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<p>SISTEMA DE ENSINO</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Parte Geral – III</p><p>Livro Eletrônico</p><p>2 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Sumário</p><p>Apresentação .................................................................................................................3</p><p>Parte Geral – III ...............................................................................................................4</p><p>1. Direitos da Personalidade ...........................................................................................4</p><p>2. Pessoas Jurídicas ....................................................................................................... 7</p><p>2.1. Pressupostos Existenciais e Teorias ......................................................................... 7</p><p>2.2. Surgimento da Pessoa Jurídica ................................................................................9</p><p>2.3. Espécies de Pessoa Jurídica .................................................................................. 10</p><p>2.4. Situações Especiais ............................................................................................... 14</p><p>2.5. Classificação das Pessoas Jurídicas quanto à Estrutura ........................................ 18</p><p>2.6. Representação das Pessoas Jurídicas ................................................................... 18</p><p>2.7. Caso da Sociedade Anônima: Adoção da Teoria da Aparência ................................ 19</p><p>2.8. Efeitos do Registro ............................................................................................... 20</p><p>2.9. Desconsideração da Personalidade Jurídica ......................................................... 20</p><p>2.10. Extinção da Pessoa Jurídica ................................................................................ 28</p><p>2.11. Direitos da Personalidade da Pessoa Jurídica ....................................................... 30</p><p>Resumo ........................................................................................................................ 31</p><p>Questões de Concurso ..................................................................................................35</p><p>Gabarito .......................................................................................................................44</p><p>Gabarito Comentado .....................................................................................................45</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>3 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>ApresentAção</p><p>Olá, amigo(a)!</p><p>Agora, vamos falar sobre direitos da personalidade e de pessoas jurídicas. Prepare-se, por-</p><p>que eu pretendo aprofundar naquilo que é importante para você passar e ser nomeado no</p><p>concurso!</p><p>Vamos em frente!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>4 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>PARTE GERAL – III</p><p>1. Direitos DA personAliDADe</p><p>Aluno(a), há muita gente que não tem dinheiro e nenhum outro patrimônio material. Qual-</p><p>quer um, porém, tem algo valiosíssimo: os direitos da personalidade, como a honra, a  ima-</p><p>gem etc.</p><p>O Código Civil trata da matéria a partir do art. 11. Vale a pena conferir os dispositivos. Aqui,</p><p>vamos tratar dos aspectos principais que são cobrados em prova. E, para começar, quero que</p><p>você resolva esta questão:</p><p>Questão 1 (FCC/TRT-18ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Os direitos da personalidade;</p><p>a) garantem, como regra, a inviolabilidade da vida privada.</p><p>b) extinguem-se nos casos em que a pessoa não possa mais exprimir sua vontade.</p><p>c) permitem a disposição gratuita do próprio corpo, com fins altruísticos, para depois da morte,</p><p>mas impedem a revogação, em vida, de tal liberalidade.</p><p>d) autorizam o uso do nome alheio em propaganda comercial, não sendo necessário obter o</p><p>consentimento quando se tratar de figura pública.</p><p>e) são, em regra, transmissíveis, embora irrenunciáveis.1</p><p>Os direitos da personalidade são direitos existenciais, ou seja, são direitos inerentes à con-</p><p>dição de pessoa. O  titular desse direito coincide com o seu objeto: a pessoa é titular de si</p><p>mesma (o que abrange o próprio corpo e os elementos imateriais que a compõe, como a honra,</p><p>a imagem etc.). Não há um catálogo exaustivo de direitos da personalidade (não há rol de ti-</p><p>pologia de “numerus clausus”), pois, com base nos princípios constitucionais e nas constantes</p><p>mudanças sociais, novos direitos da personalidade podem ser identificados.</p><p>1 Letra a.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>5 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Por ser inerente à condição de pessoa, os direitos da personalidade possuem estas</p><p>características, as quais são inferidas do art. 11 do CC e dos princípios gerais do orde-</p><p>namento: indisponibilidade (o titular não pode abrir mão deles), inalienabilidade (titular</p><p>não pode transferir a terceiros), imprescritibilidade (não há perda nem aquisição pelo</p><p>transcurso do tempo), insuscetibilidade de limitação voluntária (titular não pode restringir</p><p>o próprio direito da personalidade), vitaliciedade (acompanham a pessoa durante toda a</p><p>sua vida), oponibilidade erga omnes (são direitos absolutos e, portanto, toda a coletivida-</p><p>de deve respeitá-los).</p><p>Há, porém, exceções a algumas dessas características quando houver lei ou suporte</p><p>principiológico. Há diversas normas legais que flexibilizam essas características, a exem-</p><p>plo da possibilidade de doação gratuita de órgãos após a morte (art. 14, CC) e, se não</p><p>houver riscos à saúde, em vida (observada, neste caso, a Lei n. 9.434/1997). Além disso,</p><p>ainda que não haja permissão legal expressa, é viável a flexibilização das características</p><p>quando houver suporte principiológico. E haverá esse suporte quando a limitação volun-</p><p>tária ao direito da personalidade for exercida sem abuso de direito e em compatibilidade</p><p>com a boa-fé e os bons costumes, conforme enunciado 139/JDC. Em regra, a  limitação</p><p>aos direitos da personalidade não deve ser geral nem permanente, consoante enunciado</p><p>4/JDC. Assim, por exemplo, embora não haja previsão legal expressa, qualquer pessoa</p><p>pode fazer tatuagem e furar a orelha para colocar o brinco, porque isso atende ao suporte</p><p>principiológico retrocitado. Há, porém, situações mais complexas, como, por exemplo,</p><p>a relativa à possibilidade de cirurgia de transgenitalização com mudança de nome e de</p><p>sexo nos registros públicos. O  STJ é pacífico em admitir essa prática e autoriza que a</p><p>pessoa obtenha um novo assento de nascimento contendo novo nome e novo sexo com</p><p>direito a não divulgação dessa mudança nas certidões expedidas (STJ, REsp 737.993/MG,</p><p>4ª T., Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe 18/12/2009).</p><p>E quanto ao morto? Ele tem direitos da personalidade? Seria possível que alguém tire uma</p><p>“selfie” de um cadáver e expor nas redes sociais?</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização</p><p>devem ser</p><p>protegidos. A proteção desses direitos deve ser pleiteada por seus familiares nos ter-</p><p>mos do parágrafo único do art. 12 e do parágrafo único do art. 20 do CC;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>32 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>• Proteção dos direitos da personalidade: (1) tutela de obrigação de fazer ou de não fazer;</p><p>(2) indenização por dano moral;</p><p>• Dano moral: é a violação de um direito da personalidade;</p><p>• Pessoa jurídica é um ente invisível que possui personalidade jurídica;</p><p>• Pressupostos existenciais da pessoa jurídica: (1) a vontade humana que lhe dá origem;</p><p>(2) observância das condições legais para a sua criação; (3) licitude do objeto;</p><p>• Entre as teorias acerca da natureza jurídica da pessoa jurídica, prevalece a teoria da</p><p>realidade técnica, segundo a qual a existência da pessoa jurídica é real e concreta, mas</p><p>dependente de atos técnicos, como o registro;</p><p>• Espécies de pessoas jurídicas:</p><p>− Pessoa jurídica (PJ) de Direito Público externo: as regidas por Direito Internacional</p><p>Público, como os Estados Soberanos e as organizações internacionais (art. 42, CC);</p><p>− PJ de Direito Público interno: os entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) e</p><p>as respectivas autarquias, as respectivas autarquias e as demais entidades de cará-</p><p>ter público criadas por lei (art. 41, CC);</p><p>− PJ de Direito Privado: são as sociedades, associações, fundações, organizações reli-</p><p>giosas e partidos políticos (art. 44, CC);</p><p>• Sociedade: união de pessoas com finalidade lucrativa. Casos em que pode ter apenas</p><p>1 sócio: (1) sociedade limitada (art. 1.052, §§ 1º e 2º, CC); e (2) outros casos legais,</p><p>como subsidiária integral (art. 251, Lei n. 6.404/76) e sociedade unipessoal de advoca-</p><p>cia (art. 15, Lei n. 8.906/94);</p><p>• A pessoa jurídica é representada pelo administrador nos limites dos poderes do estatuto</p><p>social ou do contrato social. Atos praticados além dos poderes (ultra vires) não vinculam</p><p>à pessoa jurídica (teoria Ultra Vires), conforme arts. 47 e 1.015 do CC;</p><p>• A Teoria Ultra Vires foi adotada pelo CC, mas pode ser flexibilizada se a assembleia rati-</p><p>ficar o ato ultra vires do administrador ou se o administrador tiver atuado de acordo com</p><p>poderes implícitos;</p><p>• Não se aplica isso para sociedade anônima, que possui regra própria no art. 158, II, da</p><p>Lei n. 6.404/76: a teoria Ultra Vires não foi adotada para sociedade anônima;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>33 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>• Desconsideração da personalidade jurídica: é a suspensão temporária da autonomia</p><p>patrimonial da pessoa jurídica;</p><p>• A extinção de uma pessoa jurídica deve atravessar três etapas: dissolução, liquidação e</p><p>cancelamento do registro (art. 51, CC);</p><p>• Direitos da personalidade se aplicam, no que couber, a pessoas jurídicas;</p><p>• Pessoas jurídicas de direito privado podem sofrer dano moral;</p><p>DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA</p><p>TEORIA MAIOR</p><p>É a regra geral (art. 50 do CC).</p><p>Requisitos (ao menos um dos</p><p>seguintes requisitos)</p><p>Confusão patrimonial (teoria maior objetiva)</p><p>Desvio de finalidade (teoria maior subjetiva)</p><p>TEORIA MENOR</p><p>É exceção e tem de ser prevista em lei específica ou, no caso de dívidas trabalhistas, em</p><p>princípio constitucional.</p><p>Requisito Basta o mero inadimplemento da dívida</p><p>Casos de dívidas:</p><p>perante consumidor (art. 28, § 5º, CDC)</p><p>decorrentes de danos ambientais (art. 4º, Lei</p><p>9.605/1998)</p><p>Trabalhistas (jurisprudência do TST, que aplica, por ana-</p><p>logia, o art. 28, § 5º, do CDC em favor do trabalhador em</p><p>razão do princípio constitucional da vulnerabilidade do</p><p>trabalhador.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>34 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Casos especiais</p><p>Desconsideração inversa ou</p><p>às avessas</p><p>É atingir a pessoa jurídica por dívidas pessoais de um</p><p>dos sócios, desde que presente algum dos requisi-</p><p>tos da teoria maior, tudo conforme § 3º do art. 50 do</p><p>CC. Em outras palavras, é a “extensão das obrigações</p><p>dos sócios ou de administradores à pessoa jurídica”</p><p>(art. 50, § 3º, CC).</p><p>Desconsideração. indireta</p><p>É atingir outra pessoa jurídica que indiretamente</p><p>mantém confusão patrimonial com a pessoa jurídica</p><p>devedora.</p><p>Não é cabível com mera existência de um grupo eco-</p><p>nômico; é preciso prova do abuso da personalidade</p><p>jurídica (art. 50, § 4º, CC; e STJ, REsp 1266666/SP, 3ª</p><p>Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 25/08/2011).</p><p>Desconsideração expansiva</p><p>É atingir um terceiro (um “sócio” ardilosamente escon-</p><p>dido) em hipóteses em que os sócios formais da pessoa</p><p>jurídica devedora são meros “laranjas”.</p><p>PROCEDIMENTO</p><p>JUDICIAL</p><p>Em princípio, em qualquer dos casos acima, há necessidade de observância do</p><p>procedimento judicial do incidente de desconsideração da personalidade jurídica</p><p>(arts. 133 e ss, CPC).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>35 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>QUESTÕES DE CONCURSO</p><p>Questão 1 (CESPE/ADVOGADO/AGU/2015) Entre os direitos ressalvados pela lei ao nas-</p><p>cituro estão os direitos da personalidade, os quais estão entre aqueles que têm por objeto os</p><p>atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa.</p><p>Questão 2 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) De acordo com entendi-</p><p>mento sumulado no Superior Tribunal de Justiça, a  indenização pela publicação não autori-</p><p>zada de imagem de pessoa com fins econômicos e comerciais depende de prova do prejuízo.</p><p>Questão 3 (CESPE/JUIZ/TJ-DFT/2014) Admite-se, no ordenamento jurídico brasileiro, li-</p><p>mitação,  temporária ou permanente, dos direitos da personalidade, desde  que por vontade</p><p>expressa de seu titular.</p><p>Questão 4 (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2016) Uma pessoa poderá firmar contrato</p><p>que limite seus direitos da personalidade caso o acordo seja-lhe economicamente vantajoso.</p><p>Questão 5 (CESPE/DELEGADO/PC-GO/2017/ADAPTADA) A ocorrência de grave e injusta</p><p>ofensa à dignidade da pessoa humana configura o dano moral, sendo desnecessária a com-</p><p>provação de dor e sofrimento para o recebimento de indenização por esse tipo de dano.</p><p>Questão 6 (CONSULPLAN/TITULAR CARTÓRIO/TJ-MG/2019/ADAPTADA) O ato de dis-</p><p>posição altruísta do próprio corpo para depois da morte, no todo ou em parte é válido, mas o</p><p>ato jurídico que a consagrou é irrevogável.</p><p>Questão 7 (CESPE/JUIZ/TJPR/2019) Conforme os direitos da personalidade, a disposição</p><p>do próprio corpo é</p><p>a) permitida, se por vontade pessoal e para fins científicos, ainda que implique em diminuição</p><p>da integridade física.</p><p>b) proibida para fins de transplante, ainda que a disposição seja parcial.</p><p>c) permitida, após a morte, para fins científicos e de forma gratuita.</p><p>d) proibida, após a morte, se parcial e com fins altruísticos.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado</p><p>para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>36 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 8 (CONSULPLAN/TITULAR CARTÓRIO/TJ-MG/2019/ADAPTADA) O pseudôni-</p><p>mo adotado para atividades lícitas, desde que averbado à margem do nome no cartório do</p><p>registro civil, goza da mesma proteção que se concede ao nome.</p><p>Questão 9 (CONSULPLAN/TITULAR CARTÓRIO/TJ-MG/2019/ADAPTADA) O nome da</p><p>pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a expo-</p><p>nham ao desprezo público, salvo nas hipóteses de interesse científico ou literário e sem que</p><p>haja intenção difamatória.</p><p>Questão 10 (CONSULPLAN/TITULAR CARTÓRIO/TJTJ-MG/2019/ADAPTADA) A divulga-</p><p>ção de escritos, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas,</p><p>a seu requerimento, salvo se autorizadas, ou necessárias à administração da justiça ou à ma-</p><p>nutenção da ordem pública.</p><p>Questão 11 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) É facultada a substituição</p><p>do prenome por apelidos públicos notórios.</p><p>Questão 12 (VUNESP/PROCURADOR/ESEF-SP/2019) A respeito de travestis e transgêne-</p><p>ros, em ação direta de inconstitucionalidade, com fundamento, entre outros, nos princípios da</p><p>dignidade da pessoa humana, da honra e da imagem, o Supremo Tribunal Federal decidiu que</p><p>a) ambos, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tratamen-</p><p>tos hormonais ou patologizantes, têm o direito à alteração de prenome e gênero por meio de</p><p>ação judicial.</p><p>b) ambos, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tratamen-</p><p>tos hormonais ou patologizantes, têm o direito à alteração de prenome e gênero diretamente</p><p>no registro civil.</p><p>c) ambos, independentemente da cirurgia de transgenitalização, mas condicionados à reali-</p><p>zação de tratamentos hormonais ou patologizantes, têm o direito à alteração de prenome e</p><p>gênero por meio de ação judicial.</p><p>d) ambos, independentemente da cirurgia de transgenitalização, mas condicionados à reali-</p><p>zação de tratamentos hormonais ou patologizantes, têm o direito à alteração de prenome e</p><p>gênero diretamente no registro civil.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>37 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>e) os pedidos de alteração de prenome e gênero devem se basear em certificações médicas ou</p><p>psicológicas, pois não podem ser baseados unicamente no consentimento livre e informado</p><p>pelo solicitante, em razão da obrigatoriedade de comprovar os requisitos.</p><p>Questão 13 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) A internação psiquiátrica</p><p>involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público</p><p>Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse</p><p>mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.</p><p>Questão 14 (CESPE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-SE/2014) As</p><p>informações genéticas são parte da vida privada e não podem ser utilizadas para fins diversos</p><p>dos que motivem seu armazenamento, registro ou uso, ainda que haja autorização do titular.</p><p>Questão 15 (CESPE/ADVOGADO/TELEBRAS/2015) O STF firmou o entendimento de que é</p><p>permitida a publicação da biografia de uma pessoa, sem a prévia autorização do biografado,</p><p>sendo possível posterior direito de resposta em caso de violação à honra do indivíduo retrata-</p><p>do e de abuso da liberdade de expressão.</p><p>Questão 16 (VUNESP/PROCURADOR/PREF. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/2019) A pessoa</p><p>jurídica de direito público</p><p>a) pode sofrer dano moral, desde que, apenas, seja demonstrada ofensa à sua honra objetiva.</p><p>b) pode sofrer violação de dano moral, atingida em seus direitos objetivos e os subjetivos.</p><p>c) pode pleitear indenização de dano coletivo, desde que represente a violação a um dano</p><p>social.</p><p>d) não é titular de indenização por dano moral relacionado à ofensa de sua honra ou imagem.</p><p>e) não sofre violação de direitos objetivos ou subjetivos, posto que é um ente sem personali-</p><p>dade própria.