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<p>Caro(a) estudante, apresentaremos, a seguir, dois casos clínicos, a �m de aprofundar</p><p>ainda mais seu conhecimento acerca da Terapia cognitivo-comportamental para os</p><p>transtornos da personalidade, que oferecerá um importante horizonte de aprendizados</p><p>dentro do que estamos estudando. Vamos lá?</p><p>CASO 1</p><p>Andréia de Paula, 32 anos, solteira, ensino superior (nutrição), funcionária pública</p><p>(secretária), ateia. Ela chegou para a primeira consulta psicológica com queixa de</p><p>irritabilidade, sensação intensa de vazio, comportamentos de automutilação (pernas e</p><p>braços), sexo compulsivo e comer compulsivo. Refere que os relacionamentos dela são</p><p>sempre muito conturbados, pois “não con�o nas pessoas, especialmente, nos homens”.</p><p>Relata que tem facilidade para conhecer novas pessoas, mas não consegue formar e</p><p>manter laços e amizades. Refere importante di�culdade para tolerar frustração, pois busca</p><p>grati�cação imediata, não conseguindo, assim, adiar comportamentos impulsivos</p><p>(alimentação e sexo). Queixa-se de sentir muita raiva das pessoas em inúmeras situações</p><p>cotidianas e percebe que, muitas vezes, é uma emoção com intensidade muito</p><p>desproporcional à situação. Quando está sozinha, sente um “vazio existencial” (sic).</p><p>A infância de Andréia foi marcada por importante abuso emocional (a mãe tinha ciúmes</p><p>da relação da �lha com o pai e, em consequência, agredia verbalmente e humilhava</p><p>Andréia). Descreve a mãe como muito crítica: “ela me desquali�cava pra tudo” (sic) e,</p><p>�sicamente, era abusiva. Ela me espancava sem o menor motivo” (sic). Andréia foi</p><p>abusada, sexualmente, pelo padrinho dos 8 aos 13 anos. Relata que a mãe tinha</p><p>conhecimento dos abusos e não a protegia; por vezes, inclusive, estimulava que Andréia</p><p>fosse para a casa desse padrinho sozinha.</p><p>Necessidades emocionais centrais como vínculos seguros (segurança, estabilidade,</p><p>cuidado e aceitação), validação emocional, liberdade de expressão, espontaneidade e</p><p>limites realistas não foram atendidas pelos pais de Andréia ao longo de toda a infância.</p><p>Descreve o próprio temperamento como obsessivo, instável (lábil) e irritável.</p><p>TERAPIA COGNITIVA-</p><p>COMPORTAMENTAL PARA OS</p><p>TRANSTORNOS DA</p><p>PERSONALIDADE</p><p>Professor: Prof. Esp. Ricardo Asensio Rodriguez</p><p>Estudante, o transtorno afetivo bipolar foi descartado na avaliação inicial. Então, para</p><p>ajudar em sua análise, atente-se para os seguintes questionamentos:</p><p>1</p><p>Qual o diagnóstico de Andréia?</p><p>2</p><p>Desenvolva uma breve conceitualização cognitiva do caso.</p><p>3</p><p>Que pontos devem ser foco de atenção na segunda sessão?</p><p>Alguns dos pensamentos de Andréia acerca de si mesma: “eu não sou digna</p><p>de nada”, “não sou digna de amor”, “eu faço tudo errado desde sempre”,</p><p>“sempre sou traída”, “sou fraca”. E a visão dela com relação aos outros: “o</p><p>outro pode me machucar e abandonar”, “preciso do outro, mas não posso</p><p>con�ar nele”.</p><p>Agora, apresentaremos a você o segundo caso. Leia-o com muita atenção. Vamos lá?!</p><p>CASO 2</p><p>Identi�cação do paciente</p><p>André, 34 anos, branco, solteiro, brasileiro, médico, budista, natural de Salvador.</p><p>Atualmente, está no começo do doutorado. Homossexual.</p><p>Queixa principal e duração</p><p>“Não sei lidar com relacionamentos afetivos. Quando conheço um cara, me apaixono em</p><p>cinco minutos, é tudo muito intenso, já estou amando, cobrando, sofrendo, sem nem</p><p>mesmo conhecê-lo” (sic). Isso ocorre desde que começou a se relacionar com rapazes,</p><p>aos 20 anos.