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<p>DESCRIÇÃO</p><p>Devido ao acelerado crescimento populacional, o consumo de energia com construções tem</p><p>crescido de forma intensa, o que vem causando impactos ambientais negativos. Diante disso,</p><p>estudos e desenvolvimento de tecnologia para a melhoria da eficiência energética são exigidos</p><p>e parametrizados por lei.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Para uma construção ser julgada efetiva, o seu projeto deve ser considerado amigável ao meio</p><p>ambiente, mitigando ao máximo o consumo de recursos naturais, principalmente no que se</p><p>refere à energia. Uma atuação profissional que garanta economia energética em um projeto é</p><p>fundamental para a carreira de um engenheiro.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Identificar os materiais construtivos e aspectos arquitetônicos</p><p>MÓDULO 2</p><p>Reconhecer o ciclo de vida dos materiais</p><p>MÓDULO 3</p><p>Analisar a eficiência energética nas indústrias</p><p>MÓDULO 4</p><p>Analisar a eficiência energética nas instalações comerciais e residenciais</p><p>EFICIÊNCIA ENERGÉTICA</p><p>CONSUMO DE ENERGIA NAS</p><p>CONSTRUÇÕES</p><p>MÓDULO 1</p><p> Identificar os materiais construtivos e aspectos arquitetônicos</p><p>CONSUMO DE ENERGIA EM</p><p>CONSTRUÇÕES</p><p>Sabemos que o consumo de energia está aumentando rapidamente devido ao crescimento da</p><p>população e da urbanização. Os requisitos de energia variam de região para região,</p><p>dependendo do clima, tipo de moradia e nível de desenvolvimento de cada uma delas. É cada</p><p>vez maior a preocupação com o consumo de energia nas edificações e com os seus possíveis</p><p>impactos adversos ao meio ambiente.</p><p>No Brasil, no que diz respeito à eficiência energética, temos dois importantes instrumentos:</p><p>LEI Nº 10.295</p><p>Lei de 17 de outubro de 2001, conhecida como Lei de Eficiência Energética.</p><p>DECRETO Nº 4.059</p><p>Decreto de 10 de dezembro de 2001, que dispõe, em seu anexo A, sobre a política nacional de</p><p>conservação e uso racional de energia.</p><p>De acordo com a Lei 10.295, visa-se o art. 4º, que estabelece ao Poder Executivo desenvolver</p><p>mecanismos que promovam a eficiência energética nas edificações construídas no país. De</p><p>acordo com essas regulamentações, a energia deve ser economizada e usada efetivamente</p><p>nos setores da construção, assim como em outros setores, incluindo transporte, serviços etc.</p><p>Neste ponto, você pode estar se perguntando: Como conseguimos diminuir o consumo de</p><p>energia nas construções?</p><p>Para responder a essa pergunta, precisamos conhecer tanto o processo de construção, que</p><p>envolve a escolha de materiais e técnicas apropriadas, quanto a concepção do projeto</p><p>arquitetônico, que considera não apenas a energia consumida nesses edifícios, mas também a</p><p>forma como eles são construídos e as condições climáticas, tendo sempre em vista o uso</p><p>racional de energia.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>Não é possível trazer soluções simples que possam levar a eficiência energética para todas as</p><p>construções. Assim como a função, o sistema, a posição e a importância mudam de uma</p><p>construção para outra, as soluções para obtenção de eficiência energética também serão</p><p>alteradas.</p><p>Portanto, uma abordagem consciente precisa ser desenvolvida para se chegar à solução certa</p><p>no estágio de projeto arquitetônico por meio da habilitação dos dados necessários. Ao final, o</p><p>produto a ser obtido deve ter como objetivo a eficiência, ou seja, gastar menos recursos em um</p><p>período maior para realizar a mesma ação.</p><p>MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO COM</p><p>EFICIÊNCIA ENERGÉTICA</p><p>Para se conseguir a eficiência energética dos materiais de construção é necessário o uso</p><p>menor de energia e de forma eficaz em todas as suas fases.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>Particularmente, a proporção da energia que é consumida para a produção e o transporte dos</p><p>materiais e elementos de construção em todo o processo é grande.