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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: PRINCÍPIOS DE ENTOMOLOGIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 55 
Professor: Nome do Professor – E-mail do Professor 
CAPÍTULO 2: MORFOLOGIA EXTERNA DOS INSETOS 
 
2.6 ABDOME 
 
2.6.1 Introdução 
É a terceira parte do corpo do inseto, que se caracteriza pela segmentação 
típica, simplicidade de estrutura e ausência geral de apêndices locomotores. Embrio-
logicamente nunca ocorrem mais de doze segmentos abdominais ou urômeros. Nas 
ordens superiores, esta segmentação se reduz a nove ou dez urômeros distintos. A 
redução do número de segmentos ocorre, em geral, na parte posterior do abdome, 
porém em alguns insetos superiores, pode haver a eliminação ou atrofia do primeiro 
urômero. É também uma região altamente especializada, onde se encontram as vís-
ceras, o aparelho genital e outros apêndices. 
Cada urômero é constituído por uma placa tergal, mais ou menos arqueada, e 
outra menor e mais plana, a placa esternal. Essas placas são separadas pela mem-
brana pleural, que é bem desenvolvida. Desse modo, o abdome possui muita mobili-
dade e flexibilidade (Figura 1). 
Em alguns insetos os quatro ou cinco primeiros urômeros são desenvolvidos e 
de aspecto globular, sendo denominados pré-abdome, e os segmentos restantes, de 
conformação tubular, constituem o pós-abdome, que forma o ovipositor de algumas 
fêmeas. 
 
Figura 1. Áreas e apêndices do abdome. 
 
Fonte: Gallo et al., 2002 
 
 
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2.6.2 Segmentos Abdominais 
 
Os segmentos abdominais são agrupados em: 
 
a) Segmentos pré-genitais ou viscerais: compreendem os urômeros I-VII nas fê-
meas e I-VIII nos machos, os quais são muito semelhantes entre si (Figura 1). O pri-
meiro urômero está, em geral, amplamente unido ao metatórax, porém, em alguns 
Hymenoptera, o primeiro urômero (propódeo ou epinoto) está intimamente ligado as 
metatórax; o segundo e terceiro urômeros formam uma constrição (pedúnculo), e os 
demais formam o gáster. Os espiráculos estão, normalmente, localizados nas pleuras 
abdominais, porém sua posição é muito variável. 
b) Segmentos genitais: correspondem ao nono segmento nos machos e oitavo e nono 
nas fêmeas e estão associados com as estruturas genitais (Figura 1). Das placas 
pleurais (primeiros valvíferos) do oitavo urômero origina-se o primeiro par de valvas, 
que toma parte na formação do ovipositor da fêmea, sendo que o segundo e o terceiro 
pares de dessas valvas, originam-se dos escleritos pleurais (segundos valvíferos) do 
nono segmento; portanto, o ovipositor é formado por 6 lâminas, dispostas 3 a 3. Ge-
ralmente, as aberturas genitais femininas e masculinas ocorrem na parte posterior do 
nono esternito abdominal. 
c) Segmentos pós-genitais: compreendem, principalmente, o décimo e décimo pri-
meiro urômeros (Figura 1). Em alguns casos é difícil a separação desses segmentos, 
devido a união que pode haver entre eles. Os apêndices presentes no décimo urômero 
são denominados pigópodos, como por exemplo, os socii de Lepidoptera e Trichop-
tera, as pernas anais das larvas de Lepidoptera, Hymenoptera (Tenthredinidae), etc. 
Na maioria dos Endopterygota o corpo termina no décimo segmento, pois, normal-
mente, o décimo primeiro desaparece. 
Quando presente, o décimo primeiro urômero é uma peça cônica com o ânus 
em seu ápice. Apresenta uma placa dorsal chamada epiprocto, e dois lobos ventro-
laterais, os paraproctos. 
 
2.6.3 Apêndices abdominais 
 
 
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Os insetos apresentam em seu desenvolvimento embrionário certos apêndices 
abdominais que, em sua maior parte, desaparecem com o nascimento da larva (ou 
ninfa), mas que em muitos casos permanecem após a eclosão para se transformarem 
em estruturas funcionais. 
Nos adultos de Apterygota existem estilos abdominais, que tomam parte na 
locomoção destes insetos, servindo também de apoio ao abdome; além desses apên-
dices podem ocorrer as denominadas vesículas protráteis. Na extremidade posterior 
destes insetos há três filamentos caudais; os dois laterais são os cercos e o central é 
o filamento mediano. 
As larvas de algumas espécies de Coleoptera, apresentam no dorso do nono 
urômero uma projeção cuticular denominada urogonfo. Ainda, como apêndices abdo-
minais das formas imaturas, devem ser mencionadas as brânquias das larvas e ninfas 
dos insetos aquáticos. 
Os adultos de Pterygota podem apresentar os cercos, que são apêndices ab-
dominais pares, multissegmentados ou não, inseridos nas partes látero-dorsais do dé-
cimo primeiro urômero. Sua principal função é sensorial, podendo auxiliar na cópula, 
e até exercer função preensora, como no caso das tesourinhas. Podem ocorrer tam-
bém os estilos, em número de dois, articulados ventralmente nas partes laterais ou 
posteriores do décimo primeiro urômero. Os estilos são apêndices curtos e unisseg-
mentados, presentes nos machos de Mantodea, Blattodea, Ephemeroptera, etc, e 
possuem função sensorial. Os pulgões apresentam um par de apêndices dorsais, de-
nominados sifúnculos ou cornículos, os quais podem liberar feromônio de alarme (Fi-
gura 2). 
 
Figura 2. Sifúnculos em pulgões 
 
 
 
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2.6.4 Tipos de abdome 
De acordo com as formas de conexão do abdome com o tórax, pode-se classi-
ficá-los como: 
a) Séssil ou aderente: quando o abdome liga-se ao tórax em toda sua largura (Figura 
3). Ex.: baratas, gafanhotos, besouros, etc. 
 
Figura 3. Abdome Séssil 
 
 
b) Livre: quando aparece, na união do abdome com o tórax, uma constrição mais ou 
menos pronunciada (Figura 4). Ex.: moscas, abelhas, borboletas, etc. 
 
Figura 4. Abdome Livre 
 
 
c) Pedunculado: quando a ligação é feita através de uma constrição pronunciada, que 
forma um pedúnculo ou pecíolo (Figura 5). Ex.: formigas e vespas. 
 
Figura 5. Abdome Pedunculado 
 
 
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Referências 
 
BUZZI, Z.J. Entomologia didática. 4. ed. Curitiba: UFPR, 2002. 348p. 
CHAPMAN, R. F. The insects: structure and function. 4th ed. Cambridge: Cam-
bridge University Press, 1998. 788 p. 
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA-NETO, S.; CARVALHO, R. P. L.; BA-
TISTA, G. C. de; BERTI-FILHO, E.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.; 
VENDRAMIM, J. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920 p. 
GILLOT, C. Entomology. 3rd ed. Dordrecht: Springer, 2005. 820p. 
GULLAN, P. J.; CRASTON, P. S. The insects: an outline of entomology. Lon-
don: Chapman & Hall, 1994. 491 p.

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