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<p>.</p><p>Pós-graduação em “Prática em Advocacia</p><p>Trabalhista e Previdenciária”</p><p>Disciplina: “Reajustamento do valor do</p><p>benefício e valor-limite dos</p><p>benefícios”</p><p>Prof. Dr. João Batista Lazzari</p><p>PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS</p><p>A SEREM OBSERVADOS</p><p>A Constituição Federal assegura a</p><p>irredutibilidade do valor dos benefícios (art. 194,</p><p>parágrafo único, IV) e o reajustamento dos</p><p>benefícios para preservar-lhes, em caráter</p><p>permanente, o valor real, conforme critérios</p><p>definidos em lei (art. 201, § 4º).</p><p>PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS</p><p>A SEREM OBSERVADOS</p><p>A preservação do valor real é, sem dúvida, uma</p><p>garantia constitucional de caráter permanente,</p><p>cabendo ao legislador ordinário estabelecer os</p><p>parâmetros para cumprimento do comando maior, de</p><p>maneira que os proventos dos beneficiários reflitam</p><p>o poder aquisitivo original da data do início dos seus</p><p>benefícios.</p><p>REGULAMENTAÇÃO</p><p>LBPS – Art. 41-A. O valor dos benefícios em</p><p>manutenção será reajustado, anualmente, na mesma</p><p>data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de</p><p>acordo com suas respectivas datas de início ou do</p><p>último reajustamento, com base no Índice Nacional</p><p>de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela</p><p>Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e</p><p>Estatística - IBGE.</p><p>REGULAMENTAÇÃO</p><p>Segundo a Exposição de Motivos da Medida Provisória</p><p>n. 316/2006 (que foi convertida na Lei n.</p><p>11.430/2006):</p><p>“A indicação para que seja utilizado o INPC se deve</p><p>ao fato de que este índice é o que melhor reflete o</p><p>poder de compra dos trabalhadores na faixa de um a</p><p>oito salários mínimos, onde se insere a totalidade dos</p><p>trabalhadores do Regime Geral de Previdência Social</p><p>e é o que vem sendo aplicado nos últimos anos”.</p><p>PRECEDENTES</p><p>Esses critérios foram validados pelo Supremo</p><p>Tribunal Federal, que tem orientação consolidada no</p><p>sentido de que:</p><p>- “Ao determinar que os valores dos benefícios em</p><p>manutenção serão reajustados, de acordo com as suas</p><p>respectivas datas, com base na variação integral do INPC,</p><p>o art. 41, II, da L. 8.213/91 (posteriormente revogado pela</p><p>L. 8.542/92), não infringiu o disposto nos arts. 194, IV, e</p><p>201, § 2, CF, que asseguram, respectivamente, a</p><p>irredutibilidade do valor dos benefícios e a preservação do</p><p>seu valor real” (RE 231.395);</p><p>.</p><p>PRECEDENTES</p><p>- “Previdenciário. Benefício. Reajuste. Art. 201, § 4º,</p><p>da Carta Magna. A adoção do INPC, como índice de</p><p>reajuste dos benefícios previdenciários, não ofende a</p><p>norma do art. 201, § 4º, da Carta de Outubro” (RE</p><p>376.145, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em</p><p>28.10.2003, DJ de 28.11.2003).</p><p>- Repercussão Geral – Tema 996: “Não encontra</p><p>amparo no Texto Constitucional revisão de benefício</p><p>previdenciário pelo valor nominal do salário mínimo”</p><p>(LeadingCase: RE 968414, DJe 2.6.2020).</p><p>REGULAMENTAÇÃO - TETO</p><p>LBPS – Art. 41-A. (...)</p><p>§ 1o Nenhum benefício reajustado poderá exceder o</p><p>limite máximo do salário-de-benefício na data do</p><p>reajustamento, respeitados os direitos adquiridos.