</p><p>Dessa forma, a seleção dos materiais em todas as etapas, desde a obtenção de sua matéria-</p><p>prima na natureza até seus estágios de fabricação, transporte, utilização e demolição, confere</p><p>eficiência energética às construções.</p><p>A escolha de um determinado material de construção pode ter efeitos múltiplos no consumo de</p><p>energia de uma edificação ao longo das diferentes fases de seu ciclo de vida.</p><p>Esses efeitos são por vezes contraditórios, visto que uma mesma propriedade pode gerar</p><p>economias relativas de energia operacional e também maior energia incorporada aos custos,</p><p>como é o caso, por exemplo, do alto valor de isolamento.</p><p>Não é tão fácil qualificar os materiais de construção ecologicamente, pois eles podem ter</p><p>qualidades ambientais positivas e negativas, embora devam apresentar tais qualidades tanto</p><p>quanto possível. Contudo, a propriedade indispensável de um material é ser eficiente em</p><p>termos de energia. Para compreendermos melhor as propriedades dos materiais de construção</p><p>com eficiência energética, vejamos as descrições a seguir.</p><p>MATERIAL LOCAL</p><p>No consumo total de energia das construções, a quantidade de energia gasta no transporte dos</p><p>materiais para os canteiros de obras é considerável, afetando a eficiência energética e o custo</p><p>dessas edificações.</p><p> EXEMPLO</p><p>Se os materiais de construção forem adquiridos ou fabricados em locais próximos ao canteiro</p><p>de obras, o consumo de energia no transporte diminuirá e essa economia dará à construção</p><p>uma importante qualidade ecológica.</p><p>RECURSOS RECICLADOS</p><p>Uma grande quantidade de energia é usada na fabricação de muitos materiais de construção. A</p><p>utilização de fontes recicladas em vez de outras fontes viabiliza uma preservação considerável</p><p>da matéria-prima e uma economia significativa de energia. A reciclagem de materiais de</p><p>construção é essencial para reduzir a energia incorporada na edificação.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Materiais fabricados por meio de poucos processos industriais: A inexistência de</p><p>procedimentos pesados na sua fabricação acarretará menor consumo de energia, o que,</p><p>consequentemente, confere maior eficiência energética a esses materiais. Usar as tecnologias</p><p>desenvolvidas em processos industriais como um método de recuperação de calor reduz o</p><p>consumo de energia.</p><p>MATERIAIS NATURAIS DE RECURSOS RENOVÁVEIS</p><p>Geralmente, o conteúdo de energia dos materiais naturais é inferior ao dos artificiais, uma vez</p><p>que eles são fabricados com menos energia e menor custo de mão de obra. São materiais</p><p>fáceis de serem fornecidos localmente, e estão, em geral, entre os recursos renováveis que</p><p>normalmente são usados em construções.</p><p> EXEMPLO</p><p>Eles têm origem vegetal, como, por exemplo, a madeira, o bambu, a cana, a palha, o caule de</p><p>centeio e o caule de girassol, que são materiais naturais rapidamente obtidos de fontes</p><p>renováveis.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Materiais fabricados usando recursos de energia renovável: No lugar dos combustíveis</p><p>fósseis como fornecedores de energia primária no processo de fabricação deve-se dar</p><p>preferência, em especial, aos recursos de energia renovável (solar, eólica etc.).</p><p>MATERIAIS QUE CONSOMEM MENOS ENERGIA</p><p>DURANTE O PROCESSO NO LOCAL DE TRABALHO</p><p>O gerenciamento do local de trabalho, a necessidade de energia elétrica e as máquinas em</p><p>operação, aquecimento e iluminação afetam o consumo de energia do local de trabalho. Como</p><p>resultado do aumento da mecanização nos canteiros de obras, o consumo de eletricidade</p><p>também aumentou consideravelmente.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Uso de materiais de construção duráveis: O uso desses materiais nos edifícios os torna</p><p>mais resistentes e duradouros. Isso atrasa ou elimina a necessidade de renovação de material</p><p>ou manutenção devido aos defeitos e ao envelhecimento. Dessa forma, economiza-se a</p><p>energia gasta com o material a ser utilizado na manutenção ou renovação.