (Aurélio) e pelo "Guia</p><p>de Uso do Português".</p><p>Ajudar. [Do lat. adjutare] V. t. d. 1. Dar ajuda a; auxiliar; "há proveito em irem as</p><p>pessoas da minha história colaborando nela, ajudando o autor" (Machado de Assis, "Esaú e</p><p>Jacó", p. 46). 2. Socorrer; favorecer. 3. Facilitar; favorecer, propiciar: "Repouso ajuda a cura da</p><p>gripe". [...] T. d. e i. 5. Auxiliar a fazer alguma coisa: "Rosto contraído, boca torta, pediu</p><p>finalmente à mulher que os ajudasse a conseguir uma visão melhor." (Gilvã Lemos, "Jutaí</p><p>Menino", p. 7) T. i. 6. Dar ajuda, prestar auxílio: "Queixa-se de que ninguém lhe ajuda". Int. 7.</p><p>Dar ajuda, prestar auxílio a alguém: "Pessoas que viram a cena correram para se informar,</p><p>para ajudar, e encontraram Germiniano debruçado na roda chorando." (José J. Veiga, "A Hora</p><p>dos Ruminantes", p. 29).</p><p>(Dicionário Aurélio)</p><p>Ajudar</p><p>1. O verbo ajudar se usa: com complemento sem preposição indicativo de quem recebe</p><p>a ajuda, podendo ocorrer outro complemento, iniciado pelas preposições "a" (com infinitivo) ou</p><p>"em". Que Deus AJUDE O NOSSO POVO. (COL-O). Tenho que passar, AJUDAR JANDIRA A</p><p>ARRUMAR a mudança. (PL) Dê esta chance a seu filho AJUDE-o na remoção do obstáculo e</p><p>finalmente na descoberta da solução. (FSP) com complemento iniciado pela preposição "a"</p><p>indicativo de quem recebe a ajuda. "Recebemos com tristeza desfiliação de um militante que</p><p>muito AJUDOU Ao partido, mas a atitude dele no encontro foi desastrosa". (FSP). Nesse caso,</p><p>pode também ocorrer outro complemento, iniciado pela preposição "a" (com infinitivo) ou "em".</p><p>A construção com dois complementos preposicionados não é bem aceita em algumas obras</p><p>normativas.</p><p>Entretanto, ela é usual e está registrada na maioria dos dicionários, inclusive nos</p><p>especializados em regência verbal. "Ele sabia que também seu pai tinha estado ali, e essa</p><p>concordância com o destino paterno AJUDOU-LHE A suportar o castigo". (VB). "Músico, ele</p><p>estava familiarizado com coisas como ressonância, timbre, altura do som, o que LHE AJUDOU</p><p>muito EM seus estudos sobre percussão". (APA).</p><p>(NEVES, M. H. de Moura. "Guia de uso do português: confrontando regras e usos". Ed.</p><p>Página 60 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>UNESP.)</p><p>Considere as seguintes afirmativas a respeito dos verbetes apresentados:</p><p>1. Na descrição feita pelo "Guia de uso do português", não é possível saber se o verbo é</p><p>transitivo direto, indireto, intransitivo, ao contrário do que acontece com os dicionários</p><p>tradicionais.</p><p>2. O "Guia de uso do português" privilegia uma descrição que possibilita saber a regência do</p><p>verbo.</p><p>3. Para pesquisar a acepção de uma palavra, os dicionários tradicionais ainda são os mais</p><p>recomendados.</p><p>4. O "Guia de usos" registra o uso do verbo "ajudar" com dois complementos preposicionados.</p><p>Esse tipo de construção está registrada também no "Dicionário Aurélio".</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.</p><p>b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.</p><p>c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.</p><p>d) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.</p><p>e) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.</p><p>92. (Ufpr 2006) "Na análise do relatório, constatou-se um desvio de recursos que se supõe ter</p><p>sido feito pelo diretor afastado. Para que os fatos sejam apurados, decidiu-se encaminhar o</p><p>caso para as instâncias superiores."</p><p>No trecho apresentado, são utilizados recursos gramaticais para tornar o texto impessoal.</p><p>Analise as ocorrências a seguir e aponte aquelas em que esses recursos foram usados para</p><p>impessoalizar o que aparece em 1, de acordo com as normas da língua padrão.</p><p>I. 1 - No relatório final, nós omitimos as informações que comprometeriam o andamento das</p><p>investigações. Decidimos também relatar os últimos acontecimentos que não constavam do</p><p>processo.</p><p>2 - No relatório final, omitiram-se as informações que comprometeriam o andamento das</p><p>investigações. Decidiu-se também relatar os últimos acontecimentos que não constavam do</p><p>processo.</p><p>II. 1 - Após instalarmos a comissão, abrimos os documentos que apontavam os pontos falhos</p><p>do processo. Observamos que medidas mais enérgicas eram urgentes para conter as</p><p>despesas.</p><p>2 - Após a comissão ser instalada, abrimos os documentos nos quais se apontava os pontos</p><p>falhos do processo. Foram observadas que medidas mais enérgicas eram urgentes para as</p><p>despesas serem contidas.</p><p>III. 1 - Em situações como essas, sempre constato que é necessário ter atitudes firmes na hora</p><p>certa. Se deixar as decisões urgentes para outras pessoas, corro o risco de perder o controle</p><p>sobre os acontecimentos.</p><p>2 - Em situações como essas, sempre se constata que é necessário ter atitudes firmes na hora</p><p>certa. Se se deixam as decisões urgentes para outras pessoas, corre-se o risco de se perder o</p><p>controle sobre os acontecimentos.</p><p>IV. 1 - Eu constatei, após fazer uma análise cuidadosa, que os dados que recolhi não eram</p><p>suficientes para justificar a conclusão. Assim, resolvi buscar mais evidências a fim de</p><p>apresentar uma análise que tivesse mais respaldo.</p><p>2 - Constatei, após fazer cuidadosa análise, que são insuficientes os dados recolhidos para que</p><p>se justifique a conclusão. Resolveram-se, assim, buscar mais evidências a fim de uma análise</p><p>Página 61 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>ser apresentada com mais respaldo.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.</p><p>b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.</p><p>c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.</p><p>d) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.</p><p>e) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>O MUNDO É BÁRBARO</p><p>e o que nós temos a ver com isso</p><p>1Entreouvida na rua: “O que isso tem a ver com o meu café com leite?” 2Não sei se é uma frase</p><p>feita comum que só eu não conhecia ou</p><p>se estava sendo inventada na hora, mas gostei. Tudo,</p><p>no fim, se resume 3no que tem e não tem a ver com o nosso café com leite, no que afeta ou</p><p>não afeta diretamente nossas vidas e nossos hábitos. É uma questão que envolve mais do que</p><p>a vizinhança próxima. Outro dia ficamos sabendo que o Stephen Hawking voltou atrás na sua</p><p>teoria sobre os buracos negros, 4aqueles furos no universo em que a matéria desaparece. Nem</p><p>eu nem você entendíamos a teoria, e agora somos obrigados a rever nossa ignorância: os</p><p>buracos negros não eram nada daquilo que a gente não sabia que eram, são outra coisa que a</p><p>gente nunca vai entender. Nosso consolo é que nada disto tem a ver com nosso café com leite.</p><p>5Os buracos negros e o nosso café com leite 6são, mesmo, extremos opostos, a extrema</p><p>angústia do desconhecido e o extremo conforto do familiar. Não cabem na mesma mesa ou no</p><p>mesmo cérebro.</p><p>7Mas da mesma forma que estes extremos não estão tão longe assim – basta o sol inventar de</p><p>implodir e iremos todos juntos para o buraco, nós, nosso café com leite, nosso pão com</p><p>manteiga, nosso santinho da sorte e aquele pulôver favorito – 8coisas da vizinhança próxima</p><p>que parecem não ter nada a ver com nossas vidas têm muito. Você lê essas histórias de</p><p>fortunas minguando entre os poucos bolsos de sempre, indo para paraísos fiscais e 9contas</p><p>ofishór e voltando disfarçadas, o milagre de dinheiro estéril gerando mais dinheiro estéril, a</p><p>grande e interminável farra do capital no Brasil, e é como se lesse sobre os buracos negros,</p><p>algo que não lhe diz respeito, que se passa longe do seu café com leite. E no entanto a 10moral</p><p>desse bordel é a moral dominante no país, agora, incrivelmente, mais do que nunca. É a que</p><p>determina nossa expectativa de vida. Seus apologistas dizem que não há nada de 11ilegal no</p><p>turismo 12sexual que o capital financeiro faz no Brasil para reproduzir a si mesmo, como se o</p><p>escândalo não fosse justamente sua legalidade. Também alegam que não há alternativa viável</p><p>à nossa dependência do capital 13amoral. Era o que o Stephen Hawking dizia da sua teoria</p><p>para os buracos negros, antes de mudar de ideia. Mas aparentemente as leis da física são</p><p>mais flexíveis do que a ortodoxia do bordel.</p><p>VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro e o que nós temos a ver com isso. Rio de</p><p>Janeiro: Objetiva, 2008. p. 9-10.</p><p>93. (Ufsc 2024) Com base no texto e de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>01) o trecho “no que afeta ou não afeta diretamente nossas vidas e nossos hábitos” (ref. 8)</p><p>explica a expressão que dá mote ao texto.</p><p>02) em “são, mesmo, extremos opostos, a extrema angústia do desconhecido e o extremo conforto do</p><p>familiar” (ref. 6), os termos em destaque são advérbios intensificadores dos termos a que se referem.</p><p>04) “Entreouvida” (ref. 1) é um neologismo formado pela junção de dois verbos.</p><p>08) em “Não sei se é uma frase feita” (ref. 2), a expressão sublinhada equivale a “clichê”.</p><p>16) o trecho “aqueles furos no universo em que a matéria desaparece” (ref. 4) é aposto de</p><p>“buracos negros”.</p><p>32) em “coisas da vizinhança próxima que parecem não ter nada a ver com nossas vidas têm</p><p>muito” (ref. 8), o verbo sublinhado está flexionado no plural para concordar com o sujeito</p><p>“nossas vidas”.</p><p>Página 62 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>94. (Ufsc 2024) Texto 1</p><p>O MUNDO É BÁRBARO</p><p>e o que nós temos a ver com isso</p><p>Entreouvida na rua: “O que isso tem a ver com o meu café com leite?” Não sei se é uma frase</p><p>feita comum que só eu não conhecia ou se estava sendo inventada na hora, mas gostei. Tudo,</p><p>no fim, se resume no que tem e não tem a ver com o nosso café com leite, no que afeta ou não</p><p>afeta diretamente nossas vidas e nossos hábitos. É uma questão que envolve mais do que a</p><p>vizinhança próxima. Outro dia ficamos sabendo que o Stephen Hawking voltou atrás na sua</p><p>teoria sobre os buracos negros, aqueles furos no universo em que a matéria desaparece. Nem</p><p>eu nem você entendíamos a teoria, e agora somos obrigados a rever nossa ignorância: os</p><p>buracos negros não eram nada daquilo que a gente não sabia que eram, são outra coisa que a</p><p>gente nunca vai entender. Nosso consolo é que nada disto tem a ver com nosso café com leite.</p><p>Os buracos negros e o nosso café com leite são, mesmo, extremos opostos, a extrema</p><p>angústia do desconhecido e o extremo conforto do familiar. Não cabem na mesma mesa ou no</p><p>mesmo cérebro.</p><p>Mas da mesma forma que estes extremos não estão tão longe assim – basta o sol inventar de</p><p>implodir e iremos todos juntos para o buraco, nós, nosso café com leite, nosso pão com</p><p>manteiga, nosso santinho da sorte e aquele pulôver favorito – coisas da vizinhança próxima</p><p>que parecem não ter nada a ver com nossas vidas têm muito. Você lê essas histórias de</p><p>fortunas minguando entre os poucos bolsos de sempre, indo para paraísos fiscais e contas</p><p>ofishór e voltando disfarçadas, o milagre de dinheiro estéril gerando mais dinheiro estéril, a</p><p>grande e interminável farra do capital no Brasil, e é como se lesse sobre os buracos negros,</p><p>algo que não lhe diz respeito, que se passa longe do seu café com leite. E no entanto a moral</p><p>desse bordel é a moral dominante no país, agora, incrivelmente, mais do que nunca. É a que</p><p>determina nossa expectativa de vida. Seus apologistas dizem que não há nada de ilegal no</p><p>turismo sexual que o capital financeiro faz no Brasil para reproduzir a si mesmo, como se o</p><p>escândalo não fosse justamente sua legalidade. Também alegam que não há alternativa viável</p><p>à nossa dependência do capital amoral. Era o que o Stephen Hawking dizia da sua teoria para</p><p>os buracos negros, antes de mudar de ideia. Mas aparentemente as leis da física são mais</p><p>flexíveis do que a ortodoxia do bordel.</p><p>VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro e o que nós temos a ver com isso. Rio de</p><p>Janeiro: Objetiva, 2008. p. 9-10.</p><p>Texto 2</p><p>Malvados</p><p>Com base nos textos 1 e 2 e de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>01) o texto 1 vincula a palavra “bárbaro” ao sentido de barbárie, já o texto 2 explora a</p><p>ambiguidade do termo, da qual se depreende seu efeito de humor.</p><p>Página 63 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>02) “Que absurdo!” e “Que bárbaro!”, no texto 2, são interjeições que expressam surpresa e</p><p>admiração, respectivamente.</p><p>04) no segundo quadro do texto 2, o termo “o que” exerce a função de predicativo e tem</p><p>referência indeterminada.</p><p>08) no terceiro quadro do texto 2, a frase “Que bárbaro!” expressa a empolgação da</p><p>personagem em relação a um novo conceito de verdade.</p><p>16) no trecho “Muito mais bárbaro do que você imagina”, no texto 2, o adjetivo “bárbaro” está</p><p>flexionado, comparando a realidade dada na tirinha com o que se supõe ser imaginado pelo</p><p>interlocutor.</p><p>95. (Ufsc 2024) PASSAGEM DE TEMPO.</p><p>O JUIZ apita. O jogo começa.</p><p>Em poucas jogadas, Mauro percebe que o time dos italianos está massacrando o time da casa.</p><p>Mas o goleiro 1Edgar defende tudo. De soco, de mão trocada, com os pés, com a cabeça...</p><p>A torcida está apreensiva. 2Mauro, maravilhado.</p><p>MAURO (V.O.) (CONT.)</p><p>Eu sempre quis jogar no ataque, como todo mundo. Mas nunca fui muito bom.</p><p>Até que aquele jogo mudou a minha vida...</p><p>3Seguem-se 4cenas entrecortadas do jogo até que um pênalti é assinalado. O atacante</p><p>preparasse para cobrá-lo contra o gol de Edgar. Edgar faz o sinal da cruz.</p><p>Da arquibancada, Mauro imita o gesto lentamente.</p><p>O Rabino Samuel, sentado atrás dele, lhe 5desfere um tapa na cabeça.</p><p>O ATACANTE cobra o pênalti. A bola está prestes a entrar na gaveta quando Edgar, numa</p><p>belíssima defesa, evita o gol.</p><p>A torcida delira.</p><p>Mauro fica pensativo e esboça um sorriso.</p><p>MAURO (V.O.) (CONT.)</p><p>E de repente eu descobri o que eu queria ser. Eu queria ser 6negro e voador...</p><p>GALPERIN, Cláudio; MANTOVANI, Bráulio; MUYLAERT, Anna; HAMBURGUER, Cao. O ano</p><p>em que meus pais saíram de férias. São Paulo: Imprensa Oficial, 2008. p. 150-151.</p><p>Com base no texto, na leitura integral da obra O ano em que meus pais saíram de férias,</p><p>publicada</p><p>originalmente em 2008, e de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>01) no texto, o emprego da vírgula na frase “Mauro, maravilhado.” (ref. 2) marca a elipse do</p><p>verbo em uma relação predicativa.</p><p>02) no texto, a flexão verbal no tempo presente marca os acontecimentos que integram a cena,</p><p>enquanto a flexão no passado, aqueles que se localizam em um momento anterior à cena.</p><p>04) no texto, o Rabino Samuel “desfere um tapa na cabeça” (ref. 5) de Mauro por o garoto</p><p>demonstrar devoção ao goleiro.</p><p>08) no texto, a forma verbal “seguem-se” (ref. 3) está no plural por o sujeito da sentença ser</p><p>“cenas entrecortadas do jogo” (ref. 4).</p><p>16) no texto, o desejo de Mauro de ser “negro” e “voador” (linha 18), na cena narrada, é antigo,</p><p>como evidencia a flexão de tempo passado no verbo ‘querer’.</p><p>32) a cena do jogo, descrita no texto, se torna importante para Mauro por marcar o momento</p><p>tão esperado do retorno de sua mãe.</p><p>64) Edgar é apresentado no roteiro como um símbolo de resistência à ditadura, com a</p><p>representação do goleiro que defende tudo: “De soco, de mão trocada, com os pés, com a</p><p>cabeça...” (ref. 1).</p><p>96. (Ufsc 2024) Texto 1</p><p>PASSAGEM DE TEMPO.</p><p>O JUIZ apita. O jogo começa.</p><p>Em poucas jogadas, Mauro percebe que o time dos italianos está massacrando o time da casa.</p><p>Mas o goleiro Edgar defende tudo. De soco, de mão trocada, com os pés, com a cabeça...</p><p>A torcida está apreensiva. Mauro, maravilhado.</p><p>MAURO (V.O.) (CONT.)</p><p>Página 64 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Eu sempre quis jogar no ataque, como todo mundo. Mas nunca fui muito bom.</p><p>Até que aquele jogo mudou a minha vida...</p><p>Seguem-se cenas entrecortadas do jogo até que um pênalti é assinalado. O atacante</p><p>preparasse para cobrá-lo contra o gol de Edgar. Edgar faz o sinal da cruz.</p><p>Da arquibancada, Mauro imita o gesto lentamente.</p><p>O Rabino Samuel, sentado atrás dele, lhe desfere um tapa na cabeça.</p><p>O ATACANTE cobra o pênalti. A bola está prestes a entrar na gaveta quando Edgar, numa</p><p>belíssima defesa, evita o gol.</p><p>A torcida delira.</p><p>Mauro fica pensativo e esboça um sorriso.</p><p>MAURO (V.O.) (CONT.)</p><p>E de repente eu descobri o que eu queria ser. Eu queria ser negro e voador...</p><p>GALPERIN, Cláudio; MANTOVANI, Bráulio; MUYLAERT, Anna; HAMBURGUER, Cao. O ano</p><p>em que meus pais saíram de férias. São Paulo: Imprensa Oficial, 2008. p. 150-151.</p><p>Texto 2</p><p>Com base nos textos 1 e 2 e de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>01) no texto 1, a passagem do tempo é marcada pela sequência dos acontecimentos descritos,</p><p>enquanto no texto 2 se dá pela relação entre a linguagem verbal e a não verbal.</p><p>02) os textos afirmam a capacidade técnica dos dois goleiros para evitar a marcação de gols.</p><p>04) o pronome “isso” retoma o termo “calma”, expressando a ideia de que a função de um</p><p>goleiro é</p><p>transmitir calma tanto aos jogadores quanto à torcida.</p><p>08) a pontuação antes e depois de “Dudu” isola o sujeito da oração.</p><p>16) no texto 2, as letras em destaque no primeiro e no terceiro quadro são empregadas como</p><p>um recurso para indicar o desespero do goleiro, contrastando com a fala dos espectadores.</p><p>32) o emprego do verbo ‘ir’, no primeiro quadro, indica marcação de tempo futuro.</p><p>97. (Ufsc 2024) Texto 1</p><p>A declaração de amor</p><p>MUITOS DIAS SE PASSARAM JÁ, e Túlio, menos preocupado, mostrava-se feliz e</p><p>comunicativo. Luísa B... o tinha incumbido do serviço exclusivo do seu hóspede, que começava</p><p>a recobrar as forças, o que ele atribuía aos cuidados do jovem negro, e da formosa donzela, e</p><p>ao ar puro que ali respirava. Com efeito, ele ia a melhor, e cada dia dava esperanças de</p><p>próxima convalescença. Aprazia-se com essa notícia a boa senhora Luísa B...; mas a</p><p>encantadora Úrsula, melancólica, e mais bela que nunca, sentia um indefinível pesar ao</p><p>lembrar-se que em breve volveria para o seu antigo exulamento, e ainda maior que dantes: o</p><p>cavaleiro falava de sua próxima partida.</p><p>Túlio acompanhava-o.