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<p>CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI</p><p>PRÁTICA PROFISSIONAL</p><p>JUIZ DE FORA</p><p>ELABORAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI</p><p>JOYCE KELI DO NASCIMENTO SILVA</p><p>PRÁTICA PEDAGÓGICA</p><p>PROFISSIONAL</p><p>JUIZ DE FORA</p><p>2024</p><p>Trabalho apresentado a disciplina Prática</p><p>Profissional, do Centro Universitário FAVENI, no</p><p>Curso de Segunda Licenciatura em Letras</p><p>Português/Inglês, como pré-requisito para</p><p>aprovação.</p><p>PROJETO DE INTERVENÇÃO</p><p>1. TÍTULO</p><p>Vozes Negras: Resistência e Identidade na Construção da Consciência</p><p>Afro-brasileira e na Luta Antirracista.</p><p>2. APRESENTAÇÃO</p><p>A educação tem um papel fundamental na promoção da equidade e no</p><p>combate ao racismo estrutural presente na sociedade brasileira. A disciplina de</p><p>Língua Portuguesa, por sua natureza multidimensional, oferece um espaço</p><p>privilegiado para discutir e valorizar a cultura afro-brasileira, desconstruir</p><p>preconceitos e fomentar a consciência crítica entre os estudantes. Este projeto</p><p>de intervenção visa, portanto, utilizar a linguagem verbal e não verbal como</p><p>ferramentas de empoderamento e resistência, contribuindo para a formação de</p><p>cidadãos conscientes e atuantes na luta antirracista, promovendo uma</p><p>educação inclusiva e crítica, valorizando a cultura afro-brasileira e combatendo</p><p>o racismo no ambiente escolar.</p><p>Este projeto reconhece a importância de integrar a consciência negra, a</p><p>resistência ao racismo e a valorização da identidade afro-brasileira no currículo</p><p>escolar, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes e engajados na</p><p>construção de uma sociedade mais justa e igualitária.</p><p>Como afirma Silvio Almeida, "o racismo não é um problema individual,</p><p>mas uma questão estrutural que permeia todas as esferas da sociedade"</p><p>(ALMEIDA, 2019). Nesse sentido, é imprescindível que a escola aborde de</p><p>forma intencional e sistemática as manifestações culturais e históricas da</p><p>população negra, promovendo o reconhecimento e a valorização de suas</p><p>contribuições para a construção da identidade brasileira.</p><p>Sueli Carneiro (1988) também enfatiza que “a educação é um</p><p>instrumento de transformação social” e destaca a necessidade de “desconstruir</p><p>preconceitos e estereótipos para promover a igualdade racial.”</p><p>A relevância social e acadêmica deste projeto se relaciona à promoção</p><p>da consciência histórica e cultural atrelada à compreensão das raízes e das</p><p>consequências do racismo, bem como à valorização as contribuições afro-</p><p>brasileiras para a cultura nacional. Nesse sentido, Darcy Ribeiro (1995)</p><p>4</p><p>esclarece que “a cultura é a expressão da identidade de um povo” e que “as</p><p>manifestações culturais contemporâneas, como o rap e o hip hop, são</p><p>essenciais para a resistência e afirmação da identidade negra.”</p><p>Sendo assim, este projeto visa estimular tal consciência através do</p><p>fomento à expressão e criatividade dos estudantes do 1º e 2º ano do Ensino</p><p>Médio da Escola Estadual Deputado Olavo Costa, localizada na cidade de Juiz</p><p>de Fora, Minas Gerais, utilizando formas contemporâneas de expressão</p><p>artística, como a Slam poesia, o Rap, o Hip Hop e o Trap, para explorar temas</p><p>de resistência e identidade. A escolha do local e do público-alvo do projeto de</p><p>intervenção se justifica devido ao fato da referida escola antender em sua</p><p>maioria crianças e adolescentes negros e moradores de bairros com perfil</p><p>socioeconômico marcado por grande vulnerabilidade.</p><p>Atuando como professora da disciplina “Estudos Orientados”, com carga</p><p>horária semanal de 10 horas-aula, será possível realizar a articulação do</p><p>presente projeto junto à equipe técnico-pedagógica e junto aos docentes da</p><p>disciplina de Língua e Literatura Portuguesa, Práticas Comunicativas Criativas,</p><p>Artes e Sociologia.</p><p>Além disso, a atuação conjunta dos professores das referidas disciplinas</p><p>buscará conscientizar sobre as origens de expressões racistas utilizadas</p><p>acriticamente no cotidiano e reconhecer o papel da linguagem não verbal na</p><p>valorização das expressões corporais, vestimentas e penteados afro-brasileiros</p><p>como manifestações culturais significativas e formas de resistência. Sobre isso,</p><p>Conceição Evaristo (2011) destaca que “a linguagem não é apenas verbal; o</p><p>corpo também fala e expressa resistências, histórias e identidades que muitas</p><p>vezes são silenciadas.”</p><p>3. OBJETIVOS</p><p>Objetivo Geral - Promover a consciência crítica sobre o racismo e suas</p><p>manifestações na língua e na cultura.</p><p>Objetivos Específicos:</p><p>1. Valorizar e difundir expressões culturais afro-brasileiras como formas de</p><p>resistência e afirmação identitária.</p><p>2. Desenvolver nos estudantes a capacidade de reconhecer e combater</p><p>expressões e práticas racistas presentes no cotidiano.</p><p>5</p><p>3. Incentivar a apreciação e produção de manifestações artísticas que</p><p>expressem a diversidade e riqueza da cultura negra.