</p><p>História da queixa atual</p><p>Paciente refere intenso sofrimento quando conhece outros rapazes, pois “se apaixona</p><p>instantaneamente” (sic). Relata que, nessas circunstâncias, chega a sentir dor no peito e</p><p>um sentimento de vazio muito intenso, sempre quando não é, prontamente, correspondido</p><p>pelo outro. Relata que não sabe se relacionar, afetivamente, com outros rapazes, que é</p><p>muito intenso nos relacionamentos afetivos, mas que não entende por que é assim, bem</p><p>como não tem nenhum controle sobre isso.</p><p>Quando isso ocorre, perde o foco em qualquer atividade que esteja fazendo,</p><p>principalmente pro�ssionalmente (desmarca pacientes do consultório — fecha a agenda</p><p>por dois dias consecutivos e deixa de ler artigos importantes do doutorado). Tem uma</p><p>tendência a “�car na cama sofrendo, não consigo pensar em mais nada, apenas na dor</p><p>que estou sentindo” (sic). Informa que, depois de dois dias, já nem lembra mais do nome</p><p>do rapaz e nem sente mais qualquer coisa pela pessoa: “como se ele não tivesse passado</p><p>pela minha vida” (sic).</p><p>Refere essa mudança somente quando conhece ou se apaixona por rapazes.</p><p>Antecedentes pessoais</p><p>Desenvolvimento neuropsicomotor dentro do esperado, sem qualquer alteração.</p><p>Socialização sem qualquer di�culdade. Gostava mais de brincadeiras de “meninas porque</p><p>não eram brincadeiras violentas” (sic).</p><p>Doenças próprias da infância: catapora e caxumba.</p><p>Apresentou quadro respiratório (bronquite) até os 13 anos.</p><p>Infância marcada por muita ansiedade: “eu sempre descontei na comida, comia igual a um</p><p>louco” (sic). Obesidade até os 13 anos (com uso de Femproporex dos 11 aos 13 anos).</p><p>Não observa nenhuma alteração de humor em qualquer outra situação.</p><p>Rendimento escolar mediano (repetiu a quinta série). Queixa-se de que sofreu bullying</p><p>pesado: "por conta de minha sexualidade, que, na época, eu nem sabia que existia” (sic).</p><p>Durante todo o ensino fundamental, foi hostilizado com o apelido de “bicha gordinha” (sic).</p><p>Período escolar difícil, pois se sentia apreensivo o tempo todo, com a possibilidade de</p><p>apanhar, uma vez que, insistentemente, era ameaçado pelos colegas de escola (não só de</p><p>classe). Nesse contexto, o comportamento de André era fugir (sair correndo), se esconder.</p><p>Relata que nunca confrontou ou questionou o comportamento do outro porque tinha muito</p><p>medo de apanhar: “eu vivia uma total instabilidade, uma apreensão, um terror” (sic).</p><p>Na adolescência, era um pouco mais inibido socialmente: “eu não pertencia a nenhum</p><p>grupo, nem ao grupo de meninos nem ao grupo de meninas. Passava os intervalos de aula</p><p>sozinho, sempre em profundo sofrimento e com a sensação de rejeição absoluta” (sic).</p><p>Nos ensinos médio e superior, apresentou bom rendimento: “já não tinha medo de apanhar</p><p>na escola, então, pude me desenvolver normalmente” (sic). Cursou a residência como um</p><p>dos melhores alunos.</p><p>Aos 20 anos, apresentou um quadro de insônia importante, humor irritado, entristecido,</p><p>falta de motivação para qualquer atividade, tristeza persistente após se apaixonar, pela</p><p>primeira vez, por um homem 10 anos mais velho, “que só queria transar comigo e nada</p><p>mais” (sic). Foi avaliado por um médico psiquiatra que só o medicou para insônia. Não</p><p>obteve qualquer diagnóstico na época.