</p><p>Quando poderá superar o teto? Nas hipóteses de</p><p>aposentadoria por incapacidade permanente, quando</p><p>acrescida de 25% para os que dependam de</p><p>assistência permanente de terceiros.</p><p>REGULAMENTAÇÃO - TETO</p><p>LBPS – Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do</p><p>segurado que necessitar da assistência permanente de</p><p>outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por</p><p>cento).</p><p>Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo:</p><p>a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o</p><p>limite máximo legal;</p><p>b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem</p><p>for reajustado;</p><p>c) cessará com a morte do aposentado, não sendo</p><p>incorporável ao valor da pensão.</p><p>PORTARIA INTERMINISTERIAL MPS/MF Nº 2,</p><p>DE 11/01/2024</p><p>Dispõe sobre o reajuste dos benefícios pagos pelo</p><p>Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e demais</p><p>valores constantes do Regulamento da Previdência</p><p>Social - RPS e dos valores previstos nos incisos II a VIII</p><p>do § 1º do art. 11 da Emenda Constitucional nº 103, de</p><p>12 de novembro de 2019, que trata da aplicação das</p><p>alíquotas da contribuição previdenciária prevista nos</p><p>arts. 4º, 5º e 6º da Lei nº 10.887, de 18 de junho de</p><p>2004.</p><p>PORTARIA INTERMINISTERIAL MPS/MF Nº 2,</p><p>DE 11/01/2024</p><p>Art. 1º Os benefícios pagos pelo Instituto Nacional do</p><p>Seguro Social - INSS serão reajustados, a partir de 1º de</p><p>janeiro de 2024, em 3,71% (três inteiros e setenta e um</p><p>décimos por cento). (...)</p><p>Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2024, o salário de</p><p>benefício e o salário de contribuição não poderão ser</p><p>inferiores a R$ 1.412,00 (um mil quatrocentos e doze</p><p>reais), nem superiores a R$ 7.786,02 (sete mil</p><p>setecentos e oitenta e seis reais e dois</p><p>centavos).</p><p>PORTARIA INTERMINISTERIAL MPS/MF Nº 2,</p><p>DE 11/01/2024</p><p>Art. 1º Os benefícios pagos pelo Instituto Nacional do</p><p>Seguro Social - INSS serão reajustados, a partir de 1º de</p><p>janeiro de 2024, em 3,71% (três inteiros e setenta e um</p><p>décimos por cento). (...)</p><p>Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2024, o salário de</p><p>benefício e o salário de contribuição não poderão ser</p><p>inferiores a R$ 1.412,00 (um mil quatrocentos e doze</p><p>reais), nem superiores a R$ 7.786,02 (sete mil</p><p>setecentos e oitenta e seis reais e dois</p><p>centavos).</p><p>.</p><p>PORTARIA INTERMINISTERIAL MPS/MF Nº 2,</p><p>DE 11/01/2024</p><p>Art. 4º O valor da cota do salário-família por filho ou</p><p>equiparado de qualquer condição, até 14 (quatorze)</p><p>anos de idade, ou inválido de qualquer idade, a partir de</p><p>1º de janeiro de 2024, é de R$ 62,04 (sessenta e dois</p><p>reais e quatro centavos) para o segurado com</p><p>remuneração mensal não superior a R$ 1.819,26 (um</p><p>mil oitocentos e dezenove reais e vinte e seis centavos).</p><p>EC 103/2019 – REFORMA DA PREVIDÊNCIA</p><p>Art. 27. Até que lei discipline o acesso ao salário-família e ao</p><p>auxílio-reclusão de que trata o inciso IV do art. 201 da</p><p>Constituição Federal, esses benefícios serão concedidos apenas</p><p>àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$</p><p>1.364,43 (mil, trezentos e sessenta e quatro reais e quarenta e</p><p>três centavos), que serão corrigidos pelos mesmos índices</p><p>aplicados aos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.