</p><p>4. METODOLOGIA</p><p>O projeto de intervenção articulará metodologias ativas no processo de</p><p>ensino-aprendizagem visando o alcance do objetivos propostos, através do</p><p>desenvolvimento de três ações: 1) Pesquisa sobre a origem histórica de</p><p>expressões racistas utilizadas de forma acrítica no cotidiano; 2) valorização da</p><p>Slam Poesia, Rap, Hip Hop e Trap como instrumentos de resistência e crítica</p><p>social e 3) exploração da linguagem não verbal com oficina e ensaio</p><p>fotográfico que reconheça a resistência do corpo, do vestuário e dos penteados</p><p>afro-brasileiros.</p><p>Para a pesquisa sobre a origem histórica de expressões racistas</p><p>utilizadas de forma acrítica no cotidiano os estudantes realizarão um estudo</p><p>investigativo no laboratório de informática acerca de expressões e palavras de</p><p>cunho racista que são utilizadas de forma corriqueira na língua portuguesa,</p><p>muitas vezes sem a consciência de sua origem e carga discriminatória. Como</p><p>metodologia, os discente realizarão o levantamento de expressões comuns e</p><p>análise etimológica de cada uma através de pesquisas na internet, com o</p><p>posterior debate em sala de aula sobre o impacto dessas expressões na</p><p>perpetuação do racismo, bem como com a produção de materiais informativos,</p><p>como cartazes e mídias para postagens nas redes sociais, a fim de promover</p><p>conscientização da comunidade escolar.</p><p>Esta ação se justifica, pois de acordo com Nilma Lino Gomes, "a</p><p>linguagem é um dos instrumentos pelos quais o racismo se manifesta e se</p><p>perpetua, sendo necessário desvelar e desconstruir essas práticas para</p><p>promover uma educação verdadeiramente inclusiva" (GOMES, 2012).</p><p>Para a valorização da Slam Poesia, do Rap, do Hip Hop e do Trap como</p><p>instrumentos de resistência e crítica social, os estudantes realizarão uma</p><p>pesquisa explorativa com análise de diferentes manifestações artísticas de</p><p>origem afrodescendente, compreendendo seu papel histórico e contemporâneo</p><p>como formas de protesto, resistência e afirmação da identidade negra. Como</p><p>metodologia, os estudantes realizarão o estudo de letras de músicas e poesias</p><p>produzidas por artistas negros, destacando temas como desigualdade, racismo</p><p>6</p><p>e identidade cultural; participarão de oficinas de criação literária e musical,</p><p>incentivando os estudantes a expressarem suas percepções e experiências por</p><p>meio dessas linguagens artísticas e organizarão um Sarau Cultural ou Batalha</p><p>de Slam na escola, promovendo a expressão artística e o protagonismo</p><p>estudantil.</p><p>Conforme expressa Lélia Gonzalez, "a cultura negra sempre encontrou</p><p>na arte uma forma poderosa de resistência e reconstrução identitária,</p><p>desafiando as estruturas opressoras e reivindicando seu espaço na sociedade"</p><p>(GONZALEZ, 1988), motivo pelo qual deve ser acolhida também no espaço</p><p>escolar.</p><p>Por fim, como última ação proposta será realizado um estudo para a</p><p>valorização das expressões culturais não verbais da população</p><p>afro-brasileira,</p><p>reconhecendo nelas importantes símbolos de identidade e resistência histórica.</p><p>A exploração da linguagem não verbal será desenvolvida através de</p><p>oficina sobre modelagem de cabelos crespos e cacheados e de oficina de</p><p>confecção de roupas com inspiração étnica, que culminarão na realização de</p><p>ensaio e exposição fotográfica que reconheça a resistência do corpo, do</p><p>vestuário e dos penteados afro-brasileiros. Como metodologia, os estudantes</p><p>serão orientados a realizar pesquisa sobre a história e o significado de estilos</p><p>de vestuário e penteados tradicionais africanos e afro-brasileiros como</p><p>preparação para a realização de atividades práticas como oficinas de cabelo e</p><p>de costura de moda afro, possibilitando a vivência e experimentação dessas</p><p>expressões culturais.</p><p>A importância dessa ação está no fato de que "o corpo negro é político e</p><p>carrega em si marcas de resistência e afirmação que precisam ser</p><p>reconhecidas e respeitadas na sociedade" (RIBEIRO, 2017).</p><p>A avaliação do projeto de intervenção será contínua e formativa,</p><p>considerando a participação ativa dos estudantes nas atividades propostas, a</p><p>qualidade das produções realizadas e as reflexões desenvolvidas ao longo do</p><p>processo. Serão utilizados instrumentos como portfólios, autoavaliações,</p><p>feedbacks coletivos e observações sistemáticas do engajamento e</p><p>desenvolvimento dos alunos.</p><p>7</p><p>5. CRONOGRAMA</p><p>O que fazer? Quando Fazer? Datas: Responsáveis:</p><p>1) Pesquisa sobre a origem</p><p>histórica de expressões</p><p>racistas utilizadas de forma</p><p>acrítica no cotidiano, com</p><p>produção de cartazes e</p><p>mídias para postagens nas</p><p>redes sociais.</p><p>Pesquisas, rodas de conversa,</p><p>e produção de trabalhos pelos</p><p>alunos – De 16/10/2023 a</p><p>31/10/2023.</p><p>Professora de Estudos</p><p>Orientados, em</p><p>colaboração com os</p><p>professores de Língua e</p><p>Literatura Portuguesa,</p><p>Práticas Comunicativas</p><p>Criativas, Artes e</p><p>Sociologia.</p><p>2) Valorização da Slam</p><p>Poesia, Rap, Hip Hop e</p><p>Trap como instrumentos de</p><p>resistência e crítica social,</p><p>culminando na realização</p><p>de Sarau Cultural com</p><p>apresentação de Slam.</p><p>Pesquisas, rodas de conversa,</p><p>oficinas e produção de</p><p>trabalhos pelos alunos – De</p><p>31/10/2023 a 17/11/2023.</p><p>Apresentação dos trabalhos –</p><p>Semana da Consciência</p><p>Negra de 20/11/2023 a</p><p>24/11/2023.</p><p>Professora de Estudos</p><p>Orientados, em</p><p>colaboração com os</p><p>professores de Língua e</p><p>Literatura Portuguesa,</p><p>Práticas Comunicativas</p><p>Criativas, Artes e</p><p>Sociologia.