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<p>PSICOTERAPIA BREVE</p><p>Professora: Ana Maria dos Santos.</p><p>PROGRAMA DE ENSINO</p><p>INSTITUTO DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA E PSICANÁLISE</p><p>Curso: Formação Livre em Psicanálise	Disciplina: – Psicoterapia Breve Horas/aula Professora Ana Maria dos Santos Turma: Gandu/Ba. 2024.</p><p>EMENTA</p><p>Definição da psicoterapia breve e seu desenvolvimento histórico. Conceitos teóricos e técnicos que especificam esta modalidade de atendimento. Implicações éticas no campo</p><p>da psicoterapia.</p><p>OBJETIVOS</p><p>Propiciar ao aluno, o conhecimento aceca da abordagem de atendimento em psicoterapia breve considerando-se sua contextualização histórica e sociocultural.</p><p>Ser capaz de identificar as fronteiras entre a normalidade e a patologia no processo de desenvolvimento do sujeito;</p><p>Ser capaz de entender que a psicoterapia breve é mais uma ferramenta utilizada pelo terapeuta;</p><p>CONTEÚDO PROGRAMÁTICO</p><p>Definição</p><p>Por que as psicoterapias breves</p><p>História e desenvolvimento da Psicoterapia Breve</p><p>Conceito e Fundamentação.</p><p>Relação Terapeuta- Paciente</p><p>Entrevista, Anamnese e Exame Psiquico</p><p>Roteiro da Anamnese para Criança</p><p>Roteiro da Anamnese para Adulto</p><p>Clarificando a Anamnese</p><p>Ficha Cadastral de Atendimento Clínico</p><p>Acompanhamento Clínico</p><p>O foco e o processo psicoterapêutico</p><p>Como Trabalha o Psicanalista</p><p>Atendimento Grupal em Psicoterapia Breve Analítica</p><p>Traços Gerais de Contribuições do Terapeuta em Psicoterapia Breve</p><p>O término do processo.</p><p>METODOLOGIA:</p><p>Aula expositiva dialogada; apresentação de slid, Leitura a apresentação de texto, atividade em grupo</p><p>e individual e apresentação de vídeo;</p><p>RECURSOS:</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>Módulo, datashou, som, slid e vídeo</p><p>AVALIAÇÃO:</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>Pesquisa e entrega de material escrito</p><p>Frequência e participação no decorrer das aulas</p><p>Atividade e apresentação em grupo</p><p>REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA</p><p>Arzeno, Maria Esther Garcia. Psicodiagnóstico Clínico: novas contribuições.Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.</p><p>Braier, Eduardo Alberto. Psicoterapia breve de orientação psicanalítica. São Paulo: Martins Fontes, 1997.</p><p>Lowenkron, Theodor S. Psicoterapia Psicanalítica Breve. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1993.</p><p>Psicoterapia Breve Psicanalítica – Compreensão e cuidados da alma humana. Hayée C. Katatuni. Editora Escuta Ltda – SP, 1996.</p><p>Terapia Mais Breve Possível – Avanços em Práticas Psicanalíticas. Sophia Rozzanna Caracushansky. Summus Editorial Ltda – SP, 1997.</p><p>Psicoterapia Breve de Orientação Psicanalítica. Eduardo Alberto Braier. Martins Fonte – SP, 1998.</p><p>Psicoterapia Focal – O Efeito Carambola. Vera Lemgruber. Livraria Editora – Revinter Ltda – Rio de Janeiro, 1997.</p><p>Wolberg, Lewia R. Psicoterapia Breve. Editora Grune e Stratton, 2018.</p><p>___________________________________________________________________</p><p>ANEXOS:</p><p>Atividade</p><p>Pesquisar sobre: O Trabalho do Psicanalista;</p><p>Uma folha (lauda) pode ser manuscrito ou digitado.</p><p>Observação: colocar referência.</p><p>Entrega no dia da aula.</p><p>Um forte abraço.</p><p>“NÃO ESQUEÇA DE LEVAR O MÓDULO PARA A AULA”</p><p>3</p><p>QUEM SOMOS?</p><p>A história da Instituição Logos, isto é, Instituto de Educação Teológica e Psicanálise, inicia com a idealização e realização do sonho de um professor, Teólogo, Filósofo e Psicanalista Walter de Jesus (In memória). O Instituto está atuando no mercado, desde 2008, formando em 2019 a 7ª turma do curso de Formação Livre em Psicanálise Clínica.</p><p>O Instituto tem por objetivo, formar, orientar, preparar e atualizar o aluno em formação e após a formação, para que ele se torne um profissional na pratica psicanalítica e dessa forma poder preservar e expandir a técnica e a teoria psicanalítica.</p><p>A nossa missão é propor desafios envolvendo conhecimentos específicos da Psicanálise, de forma socializadora e interpretativa que estabeleça relações entre a Psicanálise e as demais ciências, despertando o espírito cientifico do futuro profissional.</p><p>O Instituto, tem como visão, ser referência na qualidade de ensino, pesquisa, prática e atendimento, além de um estudo avançado na Técnica Psicanalítica, bem como em todo conhecimento que envolva a Psicanálise. Além de tudo isso, o aluno do Curso Livre de Formação em Psicanálise, após concluir seu curso, poderá ser credenciado pela SPBSB (Sociedade Psicanalítica do Baixo Sul da Bahia), Parceira do Instituto Logos, para já começar a atuar como Profissional!</p><p>Autorização e regulamentação do Curso: A Profissão de Psicanalista é classificada na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações), MT (Ministério do Trabalho) portaria nº 1334 de 21/12/1994 e atualizado pela portaria nº 397/MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) de 09/10/2002 sob o nº 2515-50. Além de disso, o Ministério da Saúde, reconhece a Psicanálise como profissão autônoma. A psicanálise pode ser exercida em todo Território Nacional, de acordo com as disposições legais vigentes!</p><p>PSICOTERAPIAS BREVES</p><p>· INTRODUÇÃO</p><p>Este módulo de Psicoterapia Breve foi preparado para ser utilizado como material didático pelos alunos do curso livre de Formação em Psicanálise, do Instituto Logos. O nosso desejo com a formulação deste módulo é facilitar o aprendizado e a compreensão da matéria Psicoterapia Breve. Desejamos ainda, proporcionar aos nossos analistas em formação, um recurso a mais nesta área profissional que possibilite atender com mais rapidez a tantos casos que requerem um atendimento mais rápido e são dificultados pelo longo e demorado processo de uma análise tradicional.</p><p>A psicoterapia é um recurso para o tratamento da alma muito antigo, porém neste século, com o progresso técnico da Medicina, da Psicanálise, da Psicologia e das várias correntes e doutrinas psicoterápicas para a abordagem da mente humana, surgiram muitas definições e opções terapêuticas. Sendo que, a Psicoterapia Breve tem sido uma delas e talvez a mais revolucionária no momento, que vem sendo praticada com sucesso em instituições e consultórios a partir da década de sessenta.</p><p>Nosso desejo é, portanto, fornecer aos nossos acadêmicos uma abordagem técnica que possa abrir a visão para uma busca maior de conhecimentos sobre o assunto e todas elas de grande valor científico. Neste contexto, o módulo é um apanhado dos principais pontos para facilitar a prática da Psicoterapia Breve, já de imediato com os “pacientes pilotos” neste período de formação. Por outro lado, estamos abrindo uma porta para um estudo mais profundo da matéria, o que vai depender do interesse e da disposição de cada um.</p><p>I. O QUE É PSICOTERAPIA?</p><p>Inicialmente, vejamos a definição de Wolberg em seu tratado de Psicoterapia: “Psicoterapia é o tratamento, por meios psicológicos, de problemas de natureza emocional, no qual uma pessoa treinada deliberadamente estabelece um relacionamento profissional com o paciente, com o objetivo de: remover, modificar ou retardar sintomas existentes; interferir em padrões perturbados de comportamento, promover o desenvolvimento e crescimento positivo da personalidade”.</p><p>Para Wolberg (2018), “rigorosamente falando, a psicanálise em sua forma pura consiste na criação, por um profissional profundamente treinado, da neurose de transferência através da manutenção da neutralidade, anonimato e passividade na relação com o paciente; este método inclui sessões frequentes (quatro a cinco por semana), o uso do divã, a adoção da regra fundamental da associação livre, a utilização e interpretação dos sonhos, o focalizar em memórias infantis e a interpretação da resistência”.</p><p>Freud possuía uma definição curta e cheia de sentidos, dizia ele: “Pode-se comparar a psicoterapia como a façanha realizada pelos holandeses com o seu Mar do Sul, uma drenagem. Onde há mar deve aparecer terra; eis o que aconteceu com o Mar do Sul e ainda acontece”. Traduzindo em psicoterapia, a tarefa é: “onde há inconsciente deve aparecer consciente. Psicoterapia é a conscientização do inconsciente”.</p><p>Em outras palavras, o paciente chega ao psicoterapeuta em estado de ambivalência e após certo</p><p>PAI: ______________________________________________________</p><p>MÃE: _____________________________________________________</p><p>RELIGIÃO:___________________________ TRABALHO: ____________________</p><p>DATA: --------------------------------------/-----------------------------/-----------------------------------</p><p>ASSINATURA DO PACIENTTE------------------------------------------------------------</p><p>EVOLUÇÃO CLÍNICA</p><p>__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>XVI. ALIANÇA TERAPÊUTICA:</p><p>A aliança terapêutica é definida como um processo pelo qual o ego maduro racional, é usado em combinações com as capacidades analíticas do terapeuta para desenvolver seu atendimento ao paciente. O terapeuta encoraja o desenvolvimento dessa aliança e, junto com o paciente deve investir nessa aliança através da sua conduta profissional e de suas atitudes de cuidado, preocupação e respeito. O terapeuta aceita os sistemas de valores do paciente e sua integridade como pessoa. Sem uma boa Aliança Terapêutica o paciente não pode revelar seus pensamentos e sentimentos mais íntimos. A Aliança Terapêutica designa a capacidade do paciente de estabelecer uma ligação de trabalho com o terapeuta, em posição às reações transferenciais regressivas e à resistência. A Aliança Terapêutica está presente em toda relação terapeuta paciente, visto que o paciente sempre tem expectativas racionais e irracionais e aceitará o tratamento na medida em que estabelece um vínculo com seu terapeuta, Para Greenson, a origem da A. T. estaria na motivação do paciente em superar seus problemas e na sua disposição racional em colaborar com o terapeuta, bem como na capacidade de participar ativamente do tratamento.</p><p>XVII. FOCO:</p><p>Define-se FOCO o material consciente e inconsciente do paciente identificado como área a ser trabalhada no processo terapêutico. Malan definiu foco como sendo “o ponto de convergência da atenção do terapeuta, ou o tema central de interpretação a respeito de uma determinada área da vida do paciente, que precisa ser trabalhada durante o processo de terapia”. P. Sifneos conceituou foco como sendo “uma área circunscrita do conflito que envolve a formulação de uma estrutura básica em termos psicodinâmicos”. Portanto, focalizar é determinar uma área de conflito na vida do paciente e levá-lo a trabalhar especialmente este ponto. Para que se desenvolva um tratamento focal o terapeuta deve lançar mão de três recursos:</p><p>a) Interpretação seletiva – o terapeuta procura trabalhar todo material relacionado ao conflito focal.</p><p>b) Atenção seletiva – atenção voltada para o problema focalizado.</p><p>c) Negligencia seletiva – evitar qualquer material que possa desviar o curso do trabalho da meta a ser atingida.</p><p>Sabemos que o foco será o alvo que o terapeuta busca atingir ao centrar sua atenção e sua ação em uma determinada área na história do sofrimento do paciente. Em P.B. o terapeuta deve basear e orientar todo processo terapêutico nessa direção, tendo em vista fazer com que o paciente supere tais conflitos.</p><p>XVIII. EFEITO CARAMBOLA:</p><p>Termo que é usado para expressar o mecanismo de potencialização dos ganhos terapêuticos por meio da técnica focal. Tudo funciona como em um jogo de bilhar, uma bola que é tocada pode gerar movimento em uma série de outras bolas que não haviam sido diretamente atingidas pelo impacto inicial do taco. Assim também muitas modificações e progressos podem ser obtidos pelo paciente como reflexo de sua reestruturação em um aspecto especifico da sua vida. Muitas vezes, essas reestruturações vão sendo feitas depois do término do tratamento, como resultado da generalização dos ganhos do paciente.</p><p>XIX. INDICAÇÕES PARA PSICOTERAPIA BREVE</p><p>A indicação de um determinado tipo de tratamento deve estar baseada no estudo de cada caso em articular. Qualquer indicação deve obedecer a um diagnóstico e avaliação previa do paciente, nem todos os pacientes são adequados para se submeterem a uma abordagem de P.B. Para Sifneos, a P.B. seria indicada para pacientes altamente motivados a entender a si próprios e a mudar, e que possam preencher os seguintes critérios:</p><p>1. Queixa principal circunscrita;</p><p>2. Motivação pela mudança;</p><p>3. Capacidade de expressar sentimentos e de interagir flexivelmente com o terapeuta;</p><p>4. Capacidade intelectual acima da média e sofisticação psicológica;</p><p>5. Ter tido pelo menos um relacionamento emocional significativo na infância.</p><p>Para Malan são contraindicados os pacientes que tiveram as seguintes características psicopatológica: sérias tentativas de suicídio, dependência de drogas; alcoolismo crônico severos e incapacitantes; sintomas fóbicos crônicos e severos.</p><p>A indicação dependerá de uma boa entrevista e diagnóstico do paciente.</p><p>XX. O TRATAMENTO:</p><p>Depois de se ter cumprido as etapas iniciais de entrevistas, diagnósticos e contrato terapêutico, o terapeuta pode agora fazer o seu planejamento e começar o tratamento propriamente dito. Convém que se estabeleça aqui um paralelo entre P.B. de orientação analítica, e a terapia analítica tradicional para situar o terapeuta e facilitar a sua atuação.