</p><p>§ 1º Até que lei discipline o valor do auxílio-reclusão, de que</p><p>trata o inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, seu cálculo</p><p>será realizado na forma daquele aplicável à pensão por morte,</p><p>não podendo exceder o valor de 1 (um) salário-mínimo.</p><p>§ 2º Até que lei discipline o valor do salário-família, de que trata</p><p>o inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, seu valor será de</p><p>R$ 46,54 (quarenta e seis reais e cinquenta e quatro centavos).</p><p>Pós-graduação em “Prática em Advocacia</p><p>Trabalhista e Previdenciária”</p><p>Disciplina: “Reajustamento do valor do</p><p>benefício e valor-limite dos</p><p>benefícios”</p><p>Prof. Dr. João Batista Lazzari</p><p>REVISÃO: NOVOS TETOS DAS ECs 20/98 E 41/2003</p><p>STF – RG Tema 76: “Não ofende o ato jurídico perfeito a</p><p>aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional</p><p>20/1998 e do art. 5º da Emenda Constitucional 41/2003</p><p>aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime</p><p>geral de previdência estabelecido antes da vigência dessas</p><p>normas, de modo a que passem a observar o novo teto</p><p>constitucional.”</p><p>STF - Tema 930: “Os benefícios concedidos entre</p><p>05.10.1988 e 05.04.1991 (período do buraco negro) não</p><p>estão, em tese, excluídos da possibilidade de readequação</p><p>segundo os tetos instituídos pelas ECs nº 20/1998 e</p><p>41/2003, a ser aferida caso a caso, conforme os</p><p>parâmetros definidos no julgamento do RE 564.354, em</p><p>regime de repercussão geral.”</p><p>REVISÃO: TESE DO “MELHOR BENEFÍCIO”</p><p>STF – RG TEMA 354 – “Para o cálculo da renda</p><p>mensal inicial, cumpre observar o quadro mais</p><p>favorável ao beneficiário, pouco importando o</p><p>decesso remuneratório ocorrido em data posterior ao</p><p>implemento das condições legais para a</p><p>aposentadoria, respeitadas a decadência do direito à</p><p>revisão e a prescrição quanto às prestações</p><p>vencidas.”</p><p>“REVISÃO DA VIDA TODA”</p><p>STF – RG TEMA 1102: “O segurado que implementou</p><p>as condições para o benefício previdenciário após a</p><p>vigência da Lei 9.876, de 26.11.1999, e antes da</p><p>vigência das novas regras constitucionais,</p><p>introduzidas pela EC 103/2019, tem o direito de</p><p>optar pela regra definitiva, caso esta lhe seja mais</p><p>favorável.”</p><p>(RE 1276977, Tribunal Pleno, DJE em</p><p>13/04/2023.)</p><p>Na sequência o STF mudou a orientação nas ADIs</p><p>2110 e 2111.</p><p>.</p><p>“REVISÃO DA VIDA TODA”</p><p>Na sequência o STF mudou a orientação nas ADIs</p><p>2110 e 2111 - Tese de julgamento:</p><p>“A declaração de constitucionalidade do art. 3º da</p><p>Lei n. 9.876/1999 impõe que o dispositivo legal seja</p><p>observado de forma cogente pelos demais órgãos do</p><p>Poder Judiciário e pela Administração Pública, em</p><p>sua interpretação textual, que não permite exceção.</p><p>O segurado do INSS que se enquadre no dispositivo</p><p>não pode optar pela regra definitiva prevista no art.