</p><p>3) Exploração da linguagem</p><p>não verbal com oficina e</p><p>ensaio fotográfico que</p><p>reconheça a resistência do</p><p>corpo, do vestuário e dos</p><p>penteados afro-brasileiros.</p><p>Pesquisas, rodas de conversa,</p><p>oficinas e produção de roupas</p><p>com os alunos – De</p><p>31/10/2023 a 17/11/2023.</p><p>Realização de Ensaio</p><p>fotográfico – 13/11/2023 a</p><p>17/11/2023.</p><p>Exposição fotográfica –</p><p>Semana da Consciência</p><p>Negra de 20/11/2023 a</p><p>24/11/2023.</p><p>Professora de Estudos</p><p>Orientados, em</p><p>colaboração com os</p><p>professores de Língua e</p><p>Literatura Portuguesa,</p><p>Práticas Comunicativas</p><p>Criativas, Artes e</p><p>Sociologia.</p><p>6. RECURSOS NECESSÁRIOS</p><p> Reserva do Laboratório de Informática.</p><p> Notebook e projetor.</p><p> Cartolinas, folhas coloridas, tintas, gliter e impressões.</p><p> Máquina fotográfica, papel fotográfico e impressora.</p><p> Tecidos com estampas étnicas, cremes para finalização de cabelhos</p><p>crespos e cacheados.</p><p> Violão, caixa de som e microfones.</p><p>8</p><p>7. RESULTADOS ESPERADOS</p><p>Dentre os resultados esperados estão: 1) o aumento da consciência</p><p>crítica dos estudantes acerca do racismo e suas manifestações na linguagem e</p><p>cultura; 2) a maior valorização e reconhecimento das contribuições afro-</p><p>brasileiras para a identidade nacional; 3) o desenvolvimento de competências</p><p>linguísticas e artísticas por meio da produção e análise de diferentes gêneros</p><p>textuais e manifestações culturais e 4) o fortalecimento do respeito à</p><p>diversidade e promoção de uma cultura escolar mais inclusiva e antirracista.</p><p>8. REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.</p><p>CARNEIRO, Sueli. "A construção do outro como não-ser como fundamento do</p><p>ser." In: Cadernos de Pesquisa, n. 80, p. 127-133, 1992.</p><p>CARNEIRO, Sueli. "Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na</p><p>América Latina a partir de uma perspectiva de gênero." In: As várias faces da</p><p>violência de gênero. Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, p. 49-</p><p>58, 2003.</p><p>EVARISTO, Conceição. Olhos d'água. São Paulo: Pallas Editora, 2015.</p><p>EVARISTO, Conceição. "Literatura negra: uma poética de nossa afro-</p><p>brasilidade." In: Escritos de uma vida. São Paulo: Malê, 2020.</p><p>GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade negra e formação de</p><p>professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.</p><p>GONZALEZ, Lélia. "A categoria político-cultural de amefricanidade". In: Tempo</p><p>Brasileiro, n. 92/93, 1988.</p><p>RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São</p><p>Paulo: Companhia das Letras, 1995.</p><p>RIBEIRO, Darcy. A educação como instrumento de transformação. In:</p><p>Universidade para quê? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.</p><p>RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.</p><p>9</p><p>RELATÓRIO FINAL DO PROJETO DE INTERVENÇÃO</p><p>A primeira ação de intervenção realizada no âmbito do Projeto “Vozes</p><p>Negras” foi a pesquisa sobre a origem histórica de expressões racistas</p><p>utilizadas de forma acrítica no cotidiano, com produção de cartazes e mídias</p><p>para postagens nas redes sociais. As atividades de pesquisa foram realizadas</p><p>no Laboratório de Informática da escola durante as aulas de Estudos</p><p>Orientados. Com a colaboração dos professores de Língua Portuguesa,</p><p>Práticas Comunicativas Criativas, Artes e Sociologia foram realizadas rodas de</p><p>conversa para debater as expressões encontradas, suas origens e as razões</p><p>para a sua permanência na Língua Portuguesa.</p><p>Os estudantes se engajaram nas pesquisas e na elaboração de cartões</p><p>e imagens para postagens nas redes sociais. A seguir apresentamos alguns</p><p>exemplos:</p><p>Os trabalhos também foram impressos e exibidos em um cartaz durante</p><p>a Semana da Consciência Negra, conforme registro fotográfico abaixo:</p><p>Fonte: acervo da autora.</p><p>A segunda intervenção realizada durante o projeto foi a valorização da</p><p>Slam Poesia, Rap, Hip Hop e Trap como instrumentos de resistência e crítica</p><p>10</p><p>social, culminando na realização de Sarau Cultural com apresentação musical</p><p>e de uma Batalha de Slam.</p><p>Os alunos do 1º ano do Ensino Médio escreveram poesias Slam e os</p><p>alunos do 2º ano do Ensino Médio escreveram a letra e compuseram a melodia</p><p>de uma música para apresentação no Sarau Cultural realizado na Semana da</p><p>Consciência Negra. As poesias e a música emocionaram a comunidade</p><p>escolar, conforme registros fotográficos e textos a seguir:</p><p>Fonte: acervo da autora.