</p><p>MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO COM ELEVADA</p><p>CAPACIDADE DE ISOLAMENTO TÉRMICO</p><p>Com a escolha de materiais de construção com elevada capacidade de isolamento térmico, o</p><p>valor de energia que a construção consome na sua fase de utilização diminuirá.</p><p>Podemos citar alguns exemplos de materiais usados em construção com baixo consumo</p><p>energético:</p><p>MADEIRA</p><p>É um material natural, renovável, duradouro, processável e visual. Além disso, ela tem a</p><p>qualidade da autodestruição no ciclo ecológico. Estudos de vários países mostraram que</p><p>edifícios com estruturas de madeira requerem menos energia e emitem menos (dióxido</p><p>de carbono) durante o seu ciclo de vida do que edifícios com outros tipos de estruturas. Além</p><p>disso, destaca-se que tanto o consumo de energia quanto a condutividade de calor da madeira</p><p>são baixos. Por essa razão, eles exibem recursos de eficiência energética tanto nos estágios</p><p>de uso quanto na produção.</p><p>CO2</p><p>TIJOLO ECOLÓGICO</p><p>Na fabricação do tijolo ecológico é utilizada uma mistura de solo com cimento e água, mas sem</p><p>a realização do processo de queima, que é feito na fabricação dos tijolos tradicionais. Além de</p><p>possuírem um menor impacto ambiental na sua concepção, os tijolos ecológicos podem ser</p><p>produzidos na própria obra, diminuindo, também, o impacto ambiental no transporte.</p><p>Quando associados a outros materiais como os aditivos, eles adquirem algumas melhorias nas</p><p>suas propriedades, tais como o isolamento térmico e acústico, o peso, além da resistência</p><p>mecânica e ao fogo.</p><p> Tijolo ecológico.</p><p>MADEIRA PLÁSTICA</p><p>A madeira plástica é obtida por meio do processamento da madeira e de diversos plásticos –</p><p>polietileno de alta densidade (PEAD), polipropileno (PP), policloreto de vinila (PVC), entre</p><p>outros. Além de ter um baixo consumo energético na sua produção, ela é reciclável e resistente</p><p>a agentes químicos.</p><p> Deck ecológico feito de madeira plástica.</p><p>CIMENTO ECOLÓGICO</p><p>É um tipo de cimento que utiliza subprodutos ou resíduos oriundos dos altos fornos das</p><p>siderúrgicas. Ele não necessita da exploração de recursos naturais e garante menor uso de</p><p>energia elétrica no processo de produção.</p><p>Estratégias de eficiência energética descritas sob os títulos da escolha de material de</p><p>construção, projeto arquitetônico, utilização das fontes renováveis de energia, organização e</p><p>planejamento são direcionadas para o uso de menos energia ou energia mais limpa no</p><p>processo de uso nas edificações.</p><p>Examinando essas estratégias, fica claro que a cooperação de disciplinas muito diferentes</p><p>(arquitetura, engenharia mecânica, engenharia civil, arquitetura paisagística, planejamento</p><p>urbano e regional e arquitetura de interiores) é necessária.</p><p>Por esse motivo, conceber um edifício com eficiência energética é possível graças a um estudo</p><p>multidisciplinar que parte da emergência da ideia de construir um edifício e vai até a sua</p><p>demolição no final do período de utilização.</p><p>COMO PROJETAR E CONSTRUIR UM</p><p>EDIFÍCIO COM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA?</p><p>Edifícios eficientes em termos energéticos (construções novas ou existentes renovadas) podem</p><p>ser definidos como edifícios que são concebidos para proporcionar uma redução significativa</p><p>da necessidade de energia para aquecimento e refrigeração, independentemente da energia e</p><p>dos equipamentos que serão escolhidos para aquecer ou arrefecer o prédio. Isso pode ser</p><p>alcançado por meio de uma arquitetura bioclimática.</p><p>A arquitetura bioclimática leva em consideração as condições climáticas e ambientais para se</p><p>alcançar o conforto térmico e visual no interior das construções.</p><p>O projeto bioclimático avalia o clima, a vegetação, a topografia e a geologia do solo, visando</p><p>minimizar as necessidades energéticas do edifício e criar um ambiente mais confortável. Sendo</p><p>assim, ele melhora o isolamento térmico e acústico da estrutura, e proporciona uma quantidade</p><p>saudável de luz natural. Além disso, é dada especial atenção ao respeito pela paisagem</p><p>existente e à integração do edifício a ela.