</p><p>Questão 17 (FCC/JUIZ - TJPE/2015 - ADAPTADA) Segundo a legislação civil vigente,</p><p>a) a proteção dos direitos da personalidade é de aplicação irrestrita para as pessoas jurídi-</p><p>cas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>38 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>b) aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.</p><p>c) apenas quanto à utilização do nome é que se aplica às pessoas jurídicas a proteção dos</p><p>direitos da personalidade.</p><p>d) para caracterização de dano moral à pessoa jurídica é imprescindível que também ocorra</p><p>dano patrimonial.</p><p>e) às pessoas jurídicas não se concede indenização por dano moral.</p><p>Questão 18 (IDIB/ADVOGADO/CREMERJ/2019) Com base nas disposições do Código Civil</p><p>sobre as pessoas jurídicas, assinale a alternativa correta:</p><p>a) São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas</p><p>que forem regidas pelo direito internacional público.</p><p>b) São pessoas jurídicas de direito privado, dentre outras, as associações públicas.</p><p>c) As organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito público interno.</p><p>d) Os Territórios não são pessoas jurídicas de direito público interno.</p><p>Questão 19 (CESPE/JUIZ/TJ-DFT/2016/ADAPTADA) Dentre as pessoas jurídicas de direito</p><p>público interno, estão as autarquias, as associações públicas, as entidades de caráter privado</p><p>que se tenha dado estrutura de direito público.</p><p>Questão 20 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREF. SUZANO-SP/2019/ADAPTADA) A qua-</p><p>lidade de associado é intransmissível, salvo por sucessão legítima.</p><p>Questão 21 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREF. SUZANO-SP/2019/ADAPTADA) Sobre</p><p>associações, de acordo com o Código Civil brasileiro, (...) a convocação dos órgãos delibera-</p><p>tivos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 dos associados o direito de promovê-la.</p><p>Questão 22 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREF. SUZANO-SP/2019/ADAPTADA) Ne-</p><p>nhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitima-</p><p>mente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.</p><p>Questão 23 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREF. SUZANO-SP/2019/ADAPTADA) A ex-</p><p>clusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimen-</p><p>to que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>39 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 24 (CESPE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-SE/2014)</p><p>Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido deve ser destinado a enti-</p><p>dade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, a instituição municipal,</p><p>estadual ou federal, independentemente de ulterior deliberação dos associados para destinar</p><p>o patrimônio social a alguma outra</p><p>entidade que também persiga fins não econômicos.</p><p>Questão 25 (CESPE/JUIZ/TJ-AM/2016/ADAPTADA) As fundações são entidades de direi-</p><p>to privado e se caracterizam pela união de pessoas com o escopo de alcançarem fins não</p><p>econômicos.</p><p>Questão 26 (CESPE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-DFT/2014/</p><p>ADAPTADA) Pode-se instituir fundação, como disposição de última vontade, por testamento</p><p>público, cerrado ou particular, observados, em cada caso, os requisitos legais.</p><p>Questão 27 (CESPE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-DFT/2014</p><p>ADAPTADA) As fundações instituídas como autarquias pelo poder público estão sujeitas ao</p><p>controle financeiro e orçamentário do MPF e dos MPs estaduais, conforme o âmbito de sua</p><p>atuação.</p><p>Questão 28 (CESPE/PROCURADOR/PGE-PI/2014) O atual Código Civil adotou a teoria ultra</p><p>vires como regra; assim, a pessoa jurídica sempre responde pelos atos que seus administrado-</p><p>res praticarem com excesso dos poderes conferidos a eles pelos atos constitutivos.</p><p>Questão 29 (CESPE/PROCURADOR/PGE-PI/2014) A vontade humana não constitui ele-</p><p>mento da personificação da pessoa jurídica.</p><p>Questão 30 (CESPE/DIPLOMATA/INSTITUTO RIO BRANCO/2016) Ao adquirir personalida-</p><p>de jurídica, a pessoa jurídica torna-se suscetível de direitos e obrigações e passa a ter existên-</p><p>cia própria, independentemente da pessoa de seus sócios, instituidores e administradores.</p><p>Questão 31 (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/2015)</p><p>Consoante a jurisprudência do STJ, a  desconsideração da personalidade jurídica é medida</p><p>excepcional e está subordinada à comprovação do abuso da personalidade jurídica, caracteri-</p><p>zado por</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>40 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>a) confusão patrimonial e dissolução irregular.</p><p>b) desvio de finalidade conjugado com confusão patrimonial.</p><p>c) desvio de finalidade ou confusão patrimonial.</p><p>d) desvio de finalidade e dissolução irregular.</p><p>e) mera dissolução irregular.</p><p>Questão 32 (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016) De acordo com o Código Civil, o encerramen-</p><p>to irregular de determinada sociedade empresária é, por si só, causa suficiente para a descon-</p><p>sideração da personalidade jurídica.</p><p>Questão 33 (CESPE/JUIZ/TJ-DFT/2016/ADAPTADA) Conforme entendimento prevalente</p><p>do STJ, a dissolução da sociedade comercial, ainda que irregular, não é causa que, isolada,</p><p>baste à desconsideração da personalidade jurídica.</p><p>Questão 34 (CESPE/PROCURADOR/TCU/2015/ADAPTADA) A dissolução irregular de so-</p><p>ciedade é, por si só, causa para a desconsideração da personalidade civil por configurar des-</p><p>vio da finalidade institucional.</p><p>Questão 35 (CESPE/DIREITO/FUNPRESP-EXE/2016) Situação hipotética: Os sócios de</p><p>uma empresa decidiram dissolvê-la após a morte de um deles, mas não deram baixa na</p><p>junta comercial. Assertiva: Nessa situação, tal fato, por si só, não dá ensejo à aplicação</p><p>da teoria da desconsideração da personalidade jurídica com vistas a atingir os bens par-</p><p>ticulares do sócio-administrador para pagamento de dívidas da sociedade.</p><p>Questão 36 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) A desconsideração in-</p><p>versa da personalidade jurídica se dá quando o credor busca estender a uma determinada</p><p>pessoa jurídica - de cujo devedor seja sócio - a responsabilidade patrimonial por dívida da</p><p>pessoa física.</p><p>Questão 37 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) Para a teoria menor</p><p>da desconsideração da personalidade jurídica, acolhida pelo Código Civil, notadamente</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>41 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>após o advento da chamada Lei da Liberdade Econômica, além da prova da insolvência</p><p>da pessoa jurídica, é necessária a demonstração do desvio de finalidade ou da confusão</p><p>patrimonial entre a pessoa jurídica e seus sócios.</p><p>Questão 38 (CESPE/JUIZ/TJPA/2019) No direito pátrio, as hipóteses de desconsidera-</p><p>ção da personalidade jurídica abarcam duas teses majoritariamente aceitas pela doutrina</p><p>e pela jurisprudência dominantes. Elas se diferenciam precipuamente quanto aos requi-</p><p>sitos para que um órgão jurisdicional possa desconsiderar a personalidade jurídica de</p><p>uma sociedade personificada, de modo a atingir o patrimônio dos seus sócios para o pa-</p><p>gamento de uma obrigação inadimplida: a primeira considera necessário que tenha ocor-</p><p>rido abuso de personalidade jurídica, caracterizado por desvio de finalidade ou confusão</p><p>patrimonial; a segunda teoria considera que, para a desconsideração da personalidade,</p><p>basta a apresentação de mera prova de insolvência da pessoa jurídica para o pagamento</p><p>de suas obrigações, independentemente da existência de desvio de finalidade ou de con-</p><p>fusão patrimonial.</p><p>Considerando o entendimento doutrinário majoritário e a jurisprudência dominante do STJ, as-</p><p>sinale a opção que indica, respectivamente, a denominação dada à segunda teoria de que trata</p><p>o texto apresentado e o ramo do direito ao qual ela se aplica no ordenamento jurídico brasileiro</p><p>excepcionalmente.</p><p>a) teoria menor da desconsideração/direito civil</p><p>b) teoria menor da desconsideração/direito ambiental</p><p>c) teoria maior objetiva da desconsideração/direito civil</p><p>d) teoria maior subjetiva da desconsideração/direito do consumidor</p><p>e) teoria maior objetiva da desconsideração/direito do consumidor</p><p>Questão 39 (CESPE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-DFT/2014/</p><p>ADAPTADA) No Código Civil brasileiro, é prevista a desconsideração da personalidade jurídica</p><p>em caso de abuso caracterizado pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial, de modo</p><p>a assegurar ao credor acesso aos bens particulares dos administradores e sócios da empresa</p><p>para a satisfação de seu crédito.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>42 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 40 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) Considerando o interesse</p><p>em proteger bens jurídicos específicos e socialmente relevantes, o Código de Defesa do Con-</p><p>sumidor e a legislação ambiental afastam, em todos os casos por eles regulados, a discussão</p><p>acerca do desvio de finalidade.</p><p>Questão 41 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) A desconsideração da</p><p>pessoa jurídica somente pode ser decretada em incidente obrigatório, conforme legislação</p><p>processual pertinente, assegurando-se amplos contraditório e defesa, de modo a evitar a prá-</p><p>tica de abusos.</p><p>Questão 42 (VUNESP/JUIZ/TJ-RJ/2019) Pedro é sócio, juntamente com sua esposa Maria,</p><p>da pessoa jurídica “PM LTDA”. Maria, sem o conhecimento de Pedro, começou a desviar valo-</p><p>res dos cofres da empresa, mediante a emissão de notas fiscais frias, para Ricardo, seu con-</p><p>cubino. Em razão dos desvios realizados por Maria, a empresa “PM LTDA” parou de pagar seus</p><p>fornecedores, que ajuizaram demanda visando receber os valores devidos. Pedro descobriu a</p><p>traição e divorciou-se de Maria, que foi viver com seu concubino com todos os valores desvia-</p><p>dos da “PM LTDA”. Os fornecedores requereram a desconsideração da personalidade jurídica,</p><p>para que pudessem satisfazer seus créditos</p><p>com o patrimônio pessoal de Maria e de Pedro.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Pode haver a desconsideração da personalidade jurídica e os bens de Pedro e Maria irão</p><p>responder pelas dívidas da empresa, em razão do desvio de finalidade.</p><p>b) Os bens pessoais de Pedro não podem responder pelas dívidas da empresa, tendo em vista</p><p>que não houve ato doloso de sua parte, bem como ele não se beneficiou direta ou indiretamen-</p><p>te dos desvios.</p><p>c) Apenas os bens de Ricardo podem ser alcançados pela desconsideração da personalidade</p><p>jurídica, pois, apesar de não ser sócio, praticou atos dolosos de confusão patrimonial.</p><p>d) Apenas se for comprovada a culpa grave de Pedro na administração da pessoa jurídica é</p><p>que poderá ser realizada a desconsideração da personalidade jurídica e seus bens pessoais</p><p>responderem pelas dívidas da “PM LTDA”.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>43 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>e) A desconsideração da personalidade jurídica apenas pode ocorrer em caso de confusão pa-</p><p>trimonial e, como não houve a transferência de valores para os sócios e sim para um terceiro,</p><p>não podem os bens pessoais de Pedro e Maria responderem pelas obrigações da sociedade.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>44 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>GABARITO</p><p>1. C</p><p>2. E</p><p>3. E</p><p>4. E</p><p>5. C</p><p>6. E</p><p>7. c</p><p>8. E</p><p>9. E</p><p>10. C</p><p>11. C</p><p>12. b</p><p>13. C</p><p>14. E</p><p>15. C</p><p>16. d</p><p>17. b</p><p>18. a</p><p>19. E</p><p>20. E</p><p>21. C</p><p>22. C</p><p>23. C</p><p>24. E</p><p>25. E</p><p>26. C</p><p>27. E</p><p>28. E</p><p>29. E</p><p>30. C</p><p>31. c</p><p>32. E</p><p>33. C</p><p>34. E</p><p>35. C</p><p>36. C</p><p>37. E</p><p>38. b</p><p>39. C</p><p>40. C</p><p>41. E</p><p>42. b</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>45 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>GABARITO COMENTADO</p><p>Questão 1 (CESPE/ADVOGADO/AGU/2015) Entre os direitos ressalvados pela lei ao nas-</p><p>cituro estão os direitos da personalidade, os quais estão entre aqueles que têm por objeto os</p><p>atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa.</p><p>Certo.</p><p>O nascituro tem direitos da personalidade por se cuidar de um ser humano em formação, es-</p><p>pecialmente os relacionados aos seus atributos físicos, psíquicos e morais. Ameaças à sua</p><p>integridade física, psíquica e moral devem ser coibidas. Neste sentido:</p><p>a) o STJ admite dano moral em favor do nascituro nos casos de morte do pai ou de lesão à</p><p>saúde (STJ, REsp 1.170.239, 4ª Turma, Rel. Min. Marco Buzzi, DJe 28/08/2013);</p><p>b) a Lei da Alimentos Gravídicos (Lei n. 11.804/2008) assegura ao nascituro o direito a pensão</p><p>alimentícia;</p><p>c) o STF distinguiu o embrião in vitro do nascituro: este, por ter direitos da personalidade e por</p><p>ser um embrião em gestão, não poderia ser objeto de pesquisas científicas, ao contrário do</p><p>embrião in vitro, que é um embrião em proveta e que pode ser objeto de pesquisa científica</p><p>na forma da Lei de Biossegurança/Lei n. 11.105/2005 (STF, ADI 3510, Pleno, Rel. Min. Ayres</p><p>Britto).</p><p>Igualmente, assim dispõe o enunciado n. 1/JDC:</p><p>Art. 2º A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direi-</p><p>tos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura.</p><p>Questão 2 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) De acordo com enten-</p><p>dimento sumulado no Superior Tribunal de Justiça, a  indenização pela publicação não</p><p>autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos e comerciais depende de prova</p><p>do prejuízo.</p><p>Errado.</p><p>Trata-se de hipótese de dano moral presumido (dano moral in re ipsa), assim entendido aquele</p><p>que dispensa de prova de prejuízo porque a experiência demonstra que há dano pela só ocorrência</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>46 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>do fato. O dano moral presumido é uma decorrência das regras da experiência, que é meio de</p><p>prova baseado em admitir como provado “aquilo que geralmente acontece” (id quod plerumque</p><p>accidit) e que é previsto no art. 375 do CPC. No caso de publicação não autorizada da imagem</p><p>da pessoa para fins econômicos, a jurisprudência entende haver dano moral presumido e, por-</p><p>tanto, dispensa a prova do prejuízo. É a Súmula n. 403/STJ:</p><p>Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de</p><p>pessoa com fins econômicos ou comerciais.</p><p>Questão 3 (CESPE/JUIZ/TJ-DFT/2014) Admite-se, no ordenamento jurídico brasileiro, li-</p><p>mitação,  temporária ou permanente, dos direitos da personalidade, desde  que por vontade</p><p>expressa de seu titular.</p><p>Errado.</p><p>Ao contrário do afirmado na questão, a regra é a de que os direitos da personalidade não po-</p><p>dem ser limitados voluntariamente (art. 11, CC). A exceção se dá quando houver lei (art. 12,</p><p>CC) ou quando houver razoabilidade. A propósito deste último caso, a doutrina estabelece dois</p><p>condicionantes:</p><p>• A limitação não pode ser geral nem permanente, conforme enunciado n. 4/JDC:</p><p>O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não</p><p>seja permanente nem geral;</p><p>• Deve-se observar a vedação ao abuso de direito, à boa-fé objetiva e aos bons costumes,</p><p>conforme enunciado n. 139/JDC:</p><p>Os direitos da personalidade podem sofrer limitações, ainda que não especificamente</p><p>previstas em lei, não podendo ser exercidos com abuso de direito de seu titular, contraria-</p><p>mente à boa-fé objetiva e aos bons costumes.</p><p>O primeiro condicionante (proibição de limitação permanente ou geral) tem sido flexibilizado</p><p>pela doutrina e pela jurisprudência em alguns casos, a exemplo do que se dá com o caso de</p><p>transgêneros que fazem cirurgia de transgenitalização, a qual é admitida. Por meio desse</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>47 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>procedimento, a pessoa faz modificações cirúrgicas na compleição física de modo perma-</p><p>nente, mas o direito de identidade dos transgêneros prevalece aí sobre a tutela da integridade</p><p>física.</p><p>Seja como for, para concursos públicos, devem-se levar em conta os dois condicionantes aci-</p><p>ma por estarem baseados em enunciados das Jornadas de Direito Civil.</p><p>Questão 4 (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2016) Uma pessoa poderá firmar contrato</p><p>que limite seus direitos da personalidade caso o acordo seja-lhe economicamente vantajoso.</p><p>Errado.</p><p>A regra é a de que os direitos da personalidade não podem ser limitados, salvo lei ou razoabili-</p><p>dade (art. 11, CC). Não importa se é ou não vantajoso economicamente.</p><p>Questão 5 (CESPE/DELEGADO/PC-GO/2017/ADAPTADA) A ocorrência de grave e injusta</p><p>ofensa à dignidade da pessoa humana configura o dano moral, sendo desnecessária a com-</p><p>provação de dor e sofrimento para o recebimento de indenização por esse tipo de dano.</p><p>Certo.</p><p>Há dano moral presumido (dano moral in re ipsa) no caso de ofensa à dignidade da pessoa</p><p>humana, porque a experiência demonstra que, nestes casos, há violação de direito da persona-</p><p>lidade. É o que decide o STJ, que admitir, independentemente de qualquer prova adicional, inde-</p><p>nização por dano moral a favor das pessoas que tiveram de desocupar temporariamente suas</p><p>residências por acidente ocorrido em obras no Rodoanel Mário Covas em São Paulo (gasoduto</p><p>da Petrobras rompeu durante obras feitas pela empresa DERSA/Desenvolvimento Rodoviário</p><p>S/A). Ser obrigado a desocupar a própria moradia é uma ofensa à dignidade da pessoa huma-</p><p>na, o que faz presumir o dano moral. O STJ fixou, como indenização por dano moral, o valor de</p><p>R$ 500,00 por cada dia de comprovado afastamento do lar. Veja este julgado:</p><p>DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS.</p><p>ACIDENTE EM OBRAS DO RODOANEL MÁRIO COVAS. NECESSIDADE DE DESOCUPAÇÃO</p><p>TEMPORÁRIA DE RESIDÊNCIAS. DANO MORAL IN RE IPSA.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>48 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>1. Dispensa-se a comprovação de dor e sofrimento, sempre que demonstrada a ocorrên-</p><p>cia de ofensa injusta à dignidade da pessoa humana.</p><p>2. A violação de direitos individuais relacionados à moradia, bem como da legítima expec-</p><p>tativa de segurança dos recorrentes, caracteriza dano moral in re ipsa a ser compensado.