</p><p>11</p><p>Tema: Consciência Negra</p><p>Música: Nossa história</p><p>Letra: Thiago Eneas Rocha dos Santos (2º Ano do Ensino</p><p>Médio)</p><p>Somos donos da nossa história</p><p>Nossa cor é sinfonia de luta e glória</p><p>Consciência negra, respeito e igualdade</p><p>Derrubando barreiras, em busca da liberdade</p><p>Nossa pele é nossa identidade</p><p>Negritude pulsando em toda diversidade</p><p>Herança de ancestrais valentes</p><p>Da África ao Brasil, somos sobreviventes</p><p>Revolução nas veias, coragem no olhar</p><p>Pelos nossos direitos, não vamos parar</p><p>Negro é resistência, beleza que contagia</p><p>Exaltando nossa cultura, com orgulho e alegria</p><p>Somos donos da nossa história</p><p>Nossa cor é sinfonia de luta e glória</p><p>Consciência negra, respeito e igualdade</p><p>Derrubando barreiras, em busca da liberdade</p><p>União e empoderamento construindo um futuro melhor</p><p>Quebrando estereótipos, mostrando nosso valor</p><p>Dos quilombos ao movimento negro</p><p>Vamos seguindo em frente, sem medo nem apego</p><p>Somos donos da nossa história</p><p>Nossa cor é sinfonia de luta e glória</p><p>Consciência negra, respeito e igualdade</p><p>Derrubando barreiras, em busca da liberdade</p><p>Negros e negras, força e união</p><p>Na busca por justiça e transformação</p><p>Celebremos nossa africanidade</p><p>Na luta diária contra a desigualdade</p><p>Somos donos da nossa história</p><p>Nossa cor é sinfonia de luta e glória</p><p>Consciência negra, respeito e igualdade</p><p>Derrubando barreiras, em busca da liberdade</p><p>Tema: Desigualdade social e racial.</p><p>Poesia de Isabella Alcantara Gonçalves</p><p>Oliveira (1º Ano do Ensino Médio)</p><p>Vento frio...</p><p>Banco gelado...</p><p>Rua vazia...</p><p>Quem diria que seria encontrado assim?</p><p>Um cenário de filme que ninguém esperou ou</p><p>sequer o ingresso pensou em pagar.</p><p>Local onde as pessoas passam correndo.</p><p>Sem ter qualquer atenção, somente</p><p>implorando e olhe lá</p><p>Vários olham de longe, mas ajudar?</p><p>Uh...passam e fingem que nem gente eu sou.</p><p>Até por que, afinal, é mais fácil me chamar de</p><p>ladrão bandido ou passa fome do que me</p><p>ajudar com um prato de comida na mão.</p><p>Ah! Nessa hora todo mundo some.</p><p>A sociedade está corrompida, as pessoas</p><p>preferem passar tempo em seu celular do que</p><p>com a própria família.</p><p>O tempo passa e pior fica.</p><p>A mesa do jantar já virou decoração.</p><p>Nem uma conversa se tem, nem mesmo no</p><p>balcão.</p><p>Até sinto um aperto no coração!</p><p>Ver pessoas tratando animal melhor do que</p><p>gente.</p><p>Ver comida ser jogada fora por gerentes.</p><p>E até uma criança berrando na ruas por</p><p>apenas ouvir um não.</p><p>Sinto saudades de minha mãezinha.</p><p>Sinto saudades da minha caminha e até</p><p>mesmo do chinelo que eu vestia.</p><p>Mas a vida agora é sofrida e a minha única</p><p>opção é viver nessa pracinha</p><p>Sentindo o vento frio,</p><p>O banco gelado,</p><p>E vendo a rua vazia.</p><p>A última intervenção do Projeto “Vozes Negras”, foi realizada com os</p><p>estudantes do 1º ano do Ensino Médio que participaram de atividades que</p><p>exploraram o conceito de linguagem não verbal através da realização de</p><p>pesquisas sobre moda e cultura afro-brasileira e africana, oficina de costura,</p><p>oficina de finalização de cabelos cacheados e crespos, bem como de ensaio</p><p>fotográfico, com impressão e mostra das fotos durante a Semana da</p><p>Consciência Negra. Concomitantemente, foram realizadas rodas de conversa e</p><p>debates sobre o reconhecimento e valorização do corpo, do vestuário e dos</p><p>penteados, enquanto expressão da resistência da cultura afro-brasileira contra</p><p>o racismo e a marginalização tanto na sociedade, quanto nos meios de</p><p>comunicação de massa.</p><p>Fonte: acervo da autora.</p><p>O projeto "Vozes Negras" representou uma iniciativa essencial para a</p><p>promoção da Consciência Negra e da luta antirracista na escola. Ao integrar a</p><p>pesquisa sobre expressões racistas, a valorização de formas contemporâneas</p><p>de expressão cultural afro-brasileira e o reconhecimento da linguagem não</p><p>verbal, o projeto contribuiu para uma educação mais inclusiva, crítica e</p><p>transformadora. Essa abordagem enriquece a disciplina de Língua Portuguesa,</p><p>fortalecendo o compromisso dos estudantes com a construção de uma</p><p>sociedade mais justa e igualitária, onde a diversidade cultural é reconhecida e</p><p>respeitada. Este projeto também buscou integrar a educação antirracista ao</p><p>currículo de Língua Portuguesa de forma transversal e significativa, com</p><p>abordagem multidisciplinar em diálogo com as disciplinas de Práticas</p><p>Comunicativas Criativas, Artes, Sociologia e Estudos Orientados,</p><p>reconhecendo a escola como um espaço estratégico onde os estudantes têm a</p><p>oportunidade de conhecer, valorizar e expressar a cultura afro-brasileira em</p><p>suas múltiplas dimensões, tornando-se sujeitos críticos, conscientes de sua</p><p>história e comprometidos com a transformação social.</p><p>12</p><p>CARTA DE APRESENTAÇÃO</p><p>Juiz de Fora, 28 de setembro de 2023.</p><p>Ilmo. (a) Sr. (a) Diretor (a)</p><p>André Luís Silva Avelar</p><p>Servimo-nos desta para apresentar o (a) Sr (a). Joyce Keli do Nascimento</p><p>Silva, aluno (a) do (a) Curso de Segunda Licenciatura em Letras – Português /</p><p>Inglês.</p><p>Solicitamos a colaboração de V.Sa. no sentido de que seja autorizada a</p><p>realização das Atividades Práticas nesta Instituição, em cumprimento das</p><p>exigências curriculares, facilitando-lhe a oportunidade de vivenciar a realidade</p><p>educacional, condição imprescindível para futura atuação profissional.</p><p>Sem mais para o momento,</p><p>13</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI</p><p>PRÁTICA PROFISSIONAL</p><p>JUIZ DE FORA</p><p>ELABORAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI</p><p>JOYCE KELI DO NASCIMENTO SILVA</p><p>PRÁTICA PEDAGÓGICA</p><p>PROFISSIONAL</p><p>JUIZ DE FORA</p><p>2024</p><p>Trabalho apresentado a disciplina Prática</p><p>Profissional, do Centro Universitário FAVENI, no</p><p>Curso de Segunda Licenciatura em Letras</p><p>Português/Inglês, como pré-requisito para</p><p>aprovação.