</p><p>Tinha-se alforriado. O generoso mancebo assim que entrou em convalescença dera-lhe</p><p>dinheiro correspondente ao seu valor como gênero, dizendo-lhe:</p><p>– Recebe, meu amigo, este pequeno presente que te faço, e compra com ele a tua liberdade.</p><p>Página 65 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Túlio obteve pois por dinheiro aquilo que Deus lhe dera, como a todos os viventes [...].</p><p>REIS, Maria Firmina dos. Úrsula. Porto Alegre: Taverna, 2019. p. 56-57.</p><p>Texto 2</p><p>Pensei apenas que Severo [...] era um jovem homem que falava bem sobre as coisas da terra,</p><p>que tinha sentimentos bons e respeito por meus pais, seus tios, por nossa família como um</p><p>todo. Ele se sentia à vontade para falar sobre seus sonhos, tinha planos de estudar mais e não</p><p>queria ser empregado para sempre na Fazenda Água Negra. Queria trabalhar nas próprias</p><p>terras. Queria ter ele mesmo sua fazenda, que, 1diferente dos donos dali, que não conheciam</p><p>muita coisa do que tinham, que talvez não soubessem cavoucar a terra, muito menos a hora de</p><p>plantar de acordo com as fases da lua, nem o que poderia nascer em sequeiro e na várzea, ele</p><p>sabia de muito mais. Havia sido 2parido pela terra. Achava engraçado vê-lo utilizar essa</p><p>imagem para afirmar sua aptidão para a lavoura. Nunca havia pensado que tinha sido 3parida</p><p>pela terra. A terra “paria” plantas e rochas. Paria nosso alimento e minhocas.</p><p>Às vezes paria diamantes, escutava dizer. Ele falava que poderia aliar seu conhecimento da</p><p>natureza e da lavoura com sua disposição para o trabalho, além do estudo que poderia lhe dar</p><p>conhecimentos novos para mudar de vida. Eu achava tudo aquilo interessante, mas nunca</p><p>havia parado para pensar por que estávamos ali, o que poderia mudar na nossa história, o que</p><p>dependia de mim mesma ou o que dependeria das circunstâncias.</p><p>VIEIRA Jr., Itamar. Torto arado. São Paulo: Todavia, 2019. p. 72.</p><p>Com base nos textos 1 e 2 e na leitura integral das obras Úrsula e Torto arado, esta publicada</p><p>originalmente em 2018, no contexto sócio-histórico e literário das obras e, ainda, de acordo</p><p>com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que:</p><p>01) no texto 2, as expressões “parido pela terra” (ref. 2) e “parida pela terra” (ref.3) são usadas</p><p>em sentido figurado.</p><p>02) no texto 2, identificamos um processo de caracterização de Severo que privilegia aspectos</p><p>físicos da personagem, em razão do envolvimento amoroso da narradora-personagem com</p><p>o rapaz.</p><p>04) os textos 1 e 2 evidenciam uma faceta comum em romances românticos: a clássica história</p><p>de amor entre a mocinha simples e o jovem mancebo, o que contrasta com a tensão</p><p>histórica presente nas obras.</p><p>08) em “diferente dos donos dali, que não conheciam muita coisa do que tinham, que talvez</p><p>não soubessem cavoucar a terra” (ref. 1), os termos sublinhados podem ser substituídos</p><p>por “os quais” sem prejuízo ao sentido do texto.</p><p>16) se depreende dos textos o tratamento da temática da privação da liberdade em diferentes</p><p>acepções: no texto 1, resultante do modelo escravagista; no texto 2, do modelo capitalista.</p><p>98. (Ufsc 2022) Texto 1</p><p>[Fragmento 1]</p><p>Ainda esperei que fosse cair na seção dos pensionistas; mas assim não foi. Entrei para a Pinel,</p><p>para a seção dos pobres, dos sem ninguém, para aquela em que a imagem do que a Desgraça</p><p>pode sobre a vida dos homens é mais formidável e mais cortante.</p><p>O mobiliário, o vestuário das camas, as camas – tudo é de uma pobreza sem-par. O acúmulo</p><p>dos doentes, o sombrio da dependência que fica no andar térreo e o pátio interno é quase</p><p>ocupado pelo pavilhão das latrinas de ambos os andares – tirando-lhe a luz, tudo isso lhe dá</p><p>má atmosfera de hospital, de emanações de desinfetantes, uma morrinha terrível. (p. 164)</p><p>[Fragmento 2]</p><p>Alguns não suportam roupa no corpo, às vezes totalmente, outras vezes em parte. Na Seção</p><p>Pinel, num pátio que ficavam os mais insuportáveis, dez por cento deles andava nu ou seminu.</p><p>Esse pátio é a coisa mais horrível que se pode imaginar. Devido à pigmentação negra de uma</p><p>Página 66 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA</p><p>– Professor Diego</p><p>grande parte dos doentes aí recolhidos, a imagem que se fica dele, é que tudo é negro. O</p><p>negro é a cor mais cortante, mais impressionante; e contemplando uma porção de corpos</p><p>negros nus, faz ela que as outras se ofusquem no nosso pensamento. É uma luz negra sobre</p><p>as coisas, na suposição de que, sob essa luz, o nosso olhar pudesse ver alguma coisa. Aí é</p><p>que há os berradores; mas, como em toda a parte, são só os seus gritos que enchem o</p><p>ambiente. Eles são relativamente poucos. (p. 168)</p><p>[Fragmento 3]</p><p>Não pude fumar um cigarro até ao fim. Vieram-me chamar. Era um bom vizinho, negociante</p><p>dos subúrbios, humano e compassivo. Minha família comprava na sua venda e, a bem dizer, foi</p><p>dela que saí da segunda vez para o hospício. Deu-me cigarros e jornais. Conversamos dez</p><p>minutos, e senti bem, naquele homem simples, de pouca cultura, a piedade profunda que lhe</p><p>inspirava. Foi a segunda satisfação que o hospício me dava. Havia bondade, simpatia de</p><p>homem para homem, independente de interesse e parentesco. (p. 172)</p><p>LIMA BARRETO, Afonso Henriques de. O cemitério dos vivos. In: LIMA BARRETO, Afonso</p><p>Henriques de. Diário do hospício; O cemitério dos vivos. São Paulo: Companhia das Letras,</p><p>2017.</p><p>Texto 2</p><p>A carne</p><p>Intérprete: Elza Soares</p><p>Compositores: Marcelo Yuca / Seu Jorge / Ulisses Cappelletti</p><p>A carne mais barata do mercado é</p><p>a carne negra (5x)</p><p>Que vai de graça pro presídio</p><p>E para debaixo do plástico</p><p>Que vai de graça pro subemprego</p><p>E pros hospitais psiquiátricos</p><p>A carne mais barata do mercado é a</p><p>carne negra (5x)</p><p>Que fez e faz história</p><p>Segurando esse país no braço</p><p>O cabra aqui não se sente revoltado</p><p>Porque o revólver já está engatilhado</p><p>E o vingador é lento</p><p>Mas muito bem-intencionado</p><p>E esse país</p><p>Vai deixando todo mundo preto</p><p>E o cabelo esticado</p><p>Mas mesmo assim</p><p>Ainda guardo o direito</p><p>De algum antepassado da cor</p><p>Brigar sutilmente por respeito</p><p>Brigar bravamente por respeito</p><p>Brigar por justiça e por respeito</p><p>De algum antepassado da cor</p><p>Brigar, brigar, brigar</p><p>A carne mais barata do mercado é a carne</p><p>negra (5x)</p><p>Página 67 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Com base nos textos 1 e 2 e de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>01) para a compreensão do texto 2, é necessária a leitura prévia do texto 1.</p><p>02) o texto 2 denuncia a discriminação que marginaliza negros e pobres já apontada no texto 1.</p><p>04) o texto 2 faz uso da função poética da linguagem na produção de uma letra de canção e o</p><p>texto 1 traz fragmentos de narrativas típicas dos textos argumentativos.</p><p>08) em “Brigar sutilmente por respeito” (linha 21), seguido por “Brigar bravamente por respeito”</p><p>(linha 22), no texto 2, a progressão textual é sustentada pela ideia da intensificação da luta</p><p>por respeito.</p><p>16) no texto 2, em “O cabra aqui não se sente revoltado” (linha 11), o sujeito da oração é um</p><p>substantivo feminino.</p><p>32) no texto 2, o termo “que” (linhas 03, 05 e 09) tem a função de marcar a interrogação que</p><p>questiona o racismo.</p><p>64) o estribilho (linhas 01, 02, 07, 08, 26 e 27) critica a objetificação do negro, tomado como</p><p>coisa de baixo valor para a sociedade.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>Memes no museu</p><p>Um fenômeno em exposição</p><p>O professor Viktor Chagas chegou ao Museu da República, no Rio de Janeiro,</p><p>cumprimentou os seguranças e apontou para a maior tela do salão térreo. “Esta é a famosa</p><p>pintura da confecção da bandeira, de Pedro Bruno”, disse, apressado. O quadro A Pátria, de</p><p>1919, retrata uma criança agarrada a uma imensa bandeira do Brasil que está sendo</p><p>confeccionada por um grupo de mulheres. É uma das imagens emblemáticas da virada</p><p>republicana do país. O professor subiu as escadas, atravessou uma sala, depois outra, e por</p><p>fim se postou diante de uma imagem menor que reproduzia a tela de Pedro Bruno, mas coberta</p><p>de letras brancas que diziam: “1Ordem e Progresso: é verdade esse bilete.”</p><p>Trata-se de uma das montagens que Chagas pinçou da internet para integrar a</p><p>exposição “A política dos memes e os memes da política”, organizada por ele. “O meme, em</p><p>essência, é tudo que é replicado. E sempre pressupõe muitas camadas de significados”,</p><p>afirmou o professor, diante da imagem. “Este meme, por exemplo, só ganha sentido ao</p><p>conhecermos o quadro original, o contexto político do momento e outro meme que mostrava o</p><p>recado de um menino para a sua mãe” (“Senhores paes, amanhã não vai ter aula poorque</p><p>pode ser feriado. Assinado: Tia Paulinha. É verdade esse bilete”). A frase final do recado virou</p><p>mote para diversos memes.</p><p>A exposição espalha-se por quatro salas que tratam da relação dos memes com os</p><p>símbolos nacionais, a propaganda política, a persuasão e a desinformação, entre outros temas.</p><p>Tudo é acompanhado de textos que mostram a complexidade das forças políticas e sociais em</p><p>jogo nas imagens. “2Ver um meme na parede de um museu: essa provocação sempre foi nossa</p><p>intenção”, disse Chagas, do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal</p><p>Fluminense (UFF). “Queremos que as pessoas encarem o objeto do meme como 3algo</p><p>relevante, fugindo do 4oba-oba, 5do besteirol, da 6balbúrdia.” [...]</p><p>Página 68 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Formado em jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com</p><p>mestrado e doutorado em história pela Fundação Getulio Vargas, Chagas sempre trabalhou</p><p>com temas relacionados à mídia e ao poder. Quando foi contratado pela UFF, em 2011,</p><p>começou a ser indagado pelos alunos sobre fenômenos da internet. Leigo no assunto, ele</p><p>passou a pesquisar sobre memes e percebeu que tinham muito a ver com seus temas de</p><p>estudo. Organizou, então, um grupo de alunos para catalogar os memes e analisá-los. A ideia</p><p>era colocar as pesquisas como verbetes na Wikipédia, mas seus colegas na universidade não</p><p>endossaram a proposta. Disseram que uma enciclopédia deveria prezar pela relevância e, para</p><p>a academia, memes não eram importantes.</p><p>Chagas decidiu, então, montar uma “enciclopédia” por conta própria. Criou com sua</p><p>equipe o #MUSEUdeMEMES, um site que reúne as intervenções mais difundidas e influentes,</p><p>que explica em que contexto surgiram e que impacto político e/ou social tiveram. Na última</p><p>contagem feita, estavam catalogadas e analisadas no museu cerca de 200 famílias de memes,</p><p>séries com o mesmo tema.</p><p>O site também abriga cerca de 1.200 trabalhos escritos cadastrados (teses, artigos</p><p>etc.) e tornou-se referência no assunto. Em quatro anos de existência, teve mais de 2 milhões</p><p>de visitantes, marca considerável para um projeto acadêmico. 7Chagas, porém, sentia falta</p><p>desta parte importante do trabalho: transformar o museu virtual numa exposição real. E assim</p><p>ele chegou ao Museu da República, que hospeda a mostra até o dia 24 de agosto. [...]</p><p>PAVARIN, Guilherme. Memes no museu. Revista Piauí, ed. 155, ago. 2019.</p><p>Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/memes-no-museu. [Adaptado]. Acesso em:</p><p>2 set. 2019.</p><p>99. (Ufsc 2020) Com base no texto e de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>01) no penúltimo parágrafo do texto, em todas as orações o sujeito é o nome “Chagas”, o qual</p><p>é retomado pelas formas nominal e pronominal.</p><p>02) na frase “Chagas, porém, sentia falta desta parte importante do trabalho: transformar o</p><p>museu virtual numa exposição real.” (referência 7), os dois-pontos são empregados para</p><p>apresentar um esclarecimento.</p><p>04) os termos “oba-oba” (referência 4), “besteirol” (referência 5) e “balbúrdia” (referência 6)</p><p>estabelecem uma relação de antonímia com a expressão “algo relevante” (referência 3).</p><p>08) na frase “Ver um meme na parede de um museu: essa provocação sempre foi nossa</p><p>intenção” (referência 2), os dois-pontos introduzem uma oração subordinada.</p><p>16) no trecho “Ordem e Progresso: é verdade esse bilete.” (referência 1), a expressão “É</p><p>verdade esse bilete” expressa ironia ao estabelecer intertextualidade com o bilhete de um</p><p>menino à sua mãe.</p><p>32) o texto é um exemplar de artigo científico, uma</p><p>6. (Ufrgs 2023) Considere as afirmações abaixo, sobre alternativas de reescrita de algumas</p><p>frases do texto, fazendo os ajustes necessários de letras maiúsculas e minúsculas.</p><p>I. Deslocamento de Também (ref. 16) para imediatamente depois de possível (ref. 17).</p><p>II. Deslocamento de por exemplo (ref. 23) para imediatamente depois de pontuação (ref. 20).</p><p>III. Deslocamento de expressamente (ref. 21) para imediatamente depois de sendo (ref. 22).</p><p>Quais dessas alterações acarretam mudança de sentido na frase original?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) Apenas II e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>Esse delírio que por aí vai pelo futebol 1__________ 2seus 3fundamentos na própria</p><p>4natureza humana. O espetáculo da luta sempre foi o maior encanto do homem; e o prazer da</p><p>vitória, pessoal ou do partido, 5foi, 6é e 7será 8a ambrosia dos deuses manipulada na Terra.</p><p>Admiramos 9hoje os grandes filósofos gregos, Platão, Sócrates, Aristóteles; 10seus 11coevos,</p><p>12porém, 13admiravam muito mais os atletas que 14venciam no estádio. Milon de Crotona,</p><p>15campeão na arte de torcer pescoços de touros, só para nós tem 16menos importância que</p><p>17seu 18mestre Pitágoras. Para os gregos, para a massa popular grega, seria inconcebível 19a</p><p>ideia de que o filósofo pudesse no futuro ofuscar a 20glória do lutador.</p><p>Na França, o homem 21hoje mais popular é George Carpentier, mestre em socos de</p><p>primeira classe; e, se derem nas massas um balanço sincero, verão que ele sobrepuja em</p><p>prestígio aos próprios chefes supremos vencedores da guerra.</p><p>Nos Estados Unidos, há 22sempre 23um campeão de 24boxe tão entranhado na idolatria</p><p>do povo que está em 25suas 26mãos subverter o 27regime político.</p><p>E os delírios 28coletivos provocados pelo combate de dois campeões 29em campo?</p><p>30Impossível assistir-se a espetáculo mais revelador da alma humana que os jogos de futebol.</p><p>31Não é mais esporte, é guerra. Não se batem 32duas equipes, mas dois povos, duas</p><p>nações. Durante o tempo da luta, de quarenta a cinquenta mil pessoas deliram em transe,</p><p>estáticas, na ponta dos pés, coração aos pulos e nervos tensos como cordas de viola.</p><p>33Conforme corre o jogo, 34__________ pausas de silêncio absoluto na multidão suspensa, ou</p><p>deflagrações violentíssimas de entusiasmo, que só a palavra delírio 35classifica. E gente</p><p>pacífica, bondosa, incapaz de sentimentos 36exaltados, sai fora de si, torna-se capaz de</p><p>cometer os mais 37horrorosos desatinos.</p><p>A luta de vinte e duas feras no campo transforma em feras 38os cinquenta mil</p><p>espectadores, possibilitando um enfraquecimento mútuo, num conflito horrendo, caso um</p><p>incidente qualquer funda em corisco, 39__________ eletricidades psíquicas acumuladas em</p><p>cada indivíduo.</p><p>O jogo de futebol teve a honra de despertar o nosso povo do marasmo de nervos em</p><p>que vivia.</p><p>Adaptado de LOBATO, Monteiro. A onda verde. São Paulo: Globo, 2008. p. 119-120.</p><p>Página 5 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>7. (Ufrgs 2022) O deslocamento de segmentos de um texto pode ou não afetar as relações de</p><p>sentido estabelecidas. Assinale a alternativa em que o deslocamento de segmentos,</p><p>considerando os ajustes com maiúscula, minúscula e pontuação, mantém as relações de</p><p>sentido no contexto em que ocorrem.</p><p>a) Hoje (ref. 9) para imediatamente depois de seus coevos (ref. 10).</p><p>b) porém (ref. 12) para imediatamente antes de seus coevos (ref. 10).</p><p>c) sempre (ref. 22) para imediatamente depois de mãos (ref. 26).</p><p>d) em campo (ref. 29) para imediatamente depois de coletivos (ref. 28).</p><p>e) Conforme corre o jogo (ref. 33) para imediatamente depois de classifica (ref. 35).</p><p>8. (Ufrgs 2022) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir.</p><p>( ) A expressão menos importância (ref. 16) desempenha a função sintática de objeto</p><p>direto.</p><p>( ) A expressão a ideia (ref. 19) desempenha a função sintática de objeto direto.</p><p>( ) A expressão duas equipes (ref. 32) desempenha a função sintática de objeto direto.</p><p>( ) A expressão os cinquenta mil espectadores (ref. 38) desempenha a função sintática de</p><p>objeto direto.</p><p>A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é</p><p>a) V – F – F – V.</p><p>b) V – F – V – F.</p><p>c) F – V – V – V.</p><p>d) V – V – V – F.</p><p>e) F – V – F – V.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>1As primeiras lições que recebi de aeronáutica foram-me dadas por um grande</p><p>visionário: Júlio Verne. De 1888, mais ou menos, a 1891, 2quando parti pela 3primeira vez para</p><p>a Europa, li, com 4grande 5interesse, todos os livros 6desse 7grande 8vidente da locomoção</p><p>aérea e 9submarina.</p><p>Estava 10eu em Paris quando, na véspera de partir para o Brasil, fui, com meu pai,</p><p>visitar 11uma exposição de máquinas no 12desaparecido Palácio da Indústria. Qual não foi o</p><p>meu 13espanto quando vi, pela primeira vez, um motor a petróleo, da 14força de um cavalo,</p><p>muito compacto, e leve, em comparação aos que eu conhecia, e... funcionando! 15Parei diante</p><p>dele como que pregado pelo destino. Estava completamente fascinado. Meu pai, 16distraído,</p><p>continuou a andar até que, depois de alguns passos, dando pela 17minha falta, voltou,</p><p>perguntando-18me o que havia. 19Contei-20lhe a minha admiração de ver funcionar aquele motor,</p><p>e ele me respondeu: “Por hoje 21basta”. Aproveitando-me dessas palavras, pedi-lhe licença</p><p>para fazer meus estudos em Paris. Continuamos o passeio, e meu pai, como distraído, não me</p><p>respondeu. Nessa 22mesma noite, no jantar de despedida, reunida a família, meu pai anunciou</p><p>que pretendia fazer-me voltar a Paris para acabar meus estudos. 23Nessa mesma noite corri</p><p>vários livreiros; comprei todos os livros que encontrei sobre balões e viagens aéreas.</p><p>24Diante do motor a petróleo, tinha 25sentido a possibilidade de tornar reais as</p><p>26fantasias de Júlio Verne. Ao motor a petróleo devi, 27mais tarde, todo o meu êxito. Tive a</p><p>felicidade de ser o primeiro a empregá-lo nos ares.