</p><p>No tratamento psicanalítico ortodoxo há condições que facilitam o estabelecimento, o desenvolvimento e a análise da neurose transferencial regressiva (reprodução da neurose infantil na relação com o analista). Pressupõe a reedição seletiva de determinadas situações e mecanismos infantis na relação terapêutica, isto é, “uma neurose artificial em que, tendem a se organizar manifestações de transferência”. É oportuno recordar a definição de Rangell sobre a psicanálise como método terapêutico. “A psicanálise é um método de terapia pelo qual se estabelece condições favoráveis para o desenvolvimento de uma neurose transferencial, na qual o passado se restaura no presente com o propósito de: mediante um ataque interpretativo sistemático às resistências que se opõe a isso, obter uma resolução dessa neurose transferencial e infantil, com o fim de provocar mudanças estruturais no aparelho mental do paciente para que este seja capaz de uma adaptação ótima à vida”.</p><p>Em analise tradicional, o analista procura manter o anonimato a fim de não entorpecer a produção dos fenômenos transferenciais, além disso, trata de manter uma atitude relativamente distante, atitude que provoca no paciente uma situação de frustração.</p><p>No aspecto temporal, o enquadramento favorece a dependência regressiva, constando de várias sessões semanais e um tratamento de duração ilimitada.</p><p>No aspecto espacial, a posição do paciente é deitada no divã; esta posição está ligada a fenômenos regressivos tais como: dormir e meditar, e fomenta o desenvolvimento da neurose transferencial pelo fato de não estar vendo o analista.</p><p>O analista emprega a atenção flutuante, tendo assim uma comunicação de inconsciente para inconsciente. Intervém verbalmente, partindo do material que o paciente traz de maneira espontânea. As interpretações transferenciais são muito valorizadas constituindo para a maioria dos analistas o instrumento técnico de efeitos modificadores.</p><p>Na PSICOTERAPIA BREVE, ao contrário do que ocorre no tratamento prolongado, existe uma maior proximidade afetiva entre paciente e terapeuta e dever-se-á fomentar o rápido desenvolvimento de uma aliança terapêutica, condição básica para se aspirar ao bom êxito no tratamento. O terapeuta deverá na medida do possível mostrar-se moderadamente cálido, oferecendo uma imagem confiável e demonstrar interesse pelos problemas do paciente. Em P.B. a relação terapêutica exige a manutenção de um delicado equilíbrio entre gratificações e privações do paciente. Deve-se permitir-lhe certo grau de gratificações de necessidades emocionais</p><p>(ex.: respondendo as perguntas formuladas por ele); sem o que, corre-se o perigo de despertar reações hostis que podem provocar o aumento de resistência, às quais não teremos tempo suficiente para nos dedicar. Por outro lado, gratificá-lo demais, pode dificultar a integração da agressividade e favorecer aumento da dependência. Assim, poderemos esperar que o paciente assuma uma atitude de colaboração e possa aceitar e utilizar com proveito as interpretações do terapeuta, que são fundamentais para abreviar a cura.</p><p>A posição frente a frente (cadeira) em P.B. facilita a percepção visual e ajuda o estabelecimento do sentimento de realidade, reduzindo o fluxo neurótico transferencial. Ressaltamos ainda a função ativa do terapeuta como elemento decisivo para o alcance de bons resultados. Por último cabe dizer que em certas ocasiões o terapeuta pode ter uma participação mais ativa e direta nos problemas atuais do paciente. Por meio de sugestões poderá incidir em alguma medida sobre eles. Por exemplo, diante de uma situação fóbica, depois que o paciente alcançou uma certa compreensão do problema conflitante, poderá estimulá-la a enfrenta-lo usando recursos que a própria psicanálise oferece, como a busca do estímulo externo que desencadeou a crise, contra reagir com elaboração de atitudes de autoconfiança, tentar lembrar das causas inconscientes que sempre desencadearam as crises e que já foram trabalhados nas sessões analíticas, etc.</p><p>Reforçando o que já dissemos na elaboração da história da P.B. a psicanálise nos tempos de Freud, não era somente mais breve, mas também mais ativa. Freud escolhia o tema sobre o qual um paciente tinha que associar e quando este obtinha algum insight do problema sugeria-lhe que se mostrasse ativo em sua vida pessoal, agora que já dispunha de tal conhecimento.</p><p>XXI. COMO TRABALHA O PSICANALISTA?</p><p>A tarefa do psicanalista não é fácil, uma vez que está lidando com o invisível, com o abstrato. A sua tarefa é conscientizar o inconsciente, isto é, tornar conhecido ao paciente aquilo que há de estranho dentro dele. Muitas vezes o paciente resiste, não fala. Do silencio é difícil tirar conclusões, o terapeuta precisa ter sabedoria e jeito para desabrochar o diálogo. Existem pacientes que já passaram por vários profissionais e não conseguiram falar, e ele faz questão de declarar isto. Como quebrar esta resistência? Talvez um pouquinho de flexibilidade na sua ortodoxia, sendo tolerante e colocando uma boa dose de empatia no relacionamento com o seu paciente, alias a palavra como trabalha o garimpeiro de diamantes, antes de começar o seu trabalho tem que conhecer o solo. Por isto mesmo vamos ver um pouquinho sobre as pessoas que podem ser analisadas.</p><p>XXII. UMA SESSÃO DE PSICOTERAPIA ANALITICA</p><p>Subtende-se que o analista já tenha feito as entrevistas iniciais, bem como contato verbal. Recebe o paciente com cortesia, permite que ele se adapte com o ambiente, em seguida diz: muito bem, agora podemos começar o tratamento. Neste momento o paciente ainda está sentado numa poltrona, como também o terapeuta, junto a uma mesinha de centro. Encontram-se no consultório uma escrivaninha, um armário com livros e um divã. O conjunto oferece um aspecto agradável.</p><p>O psicoterapeuta cala-se por algum momento, o paciente também. O psicoterapeuta retoma o diálogo e diz: quero fazer um breve relato do que aconteceu até aqui e qual foi a conclusão a que juntos chegamos. Recebi o senhor e algumas vezes quando me relatou o motivo da sua vinda aqui. Disse - me quais eram as suas queixas e suas preocupações. Em seguida narrou muita coisa da sua Juventude, da sua infância e dos anos posteriores, na verdade foi um retrospecto de sua vida. O senhor também me fez perguntas, e quando me perguntou que tipo de tratamento eu ia lhe dar, eu respondi: um tratamento psicanalítico. O senhor concorda que mais uma vez relate as características desse tratamento? Muito bem, agora o senhor pode deitar-se naquele Divã, (quando for o caso de usar o Divã, O paciente pode escolher ficar na cadeira), para que tenha uma posição que lhe possibilite maior relaxamento corporal e para que não me veja continuamente na sua frente. Sento-me atrás do senhor e faço anotações daquilo que fala, sobre o problema que focalizamos nas entrevistas, pois o senhor fala mais do eu. Diz o que pensa, diz tudo, da mesma forma como os pensamentos se apresentam. O senhor não precisa se preocupar com uma sequência lógica. Pode falar sem se preocupar com a lógica, pois assim poderá chegar aos pontos que são importantes, mas de qualquer forma tudo o que disser será importante. De resto o senhor não tem obrigações; nem a de vir aqui. A hora é sua e o senhor decide se quer usá-la ou não. Pode fazer perguntas, mas não é certo que eu as responda. De vez em quando tomarei a palavra e mostrarei as singularidades contidas nas coisas que o senhor diz. Poderei lembrar-lhe uma observação feita há muito tempo atrás, pedirei pormenores. Proporei recomeçar de determinado ponto, por exemplo, “O que lhe fez lembrar isto? ”. Mas permanecerei muitas vezes em silêncio enquanto o senhor fala. O senhor vai falar 50 minutos duas ou três vezes por semana, durante alguns meses. Assim o senhor vai falar durante o tempo determinado. Mas daqui a uns três meses vamos fazer um balanço para ver se vale a pena continuar da mesma maneira.</p><p>Preciso preparar-me para as sessões? Pergunta o paciente. Isto não é preciso, responde o terapeuta, mas é preciso que o senhor reflita entre as sessões, aliás refletir será inevitável. Mas não precisa preocupar-se. Gostaria também de vez por outra o senhor me contasse um sonho. O sonho indica muitas vezes o que está ocorrendo. O psicoterapeuta cala-se perguntando de si para si: será que o resumo foi completo, ou preciso colocar mais alguma coisa? Observa que o paciente está nervoso, investigando com as mãos todo o ambiente. O senhor pode começar diz o terapeuta... o paciente cala-se por alguns instantes e então começa a falar, uma torrente de palavras acompanhadas de uma torrente de emoções. As vezes uma torrente de lagrimas permeadas por manifestações de agressividade, mas também de vez em quando um momento de prazer. O psicoterapeuta escuta e de vez enquanto diz algo, porém escuta, faz o seu trabalho de ouvinte atento, escuta com o terceiro ouvido, procurando perceber o que há nas entrelinhas do dramático relato do seu paciente... Assim por esse caminho o paciente se cura, se a cura for possível, pois nem sempre a cura acontece.</p><p>XXIII. ATENDIMENTO GRUPAL EM PSICOTERAPIA BREVE ANALÍTICA</p><p>O trabalho grupal em P.B. apoia-se na constatação da eficácia dos grupos de autoajuda, como os Alcoólicos Anônimos, os Toxicômanos Anônimos, os Neuróticos Anônimos, pais excepcionais, grupos de soropositivos para HIV. Esses grupos são homogêneos, formados por indivíduos que têm uma questão em comum e buscam o apoio, consolo e alívio. A convivência com quem tem o mesmo tipo de problema, criam laços emocionais que contribuem para uma melhor qualidade de vida dessas pessoas.</p><p>Por outro lado, sabe-se que a psicoterapia de grupo é um tipo de tratamento em que grupos de pessoas se reúnem, sob a orientação de psicoterapeuta, com o intuito de aprender a avaliar seus padrões de comportamento através da ajuda de seus pares, podendo experimentar mudanças tanto internas como externas em suas relações.</p><p>Os terapeutas usam diversas técnicas para facilitar a introspecção e interação entre os membros do grupo. Vera Lemgruber no seu livro Psicoterapia Focal de Efeitos Carambola destaca dez fatores curativos para terapia de grupo que reproduzimos a seguir:</p><p>1) Coesão grupal – Atração do grupo para os seus membros e seus problemas que possibilita a ocorrência de fatores curativos.</p><p>2) Instilação de esperança – acompanhamento da evolução de cada membro do grupo, crédito na própria dinâmica, no potencial de cada um e na existência de soluções viáveis para suas questões.</p><p>3) Compartilhamento de informações- são as questões introduzidas pelos terapeutas ou pelos membros do grupo que após discutidas</p><p>são incorporadas. As experiências novas, fruto dos debates podem gerar a reestruturação de novas atitudes em alguns membros do grupo.</p><p>4) Universidade – Cada membro do grupo constata que não está só, nem é o único a enfrentar tal problema.</p><p>5) Altruísmo – oportunidade de ajudar o companheiro, sair de si mesmo para encontrar soluções, partilhando suas dúvidas e celebrando suas conquistas.</p><p>6) Desenvolvimento de Técnicas Socializantes – atividade que se torna possível devido ao convívio do grupo, que pressiona a cada um a deixar-se ajudar a contribuir para a melhora dos outros, a reagir provocações a se defender, a se divertir, a reformular padrões de reação, a entrosar-se e a respeitar a si próprio e aos outros.</p><p>7) Comportamento imitativo – utilizar como modelos as relações estabelecidas entre o terapeuta e o grupo, bem como dos membros do grupo entre si. É fundamental que as relações sejam de boa qualidade para que a imitação seja de efeito positivo.</p><p>8) Ventilação e Catarse – Intercambio de sentimentos gerados por experiências compartilhadas que por sua vez provocam a liberação de emoções que incomodam por seu acúmulo.</p><p>9) Recapitulação Corretiva do Grupo Familiar Primário – repetir no grupo terapêutico o padrão relacional estabelecido com a família durante a infância. Em cima deste modelo o paciente pautará o seu relacionamento com outros membros do grupo, substituindo pessoas significativas da sua vida. Isso facilita a elaboração de conflitos reais ou imaginários que serão resolvidos através do feedback oferecido pelo grupo e pelas interpretações do terapeuta.</p><p>10) Aprendizado Interpessoal – fato curativo que se sustenta na importância das relações interpessoais. Cada indivíduo cria no grupo o universo interpessoal que é adaptativo no sentido evolutivo cultural.</p><p>XXIV. TIPOS DE INTERVENÇÃO VERBAL DO TERAPEUTA</p><p>Num inventario de intervenções verbais do terapeuta que são ferramentas nas psicoterapias destacamos alguns importantes:</p><p>1. Interrogar – é pedir ao paciente dados preciosos, explorar em detalhe as suas respostas.</p><p>2. Proporcionar informações – o terapeuta é também um docente, dentro de uma perspectiva mais profunda e abrangente de certos fatos humanos, como por exemplo, na interpretação de um sonho.</p><p>3. Confirmar ou retificar os conceitos do paciente sobre a sua situação.</p><p>4. Clarificar – reformular o relato do paciente de modo que certos conteúdos e relação do mesmo adquiram maior relevo.</p><p>5. Recapitular – resumir pontos essenciais sugeridos no processo exploratório de cada sessão e do conjunto do tratamento.