</p><p>Sexualidade muito a�orada. Inúmeros relacionamentos sexuais casuais até os 25 anos:</p><p>“eu sempre estava procurando algo que nunca encontrava e nem mesmo sei o que é...</p><p>Talvez eu estivesse procurando sentir alguma coisa diferente de dor, tristeza e rejeição”</p><p>(sic).</p><p>Aos 25 anos, contraiu HIV de um namorado que omitiu essa condição. Após o diagnóstico,</p><p>faz um quadro depressivo importante e de difícil controle (anedonia, lenti�cação</p><p>psicomotora, apatia, extremo cansaço e fadiga).</p><p>Atualmente, refere que está muito sozinho, tem pouquíssimos amigos, não gosta de sair</p><p>de casa, apenas trabalha e estuda. Tem muito medo de ser rejeitado por conta do HIV, o</p><p>que o leva a não querer conhecer outros rapazes, ainda que sinta muita falta de ter um</p><p>namorado.</p><p>Antecedentes familiares</p><p>O relacionamento com o pai sempre foi muito ruim. Apanhou muito dele (não de forma</p><p>corretiva). Pai muito intolerante e agressivo, não gostava de ouvir a voz dos �lhos</p><p>(chegava a bater e quebrar coisas dentro de casa).</p><p>Quando questionado por colegas e professores acerca do pai, até os 15 anos, dizia que</p><p>não o tinha: “isso era muito louco. Lembro, claramente, de que dizia que não tinha pai e</p><p>acreditava, plenamente, que não tinha mesmo. Na verdade, pra mim, era como se eu não</p><p>tivesse mesmo” (sic).</p><p>O relacionamento com a mãe sempre foi muito bom. Mãe muito afetuosa, mas,</p><p>extremamente, rígida: “tudo tinha que ser, exatamente, do jeito dela, caso contrário,</p><p>éramos</p><p>desquali�cados o tempo todo” (sic).</p><p>Discussões verbais entre os pais eram constantes até os 18 anos de André.</p><p>Ao longo da infância e da adolescência, foi chamado, algumas vezes, de “viado” (sic) pelos</p><p>pais quando eles estavam nervosos com o �lho.</p><p>A avó materna viveu com eles até os 18 anos de André. Ele descreve a avó como,</p><p>extremamente, carinhosa, afetiva, compreensiva e não crítica.</p><p>O paciente gosta de psiquiatria e acredita que o pai tem um transtorno de personalidade</p><p>esquizoide e que a mãe tem um transtorno de personalidade obsessiva compulsiva.</p><p>Pequenos trechos das sessões (todas as frases foram ditas pelo paciente):</p><p>“Desde que contraí o HIV, eu não consigo con�ar em ninguém. Passei por</p><p>quatro terapeutas antes de chegar até você e não consegui con�ar em</p><p>nenhum”.</p><p>“Eu sinto que você é diferente, eu sinto que você, realmente, gosta de mim e</p><p>gosta de cuidar de mim” (chora bastante).</p><p>“Você não vai me abandonar também, né?</p><p>“Posso te dar um abraço?”</p><p>“Toda vez que sento na sua sala de espera, já começo a ter uma paz de</p><p>espírito incrível. Mesmo sabendo que você pode pegar pesado comigo, eu</p><p>ainda me sinto seguro”.</p><p>“Acordei às 3h da manhã e fui procurar sexo na rua. Até pensei que não</p><p>deveria ir porque tinha plantão às 7h no outro dia, mas não consegui me</p><p>segurar”.</p><p>Estudante, assim como feito no Caso 1, para ajudar em sua análise, na sequência, serão</p><p>apresentados alguns questionamentos e ações que contribuirão para o seu processo de</p><p>estudo. Preparado(a)?</p><p>1: Qual o diagnóstico principal de André?</p><p>2: Qual a importância da relação terapêutica e quais os componentes centrais?</p><p>3: Desenvolva a conceitualização cognitiva do caso. Existem informações que ainda precisam ser</p><p>colhidas com o paciente?</p><p>4: Elabore um plano de intervenção.</p><p>Agora, anote os esquemas presentes (possivelmente).</p>

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