</p><p>3. Por não se enquadrar como excludente de responsabilidade, nos termos do art. 1.519</p><p>do CC/16, o estado de necessidade, embora não exclua o dever de indenizar, fundamenta</p><p>a fixação das indenizações segundo o critério da proporcionalidade.</p><p>4. Indenização por danos morais fixada em R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia de efetivo</p><p>afastamento do lar, valor a ser corrigido monetariamente, a contar dessa data, e acres-</p><p>cidos de juros moratórios no percentual de 0,5% (meio por cento) ao mês na vigência do</p><p>CC/16 e de 1% (um por cento) ao mês na vigência do CC/02, incidentes desde a data do</p><p>evento danoso.</p><p>5. Recurso especial provido.</p><p>(REsp 1292141/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em</p><p>04/12/2012, DJe 12/12/2012).</p><p>Questão 6 (CONSULPLAN/TITULAR CARTÓRIO/TJ-MG/2019/ADAPTADA) O ato de dis-</p><p>posição altruísta do próprio corpo para depois da morte, no todo ou em parte é válido, mas o</p><p>ato jurídico que a consagrou é irrevogável.</p><p>Errado.</p><p>O ato de disposição pode ser revogado a qualquer tempo, conforme art. 14, parágrafo único,</p><p>do CC:</p><p>Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no</p><p>todo ou em parte, para depois da morte.</p><p>Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.</p><p>Questão 7 (CESPE/JUIZ/TJPR/2019) Conforme os direitos da personalidade, a disposição</p><p>do próprio corpo é</p><p>a) permitida, se por vontade pessoal e para fins científicos, ainda que implique em diminuição</p><p>da integridade física.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>49 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>b) proibida para fins de transplante, ainda que a disposição seja parcial.</p><p>c) permitida, após a morte, para fins científicos e de forma gratuita.</p><p>d) proibida, após a morte, se parcial e com fins altruísticos.</p><p>Letra c.</p><p>É o art. 14 do CC:</p><p>Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no</p><p>todo ou em parte, para depois da morte.</p><p>Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.</p><p>Questão 8 (CONSULPLAN/TITULAR CARTÓRIO/TJ-MG/2019/ADAPTADA) O pseudôni-</p><p>mo adotado para atividades lícitas, desde que averbado à margem do nome no cartório do</p><p>registro civil, goza da mesma proteção que se concede ao nome.</p><p>Errado.</p><p>Não há necessidade de averbação no cartório para a proteção do pseudônimo. A proteção do</p><p>pseudônimo usado para atividades lícitas é a mesma dada ao nome independentemente de</p><p>qualquer procedimento adicional, conforme art. 19 do CC:</p><p>Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.</p><p>Questão 9 (CONSULPLAN/TITULAR CARTÓRIO/TJ-MG/2019/ADAPTADA) O nome da</p><p>pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a expo-</p><p>nham ao desprezo público, salvo nas hipóteses de interesse científico ou literário e sem que</p><p>haja intenção difamatória.</p><p>Errado.</p><p>Não há essa exceção: nome não pode ser empregado para exposição ao desprezo público de</p><p>modo algum. É o art. 17 do CC:</p><p>Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações</p><p>que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>50 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 10 (CONSULPLAN/TITULAR CARTÓRIO/TJ/TJ-MG/2019/ADAPTADA) A divulga-</p><p>ção de escritos, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas,</p><p>a seu requerimento, salvo se autorizadas, ou necessárias à administração da justiça ou à ma-</p><p>nutenção da ordem pública.</p><p>Certo.</p><p>Trata-se do art. 20 do CC:</p><p>Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da</p><p>ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou</p><p>a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da</p><p>indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se desti-</p><p>narem a fins comerciais.</p><p>Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa</p><p>proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.</p><p>Questão 11 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) É facultada a substituição</p><p>do prenome por apelidos públicos notórios.</p><p>Certo.</p><p>Essa substituição é admitida pelo art. 58 da Lei de Registros Públicos/LRP (Lei n. 6.015/73):</p><p>Art. 58. O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituição por apelidos públicos</p><p>notórios.</p><p>Parágrafo único. A substituição do prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou</p><p>ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de</p><p>juiz competente, ouvido o Ministério Público.</p><p>Questão 12 (VUNESP/PROCURADOR/ESEF-SP/2019) A respeito de travestis e transgêne-</p><p>ros, em ação direta de inconstitucionalidade, com fundamento, entre outros, nos princípios da</p><p>dignidade da pessoa humana, da honra e da imagem, o Supremo Tribunal Federal decidiu que</p><p>a) ambos, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tratamen-</p><p>tos hormonais ou patologizantes, têm o direito à alteração de prenome e gênero por meio de</p><p>ação judicial.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,</p><p>sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>51 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>b) ambos, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tratamen-</p><p>tos hormonais ou patologizantes, têm o direito à alteração de prenome e gênero diretamente</p><p>no registro civil.</p><p>c) ambos, independentemente da cirurgia de transgenitalização, mas condicionados à reali-</p><p>zação de tratamentos hormonais ou patologizantes, têm o direito à alteração de prenome e</p><p>gênero por meio de ação judicial.</p><p>d) ambos, independentemente da cirurgia de transgenitalização, mas condicionados à reali-</p><p>zação de tratamentos hormonais ou patologizantes, têm o direito à alteração de prenome e</p><p>gênero diretamente no registro civil.</p><p>e) os pedidos de alteração de prenome e gênero devem se basear em certificações médicas ou</p><p>psicológicas, pois não podem ser baseados unicamente no consentimento livre e informado</p><p>pelo solicitante, em razão da obrigatoriedade de comprovar os requisitos.</p><p>Letra b.</p><p>O STF entendeu que, independentemente de cirurgia de transgenitalização e de decisão judicia,</p><p>o transgênero tem direito à mudança do seu assento de nascimento no Cartório de Registro</p><p>Civil das Pessoas Naturais, com alteração de seu nome e de seu sexo. Confira-se:</p><p>AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DIREITO CONSTITUCIONAL E REGISTRAL.</p><p>PESSOA TRANSGÊNERO. ALTERAÇÃO DO PRENOME E DO SEXO NO REGISTRO CIVIL.</p><p>POSSIBILIDADE. DIREITO AO NOME, AO RECONHECIMENTO DA PERSONALIDADE JURÍ-</p><p>DICA, À LIBERDADE PESSOAL, À HONRA E À DIGNIDADE. INEXIGIBILIDADE DE CIRUR-</p><p>GIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO OU DA REALIZAÇÃO DE TRATAMENTOS HORMONAIS OU</p><p>PATOLOGIZANTES.</p><p>1. O direito à igualdade sem discriminações abrange a identidade ou expressão de gênero.</p><p>2. A identidade de gênero é manifestação da própria personalidade da pessoa humana e,</p><p>como tal, cabe ao Estado apenas o papel de reconhecê-la, nunca de constituí-la.</p><p>3. A pessoa transgênero que comprove sua identidade de gênero dissonante daquela que</p><p>lhe foi designada ao nascer por autoidentificação firmada em declaração escrita desta</p><p>sua vontade dispõe do direito fundamental subjetivo à alteração do prenome e da classi-</p><p>ficação de gênero no registro civil pela via administrativa ou judicial, independentemente</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>52 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>de procedimento cirúrgico e laudos de terceiros, por se tratar de tema relativo ao direito</p><p>fundamental ao livre desenvolvimento da personalidade.</p><p>4. Ação direta julgada procedente.</p><p>(STF, ADI 4275, Tribunal Pleno, Rel. Min, Marco Aurélio, DJe 07-03-2019)</p><p>Nessa linha, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio do o Provimento n. 73/2018/</p><p>CN/CNJ, disciplinou esse procedimento diretamente no Cartório, de maneira que toda pessoa</p><p>capaz e maior pode, por simples pedido acompanhado de alguns documentos e declarações,</p><p>requerer essa alteração diretamente no Cartório.</p><p>Questão 13 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) A internação psiquiátrica</p><p>involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público</p><p>Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse</p><p>mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.</p><p>Certo.</p><p>Trata-se do art. 8º, § 1º, da Lei Antimanicomial (Lei n. 10.216/2001):</p><p>Art. 8º A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico devidamente</p><p>registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento.</p><p>§ 1º A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada</p><p>ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido,</p><p>devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.</p><p>§ 2º O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou responsável</p><p>legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento.</p><p>Questão 14 (CESPE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-SE/2014) As</p><p>informações genéticas são parte da vida privada e não podem ser utilizadas para fins diversos</p><p>dos que motivem seu armazenamento, registro ou uso, ainda que haja autorização do titular.</p><p>Errado.</p><p>Se houver autorização do titular, é permitido o uso das informações genéticas da pessoa para</p><p>outros fins, conforme enunciado n. 405/JDC (“As informações genéticas são parte da vida</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>53 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>privada e não podem ser utilizadas para fins diversos daqueles que motivaram seu armazena-</p><p>mento, registro ou uso, salvo com autorização do titular”).</p><p>Questão 15 (CESPE/ADVOGADO/TELEBRAS/2015) O STF firmou o entendimento de que é</p><p>permitida a publicação da biografia de uma pessoa, sem a prévia autorização do biografado,</p><p>sendo possível posterior direito de resposta em caso de violação à honra do indivíduo retrata-</p><p>do e de abuso da liberdade de expressão.</p><p>Certo.</p><p>A questão espelha o entendimento do STF, que prestigiou a liberdade de expressão e, assim,</p><p>no caso de publicação de biografias, afastou a exigência de prévia autorização do biografado,</p><p>admitido, porém, que este, posteriormente, se valha de medidas para atacar eventuais abusos.</p><p>Confira-se:</p><p>AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTS. 20 E 21 DA LEI N. 10.406/2002</p><p>(CÓDIGO CIVIL). PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA REJEITADA. REQUISITOS LEGAIS</p><p>OBSERVADOS. MÉRITO: APARENTE CONFLITO ENTRE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS:</p><p>LIBERDADE DE EXPRESSÃO, DE INFORMAÇÃO, ARTÍSTICA E CULTURAL, INDEPENDENTE</p><p>DE CENSURA OU AUTORIZAÇÃO PRÉVIA (ART. 5º INCS. IV, IX, XIV; 220, §§ 1º E 2º) E</p><p>INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, VIDA PRIVADA, HONRA E IMAGEM DAS PESSOAS</p><p>(ART. 5º, INC. X). ADOÇÃO DE CRITÉRIO DA PONDERAÇÃO PARA INTERPRETAÇÃO DE</p><p>PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL. PROIBIÇÃO DE CENSURA (ESTATAL OU PARTICULAR).</p><p>GARANTIA CONSTITUCIONAL DE INDENIZAÇÃO E DE DIREITO DE RESPOSTA. AÇÃO</p><p>DIRETA JULGADA PROCEDENTE PARA DAR INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUI-</p><p>ÇÃO AOS ARTS. 20 E 21 DO CÓDIGO CIVIL, SEM REDUÇÃO DE TEXTO.</p><p>1. A Associação Nacional dos Editores de Livros - Anel congrega a classe dos editores,</p><p>considerados, para fins estatutários, a pessoa natural ou jurídica à qual se atribui o direito</p><p>de reprodução de obra literária, artística ou científica, podendo publicá-la e divulgá-la.</p><p>A correlação entre o conteúdo da norma impugnada e os objetivos da Autora preenche</p><p>o requisito de pertinência temática e a presença de seus associados em nove Estados</p><p>da Federação comprova sua representação nacional, nos termos da jurisprudência deste</p><p>Supremo Tribunal. Preliminar de ilegitimidade ativa rejeitada.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>54 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>2. O objeto da presente ação restringe-se à interpretação dos arts. 20 e 21 do Código</p><p>Civil relativas à divulgação de escritos, à transmissão</p><p>da palavra, à produção, publicação,</p><p>exposição ou utilização da imagem de pessoa biografada.</p><p>3. A Constituição do Brasil proíbe qualquer censura. O exercício do direito à liberdade de</p><p>expressão não pode ser cerceada pelo Estado ou por particular.</p><p>4. O direito de informação, constitucionalmente garantido, contém a liberdade de informar,</p><p>de se informar e de ser informado. O primeiro refere-se à formação da opinião pública,</p><p>considerado cada qual dos cidadãos que pode receber livremente dados sobre assuntos</p><p>de interesse da coletividade e sobre as pessoas cujas ações, público-estatais ou público-</p><p>-sociais, interferem em sua esfera do acervo do direito de saber, de aprender sobre temas</p><p>relacionados a suas legítimas cogitações.</p><p>5. Biografia é história. A vida não se desenvolve apenas a partir da soleira da porta de casa.</p><p>6. Autorização prévia para biografia constitui censura prévia particular. O recolhimento</p><p>de obras é censura judicial, a substituir a administrativa. O risco é próprio do viver. Erros</p><p>corrigem-se segundo o direito, não se coartando liberdades conquistadas. A reparação</p><p>de danos e o direito de resposta devem ser exercidos nos termos da lei.</p><p>7. A liberdade é constitucionalmente garantida, não se podendo anular por outra norma</p><p>constitucional (inc. IV do art. 60), menos ainda por norma de hierarquia inferior (lei civil),</p><p>ainda que sob o argumento de se estar a resguardar e proteger outro direito constitucio-</p><p>nalmente assegurado, qual seja, o da inviolabilidade do direito à intimidade, à privacidade,</p><p>à honra e à imagem.</p><p>8. Para a coexistência das normas constitucionais dos incs. IV, IX e X do art. 5º, há de</p><p>se acolher o balanceamento de direitos, conjugando-se o direito às liberdades com a</p><p>inviolabilidade da intimidade, da privacidade, da honra e da imagem da pessoa biogra-</p><p>fada e daqueles que pretendem elaborar as biografias. 9. Ação direta julgada proce-</p><p>dente para dar interpretação conforme à Constituição aos arts. 20 e 21 do Código Civil,</p><p>sem redução de texto, para, em consonância com os direitos fundamentais à liberdade</p><p>de pensamento e de sua expressão, de criação artística, produção científica, declarar</p><p>inexigível autorização de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literá-</p><p>rias ou audiovisuais, sendo também desnecessária autorização de pessoas retratadas</p><p>como coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes).</p><p>(STF, ADI 4815, Tribunal Pleno, Rel. Ministra Cármen Lúcia, DJe 01-02-2016)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>55 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 16 (VUNESP/PROCURADOR/PREF. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/2019) A pessoa</p><p>jurídica de direito público</p><p>a) pode sofrer dano moral, desde que, apenas, seja demonstrada ofensa à sua honra objetiva.</p><p>b) pode sofrer violação de dano moral, atingida em seus direitos objetivos e os subjetivos.</p><p>c) pode pleitear indenização de dano coletivo, desde que represente a violação a um dano</p><p>social.</p><p>d) não é titular de indenização por dano moral relacionado à ofensa de sua honra ou imagem.</p><p>e) não sofre violação de direitos objetivos ou subjetivos, posto que é um ente sem personali-</p><p>dade própria.</p><p>Letra d.</p><p>Segundo o STJ, a pessoa jurídica de direito público não pode sofrer dano moral porque a titu-</p><p>laridade de honra ou de imagem não é compatível com sua natureza. Ela depende apenas da</p><p>lei para existir e funcionar, e não de sua imagem ou honra. É diferente do que se dá com as</p><p>pessoas jurídicas de direito privado, que podem sofrer dano moral no caso de violação de sua</p><p>honra objetiva. Afinal de contas, é inegável que a pessoa jurídica de direito privado depende de</p><p>sua reputação para ter sucesso nas suas atividades.</p><p>Exemplo: uma empresa de restaurante não sobreviverá no mercado se for indevidamente asso-</p><p>ciada a uma reputação de desprezo com as regras de higiene alimentar.</p><p>Essa é a adequada interpretação do art. 52 do CC:</p><p>Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.</p><p>Esse é o entendimento do STJ, que restringe às pessoas jurídicas de direito privado o</p><p>disposto na Súmula n. 227/STJ (“a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”). Confira-se, pois,</p><p>este julgado:</p><p>DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. INFORMAÇÕES VEICULA-</p><p>DAS EM REDE DE RÁDIO E TELEVISÃO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANO MORAL AJUI-</p><p>ZADA POR MUNICÍPIO CONTRA O PARTICULAR. IMPOSSIBILIDADE. DIREITOS FUNDA-</p><p>MENTAIS. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. RECONHECIMENTO LIMITADO.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>56 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>1. A tese relativa à indenização pelo dano moral decorrente de ofensa à honra, imagem,</p><p>violação da vida privada e intimidade das pessoas somente foi acolhida às expressas no</p><p>ordenamento jurídico brasileiro com a Constituição Federal de 1988 (artigo 5º, incisos V</p><p>e X), que o alçou ao seleto catálogo de direitos fundamentais. Com efeito, por essa ótica</p><p>de abordagem, a indagação acerca da aptidão de alguém sofrer dano moral passa neces-</p><p>sariamente pela investigação da possibilidade teórica de titularização de direitos funda-</p><p>mentais, especificamente daqueles a que fazem referência os incisos V e X do art. 5º da</p><p>Constituição Federal.</p><p>2. A inspiração imediata da positivação de direitos fundamentais resulta precipuamente</p><p>da necessidade de proteção da esfera individual da pessoa humana contra ataques tradi-</p><p>cionalmente praticados pelo Estado. É bem por isso que a doutrina vem entendendo, de</p><p>longa data, que os direitos fundamentais assumem “posição de definitivo realce na socie-</p><p>dade quando se inverte a tradicional relação entre Estado e indivíduo e se reconhece que</p><p>o indivíduo tem, primeiro, direitos, e, depois, deveres perante o Estado, e que os direitos</p><p>que o Estado tem em relação ao indivíduo se ordenam ao objetivo de melhor cuidar das</p><p>necessidades dos cidadãos” (MENDES, Gilmar Ferreira [et. al.]. Curso de direito constitu-</p><p>cional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 222-223).