</p><p>6. Assinalar – relações entre dados, sequencias, constelações significativas, capacidades manifestas e latentes do paciente.</p><p>7. Interpretar o significado dos comportamentos, motivações e finalidades latentes, em particular os conflitos.</p><p>8. Sugerir atitudes e determinadas mudanças a título de experiência.</p><p>9. Indicar – especificamente a realização de certos comportamentos com caráter de prescrição (intervenções diretas).</p><p>10. Dar enquadramento à tarefa – local das sessões, duração e frequência das sessões, ausências e honorários.</p><p>11. Mata-intervenções – comentar ou aclarar o significado de haver recorrido a qualquer das intervenções anteriores.</p><p>12. Outras intervenções – anunciar interrupções, variações ocasionais nos horários, etc.</p><p>Estas intervenções acham-se historicamente ligadas ao desenvolvimento da técnica psicanalítica e contribuem para um resultado positivo nas terapias breves.</p><p>XXV. TRAÇOS GERAIS DE CONTRIBUIÇÕES DO TERAPEUTA EM PSICOTERAPIA BREVE</p><p>É importante que o terapeuta mantenha uma postura solene que possa esboçar alguns traços que permitam ao paciente uma sensação de conforto e segurança em relação ao terapeuta e ao ambiente.</p><p>1. Contato empático manifesto – a empática do terapeuta se faz manifesta por gestos de escutar atentamente, indicando que o relato pode prosseguir com: (“sim compreendo... e então?)</p><p>2. Calor humano – o terapeuta não pode ser frio, calculista, indiferente. Ele está lidando com um ser humano.</p><p>XXVI. ANAMNESE (Caso Clínico)</p><p>1) Identificação:</p><p>Z. M. S., 37 anos, sexo feminino, cor parda, brasileira, natural do Rio de Janeiro, curso normal incompleto, casada, dois filhos, espírita, prontuário número: 3563.</p><p>2) Queixa principal:</p><p>9“Eu tô aqui por causa do pânico, né? ”</p><p>3) História da Doença Atual (H.D.A):</p><p>A paciente revela ter pânico há uns 8 anos, dizendo porém sentir alguns sintomas, como tontura e peso nas pernas, antes das crises de pânico em si. O primeiro ataque se deu quando caminhava na rua em direção à casa de uns parentes, falta de ar, achou que ia cair, que ninguém iria socorrê-la, voltando assim para sua casa. Episódios semelhantes passaram a ocorrer de forma frequente, em lugares e situações diferentes, sentindo sempre sintomas de sudorese, taquicardia, dispneia e enjoo.na época aguda do pânico, chegou a ter um ataque todos os dias. A paciente não sabe identificar nenhum fato paralelo que possa estar associado aos ataques de pânico. As crises são mais intensas dentro do ônibus... “Eu demorei um tempo para perceber que no ônibus, eu me sentia pior, por não ter por onde fugir”. Isso ainda piora quando se encontra sozinha, dizendo não sentir tão mal quando acompanhada de alguém conhecido. No ônibus, tem sempre o pensamento de que um homem alto, moreno e bem vestido vai matá-la com uma arma. Costuma também ter frequentes pesadelos com essa mesma ideia.</p><p>Inicialmente, a paciente negou qualquer situação onde poderia já ter visto uma arma. No entanto, durante o período de avaliação, lembrou-se de algo que não se recordava mais. Já muito tempo atrás, indo para Bangú de ônibus, com sua irmã, viu um senhor, que irritado com um bêbado inconveniente, mostrou-lhe uma arma.</p><p>Numa tentativa de investigar o que estava se passando com ela, primeiro procurou um neurologista que receitou um remédio durante 4 anos, o qual não sabe informar o nome. Feitos alguns exames neurológicos e, não dando nenhum tipo de comprometimento, médico indicou uma psicóloga ou um (a) psicanalista. Fez tratamento terapêutico durante um ano, mas que, segundo ela, não tratou de pânico. No momento, está tendo acompanhamento com psiquiatra da Santa Casa, Dr. Sergio Arruda, uma vez por mês, que lhe receitou Anafranil (1+1+1) e Rivotril (1+0+0). Com uma gradual melhora, reduziu o Anafrail (1+0+0) e suspendeu o Rivotril, porque a paciente se esquecia sempre de tomá-lo e sentia diferença.</p><p>Há pouco tempo, seu cardiologista receitou-lhe Lexotan e diz tomar somente quando se encontra muito ansiosa e com dificuldade de dormir.</p><p>A paciente diz que o pânico afetou muito sua vida, no sentido de que hoje, parou de trabalhar, não sai para se divertir e que praticamente não sai para lugares mais afastados, a não ser com muito esforço ou com a companhia de uma outra pessoa.</p><p>A paciente espera que com a terapia consiga ter sua vida como era antes: volte a trabalhar, saia para se divertir e aprenda a conversar, pois diz ser uma pessoa que não tem conversa interessante e acredita que não cresceu, não amadureceu.</p><p>Gostaria muito de poder fazer uma brincadeira qualquer com uma outra pessoa mais intima, mas, no entanto, fica sempre receosa de dizer besteira e acaba não dizendo nada e se isolando.</p><p>4) História Pessoal e Familiar (H.P e H.F):</p><p>Nascida de parto cesariana, teve desenvolvimento psicomotor adequado. Seu pai, que era policial, foi assassinado quando ela tinha 4 anos numa busca policial, não tendo assim muitas lembranças dele. Como lembrança significativa, recorda-se com carinho que uma vez, ele foi busca-la na escola e levou-a para passear num jardim perto de sua casa. Lembra-se também de algumas brigas dele com sua mãe. Um dia presenciou uma cena, em que seu pai, discutindo com sua mãe, atirou-lhe um chinelo. Outra vez, durante uma briga, seu pai trancou sua mãe no banheiro, e com medo de que fizesse alguma coisa com ela, ficou muito assustada. A paciente e sua irmã, três anos mais velha, nunca tiveram um bom relacionamento. Sua irmã lembra um episódio que para a paciente é desconhecido. Conta que a mãe durante uma</p><p>discussão com seu pai, ameaçou cortar os cabelos da paciente por saber que seu pai gostava muito deles. O pai, com raiva, mostrou uma arma à mãe.</p><p>Depois da morte de seu pai, a família descobriu que ele tinha uma outra mulher e dois filhos. Esse fato contribuiu para denegrir sua imagem perante a todos, que por causa disso, tentam até hoje influenciar o sentimento que a paciente nutre pelo próprio pai. No entanto, ela diz que este fato não foi capaz de mudar o que ela sente por ele.</p><p>A paciente se queixa muito do jeito da mãe, descrevendo-a como uma pessoa bastante mandona, autoritária e dona da verdade. Porém, faz a ressalva que sempre foi bem cuidada... “Quando pequena, ela sempre vinha e me dava lanche na boca e sempre me acompanhou aos médicos”.</p><p>Nunca gostou de estudar e nem de ir à escola e, por isso, não chegou a terminar o curso normal. Estudou até o segundo ano. Lembra-se de um dia que, com tanta raiva de sua mãe, por tê-la mudado de escola sem falar nada, cortou sua própria roupa com uma tesoura.</p><p>Segundo ela, “Adorava ir ao médico para chamar atenção da mãe”, porque assim ela ficava com pena e não a obrigava - a ir à escola. Confessa até o fato de ter operado um joelho sem haver uma verdadeira necessidade.</p><p>Além disso, diz que até hoje, mesmo quando sabe fazer alguma coisa, prefere pedir ajuda a mãe, que logo vem e responde..., “Mas eu já não te ensinei, menina? ”. Isto a faz se sentir inferior e se arrepender depois.</p><p>Lembra de ter tido alguns coleguinhas na escola, mas sua mãe nunca gostou que ela trouxesse ninguém em casa, e isso se dá até hoje. Nunca incentivou que ela tivesse amigos, independente se fosse homem ou mulher.</p><p>A paciente conta que quando jovem tinha “muita fama”, porque teve muitos namorados. Namorou R. dos 13 aos 17 anos e diz que até hoje ele mexe com ela. Depois namorou 8 anos M., com quem teve sua primeira relação sexual aos 19 anos. Refere-se a ele como uma pessoa muito ciumenta e desconfiada, favorecendo assim o fim da relação. Teve sua menarca aos 13 anos.</p><p>Durante a adolescência bebia todos os dias como forma de enfrentar a mãe. Esperava que ela saísse para o trabalho com sua irmã, e ia escondido ao mercado comprar bebida. Chegava em casa, bebia e ficava fazendo faxina dançando, se olhando no espelho, se imaginando grávida.</p><p>Outras vezes, ia para barzinhos com algumas vizinhas e ficava bebendo cerveja.</p><p>Quando conheceu seu atual marido, estava bêbada num bar comemorando o termino de um antigo namoro e acabou indo ao motel no mesmo dia. Ligou para ele no dia seguinte dizendo que “as coisas não eram bem assim”. Namoraram durante 4 anos e depois casaram, mesmo contra a vontade de sua mãe. Tiveram dois filhos, uma menina de 7 e um menino de 3. O marido trabalha na Cidade.</p><p>Diz que seu casamento é bom, mas poderia ser melhor, no sentido de que, às vezes, chega ao ponto de o marido ficar 15 a 20 dias sem procura-la na cama. Sente falta não só da relação, mas também de atenção e carinho, queixando-se dele só a ter levado uma única vez a um motel. Seu marido já lhe disse que a noite foi feita para dormir. Quando a procura, não se preocupa em satisfazê-la, importando-se apenas com seu próprio prazer. Queixando-se disso, seu marido prometeu mudar, mas “na verdade nada mudou”. Relata ter ficado muito chocada uma vez que se deparou com seu marido se masturbando no banheiro.</p><p>A paciente já trabalhou como secretária num escritório do centro, na Casa dos Sargentos e na Rádio Tupi. A Rádio Tupi foi o emprego que mais gostou porque conheceu muita gente, porém foi mandada embora por ter faltado vários domingos por conta das ressacas. A Casa dos sargentos teve que largar por causa do pânico.</p><p>A paciente mora com seu marido, seus dois filhos e sua mãe numa casa em Del Castilho que pertence à mãe, dizendo por isso ter muita pouca privacidade. Apenas dois quartos, onde em um dorme os dois filhos, no outro ela com o marido, e sua mãe na sala. A mãe, que mora um pouco com ela e um pouco com a outra filha, em Niterói, tem problema de pressão alta e a pouco tempo retirou a mama por causa de um tumor. Sua mãe, desde que seu marido morreu, nunca mais se envolveu com ninguém. Trabalhou na Globo, e até ofereceu a paciente uma ponta em uma novela, que não aceitou por não se identificar com esse tipo de trabalho. A paciente diz que sua mãe entendeu isso como uma falta de reconhecimento de seu esforço.</p><p>Atualmente, para ajudar nas contas da casa, ela tem passado roupa para fora. A mãe ajuda bastante nas despesas da casa.</p><p>Revela adorar cerveja até hoje, e conta que até antes de tratar o pânico, costumava beber todos os finais de semana, o que provocava fortes ressacas. Atualmente, não pode beber por causa da medicação, somente quando o médico autoriza.</p><p>Sua vida social é muito restrita. Não gosta de chamar ninguém em sua casa, pois sabe que sua mãe fica com “cara fechada” quando recebe visitas e não sai para se divertir por causa do pânico. Ocasionalmente visita patentes, porem relata ficar maior parte do tempo calada por achar que não tem uma conversa interessante... “tenho uma grande dificuldade de conversar, principalmente com os homens... acho sempre que vou levar uma patada, por isso prefiro disfarçar e sair de perto”.</p><p>Quando indagada a respeito da forma pela qual ela acha que os outros a veem, inicialmente ela diz: “boazinha e compreensiva”. Porém, mais tarde ela corrige e diz: “Não na verdade, eu que quero que os outros me achem boazinha, compreensiva”. Isto ocorre, pois acredita que, dessa forma, os outros vão gostar dela.</p><p>A paciente conta que, uma vez, ouviu o caixa da padaria reclamar dos fregueses que vinham com notas de 50 reais para comprar um pãozinho. Com isso, ela que tinha 5 reais resolveu comprar mais um litro de leite, que não estava precisando, para aumentar seu gasto e fazer assim com que o padeiro não reclamasse.</p><p>A paciente costuma se queixar que não consegue dizer as outras pessoas algo que não lhe agrada... “Vivo brigando com meu marido para ele falar com meu vizinho para ele parar de chamar meu filho de “boca de peixe”, que eu não gosto, mas eu não consigo. Eu sei que quem tinha que falar era eu, e não meu marido”.</p><p>No último carnaval, revela ter bebido um pouco demais e ter caído de roupa na piscina. Sua mãe ficou furiosa com isso, culpando seu genro que, na opinião dela, deveria ter tomado uma atitude.</p><p>Volta e meia, sua mãe repete que ela fez muita coisa errada e quando ela pergunta exatamente o quê, a mãe permanece calada com cara emburrada. A paciente desconfia que ela estar se referindo a época que bebia, pois nessa época era muito criticada por todos da sua família, apesar de dizer que, ao seu ver, nunca fez nada demais. Ela relata ficar muito magoada com esse jeito da mãe e, ao longo da avaliação numa tentativa de não “ligar” tanto para esse jeito, o que lhe trouxe uma maior satisfação e ajudou na relação entre as duas.</p><p>Nunca usou nenhum outro tipo de droga além do álcool e do tabaco, do qual faz uso moderado.</p><p>5) História da Patologia Pregressa (H.P.P):</p><p>Relata ter tido doenças de infância como catapora, sarampo e hepatite. Fez uma operação no joelho, 2 cesarianas e foi vítima de aborto natural.