</p><p>Uma manhã, em São Paulo, com grande surpresa minha, convidou-28me meu pai a ir à</p><p>cidade e, dirigindo-se a um cartório de tabelião, mandou lavrar escritura de minha</p><p>emancipação. Tinha 29eu dezoito anos. 30De volta à casa, chamou-me ao escritório e disse-me:</p><p>“Já lhe dei 31hoje a liberdade; 32aqui está mais este capital”, e entregou-me títulos no valor de</p><p>muitas centenas de contos. “33Tenho ainda alguns anos de vida; quero ver como você se</p><p>conduz; vai para Paris, o lugar mais perigoso para um rapaz. Vamos ver se você se faz um</p><p>adulto; prefiro que não se 34faça doutor; em Paris, você procurará um especialista em física,</p><p>química, mecânica, eletricidade, etc., estude essas matérias e não 35esqueça que o futuro do</p><p>mundo está na mecânica”.</p><p>Adaptado de DUMONT, Santos. O que eu vi, o que nós veremos. Rio de Janeiro: Hedra, 2016.</p><p>Organização de Marcos Villares.</p><p>Página 6 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>9. (Ufrgs 2020) Assinale a alternativa em que um pronome está desempenhando a função</p><p>sintática de objeto direto.</p><p>a) eu (ref. 10).</p><p>b) me (ref. 18).</p><p>c) lhe (ref. 20).</p><p>d) me (ref. 28).</p><p>e) eu (ref. 29).</p><p>10. (Ufrgs 2020) Observe as propostas de reescrita para o seguinte trecho do texto.</p><p>Nessa mesma noite, no jantar de despedida, reunida a família, meu pai anunciou que</p><p>pretendia fazer-me voltar a Paris para acabar meus estudos (ref. 23).</p><p>I. Reunida a família, no jantar de despedida, meu pai anunciou que, para acabar meus estudos,</p><p>nessa mesma noite pretendia me fazer voltar a Paris.</p><p>II. Nessa mesma noite, reunida a família, meu pai anunciou que pretendia, no jantar de</p><p>despedida, me fazer voltar a Paris para acabar meus estudos.</p><p>III. Reunida a família, meu pai anunciou, no jantar de despedida nessa mesma noite, que</p><p>pretendia me fazer voltar a Paris para acabar meus estudos.</p><p>Quais estão corretas e preservam a significação do trecho original?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas III.</p><p>c) Apenas I e II.</p><p>d) Apenas II e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>Da sua janela, ponto 1culminante da Travessa das Acácias,</p><p>vez que nele se identifica o posicionamento</p><p>crítico de um pesquisador que é referência em sua área.</p><p>100. (Ufsc 2020)</p><p>Você vivencia realmente o textão que publica na internet?</p><p>1Este textão aqui não quer passar nem perto de te dar uma lição de moral. 2Viver de</p><p>textão (como é o meu caso e de outros tantos colegas) faz com que a gente jamais tenha</p><p>certeza do que está dizendo, principalmente porque as palavras escritas são estáticas. O</p><p>mundo, não.</p><p>Quando pergunto se você realmente vivencia o textão que compartilha na internet,</p><p>minha preocupação não é com apontar hipocrisia ou incoerência na sua vida, mas que a gente</p><p>consiga experimentar de verdade as coisas que prega exaustivamente.</p><p>Ontem fui visitar um amigo e ele levantou a lebre do textão versus vida real.</p><p>Particularmente, fiquei bolada com a quantidade de vezes em que exaltei iniciativas que nunca</p><p>consegui ter na vida fora dos ecrãs.</p><p>A gente se empolga com a hashtag #MeToo e tolera vagabundo assediando a colega</p><p>de trabalho; reclama da piada impertinente do Silvio Santos, mas não consegue retrucar o</p><p>Página 69 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>primo mala que fez a mesma coisa no almoço de família; fica chocado com a negligência</p><p>política em relação à saúde pública enquanto se enche de comida ensebada e cachaça. O</p><p>textão tem sido um ensaio sem fim para o que queríamos da vida real – mas não temos muita</p><p>disposição de bancar.</p><p>Depois da conversa que tivemos sobre isso, saí da casa do amigo decidida a só abrir a</p><p>boca para pregar sobre o que eu realmente fosse capaz de realizar no dia a dia. Não se</p><p>passaram 24 horas desde então e eu já:</p><p>- 3Fui assediada sem esboçar reação, porque estava começando a chover e não quis</p><p>ficar discutindo com um estranho enquanto meu cabelo se desfazia;</p><p>- Me atrasei para a terapia, tempo contado e precioso de organização da minha vida;</p><p>- Julguei secretamente uma mulher dando refrigerante para um moleque de fralda;</p><p>- Ri da letra de uma música que, na verdade, deveria me dar motivos para chorar;</p><p>- Burlei o boicote de anos a um restaurante porque estava morrendo de fome e pressa.</p><p>Pode ser que eu esteja enganada (adoraria!), mas como parte responsável pela</p><p>existência de textões, meu único conselho útil nesse sentido, hoje, seria: 4se te falta coragem</p><p>para pôr em prática o que colocamos na internet, desligue o textão e vá ver TV.</p><p>Disponível em: https://luizasahd.blogosfera.uol.com.br/2018/02/23/voce-vivencia-realmente-o-</p><p>textao-que-publica-na-internet. [Adaptado].</p><p>Acesso em: 31 ago. 2019.</p><p>Considere os trechos a seguir, extraídos do Texto 4, e a variedade padrão da língua escrita.</p><p>I. Este textão aqui não quer passar nem perto de te dar uma lição de moral. (referência 1)</p><p>II. Viver de textão [...] faz com que a gente jamais tenha certeza do que está dizendo [...].</p><p>(referência 2)</p><p>III. Fui assediada sem esboçar reação, porque estava começando a chover e não quis ficar</p><p>discutindo com um estranho enquanto meu cabelo se desfazia. (referência 3)</p><p>IV. [...] se te falta coragem para pôr em prática o que colocamos na internet, desligue o textão e</p><p>vá ver TV. (referência 4)</p><p>Em relação aos trechos, é correto afirmar que:</p><p>01) em I, os termos “Este” e “aqui” pertencem a classes de palavras diferentes, mas</p><p>desempenham o papel de indicar que a autora refere-se ao seu próprio texto.</p><p>02) em II, a locução “a gente” apresenta valor semântico de pronome de primeira pessoa do</p><p>plural.</p><p>04) em III, a reescrita da sentença com o sujeito no plural fica “Fomos assediadas sem esboçar</p><p>reações, porque estava começando a chover e não queríamos ficar discutindo com um</p><p>estranho enquanto nosso cabelo se desfazia.”.</p><p>08) em II e IV, as sentenças são escritas com verbos impessoais.</p><p>16) em III, as palavras “assediada”, “começando” e “discutindo” desempenham a mesma</p><p>função gramatical.</p><p>32) em IV, a autora expressa seu posicionamento crítico à forma de fazer crítica por meio de</p><p>“textão” publicado na internet.</p><p>Página 70 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Gabarito:</p><p>Resposta da questão 1:</p><p>[A]</p><p>É correta a opção [A], pois, na primeira ocorrência, o pronome relativo “que” deve ser</p><p>antecedido pela preposição “de”, obrigatória pela regência do verbo falar. Na segunda, o</p><p>pronome relativo “que” exerce função de sujeito na oração subordinada adjetiva, referindo-se</p><p>ao seu antecedente, “mágica”. Na terceira, o pronome relativo “quem” deve ser precedido da</p><p>preposição “a”, por exercer função de objeto indireto.</p><p>Resposta da questão 2:</p><p>[B]</p><p>As alterações sugeridas em [I] e [III] provocariam mudança de sentido na frase original, pois</p><p>[I] a transposição do advérbio “banalmente” para depois de Homero faria com que, ao invés de</p><p>caracterizar o modo de comprovação, definiria o modo com que os versos de Homero</p><p>chegariam até nós, já que estaria ligado a “chegam”</p><p>[III] A colocação da expressão “com certeza” depois de “que” faria com que a expressão</p><p>deixasse de estar ligada inicialmente a “cronista”, sujeito da oração, para ficar relacionada</p><p>com “tecnologia humana”, sujeito da última oração do parágrafo.</p><p>Assim, é correta a opção [B], pois, no excerto “que hoje os versos de Homero nos chegam</p><p>somente cravados em folha de papel ou em tela de computador”, o advérbio “hoje” poderia ser</p><p>deslocado para depois de “chegam” sem prejuízo do sentido original: “que os versos de</p><p>Homero nos chegam, hoje, somente cravados em folha de papel ou em tela de computador”.</p><p>Resposta da questão 3:</p><p>[C]</p><p>A segunda e terceira afirmações são falsas, pois</p><p>2ª A expressão por seus cabelos, braços e colo (ref. 13) desempenha a função sintática de</p><p>adjunto adverbial de lugar.</p><p>3ª A expressão os nossos sonhos (ref. 16) desempenha a função sintática de sujeito.</p><p>Como a primeira é verdadeira, é correta a opção [C]: V – F – F.</p><p>Resposta da questão 4:</p><p>[E]</p><p>O termo verbal “gostaria” (ref. 4) tem como sujeito elíptico “você”, referindo- se a Sandro (2) e</p><p>“mostrava” (ref. 23) e “colocou” (ref. 26) a Carlucci (1) e (1). Finalmente, “Concordasse” (ref. 33)</p><p>e “devo” (ref. 35), a Sandro: (2) e (2).</p><p>Assim é correta a opção [E] que apresenta a seguinte sequência: 2 – 1 – 1 – 2 – 2.</p><p>Resposta da questão 5:</p><p>[C]</p><p>As opções [A], [B], [D] e [E] são incorretas, pois</p><p>[A] O pronome relativo que (ref. 4) tem como referente “oftalmologista”.</p><p>[B] Não existe elipse antes de pode (ref. 6), termo verbal ligado sintaticamente a “frase que</p><p>inicia este texto”.</p><p>[D] O pronome relativo que (ref. 12) tem como referente “propriedades”.</p><p>[E] dele tem como referente “segmento”.</p><p>Página 71 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Assim, é correta apenas [C].</p><p>Resposta da questão 6:</p><p>[C]</p><p>Apenas a reescrita da frase transcrita em [III] acarreta mudança de sentido original, pois, ao</p><p>deslocarmos expressamente (ref. 21) para imediatamente depois de sendo (ref. 22), a frase</p><p>teria a seguinte configuração: comumente temos de indicar que estamos sendo expressamente</p><p>irônicos ou gentis. Desta forma, o advérbio deixaria de estar ligado ao verbo “indicar” para ficar</p><p>relacionado com o modo como expressamos ironia ou amabilidade.</p><p>Como [I] e [II] são verdadeiras, é correta a opção [C].</p><p>Resposta da questão 7:</p><p>[B]</p><p>O deslocamento de segmentos sugeridos em [A], [C], [D] e [E] afetariam as relações de sentido</p><p>estabelecidas no texto original, pois</p><p>[A] o termo hoje iria diferir do conceito de “coevos”, contemporâneos no passado histórico;</p><p>[C] o termo sempre refere-se à existência de um campeão que poderá ou não subverter o</p><p>regime político, o que pode não acontecer sempre como ficaria implícito com a substituição;</p><p>[D] a expressão em campo está vinculada ao lugar onde se trava o combate de dois campeões</p><p>e não ao contexto em que acontecem delírios coletivos;</p><p>[E] a expressão conforme corre o jogo indica momentos em que poderá haver pausas de</p><p>silêncio ou gritos de entusiasmo, ao invés de poderem ser classificadas de delírio conforme</p><p>decorre o jogo, como sugerido na questão.</p><p>Assim, é correta a opção [B], pois o termo porém (ref.</p><p>12), se imediatamente antes de seus</p><p>coevos (ref. 10), não alteraria o sentido original: porém, seus coevos admiravam muito mais</p><p>os atletas que venciam no estádio.</p><p>Resposta da questão 8:</p><p>[A]</p><p>As segunda e terceira afirmações são falsas, pois as expressões a ideia (ref. 19) e duas</p><p>equipes (ref. 32) desempenham função sintática de sujeito.</p><p>Como a primeira e última afirmações são verdadeiras, é correta a opção [A].</p><p>Resposta da questão 9:</p><p>[D]</p><p>O pronome “eu” (ref.10 e 29) desempenha função de sujeito e “me” (ref.18 e 28), objeto</p><p>indireto. Apenas a opção [D] apresenta indicação do pronome “me” (ref. 28) exercendo função</p><p>de objeto direto.</p><p>Resposta da questão 10:</p><p>[B]</p><p>A proposta de reescrita da frase original apresenta-se correta apenas no item [III], opção [D].</p><p>Em [I] e [II], a intenção de enviar o filho para Paris para completar os estudos não está</p><p>corretamente contextualizada.</p><p>Resposta da questão 11:</p><p>[E]</p><p>Na primeira ocorrência, é correto o uso do artigo “as”, por se tratar de adjunto adnominal do</p><p>objeto direto de verbo transitivo. Na segunda, a locução adverbial “às voltas” exige acento</p><p>grave, assinalando a fusão da preposição “a” com o artigo “a”. Os pronomes “lhe” e “o” devem</p><p>Página 72 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>preencher as duas últimas lacunas, já que exercem função sintática de objeto indireto e objeto</p><p>direto, respectivamente. Assim, é correta a opção [E].</p><p>Resposta da questão 12:</p><p>[C]</p><p>Os itens [I] e [II] são falsos, pois</p><p>[I] “os cães e as latas de lixo” (ref. 8) exerce função sintática de sujeito;</p><p>[II] “à janela” (ref. 13) desempenha a função sintática de adjunto adverbial de lugar.</p><p>Como [III] é verdadeiro, é correta a opção [C].</p><p>Resposta da questão 13:</p><p>[D]</p><p>A expressão desse achado (ref. 20) refere-se ao período anterior que informava sobre o</p><p>resultado da pesquisa de Monaco sobre o defeito na mesma unidade de DNA em dois</p><p>indivíduos que não pertenciam à mesma família. Como também referido em [D], o pronome</p><p>isso refere-se à lógica presente na relação entre o gene FOXP2 e o comportamento linguístico.</p><p>Resposta da questão 14:</p><p>[E]</p><p>Na primeira lacuna, o acento grave indica a crase da preposição “a” exigida pela regência do</p><p>verbo “chegar” e o artigo definido “a” que antecede o substantivo “empresa”: à. Na segunda, a</p><p>o termo verbal “passam” exige a preposição “por” que, aglutinada à locução “as quais”, adquire</p><p>a forma “pelas quais”, referente a “situações”. Na terceira, o termo pronominal “lhes” apresenta-</p><p>se no plural por se referir a “protagonistas”. Na última, o pronome relativo “cujas”, indicativo de</p><p>posse, exige concordância em gênero e número com a palavra seguinte, no caso, “respostas”.</p><p>Assim, é correta a opção [E].</p><p>Resposta da questão 15:</p><p>[A]</p><p>O deslocamento de segmentos transcritos em [II] e [III] afetaria as relações de sentido no texto</p><p>original, pois</p><p>[II] no caso de deslocamento, a frase teria a seguinte configuração: Um casal residente na</p><p>mesma cidade obtém financiamento imobiliário e decide, mais tarde no mesmo dia, pela</p><p>compra de um apartamento. Desta forma, o momento expresso pelo adjunto adverbial</p><p>deixaria de estar ligado à obtenção do financiamento para se vincular ao da decisão pela</p><p>compra do apartamento.</p><p>[III] a nova frase, “Escolhida dentre várias possibilidades oferecidas pelo espaço geográfico, as</p><p>protagonistas têm em comum a angústia de tomar uma decisão complexa”, ligaria o</p><p>segmento à palavra “protagonistas” e não a “decisão”, como se apresenta na frase original.</p><p>A opção [A] é correta pois apenas [I] é verdadeiro. O adjunto adverbial de tempo “Em uma</p><p>madrugada chuvosa” que antecede o sujeito da oração principal, “um trabalhador”, poderia ser</p><p>colocado no final do predicado, o que não alteraria as relações de sentido, apenas a ordem dos</p><p>elementos essenciais do texto original: um trabalhador residente em São Paulo acorda, ao</p><p>amanhecer, às cinco horas, em uma madrugada chuvosa.</p><p>Assim, é correta a opção [A].</p><p>Resposta da questão 16:</p><p>[E]</p><p>Página 73 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>A conjunção coordenativa, “mas”, a subordinativa “enquanto” e a preposição “para”</p><p>estabelecem, no contexto, relações de oposição, temporalidade e finalidade, como transcrito</p><p>em [E].</p><p>Resposta da questão 17:</p><p>[E]</p><p>Sujeito oculto ou sujeito elíptico, embora não explícito na oração, pode ser determinado pela</p><p>flexão número-pessoa do verbo ou por sua presença em oração antecedente. Em [A], [B], [C] e</p><p>[D], o sujeito está explícito: esta, quem, que e que, respectivamente. Apenas em [E], o sujeito</p><p>pode ser depreendido pela flexão do verbo e levando em conta a última fala de Ema e a</p><p>reflexão que a sucede: “seria obrigada a assistir à televisão”.</p><p>Resposta da questão 18:</p><p>[B]</p><p>As proposições [I] e [III] são falsas, pois</p><p>[I] a oração ter uma amiga experiente (ref. 3) desempenha a função sintática de sujeito;</p><p>[III] a expressão as personalidades (ref. 19) desempenha a função sintática de sujeito da</p><p>oração que se encontra na voz passiva sintética: verbo transitivo direto, “modificam”, e</p><p>partícula apassivadora, “se”.</p><p>Como [II] é verdadeira, é correta a opção [B].</p><p>Resposta da questão 19:</p><p>[D]</p><p>A proposição [II] é falsa, pois o segundo parágrafo desenvolve a questão enunciada no</p><p>parágrafo anterior: a dificuldade em justificar determinadas concordâncias verbais, tendo como</p><p>parâmetro as regras da gramática normativa da língua portuguesa. Também a referência à</p><p>construção de pedidos e ordens em usos não padrão da língua é mencionada apenas no</p><p>terceiro. Como [I] e [III] são verdadeiras, é correta a opção [D].</p><p>Resposta da questão 20:</p><p>[E]</p><p>A segunda proposição é falsa, pois a expressão nesses casos (ref. 8) faz referência a</p><p>fenômenos linguísticos, como a silepse que acontece em expressões como “a gente fomos” ou</p><p>“o pessoal gostaram”, citados anteriormente. Como as demais são verdadeiras, é correta a</p><p>opção [E].</p><p>Resposta da questão 21:</p><p>[A]</p><p>As proposições dos itens [II] e [III] são incorretas, pois</p><p>[II] o modo subjuntivo “se deva” deveria ser substituído pelo modo indicativo (deve-se), assim</p><p>como é indevida a vírgula entre objeto direto (“concordância) e adjunto adverbial (“mesmo</p><p>assim”);</p><p>[III] o advérbio “talvez”, ligado à locução “deva admitir”, foi deslocado para outra locução, “tentar</p><p>formular”, o que altera o sentido do texto original.</p><p>Como apenas [I] é verdadeira, é correta a opção [A].</p><p>Resposta da questão 22:</p><p>[A]</p><p>[I] Falsa. O sujeito de mataram é Indeterminado; “milhões de judeus” equivale ao Objeto Direto</p><p>do mesmo verbo.</p><p>[II] Verdadeira. A correspondência está correta.</p><p>Página 74 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>[III] Verdadeira. A correspondência está correta.</p><p>[IV] Verdadeira. A correspondência está correta.</p><p>Resposta da questão 23:</p><p>[A]</p><p>O verbo “aspirar”, sinônimo de “almejar”, é transitivo indireto, obrigando a ocorrência da</p><p>preposição “a”; logo a substituição correta equivale a “Aquela, sim, era a morte a que eu</p><p>aspirava”.</p><p>Resposta da questão 24:</p><p>[E]</p><p>A alternativa [A] está incorreta quanto à lacuna 1. O verbo “sentir” nesse caso demanda um</p><p>objeto direto, que é o pronome “a”, em substituição à “coisa irresolvida”. Como o verbo termina</p><p>em som nasal, o pronome assume a forma “na”.</p><p>Do mesmo modo está incorreta a alternativa [B] quanto à lacuna 2, pois o verbo “esquecer”, no</p><p>contexto empregado, é verbo transitivo direto. Deve, portanto, ser acompanhado por um objeto</p><p>direto, no caso, o pronome “a” no lugar de “lição de inglês”. Como termina em “r”, o pronome</p><p>assume a forma “la”.