</p><p>3. Em razão disso, de modo geral, a doutrina e jurisprudência nacionais só têm reconhe-</p><p>cido às pessoas jurídicas de direito público direitos fundamentais de caráter processual</p><p>ou relacionados à proteção constitucional da autonomia, prerrogativas ou competência</p><p>de entidades e órgãos públicos, ou seja, direitos oponíveis ao próprio Estado e não ao</p><p>particular. Porém, ao que se pôde pesquisar, em se tratando de direitos fundamentais</p><p>de natureza material pretensamente oponíveis contra particulares, a  jurisprudência do</p><p>Supremo Tribunal Federal nunca referendou a tese de titularização por pessoa jurídica de</p><p>direito público. Na verdade, há julgados que sugerem exatamente o contrário, como os</p><p>que deram origem à Súmula n.</p><p>654, assim redigida: “A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da</p><p>Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado”.</p><p>4. Assim, o reconhecimento de direitos fundamentais - ou faculdades análogas a eles -</p><p>a pessoas jurídicas de direito público não pode jamais conduzir à subversão da própria</p><p>essência desses direitos, que é o feixe de faculdades e garantias exercitáveis principal-</p><p>mente contra o Estado, sob pena de confusão ou de paradoxo consistente em se ter, na</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709,</p><p>vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>57 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>mesma pessoa, idêntica posição jurídica de titular ativo e passivo, de credor e, a um só</p><p>tempo, devedor de direitos fundamentais, incongruência essa já identificada pela jurispru-</p><p>dência do Tribunal Constitucional Alemão (BVerfGE 15, 256 [262]; 21, 362.</p><p>Apud. SAMPAIO, José Adércio Leite. Teoria da Constituição e dos direitos fundamentais.</p><p>Belo Horizonte: Del Rey, 2013 p. 639).</p><p>5. No caso em exame, o reconhecimento da possibilidade teórica de o município plei-</p><p>tear indenização por dano moral contra o particular constitui a completa subversão da</p><p>essência dos direitos fundamentais, não se mostrando presente nenhum elemento justi-</p><p>ficador do pleito, como aqueles apontados pela doutrina e relacionados à defesa de suas</p><p>prerrogativas, competência ou alusivos a garantias constitucionais do processo. Antes,</p><p>o caso é emblemático e revela todos os riscos de se franquear ao Estado a via da ação</p><p>indenizatória.</p><p>6. Pretende-se a responsabilidade de rede de rádio e televisão local por informações</p><p>veiculadas em sua programação que, como alega o autor, teriam atingido a honra e a</p><p>imagem da própria Municipalidade.</p><p>Tal pretensão representa real ameaça a centros nervosos do Estado Democrático de</p><p>Direito, como a imprensa livre e independente, ameaça que poderia voltar-se contra outros</p><p>personagens igualmente essenciais à democracia.</p><p>7. A Súmula n. 227/STJ constitui solução pragmática à recomposição de danos de ordem</p><p>material de difícil liquidação - em regra, microdanos - potencialmente resultantes do abalo</p><p>à honra objetiva da pessoa jurídica. Cuida-se, com efeito, de resguardar a credibilidade</p><p>mercadológica ou a reputação negocial da empresa, que poderiam ser paulatinamente</p><p>fragmentadas por violações a sua imagem, o que, ao fim e ao cabo, conduziria a uma</p><p>perda pecuniária na atividade empresarial. Porém, esse cenário não se verifica no caso</p><p>de suposta violação à imagem ou à honra - se existente - de pessoa jurídica de direito</p><p>público.</p><p>8. Recurso especial não provido.</p><p>(REsp 1258389/PB, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em</p><p>17/12/2013, DJe 15/04/2014).</p><p>Por isso, o gabarito é “D” por ser a única alternativa compatível com o que foi exposto.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>58 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 17 (FCC/JUIZ - TJPE/2015 - ADAPTADA) Segundo a legislação civil vigente,</p><p>a) a proteção dos direitos da personalidade é de aplicação irrestrita para as pessoas jurídi-</p><p>cas.</p><p>b) aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.</p><p>c) apenas quanto à utilização do nome é que se aplica às pessoas jurídicas a proteção dos</p><p>direitos da personalidade.</p><p>d) para caracterização de dano moral à pessoa jurídica é imprescindível que também ocorra</p><p>dano patrimonial.</p><p>e) às pessoas jurídicas não se concede indenização por dano moral.</p><p>Letra b.</p><p>a) Errada. Só no que couber (art. 52, CC).</p><p>b) Certa. É o art. 52 do CC.</p><p>c) Errada. Abrange todos os direitos da personalidade eventualmente cabíveis nos termos do</p><p>art. 52 do CC, e não apenas o nome.</p><p>d) Errada. A honra objetiva da pessoa jurídica é protegida, e sua violação gera dano moral, o</p><p>que não se confunde com danos patrimoniais.</p><p>e) Errada. Súmula nº 227/STJ (“A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”).</p><p>Recomendo ainda leitura deste artigo nosso: https://www12.senado.leg.br/publicacoes/estu-</p><p>dos-legislativos/tipos-de-estudos/textos-para-discussao/td276/view.</p><p>Questão 18 (IDIB/ADVOGADO/CREMERJ/2019) Com base nas disposições do Código Civil</p><p>sobre as pessoas jurídicas, assinale a alternativa correta:</p><p>a) São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas</p><p>que forem regidas pelo direito internacional público.</p><p>b) São pessoas jurídicas de direito privado, dentre outras, as associações públicas.</p><p>c) As organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito público interno.</p><p>d) Os Territórios não são pessoas jurídicas de direito público interno.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>59 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Letra a.</p><p>a) Certa. Corresponde ao art. 42 do CC:</p><p>Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas</p><p>que forem regidas pelo direito internacional público.</p><p>b) Errada. Associação pública é pessoa jurídica de direito público interno, conforme art. 41,</p><p>IV, do CC. Ela é uma espécie de autarquia decorrente de um consórcio público envolvendo a</p><p>edição de leis dos entes federativos consorciados, tudo nos termos da Lei n. 11.107/2005.</p><p>Confira-se o art. 41 do CC, que lista as pessoas jurídicas de direito privado:</p><p>Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:</p><p>I – a União;</p><p>II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;</p><p>III – os Municípios;</p><p>IV – as autarquias;</p><p>IV – as autarquias, inclusive as associações públicas;</p><p>V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.</p><p>Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se te-</p><p>nha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas</p><p>normas deste Código.</p><p>c) Errada. As organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito privado, conforme art. 44,</p><p>IV, do CC. Confira-se esse dispositivo:</p><p>Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:</p><p>I – as associações;</p><p>II – as sociedades;</p><p>III – as fundações.</p><p>IV – as organizações religiosas;</p><p>V – os partidos políticos.</p><p>§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações</p><p>religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitu-</p><p>tivos e necessários ao seu funcionamento.</p><p>§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que</p><p>são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.</p><p>§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.</p><p>d) Errada. Os Territórios são pessoas jurídicas de direito público, conforme art. 41, II, do CC.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#parteespeciallivroii</p><p>60 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 19 (CESPE/JUIZ/TJ-DFT/2016/ADAPTADA) Dentre as pessoas jurídicas de direito</p><p>público interno, estão as autarquias, as associações públicas, as entidades de caráter privado</p><p>que se tenha dado estrutura de direito público.</p><p>Errado.</p><p>Não existe entidades de caráter privado com estrutura de direito público, o que faz a questão</p><p>se tornar errada. E, se existisse, ela seria uma pessoa jurídica de direito privado, pois se trata</p><p>de entidade “de caráter privado”. Na realidade, o que</p><p>há é pessoa jurídica de direito público com</p><p>estrutura de direito privado, a qual é considerada pessoa jurídica de direito público e, por força</p><p>do parágrafo único do art. 41 do CC, sujeitam-se, no que couber, às regras do Código Civil.</p><p>Questão 20 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREF. SUZANO-SP/2019/ADAPTADA) A qua-</p><p>lidade de associado é intransmissível, salvo por sucessão legítima.</p><p>Errado.</p><p>A regra é a intransmissibilidade inter vivos (ex.: negócios jurídicos) ou causa mortis (ex.: suces-</p><p>são legítima ou testamentária) da condição de associado, salvo previsão diversa do estatuto.</p><p>É o art. 56 do CC.</p><p>Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.</p><p>Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação,</p><p>a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adqui-</p><p>rente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.</p><p>Questão 21 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREF. SUZANO-SP/2019/ADAPTADA) Sobre</p><p>associações, de acordo com o Código Civil brasileiro, (...) a convocação dos órgãos delibera-</p><p>tivos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 dos associados o direito de promovê-la.</p><p>Certo.</p><p>Trata-se do art. 60 do CC:</p><p>Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um</p><p>quinto) dos associados o direito de promovê-la.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>61 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 22 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREF. SUZANO-SP/2019/ADAPTADA) Ne-</p><p>nhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitima-</p><p>mente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.</p><p>Certo.</p><p>Trata-se do art. 58 do CC:</p><p>Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido</p><p>legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.</p><p>Questão 23 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREF. SUZANO-SP/2019/ADAPTADA) A ex-</p><p>clusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimen-</p><p>to que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.</p><p>Certo.</p><p>Trata-se do art. 57 do CC:</p><p>Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em pro-</p><p>cedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.</p><p>Questão 24 (CESPE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-SE/2014)</p><p>Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido deve ser destinado a enti-</p><p>dade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, a instituição municipal,</p><p>estadual ou federal, independentemente de ulterior deliberação dos associados para destinar</p><p>o patrimônio social a alguma outra entidade que também persiga fins não econômicos.</p><p>Errado.</p><p>A destinação do patrimônio da associação irá para entidade similar definida pelo estatuto ou,</p><p>no silêncio deste, por deliberação dos associados, ao contrário do indicado na parte final da</p><p>questão. Confira-se o art. 56 do CC:</p><p>Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas,</p><p>se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à</p><p>entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos asso-</p><p>ciados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art56</p><p>62 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes,</p><p>antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o</p><p>respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.</p><p>§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação</p><p>tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se</p><p>devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.</p><p>Questão 25 (CESPE/JUIZ/TJ-AM/2016/ADAPTADA) As fundações são entidades de direito pri-</p><p>vado e se caracterizam pela união de pessoas com o escopo de alcançarem fins não econômicos.</p><p>Errado.</p><p>Fundação é caracterizada por ser uma massa patrimonial afetada a um dos fins não econômicos</p><p>do art. 62, parágrafo único, do CC. Não é uma união de pessoas, ao contrário do exposto na ques-</p><p>tão. É uma universitas bonorum (universalidade de bens), e uma universitas personarum (universa-</p><p>lidade de pessoas). É diferente do que se dá, por exemplo, com as sociedades e as associações,</p><p>as quais são uma união de pessoas (universitas personarum). Confira-se o art. 62 do CC:</p><p>Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação</p><p>especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de</p><p>administrá-la.</p><p>Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou</p><p>de assistência.</p><p>Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:</p><p>I – assistência social;</p><p>II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;</p><p>III – educação;</p><p>IV – saúde;</p><p>V – segurança alimentar e nutricional;</p><p>VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;</p><p>VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas</p><p>de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;</p><p>VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;</p><p>IX – atividades religiosas; e</p><p>X – (VETADO).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>63 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 26 (CESPE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/ TJ-DFT/2014/</p><p>ADAPTADA) Pode-se instituir fundação, como disposição de última vontade, por testamento</p><p>público, cerrado ou particular, observados, em cada caso, os requisitos legais.</p><p>Certo.</p><p>Fundação pode ser instituída por escritura pública ou por testamento (em qualquer das suas</p><p>espécies, seja o testamento público, seja o particular, seja o cerrado), tudo conforme o art. 62</p><p>do CC.</p><p>Questão 27 (CESPE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-DFT/2014</p><p>ADAPTADA) As fundações instituídas como autarquias pelo poder público estão sujeitas ao</p><p>controle financeiro e orçamentário do MPF e dos MPs estaduais, conforme o âmbito de sua</p><p>atuação.</p><p>Errado.</p><p>O Ministério Público (estadual ou do Distrito Federal e Territórios) tem dever de fiscalização</p><p>apenas as fundações privadas nos termos do art. 66 do CC. Não há qualquer previsão no</p><p>Código Civil para o Parquet fiscalizar fundações constituídas como autarquias, especialmen-</p><p>te porque estas são pessoa jurídica de direito público e, como tal, não são regidas pelas</p><p>regras de fundação</p><p>do Código Civil, e sim pelas normas de direito administrativo. Confira-se</p><p>o art. 66 do CC:</p><p>Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.</p><p>§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do</p><p>Distrito Federal e Territórios.</p><p>§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao res-</p><p>pectivo Ministério Público.</p><p>Questão 28 (CESPE/PROCURADOR/PGE-PI/2014) O atual Código Civil adotou a teoria ultra</p><p>vires como regra; assim, a pessoa jurídica sempre responde pelos atos que seus administrado-</p><p>res praticarem com excesso dos poderes conferidos a eles pelos atos constitutivos.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>64 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Errado.</p><p>Realmente, o CC adotou a teoria ultra vires como regra. Ela, porém, significa o contrário do ex-</p><p>posto na segunda parte da questão, o que torna o item errado. Pela teoria ultra vires, a pessoa</p><p>jurídica não responde por atos praticados pelo administrador além de seus poderes (= além de</p><p>suas forças ou, em latim, ultra vires). Trata-se do art. 47 do CC:</p><p>Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus pode-</p><p>res definidos no ato constitutivo.</p><p>Cabe uma lembrança. Apesar da adoção da Teoria Ultra Vires pelo CC, esta é flexibilizada para</p><p>admitir que o administrador tem poderes implícitos para praticar atos acessórios ou conexos</p><p>ao objeto social. Nesse sentido, veja o exposto no Enunciado 219/JDC:</p><p>(a) o ato ultra vires não produz efeito apenas em relação à sociedade;</p><p>(b) sem embargo, a sociedade poderá, por meio de seu órgão deliberativo, ratificá-lo;</p><p>(c) o Código Civil amenizou o rigor da teoria ultra vires, admitindo os poderes implícitos dos</p><p>administradores para realizar negócios acessórios ou conexos ao objeto social, os quais</p><p>não constituem operações evidentemente estranhas aos negócios da sociedade;</p><p>(d) não se aplica o art. 1.015 às sociedades por ações, em virtude da existência de regra</p><p>especial de responsabilidade dos administradores (art. 158, II, Lei n. 6.404/76).</p><p>Questão 29 (CESPE/PROCURADOR/PGE-PI/2014) A vontade humana não constitui ele-</p><p>mento da personificação da pessoa jurídica.</p><p>Errado.</p><p>Para nascer, uma pessoa jurídica depende de um ato constitutivo (que envolve a manifestação</p><p>da vontade humana) e do seu registro. É preciso, pois, haver a vontade humana, ao contrário do</p><p>consignado na questão. Doutrinariamente, reconhecem-se três elementos essenciais à per-</p><p>sonificação da pessoa jurídica: (1) a vontade humana que lhe dá origem; (2) observância das</p><p>condições legais para a sua criação; (3) licitude do objeto.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>65 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 30 (CESPE/DIPLOMATA/INSTITUTO RIO BRANCO/2016) Ao adquirir personalida-</p><p>de jurídica, a pessoa jurídica torna-se suscetível de direitos e obrigações e passa a ter existên-</p><p>cia própria, independentemente da pessoa de seus sócios, instituidores e administradores.</p><p>Certo.</p><p>Pessoa jurídica é ente com personalidade jurídica própria e, portanto, não se confunde com</p><p>seus sócios, instituidores e administradores, o que se chama de autonomia pessoal. Ao nascer,</p><p>a pessoa jurídica adquire autonomia pessoal, obrigacional (as obrigações da pessoa jurídica</p><p>não se confunde com a dos seus sócios), patrimonial (o patrimônio da pessoa jurídica não se</p><p>confunde com a dos seus sócios) e processual (a pessoa jurídica tem capacidade de ser parte</p><p>em processos judiciais).</p><p>Questão 31 (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/2015)</p><p>Consoante a jurisprudência do STJ, a desconsideração da personalidade jurídica é medida excep-</p><p>cional e está subordinada à comprovação do abuso da personalidade jurídica, caracterizado por</p><p>a) confusão patrimonial e dissolução irregular.</p><p>b) desvio de finalidade conjugado com confusão patrimonial.</p><p>c) desvio de finalidade ou confusão patrimonial.</p><p>d) desvio de finalidade e dissolução irregular.</p><p>e) mera dissolução irregular.</p><p>Letra c.