</p><p>PROJETO DE INTERVENÇÃO</p><p>1. TÍTULO</p><p>Vozes Negras: Resistência e Identidade na Construção da Consciência</p><p>Afro-brasileira e na Luta Antirracista.</p><p>2. APRESENTAÇÃO</p><p>A educação tem um papel fundamental na promoção da equidade e no</p><p>combate ao racismo estrutural presente na sociedade brasileira. A disciplina de</p><p>Língua Portuguesa, por sua natureza multidimensional, oferece um espaço</p><p>privilegiado para discutir e valorizar a cultura afro-brasileira, desconstruir</p><p>preconceitos e fomentar a consciência crítica entre os estudantes. Este projeto</p><p>de intervenção visa, portanto, utilizar a linguagem verbal e não verbal como</p><p>ferramentas de empoderamento e resistência, contribuindo para a formação de</p><p>cidadãos conscientes e atuantes na luta antirracista, promovendo uma</p><p>educação inclusiva e crítica, valorizando a cultura afro-brasileira e combatendo</p><p>o racismo no ambiente escolar.</p><p>Este projeto reconhece a importância de integrar a consciência negra, a</p><p>resistência ao racismo e a valorização da identidade afro-brasileira no currículo</p><p>escolar, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes e engajados na</p><p>construção de uma sociedade mais justa e igualitária.</p><p>Como afirma Silvio Almeida, "o racismo não é um problema individual,</p><p>mas uma questão estrutural que permeia todas as esferas da sociedade"</p><p>(ALMEIDA, 2019). Nesse sentido, é imprescindível que a escola aborde de</p><p>forma intencional e sistemática as manifestações culturais e históricas da</p><p>população negra, promovendo o reconhecimento e a valorização de suas</p><p>contribuições para a construção da identidade brasileira.</p><p>Sueli Carneiro (1988) também enfatiza que “a educação é um</p><p>instrumento de transformação social” e destaca a necessidade de “desconstruir</p><p>preconceitos e estereótipos para promover a igualdade racial.”</p><p>A relevância social e acadêmica deste projeto se relaciona à promoção</p><p>da consciência histórica e cultural atrelada à compreensão das raízes e das</p><p>consequências do racismo, bem como à valorização as contribuições afro-</p><p>brasileiras para a cultura nacional. Nesse sentido, Darcy Ribeiro (1995)</p><p>4</p><p>esclarece que “a cultura é a expressão da identidade de um povo” e que “as</p><p>manifestações culturais contemporâneas, como o rap e o hip hop, são</p><p>essenciais para a resistência e afirmação da identidade negra.”</p><p>Sendo assim, este projeto visa estimular tal consciência através do</p><p>fomento à expressão e criatividade dos estudantes do 1º e 2º ano do Ensino</p><p>Médio da Escola Estadual Deputado Olavo Costa, localizada na cidade de Juiz</p><p>de Fora, Minas Gerais, utilizando formas contemporâneas de expressão</p><p>artística, como a Slam poesia, o Rap, o Hip Hop e o Trap, para explorar temas</p><p>de resistência e identidade. A escolha do local e do público-alvo do projeto de</p><p>intervenção se justifica devido ao fato da referida escola antender em sua</p><p>maioria crianças e adolescentes negros e moradores de bairros com perfil</p><p>socioeconômico marcado por grande vulnerabilidade.</p><p>Atuando como professora da disciplina “Estudos Orientados”, com carga</p><p>horária semanal de 10 horas-aula, será possível realizar a articulação do</p><p>presente projeto junto à equipe</p><p>técnico-pedagógica e junto aos docentes da</p><p>disciplina de Língua e Literatura Portuguesa, Práticas Comunicativas Criativas,</p><p>Artes e Sociologia.</p><p>Além disso, a atuação conjunta dos professores das referidas disciplinas</p><p>buscará conscientizar sobre as origens de expressões racistas utilizadas</p><p>acriticamente no cotidiano e reconhecer o papel da linguagem não verbal na</p><p>valorização das expressões corporais, vestimentas e penteados afro-brasileiros</p><p>como manifestações culturais significativas e formas de resistência. Sobre isso,</p><p>Conceição Evaristo (2011) destaca que “a linguagem não é apenas verbal; o</p><p>corpo também fala e expressa resistências, histórias e identidades que muitas</p><p>vezes são silenciadas.”</p><p>3. OBJETIVOS</p><p>Objetivo Geral - Promover a consciência crítica sobre o racismo e suas</p><p>manifestações na língua e na cultura.</p><p>Objetivos Específicos:</p><p>1. Valorizar e difundir expressões culturais afro-brasileiras como formas de</p><p>resistência e afirmação identitária.</p><p>2. Desenvolver nos estudantes a capacidade de reconhecer e combater</p><p>expressões e práticas racistas presentes no cotidiano.</p><p>5</p><p>3. Incentivar a apreciação e produção de manifestações artísticas que</p><p>expressem a diversidade e riqueza da cultura negra.</p><p>4. METODOLOGIA</p><p>O projeto de intervenção articulará metodologias ativas no processo de</p><p>ensino-aprendizagem visando o alcance do objetivos propostos, através do</p><p>desenvolvimento de três ações: 1) Pesquisa sobre a origem histórica de</p><p>expressões racistas utilizadas de forma acrítica no cotidiano; 2) valorização da</p><p>Slam Poesia, Rap, Hip Hop e Trap como instrumentos de resistência e crítica</p><p>social e 3) exploração da linguagem não verbal com oficina e ensaio</p><p>fotográfico que reconheça a resistência do corpo, do vestuário e dos penteados</p><p>afro-brasileiros.