</p><p>É falsa a alternativa [C] no que se refere ao preenchimento da lacuna 3, já que o verbo</p><p>“responder” nesse caso é transitivo indireto. Assim, deve-se empregar o pronome “lhe” em vez</p><p>de “o”.</p><p>Já a alternativa [D] está incorreta em todas as lacunas, conforme explicações das alternativas</p><p>anteriores.</p><p>Resposta da questão 25:</p><p>[D]</p><p>A primeira afirmação é a única incorreta. Para ficar de acordo com a regência do verbo</p><p>“desconfiar”, a substituição de “o que” deveria ser feita</p><p>por “de que”.</p><p>Resposta da questão 26:</p><p>[B]</p><p>A proposta [I] está incorreta, pois altera o sentido de “razoavelmente”. Do mesmo modo está</p><p>incorreta a proposta [III], já que passa a ter relação, com alteração de sentido, com “no Brasil</p><p>contemporâneo” e deixa de se relacionar com “pressupõe”.</p><p>Resposta da questão 27:</p><p>[C]</p><p>A segunda afirmação é a única incorreta, uma vez que o pronome “la” não retoma “toda uma</p><p>cultura escolar”. Na verdade, refere-se à “discriminação pela língua”.</p><p>Resposta da questão 28:</p><p>[E]</p><p>[I] Verdadeiro. Os advérbios formam uma classe de palavras invariáveis, caso de “meio”,</p><p>portanto não é possível a concordância entre este e o adjetivo “nervosa”.</p><p>[II] Verdadeiro. O humor da tirinha tem como base a plurissignificação de “reeducação</p><p>alimentar”: o pai compreende a expressão como uma alteração no comportamento da</p><p>esposa, que passou a adotar hábitos saudáveis de alimentação, ficando nervosa;</p><p>Armandinho compreende a expressão como uma alteração nas boas maneiras ao manejar</p><p>talheres.</p><p>[III] Verdadeiro. Armandinho indica a plena adoção do garfo em suas refeições (daí o espanto</p><p>com a reeducação alimentar pela qual a mãe passa, considerando sua compreensão do</p><p>termo); já no Texto 2, há uma análise sociológica, principalmente no trecho em que se lê a</p><p>Página 75 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>respeito de o garfo haver sido considerado “o objetivo de retirar alimentos da travessa comum.</p><p>Paulatinamente, foi introduzido como utensílio de uso individual”.</p><p>Resposta da questão 29:</p><p>[B]</p><p>[I] Falso. Quanto às referências 1 e 3, “Pero Coelho” é aposto de “um capitão-mor”, exatamente</p><p>o contrário da afirmativa; além disso, a expressão “de um capitão-mor” é complemento</p><p>nominal de “relato”. Já em relação às referências 2 e 4, “o chefe da guarnição batava no</p><p>Ceará” é aposto de “Gedeão Morritz” e este é sujeito da oração.</p><p>[II] Falso. A primeira colocação está correta: em “relato de um capitão-mor” (ref. 5), “um</p><p>capitão-mor” é agente nesse contexto; a segunda colocação, porém, está incorreta: em</p><p>“extração do mineral” (ref. 6), “mineral” sofre a ação de ser extraído.</p><p>[III] Verdadeiro. Tanto “cerca de ” (ref. 7) quanto “capital do Estado de Utah” (ref. 8) são</p><p>apostos explicativos dos termos que os antecedem – respectivamente “a grande fatia” e “Salt</p><p>Lake City”; esse é o motivo da necessidade da pontuação, sejam vírgulas ou travessões.</p><p>Resposta da questão 30:</p><p>[C]</p><p>[A] Incorreta. Em “graças ao consumo de comida industrializada”, seria possível a substituição</p><p>com ocorrência de acento indicativo de crase: graças à utilização de comida industrializada,</p><p>uma vez que o substantivo “graças” requer emprego da preposição “a”.</p><p>[B] Incorreta. Em “A culpa pelo abuso do sal não deve, porém, ser atribuída somente à</p><p>indústria”, seria possível a substituição, porém sem a ocorrência de acento indicativo de</p><p>crase, por se tratar de expressão no masculino: A culpa pelo abuso do sal não deve, porém,</p><p>ser atribuída somente a processos industriais.</p><p>[C] Correta. Em “A indústria, assim como a arte gastronômica, responde ao desejo humano”, é</p><p>possível a substituição sem comprometer o sentido do texto ou sua correção gramatical.</p><p>[D] Incorreta. Em “promovido um movimento similar àquele que antecedeu as restrições</p><p>impostas ao tabaco e ao álcool” seria possível a substituição com ocorrência de acento</p><p>indicativo de crase, uma vez que o verbo promovido requer emprego da preposição a:</p><p>promovido um movimento similar àquela campanha que antecedeu as restrições impostas</p><p>ao tabaco e ao álcool.</p><p>[E] Incorreta. Em “O movimento que defende as restrições ao sal já chegou ao Brasil”, não é</p><p>possível a troca sugerida, pois o verbo chegar requer emprego da preposição “a”.</p><p>Resposta da questão 31:</p><p>[C]</p><p>Todas as afirmações são falsas. Na primeira, a substituição de “las” por “lhes” seria</p><p>inadequada, já que, na oração, o pronome exerce função de objeto direto e “lhes” designaria o</p><p>objeto indireto que já consta na oração (“a alergias e infecções”). Na penúltima, o pronome</p><p>“seu” refere-se a “crianças” na primeira ocorrência e à “secretária gaúcha Andreia Garcia”, na</p><p>segunda. Na última, o elemento “elas” (ref. 8) refere-se a “crianças” e não a “bactérias” (ref.</p><p>10).</p><p>Resposta da questão 32:</p><p>[E]</p><p>Resposta da questão 33:</p><p>[A]</p><p>Resposta da questão 34:</p><p>[D]</p><p>Resposta da questão 35:</p><p>[A]</p><p>Página 76 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Resposta da questão 36:</p><p>[C]</p><p>Resposta da questão 37:</p><p>[B]</p><p>Resposta da questão 38:</p><p>[C]</p><p>Resposta da questão 39:</p><p>[E]</p><p>[A] Incorreta: o nome do movimento textual analisado é “referenciação” e não “elipse”.</p><p>[B] Incorreta: justamente por estar determinado pela expressão “uma das”, a concordância</p><p>pode permanecer no singular, com o verbo “tem”.</p><p>[C] Incorreta: na expressão “a trabalho”, temos a preposição “a” (viajar a alguma coisa).</p><p>[D] Incorreta: na verdade, o verbo “assistir”, no caso, foi empregado no sentido de “ver” e,</p><p>portanto, é regido por preposição: assistir a algo.</p><p>Resposta da questão 40:</p><p>ANULADA</p><p>Gabarito Oficial: [C]</p><p>Gabarito SuperPro®: Anulada (sem resposta)</p><p>Há apenas uma análise que não se sustenta: a [III]. No entanto, não há nenhuma alternativa</p><p>que contemple [I], [II] [IV], [V] e [VI].</p><p>O gabarito oficial aponta para [I], [IV] e [VI], identificando, portanto, [II], [III] e [V] como</p><p>incorretas. Mas, ao analisá-las, observamos:</p><p>[II] no contexto em que foi empregada, a conjunção “se” perde o seu valor condicional e adquire</p><p>um valor concessivo, já que opõe a maneira como muitos dos leitores enxergam as</p><p>manifestações de afeto à maneira como o Catar enxerga. Não há, portanto, uma condição</p><p>para que o Catar enxergue a manifestação de afeto como malvista, há apenas uma</p><p>oposição entre duas maneiras de enxergar. Assim, a substituição por “Embora”, feitas as</p><p>devidas alterações no verbo, preserva o sentido da conjunção.</p><p>[III] de fato é incorreta, já que “mesmo” equivale a “até”.</p><p>[V] Ao retomarmos o período anterior, veremos que é possível identificar uma relação de</p><p>contraste, expressa pela conjunção “Contudo”: “No Catar, relações entre pessoas do mesmo</p><p>sexo são ilegais (...). 31Ainda assim, Nasser Al-Khater, presidente do Comitê Organizador da</p><p>Copa do Mundo de 2022, afirmou que os torcedores da comunidade LGBTQIA+ são bem-</p><p>vindos ao país”. Ou seja, há um contraste entre o fato de que no Catar as relações entre</p><p>pessoas do mesmo sexo são ilegais e o fato de que o presidente do Comitê Organizador da</p><p>Copa do Mundo de 2022 afirmou que a comunidade LGBTQUIA+ é bem-vinda ao país.</p><p>Resposta da questão 41:</p><p>ANULADA</p><p>Gabarito Oficial: [B]</p><p>Gabarito SuperPro®: Anulada</p><p>“para” tem valor de finalidade, equivalendo semanticamente a “a fim de”.</p><p>“mas” tem valor de adversidade, equivalendo semanticamente a “porém”.</p><p>“segundo” tem valor de conformidade, equivalendo semanticamente a “conforme”.</p><p>“se”, no trecho, tem valor de concessão, já que estabelece um contraste entre a maneira como</p><p>muitos dos leitores devem enxergar a manifestação de afetos e a forma como o Catar enxerga</p><p>essa questão. Não há, portanto, uma condição que é necessária para que outro acontecimento</p><p>ocorra. Assim, equivaleria semanticamente a “embora”.</p><p>Página 77 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>“embora” tem valor de concessão, equivalendo semanticamente a “apesar de”.</p><p>Resposta da questão 42:</p><p>[D]</p><p>[II] Incorreta: trata-se de uma conjunção, e não preposição.</p><p>[III] Incorreta: a palavra “como”, na verdade, compara os “beijos, abraços e apertos de mãos</p><p>entre pessoas do sexo oposto” a atos obscenos.</p><p>Resposta da questão 43:</p><p>[E]</p><p>Vemos que “da história do nylon” desempenha função de objeto indireto, já que completa o</p><p>sentido do verbo transitivo indireto “lembrar” (quem se lembra, se lembra DE algo).</p><p>Resposta da questão 44:</p><p>[E]</p><p>[A] Incorreta: a última oração é introduzida pela conjunção “e”, indicando uma adição de</p><p>informação.</p><p>[B] Incorreta: a expressão “mas também”, na verdade, acrescenta uma ideia, funcionando junto</p><p>à expressão “não só”. Assim,</p><p>é aditiva e não adversativa.</p><p>[C] Incorreta: na verdade, “ou” traz uma ideia de alternativa, indicando duas possibilidades que</p><p>podem motivar a realização da implantação de prótese.</p><p>[D] Incorreta: “por fim” introduz a última informação para elaborar a conclusão final do texto.</p><p>Resposta da questão 45:</p><p>[C]</p><p>[A] Incorreta: o verbo “produzirem” concorda com o sujeito oculto “A pandemia, o isolamento e</p><p>o medo”.</p><p>[B] Incorreta: “os mesmos” não é sujeito, e sim predicativo do sujeito.</p><p>[D] Incorreta: o verbo “tem” não é acentuado porque se refere ao sujeito oculto “coronavírus”; o</p><p>“têm” está acentuado, pois se refere ao sujeito simples “palavras”, que está no plural.</p><p>[E] Incorreta: o verbo “é” concorda com o núcleo do sujeito, “contato”, que está no singular.</p><p>Resposta da questão 46:</p><p>[D]</p><p>[IV] Incorreta: a partícula “se”, nesse caso, é um pronome, por conta do verbo pronominal</p><p>“tornar-se”. O sujeito é simples: “O mundo”.</p><p>Resposta da questão 47:</p><p>[C]</p><p>O item [III] é falso, pois o uso do adjetivo “tamanha” traduz a subjetividade do enunciador, não</p><p>permitindo que a expressão "tamanha exuberância cênica" (ref. 4) seja marcada pela</p><p>neutralidade. Como as demais são verdadeiras, é correta a opção [C].</p><p>Resposta da questão 48:</p><p>[B]</p><p>Apenas a opção [B] apresenta termos que respeitam o sentido original do texto: "segundo",</p><p>"tais", "à proporção que", "têm".</p><p>Resposta da questão 49:</p><p>[A]</p><p>Página 78 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>O item [II] é falso, pois apenas na primeira ocorrência a conjunção subordinativa “se”</p><p>acrescenta ideia de condição ao período. Na segunda, é partícula expletiva (ou de realce) para</p><p>realçar ou enfatizar o vocábulo “arrefece”. Como os demais são verdadeiros, é correta a opção</p><p>[A].</p><p>Resposta da questão 50:</p><p>[B]</p><p>[B] O pronome “esse” refere-se ao caso já apresentado, mencionado no parágrafo anterior.</p><p>Resposta da questão 51:</p><p>[A]</p><p>A reescrita em [A] não mantém o sentido original, uma vez que o deslocamento do termo “de</p><p>um aluno de 15 anos” faz com que haja uma alteração importante no período.</p><p>No período original, o termo refere-se ao agressor, ou seja, o aluno de 15 anos é quem</p><p>agrediu; já no novo período, não temos identificação do agressor e o termo apenas completa o</p><p>sentido de “professora”, especificando que trata-se de uma professora de um garoto de 15</p><p>anos.</p><p>Resposta da questão 52:</p><p>[D]</p><p>Ao contrário do que acontece nas demais opções, não existe correspondência entre os</p><p>elementos transcritos em [D]: “experiência mágica”, “24 horas finais da despedida”.</p><p>Resposta da questão 53:</p><p>[B]</p><p>A primeira e a quinta afirmações são falsas, pois:</p><p>1ª a conjunção coordenativa “contudo” confere noção de adversidade ao que foi mencionado</p><p>anteriormente, enquanto que a locução adverbial “desse modo” indica modo;</p><p>5ª no sintagma “o único assalto a atletas foi uma farsa de estrangeiros”, o vocábulo “atletas”</p><p>exerce função sintática de complemento nominal.</p><p>Como as demais são verdadeiras, é correta a opção [B].</p><p>Resposta da questão 54:</p><p>[A]</p><p>No segmento transcrito em [A], a relação entre verbo e sujeito é incorreta. Na oração “e (pode)</p><p>ir morar no Olimpo por algumas temporadas” existe sujeito elíptico (“alguém”), mencionado na</p><p>oração anterior.</p><p>Resposta da questão 55:</p><p>[A]</p><p>[A] Correta. Não há menção determinada a um sujeito na oração destacada.</p><p>[B] Incorreta. O sujeito do verbo indicado é simples (que).</p><p>[C] Incorreta. O sujeito do verbo indicado é simples (eles).</p><p>[D] Incorreta. O sujeito do verbo indicado é simples (pessoas).</p><p>[E] Incorreta. O sujeito do verbo indicado é simples (jovens).</p><p>Resposta da questão 56:</p><p>[C]</p><p>Na alternativa [C], o sujeito do verbo “podem” é “as reivindicações de trabalhadores”.</p><p>Página 79 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Resposta da questão 57:</p><p>[D]</p><p>Em todas as opções, os termos destacados exercem função de objeto direto de verbos</p><p>transitivos, exceto em [D] em que é sujeito da oração.</p><p>Resposta da questão 58:</p><p>[C]</p><p>Na frase “O viver nas ruas, um lugar aparentemente inabitável, tem sua própria lógica”,</p><p>acontece derivação imprópria, ou seja, a determinação causada pela presença do artigo</p><p>definido “o” transforma o verbo “viver” em substantivo. Mas o mesmo não acontece na frase</p><p>“Por mais que a rua não seja um local para viver”, em que o verbo “viver” mantém a</p><p>classificação morfológica original. Assim, a alternativa [C] é incorreta.</p><p>Resposta da questão 59:</p><p>[A]</p><p>Frase original: "Espalhados pelos ambientes coletivos da cidade, fazendo comida no asfalto,</p><p>arrumando suas camas, limpando as calçadas como se estivessem dentro de uma casa: assim</p><p>vivem os moradores de rua."</p><p>As substituições assinaladas em [II] e [III] alterariam o significado original, pois</p><p>[II] ao substituir o termo “espalhados” por “ao se espalharem”, exclui-se a caracterização do</p><p>morador para imprimir noção de tempo ou causa à ação; também é necessário o uso de</p><p>vírgula depois da palavra casa, para separar a oração subordinada adverbial comparativa;</p><p>há prejuízo de paralelismo sintático nas duas últimas orações, pelo emprego do gerúndio</p><p>em vez do presente do indicativo usado em todo o período;</p><p>[III] ocorre também falta de paralelismo sintático.</p><p>Assim, é correta apenas [A].</p><p>Resposta da questão 60:</p><p>[B]</p><p>[A] Incorreta. O termo “excluídos” apresenta noção de causa na primeira frase e na segunda,</p><p>de concessão;</p><p>[C] Incorreta. A forma verbal deve concordar com o núcleo do sujeito, o pronome relativo “que”,</p><p>referente a “a ideia de individualização”;</p><p>[D] Incorreta. Ocorreria transformação de sujeito paciente em sujeito agente;</p><p>[E] Incorreta. A regência de “inseridos” exige a preposição “em”.</p><p>Assim, é correta apenas [B].</p><p>Resposta da questão 61:</p><p>[C]</p><p>O item [4] não apresenta o mesmo sentido da frase original, pois os sucessivos pontos de</p><p>interrogação não permitem entender o objetivo da campanha que é contrária à prática de dar</p><p>esmolas.</p><p>Resposta da questão 62:</p><p>[A]</p><p>As expressões conjuntivas apresentadas em [B], [C], [D] e [E] apresentam noção de</p><p>concessão, conclusão, condição e tempo, respectivamente. Apenas em [A] a conjunção “que”</p><p>tem valor de explicação, pela presença do termo verbal “ajude”, no imperativo.</p><p>Resposta da questão 63:</p><p>Página 80 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>[A]</p><p>Apenas o item [1] apresenta coerência textual, pois, segundo o parágrafo mencionado, “a maior</p><p>parte dos norte-americanos aprova o controle das comunicações eletrônicas privadas”. Assim,</p><p>depreende-se que o consideram aceitável, responsabilizando o Estado para adotar as medidas</p><p>necessárias para que, na luta contra o terrorismo, venha a colocá-lo em prática. È correta a</p><p>alternativa [A].</p><p>Resposta da questão 64:</p><p>[C]</p><p>Os itens [1], [2] e [5] são incorretos, pois</p><p>[1] a substituição exigiria mudança de tempo verbal (embora a revelação de sua amplitude por</p><p>Edward Snowden tivesse criado um escândalo planetário);</p><p>[2] seria necessário adequar a regência nominal e substituir “a” por “à”, para assinalar a crase</p><p>da preposição com o artigo (relativas à amplitude);</p><p>[5] seria necessária a adaptação do texto (e fizeram os norte-americanos reconsiderarem</p><p>bruscamente a oposição secular à vigilância de cidadãos).</p><p>Assim, é correta apenas a alternativa [C].</p><p>Resposta da questão 65:</p><p>[C]</p><p>Sobre as relações sintáticas presentes no excerto, são corretas a afirmações em [A], [B], [D] e</p><p>[E], pois em</p><p>[A] os termos “medo” e “promessa” são núcleos do sujeito composto;</p><p>[B] “terrorismo” está para “medo” assim como “respeito” está para “promessa”, pois são núcleos</p><p>de complementos nominais;</p><p>[D] “vida” e “liberdades” são, ao mesmo tempo, elementos subordinados e principais em</p><p>relação aos termos aos quais estão relacionados, pois completam o termo “proteção”.</p><p>[E] “privada” e “civis” exercem a mesma função sintática de adjuntos adnominais.</p><p>A única alternativa incorreta é [C], pois o termo “mais” é elemento de comparação e não</p><p>poderia ser suprimido: “tornaram-se mais importantes que as aspirações à proteção da vida</p><p>privada e das liberdades</p><p>civis”.</p><p>Resposta da questão 66:</p><p>[A]</p><p>Resposta da questão 67:</p><p>[D]</p><p>Resposta da questão 68:</p><p>[D]</p><p>Resposta da questão 69:</p><p>[B]</p><p>Resposta da questão 70:</p><p>[E]</p><p>Resposta da questão 71:</p><p>[D]</p><p>Resposta da questão 72:</p><p>[B]</p><p>Página 81 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Resposta da questão 73:</p><p>[D]</p><p>Resposta da questão 74:</p><p>[C]</p><p>Resposta da questão 75:</p><p>ANULADA</p><p>Questão anulada no gabarito oficial.</p><p>Não há alternativa correta. Os parênteses funcionam como elemento de acréscimo de</p><p>informação sobre os modelos de competição; a expressão “ou seja” não pode ser caracterizada</p><p>como paráfrase da informação entre parênteses; “deificando” não funciona como substituto</p><p>para “reificando”, visto que os sentidos são diferentes, o que também ocorre como os adjetivos</p><p>“oligárquico” e “democrático”; em “Representam a competição segundo regras, ...”, o sujeito</p><p>não poderia ser conforme o exposto na alternativa.