</p><p>Em regra, a desconsideração da personalidade jurídica depende da presença de um dos seguin-</p><p>tes abusos da personalidade jurídica: desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Trata-se do</p><p>art. 50 do CC:</p><p>Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou</p><p>pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe</p><p>couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações</p><p>de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa</p><p>jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>66 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com</p><p>o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.</p><p>§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios,</p><p>caracterizada por:</p><p>I – cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;</p><p>II – transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor pro-</p><p>porcionalmente insignificante; e</p><p>III – outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.</p><p>§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações</p><p>de sócios ou de administradores à pessoa jurídica.</p><p>§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput des-</p><p>te artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.</p><p>§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da</p><p>atividade econômica específica da pessoa jurídica.</p><p>A dissolução (= encerramento) irregular da pessoa jurídica, por si só, não caracteriza nenhum</p><p>desses requisitos, conforme jurisprudência do STJ:</p><p>AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ALEGAÇÃO DE JULGAMENTO</p><p>COM BASE EM MATÉRIA NÃO VENTILADA NO RECURSO ESPECIAL. NÃO OCORRÊNCIA.</p><p>DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. REQUISITOS AUSENTES. ART. 50</p><p>DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.</p><p>1. Esta Corte Superior firmou seu posicionamento no sentido de que a irregularidade no</p><p>encerramento das atividades ou dissolução da sociedade não é causa suficiente para a</p><p>desconsideração da personalidade jurídica, nos termos do art. 50 do Código Civil de 2002,</p><p>devendo ser demonstrada a ocorrência de caso extremo, como a utilização da pessoa</p><p>jurídica para fins fraudulentos (desvio de finalidade institucional ou confusão patrimonial).</p><p>(...)” (STJ, AgInt no AREsp 1548901/SP, 3ª Turma, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, DJe</p><p>19/02/2020).</p><p>Questão 32 (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016) De acordo com o Código Civil, o encerramen-</p><p>to irregular de determinada sociedade empresária é, por si só, causa suficiente para a descon-</p><p>civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>6 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>É claro que não! Isso geraria dano moral por ofensa a direitos da personalidade.</p><p>De fato, mesmo depois de falecido, os  direitos da personalidade da pessoa devem ser</p><p>protegidos. A proteção desses direitos deve ser pleiteada por seus familiares nos termos do</p><p>parágrafo único do art. 12 e do parágrafo único do art. 20 do CC. A proteção aí não é a direitos</p><p>da personalidade do próprio familiar, e sim do falecido, como a imagem, a fama, o respeito aos</p><p>restos mortais etc. Esses familiares podem ser chamados de lesados indiretos por estarem</p><p>protegendo direitos da personalidade do falecido, e não direitos da personalidade próprios.</p><p>Apesar de serem considerados lesados indiretos, esses familiares agem em nome próprio</p><p>Entre os legitimados para a proteção dos direitos da personalidade, estão não apenas o</p><p>cônjuge, mas também o companheiro (Enunciado 275/JDC), além dos parentes na linha reta</p><p>em qualquer grau e os parentes colaterais até o quarto grau (art. 12, parágrafo único, CC).</p><p>Quando, porém, se tratar de direitos da personalidade do falecido relacionados à sua imagem</p><p>ou às suas produções autorais (escritos ou palavras), os parentes colaterais não terão legiti-</p><p>midade para a proteção desses direitos, pois o parágrafo único do art. 20 do CC se atém aos</p><p>parentes na linha reta e ao ex-consorte (cônjuge ou companheiro). O parágrafo único do art. 20</p><p>do CC afasta a regra geral de legitimação do art. 12, parágrafo único, para essas espécies de</p><p>direitos da personalidade, conforme enunciado 5/JDC.</p><p>Como o ordenamento valoriza o vínculo de afetividade em maior grau do que o biológico,</p><p>é de reconhecer-se, a depender do caso concreto, a legitimidade de pessoas que mantinham</p><p>vínculo afetivo com o morto para a proteção de direitos da personalidade deste. Não se pode</p><p>negar a legitimidade a um noivo, a um namorado, a um enteado, a um padrasto ou a um amigo</p><p>íntimo para a proteção de alguns direitos da personalidade do falecido. Essas pessoas devem</p><p>ser consideradas lesadas indiretas se o tipo de lesão ao direito da personalidade guarda cone-</p><p>xão com o grau de afetividade que havia com o falecido.</p><p>O rol de legitimados do art. 12, parágrafo único, e do art. 20, parágrafo único, do CC pode</p><p>ser flexibilizado para abranger terceiros que, por seu vínculo afetivo com o parente, possam ser</p><p>considerados lesados indiretos de um direito da personalidade do falecido, segundo um juízo</p><p>de razoabilidade. Em igual sentido, estão Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves (2016, p. 211).</p><p>Por fim, como fica a proteção (a tutela) dos direitos da personalidade?</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>7 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>A proteção dos direitos da personalidade pode dar-se por meio de tutelas específicas de</p><p>obrigação de fazer ou de não fazer, a exemplo de uma ordem judicial de retirada de uma pos-</p><p>tagem ofensiva em uma página da internet.</p><p>Pode também dar-se por meio de indenização por danos sofridos. O dano moral é, por defi-</p><p>nição, uma violação a um direito da personalidade e, por isso, é indenizável. Há, porém, outros</p><p>danos indenizáveis que podem ser cumulados com o dano moral e que também decorrem de</p><p>violações de direitos da personalidade, como o dano estético (que decorre do grau de deforma-</p><p>ção física do corpo) e o dano existencial (que atinge o projeto de vida de uma pessoa).</p><p>2. pessoAs JuríDicAs</p><p>Vamos agora para pessoas jurídicas!</p><p>2.1. pressupostos existenciAis e teoriAs</p><p>Antes de tudo, quero que você resolva esta questão:</p><p>Questão 2 (CESPE/TJ-PB/2013) O reconhecimento da existência social da pessoa jurídica,</p><p>admitido no Código Civil de 2002, tem como base a teoria</p><p>a) momentânea.</p><p>b) da realidade técnica.</p><p>c) da ficção.</p><p>d) da realidade objetiva.</p><p>e) negativista.2</p><p>Vamos em frente!!!</p><p>Pessoa jurídica é um ente invisível que possui personalidade jurídica. Há três pressupostos</p><p>existenciais da pessoa jurídica: (1) a vontade humana que lhe dá origem; (2) observância das</p><p>condições legais para a sua criação; (3) licitude do objeto. Trata-se de elementos essenciais à</p><p>personificação da pessoa jurídica.</p><p>2 Letra b.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>8 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Há ainda quem acrescente dois outros requisitos: (a) a capacidade jurídica reconhecida</p><p>pela legislação e (b) a organização de pessoas ou a afetação de um patrimônio a um fim espe-</p><p>cífico. Temos, porém, que esses dois já estão implícitos naqueles três pressupostos existen-</p><p>ciais retrocitados.</p><p>Acerca de sua natureza jurídica, há dois grupos de teorias: (1) teoria negativista: nega a</p><p>existência concreta da pessoa jurídica e considera-a apenas um patrimônio sem sujeito; (2)</p><p>teoria afirmativista: preconiza a existência concreta de grupos sociais com interesses próprios</p><p>com personalidade jurídica.</p><p>Entre os sectários da teoria afirmativista, há outras duas vertentes. A primeira é a teoria</p><p>da ficção, segundo a qual só o homem, por essência, pode ser titular de relações jurídicas,</p><p>pois tem existência real e psíquica, de sorte que as pessoas jurídicas seriam fruto da criação</p><p>humana, que lhe atribui direitos por mera ficção jurídica mediante lei (ficção legal) ou doutrina</p><p>(ficção doutrinária). Savigny defendia a teoria da ficção legal.</p><p>A segunda espécie de teoria afirmativista é a teoria da realidade, à luz da qual a pessoa</p><p>jurídica é uma realidade social, com existência própria e distinta da de seus membros. A teoria</p><p>da realidade se divide em três subespécies.</p><p>A primeira é a teoria da realidade objetiva, teoria da realidade orgânica ou teoria organicis-</p><p>ta, para a qual as pessoas jurídicas são organismos sociais com existência e vontade próprias.</p><p>Ela se equivoca ao esquecer-se da relevância da vontade dos sócios de uma sociedade.</p><p>A segunda é a teoria da realidade técnica, segundo a qual a existência da pessoa jurídica</p><p>é real e concreta, mas dependente de atos técnicos, como o registro.</p><p>A terceiro é a teoria da realidade das instituições jurídicas, que preconiza que a pessoa</p><p>jurídica é derivada do direito, assim como a personalidade jurídica da pessoa natural. Sob essa</p><p>ótica, a pessoa jurídica é uma instituição jurídica, consistente em agrupamentos de pessoas ou</p><p>massa patrimonial dotadas de objetivos próprios, por força da vontade das pessoas naturais</p><p>que lhe deram vida com base na permissão do Direito. É uma espécie de mistura das demais</p><p>teorias. A quarta é a teoria institucionalista, em conformidade com a qual a pessoa jurídica pas-</p><p>sa a existir desde o momento em que há uma organização de pessoas ou bem com finalidade</p><p>comum. Mesmo que a lei não reconheça personalidade jurídica a essas instituições, o fato é</p><p>que elas já exercem atos na vida social com base em uma espécie de “personalidade moral”.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>9 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO</p><p>sideração da personalidade jurídica.</p><p>Errado.</p><p>O STJ é pacificado em sentido contrário: o encerramento irregular da pessoa jurídica, por si só,</p><p>é insuficiente para a desconsideração da personalidade jurídica.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>67 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 33 (CESPE/JUIZ/TJ-DFT/2016/ADAPTADA) Conforme entendimento prevalente</p><p>do STJ, a dissolução da sociedade comercial, ainda que irregular, não é causa que, isolada,</p><p>baste à desconsideração da personalidade jurídica.</p><p>Certo.</p><p>Trata-se da orientação pacificada do STJ.</p><p>Questão 34 (CESPE/PROCURADOR/TCU/2015/ADAPTADA) A dissolução irregular de so-</p><p>ciedade é, por si só, causa para a desconsideração da personalidade civil por configurar des-</p><p>vio da finalidade institucional.</p><p>Errado.</p><p>O STJ é pacificado em sentido contrário: o encerramento irregular da pessoa jurídica, por si só,</p><p>é insuficiente para a desconsideração da personalidade jurídica.</p><p>Questão 35 (CESPE/DIREITO/FUNPRESP-EXE/2016) Situação hipotética: Os sócios de</p><p>uma empresa decidiram dissolvê-la após a morte de um deles, mas não deram baixa na junta</p><p>comercial. Assertiva: Nessa situação, tal fato, por si só, não dá ensejo à aplicação da teoria da</p><p>desconsideração da personalidade jurídica com vistas a atingir os bens particulares do sócio-</p><p>-administrador para pagamento de dívidas da sociedade.</p><p>Certo.</p><p>A dissolução irregular, por si só, não autoriza a desconsideração da personalidade jurídica,</p><p>conforme orientação do STJ.</p><p>Questão 36 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) A desconsideração inversa</p><p>da personalidade jurídica se dá quando o credor busca estender a uma determinada pessoa</p><p>jurídica - de cujo devedor seja sócio - a responsabilidade patrimonial por dívida da pessoa física.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>68 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Certo.</p><p>A questão define corretamente a desconsideração inversa ou às avessas. Por esta, a pessoa</p><p>jurídica é chamada a responder por dívida pessoal do sócio. Para tanto, é necessário provar</p><p>um dos seguintes tipos de abuso da personalidade jurídica: confusão patrimonial ou desvio de</p><p>finalidade. Confira-se o art. 50, § 3º, do CC.</p><p>Questão 37 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) Para a teoria menor da</p><p>desconsideração da personalidade jurídica, acolhida pelo Código Civil, notadamente após o</p><p>advento da chamada Lei da Liberdade Econômica, além da prova da insolvência da pessoa ju-</p><p>rídica, é necessária a demonstração do desvio de finalidade ou da confusão patrimonial entre</p><p>a pessoa jurídica e seus sócios.</p><p>Errado.</p><p>A desconsideração da personalidade jurídica tem duas teorias: a maior e a menor.</p><p>A teoria maior é a regra geral e está prevista no art. 50 do CC. Segundo ela, a desconsideração da</p><p>personalidade jurídica depende da existência de um dos seguintes tipos de abuso da personali-</p><p>dade jurídica: confusão patrimonial ou desvio de finalidade. A Lei da Liberdade Econômica man-</p><p>teve isso no art. 50 do CC, mas fez acréscimos destinados a positivar entendimentos jurispru-</p><p>denciais já pacificados e a estabelecer a definição desses dois tipos de abuso da personalidade9.</p><p>A teoria maior pode ser dividida em:</p><p>• Teoria maior objetiva: quando está presente o requisito da confusão patrimonial (cuja</p><p>configuração independe da prova da intenção de prejudicar e se satisfaz apenas com a</p><p>presença de um elemento objetivo, a mistura de patrimônio);</p><p>• Teoria maior subjetiva: quando está presente o requisito do desvio de finalidade (para</p><p>cuja caracterização exige-se a prova de um elemento subjetivo, o propósito de prejudicar</p><p>os credores e de praticar atos ilícitos de qualquer natureza).</p><p>9 Sobre o assunto, reportamo-nos a artigo nosso (OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. A Lei da Liber-</p><p>dade Econômica: diretrizes interpretativas da nova Lei e Análise detalhada das mudanças no Direito Civil e no</p><p>Registros Públicos. Disponível em: www.flaviotartuce.adv.br/artigos_convidados</p><p>. Elaborado em 21 de setembro de 2019-B).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>http://www.flaviotartuce.adv.br/artigos_convidados</p><p>69 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>A teoria menor é exceção e admite a desconsideração da personalidade com o mero inadim-</p><p>plemento. Ela é prevista em leis específicas, como no art. 28 do CDC (dívida consumerista) e</p><p>art. 4º da Lei n. 9.605/1998 (dívida ambiental).</p><p>Portanto, a questão em pauta está errada, pois afirma, indevidamente, que o Código Civil prevê</p><p>a teoria menor.</p><p>Questão 38 (CESPE/JUIZ/TJPA/2019) No direito pátrio, as hipóteses de desconsideração</p><p>da personalidade jurídica abarcam duas teses majoritariamente aceitas pela doutrina e pela</p><p>jurisprudência dominantes. Elas se diferenciam precipuamente quanto aos requisitos para que</p><p>um órgão jurisdicional possa desconsiderar a personalidade jurídica de uma sociedade perso-</p><p>nificada, de modo a atingir o patrimônio dos seus sócios para o pagamento de uma obrigação</p><p>inadimplida: a primeira considera necessário que tenha ocorrido abuso de personalidade</p><p>jurídica, caracterizado por desvio de finalidade ou confusão patrimonial; a segunda teoria con-</p><p>sidera que, para a desconsideração da personalidade, basta a apresentação de mera prova de</p><p>insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações, independentemente da</p><p>existência de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial.</p><p>Considerando o entendimento doutrinário majoritário e a jurisprudência dominante do STJ, as-</p><p>sinale a opção que indica, respectivamente, a denominação dada à segunda teoria de que trata</p><p>o texto apresentado e o ramo do direito ao qual ela se aplica no ordenamento jurídico brasileiro</p><p>excepcionalmente.</p><p>a) teoria menor da desconsideração/direito civil</p><p>b) teoria menor da desconsideração/direito ambiental</p><p>c) teoria maior objetiva da desconsideração/direito civil</p><p>d) teoria maior subjetiva da desconsideração/direito do consumidor</p><p>e) teoria maior objetiva da desconsideração/direito do consumidor</p><p>Letra b.</p><p>A segunda teoria tratada no texto (a que admite a desconsideração com a mera prova da insol-</p><p>vência da pessoa jurídica para o pagamento das obrigações, ou seja, com o mero inadimplemento</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>70 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>desta) é a teoria menor da desconsideração, a qual é aplicável tanto no ramo do direito do con-</p><p>sumidor (art. 28, CDC) quanto no do direito ambiental (art. 4º, Lei n. 9.605/1998).</p><p>Questão 39 (CESPE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-DFT/2014/</p><p>ADAPTADA) No Código Civil brasileiro, é prevista a desconsideração da personalidade jurídica</p><p>em caso de abuso caracterizado pelo desvio de finalidade ou confusão</p><p>patrimonial, de modo</p><p>a assegurar ao credor acesso aos bens particulares dos administradores e sócios da empresa</p><p>para a satisfação de seu crédito.</p><p>Certo.</p><p>Trata-se da teoria maior da desconsideração, prevista no art. 50 do CC.</p><p>Questão 40 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) Considerando o interesse</p><p>em proteger bens jurídicos específicos e socialmente relevantes, o Código de Defesa do Con-</p><p>sumidor e a legislação ambiental afastam, em todos os casos por eles regulados, a discussão</p><p>acerca do desvio de finalidade.</p><p>Certo.</p><p>Para dívidas consumeristas e ambientais, é adotada a teoria menor da desconsideração, para</p><p>as quais é desnecessária a prova de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial. Basta aí</p><p>o mero inadimplemento (arts. 28 do CDC e 4º da Lei n. 9.605/1998).</p><p>Questão 41 (FUNDEP/PROMOTOR/MPE-MG/2019/ADAPTADA) A desconsideração da</p><p>pessoa jurídica somente pode ser decretada em incidente obrigatório, conforme legislação</p><p>processual pertinente, assegurando-se amplos contraditório e defesa, de modo a evitar a prá-</p><p>tica de abusos.</p><p>Errado.</p><p>O incidente da desconsideração da personalidade jurídica é dispensável se, logo na petição</p><p>inicial, o autor já houver requerido a desconsideração e tiver colocado os sócios no polo passivo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>71 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>É que, nesse caso, os sócios contra os quais se reverterá a desconsideração haverão de defen-</p><p>der-se na contestação. É o art. 134, § 2º, do CPC. A propósito, confira-se esse dispositivo e o</p><p>art. 133 do CPC:</p><p>Art. 133. O  incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da</p><p>parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.</p><p>§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos</p><p>em lei.