</p><p>Para a pesquisa sobre a origem histórica de expressões racistas</p><p>utilizadas de forma acrítica no cotidiano os estudantes realizarão um estudo</p><p>investigativo no laboratório de informática acerca de expressões e palavras de</p><p>cunho racista que são utilizadas de forma corriqueira na língua portuguesa,</p><p>muitas vezes sem a consciência de sua origem e carga discriminatória. Como</p><p>metodologia, os discente realizarão o levantamento de expressões comuns e</p><p>análise etimológica de cada uma através de pesquisas na internet, com o</p><p>posterior debate em sala de aula sobre o impacto dessas expressões na</p><p>perpetuação do racismo, bem como com a produção de materiais informativos,</p><p>como cartazes e mídias para postagens nas redes sociais, a fim de promover</p><p>conscientização da comunidade escolar.</p><p>Esta ação se justifica, pois de acordo com Nilma Lino Gomes, "a</p><p>linguagem é um dos instrumentos pelos quais o racismo se manifesta e se</p><p>perpetua, sendo necessário desvelar e desconstruir essas práticas para</p><p>promover uma educação verdadeiramente inclusiva" (GOMES, 2012).</p><p>Para a valorização da Slam Poesia, do Rap, do Hip Hop e do Trap como</p><p>instrumentos de resistência e crítica social, os estudantes realizarão uma</p><p>pesquisa explorativa com análise de diferentes manifestações artísticas de</p><p>origem afrodescendente, compreendendo seu papel histórico e contemporâneo</p><p>como formas de protesto, resistência e afirmação da identidade negra. Como</p><p>metodologia, os estudantes realizarão o estudo de letras de músicas e poesias</p><p>produzidas por artistas negros, destacando temas como desigualdade, racismo</p><p>6</p><p>e identidade cultural; participarão de oficinas de criação literária e musical,</p><p>incentivando os estudantes a expressarem suas percepções e experiências por</p><p>meio dessas linguagens artísticas e organizarão um Sarau Cultural ou Batalha</p><p>de Slam na escola, promovendo a expressão artística e o protagonismo</p><p>estudantil.</p><p>Conforme expressa Lélia Gonzalez, "a cultura negra sempre encontrou</p><p>na arte uma forma poderosa de resistência e reconstrução identitária,</p><p>desafiando as estruturas opressoras e reivindicando seu espaço na sociedade"</p><p>(GONZALEZ, 1988), motivo pelo qual deve ser acolhida também no espaço</p><p>escolar.</p><p>Por fim, como última ação proposta será realizado um estudo para a</p><p>valorização das expressões culturais não verbais da população afro-brasileira,</p><p>reconhecendo nelas importantes símbolos de identidade e resistência histórica.</p><p>A exploração da linguagem não verbal será desenvolvida através de</p><p>oficina sobre modelagem de cabelos crespos e cacheados e de oficina de</p><p>confecção de roupas com inspiração étnica, que culminarão na realização de</p><p>ensaio e exposição fotográfica que reconheça a resistência do corpo, do</p><p>vestuário e dos penteados afro-brasileiros. Como metodologia, os estudantes</p><p>serão orientados a realizar pesquisa sobre a história e o significado de estilos</p><p>de vestuário e penteados tradicionais africanos e afro-brasileiros como</p><p>preparação para a realização de atividades práticas como oficinas de cabelo e</p><p>de costura de moda afro, possibilitando a vivência e experimentação dessas</p><p>expressões culturais.</p><p>A importância dessa ação está no fato de que "o corpo negro é político e</p><p>carrega em si marcas de resistência e afirmação que precisam ser</p><p>reconhecidas e respeitadas na sociedade" (RIBEIRO, 2017).</p><p>A avaliação do projeto de intervenção será contínua e formativa,</p><p>considerando a participação ativa dos estudantes nas atividades propostas, a</p><p>qualidade das produções realizadas e as reflexões desenvolvidas ao longo do</p><p>processo. Serão utilizados instrumentos como portfólios, autoavaliações,</p><p>feedbacks coletivos e observações sistemáticas do engajamento e</p><p>desenvolvimento dos alunos.</p><p>7</p><p>5. CRONOGRAMA</p><p>O que fazer? Quando Fazer? Datas: Responsáveis:</p><p>1) Pesquisa sobre a origem</p><p>histórica de expressões</p><p>racistas utilizadas de forma</p><p>acrítica no cotidiano, com</p><p>produção de cartazes e</p><p>mídias para postagens nas</p><p>redes sociais.</p><p>Pesquisas, rodas de conversa,</p><p>e produção de trabalhos pelos</p><p>alunos – De 16/10/2023 a</p><p>31/10/2023.</p><p>Professora de Estudos</p><p>Orientados, em</p><p>colaboração com os</p><p>professores de Língua e</p><p>Literatura Portuguesa,</p><p>Práticas Comunicativas</p><p>Criativas, Artes e</p><p>Sociologia.</p><p>2) Valorização da Slam</p><p>Poesia, Rap, Hip Hop e</p><p>Trap como instrumentos de</p><p>resistência e crítica social,</p><p>culminando na realização</p><p>de Sarau Cultural com</p><p>apresentação de Slam.</p><p>Pesquisas, rodas de conversa,</p><p>oficinas e produção de</p><p>trabalhos pelos alunos – De</p><p>31/10/2023 a 17/11/2023.</p><p>Apresentação dos trabalhos –</p><p>Semana da Consciência</p><p>Negra de 20/11/2023 a</p><p>24/11/2023.</p><p>Professora de Estudos</p><p>Orientados, em</p><p>colaboração com os</p><p>professores de Língua e</p><p>Literatura Portuguesa,</p><p>Práticas Comunicativas</p><p>Criativas, Artes e</p><p>Sociologia.</p><p>3) Exploração da linguagem</p><p>não verbal com oficina e</p><p>ensaio fotográfico que</p><p>reconheça a resistência do</p><p>corpo, do vestuário e dos</p><p>penteados afro-brasileiros.</p><p>Pesquisas, rodas de conversa,</p><p>oficinas e produção de roupas</p><p>com os alunos – De</p><p>31/10/2023 a 17/11/2023.</p><p>Realização de Ensaio</p><p>fotográfico – 13/11/2023 a</p><p>17/11/2023.</p><p>Exposição fotográfica –</p><p>Semana da Consciência</p><p>Negra de 20/11/2023 a</p><p>24/11/2023.