</p><p>Resposta da questão 76:</p><p>[C]</p><p>É correta a opção [C], pois, no excerto, o advérbio “também”, que inicia a primeira oração,</p><p>produz um efeito de circularidade na medida em que retoma o contexto inicial.</p><p>Resposta da questão 77:</p><p>[E]</p><p>A primeira expressão grifada, “mergulhar contemplativamente”, apresenta valor metafórico, na</p><p>medida em que sugere concentração ou abstração, enquanto a segunda, “o que tem atrás de</p><p>si”, tem sentido denotativo, ou seja, significado literal. Assim, é correta a opção [E].</p><p>Resposta da questão 78:</p><p>[A]</p><p>As afirmativas 1, 2 e 3 são falsas, pois a expressão “para que” é locução conjuntiva</p><p>subordinada adverbial final, o termo “se” em “trata-se” é marca de indeterminação e o termo</p><p>“se” em “que se assemelha” é pronome pessoal oblíquo de verbo pronominal. Assim, como</p><p>apenas a afirmativa 4 é verdadeira, é correta a opção [A].</p><p>Resposta da questão 79:</p><p>[C]</p><p>O pronome pessoal “ele” refere-se à expressão “conceito de herói”, que inicia o período. O</p><p>pronome possessivo “seus”, em oração iniciada por pronome relativo, remete ao antecedente</p><p>“pessoa comum” e “suas”, ao termo vilões. Assim, é correta a opção [C].</p><p>Resposta da questão 80:</p><p>[C]</p><p>As opções [A], [B], [D] e [E] são incorretas, pois</p><p>[A] a oração “foi publicado em alguns jornais” (ref. 1) apresenta sujeito oracional: “que no curso</p><p>de uma chamada lectio magistralis em Turim eu teria dito”.</p><p>[B] a expressão “lectio magistralis” (ref. 3) está destacada em itálico em virtude de ser</p><p>expressão estrangeira.</p><p>[D] o advérbio “viralmente” (ref. 5) configura uma hipérbole.</p><p>[E] a oração “É falso” (ref. 4) apresenta concordância com o que autor mencionou</p><p>anteriormente: “eu teria dito que a web está cheia de imbecis”.</p><p>Assim, é correta apenas [C].</p><p>Página 82 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Resposta da questão 81:</p><p>[D]</p><p>A primeira lacuna deve ser preenchida com os pronomes relativos “que” ou “o qual”</p><p>acompanhados da preposição “com” exigida para formação do adjunto adverbial de modo da</p><p>oração: o exibicionismo desavergonhado (com que) com o qual são manifestadas em público</p><p>essas posturas desumanas. Na segunda, acontece o mesmo processo com os pronomes</p><p>relativos “que” ou “o qual” e a preposição “com”: o desenfreio (com que) com o qual se assedia.</p><p>Como o substantivo “consenso” exige regência da preposição “sobre”, o consenso social sobre</p><p>o que é tolerável dizer, é correta apenas a opção [D].</p><p>Resposta da questão 82:</p><p>[C]</p><p>Como a regência do verbo “dedicar” exige a preposição “a” e a palavra “especulação” deve ser</p><p>precedida do artigo definido “a”, acompanhando o substantivo feminino no singular, a primeira</p><p>lacuna é corretamente preenchida com “à” (a+a=à). A segunda lacuna, com a preposição “a”,</p><p>pois o termo “alterações” é usado no plural com sentido genérico. Na terceira ocorrência, é</p><p>usada apenas a preposição “a”, exigida para formação do objeto indireto. Finalmente, a locução</p><p>prepositiva “quanto a” deve ser aglutinada ao artigo “as” do substantivo “intenções” (quanto a</p><p>+as= quanto às). Assim, é correta a opção [C].</p><p>Resposta da questão 83:</p><p>[C]</p><p>As afirmativas [1] e [2] são falsas, pois, no segundo parágrafo, “a” refere-se a Chapeuzinho</p><p>Vermelho e, no terceiro parágrafo, “cuja” remete a Anderson. Como apenas [3] e [4] são</p><p>verdadeiras, é correta a opção [C].</p><p>Resposta da questão 84:</p><p>[C]</p><p>A afirmativa [1] é falsa, pois, se a vírgula fosse suprimida depois da palavra conduta, a oração</p><p>“e estimular seu raciocínio moral” ficaria coordenada à anterior, “em vez de incutir rígidos</p><p>patrões de conduta”, e não ao segmento inicial do texto, o que prejudicaria o sentido original.</p><p>Também a [2] é falsa, pois o segmento “admiradora de Andersen – cuja coragem se destacava</p><p>por ter criado finais tristes –“ constitui aposto explicativo que deve apresentar-se entre vírgulas.</p><p>Como [3] é verdadeira, é correta a opção [C].</p><p>Resposta da questão 85:</p><p>[B]</p><p>O emprego ou não de preposições nos períodos, segundo normas da língua culta, citados</p><p>ocorre da seguinte forma:</p><p>[1] “o espaço em que moramos...”, pois “morar”, verbo intransitivo, exige preposição “em”;</p><p>[2] “a organização em que confiamos...”, pois “confiar”, verbo transitivo indireto, exige</p><p>preposição “em”;</p><p>[3] “a cidade a que almejamos...”, pois “almejar”, verbo transitivo indireto, exige preposição “a”;</p><p>[4] “os problemas - que constatamos nos relatórios...”, pois “constatar”, verbo transitivo</p><p>direto, não exige preposição.</p><p>Resposta da questão 86:</p><p>[C]</p><p>De acordo com o texto, a ideia é que uma sociedade pautada exclusivamente no ideal de</p><p>justiça acabaria, seria reduzida a nada, aniquilar-se-ia. Trata-se de um uso metafórico do</p><p>verbo, que, na oração, é intransitivo. Assim, é correta a alternativa [C].</p><p>Página 83 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Resposta da questão 87:</p><p>[A]</p><p>A expressão verbal “foram identificadas” concorda com o sujeito posposto “manchetes</p><p>veiculadas em quatro sites noticiosos internacionais ao longo de oito meses de 2014”.</p><p>Resposta da questão 88:</p><p>[E]</p><p>As opções [A], [B], [C] e [D] apresentam interpretações que na obedecem às ideias do texto</p><p>original: “alguns escritores, chamados de apocalípticos, que adoram falar mal do dinheiro”,</p><p>“Para resolver isso, a organização deveria ter mais cuidado na escolha dos patrocinadores”, “o</p><p>público... tirar o maior proveito possível do alto preço pago pela hospedagem”, “os primeiros</p><p>falam mal do dinheiro, os outros gastam sem reclamar”. Assim, a única que sintetiza</p><p>adequadamente o texto é [E].</p><p>Resposta da questão 89:</p><p>[D]</p><p>Em todas as opções existem períodos incompletos (“Usando uma placa de vidro.”)</p><p>inadequação vocabular (“esquentou”, “peguei”, “saiu”), falta de concordância verbal e nominal</p><p>(“a mistura das substâncias esquentaram”, “foram subtraídas 10 gramas”) e falhas de coesão</p><p>textual, exceto em [D].</p><p>Resposta da questão 90:</p><p>[B]</p><p>Apenas os períodos 2 e 4 obedecem aos critérios estabelecidos no dicionário Aurélio. Em 1, o</p><p>verbo “visar” no sentido de apontar arma de fogo é transitivo direto e não indireto (depois de</p><p>visar o lobo na floresta), assim como “revidar” na acepção de responder (revidar o chamado</p><p>dos companheiros de caça). Em 3, o verbo “proceder”, na acepção de levar a efeito, executar,</p><p>realizar, é transitivo indireto pelo que o uso da preposição é obrigatório (e procedeu à</p><p>investigação). Ainda em 3, o verbo “desfrutar”, no sentido de usufruir, é transitivo direto o que</p><p>exigiria a eliminação da preposição (desfrutassem algumas horas).</p><p>Resposta da questão 91:</p><p>[B]</p><p>Resposta da questão 92:</p><p>[E]</p><p>Resposta da questão 93:</p><p>01 + 08 + 16 = 25.</p><p>[02] Incorreta: os termos sublinhados são adjetivos que caracterizam os substantivos que</p><p>acompanham.</p><p>[04] Incorreta: a palavra “entreouvida” é formada a partir de prefixação: acrescenta-se o prefixo</p><p>“entre” à palavra “ouvida”.</p><p>[32] Incorreta: o sujeito é todo o trecho anterior ao verbo: “coisas da vizinhança próxima que</p><p>parecem não ter nada a ver com nossas vidas”.</p><p>Resposta da questão 94:</p><p>01 + 02 + 08 + 16 = 27.</p><p>[04] Incorreta: o termo “que” exerce função de</p><p>conjunção integrante.</p><p>Resposta da questão 95:</p><p>01 + 08 = 09.</p><p>Página 84 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>[02] Incorreta: os verbos no tempo presente marcam os acontecimentos que integram a cena,</p><p>ao passo que os verbos no tempo passado fazem parte da fala de Mauro.</p><p>[04] Incorreta: o Rabino Samuel “desfere um tapa na cabeça” de Mauro, pois o garoto faz o</p><p>sinal da cruz, que é tipicamente cristão, e não judeu.</p><p>[16] Incorreta: como marcado na cena, o desejo surge naquele momento: “E de repente eu</p><p>descobri o que eu queria ser”.</p><p>[32] Incorreta: a cena do jogo é importante para Mauro porque marca o surgimento de um novo</p><p>desejo para o menino.</p><p>[64] Incorreta: não há associação entre a atividade do goleiro e a atuação política no roteiro.</p><p>Resposta da questão 96:</p><p>01 + 16 + 32 = 49.</p><p>[02] Incorreta: no texto 1, vemos a capacidade técnica do goleiro afirmada, mas isso não ocorre</p><p>no texto 2. Pelo contrário, o goleiro parece atrapalhado e atrasado em sua defesa.</p><p>[04] Incorreta: o pronome “isso” faz referência ao ataque do outro time, indicando que existe um</p><p>goleiro justamente para defender o ataque.</p><p>[08] Incorreta: “Dudu” é vocativo. Por isso, é separado por vírgula.</p><p>Resposta da questão 97:</p><p>01 + 04 + 16 = 21.</p><p>[02] Incorreta: Severo é caracterizado pelas suas ideias e valores, como um homem que falava</p><p>bem, fazia associações interessantes, tinha bons sentimentos e respeito, etc.</p><p>[08] Incorreta: a substituição só pode ser feita com os pronomes relativos, isto é, com a</p><p>primeira e terceira ocorrência do “que”.</p><p>Resposta da questão 98:</p><p>02 + 08 + 64 = 74.</p><p>[02] O texto 1, especialmente o fragmento 2, apresenta um contexto de discriminação em</p><p>relação aos negros, que é marcadamente denunciado ao longo da letra de canção (texto</p><p>2), por meio da menção ao que vive e enfrenta a população negra na sociedade.</p><p>[08] Nos trechos “Brigar sutilmente por respeito” e “Brigar bravamente por respeito”, a</p><p>substituição dos termos “sutilmente” por “bravamente” indica que houve uma intensificação</p><p>no modo como ocorre a briga por respeito.</p><p>[64] O estribilho presente na letra da canção consiste em uma crítica à objetificação e</p><p>marginalização do negro na sociedade, reforçada pelo uso dos termos “carne” e “do</p><p>mercado”, para fazer referência aos negros nessa posição de inferioridade, bem como pela</p><p>caracterização “mais barata”, remetendo à desvalorização.</p><p>As afirmativas [01], [04], [16] e [32] estão incorretas. A compreensão do texto 2 não depende</p><p>de uma leitura prévia do texto 1. O texto 1 apresenta fragmentos de narrativas, mas estas não</p><p>pode ser consideradas como típicas dos textos argumentativos. O termo “cabra”, núcleo do</p><p>sujeito da oração “O cabra aqui não se sente revoltado”, é um substantivo masculino, inclusive</p><p>precedimento de artigo masculino. No texto 2, o termo “que” (linhas 03, 05 e 09) tem a função</p><p>de pronome relativo, retomando um elemento já apresentado anteriormente.</p><p>Resposta da questão 99:</p><p>02 + 04 + 16 = 22.</p><p>Os itens [01], [08] e [32] são incorretos, pois</p><p>[01] apenas as orações “Chagas decidiu, então, montar uma “enciclopédia” por conta própria” e</p><p>“(ele) Criou com sua equipe o #MUSEUdeMEMES apresentam sujeito com o nome</p><p>retomado pelas formas nominal e pronominal. As demais apresentam sujeito com pronome</p><p>relativo “que” e as expressões “as intervenções mais difundidas e influentes” e “cerca de</p><p>200 famílias de memes”;</p><p>[08] na frase “Ver um meme na parede de um museu: essa provocação sempre foi nossa</p><p>intenção” (referência 2), os dois-pontos exercem função de aposto recapitulativo;</p><p>Página 85 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>[32] o texto é predominantemente informativo sem apresentar análise crítica que o vincule à</p><p>área científica.</p><p>Como são corretas [02], [04] e [16], soma 22.</p><p>Resposta da questão 100:</p><p>01 + 02 + 32 = 35.</p><p>Os itens [04], [08] e [16] são incorretos, pois</p><p>[04] a reescrita da sentença com o sujeito no plural teria a seguinte configuração: Fomos</p><p>assediadas sem esboçar reação, porque estava começando a chover e não quisemos ficar</p><p>discutindo com um estranho enquanto nosso cabelo se desfazia. (referência 3).</p><p>[08] as sentenças [II] e [IV] não apresentam nenhum verbo impessoal.</p><p>[16] a palavra “assediada” desempenha função de nome predicativo do sujeito e os termos</p><p>verbais no gerúndio, “começando” e “discutindo”, fazem parte da conjugação perifrástica</p><p>das locuções verbais da oração.</p><p>Como são corretos apenas [01], [02] e [32], soma 35.</p><p>Página 86 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Resumo das questões selecionadas nesta atividade</p><p>Data de elaboração: 03/09/2024 às 15:42</p><p>Nome do arquivo: SINTAXE INTERNA (1)</p><p>Legenda:</p><p>Q/Prova = número da questão na prova</p><p>Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®</p><p>Q/prova Q/DB Grau/Dif. Matéria Fonte Tipo</p><p>1.............244095.....Média.............Português......Ufrgs/2024............................Múltipla escolha</p><p>2.............244101.....Média.............Português......Ufrgs/2024............................Múltipla escolha</p><p>3.............244108.....Média.............Português......Ufrgs/2024............................Múltipla escolha</p><p>4.............224400.....Média.............Português......Ufrgs/2023............................Múltipla escolha</p><p>5.............224407.....Elevada.........Português......Ufrgs/2023............................Múltipla escolha</p><p>6.............224408.....Elevada.........Português......Ufrgs/2023............................Múltipla escolha</p><p>7.............206618.....Elevada.........Português......Ufrgs/2022............................Múltipla escolha</p><p>8.............206619.....Média.............Português......Ufrgs/2022............................Múltipla escolha</p><p>9.............192304.....Média.............Português......Ufrgs/2020............................Múltipla escolha</p><p>10...........192305.....Média.............Português......Ufrgs/2020............................Múltipla escolha</p><p>11...........192307.....Elevada.........Português......Ufrgs/2020............................Múltipla escolha</p><p>12...........192310.....Elevada.........Português......Ufrgs/2020............................Múltipla escolha</p><p>13...........192322.....Média.............Português......Ufrgs/2020............................Múltipla escolha</p><p>14...........184607.....Elevada.........Português......Ufrgs/2019............................Múltipla escolha</p><p>15...........184611.....Elevada.........Português......Ufrgs/2019............................Múltipla escolha</p><p>16...........184612.....Baixa.............Português......Ufrgs/2019............................Múltipla escolha</p><p>17...........184619.....Elevada.........Português......Ufrgs/2019............................Múltipla escolha</p><p>18...........184621.....Elevada.........Português......Ufrgs/2019............................Múltipla escolha</p><p>19...........184624.....Média.............Português......Ufrgs/2019............................Múltipla escolha</p><p>20...........184627.....Média.............Português......Ufrgs/2019............................Múltipla escolha</p><p>21...........184631.....Média.............Português......Ufrgs/2019............................Múltipla escolha</p><p>22...........178403.....Média.............Português......Ufrgs/2018............................Múltipla escolha</p><p>Página 87 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>23...........178406.....Média.............Português......Ufrgs/2018............................Múltipla escolha</p><p>24...........156356.....Baixa.............Português......Ufrgs/2016............................Múltipla escolha</p><p>25...........156359.....Média.............Português......Ufrgs/2016............................Múltipla escolha</p><p>26...........156366.....Baixa.............Português......Ufrgs/2016............................Múltipla escolha</p><p>27...........156371.....Baixa.............Português......Ufrgs/2016............................Múltipla escolha</p><p>28...........137356.....Média.............Português......Ufsm/2015............................Múltipla escolha</p><p>29...........137362.....Elevada.........Português......Ufsm/2015............................Múltipla escolha</p><p>30...........137363.....Elevada.........Português......Ufsm/2015............................Múltipla escolha</p><p>31...........134243.....Média.............Português......Ufsm/2014............................Múltipla escolha</p><p>32...........67382.......Não definida. .Português......Ufsm/2006............................Múltipla escolha</p><p>33...........67384.......Não definida. .Português......Ufsm/2006............................Múltipla escolha</p><p>34...........48353.......Não definida. .Português......Ufsm/2002............................Múltipla escolha</p><p>35...........40965.......Não definida. .Português......Ufsm/2001............................Múltipla escolha</p><p>36...........34123.......Não definida. .Português......Ufsm/2000............................Múltipla escolha</p><p>37...........34134.......Não definida. .Português......Ufsm/2000............................Múltipla escolha</p><p>38...........34143.......Não definida. .Português......Ufsm/2000............................Múltipla escolha</p><p>39...........219572.....Elevada.........Português......Upf/2023...............................Múltipla escolha</p><p>40...........219574.....Elevada.........Português......Upf/2023...............................Múltipla escolha</p><p>41...........219576.....Elevada.........Português......Upf/2023...............................Múltipla escolha</p><p>42...........219577.....Elevada.........Português......Upf/2023...............................Múltipla escolha</p><p>43...........204051.....Média.............Português......Upf/2022...............................Múltipla escolha</p><p>44...........204053.....Média.............Português......Upf/2022...............................Múltipla escolha</p><p>45...........200595.....Média.............Português......Upf/2021...............................Múltipla escolha</p><p>46...........200596.....Média.............Português......Upf/2021...............................Múltipla escolha</p><p>47...........200885.....Elevada.........Português......Upf/2021...............................Múltipla escolha</p><p>48...........200887.....Média.............Português......Upf/2021...............................Múltipla escolha</p><p>49...........200889.....Elevada.........Português......Upf/2021...............................Múltipla escolha</p><p>50...........180311.....Média.............Português......Upf/2018...............................Múltipla escolha</p><p>Página 88 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>51...........180312.....Média.............Português......Upf/2018...............................Múltipla escolha .