</p><p>§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade</p><p>jurídica.</p><p>Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimen-</p><p>to, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.</p><p>§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações</p><p>devidas.</p><p>§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for</p><p>requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.</p><p>§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.</p><p>§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para</p><p>desconsideração da personalidade jurídica.</p><p>Questão 42 (VUNESP/JUIZ/TJ-RJ/2019) Pedro é sócio, juntamente com sua esposa Maria,</p><p>da pessoa jurídica “PM LTDA”. Maria, sem o conhecimento de Pedro, começou a desviar valo-</p><p>res dos cofres da empresa, mediante a emissão de notas fiscais frias, para Ricardo, seu con-</p><p>cubino. Em razão dos desvios realizados por Maria, a empresa “PM LTDA” parou de pagar seus</p><p>fornecedores, que ajuizaram demanda visando receber os valores devidos. Pedro descobriu a</p><p>traição e divorciou-se de Maria, que foi viver com seu concubino com todos os valores desvia-</p><p>dos da “PM LTDA”. Os fornecedores requereram a desconsideração da personalidade jurídica,</p><p>para que pudessem satisfazer seus créditos com o patrimônio pessoal de Maria e de Pedro.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Pode haver a desconsideração da personalidade jurídica e os bens de Pedro e Maria irão</p><p>responder pelas dívidas da empresa, em razão do desvio de finalidade.</p><p>b) Os bens pessoais de Pedro não podem responder pelas dívidas da empresa, tendo em vista</p><p>que não houve ato doloso de sua parte, bem como ele não se beneficiou direta ou indiretamen-</p><p>te dos desvios.</p><p>c) Apenas os bens de Ricardo podem ser alcançados pela desconsideração da personalidade</p><p>jurídica, pois, apesar de não ser sócio, praticou atos dolosos de confusão patrimonial.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>72 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>d) Apenas se for comprovada a culpa grave de Pedro na administração da pessoa jurídica é</p><p>que poderá ser realizada a desconsideração da personalidade jurídica e seus bens pessoais</p><p>responderem pelas dívidas da “PM LTDA”.</p><p>e) A desconsideração da personalidade jurídica apenas pode ocorrer em caso de confusão pa-</p><p>trimonial e, como não houve a transferência de valores para os sócios e sim para um terceiro,</p><p>não podem os bens pessoais de Pedro e Maria responderem pelas obrigações da sociedade.</p><p>Letra b.</p><p>Para haver a desconsideração da personalidade jurídica, é preciso haver prova de confusão patrimo-</p><p>nial ou de desvio de finalidade por ser aplicável aí a teoria maior da desconsideração (art. 50, CC).</p><p>Além do mais, a desconsideração, só pode atingir o patrimônio daquele sócio que praticou esses</p><p>atos de abuso da personalidade. No caso em pauta, Pedro (marido traído) não praticou ato algum de</p><p>abuso da personalidade jurídica e, por isso, não é cabível a desconsideração da personalidade jurídi-</p><p>ca contra ele de modo algum. A desconsideração só poderia ser feita para atingir Maria e seu aman-</p><p>te Ricardo, pois eles praticaram os atos abusivos. Por isso, a única alternativa correta é a letra “b”.</p><p>Carlos Elias</p><p>Consultor Legislativo do Senado Federal em Direito Civil, Processo Civil e Direito Agrário (único aprovado no</p><p>concurso de 2012). Advogado. Professor em cursos de graduação, de pós-graduação e de preparação para</p><p>concursos públicos em Brasília, Goiânia e São Paulo. Ex-membro da Advocacia-Geral da União (Advogado</p><p>da União). Ex-Assessor de Ministro do STJ. Ex-técnico judiciário do STJ. Doutorando e Mestre em Direito</p><p>pela Universidade de Brasília (UnB). Bacharel em Direito na UnB (1º lugar em Direito no vestibular da UnB</p><p>de 2002). Pós-graduado em Direito Notarial e de Registro. Pós-Graduado em Direito Público. Membro do</p><p>Conselho Editorial da Revista de Direito Civil Contemporâneo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>Apresentação</p><p>Parte Geral – III</p><p>1. Direitos da Personalidade</p><p>2. Pessoas Jurídicas</p><p>2.1. Pressupostos Existenciais e Teorias</p><p>2.2. Surgimento da Pessoa Jurídica</p><p>2.3. Espécies de Pessoa Jurídica</p><p>2.4. Situações Especiais</p><p>2.5. Classificação das Pessoas Jurídicas quanto à Estrutura</p><p>2.6. Representação das Pessoas Jurídicas</p><p>2.7. Caso da Sociedade Anônima: Adoção da Teoria da Aparência</p><p>2.8. Efeitos do Registro</p><p>2.9. Desconsideração da Personalidade Jurídica</p><p>2.10. Extinção da Pessoa Jurídica</p><p>2.11. Direitos da Personalidade da Pessoa Jurídica</p><p>Resumo</p><p>Questões de Concurso</p><p>Gabarito</p><p>Gabarito Comentado</p><p>AVALIAR 5:</p><p>Página 73:</p><p>CIVIL</p><p>2.2. surgimento DA pessoA JuríDicA</p><p>Como surge uma pessoa jurídica?</p><p>No Brasil, as pessoas jurídicas de direito privado surgem com o registro do seu ato cons-</p><p>titutivo no órgão competente (art. 45, CC). O ato constitutivo é o ato que incorpora a vontade</p><p>dos instituidores da pessoa jurídica e pode ser um contrato social ou um estatuto social. Se</p><p>se tratar de sociedade empresária, o órgão competente é a Junta Comercial (art. 984, CC); se</p><p>pessoa jurídica de advogados – sociedade simples de advocacia ou sociedade unipessoal de</p><p>advocacia –, a OAB (art. 15, Lei 8.906/94); se demais tipos de pessoas jurídicas, o Registro</p><p>Civil das Pessoas Jurídicas (art. 114, Lei 6.015/1973).</p><p>Isso vale também para partidos políticos e sindicatos: o seu surgimento enquanto pessoa</p><p>jurídica é com o registro no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, de maneira que o seu registro</p><p>no TSE ou no Ministério do Trabalho é apenas uma espécie de “alvará de funcionamento” elei-</p><p>toral ou sindical, hábil a autorizar o exercício das atividades.</p><p>No caso de empresas públicas e sociedades de economias mistas, por elas serem dotadas</p><p>de personalidade jurídica de direito privado e de terem natureza empresária, elas também nas-</p><p>cem com o registro na Junta Comercial, mas, como elas nascem de destaque orçamentário de</p><p>um ente público para ser usado em atividade econômica, há necessidade de lei prévia autori-</p><p>zando a sua criação (art. 173, CF, e art. 2º, Lei 13.303/2016).</p><p>Já as pessoas jurídicas de direito público são criadas por lei, pois só lei pode conferir-lhes</p><p>os “superpoderes” próprios do regime de direito público. No caso dos entes federativos, a lei</p><p>criadora é a CF. No caso de pessoas jurídicas de direito público externo, também é a CF ou</p><p>algum tratado internacional, segundo as regras de Direito Internacional Privado.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>10 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>2.3. espécies De pessoA JuríDicA</p><p>Aluno(a), agora é hora de estudarmos quais são as espécies de pessoas jurídicas. Resolva</p><p>esta questão agora:</p><p>Questão 3 (FCC/TRT-12ª/2013) No tocante às pessoas jurídicas:</p><p>a) começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início efetivo de</p><p>suas atividades ao público.</p><p>b) de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que, nessa</p><p>qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do</p><p>dano, se houver por parte destes culpa ou dolo.</p><p>c) a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das instituições religio-</p><p>sas é condicional, por ser laico o Estado brasileiro, que deverá autorizar ou não seu reconheci-</p><p>mento e registro.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>11 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>d) os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito público interno.</p><p>e) as autarquias e as associações públicas são pessoas jurídicas de direito privado.3</p><p>Let’s go!</p><p>As pessoas jurídicas podem ser de direito público ou de direito privado.</p><p>De um lado, as  pessoas jurídicas de direito público são previstas nos arts.  40 ao 43 e</p><p>podem ser: (1) de direito público externo, quando regida por normas de Direito Internacional</p><p>Público, como a República Federativa do Brasil e os organismos internacionais – ONU, OIT etc.;</p><p>e (2) de direito público interno, quando se cuida dos entes sujeitos ao regime jurídico do direi-</p><p>to administrativo, a saber os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios)</p><p>e as respectivas autarquias (o que abrange as associações públicas disciplinadas na Lei n.</p><p>11.107/2005, as agências reguladoras, as fundações públicas etc.).</p><p>De outro lado, as pessoas jurídicas de direito privado são catalogadas no art. 44 do CC e</p><p>podem ser: sociedades, fundações, organizações religiosas e partidos políticos.</p><p>Vamos falar um pouco dessas pessoas jurídicas de direito privado. Em primeiro lugar, va-</p><p>mos falar das sociedades.</p><p>As sociedades são união de pessoas com fins econômicos, ou seja, os seus sócios objeti-</p><p>vam auferir lucro por meio de futura distribuição de dividendos. Em regra, é fundamental haver</p><p>mais de um sócio, mas, quando houver lei específica, admitem-se exceções de sociedades</p><p>unipessoais, a exemplo de:</p><p>• todas as sociedades limitadas, que podem ser unipessoais após mudança feita no Códi-</p><p>go Civil pela Lei da Liberdade Econômica (art. 1.052, §§ 1º e 2º, CC);</p><p>• subsidiária integral (art. 251, Lei 6.404/1976) e da sociedade unipessoal de advocacia</p><p>(art. 15, Lei 8.906/1994). A disciplina das sociedades está detalhada no livro de Direito</p><p>das Empresas, a partir dos art. 981 do CC.</p><p>Agora, é tempo de falar da Associação.</p><p>As associações consistem na reunião de pessoas sem fins econômicos. Em princípio, uma</p><p>associação pode ter lucro com suas atividades, mas esse fato, por si só, não descaracteriza a</p><p>3 Letra b.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>12 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>sua finalidade não econômica. Só haveria fim econômico se os lucros fossem rateados entre</p><p>os membros da associação, o que não sucede. O lucro é reinvestido na própria atividade da</p><p>associação. Obviamente, as associações podem contratar serviços, inclusive de seus asso-</p><p>ciados, remunerando-os por isso. Essa remuneração, porém, não representa distribuição de</p><p>lucros, e sim remuneração para todos os efeitos jurídicos. Se fossem dividendos, o associado</p><p>poderia, por exemplo, deixar de pagar imposto de renda, a depender da lei tributária. Mas, como</p><p>é remuneração, cumpre-lhe pagar a exação de renda pertinente. A disciplina das associações</p><p>está a partir do art. 53 do CC.</p><p>Vamos agora para as fundações.</p><p>A fundação é um patrimônio afetado a uma das finalidades do parágrafo único do art. 62</p><p>do CC, que lista diversas hipóteses de fins não lucrativos, como fins de assistência social, de</p><p>educação, de promoção da democracia, de atividades religiosas etc. Apesar de o parágrafo</p><p>único do art. 62 do CC se valer do advérbio “somente”, há corrente no sentido de que esse rol</p><p>de finalidades é exemplificativo, de maneira que outras finalidades não lucrativas podem auto-</p><p>rizar a criação de uma fundação. É o caso, p. ex., das “fundações de caráter esportivo” (Nelson</p><p>Rosenvald e Cristiano Chaves).</p><p>Essa corrente de ampliar ilimitadamente o rol de fins para a criação de fundação, todavia,</p><p>parece-nos contrariar expressamente o próprio CC, que é expresso em usar o advérbio “somen-</p><p>te”, além de desconsiderar dois fatos relevantes: (1) esse entendimento permitiria contornar o</p><p>veto presidencial ao inciso X do art. 62 do CC, que haveria de autorizar a criação de fundação</p><p>para fins de “habitação de interesse social”, mas que foi tida por inconveniente no veto presi-</p><p>dencial por autorizar o ingresso de fundações no mercado de habitação com privilégios tribu-</p><p>tários que distorceriam a concorrência com empresas do segmento; (2) há interesse público</p><p>nas fundações, e o Estado gasta recursos financeiros e de pessoal na sua fiscalização,</p><p>como</p><p>por meio do Ministério Público, de maneira que seria desarrazoado permitir que um particular</p><p>imponha gastos ao Poder Público com uma fundação de irrelevante interesse social.</p><p>Exemplo: imagine uma fundação para estimular as pessoas a ficarem olhando o vento.</p><p>A disciplina das fundações está a partir do art. 62 do CC.</p><p>Como não há sócios na fundação e como há interesse público nelas, o Ministério Público</p><p>deve fiscalizar a fundação (art. 66, CC).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>13 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>A criação da fundação dá-se por meio de quatro etapas: (1) a fase de dotação ou de insti-</p><p>tuição: por escritura pública ou testamento, o instituidor destina um patrimônio para a criação</p><p>de uma fundação na forma do art. 62 do CC; (2) fase da elaboração do estatuto social: o insti-</p><p>tuidor no ato de instituição ou uma pessoa indicada pelo instituidor elaborará o estatuto social</p><p>no prazo indicado pelo instituidor ou, se ausente este, em 180 dias, sob pena de o Ministério</p><p>Público efetuar a elaboração, conforme art. 65, CC; (3) fase de aprovação do estatuto: o Mi-</p><p>nistério Público deve aprovar o estatuto para impedir regras abusivas ou incompatíveis com a</p><p>vontade do instituidor, admitido recurso ao juiz no caso de rejeição do Ministério Público, con-</p><p>forme art. 65, CC; (4) fase do registro: o estatuto social deve ser registrado no Registro Civil de</p><p>Pessoas Jurídicas, dando início à pessoa jurídica.</p><p>Por fim, vamos falar também das organizações religiosas.</p><p>As pessoas jurídicas que exercem atividade religiosa, independentemente da orientação</p><p>de fé, são consideradas organizações religiosas. A opção do legislador de tratar as organiza-</p><p>ções religiosas como pessoa jurídica diversa possui cunho mais político e didático, para evitar</p><p>que os templos em geral tivessem de adaptar-se às inúmeras regras complexas e burocráticas</p><p>de associação trazidas pelo CC/2002 e para reconhecer que há um regime jurídico peculiar</p><p>para elas, com direito a imunidade tributária sobre patrimônio, renda e serviços (art. 150, VI,</p><p>“b”, CF) e com liberdade de culto (art. 5º, VI, CF). Seja como for, na prática, o funcionamento</p><p>das organizações religiosas costumam seguir o modelo das associações, embora a elas não</p><p>sejam exigíveis a adaptação às regras de associação do CC/2002 previstas a partir do art. 53</p><p>(art. 2.031, CC). O CC não detalha regras de funcionamento das organizações religiosas, dando</p><p>liberdade aos seus membros.</p><p>A Igreja Católica foge a essa regra por conta de acordo internacional firmado entre o Brasil</p><p>e a Santa Fé em razão do qual a Igreja Católica possui personalidade jurídica em conformidade</p><p>com o direito canônico (Decreto n. 7.107/2010).</p><p>Por fim, vamos para os partidos políticos.</p><p>Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, que surgem com o registro</p><p>no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas e que, após esse seu nascimento enquanto</p><p>pessoa jurídica, dependem de um registro no TSE para efeito de viabilizar o exercício da</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>14 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>atividade eleitoral, nos termos do art. 7º da Lei n. 9.096/1995. Não se aplicam as regras de</p><p>associações aos partidos políticos por serem espécies de pessoas jurídicas diversas, apesar</p><p>de o funcionamento dos partidos costumar ser similar ao das associações.</p><p>2.4. situAções especiAis</p><p>Serviços sociais</p><p>autônomos</p><p>É associação sob</p><p>regime jurídico</p><p>especial</p><p>São sociedades</p><p>São entes</p><p>despersonalizados</p><p>Situações</p><p>especiais</p><p>Lei pode prever</p><p>outros tipos de PJ</p><p>Sindicato</p><p>ECAD</p><p>Empresa</p><p>pública e sociedade</p><p>de econômia mista</p><p>Fundos de</p><p>investimento</p><p>Tem de se enquadrar em</p><p>uma das PJs do art. 44</p><p>Atividades de</p><p>interesse público</p><p>É uma associação</p><p>Aluno(a), vale a pena aprofundarmos um pouco para enfrentar algumas situações especiais.</p><p>Em primeiro lugar, vamos falar dos Serviços Sociais Autônomos.</p><p>Os serviços sociais autônomos constituem o Sistema “S”, que empreende atividades de</p><p>interesse público. Os serviços sociais autônomos são entes de cooperação, enquadrando-se</p><p>como uma entidade paraestatal4 (ao lado das organizações sociais, das OSCIPs e das entidades de</p><p>4 Diz-se “paraestatais”, porque se trata de pessoas jurídicas de Direito Privado que estão ao lado do Estado na execução de</p><p>atividades de interesse público. Não integram a Administração Pública (nem mesmo a indireta), mas são fomentadas pelo</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>15 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>apoio). Como exemplos, citem-se: Serviço Social Autônomo Associação das Pioneiras Sociais</p><p>(Lei nº 8.246/1991), Serviço Social Autônomo Agência de Promoção de Exportações do Brasil</p><p>– Apex/Brasil (Lei nº 10.668/2003), Serviços Social Autônomo Agência Brasileira de Desenvol-</p><p>vimento Industrial – ABDI (Lei nº 11.080/2004), Serviço Social do Transporte” – SEST (Lei nº</p><p>8.706/1993), Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte” – SENAT (Lei nº 8.706/1993),</p><p>Serviço Social da Indústria – SESI (Decreto-Lei nº 9.403/1946) e Serviço Nacional de Aprendi-</p><p>zagem dos Industriários – SENAI (Decreto-Lei nº 4.048/1942).</p><p>Há controvérsia se os serviços sociais autônomos são ou uma categoria específica de</p><p>pessoa jurídica de direito civil ou não.</p><p>Considerando que o rol de pessoas jurídicas de direito privado está no art. 44 do Código</p><p>Civil e que só uma lei federal poderia criar novas espécies diante da competência privativa da</p><p>União para legislar sobre direito civil, temos que não há como considerar o serviço social au-</p><p>tônomo como uma categoria própria de pessoa jurídica de direito privado. Ele é apenas autori-</p><p>zado por lei específica (de qualquer dos entes federativos). Essa lei é de Direito Administrativo,</p><p>e não de Direito Civil, e destina-se a investir a iminente pessoa jurídica de direito privado com</p><p>algumas prerrogativas próprias do regime de Direito Público (como a viabilidade de receber</p><p>tributos, mais especificamente as contribuições parafiscais).</p><p>Assim, os serviços sociais autônomos precisam se enquadrar em uma das espécies de</p><p>pessoas jurídicas de direito privado do art. 44 do CC, tudo conforme destacado pela juíza Tânia</p><p>Mara Ahualli5. Como eles não possuem fins econômicos e desempenham uma atividade de</p><p>interesse público, as espécies mais adequadas são a associação, a fundação ou a organização</p><p>religiosa.