</p><p>29, I e II, da Lei n. 8.213/1991, independentemente</p><p>de lhe ser mais favorável”. (Tribunal Pleno, j. em</p><p>21/03/2024)</p><p>REVISÃO BASEADA NO AUMENTO DO TEMPO DE</p><p>CONTRIBUIÇÃO COMUM E ESPECIAL</p><p>TESE: Com essa revisão busca-se o aumento do tempo de</p><p>contribuição decorrentes de períodos não constantes do</p><p>CNIS, dentre os quais:</p><p>a) atividades no meio rural como segurado especial</p><p>(anterior à nov/1991, sem indenização);</p><p>b) aluno aprendiz em escolas técnicas;</p><p>c) trabalhador autônomo/contribuinte individual mediante</p><p>indenização;</p><p>d) prestação de serviço militar;</p><p>e) recebimento de benefício por incapacidade, desde que</p><p>intercalado;</p><p>e) tempo especial com a conversão para tempo comum em</p><p>relação ao prestado até 13.11.2019 (art. 25, §2º da EC n.</p><p>103/2019).</p><p>REVISÃO BASEADA NO AUMENTO DO TEMPO DE</p><p>CONTRIBUIÇÃO COMUM E ESPECIAL</p><p>TESE: Com o acréscimo do tempo de contribuição será</p><p>possível, exemplificativamente:</p><p>a) obter o benefício mais vantajoso, dentre aqueles que</p><p>houve o preenchimento dos requisitos;</p><p>b) no caso da aposentadoria por tempo de contribuição,</p><p>poderá ser excluído o fator previdenciário ou até torná-lo</p><p>positivo em relação aos benefícios anteriores à EC</p><p>103/2019 e até mesmo para o regra de transição da EC</p><p>103/2019 (ATC c/pedágio de 50%);</p><p>c) elevar o coeficiente de cálculo da RMI em 2% para cada</p><p>novo ano de contribuição para os benefícios em geral</p><p>concedidos com base na regras da EC 103/2019 (salvo os</p><p>decorrentes de acidente do trabalho).</p><p>REVISÃO BASEADA EM SENTENÇA TRABALHISTA COM</p><p>INCLUSÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E AUMENTO DOS</p><p>SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO</p><p>TESE: As ações trabalhistas possuem relação direta com a</p><p>Previdência Social. Tratam, na maioria dos casos, de</p><p>reconhecimento de vínculos empregatícios não registrados</p><p>devidamente, de verbas que não foram pagas ao trabalhador</p><p>(ou foram pagas a menor) e de situações que podem</p><p>prolongar a qualidade de segurado.</p><p>Todos esses fatores impactam os principais pontos verificados</p><p>para a concessão de benefícios previdenciários. Entres eles,</p><p>estão qualidade de segurado, tempo de contribuição, salários</p><p>de contribuição, renda mensal inicial dos benefícios.</p><p>REVISÃO BASEADA EM SENTENÇA TRABALHISTA COM</p><p>INCLUSÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E AUMENTO DOS</p><p>SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO</p><p>TESE: O objetivo dessa revisão, em regra, é aumentar a</p><p>Renda Mensal Inicial do benefício, no sentido de:</p><p>a) excluir o fator previdenciário ou até torná-lo positivo em</p><p>relação aos benefícios anteriores à EC 103/2019 e até</p><p>mesmo para a regra de transição da EC 103/2019 (ATC</p><p>c/pedágio de 50%);</p><p>b) elevar o coeficiente de cálculo da RMI em 2% para cada</p><p>novo ano de contribuição para os benefícios em geral</p><p>concedidos com base nas regras da EC 103/2019 (salvo os</p><p>decorrentes de acidente do trabalho).</p><p>REVISÃO DECORRENTE DE ATIVIDADES CONCOMITANTES</p><p>TESE: “Após o advento da Lei 9.876/99, e para fins</p><p>de cálculo do benefício de aposentadoria, no caso do</p><p>exercício de atividades concomitantes pelo segurado, o</p><p>salário-de-contribuição deverá ser composto da soma de</p><p>todas as contribuições previdenciárias por ele vertidas ao</p><p>sistema, respeitado o teto previdenciário.”</p><p>(STJ, Resp 1870793/RS, 1ª Seção, Dje24.5.2022).</p><p>.</p><p>Pós-graduação em “Prática em Advocacia</p><p>Trabalhista e Previdenciária”</p><p>Disciplina: “Reajustamento do valor do</p><p>benefício e valor-limite dos</p><p>benefícios”</p><p>Prof. Dr. João Batista Lazzari</p><p>DATA DO PAGAMENTO</p><p>LBPS – Art. 41-A. (...)