</p><p>6) Exame Psíquico (E.P):</p><p>A paciente possui uma estatura média e um peso condizente com a sua altura. Veste-se bem, na maioria das vezes, esta acompanhada do marido. Chega pontualmente, sempre muito afobada, ansiosa e se abanando muito. É muito simpática, gesticula normalmente quando relata fatos e parece estar sempre muito interessada e atenta à terapia. Sabe fornecer dados de identificação pessoal, informar onde se encontra, dia, mês e ano. Concentra-se normalmente nas entrevistas, sendo capaz de relatar episódios recentes e passados sem grandes dificuldades. Tem boa capacidade de compreensão e estabelece relações entre fatos como, por exemplo, associar o seu medo de ônibus ao episódio ocorrido em Bangú, já relatado anteriormente. Não apresenta experiências ilusórias ou alucinatórias, porém possui um pensamento constante de que um homem vem matá-la dentro do ônibus. Tem consciência dos</p><p>seus próprios atos e suas consequências, como, por exemplo, sabe que foi despedida do emprego por conta das ressacas. Fala com muita facilidade, de forma clara, sempre iniciando o dialogo nas consultas. Tem relações afetivas intensas com sua família, apesar de alguns atritos com sua mãe... “Minha mãe me magoa muito com seu jeito, gostaria muito que ela mudasse”. Encontra-se, na maioria das vezes, ora ansiosa... “Quando vinha para cá, fiquei tão nervosa de não chegar a tempo, que tirei um Lexotan da bolsa...” ora deprimida... “Me sinto sempre inferior em relação ás pessoas, eu não sou uma pessoa interessante...” chorando muito em algumas sessões. Fica maior parte do tempo, em casa, não trabalha fora, não sai para se divertir e só se sente realmente segura para sair na rua na companhia de terceiros. Está consciente do seu problema e espera que, com a terapia, consiga ter a vida que tinha antes, volte a trabalhar e saia para se divertir.</p><p>7) Súmula Psicopatológica:</p><p>Lúcida. Vestida adequadamente e com boas condições de higiene pessoal. Orientada auto e alo psiquicamente. Cooperativa. Normovigil e Normotenaz. Memória anterógrada e retrograda preservada. Inteligência mantida. Pensamento sem alteração de curso e forma, com o conteúdo ligeiramente prejudicado. Linguagem bem articulada. Senso percepção, Consciência do eu, e Afetividade sem alteração. Humor Ansioso e Deprimido, psicomotricidade normal, Nomobúlica. Pragmatismo Comprometido, Consciência da Doença Atual.</p><p>8) Hipótese Diagnostica:</p><p>CID -10:</p><p>F41.0- Transtorno de Pânico com alguns sintomas de agorafobia.</p><p>De acordo com a descrição clínica da CID-10, “o transtorno de pânico”, corresponde a ataques recorrentes de ansiedade grave, os quais não estão estritos a qualquer situação ou conjunto de circunstâncias em particular e que são, portanto, imprevisíveis. Assim como em outros transtornos de ansiedade, os sintomas, os sintomas dominantes variam de pessoa para pessoa, porém início súbito de palpitações, dor no peito, sensações de choque, tontura e sentimentos de irrealidade (despersonalização ou desrealização) são comuns. Quase invariavelmente há também um medo secundário de morrer, perder o controle ou ficar louco. Os ataques individuais usualmente duram apenas minutos, ainda que, as vezes sejam mais prolongados; sua frequência e o curso do transtorno são, ambos, muito variáveis. Um indivíduo em um ataque de pânico frequentemente experimenta um crescendo de medo e sintomas autonômicos, o qual resulta em uma saída, usualmente apressada, de onde quer que ele esteja. Se isso ocorre numa situação específica, tão como em ônibus ou em multidão, o paciente pode subsequentemente evitar aquela situação. De modo similar, ataques de pânico constantes e imprevisíveis produzem medo de ficar sozinho ou ir a lugares públicos. Um ataque de pânico, com frequência, é seguido por um medo persistente de ter outro ataque.</p><p>Agorafobia</p><p>XI. Sintomas psicológicos autonômicos devem ser primariamente manifestações de ansiedade e não secundários a outros sintomas tais como delírios ou pensamentos obsessivos.</p><p>XII. A ansiedade deve estar restritamente (ou ocorrer principalmente) a pelo menos duas das seguintes situações: multidões, lugares públicos, viajar para longe de casa e viajar sozinho.</p><p>XIII. Evitação da situação fóbica deve ser ou estar sendo aspecto proeminente.</p><p>Compreensão Psicodinâmica:</p><p>A paciente quando pequena, devido a precoce morte do seu pai, se apegou muito a mãe, demonstrando sempre uma grande necessidade de sua presença e aprovação, mesmo sendo sua mãe uma pessoa muito dona da verdade e autoritária. Na infância, como não gostava de estudar, frequentemente simulava mal estar para que sua mãe ficasse com pena, não obrigasse a ir à escola e nem brigasse com ela, lhe dando em troca atenção. Ou seja, quando criança, se sentindo incapaz de demonstrar seus desejos frente a mãe, se fazia de doente para conseguir o que queria.</p><p>Na adolescência, com o uso do álcool, o quadro se modificou. A paciente conseguiu se sentir mais forte para enfrentar a mãe e começou a fazer e falar o que ela queria. Conseguia, assim como na infância, preocupar a sua mãe e deixar de fazer aquilo que lhe desagradava. Ela saia com as vizinhas para beber e namorava quem quisesse, mesmo se mãe não aprovasse, e tivesse que fazer escondido.</p><p>Porém, o álcool, ao mesmo tempo em que permitia que ela vivesse suas próprias vontades, ocasionou situações constrangedoras, que a deixavam envergonhada pelas críticas alheias.</p><p>Abandonando o álcool com uso diário, perdeu a coragem não mais enfrentou ou questionou as vontades da mãe.</p><p>Assim, não sabendo mais discordar, ou questionar a mãe, a paciente se tornou uma pessoa insegura, calada e submissa, o que se agravava pelo fato de sua mãe ter problemas de saúde, se sentindo culpada quando fala algo que desagrada e a pressão da mãe aumenta. O medo de que os outros não possam gostar dela do jeito que ela realmente é, faz com ela se faça de boazinha o tempo todo, para que os outros gostem dela. Isso traz um enorme conflito, que acaba sendo descarregado pelo pânico, o que faz com que a torne uma pessoa doente, vítima que precisa ser cuidada, ganhando assim, mais uma vez, atenção por parte das pessoas.</p><p>Foco:</p><p>· Aprender a dizer o que agrada e o que desagrada sem medo da aprovação ou reprovação de terceiros.</p><p>Objetivo do tratamento:</p><p>· Acabar com o sofrimento do pânico;</p><p>· Poder discordar da mãe;</p><p>· Ter vida conjugal satisfatória;</p><p>· Melhorar sua vida social.</p><p>REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA</p><p>· Arzeno, Maria Esther Garcia. Psicodiagnóstico Clínico: novas contribuições.Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.</p><p>· Braier, Eduardo Alberto. Psicoterapia breve de orientação psicanalítica. São Paulo: Martins Fontes, 1997.</p><p>· Lowenkron, Theodor S. Psicoterapia Psicanalítica Breve. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1993.</p><p>· Psicoterapia Breve Psicanalítica – Compreensão e cuidados da alma humana. Hayée C. Katatuni. Editora Escuta Ltda – SP, 1996.</p><p>· Terapia Mais Breve Possível – Avanços em Práticas Psicanalíticas. Sophia Rozzanna Caracushansky. Summus Editorial Ltda – SP, 1997.</p><p>· Psicoterapia Breve de Orientação Psicanalítica. Eduardo Alberto Braier. Martins Fonte – SP, 1998.</p><p>· Psicoterapia Focal – O Efeito Carambola. Vera Lemgruber. Livraria Editora – Revinter Ltda – Rio de Janeiro, 1997.</p><p>· Wolberg, Lewia R. Psicoterapia Breve. Editora Grune e Stratton, 2018.</p><p>___________________________________________________________________</p><p>ANEXOS:</p><p>· Atividade</p><p>· Pesquisar sobre: O Trabalho do Psicanalista;</p><p>· Uma folha (lauda) pode ser manuscrito ou digitado.</p><p>· Observação: colocar referência.</p><p>· Entrega no dia da aula.</p><p>· Um forte abraço.</p><p>· “NÃO ESQUEÇA DE LEVAR O MÓDULO PARA A AULA”</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.jpeg</p><p>image4.jpeg</p><p>image5.jpeg</p><p>image6.jpeg</p><p>image7.jpeg</p><p>image8.jpeg</p><p>image9.jpeg</p><p>image10.png</p><p>image11.jpeg</p><p>image12.jpeg</p><p>image13.jpeg</p><p>image14.jpeg</p><p>image15.jpeg</p><p>image16.jpeg</p><p>image17.jpeg</p><p>image1.jpeg</p><p>tempo, deverá sair em estado de univalência. No inicio da análise ele era consciente e inconsciente, mas para que experimente uma vida saudável o seu inconsciente deve desaparecer, isto é, duas coisas antagônicas devem dar lugar a uma só.</p><p>II. POR QUE AS PSICOTERAPIAS BREVES?</p><p>As psicoterapias breves surgiram como necessidade emergencial e em resposta ao problema assistencial colocado pelo número cada vez maior de população carente de um tratamento nos centros de saúde mental, nas instituições privadas e nos hospitais psiquiátricos. As instituições de um modo geral, por mais aparelhadas que sejam, e mesmo que tenham recursos materiais, como: espaço, tempo disponível e ainda pessoal treinado, não poderiam jamais atender a demanda por vários fatores, como: a procura em grande escala, a diversidade de patologias, os escassos recursos por parte dos pacientes e ainda as dificuldades que muitos têm para frequentar uma terapia de longo tempo e atualmente o mais significativo têm sido a exigência dos convênios e planos de assistência que estão limitando o número de sessões de terapias para efeito de cobertura.</p><p>As terapias de curto prazo individuais e grupais permitem ampliar a assistência, atendem as limitações econômicas de muitos que procuram ajuda terapêuticas e ainda nos permitirá atender um número de pacientes bem maior que atenderíamos numa prática de longo prazo.</p><p>Quero aqui, informar que as Psicoterapias Breves não são um atalho ou uma maneira fácil de realizar o trabalho. Convém que se diga que as psicoterapias breves vão exigir muito mais do terapeuta e do paciente, o que requer um bom conhecimento técnico para exercer no seu universo profissional um trabalho com bons resultados. É necessário também, que se afaste a absurda antinomia que muitos pretendem criar entre a psicanálise e a psicoterapia breve. Ambos os métodos constam de objetivos terapêuticos e clínicos. É perigoso pensar que a psicanálise prolongada é o único tratamento válido, como também não se deve supervalorizar os alcances da psicoterapia breve atribuindo-lhe resultados espetaculares.</p><p>Cabe acrescentar aqui, que em muitas ocasiões uma terapia de objetivos e tempo limitado pode ser o passo inicial em direção a um posterior tratamento analítico prolongado, o paciente vence as dificuldades impostas pelo seu problema, supera as resistências e acaba encontrando recursos para fazer um tratamento prolongado.</p><p>III. HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO DA PSICOTERAPIA BREVE</p><p>Ao analisarmos os acontecimentos e obras que marcaram a evolução terapêutica analítica, vamos descobrir que as primeiras experiências de tratamento foram breves e com bons resultados.</p><p>Os primeiros trabalhos realizados pelo próprio Freud no período pré-analítico foram de certo modo terapias breves, pois duravam somente alguns meses. O fundador da psicanálise achava-se empenhado no inicio da sua teoria a buscar curas rápidas, dirigidas para a solução de determinados conflitos e sintomas. Freud atendeu a Gustavo Mahler, durante quatro sessões e com resultados satisfatórios. Outro tratamento célebre foi o do homem dos ratos, cujo histórico clínico foi publicado em 1909 e durou 11 meses. Com o progresso da psicanálise o tratamento foi gradualmente se tornando mais prolongado devido alguns fatores que foram sendo levantados como, resistência, determinação dos sintomas, os fenômenos de transferência, etc.</p><p>Em 1914, no histórico clinico do Homem dos Lobos que foi editado em 1918, Freud fixou pela primeira vez uma data para o término da análise, numa tentativa de acelerar o termino da análise ou do desenvolvimento terapêutico. Em 1916 Ferenczi mencionou pela primeira vez, a necessidade de uma psicoterapia breve sendo repreendido por Freud. Ainda em 1918, Freud fez uma conferência em Budapeste sobre: “Os caminhos da terapia Psicanalítica”, onde ele mesmo propõe uma terapia de base psicanalítica para atender à necessidade assistencial da população e sugere ainda que se combinem os recursos terapêuticos da análise com outros métodos. Essa proposta foi de fundamental importância para a configuração de uma terapia breve de orientação psicanalítica.</p><p>De 1920 a 1925 S.Ferenczi e O.Rank, na tentativa de abreviar o tratamento escreveram um livro no qual defendem a ideia de se abreviar a cura psicanalítica com uma técnica chamada “método ativo”, que foi criticado por Freud e logo depois abandonado. Mas Rank não desiste, e defende a possibilidade de um tratamento analítico breve baseado na tentativa de superar em poucos meses o trauma do nascimento que considerava o nódulo da neurose.</p><p>Em 1937, Freud escreveu um artigo intitulado “Análise Terminável e Interminável”, no qual assinala a necessidade de se abreviar a duração da análise.</p><p>Em 1941, foi realizado o primeiro congresso sobre psicoterapia breve no Instituto de Psicanálise de Chicago e começa a crescer o interesse pelo tema nos EUA.</p><p>Em 1963 D. H. Malan, publica a Study of Brief Psychotherapy, obra que descreve uma experiência clínica com tratamentos de curto prazo, enfatizando uma técnica focal. A partir daí muitas outras obras foram surgindo sobre o assunto e todas de grande relevância. Sendo que na America Latina os primeiros trabalhos começaram a ser publicados em 1967 na Argentina, fazendo crescer sistematicamente o interesse pelo assunto e abrindo espaço para várias obras e estudiosos que mesmo sem ter um status teórico começaram a delinear investigações que hoje se consolidam numa técnica de grande interesse por várias linhas de terapia.