</p><p>52...........169488.....Baixa.............Português......Upf/2017...............................Múltipla escolha</p><p>53...........169489.....Elevada.........Português......Upf/2017...............................Múltipla escolha</p><p>54...........169492.....Baixa.............Português......Upf/2017...............................Múltipla escolha</p><p>55...........165164.....Média.............Português......Upf/2016...............................Múltipla escolha</p><p>56...........140227.....Baixa.............Português......Upf/2015...............................Múltipla escolha</p><p>57...........112817.....Média.............Português......Upf/2012...............................Múltipla escolha</p><p>58...........139323.....Média.............Português......Pucrs/2015...........................Múltipla escolha</p><p>59...........139324.....Elevada.........Português......Pucrs/2015...........................Múltipla escolha</p><p>60...........139325.....Média.............Português......Pucrs/2015...........................Múltipla escolha</p><p>61...........139328.....Média.............Português......Pucrs/2015...........................Múltipla escolha</p><p>62...........139329.....Baixa.............Português......Pucrs/2015...........................Múltipla escolha</p><p>63...........131994.....Média.............Português......Pucrs/2014...........................Múltipla escolha</p><p>64...........131996.....Elevada.........Português......Pucrs/2014...........................Múltipla escolha</p><p>65...........131997.....Média.............Português......Pucrs/2014...........................Múltipla escolha</p><p>66...........107073.....Média.............Português......Pucrs/2008...........................Múltipla escolha</p><p>67...........107075.....Baixa.............Português......Pucrs/2008...........................Múltipla escolha</p><p>68...........67635.......Não definida. .Português......Pucrs/2006...........................Múltipla escolha</p><p>69...........61521.......Não definida. .Português......Pucrs/2005...........................Múltipla escolha</p><p>70...........61524.......Não definida. .Português......Pucrs/2005...........................Múltipla escolha</p><p>71...........61531.......Não definida. .Português......Pucrs/2005...........................Múltipla escolha</p><p>72...........53903.......Não definida. .Português......Pucrs/2004...........................Múltipla escolha</p><p>73...........53904.......Não definida. .Português......Pucrs/2004...........................Múltipla escolha</p><p>74...........51811.......Não definida. .Português......Pucrs/2003...........................Múltipla escolha</p><p>75...........244421.....Elevada.........Português......Ufpr/2024.............................Múltipla escolha</p><p>76...........217056.....Baixa.............Português......Ufpr/2023.............................Múltipla escolha</p><p>77...........217057.....Média.............Português......Ufpr/2023.............................Múltipla escolha</p><p>78...........217058.....Elevada.........Português......Ufpr/2023.............................Múltipla escolha</p><p>79...........217184.....Média.............Português......Ufpr/2023.............................Múltipla escolha</p><p>Página 89 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>80...........193917.....Elevada.........Português......Ufpr/2020.............................Múltipla escolha</p><p>81...........182027.....Média.............Português......Ufpr/2019.............................Múltipla escolha</p><p>82...........182028.....Elevada.........Português......Ufpr/2019.............................Múltipla escolha</p><p>83...........182029.....Elevada.........Português......Ufpr/2019.............................Múltipla escolha</p><p>84...........182032.....Elevada.........Português......Ufpr/2019.............................Múltipla escolha</p><p>85...........164667.....Média.............Português......Ufpr/2017.............................Múltipla escolha</p><p>86...........149936.....Média.............Português......Ufpr/2016.............................Múltipla escolha</p><p>87...........149941.....Baixa.............Português......Ufpr/2016.............................Múltipla escolha</p><p>88...........121682.....Média.............Português......Ufpr/2013.............................Múltipla escolha</p><p>89...........121683.....Média.............Português......Ufpr/2013.............................Múltipla escolha</p><p>90...........108993.....Elevada.........Português......Ufpr/2012.............................Múltipla escolha</p><p>91...........69823.......Não definida. .Português......Ufpr/2007.............................Múltipla escolha</p><p>92...........62446.......Não definida. .Português......Ufpr/2006.............................Múltipla escolha</p><p>93...........250044.....Média.............Português......Ufsc/2024.............................Somatória</p><p>94...........250046.....Média.............Português......Ufsc/2024.............................Somatória</p><p>95...........250051.....Média.............Português......Ufsc/2024.............................Somatória</p><p>96...........250052.....Média.............Português......Ufsc/2024.............................Somatória</p><p>97...........250054.....Elevada.........Português......Ufsc/2024.............................Somatória</p><p>98...........205738.....Baixa.............Português......Ufsc/2022.............................Somatória</p><p>99...........191482.....Elevada.........Português......Ufsc/2020.............................Somatória</p><p>100.........191484.....Elevada.........Português......Ufsc/2020.............................Somatória</p><p>Página 90 de 90</p><p>o Prof. Clarimundo 2viaja o</p><p>3olhar pela paisagem. No pátio de D. Veva um cachorro magro fuça na lata do lixo. Mais no</p><p>fundo, um pomar com 4bergamoteiras e 5laranjeiras pontilhadas de frutos dum amarelo de</p><p>gemada. Quintais e telhados, fachadas cinzentas com a boca aberta das janelas. Na frente da</p><p>sapataria do Fiorello, dois homens conversam em voz 6alta. A fileira das acácias se estende rua</p><p>afora. As sombras são dum violeta profundo. O céu está 7levemente enfumaçado e a luz do sol</p><p>é de um amarelo oleoso e fluido. Vem de outras ruas a trovoada dos bondes atenuada pela</p><p>distância. Grasnar de buzinas. Num trecho do Guaíba que se avista longe, entre duas paredes</p><p>caiadas, passa um veleiro.</p><p>Para Clarimundo tudo é novidade. Esta hora é uma espécie de parêntese que ele abre</p><p>em sua vida interior, para contemplar o mundo chamado real. E ele verifica, com divertida</p><p>surpresa, que continuam a existir 8os cães e as latas de lixo, apesar de Einstein. O sol brilha e</p><p>os veleiros passam sobre as águas, 9não obstante Aristóteles. 10Seus olhos contemplam a</p><p>paisagem com a alegria meio inibida 11duma criança que, vendo-se de repente solta num bazar</p><p>de brinquedos maravilhosos, não quer no primeiro momento acreditar no 12testemunho de seus</p><p>próprios olhos.</p><p>Clarimundo debruça-se 13à janela... Então tudo isto existia antes, 14enquanto ele</p><p>passava 15_____ horas 16_____ voltas com números e teorias e 17cogitações, tudo isto tinha</p><p>realidade? (Este pensamento é de todas as tardes à mesma hora: mas a surpresa é sempre</p><p>nova.) 17E 18depois, quando ele voltar para os livros, para as aulas, para dentro de si mesmo, a</p><p>vida ali fora continuará assim, sem o menor hiato, sem o menor colapso?</p><p>Um galo canta num quintal. Roupas brancas se balouçam ao vento, pendentes de</p><p>cordas. Clarimundo ali está como um deus onipresente que 19tudo vê e ouve. A impressão que</p><p>20_____ causam aquelas cenas domésticas 21_____ levam a pensar no seu livro.</p><p>A sua obra... Agora ele já não enxerga mais a paisagem. O mundo objetivo se</p><p>22esvaeceu 23misteriosamente. Os olhos do professor estão fitos na fachada amarela da casa</p><p>fronteira, 24mas o que ele vê agora são as suas próprias teorias e ideias. Imagina o livro já</p><p>impresso... Sorri, exterior e 25interiormente. O leitor (a palavra leitor corresponde, na mente de</p><p>Clarimundo, à imagem dum homem debruçado sobre um livro aberto: e esse homem –</p><p>extraordinário! – é sempre o sapateiro Fiorello) – o leitor vai se ver diante dum assunto inédito,</p><p>diferente,</p><p>original.</p><p>Página 7 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Adaptado de: VERISSIMO. Erico. Caminhos Cruzados. 26. ed. Porto Alegre/Rio de Janeiro:</p><p>Editora Globo, 1982. p. 57-58.</p><p>11. (Ufrgs 2020) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das referências</p><p>15, 16, 20 e 21, nessa ordem.</p><p>a) às – às – lhe – o</p><p>b) as – as – o – lhe</p><p>c) as – às – lhe – lhe</p><p>d) às – as – o – o</p><p>e) as – às – lhe – o</p><p>12. (Ufrgs 2020) Observe as afirmações abaixo, sobre a função sintática desempenhada por</p><p>certos elementos das orações.</p><p>I. os cães e as latas de lixo (ref. 8) desempenha a função sintática de objeto direto.</p><p>II. à janela (ref. 13) desempenha a função sintática de complemento nominal.</p><p>III. tudo (ref. 19) desempenha a função sintática de objeto direto.</p><p>Quais estão corretas?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) Apenas I e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>No início do século XXI1, um geneticista inglês chamado Anthony Monaco, professor da</p><p>Universidade de Oxford e integrante do Projeto Genoma Humano, anunciou a descoberta do</p><p>que poderá ser o primeiro gene que, 2aparentemente, está associado à competência</p><p>3linguística 4humana: o FOXP2. Monaco proclamou sua possível descoberta após estudar</p><p>diferentes gerações dos K. E. 5, uma família inglesa de 6classe média. O geneticista constatou</p><p>que muitos membros dessa família possuíam distúrbios de linguagem, os quais não pareciam</p><p>estar 7associados a algum 8mero problema de desempenho linguístico, como língua presa,</p><p>audição ineficiente etc. Tais distúrbios diziam respeito à conjugação verbal, à distribuição e à</p><p>referencialidade dos pronomes, à elaboração de estruturas sintáticas 9complexas, 10como</p><p>11_____ orações subordinadas etc. O interessante é que os avós, pais, filhos e netos da família</p><p>K. E. não possuíam aparentemente nenhum outro distúrbio 12cognitivo além desses problemas</p><p>com o 13conhecimento linguístico. Monaco analisou amostras de DNA dessa família e descobriu</p><p>que uma única unidade de DNA de um único gene estava 14corrompida: o FOXP2.</p><p>O FOXP2 é um dos 70 genes diferentes que 15_____ o 16cromossomo 7, que é</p><p>responsável pela 17arquitetura genética do cérebro humano. 18Ou seja, trata-se de um gene que</p><p>cria neurônios, 19neurotransmissores e afins. Esse gene, o FOXP2, possui 2.500 unidades de</p><p>DNA, e só uma delas apresentava problemas na genética da família K. E. Monaco estava</p><p>convencido de que esse gene deveria ser, pelo menos em parte, responsável pela capacidade</p><p>linguística humana. Ele confirmou suas intuições quando descobriu o jovem inglês C. S., que</p><p>não possuía parentesco com os K. E., mas apresentava os mesmos distúrbios linguísticos</p><p>manifestados pelos membros daquela família. Monaco analisou o FOXP2 de C. S. e constatou</p><p>aquilo que presumia: C. S. apresentava um defeito na mesma unidade de DNA do FOXP2</p><p>deficiente na família K. E. A partir 20desse achado, o 22geneticista divulgou o que pode ser a</p><p>descoberta do primeiro gene aparentemente responsável pela genética da linguagem</p><p>humana23: o FOXP2.</p><p>A lógica 24subjacente 25_____ afirmação de Monaco é a seguinte: como parte do</p><p>FOXP2 está danificada nos K. E. e também em C. S., e isso parece ter como correlato</p><p>comportamental dificuldades exclusivamente linguísticas, então esse gene deve ser</p><p>responsável pelas habilidades linguísticas deficientes nos K. E. e em C. S. Se 26isso for</p><p>verdadeiro, 27então, nas pessoas com o FOXP2 sem 28anomalias, esse gene deve ter a função</p><p>de produzir os neurônios que virão a formar as 29sinapses responsáveis pelo conhecimento</p><p>linguístico.</p><p>Página 8 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>Independentemente de as pesquisas de Anthony Monaco 30_____ a ser confirmadas ou</p><p>não nas pesquisas mais recentes sobre genética humana (e há, de fato, muitos geneticistas</p><p>que as refutam com muito bons argumentos e evidências), o importante é que elas abriram ou</p><p>aprofundaram a discussão a respeito dos fundamentos biológicos da linguagem humana.</p><p>Adaptado de: KENEDY, E. Curso básico de linguística gerativa. São Paulo: Contexto, 2013. p.</p><p>79-80.</p><p>13. (Ufrgs 2020) Assinale a alternativa que corresponde, respectivamente, às remissões</p><p>estabelecidas pelas expressões desse achado (ref. 20) e isso (ref. 26) no texto.</p><p>a) Refere-se ao achado apresentado no primeiro parágrafo; refere-se à lógica presente na</p><p>relação entre o gene FOXP2 e o comportamento linguístico.</p><p>b) Refere-se ao achado apresentado, no mesmo parágrafo, anterior à expressão; refere-se à</p><p>descoberta apresentada no primeiro parágrafo do texto.</p><p>c) Refere-se ao achado apresentado no primeiro parágrafo; refere-se à lógica presente na</p><p>relação entre o gene FOXP2 e o comportamento linguístico.</p><p>d) Refere-se ao achado apresentado, no mesmo parágrafo, anterior à expressão; refere-se à lógica presente</p><p>na relação entre o gene FOXP2 e o comportamento linguístico.</p><p>e) Refere-se à lógica presente na relação entre o gene FOXP2 e o comportamento linguístico;</p><p>refere-se ao achado apresentado, no mesmo parágrafo, anterior à expressão.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:</p><p>A(s) questão(ões) a seguir está(ão) relacionada(s) ao texto abaixo.</p><p>Cena 1</p><p>1Em uma madrugada 2chuvosa, um trabalhador residente em São Paulo 3acorda, ao</p><p>4amanhecer, às cinco 5horas, toma 6rapidamente o café da manhã, dirige-se até o carro, acessa</p><p>a rua, e, como de costume, faz o mesmo trajeto até o trabalho. 7Mas, em um desses inúmeros</p><p>dias, ouve pelo rádio que 8uma das avenidas de sua habitual rota está totalmente</p><p>congestionada. A partir dessa informação e 9enquanto dirige, o trabalhador inicia um processo</p><p>mental analítico para escolher uma rota alternativa que o faça chegar _____1_____ empresa</p><p>no horário de sempre.</p><p>10Para decidir sobre essa nova rota, ele deverá considerar11: a nova distância a ser</p><p>percorrida, o tempo gasto no deslocamento, a quantidade de cruzamentos existentes em cada</p><p>rota, em qual das rotas encontrará chuva e em quais rotas passará por áreas sujeitas a</p><p>alagamento.</p><p>Cena 2</p><p>12Mais tarde no mesmo dia, um casal residente na mesma cidade obtém financiamento</p><p>imobiliário e 13decide pela compra de um apartamento. São inúmeras opções de imóveis à</p><p>venda. Para a escolha adequada do local de sua morada em São Paulo, o casal deverá levar</p><p>em conta, além do valor do apartamento, também outros critérios14: variação do preço dos</p><p>imóveis por bairro, distância do apartamento até a escola dos filhos pequenos, tempo gasto</p><p>entre o apartamento e o local de emprego do casal, preferência por um bairro tranquilo e</p><p>existência de linha de ônibus integrada ao metrô nas proximidades do imóvel – entre outros</p><p>critérios.</p><p>Essas duas cenas urbanas descrevem situações comuns _____2_____ passam</p><p>diariamente muitos dos cidadãos residentes em grandes cidades. 15As 16protagonistas têm em</p><p>comum a angústia de tomar uma decisão complexa, 17escolhida dentre várias possibilidades</p><p>oferecidas pelo espaço geográfico. Além de mostrar que a geografia é vivida no cotidiano, as</p><p>duas cenas mostram também que, para tomar a decisão que _____3_____ seja mais</p><p>conveniente, nossas 18protagonistas deverão realizar, primeiramente, uma 19análise</p><p>geoespacial da cidade. Em ambas as cenas, essa análise se desencadeia a partir de um</p><p>sistema cerebral composto de 20informações geográficas representadas internamente na forma</p><p>de mapas mentais que induzirão as três protagonistas a tomar suas decisões. Em cada cena</p><p>podemos visualizar uma pergunta espacial. Na primeira, o trabalhador pergunta: 21“qual a</p><p>melhor rota a seguir, desde este ponto onde estou até o local de meu trabalho, neste horário de</p><p>segunda-feira?” Na segunda, o questionamento seria: “qual é o lugar da cidade que reúne</p><p>Página 9 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>todos os critérios geográficos adequados à nossa moradia?”</p><p>22A cena 1 é um exemplo clássico de análise de redes, enquanto a cena 2 é um</p><p>exemplo clássico de alocação espacial – duas das técnicas mais importantes da análise</p><p>geoespacial.</p><p>23A análise geoespacial reúne um conjunto de métodos e técnicas quantitativos</p><p>dedicados à solução dessas e de outras perguntas 24similares, em computador, _____4_____</p><p>respostas dependem da organização espacial de informações geográficas em um determinado</p><p>tempo. Dada a complexidade dos modelos, muitas técnicas de análise geoespacial foram</p><p>transformadas em linguagem computacional e reunidas, posteriormente, em um sistema de</p><p>informação geográfica. Esse fato geotecnológico contribuiu para a 25popularização da análise</p><p>geoespacial realizada em computadores26, que atualmente é simplificada pelo termo</p><p>geoprocessamento.</p><p>Adaptado de: FERREIRA, Marcos César. Iniciação à análise geoespacial: teoria, técnicas e</p><p>exemplos para geoprocessamento. São Paulo: Editora UNESP, 2014. p. 33-34.</p><p>14. (Ufrgs 2019) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 1, 2,</p><p>3 e 4, nessa ordem.</p><p>a) a – as quais – lhe – em que as</p><p>b) à – com as quais – lhes – das quais as</p><p>c) à – que – os – cuja</p><p>d) a – por que – lhe – de que as</p><p>e) à – pelas quais – lhes – cujas</p><p>15. (Ufrgs 2019) O deslocamento de segmentos de um texto pode ou não afetar as relações</p><p>de sentido estabelecidas.</p><p>Observe as afirmações abaixo, sobre o deslocamento de segmentos, considerando os ajustes</p><p>com maiúscula, minúscula e pontuação.</p><p>I. A sequência Em uma madrugada chuvosa (ref. 1) poderia ser deslocada para</p><p>imediatamente depois de horas (ref. 5), sem alterar as relações de sentido no contexto em</p><p>que ocorrem.</p><p>II. A sequência Mais tarde no mesmo dia (ref. 12) poderia ser deslocada para imediatamente</p><p>depois de decide (ref. 13), sem alterar as relações de sentido no contexto em que ocorrem.</p><p>III. A sequência escolhida dentre as várias possibilidades oferecidas pelo espaço</p><p>geográfico (ref. 17) poderia ser deslocada para imediatamente antes de As protagonistas</p><p>(ref. 15), sem alterar as relações de sentido no contexto em que ocorrem.</p><p>Quais estão corretas?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) Apenas I e II.</p><p>e) I, II e III.</p><p>16. (Ufrgs 2019) Assinale a alternativa que apresenta relações de sentido, contextualmente</p><p>adequadas no texto, para os nexos de articulação textual Mas (ref. 7), enquanto (ref. 9) e Para</p><p>(ref. 10), nessa ordem.