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1 PLANO DE AULA/AÇÃO 1. DADOS DO ESTUDANTE Nome: Edvaldo Gomes RU: 3989580 Curso: Licenciatura em História Polo: Santos-SP 2. IDENTIFICAÇÃO Local: Projeto Cultura de Rua Disciplina: Licenciatura em História Ano/série ou idade: 13/14 anos 3. CONTEÚDO DA AULA ou PROJETO DE ENSINO O conteúdo a ser trabalhado nesta ação pedagógica aborda a valorização das culturas afro-brasileira e indígena, os movimentos sociais e a memória local. O objetivo central é proporcionar aos adolescentes participantes do Projeto Cultura de Rua o contato com histórias e vivências historicamente marginalizadas pelos currículos escolares tradicionais. Por meio de metodologias ativas e participativas, busca-se fomentar uma educação para a cidadania que estimule o pensamento crítico, a empatia e o reconhecimento das diversas identidades que compõem a formação histórica e cultural do Brasil. A abordagem será pautada no reconhecimento da pluralidade étnica e cultural do país, estabelecendo conexões entre os conteúdos escolares e as experiências pessoais dos adolescentes. Serão explorados temas como escravidão, resistências negras, povos originários, movimentos sociais contemporâneos e cultura periférica urbana, dentro de uma perspectiva histórica contextualizada e significativa. A proposta inclui atividades práticas como murais, rodas de conversa e jogos educativos, que permitirão aos participantes o acesso ao conhecimento histórico e sua reelaboração em linguagens expressivas e identitárias. 2 4. OBJETIVOS Este plano de aula tem como principal objetivo oferecer aos adolescentes atendidos pelo Projeto Cultura de Rua uma oportunidade de reconhecer, valorizar e refletir sobre as contribuições históricas das culturas afro-brasileira e indígena, além de compreenderem o papel transformador dos movimentos sociais na luta por direitos. 1-Promover o reconhecimento e a valorização das culturas afro-brasileira e indígena como componentes fundamentais da formação da identidade nacional, destacando sua importância histórica, social e cultural. Este objetivo busca combater o apagamento histórico dessas populações e fortalecer o sentimento de pertencimento e respeito à diversidade étnico-racial entre os adolescentes. 2-Refletir criticamente sobre o papel dos movimentos sociais na transformação da sociedade brasileira, apresentando aos alunos personagens e coletivos históricos que atuaram na conquista de direitos civis, políticos e sociais. O objetivo é estimular nos adolescentes uma consciência cidadã, crítica e ativa, por meio do entendimento de que as mudanças sociais decorrem da mobilização e resistência dos povos. 3-Desenvolver habilidades de expressão, criatividade e análise crítica por meio de atividades práticas como produção de murais, uso de cartas educativas e rodas de conversa. Essas práticas pedagógicas têm como intuito não apenas fixar o conteúdo histórico, mas também favorecer a construção de um espaço de escuta, expressão individual e cooperação, onde os alunos possam se reconhecer como sujeitos históricos e sociais capazes de transformar a realidade em que vivem. Esses objetivos estão alinhados com os princípios da educação antirracista, democrática e inclusiva, conforme previsto na legislação brasileira e nas diretrizes curriculares para o ensino de História. Além de trabalhar conteúdos escolares obrigatórios, essa proposta visa contribuir para a formação de cidadãos mais conscientes, empáticos e comprometidos com a construção de uma sociedade plural e igualitária. 5. SÍNTESE DO ASSUNTO (pressupostos teóricos do conteúdo) 3 A escolha do tema central deste plano de aula está profundamente ligada à necessidade de promover uma educação antirracista, plural e inclusiva. Considerando o contexto do Projeto Cultura de Rua, que atende adolescentes em situação de vulnerabilidade social, é fundamental desenvolver ações que fortaleçam a autoestima, o reconhecimento de suas origens e o protagonismo juvenil. Os pressupostos teóricos estão ancorados em autores que discutem a história a partir de uma perspectiva decolonial e de resistência. Kabengele Munanga (2004) defende a desconstrução do mito da democracia racial e propõe uma educação que valorize a identidade negra como parte fundamental da formação brasileira. Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (2005), uma das principais defensoras da Lei 10.639/2003, argumenta que é papel da escola e dos educadores incluir conteúdos que abordem a história e cultura afro- brasileira, promovendo igualdade e justiça social. Já Maria Célia Marcondes Gonçalves (2017) discute a história dos povos indígenas e sua resistência cultural, destacando a importância da valorização das epistemologias indígenas no contexto educacional. Assim, o plano se fundamenta em uma proposta pedagógica crítica e libertadora, que considera a história não apenas como conhecimento teórico, mas como ferramenta de transformação social e reconhecimento das identidades culturais. 6. DESENVOLVIMENTO DA AULA OU DO PROJETO (introdução, desenvolvimento e encerramento, em formato texto detalhado). A aula será organizada em três momentos: introdução, desenvolvimento e encerramento, voltados para adolescentes de 13 a 14 anos atendidos pelo Projeto Cultura de Rua (PROCURU). Na introdução, será realizada uma roda de conversa informal e acolhedora, com o objetivo de ouvir os conhecimentos prévios dos alunos sobre as culturas afro-brasileira e indígena, bem como sobre movimentos sociais e sua relação com a história local. Para tornar esse momento mais significativo, o educador poderá utilizar imagens e 4 objetos simbólicos (como artesanatos indígenas e elementos da cultura afro-brasileira) para provocar o diálogo. Esse momento inicial é essencial para estabelecer vínculos e criar um ambiente de confiança e respeito à diversidade. Na etapa de desenvolvimento, serão realizadas três atividades principais. Primeiro, os alunos produzirão um mural coletivo com recortes de imagens, frases, colagens e desenhos sobre os temas abordados. Os materiais serão previamente organizados e disponibilizados, como revistas, papéis coloridos, cartolinas, lápis de cor, tesouras e colas. Em seguida, será realizada uma dinâmica com cartas educativas, contendo perguntas e provocações sobre lideranças afro e indígenas, movimentos sociais históricos e suas conquistas. A dinâmica será feita em grupos pequenos, estimulando o trabalho colaborativo. Por fim, será exibida uma sequência de vídeos curtos e documentários sobre figuras históricas como Zumbi dos Palmares, Marielle Franco, Dandara e Ailton Krenak. Após cada vídeo, será promovido um debate guiado pelo educador, incentivando os alunos a relacionarem as histórias assistidas com suas realidades. No encerramento, os alunos serão convidados a escrever uma breve reflexão com o tema “O que aprendi sobre minha história hoje?”, utilizando papel sulfite e lápis. Em seguida, será feita uma roda de partilha onde os estudantes poderão, voluntariamente, ler suas produções. A aula será finalizada a valorizando as falas dos alunos e reforçando a importância de conhecer e respeitar a diversidade cultural brasileira.Todo o percurso da aula será registrado, e também elaborará posteriormente um relatório reflexivo, 7. RECURSOS Serão utilizados recursos tecnológicos como projetor multimídia, notebook, internet e caixas de som para exibição dos vídeos. Além disso, serão empregados recursos didáticos como cartolinas, canetas coloridas, tesoura, cola, imagens impressas, folhas sulfite e jogo de cartas temáticas. Os materiais 5 serão tanto produzidos pelo educador quanto pelos próprios estudantes, como no caso do mural coletivo e das cartas complementares. O mural será afixado em local visível no espaço do projeto,tornando-se um registro físico e simbólico da experiência educativa vivida. A proposta também inclui a utilização de recursos de linguagem oral e escrita como instrumentos de expressão e análise crítica. 8. REFERÊNCIAS GONÇALVES, Maria Célia Marcondes. História indígena: cultura, resistência e educação escolar. São Paulo: Contexto, 2017. MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Petrópolis: Vozes, 2004. SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e. Educação das relações étnico-raciais no Brasil: enfrentamentos e desafios. Brasília: MEC/SECAD, 2005. Essas referências seguem rigorosamente a norma da ABNT NBR 6023:2018, apresentando os elementos obrigatórios: SOBRENOME, Nome. Título da obra: subtítulo (se houver). Cidade: Editora, ano. Se quiser, posso complementar com outras obras correlatas sobre educação antirracista e movimentos sociais.