</p><p>No Brasil, o crescimento da Psicoterapia breve tem se verificado nesta última década com o crescimento de publicações sobre o assunto por parte de autores brasileiros. Como evento marcante, tivemos o I Encontro Nacional de P.B. realizado na PUC do Rio de Janeiro em 1984 e que deu origem a vários outros encontros e cursos no País com professores de renome internacional. Destacamos a vinda de P. Sifneos da Universidade de Harvard ao Rio de Janeiro em 1990, em 1991 e 1993 em Porto Alegre falando sobre P>B> Provocadora de Ansiedade. Em 1994 M. Laikim do Hospital Beth-Israel, de Nova Iorque, esteve no Rio de Janeiro falando sobre P.B. - Dinâmica Intensiva, e em 1995 E. Gilliéron, da Policlínica Universitária de Lausane também esteve no Rio de Janeiro falando sobre P.B. em Quatro Sessões.</p><p>Hoje diversos grupos têm procurado realizar pesquisas em P.B. tanto na linha cognitivo - comportamental como analítica, dentre os quais destacamos Bernard Rangé na UFRJ, Luís Araújo na USP e Vera Lemgruber que é atualmente colaboradora da OMS no Brasil, coordenadora da psicologia da PUC – Rio e Coordenadora do primeiro curso de Pós-graduação em P.B. no centro de Psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. É crescente o interesse por P.B. no Brasil, o nosso curso, com a introdução da matéria vem se tornando um dos maiores formadores de profissionais que podem fazer uso deste valioso método de trabalho e tratamento terapêutico.</p><p>IV. PSICOTERAPIA BREVE – CONCEITO E FUNDAMENTAÇÃO:</p><p>A bibliografia especializada em psicoterapia breve é bastante numerosa na literatura de orientação psicanalítica, embora evidentemente a psicanálise não seja a única abordagem teórica a fundamentar um trabalho de psicoterapia breve.</p><p>No âmbito da contribuição psicanalítica, podemos salientar o trabalho de Lowenkron (1993), sobre Psicanálise Breve. Esse autor traz o conceito de “Psicoterapia Psicanalítica de Tempo Delimitado”, definida como um tratamento cujo prazo de duração é ajustado previamente entre o psicoterapeuta (ou analista) e o sujeito que busca ajuda para dar conta de um “problema específico” ou seja, os efeitos de um sofrimento psíquico que se manifesta em uma área demarcável da vida do sujeito e cuja origem possa ser atribuída a um conflito inconsciente.</p><p>Segundo o autor, é a concordância entre paciente e terapeuta em torno da compreensão da possível origem inconsciente do problema que dá suporte à decisão de empreender a investigação pelo método psicanalítico, investigação a qual o paciente deve estar engajado como sujeito.</p><p>Assim, a teoria psicanalítica forneceria os modelos gerais que fundamentam o processo, e a cura se dá mediante perlaboração dos conflitos inconscientes, com possíveis repercussões sobre o sujeito como um todo. Perlaboração é o nome dado ao trabalho psíquico realizado pelo paciente que consiste em assimilar interpretações, processo mediante o qual é possível conseguir a superação de resistências e a liberação dos efeitos da atuação de mecanismos repetitivos, decorrentes da força de atração exercida pelo inconsciente.</p><p>Nessa linha se situam autores modernos como Balint e Mallan (Clínica Tavistock, Londres), Sifneos (Universidade de Harvard) e Davanloo (Universidade McGill), além de Edmond Gilliéron (1986) da Universidade de Lausanne, na Suíça, que será uma das principais referências adotadas nesse trabalho de pesquisa. Do Brasil, se destaca a experiência de Lemgruber (1984).</p><p>V. ENTREVISTA, ANAMNESE E EXAME PSÍQUICO:</p><p>1. ENTREVISTA</p><p>O encontro entre o terapeuta e o paciente tem vários objetivos, que dizem respeito a dois pontos principais: coletar as informações necessárias para avaliar a condição do paciente, e estabelecer um vínculo terapêutico entre o paciente e o profissional.</p><p>2. RELAÇÃO TERAPEUTA-PACIENTE</p><p>Vários fatores interferem na relação terapeuta paciente. Nesta relação estão em jogo as expectativas do paciente, seu posicionamento com relação ao terapeuta e as forças que se opõe ao trabalho com o terapeuta. Todos estes elementos têm componentes conscientes e inconscientes e precisam ser avaliados e considerados no desenvolvimento do vínculo.</p><p>As relações contratransferenciais do terapeuta também são importantes, e quando inconscientes elas podem ser destrutivas.</p><p>A abordagem do paciente é outro fator relevante. Na primeira entrevista os pacientes em geral estão ansiosos, mas querendo contar suas histórias. Eles precisam de algum encorajamento e precisam sentir que não estão sendo julgados. O terapeuta deve exercer o seu papel de ouvir e encorajar o paciente a falar de forma suave e sem censuras, e mostrar que está ali para ajudar o paciente no que ele está tentando fazer na entrevista, isto é, expressar seu problema do modo que ele (paciente) o vê.</p><p>Ouvir sem julgar, estar atento aos próprios sentimentos; apoiar e “empatizar” com os esforços do paciente não é uma tarefa fácil. É preciso aprender e praticar, sempre mantendo a autocrítica. Dois erros são comuns quando se está aprendendo a entrevistar: intervenção excessiva e ausência de intervenção. Por exemplo, às vezes se quer seguir exatamente a ordem da anamnese, mas o paciente pode não ter esta ordem na sua cabeça. Tentar força-lo a voltar a seguir uma determinada sequência cada vez que se desvia dela, acaba interrompendo ou desencorajando a comunicação. Por outro lado, o medo de “interromper” pode fazer com que informações importantes deixem de ser levantadas ou esclarecidas.</p><p>O ambiente no qual a entrevista acontece também é importante para ajudar o paciente a relaxar e a se expressar do seu próprio modo. O melhor é um ambiente calmo, onde a privacidade esteja garantida. A mesa serve para reforçar a imagem de autoridade do terapeuta e pode inclusive obstruir a observação da linguagem corporal do paciente.</p><p>3. INICIANDO A ENTREVISTA</p><p>A entrevista deve ser iniciada de uma maneira profissional. O terapeuta se apresenta e se estiver com uma pessoa de mais idade deve chama-la de Sr. (a) ou pelo sobrenome, tentar colocar o paciente à vontade no começo, com algum comentário amigável e observações sobre a proposta da entrevista, se for apropriado.</p><p>No começo da entrevista o paciente espera que o terapeuta lhe indique como proceder. O que o terapeuta diz, faz, as mensagens não verbais são de suma importância para o progresso da entrevista e podem ter um efeito profundo sobre toda relação terapeuta - cliente. Uma relação colaborativa é a mais promissora em termos diagnósticos e terapêuticos. Para isto, o cliente precisa ter alguma autonomia. Esta autonomia é dada no começo, através de uma abordagem não diretiva. Pede-se que o cliente comece a falar do seu próprio modo e conte a história da forma que quiser. Uma abordagem mais diretiva, que comece com uma pergunta específica, e vá passando às outras, tem a sua utilidade na clínica, mas não é o melhor modo de se começar uma entrevista que pretenda coletar o máximo de informações e ao mesmo tempo iniciar uma relação terapêutica entre o profissional e o cliente.</p><p>Na abordagem não diretiva, a entrevista é iniciada com uma questão geral e o paciente então prossegue, à medida que o terapeuta vai fazendo comentários encorajadores e perguntas gerais. Algumas situações onde esta abordagem não está indicada serão discutidas mais adiante.</p><p>Para começar, pergunta-se o que traz o paciente a consulta. Esta pergunta em geral é suficiente para o paciente começar e continuar com a queixa principal. Alguns pacientes precisam de um pouco mais de encorajamento e estruturações para começar. Então pode -se resumir brevemente as informações prévias sobre o paciente (se conhecidas) ou explicar um pouco mais sobre o que vai acontecer na avaliação. Se o paciente continuar relutante em começar, não se deve assumir imediatamente a responsabilidade de desenvolver a história. O terapeuta deve deixar claro que, para ele, é extremamente importante como o paciente vê e quer contar a história.</p><p>A medida que o paciente prossiga, ouvir e intervir se torna um processo ativo. Uma entrevista aberta não quer dizer um “bate-papo” sem objetivo. Por isso, o terapeuta deve orientar a entrevista para áreas que sejam importantes. É como se o terapeuta tivesse um mapa, que guia a entrevista sempre com a participação ativa do cliente.</p><p>Uma vez que o paciente comece a falar, o terapeuta precisa tomar decisões sobre como participar. Simplesmente ouvir é uma forma de participação. Um aceno de cabeça ou “hum hum” é outra forma. Uma questão que clarifique determinado assunto é outra. Ocasionalmente, quando é desejável mover para um tópico, uma pergunta sobre outro assunto deve ser feita. Cada uma destas formas de participação do terapeuta evoca uma resposta do paciente, e a resposta vai ser diferente de acordo com que o terapeuta faça. É importante que o terapeuta esteja atento a estas respostas e consciente do que as motivou.</p><p>Um dilema comum é fazer ou não uma pergunta “clarificadora” quando o paciente está falando de um assunto importante. O melhor é esperar para ver se a informação desejada aparece mais adiante na entrevista. Se não aparecer, então a pergunta pode ser feita, já num momento que não vá cortar de forma abrupta o fluxo associativo do paciente e trazer danos à relação terapêutica.</p><p>4. DESENVOLVENDO A ANAMNESE</p><p>A primeira frase que o paciente diz após ser estimulado a falar em geral contém muitas informações e deve ser ouvida cuidadosamente. Esta frase não é apenas uma declaração dos problemas do paciente, mas também é uma apresentação de como o paciente quer ser visto pelo terapeuta; é um conjunto complexo de pedido de ajuda, da relação do paciente com o mundo e da imagem transferencial que faz do terapeuta. Ela fornece também uma visão preliminar dos mecanismos de defesa. Uma grande quantidade de material vem nas primeiras frases.</p><p>A medida que o paciente fala, a queixa principal, a história da doença atual e a história pregressa começam a se desenrolar, e o terapeuta entra numa espécie de “viagem” exploratória com o paciente. Nesta “viagem” o terapeuta vai ajudá-lo a explorar áreas não exploradas antes e talvez fazer conexões e associações ainda não feitas ou pensadas. Outras partes desta exploração vão consistir na apresentação, por parte do paciente, de material que julga importante, seja a pedido do terapeuta, ou seja, porque o paciente precisa falar do assunto com alguém.</p><p>O papel do terapeuta é encorajar o processo para o benefício do paciente e para obter uma avaliação adequada, o que com frequência se consegue seguindo a história que é contada com o mínimo de interrupção possível. Uma regra geral é deixar o paciente falar livremente</p><p>enquanto informações importantes e pertinentes estejam sendo apresentadas.</p><p>A medida que o paciente fala, o terapeuta pode demonstrar interesse por determinadas áreas através de atos verbais ou não verbais. Um aceno de cabeça ou uma pergunta sugerem ao paciente que aquele é uma área que vale a pena explorá-las mais. Algumas entrevistas iniciais seguem de forma ordenada (queixa principal, problema atual, história passada, etc.) outras não. Uma insistência do terapeuta em uma determinada ordem de procedimento pode interromper estas associações e levar a perda material importante.</p><p>Enquanto o paciente está falando o terapeuta pode colocar, mentalmente, o material numa perspectiva adequada. Para isso ele precisa ter um esboço de que é importante saber sobre a doença atual, história pregressa, pessoal e familiar. Não se deve esquecer da fase da infância porque é muito importante para informar sobre como a personalidade daquele paciente foi “moldada”.</p><p>Vale ressaltar que nem sempre é possível obter todas as informações necessárias em uma única entrevista. A pressa em “preencher” todos os quesitos mencionados no parágrafo anterior pode levar a perda de material importante e, principalmente, dar ao paciente a impressão de que não está sendo “ouvido”, dificultando a formação da aliança terapêutica.</p><p>Alguns pacientes não se ajustam de modo algum a abordagens abertas. É o caso de pacientes com retardo mental leve, que não são capazes de abstrair e por isso não vão seguir as nuanças da entrevista que descrevemos. Com estes pacientes o terapeuta deve ter uma postura diretiva, fazendo perguntas especificas.</p><p>Além disso, as situações de emergência requerem entrevistas mais focais, com perguntas especificas, que permitam levantar informações suficientes para se tomar uma atitude (ex.: indicar ou não uma internação, instituir tratamento). Outra situação que requer uma abordagem mais diretiva é quando se faz uma avaliação com a finalidade de dar um parecer, o que as vezes ocorre a pedido do profissional encarregado do caso, ou laudo. Neste caso o foco da entrevista será a questão que motivou o pedido de parecer/laudo.</p><p>5. ENTREVISTA COM FAMILIARES</p><p>Algumas vezes as informações colhidas com o paciente são insuficientes e será necessário chamar familiares (ou amigos) que possam complementá-las. Isto, contudo, só poderá ser feito após com sentimento prévio do cliente. Da mesma forma, se um familiar ou amigo pedir para conversar com o profissional, o cliente deverá ser notificado e o encontro só acontecerá se for aprovado pelo mesmo. Obs.: Em se tratando de adolescentes, mesmo que as informações sejam suficientes, é recomendável um contato com os pais ou responsáveis. Quando se tratar de crianças, a ANAMNESE será feita com os pais, que são aqueles que podem fornecer dados precisos sobre a criança desde a gestação até o presente.</p><p>6. ANAMNESE</p><p>Teremos aqui dois modelos de ANAMNESE, um para crianças e outro para adultos e ainda uma ficha de acompanhamento clínico. Esses documentos são modelos para que o terapeuta em formação possa usar no seu trabalho no dia a dia, podendo até melhorar com inserção de dados se achar necessário.