</p><p>a) oposição – comparação – explicação</p><p>b) concessão – temporalidade – explicação</p><p>c) concessão – concomitância – finalidade</p><p>d) oposição – concomitância – explicação</p><p>e) oposição – temporalidade – finalidade</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>A(s) questão(ões) a seguir está(ão) relacionadas ao texto abaixo.</p><p>1– Para mim esta é a melhor hora do dia – Ema disse, voltando do quarto dos meninos.</p><p>Página 10 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>– Com as crianças na cama, a casa fica tão sossegada.</p><p>– Só que já é noite – a amiga corrigiu, sem tirar os olhos da revista. Ema agachou-se</p><p>para recolher o quebra-cabeça esparramado pelo chão.</p><p>– É força de expressão, sua boba. O dia acaba quando eu vou dormir, isto é, o dia tem</p><p>vinte quatro horas e a semana tem sete dias, não está certo? – Descobriu um sapato sob a</p><p>poltrona. Pegou-o e, quase deitada no tapete, procurou, 2depois, o par _____1_____ dos</p><p>outros móveis.</p><p>Era bom 3ter uma 4amiga 5experiente. Nem precisa ser da mesma idade – deixou-se</p><p>cair no sofá – Bárbara, 6muito mais sábia. Examinou-a a ler: uma linha de luz dourada</p><p>7valorizava o perfil privilegiado. As duas eram tão inseparáveis quanto seus maridos, colegas</p><p>de escritório. Até ter filhos juntas conseguiram, 8acreditasse quem quisesse. Tão gostoso,</p><p>ambas no hospital. A semelhança física teria 9contribuído para o perfeito entendimento?</p><p>“Imaginava que fossem irmãs”, muitos diziam, o que sempre causava satisfação.</p><p>10– O que está se passando nessa cabecinha? – Bárbara estranhou a amiga, só doente</p><p>11pararia quieta. Admirou-a: os 12cabelos soltos, caídos no rosto, escondiam os olhos</p><p>_____2_____, azuis ou verdes, conforme o reflexo da roupa. De que cor estariam hoje 13seus</p><p>olhos?</p><p>Ema aprumou o corpo.</p><p>– Pensava que se nós morássemos numa casa grande, vocês e nós...</p><p>Bárbara sorriu. Também ela uma vez tivera a 14ideia. – As crianças brigariam o tempo</p><p>todo.</p><p>15Novamente a amiga tinha razão. 16Os filhos não se suportavam, discutiam por</p><p>qualquer motivo, ciúme doentio de tudo. 17O que sombreava o relacionamento dos casais.</p><p>– Pelo menos podíamos morar mais perto, então.</p><p>Se o marido estivesse em casa, 18seria obrigada a assistir à televisão, _____3_____,</p><p>ele mal chegava, ia ligando o aparelho, ainda que soubesse que ela detestava sentar que nem</p><p>múmia diante do aparelho – levantou-se, repelindo a lembrança. Preparou uma jarra de</p><p>limonada. _____4_____ todo aquele interesse de Bárbara na revista? Reformulou a pergunta</p><p>em voz alta.</p><p>– Nada em especial. Uma pesquisa sobre o comportamento das crianças na escola, de</p><p>como se modificam 19as personalidades longe dos pais.</p><p>Adaptado de: VAN STEEN, Edla. Intimidade. In: MORICONI, Italo (org.) Os cem melhores</p><p>contos brasileiros do século. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 440-441.</p><p>17. (Ufrgs 2019) Em várias passagens do texto, a autora usa sujeitos elípticos. Assinale a</p><p>alternativa que apresenta uma oração com sujeito elíptico.</p><p>a) – Para mim esta é a melhor hora do dia (ref. 1).</p><p>b) acreditasse quem quisesse (ref. 8).</p><p>c) O que está se passando nessa cabecinha? (ref. 10).</p><p>d) O que sombreava o relacionamento dos casais (ref. 17).</p><p>e) seria obrigada a assistir à televisão, [...] (ref. 18).</p><p>18. (Ufrgs 2019) Considere as seguintes afirmações.</p><p>I. A oração ter uma amiga experiente (ref. 3) desempenha a função sintática de objeto direto.</p><p>II. A expressão seus olhos (ref. 13) desempenha a função sintática de sujeito.</p><p>III. A expressão as personalidades (ref. 19) desempenha a função sintática de objeto direto.</p><p>Quais estão corretas?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) Apenas I e II.</p><p>e) I, II e III.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:</p><p>A(s) questão(ões) a seguir está(ão) relacionada(s) ao texto abaixo.</p><p>Página 11 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>1Recebi consulta de um amigo que tenta 2deslindar segredos da língua para</p><p>estrangeiros que querem aprender português. 3Seu problema: “se digo em uma sala de aula:</p><p>‘Pessoal, leiam o livro X’, como explicar a concordância? 4Certamente, não se diz 5‘Pessoal,</p><p>leia o livro X’".</p><p>Pela pergunta, vê-se que não se trata de fornecer regras para corrigir eventuais</p><p>problemas de padrão. Trata-se de entender um dado que ocorre regularmente, mas que parece</p><p>oferecer alguma dificuldade de análise.</p><p>Em primeiro lugar, é óbvio que se trata de um pedido (ou de uma ordem) mais ou</p><p>6menos informal. Caso contrário, não se usaria a expressão “pessoal”, mas talvez “Senhores”</p><p>ou “Senhores alunos”.</p><p>Em segundo lugar, não se trata da tal concordância ideológica, nem de silepse</p><p>(hipóteses previstas pela gramática para explicar concordâncias mais ou menos excepcionais,</p><p>que se devem menos a fatores sintáticos e mais aos semânticos; 7exemplos correntes do tipo</p><p>“A gente fomos” e “o pessoal gostaram” se explicam por esse critério). Como se pode saber</p><p>que não se trata de concordância ideológica ou de silepse? A resposta é que, 8nesses casos, o</p><p>verbo se liga ao sujeito em estrutura sem vocativo, diferentemente do que acontece 9aqui. E em</p><p>casos como “Pedro, venha cá”, “venha” não se liga a “Pedro”, 10mesmo que pareça que sim,</p><p>porque Pedro não é o sujeito.</p><p>11Para tentar formular uma hipótese 12mais clara para o problema apresentado, 13talvez</p><p>14se deva admitir que o sujeito de um verbo pode estar apagado e, mesmo assim, produzir</p><p>concordância. O ideal é que se mostre que o fenômeno não ocorre só com ordens ou pedidos,</p><p>e nem só quando há vocativo. Vamos por partes: a) 15é normal, em português, haver orações</p><p>sem sujeito expresso e, mesmo assim, haver flexão verbal. 16Exemplos 17correntes são frases</p><p>como “chegaram e saíram em seguida”, que todos conhecemos das gramáticas; b) sempre que</p><p>há um vocativo, em princípio, o sujeito pode não aparecer na frase. É o que ocorre em</p><p>“meninos, saiam daqui”; mas o sujeito pode aparecer, pois 18não seria estranha a sequência</p><p>“meninos, vocês se comportem”; c) 19se 20forem aceitas as hipóteses a) e b) (diria que são</p><p>fatos), não 21seria estranho que a frase “Pessoal, leiam o livro X” pudesse ser tratada como se</p><p>sua estrutura fosse “Pessoal, vocês leiam o livro x”. Se a palavra “vocês” não estivesse</p><p>apagada, a concordância se explicaria normalmente; d) assim, o problema 22real não é a</p><p>concordância entre “pessoal” e “leiam”, mas a passagem de “pessoal” a “vocês”, que não</p><p>aparece na superfície da frase.</p><p>Este caso é apenas um, dentre tantos outros, que nos obrigariam a considerar na</p><p>análise elementos que parecem não estar 23na frase, mas que atuam como se 24lá estivessem.</p><p>Adaptado de: POSSENTI, Sírio. Malcomportadas línguas. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.</p><p>p. 85-86.</p><p>19. (Ufrgs 2019) Considere as seguintes afirmações sobre a síntese dos parágrafos do texto.</p><p>I. O primeiro parágrafo apresenta a problemática discutida pelo autor, a partir da dúvida de um</p><p>amigo, sobre a concordância na língua portuguesa.</p><p>II. O segundo e o terceiro parágrafos apresentam discussão a respeito da preponderância dos</p><p>aspectos sintáticos envolvidos na construção de pedidos e ordens em usos não padrão da</p><p>língua.</p><p>III. O quinto parágrafo do texto enumera argumentos que permitem explicar o fenômeno</p><p>gramatical da concordância em construções sem sujeito expresso.</p><p>Quais estão de acordo com o texto?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) Apenas I e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>20. (Ufrgs 2019) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo.</p><p>( ) A expressão Seu problema (ref. 3) faz remissão ao problema de um amigo do autor do</p><p>Página 12 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>texto sobre um fato da língua portuguesa.</p><p>( ) A expressão nesses casos (ref. 8) faz referência a exemplos correntes (ref. 7).</p><p>( ) A palavra aqui (ref. 9) faz remissão à problemática central do texto acerca da</p><p>concordância.</p><p>( ) A palavra lá (ref. 24) faz remissão à na frase (ref. 23).</p><p>A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é</p><p>a) F – V – V – F.</p><p>b) F – V – V – V.</p><p>c) V – V – F – V.</p><p>d) V – F – F – F.</p><p>e) V – F – V – V.</p><p>21. (Ufrgs 2019) Observe as propostas de reescrita para o seguinte trecho do texto.</p><p>Para tentar formular uma hipótese mais clara para o problema apresentado, talvez se</p><p>deva admitir que o sujeito de um verbo pode estar apagado e, mesmo assim, produzir</p><p>concordância (ref. 11).</p><p>I. Para tentar formular uma hipótese mais clara para o problema apresentado, deve-se admitir,</p><p>talvez, que o sujeito de um verbo pode estar apagado e produzir concordância mesmo assim.</p><p>II. Para tentar formular uma hipótese mais clara para o problema apresentado, se deva admitir</p><p>que talvez o sujeito de um verbo possa estar apagado e produzir concordância, mesmo</p><p>assim.</p><p>III. Deve-se admitir que o sujeito de um verbo pode estar apagado e produzir, mesmo assim,</p><p>concordância, para talvez tentar formular uma hipótese mais clara para o problema</p><p>apresentado.</p><p>Quais estão corretas e preservam a significação do trecho original?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas III.</p><p>c) Apenas I e II.</p><p>d) Apenas II e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>A(s) questão(ões) a seguir está(ão) relacionada(s) ao texto abaixo.</p><p>1– Temos sorte de viver no Brasil – dizia meu pai, depois da guerra. – Na Europa</p><p>2mataram 3milhões de judeus.</p><p>Contava as 4experiências que 5os médicos nazistas faziam com os prisioneiros.</p><p>Decepavam-lhes as cabeças, faziam-nas encolher – à maneira, li depois, dos índios Jivaros.</p><p>6Amputavam pernas e braços. Realizavam estranhos transplantes: uniam a metade superior de</p><p>um homem _____1_____ metade inferior de uma mulher, ou aos quartos traseiros de um bode.</p><p>7Felizmente 8morriam 9essas atrozes quimeras; 10expiravam como seres humanos, não eram</p><p>obrigadas a viver como aberrações. (_____2_____ essa altura eu tinha os olhos cheios de</p><p>lágrimas. Meu pai pensava 11que a descrição das maldades nazistas me deixava comovido.)</p><p>12Em 1948 13foi proclamado 14o Estado de Israel. Meu pai abriu uma garrafa de vinho –</p><p>o melhor vinho do armazém –, brindamos ao acontecimento. E não saíamos de perto do rádio,</p><p>acompanhando _____3_____ notícias da guerra no Oriente Médio. Meu pai estava</p><p>entusiasmado com o novo Estado: em Israel, explicava, vivem judeus de todo o mundo, judeus</p><p>brancos da Europa, judeus pretos da África, judeus da Índia, isto sem falar nos beduínos com</p><p>seus camelos: tipos muito esquisitos, Guedali.</p><p>Tipos esquisitos – aquilo me dava ideias. Por que não ir para Israel? 15Num país de</p><p>gente tão estranha – e, 16ainda por cima, em guerra – eu certamente não chamaria a atenção.</p><p>Ainda menos como combatente, entre a poeira e a fumaça dos incêndios. Eu me via correndo</p><p>pelas ruelas de uma aldeia, empunhando um revólver trinta e oito, atirando sem cessar; eu me</p><p>via caindo, 17varado de balas. 18Aquela, sim, era a 19morte que eu almejava, morte heroica,</p><p>esplêndida justificativa para uma vida miserável, de monstro 20encurralado. E, caso não</p><p>morresse, poderia viver depois num kibutz . Eu, que conhecia tão bem a vida numa fazenda,</p><p>Página 13 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>teria muito a fazer ali. Trabalhador dedicado, os membros do kibutz terminariam por me aceitar;</p><p>numa nova sociedade há lugar para todos, mesmo os de patas de cavalo.</p><p>Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro</p><p>no jardim. 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2001.</p><p>22. (Ufrgs 2018) Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir, sobre os sujeitos</p><p>de algumas formas verbais do texto.</p><p>( ) O sujeito da forma verbal mataram (ref.2) é milhões de judeus (ref. 3).</p><p>( ) O sujeito da forma verbal Amputavam (ref. 6) é os médicos nazistas (ref. 5).</p><p>( ) O sujeito da forma verbal morriam (ref. 8) é essas atrozes quimeras (ref. 9).</p><p>( ) O sujeito da locução verbal foi proclamado (ref. 13) é o Estado de Israel (ref. 14).</p><p>A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é</p><p>a) F – V – V – V.</p><p>b) V – F – V – F.</p><p>c) V – F – F – V.</p><p>d) V – V – V – V.</p><p>e) F – V – F – F.</p><p>23. (Ufrgs 2018) Se a forma verbal almejava fosse substituída por aspirava em Aquela, sim,</p><p>era a morte que eu almejava (ref. 18), qual das alternativas abaixo estaria gramaticalmente</p><p>correta?</p><p>a) Aquela, sim, era a morte a que eu aspirava.</p><p>b) Aquela, sim, era a morte para a qual eu aspirava.</p><p>c) Aquela, sim, era a morte que eu aspirava.</p><p>d) Aquela, sim, era a morte de que eu aspirava.</p><p>e) Aquela, sim, era a morte com a qual eu aspirava.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>A(s) questão(ões) a seguir estão relacionadas ao texto abaixo.</p><p>André Devinne procura cultivar a ingenuidade – uma defesa contra tudo 1o que 2não</p><p>entende. 3Pressente: há alguma coisa irresolvida que 4está em parte alguma, mas os nervos</p><p>sentem- Quem sabe seja uma espécie de vergonha. Quem sabe o medo enigmático</p><p>dos quarenta anos. Certamente não é a angústia de se ver lavando o carro numa tarde de</p><p>sábado5, um homem de sua posição. É até com delicadeza que se entrega ao sol das três da</p><p>tarde, agachado, sem camisa, esfregando o pano sujo no pneu, num ritual disfarçado em que</p><p>evita formular seu tranquilo desespero. Assim: ele está numa guerra, mas por acaso6; de onde</p><p>está, submerso na ingenuidade, 7à qual 8se agarra sem saber, não consegue ver o inimigo.</p><p>9Talvez não haja nenhum.</p><p>10– Filha, não fique aí no sol sem camisa.</p><p>A menina recuou até a sombra. Agachou-se, olhos negros no pai.</p><p>11– Você vai pra praia hoje?</p><p>André Devinne contemplou o pneu lavado: um bom trabalho.</p><p>12– Não sei. Falou com a mãe?</p><p>– Ela está pintando.</p><p>A filha tem o mesmo olhar da mãe, 13quando Laura, da janela do ateliê, observa o mar</p><p>da Barra, transformando aquela estreita faixa de azul acima da Lagoa, numa outra faixa, de</p><p>outra cor, mas igualmente suave, na tela em branco. Um olhar que investiga sem ferir – que</p><p>parece, de fato, ver o que está lá.</p><p>Devinne espreguiçou-se esticando as pernas14. Largou o pano imundo no balde,</p><p>sentou-se e olhou o céu, o horizonte, as duas faixas de mar, o azul da Lagoa, vivendo</p><p>momentaneamente o prazer de proprietário. Lembrou-se da lição de inglês – It’s a nice day,</p><p>isn’t it? – e tentou de imediato, mas era tarde: o corpo inteiro se povoou de</p><p>lembrança e ansiedade, exigindo explicações. Estava indo bem, a professora era uma mulher</p><p>competente, agradável, independente. Talvez justo por isso, ele tenha cometido aquela</p><p>Página 14 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>estupidez. Sem pensar, voltou a cabeça e acenou para Laura, que do janelão do ateliê</p><p>respondeu- com um gesto. A filha insistiu:</p><p>– Pai, você vai pra praia?</p><p>Mudar todos os assuntos.</p><p>– Julinha, o que é, o que é? Vive casando 15e está sempre solteiro?</p><p>Ela riu.</p><p>– Ah, pai. Essa é fácil. O padre!</p><p>TEZZA, C. O fantasma da infância. Rio de Janeiro: Ed. Record, 2007. p. 9-10.</p><p>24. (Ufrgs 2016) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas 1, 2 e 3, nessa</p><p>ordem.</p><p>a) lhe – esquecê-la – lhe</p><p>b) na – esquecer-lhe – lhe</p><p>c) na – esquecê-la – o</p><p>d) lhe – esquecer-lhe – o</p><p>e) na – esquecê-la – lhe</p><p>25. (Ufrgs 2016) Considere as seguintes afirmações sobre propostas de alteração de frases do</p><p>texto.</p><p>I. Se não entende (ref. 2) fosse substituído por desconfia, seria necessário substituir o que (ref.</p><p>1) por que.</p><p>II. Se está (ref. 4) fosse substituído por ele não localiza, nenhuma outra alteração seria</p><p>necessária à frase.</p><p>III. Se se agarra (ref. 8) fosse substituído por ele se protege, seria necessário substituir à qual</p><p>(ref. 7) por com a qual.</p><p>Sem considerar alterações de sentido, quais afirmações mantêm a correção da frase?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas III.</p><p>c) Apenas I e II.</p><p>d) Apenas II e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:</p><p>A(s) questão(ões) a seguir está(ao) relacionada(s) ao texto abaixo.</p><p>A variação linguística é uma realidade que, embora 1razoavelmente bem estudada pela</p><p>sociolinguística, pela dialetologia e pela linguística histórica, provoca, 2em geral, reações</p><p>sociais muito negativas. O senso comum 3tem 4escassa percepção de que a língua é um</p><p>fenômeno heterogêneo, que 5alberga grande variação e 6está em mudança contínua. Por isso,</p><p>7costuma 8folclorizar a variação regional; 9demoniza a variação social e 10tende a interpretar as</p><p>mudanças como sinais de 11deterioração da língua. O senso comum não se 12dá bem com a</p><p>variação linguística e 13chega, 14muitas vezes, a 15explosões de ira e a gestos de grande</p><p>violência simbólica diante de fatos de variação. Boa parte de uma educação de 16qualidade tem</p><p>a ver 17precisamente com o 18ensino de língua – um ensino que garanta o 19domínio das</p><p>práticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaços públicos. E esse domínio inclui o</p><p>das variedades linguísticas historicamente 20identificadas como as mais próprias a essas</p><p>práticas – isto é, as 21variedades escritas e faladas que devem ser identificadas como</p><p>constitutivas da chamada norma culta. Isso pressupõe, 22inclusive, uma ampla discussão sobre</p><p>o próprio conceito de norma culta e suas efetivas 23características no Brasil contemporâneo.</p><p>Parece claro hoje que o 24domínio 25dessas variedades caminha junto com o domínio</p><p>das respectivas práticas socioculturais. Parece claro também, por outro lado, que não se trata</p><p>apenas de desenvolver uma 26pedagogia que garanta o domínio das práticas socioculturais e</p><p>das respectivas variedades linguísticas. Considerando o grau de rejeição social das variedades</p><p>ditas 27populares, parece que o que nos 28desafia é a construção de 29toda uma cultura escolar</p><p>Página 15 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>aberta à crítica da 30discriminação pela língua e preparada para combatê-31la, o que pressupõe</p><p>32uma adequada 33compreensão da 34heterogeneidade linguística do país, sua história social e</p><p>suas características atuais. 