</p><p>Professora de Estudos</p><p>Orientados, em</p><p>colaboração com os</p><p>professores de Língua e</p><p>Literatura Portuguesa,</p><p>Práticas Comunicativas</p><p>Criativas, Artes e</p><p>Sociologia.</p><p>6. RECURSOS NECESSÁRIOS</p><p> Reserva do Laboratório de Informática.</p><p> Notebook e projetor.</p><p> Cartolinas, folhas coloridas, tintas, gliter e impressões.</p><p> Máquina fotográfica, papel fotográfico e impressora.</p><p> Tecidos com estampas étnicas, cremes para finalização de cabelhos</p><p>crespos e cacheados.</p><p> Violão, caixa de som e microfones.</p><p>8</p><p>7. RESULTADOS ESPERADOS</p><p>Dentre os resultados esperados estão: 1) o aumento da consciência</p><p>crítica dos estudantes acerca do racismo e suas manifestações na linguagem e</p><p>cultura; 2) a maior valorização e reconhecimento</p><p>das contribuições afro-</p><p>brasileiras para a identidade nacional; 3) o desenvolvimento de competências</p><p>linguísticas e artísticas por meio da produção e análise de diferentes gêneros</p><p>textuais e manifestações culturais e 4) o fortalecimento do respeito à</p><p>diversidade e promoção de uma cultura escolar mais inclusiva e antirracista.</p><p>8. REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.</p><p>CARNEIRO, Sueli. "A construção do outro como não-ser como fundamento do</p><p>ser." In: Cadernos de Pesquisa, n. 80, p. 127-133, 1992.</p><p>CARNEIRO, Sueli. "Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na</p><p>América Latina a partir de uma perspectiva de gênero." In: As várias faces da</p><p>violência de gênero. Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, p. 49-</p><p>58, 2003.</p><p>EVARISTO, Conceição. Olhos d'água. São Paulo: Pallas Editora, 2015.</p><p>EVARISTO, Conceição. "Literatura negra: uma poética de nossa afro-</p><p>brasilidade." In: Escritos de uma vida. São Paulo: Malê, 2020.</p><p>GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade negra e formação de</p><p>professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.</p><p>GONZALEZ, Lélia. "A categoria político-cultural de amefricanidade". In: Tempo</p><p>Brasileiro, n. 92/93, 1988.</p><p>RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São</p><p>Paulo: Companhia das Letras, 1995.</p><p>RIBEIRO, Darcy. A educação como instrumento de transformação. In:</p><p>Universidade para quê? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.</p><p>RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.</p><p>9</p><p>RELATÓRIO FINAL DO PROJETO DE INTERVENÇÃO</p><p>A primeira ação de intervenção realizada no âmbito do Projeto “Vozes</p><p>Negras” foi a pesquisa sobre a origem histórica de expressões racistas</p><p>utilizadas de forma acrítica no cotidiano, com produção de cartazes e mídias</p><p>para postagens nas redes sociais. As atividades de pesquisa foram realizadas</p><p>no Laboratório de Informática da escola durante as aulas de Estudos</p><p>Orientados. Com a colaboração dos professores de Língua Portuguesa,</p><p>Práticas Comunicativas Criativas, Artes e Sociologia foram realizadas rodas de</p><p>conversa para debater as expressões encontradas, suas origens e as razões</p><p>para a sua permanência na Língua Portuguesa.</p><p>Os estudantes se engajaram nas pesquisas e na elaboração de cartões</p><p>e imagens para postagens nas redes sociais. A seguir apresentamos alguns</p><p>exemplos:</p><p>Os trabalhos também foram impressos e exibidos em um cartaz durante</p><p>a Semana da Consciência Negra, conforme registro fotográfico abaixo:</p><p>Fonte: acervo da autora.</p><p>A segunda intervenção realizada durante o projeto foi a valorização da</p><p>Slam Poesia, Rap, Hip Hop e Trap como instrumentos de resistência e crítica</p><p>social, culminando na realização de Sarau Cultural com apresentação musical</p><p>e de uma Batalha de Slam.</p><p>10</p><p>Os alunos do 1º ano do Ensino Médio escreveram poesias Slam e os</p><p>alunos do 2º ano do Ensino Médio escreveram a letra e compuseram a melodia</p><p>de uma música para apresentação no Sarau Cultural realizado na Semana da</p><p>Consciência Negra. As poesias e a música emocionaram a comunidade</p><p>escolar, conforme registros fotográficos e textos a seguir:</p><p>Fonte: acervo da autora.</p><p>11</p><p>Tema: Consciência Negra</p><p>Música: Nossa história</p><p>Letra: Thiago Eneas Rocha dos Santos (2º Ano do Ensino</p><p>Médio)</p><p>Somos donos da nossa história</p><p>Nossa cor é sinfonia de luta e glória</p><p>Consciência negra, respeito e igualdade</p><p>Derrubando barreiras, em busca da liberdade</p><p>Nossa pele é nossa identidade</p><p>Negritude pulsando em toda diversidade</p><p>Herança de ancestrais valentes</p><p>Da África ao Brasil, somos sobreviventes</p><p>Revolução nas veias, coragem no olhar</p><p>Pelos nossos direitos, não vamos parar</p><p>Negro é resistência, beleza que contagia</p><p>Exaltando nossa cultura, com orgulho e alegria</p><p>Somos donos da nossa história</p><p>Nossa cor é sinfonia de luta e glória</p><p>Consciência negra, respeito e igualdade</p><p>Derrubando barreiras, em busca da liberdade</p><p>União e empoderamento construindo um futuro melhor</p><p>Quebrando estereótipos, mostrando nosso valor</p><p>Dos quilombos ao movimento negro</p><p>Vamos seguindo em frente, sem medo nem apego</p><p>Somos donos da nossa história</p><p>Nossa cor é sinfonia de luta e glória</p><p>Consciência negra, respeito e igualdade</p><p>Derrubando barreiras, em busca da liberdade</p><p>Negros e negras, força e união</p><p>Na busca por justiça e transformação</p><p>Celebremos nossa africanidade</p><p>Na luta diária contra a desigualdade</p><p>Somos donos da nossa história</p><p>Nossa cor é sinfonia de luta e glória</p><p>Consciência negra, respeito e igualdade</p><p>Derrubando barreiras, em busca da liberdade</p><p>Tema: Desigualdade social e racial.