</p><p>A anamnese é a história do paciente. Este registro visa organizar e sistematizar dados que, junto com o exame do estado mental (exame psíquico), vão permitir a elaboração de hipóteses clínica e psicodinâmica que vão orientar o planejamento terapêutico.</p><p>A anamnese é dividida em 6 grandes itens: identificação, queixa principal, história da doença atual, história patológica pregressa, história pessoal e história familiar.</p><p>A redação deve ser clara e objetiva, com frases curtas de fácil compreensão. Opiniões pessoais do examinador devem ser evitadas. As anotações devem espelhar o relato do paciente e/ou de seu (s) acompanhantes. As fontes dos dados registrados bem como a “qualidade” da informação devem ficar claras. Para isso deve-se usar frases como “o paciente, que informa bem...” ou ainda “não foi possível colher mais dados pois o paciente não informa bem...”</p><p>Para evitar a repetição da palavra “paciente” ao longo da história, pode-se substituí-la pelas iniciais, que aparecem na identificação. Ex.: “M. diz que...”</p><p>Modelo 1</p><p>ROTEIRO DA ANAMNESE PARA CRIANÇA</p><p>DATA:_____/_____/_______ Nº--------------------------------</p><p>NOME ______________________________________________________________</p><p>DATA DE NASCIMENTO:___/____/______ SEXO:_____________ COR:_________</p><p>Filiação: ____________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Grau de Instrução________________ Escola_______________________________</p><p>Religião____________________________________________________________</p><p>Endereço ___________________________________________________________</p><p>Bairro____________ Cidade/UF_________________ Telefone_________________</p><p>E-mail______________________________________________________________</p><p>Constelação Familiar: Nº de irmãos_______________________________________</p><p>Ordem em que se situa_________________________________________________</p><p>1. Histórico dos pais:__________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Inter-relação:</p><p>a) Conjugal:_________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>b) Relação: Pai e mãe com a criança:___________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>1. Alimentação da criança no primeiro ano de vida:</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>2. Dentição:</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>3. Desenvolvimento físico:</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>4. Desenvolvimento Psicomotor:</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>5. Sono:</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>6. Linguagem:</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>7. Controle de esfíncter: (urina):</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>8. Doenças comuns na infância:</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>9. Antecedentes mórbidos com a família:</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>10. Sociabilidade:</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>11. Escolaridade:</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>12. Deficiência física:</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>· _________________________________________________________________</p><p>13. Hábitos de higiene e outros: __________________________________________</p><p>______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>14. Atitudes inadequadas:_______________________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>15. Medos: __________________________________________________________</p><p>16. Furtos: ___________________________________________________________</p><p>17. Mentiras: _________________________________________________________</p><p>18. Relatar um dia na vida da criança:_____________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>19. Passou por processo cirúrgico? ________________________________________</p><p>QUEIXAS_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Observações:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>____________________________________________________</p><p>Assinatura do Responsável</p><p>Modelo 2</p><p>MODELO DE ANAMNESE PARA ADULTO</p><p>I. Identificação</p><p>Nome: ______________________________________________________________</p><p>Data de nascimento: ______/______/________ Idade: ________________Sexo------</p><p>Endereço: ___________________________________________________________</p><p>Bairro:_____________________________________Telefone:_________________Cidade/UF:________________Raça: _______________ Filhos: _______________</p><p>Filiação:________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Estado civil:_____________________ Escolaridade: _________________________</p><p>Profissão:__________________ Ocupação atual:____________________________</p><p>Naturalidade: __________________Religião:_______________ Irmãos:__________</p><p>Foi criado por quem: Pai ( ) Mãe ( ) Outra pessoa ( );</p><p>II. Queixa principal</p><p>Problema que motivou a consulta: _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Com quem você falou sobre isso? ________________________________________</p><p>E o que ele (a) fez? ___________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Já procurou orientação de outro profissional? ______________________________</p><p>Que soluções deram___________________________________________________</p><p>Você acha que a terapia pode ajudar a solucionar esta situação? ________________</p><p>Por quê?____________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Qual seu peso? _____________ Altura______________ Hábito________________</p><p>Vícios_______________________________________________________________</p><p>Passatempo preferido _________________________________________________</p><p>Conhecimento sobre Psicanálise_________________________________________</p><p>III. Período de evolução e desenvolvimento:</p><p>A gestação foi planejada ( ) sim ( ) não; desejada ( ) sim ( ) não</p><p>Condição de gestação (pré-natal):_______________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Problemas durante a gravidez (quedas, hemorragias, depressão, ameaças de aborto, brigas): _______________________________________________________</p><p>Duração da gestação: _________________________________________________</p><p>Parto normal ou não: __________________________________________________</p><p>Sua alimentação: ( ) natural ( ) artificial. Por quê? _______________________</p><p>Desmame (com que idade) _____________________________________________</p><p>Como foi feito? _______________________________________________________</p><p>Sono normal? ________________________________________________________</p><p>Psicomotricidade:</p><p>Com que idade sentou: ______________ andou ____________ falou____________ houve enurese noturna (urinar na cama) ________ até que idade_______________ Atitude dos pais: ______________________________________________________</p><p>Ainda hoje ocorre?_____________________________________________________________</p><p>Quais seus sentimentos relacionados ao assunto?___________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Chupava dedo? ( ) sim ou ( ) não; até que idade_______Teve gagueira__________ Batia com a cabeça______ Roía unhas________ Tics _______ Tartamudez_______ Inquietude ______________Hiperatividade___________ Agitação_______________ Tinha medo do escuro (terror noturno) _________Medos exagerados____________ Vergonha________ Retraimento _________ Isolamento _______ Teimosia _______</p><p>Extroversão _______________________ Sociabilidade _______________________ Qual era seu padrão de brincadeiras (com o que brincava) ____________________</p><p>Com quem dormia? ___________________________________________________</p><p>Período pré-escolar: (idade) ____________________________________________</p><p>Primeiras lembranças desse momento: ____________________________________</p><p>IV. História Patológica Progressiva</p><p>Doenças Psicossomáticas: Asma – Gastrite – Ulcera</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Doenças Neurológicas: Epilepsia – Traumatismo Craniano</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Doenças Endocrinológicas: Diabetes – Tireoide – (Hipo – Hiper)</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Doenças infecciosas: AIDS – Sífilis</p><p>___________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Tabagismo, alcoolismo, uso de drogas:</p><p>______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>V. História de Doença Atual</p><p>Avalie sua saúde: ( ) Boa ( ) Regular (	 )Decaindo</p><p>Enfermidade que possui: _______________________________________________</p><p>Quando se instalou:___________________________________________________</p><p>Causa aparente: (	) Fisiologia (	) Econômica ( ) Escolar (	) Relações interpessoais</p><p>Desenvolvimento da doença, inclusive se houve internações: __________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Qual médico lhe atendeu: ______________________________________________</p><p>Medicamento que está tomando: _________________________________________</p><p>Doença familiar:______________________________________________________</p><p>______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Luto:(de quem e o que sentiu):___________________________________________</p><p>______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Eventos temporalmente associados com instalação, exacerbação ou remissão:</p><p>VI. Problemas médicos:</p><p>______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>VII. Problemas socioeconômicos</p><p>______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>VIII. Problemas com relações interpessoais</p><p>______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>IX. Situação escolar ou laborativa</p><p>______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>VI. História Pessoal (História Psicossocial)</p><p>Período pré e perinatal: ________________________________________________</p><p>Batia com a cabeça: ___________________________________________________</p><p>Crise de nervosismo: __________________________________________________</p><p>Tics: _______________________________________________________________</p><p>Tartamudez: _________________________________________________________</p><p>Inquietude: __________________________________________________________</p><p>Hiperatividade: _______________________________________________________</p><p>Agitação: ___________________________________________________________</p><p>Terror noturno: _______________________________________________________</p><p>Medos exagerados: ___________________________________________________</p><p>Timidez: ____________________________________________________________</p><p>Vergonha: ___________________________________________________________</p><p>Retraimento: _________________________________________________________</p><p>Isolamento: __________________________________________________________</p><p>Teimosia: ___________________________________________________________</p><p>Extroversão: _________________________________________________________</p><p>Sociabilidade: ________________________________________________________</p><p>Padrão de brincadeiras: ________________________________________________</p><p>· Principal figura parental</p><p>___________________________________________________________________</p><p>VII. Período escolar e adolescência</p><p>Relacionamento com:</p><p>Irmãos:_____________________________________________________________</p><p>Colegas: ____________________________________________________________</p><p>Participação em grupos:</p><p>Líder: ______________________________________________________________</p><p>Passivo: ____________________________________________________________</p><p>Agressivo: ___________________________________________________________</p><p>Furtava: ____________________________________________________________</p><p>Vandalismo:__________________________________________________________</p><p>Quais os amigos íntimos:_______________________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>História escolar:----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------</p><p>Aprovado todos os anos: _______________________________________________</p><p>Relacionamento com professores: ________________________________________</p><p>Habilidades especiais: _________________________________________________</p><p>Passatempos – Hobbes:________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Área emocional: ______________________________________________________</p><p>Sentimento de inferioridade: ____________________________________________</p><p>Pesadelos: __________________________________________________________</p><p>Obesidade:__________________________________________________________</p><p>Anorexia:____________________________________________________________</p><p>Curiosidade precoce: __________________________________________________</p><p>Masturbação:____________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Jogos sexuais – infantis:________________________________________________</p><p>Aquisição de conhecimento sobre sexo: ______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Atitude dos pais com relação ao tema: ______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Sofreu algum tipo de abuso sexual: _______________________________________</p><p>Data da menarca: _____________________________________________________</p><p>TPM: _______________________________________________________________</p><p>Atividade sexual na adolescência: Paixões – Namoro, sentimentos relacionados ao mesmo:________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Atitude com relação ao sexo oposto: Timidez – Vergonha – Agressividade – Ansiedade – Conquistas:_______________________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Praticas sexuais: Problemas sexuais – Experiência homossexuais – Promiscuidade:</p><p>______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Alguns conflitos religiosos na prática do sexo: ______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>VIII. A RELAÇÃO EDIPIANA:</p><p>Quais são as lembranças mais antigas que você tem de sua mãe? ______________</p><p>______________________________________________________________________________________________________________________________________E do seu pai? ________________________________________________________</p><p>______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Como eram seus pais com você? __________________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Quem você admira mais, seu pai ou sua mãe? ______________________________</p><p>Por quê? ____________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Gosta de crianças_______ Acredita que as crianças devem ser castigadas________ Por que _____________________________________________________________</p><p>Quais foram os momentos mais felizes que você passou entre as crianças</p><p>______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Deseja ter filhos______ Por que__________________________________________</p><p>Gostaria que fosse menino ou menina? _________________ Por quê? __________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Gosta de animais? _______ Por que______________________________________</p><p>Teve medo de ser devorado por algum animal? _____________________________</p><p>Gosta de torturar algum animal? _________________________________________</p><p>Que tipo de animal lhe causa mais aversão? ______________________________</p><p>Por que_____________________________________________________________</p><p>Teve alguma fantasia sexual com algum animal? ____________________________</p><p>IX. RELAÇÃO COM O PRÓPRIO CORPO:</p><p>Que pensa você do seu corpo? __________________________________________</p><p>Tem impulsos homossexuais? ___________________________________________</p><p>Qual é para você a parte mais importante do corpo? _________________________</p><p>Qual a parte do seu corpo que você acha mais perfeita? ______________________</p><p>Por quê? ____________________________________________________________</p><p>Que você acha das partes sexuais do sexo oposto? __________________________</p><p>Envergonha-se de ser surpreendido nu (a)? ____Por quê? ____________________</p><p>Quando se masturbou pela primeira vez? __________________________________ Em que circunstância? _________________________________________________ em que pensava ou pensa durante a masturbação? __________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Por que se masturba? _________________________________________________</p><p>Como se sente, uma vez realizada a masturbação? __________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Você foi criado alimentado com mamadeira ou no seio materno? _______________</p><p>Lembra-se como mamava? _____________________________________________</p><p>Recorda-se de ter visto alguém mamar? ___________________________________</p><p>Que impressão lhe produz o seio materno? ________________________________</p><p>X. RELAÇÂO AMOROSA:</p><p>O que é o amor para você? _____________________________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Seria capaz de persistir numa relação amorosa, sem ter satisfação sexual? _______</p><p>Gosta em geral de pessoas que julga ser inferiores, iguais ou superiores á você? _______________________________________________________________</p><p>Que pensas sobre as chamadas perversões sexuais (sadomasoquismo, homossexualismo, sexo oral, sexo anal, etc.)?</p><p>______________________________</p><p>___________________________________________________________________</p><p>Que pensa sobre você do ciúme? ________________________________________</p><p>Que livros gostava de ler, quando era pequeno? ____________________________</p><p>Qual é a pessoa que exerce maior autoridade sobre você em sua família? ___________________________________________________________________Por quê? ____________________________________________________________</p><p>Quais eram as suas ideias religiosas? _____________________________________</p><p>Quais são atualmente? ________________________________________________</p><p>XI. SOBRE A MORTE:</p><p>Você pensa constantemente na morte? ____________________________________</p><p>Por quê? ____________________________________________________________</p><p>Qual a ideia que lhe ocorre quando pensa? ________________________________</p><p>Tem você medo da morte, de morrer ou de ser morto? ________________________</p><p>Desejou alguma vez morrer ou ser morto? _________________________________</p><p>Chegou a pensar em suicídio? __________________________________________</p><p>Estabelece você alguma relação entre amor e morte? ________________________</p><p>Tem medo de ver um cadáver? ______Por quê? ____________________________</p><p>Já pensou na morte de alguma pessoa querida? ____________________________ Ou já desejou a morte de alguma dela? ___________________________________</p><p>Como você imagina a vida depois da morte? _______________________________</p><p>Pensou em matar alguém? _____________________________________________</p><p>Já matou animais? _________Quais? _____________________________________</p><p>Que espécie de morte comove mais você? ( ) rápida ou ( ) lenta.</p><p>Por quê? ____________________________________________________________</p><p>Você gosta de assistir filme que envolva morte? _____________________________</p><p>XII. IDADE ADULTA:</p><p>História profissional: ___________________________________________________</p><p>Escolha da profissão: __________________________________________________</p><p>Treinamento:_________________________________________________________</p><p>Ambições:___________________________________________________________</p><p>Vida social: __________________________________________________________</p><p>XIII. EXAME PSIQUICO:</p><p>Aparência:___________________________________________________________</p><p>Consciência:_________________________________________________________</p><p>Atitude:_____________________________________________________________</p><p>Orientação:__________________________________________________________</p><p>Atenção: (Disse corretamente os meses do ano em ordem inversa:) ______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Consciência do ser (eu): ______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Memória:_______________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Inteligência – Interpretar: Não julgue o livro pela capa. ______________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Senso percepção: ____________________________________________________</p><p>Pensamento: ________________________________________________________</p><p>Linguagem:_____________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Humor:______________________________________________________________</p><p>Afetividade:__________________________________________________________</p><p>Vontade pragmática:___________________________________________________</p><p>Carência:____________________________________________________________</p><p>Psicomotricidade:_____________________________________________________</p><p>Consciência do estado mórbido:__________________________________________</p><p>Planos para o futuro:___________________________________________________</p><p>Anotações:</p><p>___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>XIV. História Familiar</p><p>a) História de doenças na familiar: _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>b) Relacionamento com membros da família: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>c) Dinâmica familiar</p><p>_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>XV. Situação Atual:</p><p>________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________</p><p>Assinatura do paciente ou responsável</p><p>_________________________________________________</p><p>Assinatura do Analista</p><p>X. CLARIFICANDO A ANAMNESE</p><p>Abordaremos a seguir cada um dos tópicos da anamnese, que serve para parâmetro tanto para criança quanto para adulto.</p><p>1. IDENTIFICAÇÃO</p><p>Deve trazer os seguintes dados:</p><p>a) Iniciais do nome completo do paciente;</p><p>b) Idade;</p><p>c) Sexo;</p><p>d) Raça (branca, preta, parda, amarela);</p><p>e) Estado civil (não é necessário a situação legal; p.ex.: não é oficialmente casado mas vive maritalmente com alguém);</p><p>f) Escolaridade (analfabeto, primeiro, segundo ou terceiro grau, completo ou incompleto);</p><p>g) Profissão e ocupação atual;</p><p>h) Naturalidade e nacionalidade;</p><p>i) Religião (se houve mudança deve ser anotada. Ex.: evangélico a 2 meses).</p><p>2. QUEIXA PRINCIPAL</p><p>O motivo pelo qual o paciente procurou atendimento, de preferência nas próprias palavras do paciente (citadas entre aspas). Se o paciente trouxer várias queixas, deve-se anotar a que mais o incomoda.</p><p>Exemplo: “Minha vida está um inferno, tem uns pensamentos que ficam martelando na minha cabeça dia e noite”.</p><p>3. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA)</p><p>Registro, em ordem cronológica, do desenvolvimento e da natureza dos sintomas ou mudanças comportamentais que culminaram na busca por assistência.</p><p>Relata-se a época que o quadro se instalou, se o aparecimento dos sintomas foi súbito ou insidioso, e se existiram fatores desencadeantes (isto é, se houve algum fato ou estresse que possa ser correlacionado ao início da doença). Além disso, anota-se como o distúrbio está evoluindo (por exemplo, se está igual ao começo, se está piorando rapidamente, em que condições melhora ou piora, etc.)</p><p>Os sintomas psicopatológicos devem ser descritos</p><p>de forma clara e detalhada: intensidade, frequência e flutuação ao longo do dia devem ser anotadas. O objetivo é caracterizar bem o sintoma e como o paciente reage ao mesmo. Por exemplo, na vigência de sintomas ansiosos, deve-se saber se a ansiedade é leve ou muito intensa, se é generalizada e não específica (livre, flutuante), se está relacionada a situações, atividades ou objetos particulares; se piora com o passar do dia; deve-se também, descrever o modo como o paciente lida com a ansiedade: e evita a situação temida, faz uso de drogas ou busca se distrair com outras atividades.</p><p>Se os sintomas tiverem relações somáticas (ex.: cefaleia, taquicardia) devem ser relatados. Da mesma forma, mudanças de personalidade (personalidade pré mórbida = personalidade atual) também devem ser descritas.</p><p>Registra-se, ainda, como a doença afetou as atividades da vida do paciente (ex.: trabalho/estudo, lazer, hábitos, interesses) e suas relações pessoais.</p><p>Outro ponto que deve ser anotado é a extensão em que a doença serve a alguma outra necessidade do paciente (ganho secundário).</p><p>Finalmente, relata -se quais as providencias tomadas após o aparecimento da doença.</p><p>Deve-se registrar se o paciente já fez algum tratamento específico, de que tipo e qual a resposta (isto é, que efeito esta intervenção teve). Se o paciente estiver em uso de medicação deve-se anotar o nome da mesma, dose diária, e tempo de uso. Caso contrário, deve-se registrar que o paciente não faz uso de medicação.</p><p>Prévias, devidas ao mesmo quadro ou a outras condições, também deve ser anotada, descrevendo-se quando e quantas ocorreram, e sua duração. Em se tratando de pacientes que tem uma longa história de internações, deve-se anotar quando foi a primeira, frequência aproximada (ex.: 1 por ano?), duração média (1 mês, 3 meses?) e data da última internação e alta.</p><p>4. HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA (HPP)</p><p>Registro de doenças físicas que o paciente teve ou tem, internações e cirurgias a que foi submetido.</p><p>Alguns itens merecem destaque:</p><p>a) Doenças “psicossomáticas”, como asma, gastrite/úlceras; etc</p><p>b) Doenças neurológicas, como epilepsia e história de traumatismo craniano;</p><p>c) Doenças endocrinológicas, como diabetes, doenças de tireoide (hiper ou hipotireoidismo);</p><p>d) Doenças infecciosas, particularmente AIDS</p><p>Tabagismo, alcoolismo e uso de drogas também devem ser anotados. Caso o paciente não tenha nenhum destes hábitos, anotar: nega tabagismo, etilismo e uso de drogas.</p><p>5. HISTÓRIA PESSOAL (HP)</p><p>Registro breve da história de vida do paciente, desde a infância até o presente, acompanhado pela observação e anotação no relato espontâneo do paciente e emoções associadas com estes períodos (ex.: dolorosas, estressantes, conflituosas). Para melhor organização é útil separar os principais tópicos em parágrafos, com exemplificado a seguir.