</p><p>Os serviços sociais autônomos são criados com o registro do ato constitutivo (estatuto</p><p>social), escolhendo uma das espécies de pessoas jurídicas do art. 44 do Código Civil, após</p><p>autorização de lei específica, que lhes traça as diretrizes de criação e de funcionamento.</p><p>Em segundo lugar, vamos para os sindicatos. O sindicato não é uma categoria de pessoa</p><p>jurídica fora do art. 44 do CC. Ele é, na realidade, uma associação, conforme art. 511 da CLT:</p><p>Estado em razão de sua finalidade de interesse público. Também são chamadas de “entes de cooperação” no Direito Admi-</p><p>nistrativo.</p><p>5 Decisão neste processo:</p><p>TJSP, 1VRPSP, Pedido de Providências nº 1072206-93.2017.8.26.0100, Juíza Tânia Mara Ahualli,</p><p>DJ 26/09/2017 (Disponível em https://www.kollemata.com.br/rcpj-servico-social-autonomo-paraestatal-pessoa-juridica-</p><p>-sui-generis-inconstitucionalidade-via-admin.html).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>16 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos</p><p>ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores</p><p>autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou</p><p>atividades similares ou conexas.</p><p>O art. 8º da CF reitera isso:</p><p>É livre a associação profissional ou sindical (...).</p><p>Trata-se de uma associação com um nome e uma disciplina especiais nos termos da le-</p><p>gislação trabalhista e da CF.</p><p>Em terceiro lugar, sigamos para tratar do ECAD, que vela pelo pagamento das retribuições</p><p>devidas aos autores pelo uso de suas obras por terceiros. O Escritório Central de Arrecadação</p><p>e Distribuição – ECAD é, na realidade, uma associação sob regime jurídico especial que en-</p><p>volve a atribuição de poder de polícia e de outros que só a lei poderia dar. Não é uma pessoa</p><p>jurídica fora do art. 44 do CC. O art. 99 da Lei de Direitos Autorais (Lei n. 9.610/1998) é textual:</p><p>A arrecadação e distribuição dos direitos autorais relativos à execução pública de obras musicais</p><p>e literomusicais e de fonogramas será feita por meio das associações de gestão coletiva criadas</p><p>para este fim por seus titulares, as quais deverão unificar a cobrança em um único escritório central</p><p>para arrecadação e distribuição, que funcionará como ente arrecadador com personalidade jurídica</p><p>própria (...).</p><p>Em quarto lugar, é  preciso fazer um esclarecimento: empresa pública e sociedade de</p><p>economia mista são sociedades com regime jurídico especial. Enquadram-se, pois, no rol do</p><p>art. 44 do CC.</p><p>Em quinto lugar, tome um cuidado especial com o seguinte: há qualidades de direito tri-</p><p>butário ou administrativo outorgados a determinadas pessoas jurídicas, como as de micro-</p><p>empresa, empresa de pequeno porte, organização social (OS), organização da sociedade civil</p><p>de interesse público (OSCIP). Não se trata de espécies de pessoas jurídicas, mas de meras</p><p>qualidades que concedem um regime jurídico especial para alguma das pessoas jurídicas de</p><p>que trata o art. 44 do CC. Assim, por exemplo, as sociedades podem ser qualificadas como</p><p>microempresa ou empresa de pequeno porte se se enquadrarem nos requisitos legais (Lei</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>17 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Complementar n. 123/2006). As associações e as fundações, a seu turno, podem se qualifica-</p><p>rem como OS ou OSCIP nos termos das leis respectivas (Leis n.s 9.637/1998 e 9.790/1999).</p><p>Por fim, quero falar sobre uma situação especial: a dos fundos. O ordenamento jurídico</p><p>admite entes despersonalizados, assim entendidos os que, não tendo personalidade jurídica,</p><p>podem ter direitos e deveres. O espólio é o exemplo clássico.</p><p>A sofisticação das relações jurídicas tem despertado outras hipóteses. E muitas delas en-</p><p>volve a utilização da figura do patrimônio de afetação para segregar um patrimônio de uma</p><p>pessoa jurídica (geralmente a incumbida da administração) a fim de compor um ente desper-</p><p>sonalizado. É o que ocorre com o fundo de investimento imobiliário (Lei n. 8.668/1993) e o</p><p>grupo de consórcio (art. 3º, Lei º 11.795/2008).</p><p>Isso também ocorre com diversos fundos que são criados para operacionalizar interesses</p><p>públicos.</p><p>Exemplo: Fundo de Arrendamento Residencial – FAR (Lei n. 10.188/2001), Fundo Garantidor</p><p>de Parcerias – FGP (art. 16, Lei n. 11.079/2004), Fundo da Marinha Mercante – FMM (art. 22,</p><p>Lei n. 10.893/2004), Fundo de Catástrofe (art. 2º, § 1º, Lei Complementar n. 137/2010), Fundos</p><p>Garantidores de Projetos de Infraestrutura de Grande Vulto - CPFGIE (art. 33, Lei n. 12.712/2012,</p><p>e Decreto n. 8.188/2014), Fundo de Garantia à Exportação – FGE (art. 1º, Lei n. 9.818/1999),</p><p>Fundo de Apoio à Estruturação de Parcerias (art. 14, Lei n. 13.334/2016) e Fundo de Defesa de</p><p>Direitos Difusos – FDD (arts. 13 e 20 da Lei n. 7.347/1985 e Decreto n. 1.306/1994).</p><p>É preciso verificar a lei de cada fundo para definir a natureza jurídica, que pode oscilar de</p><p>uma mera segregação patrimonial de uma pessoa jurídica (como o FAR e o FGE, que só tem</p><p>fins contábeis) até a formação de um ente despersonalizado (como o FGP e o FAEP) ou, até</p><p>mesmo, de uma pessoa jurídica (como uma fundação).</p><p>No caso dos fundos de investimento, eles são entes despersonalizados, são considerados</p><p>condomínios de natureza especial e estão regidos genericamente pelos arts. 1.368-C ao 1.368-</p><p>F do CC. Alguns fundos de investimento possuem leis específicas, como o fundo de investi-</p><p>mento imobiliário (Lei n. 8.668/1993).</p><p>Se o fundo constituir um ente despersonalizado ou uma pessoa jurídica, é ele quem deve</p><p>figurar como parte em contratos e em outros atos jurídicos, ainda que sob a representação de</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>18 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>alguma pessoa jurídica que o administre. Afinal, ele tem aptidão para ter direitos e deveres por</p><p>força de lei, apesar de não ter personalidade jurídica6. Se, porém, ele for uma mera segregação</p><p>patrimonial, é a pessoa jurídica titular dos bens que praticará atos jurídicos. O tema, porém,</p><p>é controverso e há serventias notariais e de registro que se recusam a colocar o nome do fun-</p><p>do que não seja pessoa jurídica como parte em atos jurídicos, mesmo quando eles são entes</p><p>despersonalizados.</p><p>Isso basta para ficarmos com uma visão adequada das espécies de pessoas jurídicas.</p><p>2.5. clAssificAção DAs pessoAs JuríDicAs QuAnto à estruturA</p><p>Há uma classificação importante para as provas de concurso. Você precisa conhecê-la.</p><p>Trata-se da classificação das pessoas jurídicas quanto à estrutura.</p><p>Quanto à estrutura, as pessoas jurídicas podem ser: (1) universitas personarum (universali-</p><p>dade de pessoas): a sua estrutura é decorrente da união de pessoas, como se dá na sociedade,</p><p>nas associações, nos partidos políticos e nas organizações religiosas, cuja composição envol-</p><p>ve necessariamente pessoas; (2) universitas bonorum (universalidade de bem): a estrutura da</p><p>pessoa jurídica não é composta por pessoas, e sim por um patrimônio afetado a uma finalida-</p><p>de, a exemplo das fundações, que não possuem “sócios”, e sim um conjunto de bens destinado</p><p>a um dos fins do art. 62, parágrafo único, CC.</p><p>2.6. representAção DAs pessoAs JuríDicAs</p><p>Meu amigo e minha amiga, você sabe que as pessoas jurídicas são invisíveis. Daí tiramos</p><p>o seguinte problema: como uma pessoa jurídica pode assinar um contrato ou fazer algum ato?</p><p>Naturalmente, ela precisará ser representada. Vamos falar sobre isso.</p><p>Como ente invisível, a pessoa jurídica depende de algum indivíduo para praticar atos em</p><p>nome dela. Em regra, o administrador – assim nomeado segundo as</p><p>regras internas da pes-</p><p>soa jurídica – tem poderes para praticar atos em nome da pessoa jurídica, como assinar um</p><p>cheque, por exemplo, salvo se extrapolar os poderes definidos no ato constitutivo (que pode</p><p>6 O fato de não ter personalidade jurídica limita a sua liberdade: só lhe é permitido praticar atos que a lei ou os costumes</p><p>autorizam (legalidade estrita), ao contrário da legalidade ampla estendida às pessoas naturais e jurídicas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>19 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>proibi-lo, p. ex., de assinar cheques em nome da pessoa jurídica). Cabe aos terceiros verificar o</p><p>ato constitutivo da pessoa jurídica para verificar se há ou não vedação ao administrador para</p><p>a prática do ato. Se o administrador praticar um ato além (= ultra) dos seus poderes (= vires),</p><p>esse ato não vinculará a pessoa jurídica. Trata-se do que se chama Teoria Ultra Vires, sediada</p><p>nos arts. 47 e 1.015 do CC. O CC não adotou a Teoria da Aparência, que se opõe à teoria ultra</p><p>vires, por prestigiar terceiros de boa-fé.</p><p>Apesar da adoção da Teoria Ultra Vires pelo CC, ela deve ser flexibilizada com as seguintes</p><p>ressalvas, extraídas do Enunciado 219/JDC:</p><p>(a) o ato ultra vires não produz efeito apenas em relação à sociedade;</p><p>(b) sem embargo, a sociedade poderá, por meio de seu órgão deliberativo, ratificá-lo;</p><p>(c) o Código Civil amenizou o rigor da teoria ultra vires, admitindo os poderes implícitos dos</p><p>administradores para realizar negócios acessórios ou conexos ao objeto social, os quais</p><p>não constituem operações evidentemente estranhas aos negócios da sociedade;</p><p>(d) não se aplica o art. 1.015 às sociedades por ações, em virtude da existência de regra</p><p>especial de responsabilidade dos administradores (art. 158, II, Lei n. 6.404/76).</p><p>O mero fato de ser sócio de uma pessoa jurídica não lhe outorga poderes de representação</p><p>dela. É preciso que esse sócio seja administrador, encargo que pode ser outorgado a quem não</p><p>é sócio também.</p><p>Alertamos que o art. 1.015, parágrafo único, do Código Civil foi revogado pela Lei nº</p><p>14.195/2021. Isso gerará controvérsias sobre a subsistência ou não do que defendemos aci-</p><p>ma acerca da flexibilização da teoria ultra vires. Pessoalmente, entendemos que nada mudou,</p><p>pois a boa-fé objetiva passará a ser o fundamento para flexibilizarmos a teoria ultra vires. O</p><p>tema, porém, não está pacificado, pois a revogação é relativamente recente.</p><p>2.7. cAso DA socieDADe AnônimA: ADoção DA teoriA DA ApArênciA</p><p>A teoria ultra vires não foi adotada para as sociedades anônimas por existir dispositivo di-</p><p>verso na Lei das Sociedades Anônimas (LSA – Lei n. 6.404/1976) a afastar, nesse ponto, o CC:</p><p>o art. 158, II, da LSA, ao responsabilizar civilmente o administrador por ato de violação da lei ou</p><p>do estatuto, afasta o parágrafo único do art. 1.015 do CC.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>20 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Nesse sentido, o enunciado n. 219/JDC dispõe:</p><p>(...) não se aplica o art. 1.015 às sociedades por ações, em virtude da existência de regra</p><p>especial de responsabilidade dos administradores (art. 158, II, Lei n. 6.404/76).</p><p>Assim, os atos ultra vires praticados pelo administrador vinculam a sociedade anônima,</p><p>assegurado, porém, a esta pleitear indenização contra o administrador.</p><p>2.8. efeitos Do registro</p><p>Aluno(a), a doutrina costuma falar sobre os efeitos jurídicos decorrentes do registro do</p><p>ato constitutivo de uma pessoa jurídica. Você também precisa saber disso para enfrentar as</p><p>provas.</p><p>Vamos lá.</p><p>O registro do ato constitutivo no órgão competente, ao criar a pessoa jurídica (PJ), gera os</p><p>seguintes efeitos: (1) patrimonial: o patrimônio da PJ é diverso do dos seus membros; (2) pes-</p><p>soal: a personalidade jurídica da PJ não se confunde com a pessoa natural dos seus membros;</p><p>(3) processual: a legitimidade para ser parte em processos é da PJ, e não dos seus membros;</p><p>(4) obrigacional: as obrigações da PJ não são dos membros. Assim, ao se fazer um contrato</p><p>com uma pessoa jurídica, os seus membros não estão se vinculando ao contrato, de maneira</p><p>que, em princípio, eventual ação judicial discutindo o contrato deverá ser proposta contra a</p><p>pessoa jurídica como polo passivo, e não contra os seus membros.</p><p>2.9. DesconsiDerAção DA personAliDADe JuríDicA</p><p>2.9.1. Noções Gerais</p><p>Chegamos agora na parte que mais é cobrada em concurso no tema de pessoa jurídica: a</p><p>chamada desconsideração da personalidade jurídica.</p><p>Antes de tudo, veja esta questão e responda:</p><p>Questão 4 (FCC/SABESP/ADVOGADO/2014) A desconsideração da personalidade jurídica.</p><p>a) acarreta a extinção da pessoa jurídica.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>21 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>b) deve ser decretada, inclusive nas relações civis, sempre que a pessoa jurídica se tornar in-</p><p>solvente, não importando a razão que a tenha levado à insolvência.</p><p>c) pode atingir sócio que não tenha sido designado administrador pelo contrato social.</p><p>d) atinge, em qualquer hipótese, apenas os sócios de maior capital.</p><p>e) é decretada, imediatamente, se a administração da pessoa jurídica vier a faltar.</p><p>Letra c.</p><p>Nos relembra que a desconsideração atinge qualquer sócio ou o administrador (ainda que não</p><p>seja sócio) nas hipóteses da lei. Vamos estudar a matéria.</p><p>Antes de tudo, veja este quadro de resumo:</p><p>DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA</p><p>TEORIA MAIOR</p><p>É a regra geral (art. 50 do CC).</p><p>Requisitos (ao menos um dos</p><p>seguintes requisitos)</p><p>Confusão patrimonial (teoria maior objetiva)</p><p>Desvio de finalidade (teoria maior subjetiva)</p><p>TEORIA MENOR</p><p>É exceção e tem de ser prevista em lei específica ou, no caso de dívidas trabalhistas, em</p><p>princípio constitucional.</p><p>Requisito Basta o mero inadimplemento da dívida</p><p>Casos de dívidas:</p><p>perante consumidor (art. 28, § 5º, CDC)</p><p>decorrentes de danos ambientais (art. 4º, Lei</p><p>9.605/1998)</p><p>Trabalhistas (jurisprudência do TST, que aplica, por ana-</p><p>logia, o art. 28, § 5º, do CDC em favor do trabalhador</p><p>em razão do princípio constitucional da vulnerabilidade</p><p>do trabalhador.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>22 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Casos especiais</p><p>Desconsideração inversa ou</p><p>às avessas</p><p>É atingir a pessoa jurídica por dívidas pessoais de um</p><p>dos sócios, desde que presente algum dos requisi-</p><p>tos da teoria maior, tudo conforme § 3º do art. 50 do</p><p>CC. Em outras palavras, é a “extensão das obrigações</p><p>dos sócios ou de administradores à pessoa jurídica”</p><p>(art. 50, § 3º, CC).</p><p>Desconsideração. indireta</p><p>É atingir outra pessoa jurídica que indiretamente</p><p>mantém confusão patrimonial com a pessoa jurídica</p><p>devedora.</p><p>Não é cabível com mera existência de um grupo eco-</p><p>nômico; é</p><p>preciso prova do abuso da personalidade</p><p>jurídica (art. 50, § 4º, CC; e STJ, REsp 1266666/SP, 3ª</p><p>Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 25/08/2011).</p><p>Desconsideração expansiva</p><p>É atingir um terceiro (um “sócio” ardilosamente escon-</p><p>dido) em hipóteses em que os sócios formais da</p><p>pessoa jurídica devedora são meros “laranjas”.</p><p>PROCEDIMENTO</p><p>JUDICIAL</p><p>Em princípio, em qualquer dos casos acima, há necessidade de observância do proce-</p><p>dimento judicial do incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art. 133 e</p><p>ss, CPC).</p><p>A desconsideração da personalidade jurídica é a suspensão temporária da autonomia pa-</p><p>trimonial da pessoa jurídica, de modo a permitir que o patrimônio dos sócios ou dos admi-</p><p>nistradores respondam por dívidas dela. Não há extinção da pessoa jurídica, mas apenas a</p><p>suspensão da autonomia patrimonial. O fundamento da teoria da desconsideração da perso-</p><p>nalidade jurídica é o abuso de direito, que é um ato ilícito (art. 187, CC) e que ocorre quando</p><p>os sócios se valem abusivamente da autonomia patrimonial da pessoa jurídica para frustrar</p><p>credores. A teoria da desconsideração da personalidade também é conhecida como disregard</p><p>theory, disregard of legal entity ou teoria do levantamento do véu.</p><p>Despersonificação da pessoa jurídica é fenômeno diverso; é a extinção da pessoa jurídica.</p><p>Não se confunda desconsideração com responsabilização pessoal. Esta última hipótese é</p><p>aquela em razão da qual uma pessoa pode responder por dívida de outra por força de lei. Pas-</p><p>sa a haver dois coobrigados pela dívida toda a responsabilização pessoal. É o que sucede na</p><p>responsabilidade pessoal das sociedades integrantes do mesmo grupo econômico em dívidas</p><p>trabalhistas (art. 2º, § 2º, CLT) e na responsabilização pessoal do sócio, do administrador ou de</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>23 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>terceiros por dívidas tributárias de pessoa jurídica no caso de infração à lei, ao contrato social</p><p>ou ao estatuto social ou em outros casos legais (arts. 134 e 135, CTN). Já na desconsideração</p><p>da personalidade jurídica, o que há é uma suspensão temporária da autonomia patrimonial</p><p>para permitir a excussão de bens do sócio ou administrador que perpetrou abuso de direito.</p><p>A doutrina costuma falar que há duas espécies de teoria da desconsideração da persona-</p><p>lidade jurídica: a maior e a menor. Vamos cuidar delas.</p><p>2.9.2. Teoria Maior</p><p>A teoria maior da desconsideração jurídica é a regra geral e está no art. 50 do CC. Ela se</p><p>aplica a qualquer pessoa jurídica, desde que esteja presente o seguinte requisito: o inadimple-</p><p>mento e o abuso da personalidade jurídica. O mero inadimplemento não é suficiente. Não há</p><p>necessidade de insolvência ou falência.</p><p>Esse abuso da personalidade jurídica deve necessariamente enquadrar-se em um desvio</p><p>de finalidade ou em uma confusão patrimonial.</p><p>O desvio de finalidade se dá quando os membros da pessoa jurídica desviam o objeto so-</p><p>cial da pessoa jurídica com a intenção de fraudar os credores. Nas palavras do § 1º do art. 50,</p><p>É a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos</p><p>de qualquer natureza.</p><p>Não basta a mera expansão ou alteração da finalidade original da atividade econômica específica</p><p>da pessoa jurídica (§ 5º do art. 50, CC).</p><p>É preciso haver o propósito de lesar credores ou praticar ilícitos. Como se vê, o desvio de</p><p>finalidade depende da presença de um requisito subjetivo (a intenção de fraudar), o que autori-</p><p>za designar essa hipótese como teoria maior subjetiva.