</p><p>§ 2o Os benefícios com renda mensal superior a</p><p>um salário mínimo serão pagos do primeiro ao</p><p>quinto dia útil do mês subsequente ao de sua</p><p>competência, observada a distribuição</p><p>proporcional do número de beneficiários por dia</p><p>de pagamento.</p><p>DATA DO PAGAMENTO</p><p>LBPS – Art. 41-A. (...)</p><p>§ 3o Os benefícios com renda mensal no valor de até</p><p>um salário mínimo serão pagos no período</p><p>compreendido entre o quinto dia útil que anteceder o</p><p>final do mês de sua competência e o quinto dia útil do</p><p>mês subsequente, observada a distribuição</p><p>proporcional dos beneficiários por dia de</p><p>pagamento.</p><p>DATA DO PAGAMENTO</p><p>LBPS – Art. 41-A. (...)</p><p>§ 4o Para os efeitos dos §§ 2o e 3o deste artigo,</p><p>considera-se dia útil aquele de expediente bancário</p><p>com horário normal de atendimento.</p><p>5o§ O primeiro pagamento do benefício será</p><p>efetuado até quarenta e cinco dias após a data da</p><p>apresentação, pelo segurado, da documentação</p><p>necessária a sua concessão.</p><p>PRAZOS PARA O INSS CONCEDER BENEFÍCIOS</p><p>ACORDO STF RG 1066 – RE 1.171.152/SC</p><p>BENEFÍCIO:</p><p>LOAS/BPC</p><p>Aposentadorias, salvo por invalidez</p><p>PRAZO P/CONCLUSÃO</p><p>90 dias</p><p>90 dias</p><p>Aposentadoria p/incapacidade permanente</p><p>Aux. por Incapacidade Temporária</p><p>Salário maternidade</p><p>Pensão por morte e Aux. Reclusão</p><p>Auxílio–Acidente</p><p>45 dias</p><p>45 dias</p><p>30 dias</p><p>60 dias</p><p>60 dias</p><p>TRF/4: PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA.</p><p>PEDIDO ADMINISTRATIVO. PRAZO RAZOÁVEL. ANÁLISE</p><p>DO RECURSO ADMINISTRATIVO. INTERESSE DE AGIR</p><p>CONFIGURADO.</p><p>1. A desnecessidade de exaurimento da via administrativa</p><p>não torna a parte autora carente de ação, uma vez que o</p><p>julgamento do recurso administrativo (objeto do</p><p>presente writ) poderá trazer resultado útil e efetivo à parte</p><p>impetrante, configurando assim o interesse processual no</p><p>ajuizamento da demanda.</p><p>2. Configurado excesso de prazo nas hipóteses de demora</p><p>injustificada na conclusão de processo administrativo, quando</p><p>extrapolado o marco temporal fixado no artigo 49 da Lei 9.784/99,</p><p>em afronta aos princípios constitucionais da eficiência da</p><p>Administração Pública e da duração razoável do processo e</p><p>celeridade na sua tramitação, segundo o art. 37, caput, e o art. 5º,</p><p>inciso LXXVIII, da CF/88. (...)</p><p>.</p><p>TRF/4 (...) 3. O processamento do pedido administrativo deve</p><p>ser realizado em prazo razoável, independentemente dos</p><p>eventuais percalços administrativos do órgão competente,</p><p>que não podem vir em prejuízo do segurado, em virtude da</p><p>necessidade de prestação do serviço público de modo</p><p>adequado e eficiente.</p><p>4. Inexiste qualquer vedação no que se refere à cominação de</p><p>astreinte contra a Fazenda Pública, em caso de</p><p>descumprimento de ordem judicial. Estando comprovado o</p><p>descumprimento da ordem, no prazo assinalado, é cabível a</p><p>cobrança da multa nos padrões afeiçoados aos critérios da</p><p>Turma.</p><p>(AC 5011052-69.2023.4.04.7204/SC, 9ª T, 12 de abril de</p><p>2024)</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>Muito obrigado!</p><p>https://www.instagram.com/joaobatistalazzari/</p><p>https://comunidade.notoriosaber.com.br/</p>