</p><p>Com relação ao período pré-natal, registrar a natureza da gravidez e parto da mãe: se a criança foi planejada e desejada; intercorrências (infecções, traumatismos, eclampsia) e duração da gestação, espontaneidade do parto, trauma de parto, condições ao nascer, defeitos congênitos. Ex.: M informa que a mãe “teve um problema” (não sabe ao certo qual) e por isso nasceu prematuro (7 meses), de parto cesáreo, sem complicações.</p><p>Sobre o estágio precoce do desenvolvimento é importante obter e registrar informações sobre: a) hábitos alimentares (aleitamento materno, Intolerâncias alimentares) e padrão de sono; b) desenvolvimento neuropsicomotor (isto é, se sentou, andou, e falou na idade certa); c) treinamento para controle dos esfíncteres (idade, atitude dos pais e sentimentos do paciente relacionados ao assunto); e d) ansiedade com estranhos, de privação materna, ansiedade de separação, outros “cuidadores” em casa (ex.: avós).</p><p>Deve-se pesquisar a presença e a duração de alterações de comportamento na infância, tais como, chupar dedo, enurese ou encoprese noturnas, condutas auto lesivas (bater com a cabeça, roer unhas) crises de nervosismo, tics, tartamudez, inquietude, hiperatividade, agitação, terror noturno, medos exagerados.</p><p>Deve-se também descrever o comportamento do paciente quando criança: timidez, vergonha, retraimento, isolamento, teimosia, extroversão, sociabilidade e padrão de brincadeiras. Ex.: M relata que foi “praticamente criado” pela avó, pois a mãe trabalhava o dia todo. Segundo M a avó sempre disse que ele foi “mais rápido que os irmãos em tudo”: falou e andou muito cedo (não sabe quando). Chupou dedo até os 8 anos de idade e quase não brincava com outras crianças porque zombavam dele (por chupar dedo). Era “muito envergonhado” e só se sentia bem na companhia da avó.</p><p>Sobre o período escolar e adolescência os aspectos mais importantes são:</p><p>a) Identificação quanto ao gênero;</p><p>b) Desenvolvimento de consciência;</p><p>c) Relações sociais: atitudes com relação a irmão e colegas, participação em atividades de grupo, número de amigos íntimos, popularidade e liderança/passividade, padrão de comportamento antissocial (ex.: furtos, crueldade com animais, atos de vandalismo);</p><p>d) História escolar: sentimentos sobre ir para escola, ajustamento, rendimento, atitude com relação a professores (subserviência/rebeldia), habilidades especiais, matérias ou interesses particulares, atividades extracurriculares, hobbies;</p><p>e) Desenvolvimento motor cognitivo: dificuldades de aprendizagem no campo da leitura, escrita, cálculos, etc. e seus efeitos na criança;</p><p>f) Problemas emocionais: sentimentos de inferioridade, pesadelos, fobias, alterações de peso (obesidade, anorexia).</p><p>Ex.: M refere ter tido sempre um bom rendimento escolar embora não gostasse de ir ao colégio por não se sentir à vontade com os colegas: “as pessoas sempre me deixaram nervoso, prefiro ficar sozinho”.</p><p>A história psicossexual da infância e adolescência também deve ser registrada. Os aspectos mais importantes são: curiosidade precoce, masturbação e jogos sexuais infantis; aquisição de conhecimento sobre sexo, atitude dos pais com relação ao tema e abuso sexual; início da puberdade (sentimentos, tipo de preparação, desenvolvimento de caracteres sexuais secundários – ex.: pelos, mamas) e no caso de mulheres, história menstrual (sentimentos, data da menarca, regularidade dos períodos, dismenorreia, tensão pré-menstrual); atividade sexual na adolescência (paixões, festas, encontros, namoros, masturbação e sentimentos relacionados aos mesmos); atitude com relação ao sexo oposto (timidez, vergonha, agressividade, necessidade de impressionar, sedução, conquistas, ansiedade) e práticas sexuais (problemas sexuais, experiências homossexuais, promiscuidade).</p><p>O “background” religioso é outro item a ser abordado (se era rígido ou liberal, possíveis conflitos, e relação com práticas religiosas atuais).</p><p>Ex.: M diz que notou os primeiros sinais da puberdade (aparecimento de pelos) por volta dos 11 anos de idade e ficou orgulhoso por “estar virando homem”, mas não conseguia se aproximar das garotas porque tinha vergonha.</p><p>Com relação a vida adulta, novamente dados positivos sobre as três principais áreas, a saber, profissional, social e sexual, devem ser registrados:</p><p>a) História profissional: escolha da profissão, treinamento, ambições, quando começou a trabalhar, empregos (números, duração, funções desempenhadas, motivos que levaram o paciente a sair), relação com superiores, colegas e subalternos, mudanças no tipo de emprego, ocupação atual e sentimentos a respeito da mesma. Obs.: a anotação dos empregos deve ser feita em ordem cronológica, o que não só dá maior clareza como também permite observar se já regularidade.</p><p>Ex.: O paciente relata ter começado a trabalhar com 18 anos, como caixa num banco. Mudou 2 vezes de emprego para obter renumeração, sempre na mesma função. Há 1 ano foi demitido (“cortes no pessoal”) e mudou-se para o RJ para “tentar a sorte”. Atualmente não tem qualquer função.</p><p>b) Atividade social: se o paciente tem amigos, se é retraído ou sociável; tipo de interesses sociais, intelectuais e físicos; relacionamento com pessoas do mesmo sexo e do sexo oposto. Profundidade, duração</p><p>e qualidade dos relacionamentos.</p><p>Ex.: M relata que nunca teve namoradas e que “não liga muito para sexo”. Matem relações esporadicamente com prostitutas, desde os 20 anos, quando teve sua primeira experiência sexual.</p><p>6. HISTÓRIA FAMILIAR (HF)</p><p>Dados médicos e psiquiátricos relevante e dinâmica familiar. Deve-se investigar a presença de doenças mentais na família e qual a terapêutica utilizada; quais as pessoas que moram com o paciente e como se relacionam com elas; o papel da doença do paciente no sistema familiar.</p><p>Além disso, deve-se perguntar especificamente sobre:</p><p>a) Pais: idade, ocupação, personalidade, “recasamentos”, como o paciente se sente em relação aos pais, quantos filhos os pais tiveram e qual o lugar do paciente na prole (mais velho, caçula, etc.)</p><p>Ex.: M é o segundo de uma prole de 5, pais vivos e aposentados. Os pais “nunca se deram bem” e hoje culpam um ao outro pela doença de M (sic.).</p><p>b) Irmãos: idade, estado civil, ocupação, traços relevantes da personalidade;</p><p>c) História conjugal: idade da união, papel de cada cônjuge na relação, áreas de discordância; idade do cônjuge, ocupação, personalidade; filhos (idades, atitudes com relação a criação e educação das crianças, quem toma conta dos filhos), manejo das questões financeiras, e papel dos sogros.</p><p>Obs.: familiares (pais, irmãos, cônjuge e filhos) podem ser identificados apenas com iniciais.</p><p>Vale a pena acrescentar, como um item separado ou não, uma breve descrição da Situação Social Atual, isto é, onde o paciente mora, se é casa e grande o bastante para a família, privacidade dos membros da família e da família com relação as outras famílias (vizinhança); fontes de renda familiar, dificuldades econômicas e implicações laborativas da doença do paciente (ex.: vai perder o emprego se continuar internado).</p><p>Ex.: M está morando na casa de um “irmão da Igreja”, que praticamente não vê pois este trabalha o dia todo, está em grandes dificuldades financeiras e vive “de fazer”.</p><p>7. O EXAME PSÍQUICO</p><p>Aqui o examinador registra o que observou sobre o estado mental do paciente durante a entrevista inicial. É, portanto, um corte transversal, como se fosse uma fotografia do estado mental do paciente.</p><p>O exame psíquico deve trazer anotações, sobre:</p><p>a) Aparência – Ex.: Paciente comparece a entrevista trajando vestes sujas, cabelos em desalinho, barba por fazer.</p><p>b) Atitude – Ex.: Mostra-se desconfiado, olhando o entrevistador de soslaio, examinando cuidadosamente a sala antes de sentar-se.</p><p>c) Consciência – Ex.: Paciente desperto, interagindo com o meio.</p><p>d) Orientação – Ex.: Sabe informar seu nome completo e idade, bem como o local em que se encontra e data de hoje.</p><p>e) Atenção – Ex.: Concentra-se no entrevistador sem deixar de notar o que acontece em volta. Disse corretamente os meses do ano em ordem inversa.</p><p>f) Consciência do eu – Ex.: Diz sentir que “a CIA e a KGB colocam pensamentos na minha mente”.</p><p>g) Memória – Ex.: Fornece dados sobre sua vida passada, consegue lembrar-se de série de 5 dígitos após 5 minutos.</p><p>h) Inteligência – Ex.: Compreende bem as perguntas que lhe são feitas. Perguntado sobre a semelhança entre uma maça e uma banana diz “são frutas”. Solicitado a interpretar o provérbio “não julgue um livro pela capa”, diz “não se pode confiar nas aparências”.</p><p>i) Senso percepção – Ex.: Diz ouvir vozes mesmo quando não há outras pessoas presentes. As vozes lhe dizem para que “vão me pegar, me torturar e me matar”.</p><p>j) Pensamento – Ex.: Diz que “os agentes da CIA e da KGB querem me matar... eles estão por toda parte...”</p><p>k) Linguagem – Ex.: E continua: “eles querem me infra magnetizar e me descriptografar... se eles fizerem isso eu viro um verme! ”.</p><p>l) Humor – Ex.: Tem se sentido com “bom estado de espírito”.</p><p>m) Afetividade- Ex.: Fala sem interesse sobre família e amigos, parece distante, evitando sempre que seus olhos encontrem com os do examinador.</p><p>n) Vontade e pragmatismo – Ex.: Passa os dias em casa, deitado, sem fazer nada.</p><p>o) Psicomotricidade – Ex.: durante entrevista levanta- se várias vezes, anda de um lado para o outro da sala. Quando sentado balança incessantemente as pernas, cruza e descruza os braços o tempo todo.</p><p>p) Consciência do estado mórbido – Não acredita ter nenhum problema: “já disse que é a CIA e a KGB que botam pensamentos ruins na minha cabeça! O problema são eles, não eu!”</p><p>q) Planos para o futuro – Ex.: Perguntando sobre seus planos para o futuro, responde: “vou me mudar para Brasília e criar gado. Lá eu posso viver em paz, com a proteção do Presidente”.</p><p>Vale ressaltar que os exemplos foram colocados ao lado do nome de cada item para facilitar a compreensão. No texto do exame, os nomes das funções não aparecem, as anotações referentes a cada um são separadas em parágrafos, sempre que possível (isto porque um mesmo trecho da fala do paciente pode mostrar alteração de mais uma função e também porque não se deve prejudicar o encadeamento das anotações para respeitar uma divisão artificial/rígida).</p><p>Como mostrado no exemplo, estas anotações devem ser feitas em termos leigos, não técnicos, citando, sempre que possível, trechos do discurso do paciente (colocados entre aspas). No nosso exemplo, o paciente disse que “os agentes da CIA e da KGB querem me matar”. Esta é uma alteração do conteúdo do pensamento, chamada de delírio de perseguição. Mas a expressão “delírio de perseguição” é um termo técnico e, portanto, não deve aparecer no exame psíquico, ela será usada na sumula psicopatológica, como veremos adiante.</p><p>No exame psíquico não é preciso colocar tudo que o paciente fala, o importante é citar trechos que exemplifiquem cada uma das funções mentais.</p><p>8. SÚMULA PSICOPATOLÓGICA</p><p>A súmula psicopatológica é o resumo técnico do exame psíquico. Ela permite que outro profissional que não tenha entrevistado o paciente tome conhecimento, rapidamente, do seu estado mental na época do exame. Além disso este registro permite que futuramente seja feita uma avaliação objetiva da terapêutica, através da comparação evolutiva.</p><p>As mesmas funções avaliadas no EP constam da súmula, isto é: aparência, atitude, consciência, orientação, atenção, consciência do eu, memória, inteligência, senso percepção, pensamento, linguagem, humor, afetividade, vontade, pragmatismo, psicomotricidade, consciência do estado mórbido e planos para o futuro.</p><p>As funções serão qualificadas com os termos técnicos próprios que indicam normalidade ou patologia. Tudo que for escrito na súmula tem que estar descrito no exame psíquico. Não se “cria” nada na súmula: caso algum item não tenha sido examinado, isto será indicado. Ex.: planos para o futuro não investigados.</p><p>Os itens devem ser anotados em sequência, lado a lado, em um único parágrafo, separados por vírgula ou ponto. Sugere-se organizar a súmula seguindo a ordem porque facilita o trabalho e ajuda a evitar eventuais esquecimentos.</p><p>A súmula psicopatológica do exemplo usado no exame psíquico seria:</p><p>Aparência descuidada. Atitude suspicaz. Lúcido. Orientado auto e alo psiquicamente. Normoproséxico. Consciência do eu alterada, com perda da autonomia do eu. Memória sem alterações quantitativas. Inteligência preservada. Senso percepção alterada com alucinações auditivas. Pensamentos sem alterações de curso e forma, mas com conteúdo delirante de cunho persecutório. Linguagem apresentando neologismos. Normotímico. Nexos afetivos superficiais. Psicomotricidade alterada, apresentando exaltação. Hipobúlico. Pragmatismo comprometido. Consciência da doença ausente. Plano para o futuro inadequados e inconscientes.</p><p>Modelo 3</p><p>FICHA CADASTRAL DE ATENDIMENTO CLÍNICO</p><p>NOME:______________________________________________________________</p><p>ESTADO CIVIL: _____________________ Nº DE FILHOS: ____________________</p><p>CÔJUGE: ___________________________________________________________</p><p>ENDEREÇO:_________________________________________________________</p><p>BAIRRO:____________________CIDADE:_______________ EST: _____________</p><p>TELEFONE:_______________DATA DE NASCIMENTO:___/____/____ IDADE:___</p><p>LOCAL DE NASCIMENTO: _____________________________________________</p><p>FILIAÇÃO:</p>

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