</p><p>Poesia de Isabella Alcantara Gonçalves</p><p>Oliveira (1º Ano do Ensino Médio)</p><p>Vento frio...</p><p>Banco gelado...</p><p>Rua vazia...</p><p>Quem diria que seria encontrado assim?</p><p>Um cenário de filme que ninguém esperou ou</p><p>sequer o ingresso pensou em pagar.</p><p>Local onde as pessoas passam correndo.</p><p>Sem ter qualquer atenção, somente</p><p>implorando e olhe lá</p><p>Vários olham de longe, mas ajudar?</p><p>Uh...passam e fingem que nem gente eu sou.</p><p>Até por que, afinal, é mais fácil me chamar de</p><p>ladrão bandido ou passa fome do que me</p><p>ajudar com um prato de comida na mão.</p><p>Ah! Nessa hora todo mundo some.</p><p>A sociedade está corrompida, as pessoas</p><p>preferem passar tempo em seu celular do que</p><p>com a própria família.</p><p>O tempo passa e pior fica.</p><p>A mesa do jantar já virou decoração.</p><p>Nem uma conversa se tem, nem mesmo no</p><p>balcão.</p><p>Até sinto um aperto no coração!</p><p>Ver pessoas tratando animal melhor do que</p><p>gente.</p><p>Ver comida ser jogada fora por gerentes.</p><p>E até uma criança berrando na ruas por</p><p>apenas ouvir um não.</p><p>Sinto saudades de minha mãezinha.</p><p>Sinto saudades da minha caminha e até</p><p>mesmo do chinelo que eu vestia.</p><p>Mas a vida agora é sofrida e a minha única</p><p>opção é viver nessa pracinha</p><p>Sentindo o vento frio,</p><p>O banco gelado,</p><p>E vendo a rua vazia.</p><p>A última intervenção do Projeto “Vozes Negras”, foi realizada com os</p><p>estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental que participaram de atividades</p><p>que exploraram o conceito de linguagem não verbal através da realização de</p><p>pesquisas sobre moda e cultura afro-brasileira e africana, oficina de costura,</p><p>oficina de finalização de cabelos cacheados e crespos, bem como de ensaio</p><p>fotográfico, com impressão e mostra das fotos durante a Semana da</p><p>Consciência Negra. Concomitantemente, foram realizadas rodas de conversa e</p><p>debates sobre o reconhecimento e valorização do corpo, do vestuário e dos</p><p>penteados, enquanto expressão da resistência da cultura afro-brasileira contra</p><p>o racismo e a marginalização tanto na sociedade, quanto nos meios de</p><p>comunicação de massa.</p><p>Fonte: acervo da autora.</p><p>O projeto "Vozes Negras" representou uma iniciativa essencial para a</p><p>promoção da Consciência Negra e da luta antirracista na escola. Ao integrar a</p><p>pesquisa sobre expressões racistas, a valorização de formas contemporâneas</p><p>de expressão cultural afro-brasileira e o reconhecimento da linguagem não</p><p>verbal, o projeto contribuiu para uma educação mais inclusiva, crítica e</p><p>transformadora. Essa abordagem enriquece a disciplina de Língua Portuguesa,</p><p>fortalecendo o compromisso dos estudantes com a construção de uma</p><p>sociedade mais justa e igualitária, onde a diversidade cultural é reconhecida e</p><p>respeitada. Este projeto também buscou integrar a educação antirracista ao</p><p>currículo de Língua Portuguesa de forma transversal e significativa, com</p><p>abordagem multidisciplinar em diálogo com as disciplinas de Práticas</p><p>Comunicativas Criativas, Artes, Sociologia e Estudos Orientados,</p><p>reconhecendo a escola como um espaço estratégico onde os estudantes têm a</p><p>oportunidade de conhecer, valorizar e expressar a cultura afro-brasileira em</p><p>suas múltiplas dimensões, tornando-se sujeitos críticos, conscientes de sua</p><p>história e comprometidos com a transformação social.</p><p>12</p><p>CARTA DE APRESENTAÇÃO</p><p>Juiz de Fora, 28 de setembro de 2023.</p><p>Ilmo. (a) Sr. (a) Diretor (a)</p><p>André Luís Silva Avelar</p><p>Servimo-nos</p><p>desta para apresentar o (a) Sr (a). Joyce Keli do Nascimento</p><p>Silva, aluno (a) do (a) Curso de Segunda Licenciatura em Letras – Português /</p><p>Inglês.</p><p>Solicitamos a colaboração de V.Sa. no sentido de que seja autorizada a</p><p>realização das Atividades Práticas nesta Instituição, em cumprimento das</p><p>exigências curriculares, facilitando-lhe a oportunidade de vivenciar a realidade</p><p>educacional, condição imprescindível para futura atuação profissional.</p><p>Sem mais para o momento,</p><p>13</p><p>SiTARIO</p><p>KFAVENI</p><p>Declaramos</p><p>no</p><p>DECLARAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO</p><p>mes</p><p>para</p><p>de</p><p>devido</p><p>André Luis Siva Avelar</p><p>portador</p><p>DIRETOR</p><p>MASP 1.096.167-1- MG 20082019</p><p>Carimbo do responsável</p><p>(Diretor (a), Vice-dretor (a) ou Coordenador)</p><p>inscrito (a) no</p><p>(a)</p><p>n° 25659realizou a Prática Pedagógica nos dia (S) a O</p><p>ou Número da portaria 13.02?.21Q00-Q5</p><p>fins</p><p>do</p><p>Assinatura por extenso do (á) responsável da instituição.</p><p>de 20 S</p><p>que</p><p>CPF</p><p>RG</p><p>Carimbo oficial da instituição</p><p>na</p><p>CNPJ</p><p>E. E Deetado Qlavo Costa-R (04582</p><p>14Séne -Instalação 15/02/65-MG 20/0455</p><p>Nof termos dos Decretos n 6564 de 02/055 a</p><p>n 6689 de 20/09/62</p><p>58 Sánie- Rosol. SEE n603387 de 14/0/87</p><p>Engno Médio-Portara SEE n 800/95 de 08/0F95</p><p>Rud Mana Geralda de Fratas, s/n -Monte Cafte aftelo</p><p>Juz de Fora -MG -Telefone (32) 32214265</p>