</p><p>Trata-se de situação difícil de ser provada e caracterizada. Se uma sociedade com o objeto</p><p>social de prestar cursos de capacitação passa a exercer a venda de lanches, esse desvio de</p><p>finalidade só autorizará a desconsideração da personalidade jurídica se houver intenção de</p><p>prejudicar os credores. Se essa mudança finalística decorreu de sobrevivência financeira, não</p><p>há má-fé e, portanto, é descabida a desconsideração.</p><p>A confusão patrimonial ocorre quando, de fato, os bens da pessoa jurídica se confundem</p><p>com os dos sócios, ou seja, quando não há, de fato, separação entre os patrimônios. Aí não</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>24 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>há necessidade de prova de intenção de fraudar; basta a prova do fato objetivo da confusão</p><p>patrimonial, razão por que essa hipótese é designada de teoria maior objetiva. Os incisos I a III</p><p>do § 2º do art. 50 do CC especificam três hipóteses em que a confusão patrimonial é admitida:</p><p>I – cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-ver-</p><p>sa.</p><p>II – transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor pro-</p><p>porcionalmente insignificante.</p><p>III – outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.</p><p>Há discussão sobre a taxatividade ou não dessas hipóteses de confusão patrimonial. En-</p><p>tendemos que o rol não é taxativo por conta da amplitude do inciso III do § 2º do art. 50 do CC,</p><p>o qual admite, como caracterizador da confusão patrimonial, “outros atos de descumprimento</p><p>da autonomia patrimonial”. Nesse sentido, escrevemos em artigo sobre o assunto7:</p><p>O § 2º do art. 50 do CC apenas define o óbvio: confusão patrimonial é a mistura do patrimônio da</p><p>pessoa jurídica com o dos sócios. Nos seus incisos, são arroladas, apenas a título ilustrativo, al-</p><p>gumas das inúmeras situações em que isso pode ocorrer. De fato, o  caráter meramente</p><p>exemplificativo desses incisos é dado pelo inciso III, que admite, como caracterizador da confusão</p><p>patrimonial, “outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial”.</p><p>Assim, por exemplo, embora o inciso I do § 2º do art. 50 do CC preveja o “cumprimento repetitivo</p><p>pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa” como exemplo de confu-</p><p>são patrimonial, é certo que, mesmo se esse cumprimento não for repetitivo (ex.: a sociedade, com</p><p>seus próprios recursos, paga uma única dívida pessoal dos sócios), estará configurada a confusão</p><p>patrimonial. A única cautela que se deve ter aí é com o fato de que a dívida paga deve ser econo-</p><p>micamente relevante à luz do princípio da proporcionalidade, pois de minimis non curat praetor8.</p><p>Por ilustração, se a pessoa jurídica pagou uma única conta de telefone no valor de R$ 100,00 do</p><p>sócio, é desproporcional categorizar tal fato como uma “confusão patrimonial”. Se, porém, a pessoa</p><p>jurídica pagou uma conta de R$ 20.000,00 do sócio, aí haveria proporcionalidade. Igualmente, se a</p><p>pessoa jurídica pagou inúmeras contas pequenas do sócio (ex.: inúmeras contas de telefone), aí já</p><p>haveria proporcionalidade diante do fato de que o somatório dos valores das contas assume valor</p><p>econômico relevante. Enfim, a adequação típica não é meramente formal, mas deve ser também</p><p>material, ou seja, substancial: tem de haver relevância financeira no ato de confusão patrimonial.</p><p>7 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de. A Lei da Liberdade Econômica: diretrizes interpretativas da nova Lei e Aná-</p><p>lise detalhada das mudanças no Direito Civil e no Registros Públicos. Disponível em: www.flaviotartuce.adv.br/</p><p>artigos_convidados. Elaborado em 21 de setembro de 2019-B, p. 15.</p><p>8 De coisas pequenas não cuida o juiz.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709,</p><p>vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>http://www.flaviotartuce.adv.br/artigos_convidados</p><p>http://www.flaviotartuce.adv.br/artigos_convidados</p><p>25 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Encerramento irregular das atividades da PJ não é, por si só, motivo para a desconsideração</p><p>da pessoa jurídica, pois isso não representa confusão patrimonial nem desvio de finalidade</p><p>(Enunciado n. 282/JDC; STJ, EREsp 1306553/SC, 2ª Seção, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, DJe</p><p>12/12/2014).</p><p>A dissolução ou encerramento irregular de pessoa jurídica ocorre quando os seus sócios “fe-</p><p>cham” as portas sem adotar o procedimento formal para a extinção da pessoa jurídica previsto</p><p>no art. 51 do CC (dissolução, liquidação e cancelamento do registro). Não se pode presumir</p><p>ato abusivo nessa conduta, pois frequentemente tal ocorre em razão da crise financeira da em-</p><p>presa, que não dispõe de recursos sequer para a contratação de profissionais para a realização</p><p>dessa operação formal de encerramento.</p><p>Esclareça-se que a Súmula n. 435/STJ cuida de redirecionamento de execução fiscal com base</p><p>na interpretação dos arts. 134 e 135 do CTN, que versam sobre responsabilização pessoal,</p><p>e não de desconsideração da personalidade jurídica.</p><p>Não é cabível a desconsideração da personalidade jurídica pela mera mudança de endereço de</p><p>sede da pessoa jurídica sem comunicação, pois isso não se enquadra em confusão patrimo-</p><p>nial nem em desvio de finalidade (STJ, REsp 970.635/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi,</p><p>DJe 01/12/2009).</p><p>2.9.3. Teoria Menor</p><p>A teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica contenta-se com o mero</p><p>inadimplemento de uma obrigação pela pessoa jurídica para a suspensão da autonomia pa-</p><p>trimonial. Não há necessidade de prova de abuso da personalidade jurídica. É preciso haver</p><p>previsão legal expressa ou, ao menos, fundamento principiológico consistente, pois a teoria</p><p>menor afasta a regra geral do art. 50 do CC.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>26 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>A teoria menor é aplicada para dívidas perante consumidor (art. 28, § 5º, CDC), dívidas</p><p>por danos ambientais (art. 4º, Lei 9.605/1998) e dívidas trabalhistas (princípio da vulnerabi-</p><p>lidade do trabalhador, que atrai, segundo o TST, por analogia, o art. 28, § 5º, do CDC em prol</p><p>dos obreiros).</p><p>2.9.4. Casos Especiais</p><p>Aluno(a), a doutrina e a jurisprudência têm desenvolvido novas hipóteses de desconside-</p><p>ração! Cuidado!</p><p>É possível admitir novas formas de desconsideração com fundamento na vedação do abu-</p><p>so de direito prevista no art. 187 do CC e na aplicação analógica do art. 50 do CC. Afinal de</p><p>contas, a teoria da desconsideração da personalidade nasceu exatamente como reação a con-</p><p>dutas abusivas dos devedores em aproveitar-se da autonomia patrimonial da pessoa jurídica</p><p>para frustrar credores. Nesse sentido, é possível admitir diversos tipos de variações da des-</p><p>consideração, como as desconsiderações inversa, indireta e a expansiva bem como a teoria</p><p>da sucessão de empresas, além de haver doutrinadores a admitir outras situações, como a</p><p>desconsideração por subcapitalização (contra a qual fazemos ressalvas na forma abaixo).</p><p>Vamos para a primeira hipótese: a desconsideração inversa.</p><p>Desconsideração inversa ou às avessas é a suspensão da autonomia patrimonial da pes-</p><p>soa jurídica para permitir que os bens destas respondam por dívidas pessoais dos sócios.</p><p>É preciso haver prova dos requisitos do art. 50 do CC: abuso de direito por meio de confusão</p><p>patrimonial ou desvio de finalidade. Isso pode acontecer até mesmo em direito de família: o</p><p>marido que, antes do divórcio, esconde seus bens na pessoa jurídica para ocultar da esposa</p><p>incorre em confusão patrimonial com esta, de modo que a esposa, por ocasião da partilha de</p><p>bens decorrentes de divórcio, poderá reivindicar penhora de bens da pessoa jurídica para ga-</p><p>rantir a sua meação sobre o patrimônio ocultado. O fundamento legal são os arts. 187 e 50, CC.</p><p>E você já ouviu falar da desconsideração indireta? Vamos falar dela.</p><p>Desconsideração indireta é permitir que respondam pela dívida de uma pessoa jurídica os</p><p>bens de uma outra que, com o objetivo de frustrar credores, mantenha confusão patrimonial</p><p>ou desvio de finalidade com a pessoa jurídica devedora. Não importa o vínculo jurídico man-</p><p>tido entre essas pessoas jurídicas (societário, joint venture etc.), pois ele é meramente formal</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>27 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>diante do abuso de direito. Essa hipótese autoriza que entes do mesmo grupo econômico</p><p>respondam por dívidas uma das outras, desde que seja provado o abuso da personalidade</p><p>jurídica. O mero fato de ser integrante do mesmo grupo econômico não é suficiente para a</p><p>desconsideração indireta (art. 50, § 4º, CC; e STJ, REsp 1266666/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy</p><p>Andrighi, DJe 25/08/2011).</p><p>Há ainda a desconsideração expansiva.</p><p>Desconsideração expansiva é a desconsideração de uma pessoa jurídica para atingir o pa-</p><p>trimônio de “pessoas” que, com o intento fraudulento de frustrar os credores, mantêm-se escon-</p><p>didos, atuando como um verdadeiro “sócio escondido”. Não se deve empregar a expressão “só-</p><p>cio oculto” aí para não causar confusão com a expressão técnica utilizada em tipos societários</p><p>legítimos, como a sociedade em conta de participação (formada por sócios ostensivos e ocul-</p><p>tos). Nesse caso, a desconsideração da pessoa jurídica expande-se para atingir os bens desses</p><p>sócios escondidos. Assim, por exemplo, se uma pessoa, por algum meio fraudulento, logra criar</p><p>uma sociedade da qual serão sócios dois “laranjas” (pessoas que nem sabem disso) para viver</p><p>a subtrair o patrimônio dessa pessoa jurídica, os credores desta poderão pedir a desconsidera-</p><p>ção para atingir os bens desse indivíduo fraudador, que é um “sócio ardilosamente escondido”.</p><p>Igualmente, a gente pode falar da teoria da sucessão de pessoas jurídicas como uma so-</p><p>fisticação da teoria da desconsideração.</p><p>A teoria da sucessão de pessoas jurídicas é uma sofisticação da desconsideração da per-</p><p>sonalidade jurídica para permitir que os bens de pessoa jurídica que sucedeu uma outra pos-</p><p>sa ser responsabilizado nos casos que essa sucessão ocorreu com abuso de direito, como</p><p>sucederia na hipótese de a nova pessoa jurídica desempenhar a mesma atividade e manter a</p><p>mesma estrutura material e imaterial (móveis, empregados etc.).</p><p>Por fim, você sabia que há quem sustente a desconsideração da personalidade jurídica em</p><p>razão de subcapitalização?</p><p>Explico. Havendo a constituição de uma pessoa jurídica com capital social manifestamen-</p><p>te incompatível com a dimensão da atividade a ser desempenhada, haveria abuso de direito a</p><p>autorizar a desconsideração da personalidade jurídica, pois os sócios estão pretendendo “fu-</p><p>gir dos prováveis riscos do negócio” (Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves, 2016, p. 494).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se</p><p>aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>28 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Guardamos, porém, ressalvas a essa hipótese, pois, além de o capital social não ter conexão</p><p>dieta com o patrimônio real da sociedade – que varia ao longo do tempo e que efetivamente</p><p>tem relevância perante os credores –, a subcapitalização não se encaixa nas hipóteses de abu-</p><p>so da personalidade jurídica do art. 50 do CC (nem é confusão patrimonial nem desvio de finali-</p><p>dade). Se tivéssemos de admitir a deconsideração por subcapitalização, no máximo, dever-se-</p><p>-ia limitar a desconsideração da personalidade até o valor do capital social que seria razoável,</p><p>pois parece exagerado responsabilizar os sócios além disso. O fundamento dessa heterodoxa</p><p>hipótese de desconsideração seria uma interpretação conjugada do princípio da vedação do</p><p>abuso de direito (art. 187, CC) com da obrigação dos sócios de responder pessoalmente até a</p><p>integralização do capital social (art. 1.052, CC) e com a incidência analógica do art. 50 do CC.</p><p>2.10. extinção DA pessoA JuríDicA</p><p>Como “morre” uma pessoa jurídica?</p><p>Vamos falar disso. Antes, veja esta questão e responda.</p><p>Questão 5 (CESPE/TJ-DFT/2013) São duas as possibilidades de extinção da pessoa jurídi-</p><p>ca, na forma convencionada nos atos constitutivos ou por determinação judicial, não havendo,</p><p>no Brasil, possibilidade de extinção de sociedade privada por ato da administração pública.</p><p>Errado.</p><p>Há várias hipóteses de dissolução e uma delas é a administrativa, que decorre de ato adminis-</p><p>trativo que cassa a autorização de funcionamento da pessoa jurídica, conforme estudaremos</p><p>mais abaixo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>29 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>A extinção de uma pessoa jurídica deve atravessar três etapas: dissolução, liquidação e</p><p>cancelamento do registro (art. 51, CC). Só com esse último ato ocorre a efetiva extinção do</p><p>ente. Sobre a extinção da PJ, consultem-se os arts. 46, VI (registro da PJ com condições de ex-</p><p>tinção da PJ e destino do patrimônio), 54, VI (condições de dissolução no estatuto da associa-</p><p>ção), 61 (destino do patrimônio da associação), 69 (extinção da fundação) e 1.033 (hipóteses</p><p>de dissolução da sociedade) do CC.</p><p>A dissolução é a fase de anúncio de que a pessoa jurídica começará o seu processo de</p><p>encerramento (daí o verbete dissolução). A dissolução deve ser averbada no registro público</p><p>para divulgação a terceiros. Há as seguintes modalidades de dissolução: (1) convencional: de-</p><p>corre de deliberação dos membros, conforme quórum estatutário ou legal; (2) administrativa:</p><p>ocorre quando há cassação da autorização para funcionamento; (3) legal: ocorre quando a lei</p><p>determina; (4) judicial: deriva de decisão judicial; (5) natural: falecimento de membro, sem que</p><p>seja reconstituída a pluralidade de membros. No caso de associação, o estatuto pode afastar a</p><p>intransmissibilidade da condição de associado (art. 56, CC), de maneira que, havendo a morte</p><p>dos associados (que é uma causa natural), não haverá dissolução da pessoa jurídica.</p><p>A liquidação é a etapa em que a pessoa jurídica paga suas dívidas e, assim, chega ao patri-</p><p>mônio líquido (daí o nome “liquidação” para essa fase), o qual receberá a destinação adequa-</p><p>da com a iminente extinção da pessoa jurídica. Se, por exemplo, se tratar de uma sociedade,</p><p>o patrimônio líquido será rateado entre os sócios. Se for uma fundação, deverá ir para uma</p><p>fundação similar na forma do art. 69 do CC. Se for uma associação, igualmente irá para outra</p><p>entidade sem fins lucrativos na forma do art. 61 do CC. Apesar do silêncio do CC acerca do</p><p>procedimento de liquidação das pessoas jurídicas que não sejam sociedades, temos que a</p><p>elas devem ser aplicadas, no que couber, as regras procedimentais previstas para a liquidação</p><p>de sociedades nos arts. 1.102 ao 1.112 do CC.</p><p>A fase de liquidação termina com a aprovação das contas pelos membros da pessoa jurídi-</p><p>ca ou, no caso de fundação (que não tem membros), dos incumbidos da administração, o que</p><p>será formalizado por meio da ata dessa assembleia. Haverá, pois, uma ata de encerramento</p><p>da liquidação da liquidação. Essa ata deve ser publicada a fim de dar ciência a interessados,</p><p>como eventuais credores que não foram pagos (arts. 206, § 1º, V, e 1.109 parágrafo único, CC).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>30 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Feito isso, haverá a fase derradeira: a fase de cancelamento do registro. Tal será feito por</p><p>meio da averbação da ata de encerramento da liquidação no competente órgão de registro</p><p>público, cancelando o registro.</p><p>2.11. Direitos DA personAliDADe DA pessoA JuríDicA</p><p>Quero encerrar falando sobre as particularidades da pessoa jurídica em matéria de direitos</p><p>da personalidade.</p><p>Os direitos da personalidade também se estendem, no que couber, às pessoas jurídicas,</p><p>conforme art. 52 do CC. Daí decorre o cabimento de dano moral em favor da pessoa jurídica</p><p>de direito privado no caso de ofensa à sua honra objetiva, como sucede nas hipóteses de di-</p><p>vulgações de mensagens falsas contra a qualidade dos serviços prestados por uma pessoa</p><p>jurídica ou na hipótese de negativação indevida do nome de uma pessoa jurídica no cadastro</p><p>de inadimplentes. A pessoa jurídica possui honra objetiva, assim entendida a reputação social</p><p>(a reputação perante a coletividade), mas não honra subjetiva, que é a percepção que a pessoa</p><p>tem sobre si mesma. Somente as pessoas naturais possuem honra subjetiva, por serem seres</p><p>humanos, e não entes invisíveis como a pessoa jurídica.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ADRIANA DA SILVA VIDAL - 10759197709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>31 de 73www.grancursosonline.com.br</p><p>Carlos Elias</p><p>Parte Geral – III</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>RESUMO</p><p>Amigo(a), quem tem pressa deve ler, ao menos, este resumo e, depois, ir para os exercícios.</p><p>É fundamental você ver os exercícios e ler os comentários, pois, além de eu aprofundar o con-</p><p>teúdo e tratar de algumas questões adicionais, você adquirirá familiaridade com as questões.</p><p>De nada adianta um jogador de futebol ter lido muitos livros se não tiver familiaridade com</p><p>a bola.</p><p>Seja como for, o ideal é você ler toda a teoria, e não só o resumo, para, depois, ir às ques-</p><p>tões.</p><p>O resumo desta aula é este:</p><p>• Os direitos da personalidade são direitos existenciais, ou seja, são direitos inerentes à</p><p>condição de pessoa;</p><p>Exemplo: integridade física, honra, imagem etc.</p><p>• Não há um catálogo exaustivo de direitos da personalidade (não há rol de tipologia de</p><p>“numerus clausus”);</p><p>• Características dos direitos da personalidade:</p><p>– indisponibilidade;</p><p>– inalienabilidade;</p><p>– imprescritibilidade;</p><p>– vitaliciedade;</p><p>– insuscetibilidade de limitação voluntária;</p><p>– oponibilidade erga omnes;</p><p>• Exceções à insuscetibilidade de limitação voluntária:</p><p>– lei ou</p><p>– princípios jurídicos (= bons costumes, boa-fé, ausência de abuso de direito);</p><p>• Mesmo depois de falecido, os direitos da personalidade da pessoa falecida</p>

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