35Essa compreensão deve alcançar, em primeiro lugar, os próprios</p><p>educadores e, em seguida, os educandos.</p><p>Como fazer isso? Como garantir a disseminação dessa cultura na escola e pela escola,</p><p>considerando que a sociedade em que essa escola existe não reconhece sua cara linguística e</p><p>não só discrimina impunemente pela língua, como dá sustento explícito a esse tipo de</p><p>discriminação? Em suma, como construir uma pedagogia da variação linguística?</p><p>Adaptado de: ZILLES, A. M; FARACO, C. A. Apresentação. In: ZILLES, A. M; FARACO, C. A,</p><p>orgs., Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola,</p><p>2015.</p><p>26. (Ufrgs 2016) Considere as seguintes propostas de alteração da ordem de elementos</p><p>adverbiais do texto.</p><p>I. Deslocamento de ,em geral, (ref. 2) para imediatamente antes de razoavelmente (ref. 1).</p><p>II. Deslocamento de ,muitas vezes, (ref. 14) para imediatamente antes de chega (ref. 13).</p><p>III. Deslocamento de inclusive (ref. 22), precedido de vírgula, para imediatamente depois de</p><p>características (ref. 23).</p><p>Quais propostas estão corretas e preservam o sentido do texto?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas I e III.</p><p>d) Apenas II e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>27. (Ufrgs 2016) Considere as afirmações abaixo, acerca das relações referenciais no texto.</p><p>I. dessas variedades (ref. 25) retoma as variedades escritas e faladas constitutivas da chamada</p><p>norma culta (ref. 21).</p><p>II. la (ref. 31) retoma toda uma cultura escolar (ref. 29).</p><p>III. Essa compreensão (ref. 35) retoma uma adequada compreensão</p><p>da heterogeneidade</p><p>linguística do país, sua história social e suas características atuais (ref. 32).</p><p>Quais estão corretas?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas I e III.</p><p>d) Apenas II e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>28. (Ufsm 2015) TEXTO 1</p><p>Página 16 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>TEXTO 2</p><p>Por que comemos com o garfo?</p><p>Norbert Elias, sociólogo alemão que viveu entre 1897 e 1990, analisa, a partir de</p><p>manuais de boas maneiras produzidos entre a Idade Média e o início da era moderna, as</p><p>mudanças operadas no âmbito do uso do garfo, utensílio que surgiu no fim da Idade Média,</p><p>com o objetivo de retirar alimentos da travessa comum. Paulatinamente, foi introduzido como</p><p>utensílio de uso individual. De início, o uso do garfo para se levar o alimento à boca era</p><p>considerado um sinal exagerado de refinamento e seriamente reprimido.</p><p>Na análise de Elias (1994, p. 133), “o garfo nada mais é que a corporificarão de um</p><p>padrão específico de emoções e um nível específico de nojo”. Esse processo nos mostra como</p><p>ocorriam as relações entre as pessoas na Idade Media. Segundo o sociólogo alemão, “as</p><p>pessoas que comiam juntas na maneira costumeira na Idade Média, pegando a carne com os</p><p>dedos na mesma travessa, bebendo vinho no mesmo cálice, tomando a sopa na mesma</p><p>travessa ou prato fundo – essas pessoas tinham entre si relações diferentes das que hoje</p><p>vivemos. E isto envolve não só o nível da consciência, clara e racional, pois sua vida emocional</p><p>revestia-se também de diferente estrutura e caráter” (ELIAS, 1994, p. 82).</p><p>Fonte: PACHECO, S.S.M. O habito alimentar enquanto um comportamento culturalmente</p><p>produzido. In: FREITAS, M.C.S.; FONTES, G.A.V.; OLIVEIRA, N. (Orgs.). Escritas e narrativas</p><p>sobre alimentação e cultura [online]. Salvador: EDUFBA, 2008, p. 228-229. (adaptado)</p><p>Considere as afirmativas:</p><p>I. Pelo princípio da invariabilidade do advérbio, justifica-se a palavra “meio” não estar</p><p>concordando com o adjetivo “nervosa”, no 1º quadro da tirinha.</p><p>II. O humor da tirinha é decorrente do sentido atribuído pelo menino à expressão “reeducação</p><p>alimentar”, ao compreendê-la como aprendizado do modo de comer em vez de modificação</p><p>de hábitos no consumo de alimentos.</p><p>III. O uso naturalizado do garfo na sociedade contemporânea, como denota o texto 1, pode ser</p><p>considerado um indício da individualidade que começou a se configurar na estrutura social</p><p>no fim da Idade Média, em análise no texto 2.</p><p>Está(ão) correta(s)</p><p>a) apenas I.</p><p>Página 17 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>b) apenas II.</p><p>c) apenas I e III.</p><p>d) apenas II e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>29. (Ufsm 2015) TEXTO 1</p><p>Um dos primeiros registros de que as salinas naturais do Nordeste brasileiro chamaram</p><p>a atenção dos portugueses é o 5relato de 1um capitão-mor, 3Pero Coelho, em 1627. Derrotado</p><p>por piratas franceses numa batalha na serra de Ibiapaba, no Ceará, Coelho recuou suas forças</p><p>para o litoral e encontrou – na região onde se localiza hoje o Município de Areia Branca –</p><p>extensões de sal suficientes para abarrotar muitos navios. Em 1641, 4Gedeão Morritz, 2o chefe</p><p>da guarnição batava no Ceará, chegou às mesmas salinas; a partir daí, os holandeses, que em</p><p>seus primeiros anos no Nordeste importavam sal, trazido pelos navios da Companhia das</p><p>Índias Ocidentais, iniciaram a 6extração do mineral. O sal do Rio Grande do Norte só começou</p><p>a ser comercializado em outras províncias a partir de 1808, com a suspensão das proibições</p><p>por D. João VI.</p><p>Fonte: O sal na história. Disponível em: http://www.norsal.com.br/o_sal/historia.html.</p><p>Acesso em: 01 ago. 2014. (adaptado)</p><p>TEXTO 2</p><p>É na terra do Tio Sam que fica uma das regiões mais ricas do mundo nesse mineral.</p><p>Salt Lake City, 8capital do Estado de Utah, está à beira de um dos maiores lagos salgados do</p><p>planeta. Sorte dos americanos, que precisam do sal para muito mais do que temperar</p><p>guloseimas. Menos de do sal que os Estados Unidos produzem é de mesa, aliás. A</p><p>grande fatia – 7cerca de – serve para derreter a neve das estradas no inverno.</p><p>Fonte: PAIVA, U.; PENNA, M. Império do sal. Superinteressante. Disponível em:</p><p>http://super.abril.com.br/ciencia/imperio-sal-443351.shtml. Publicado em set. 2012.</p><p>Com relação ao uso de recursos linguísticos nos textos, assinale V (verdadeira) ou F (falsa)</p><p>na(s) afirmativa(s) a seguir.</p><p>( ) No texto 1, tanto “um capitão-mor” (ref. 1) quanto “o chefe da guarnição batava no Ceará”</p><p>(ref. 2) funcionam como apostos que especificam os cargos ocupados, respectivamente,</p><p>por “Pero Coelho” (ref. 3) e “Gedeão Morritz” (ref. 4), ambos sujeitos nas orações.</p><p>( ) No texto 1, em “relato de um capitão-mor” (ref. 5) e “extração do mineral” (ref. 6), “um</p><p>capitão-mor” e “mineral” são representados como agentes no contexto.</p><p>( ) No texto 2, os travessões que intercalam “cerca de ” (ref. 7) poderiam ser</p><p>substituídos por vírgulas, sem infração a norma-padrão, considerando-se a mesma razão</p><p>por que “capital do Estado de Utah” (ref. 8) aparece entre vírgulas.</p><p>A sequência correta é</p><p>a) V – V – F.</p><p>b) F – F – V.</p><p>c) V – F – F.</p><p>d) F – V – F.</p><p>e) V – F – V.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>Para responder a(s) questão(ões), leia o texto a seguir.</p><p>A humanidade parece ter um problema recorrente com o uso do sal [...]. O historiador</p><p>britânico Felipe Fernandez-Arnesto, da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos, diz</p><p>que, desde que os primeiros humanos deixaram de ser nômades, houve um crescimento</p><p>Página 18 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>explosivo do uso do sal. A ingestão diária aumentou cinco ou seis vezes desde o período</p><p>paleolítico – com enorme aceleração nas ultimas décadas. A American Heart Association, que</p><p>reúne os cardiologistas americanos, estima que mudanças no estilo de vida provocaram</p><p>aumento de no consumo de sal desde os anos 1970. Em boa medida, graças 1ao</p><p>consumo de comida industrializada.</p><p>A culpa pelo abuso do sal não deve, porém, ser atribuída somente 2à indústria. A maior</p><p>responsabilidade cabe ao nosso paladar. Os especialistas acreditam que a natureza gravou em</p><p>nosso cérebro circuitos que condicionam a gostar de sal e procurar por ele – em razão do sódio</p><p>essencial que contém. A indústria, assim como a arte gastronômica, responde 3ao desejo</p><p>humano. “É provável que o sal seja tão apreciado porque tem a capacidade de ativar o sistema</p><p>de recompensa do nosso cérebro”, diz o neurofisiologista brasileiro Ivan de Araújo, afiliado a</p><p>Universidade Yale, nos Estados Unidos. Isso significa que sal nos deixa felizes [...].</p><p>Com base nas repercussões negativas na saúde pública, muitos médicos têm falado</p><p>em “epidemia salgada” e promovido um movimento similar 4àquele que antecedeu as restrições</p><p>impostas ao tabaco e ao álcool. Desde 2002, a Organização Mundial da Saúde (OMS) faz</p><p>campanhas para chamar a atenção sobre o excesso de sal. O movimento que defende as</p><p>restrições ao sal já chegou 5ao Brasil. Na segunda quinzena de junho, reuniram-se em Brasília</p><p>representantes do meio acadêmico, da indústria de alimentos, técnicos do Ministério da Saúde,</p><p>da Agricultura e da Anvisa, agência federal que regulamenta a venda de comida industrializada</p><p>e remédios. Como meta, discutiu-se passar, em dez anos, de gramas per capita de sal por</p><p>dia para os gramas recomendados pela OMS. “Essa mudança ajudaria a baixar em a</p><p>pressão arterial dos brasileiros. Seria milhão de pessoas livres de medicação para</p><p>hipertensão”, diz a nefrologista Frida Plavnik, representante da Sociedade Brasileira de</p><p>Hipertensão na reunião. 6Segundo ela, haveria queda de nas mortes causadas por</p><p>derrames e de naquelas ocasionadas por infarto.</p><p>Fonte: Época. Seção Saúde & Bem-estar. 26 jul. 2010. p. 89-94. (adaptado)</p><p>Viva melhor com menos sal</p><p>30. (Ufsm 2015) Assinale a alternativa em que a substituição proposta mantém o sentido no</p><p>texto e está de acordo com a norma-padrão.</p><p>a) “ao consumo” (ref. 1) por a utilização</p><p>b) “a indústria” (ref. 2) por à processos industriais</p><p>c) “ao desejo humano” (ref. 3) por à vontade</p><p>das pessoas</p><p>d) “aquele” (ref. 4) por aquela campanha</p><p>e) “ao Brasil” (ref. 5) por no país</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>Para responder à(s) questão(ões), leia o texto a seguir.</p><p>Sujinho e saudável</p><p>Pesquisas confirmam que não se deve levar a extremos os cuidados com a higiene das</p><p>crianças, sob pena de expô-las a alergias e infecções.</p><p>Uma série de pesquisas feitas desde o fim dos anos 80 leva os cientistas a acreditarem</p><p>que [...] o exagero do esforço de manter as crianças afastadas das 10bactérias com que 8elas</p><p>1se deparam no 6seu dia a dia pode minar as resistências do organismo e abrir caminho para</p><p>as 11doenças 9que 2se quer evitar. A mais recente dessas pesquisas, desenvolvida pela</p><p>Universidade da Califórnia e divulgada há três semanas, conclui que as bactérias</p><p>Staphylococcus epidermidis, presentes na superfície da pele humana, agem sobre as células</p><p>da epiderme para bloquear os processos inflamatórios. Essa ação evita que pequenos</p><p>ferimentos infeccionem. Ocorre que essas bactérias são destruídas por desinfetantes,</p><p>5detergentes e sabões.</p><p>A secretária gaúcha Andreia Garcia acredita que as mães de hoje são excessivamente</p><p>preocupadas com a higiene das crianças. 7Seu filho Guilherme, de 4 anos, adora andar</p><p>Página 19 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>descalço e brincar na terra até ficar encardido, mas nunca leva bronca. “Acho que um pouco de</p><p>vitamina S, 3de Sujeira, reforça as defesas do organismo”, ela diz. A pesquisa americana</p><p>confirma a teoria batizada pelos cientistas de hipótese da higiene. Segundo ela, até os 5 anos</p><p>de idade, quando o sistema imunológico da criança está em fase de amadurecimento, o</p><p>contato com bactérias traz dois benefícios: prepara o corpo contra alergias e previne doenças</p><p>autoimunes. [...].</p><p>“Nosso organismo precisa treinar a tolerância aos agentes externos”, diz o imunologista</p><p>Victor Nudelman, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. A técnica em radiologia Marília</p><p>Mercer, de Londrina, atribui à saúde dos filhos Mateus, 4de 10 anos, e Gabriel, de 2, à</p><p>liberdade que têm para brincar na terra. “Deixo as crianças livres. Se elas caem ou ingerem</p><p>algo que não devem, não me desespero”, ela diz.</p><p>BUTTI, Nathália. “Sujinho e saudável”. Veja, Saúde, 16 dez. 2009. p. 122-123.</p><p>31. (Ufsm 2014) Com relação à estrutura frasal e a recursos coesivos presentes no texto,</p><p>assinale verdadeira (V) ou falsa (F) nas afirmações a seguir.</p><p>( ) No subtítulo, a substituição de “las” por “lhes” é adequada sob o ponto de vista da norma-</p><p>padrão, haja vista a bitransitividade do verbo expor.</p><p>( ) Em “seu dia a dia” (ref. 6) e “Seu filho” (ref. 7), os termos sublinhados retomam o mesmo</p><p>referente no texto.</p><p>( ) Os elementos “elas” (ref. 8) e “que” (ref. 9) referem-se, respectivamente, a “bactérias” (ref.</p><p>10) e “doenças” (ref. 11).</p><p>A sequência correta é</p><p>a) F – V – F.</p><p>b) V – F – V.</p><p>c) F – F – F.</p><p>d) V – V – F.</p><p>e) F – V – V.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>Para responder o que é pedido, leia o texto, constituído de parte de uma entrevista concedida</p><p>pela educadora Priscila Monteiro ao Diário na Escola.</p><p>TEXTO</p><p>DIÁRIO NA ESCOLA - A matemática no ensino infantil pode ajudar a desenvolver o conceito de</p><p>cidadania nas crianças?</p><p>PRISCILA - O que considero mais importante para o conceito de cidadania é a utilização da</p><p>matemática para desenvolver o potencial argumentativo dos alunos. Para isso, a disciplina não</p><p>pode ser vista só como uma ciência exata e absoluta do dois mais dois dá quatro. Os</p><p>professores precisam provocar as crianças para que elas saibam argumentar e consolidar um</p><p>conhecimento.</p><p>DIÁRIO NA ESCOLA - Pode exemplificar?</p><p>PRISCILA - Quando o aluno do ensino infantil tem de anotar uma determinada quantidade de</p><p>coisas, desenha pauzinhos, risca palitinhos. O educador quer que ele use o numeral 5, pois é</p><p>mais econômico; porém, para a criança é mais coerente usar cinco marcas do que um número</p><p>só. Isso tem uma lógica grande: como cinco coisas podem ser representadas por um número</p><p>apenas?</p><p>Para que a criança evolua, a atividade deve criar um problema para o seu registro. O professor</p><p>pode pedir que ela registre 105 coisas. 1As marcas, palitinhos, pauzinhos, não são eficientes</p><p>nesse caso, pois seriam muitos. Um número é mais rápido.</p><p>Página 20 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>2É interessante que isso aconteça para que professores e crianças discutam e argumentem.</p><p>Essa argumentação é a grande formação de cidadania: pensar e refletir para validar respostas</p><p>e conhecimentos, não apenas pedir que o aluno aceite.</p><p>3Nós decoramos a propriedade que diz que a ordem dos fatores não altera o produto. Mas esse</p><p>conhecimento é sem valor se não for a conclusão de algo que se construiu, que levou o aluno a</p><p>entender que dois multiplicado por três é a mesma coisa que três multiplicado por dois. Essa é</p><p>a conclusão de um conhecimento construído por outro que não deve ser ensinada e nem aceita</p><p>como um conhecimento pronto.</p><p>Alunos e professores devem ter argumentos para respaldar os caminhos da matemática. Esse</p><p>exercício é fundamental para formar cidadãos que saibam questionar fatos, determinações,</p><p>deveres e que saibam argumentar sobre seus direitos.</p><p>Diário do Grande ABC, 14.11.03, p. 3 (adaptado)</p><p>32. (Ufsm 2006) Assinale a verdadeira (V) ou falsa (F) em cada uma das afirmações</p><p>relacionadas ao seguinte período.</p><p>"Nós decoramos a propriedade que diz que a ordem dos fatores não altera o produto" (ref. 3)</p><p>( ) Todos os verbos do período são transitivos diretos.</p><p>( ) Se "decoramos" for substituído por MEMORIZAMOS, criam-se condições para a crase.</p><p>( ) A explicação do sujeito "nós" é redundante, pois a desinência número-pessoal é parte</p><p>integrante do verbo DECORAR.</p><p>A sequência correta é</p><p>a) V - V - F.</p><p>b) F - F - V.</p><p>c) V - F - F.</p><p>d) F - V - V.</p><p>e) V - F - V.</p><p>33. (Ufsm 2006)</p><p>Na difícil interação das personagens em busca da identificação de um triângulo, o vocativo e o</p><p>aposto constituem, respectivamente, conjuntos</p><p>a) unitário - vazio.</p><p>b) vazio - unitário.</p><p>Página 21 de 90</p><p>SINTAXE INTERNA – Professor Diego</p><p>c) unitário - binário.</p><p>d) binário - unitário.</p><p>e) vazio - vazio.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>MARCELO BERABA</p><p>Desejo de matar</p><p>1 RIO DE JANEIRO - A TV Globo estreou mais uma série importada que enaltece os</p><p>3grupos de 14extermínio. Esta agora chama-se "Angel" e conta a história de um vampiro bom</p><p>que sai pela cidade eliminando vampiros maus. Para isso, o herói vampiro conta com a ajuda</p><p>de três pessoas, uma delas 7delegada de polícia.</p><p>2 Parece que esta série é apenas um 9tapa-buraco na programação da emissora, que</p><p>nem fez muito alarde com o filme. Mas não é a primeira vez que a TV explora o tema. Teve</p><p>uma, "Justiça Cega", em que um juiz, inconformado com as amarras da lei, fazia justiça com as</p><p>próprias mãos.</p><p>3 O justiceiro passava o dia de toga examinando processos e à noite montava numa</p><p>moto e saía matando os 8bandidos que tinha sido obrigado a inocentar por falta de provas.</p><p>4 A mensagem desses filmes é sempre a mesma. Não é 13possível combater o 1crime</p><p>com os instrumentos que a sociedade coloca à disposição da 2Justiça e das polícias. É preciso</p><p>montar polícias e 11justiças paralelas, que usem as mesmas armas e recursos imorais dos</p><p>criminosos.</p><p>5 "Angel" e seus vampiros permitem várias interpretações. Uma delas é simples: o</p><p>combate ao crime já não é tarefa para homens comuns. Os criminosos estão cada vez mais</p><p>sofisticados. São seres mutantes. 5Juízes e policiais comuns, por mais bem preparados que</p><p>estejam, não dão conta do recado.</p><p>6 A série é 10lixo e não tem a menor importância. O problema é na vida real, quando as</p><p>empresas acham normal buscar formas de convivência com o 4narcotráfico. Quando o Estado</p><p>acha normal que o 6crime organizado monte banquinhas de apostas no meio das calçadas. E</p><p>quando o 12sistema penitenciário ajuda a organização dos presos para evitar rebeliões.</p><p>7 Pensando bem, não 15há por que se espantar com "Angel" e similares</p>