</p><p>O projeto bioclimático inclui os seguintes princípios:</p><p>FORMA DO EDIFÍCIO</p><p>A forma do edifício deve ser compacta para reduzir as superfícies em contato com o exterior. O</p><p>edifício e, principalmente, as suas aberturas, recebem uma orientação adequada, com os</p><p>espaços interiores sendo dispostos de acordo com as suas necessidades de aquecimento.</p><p>TÉCNICAS NO ENVELOPE EXTERNO E SUAS</p><p>ABERTURAS</p><p>Técnicas adequadas são aplicadas ao envelope externo (planos de fachadas e coberturas</p><p>expostos da edificação) e às suas aberturas para proteger o edifício do calor solar no inverno e</p><p>no verão. Os sistemas solares passivos coletam a radiação solar, atuando como sistemas</p><p>“livres” de aquecimento e iluminação.</p><p>O edifício é protegido do sol de verão principalmente por sombreamento, mas também pelo</p><p>tratamento adequado da envolvente do edifício, ou seja, o uso de cores e superfícies reflexivas.</p><p>ISOLAMENTO TÉRMICO</p><p>O isolamento térmico é uma tecnologia comprovada, de baixo custo e amplamente disponível,</p><p>que começa a economizar energia e dinheiro e a reduzir as emissões quando é instalada.</p><p>O isolamento bem instalado garante a eficiência energética em todas as partes do edifício,</p><p>incluindo pisos, paredes e fachadas. Também é adequado para tubos e caldeiras para reduzir a</p><p>perda de energia das instalações técnicas de uma construção.</p><p>O isolamento é tão relevante nas regiões frias quanto nas quentes. Em regiões frias, ele</p><p>mantém o edifício aquecido e limita a necessidade de energia para o aquecimento. Já nas</p><p>regiões quentes, os mesmos sistemas de isolamento mantêm o calor do lado de fora e</p><p>reduzem a necessidade de ar-condicionado.</p><p>VENTILAÇÃO</p><p>Ventilação é a entrada e saída planejada e controlada de ar através dos edifícios, fornecendo</p><p>ar fresco e exaustando o ar viciado por ventiladores especialmente projetados. Ela atua em</p><p>combinação com o sistema de aquecimento projetado, com o controle de umidade e com a</p><p>estrutura do próprio edifício.</p><p>Uma estratégia de ventilação controlada irá satisfazer as necessidades de ar fresco de um</p><p>edifício hermético, lembrando que a infiltração de ar ou a abertura da janela não pode ser</p><p>considerada uma alternativa aceitável para a ventilação projetada.</p><p>ENERGIA RENOVÁVEL</p><p>Incorporação de tecnologias de energia renovável, como, por exemplo, o painel solar ou a telha</p><p>solar fotovoltaica.</p><p>TELHADOS VERDES</p><p>Utilização de telhados verdes, que são sistemas de telhado com vegetação, que regulam a</p><p>temperatura interna dos edifícios e reduzem os custos de aquecimento e resfriamento.</p><p>Os telhados verdes também funcionam como sistemas de gestão de águas pluviais</p><p>sustentáveis e descentralizados, reduzindo o escoamento e diminuindo os custos de energia</p><p>associados à ampliação e atualização de sistemas centralizados.</p><p>VEM QUE EU TE EXPLICO!</p><p>Consumo de energia em construções</p><p>Materiais de construção com eficiência energética</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>MÓDULO 2</p><p>CICLO DE VIDA ÚTIL DOS MATERIAIS</p><p>CICLO DE VIDA ÚTIL DOS MATERIAIS</p><p> Reconhecer o ciclo de vida dos materiais</p><p>O crescimento da demanda por materiais de construção se reflete diretamente no aumento do</p><p>consumo de matérias-primas e energia, principalmente durante as fases de extração,</p><p>processamento e transporte. Além disso, deve-se levar em conta a consequente expansão da</p><p>geração de resíduos, tanto pelo excedente de materiais não utilizados, quanto pelas sobras de</p><p>demolições.</p><p>As construções consomem energia em diferentes fases e para diferentes finalidades. A</p><p>consideração do consumo de energia em cada fase de estruturação é conseguida com a</p><p>análise do ciclo de vida da edificação.</p><p>Entenda como a energia é consumida em cada fase:</p><p>FABRICAÇÃO DOS MATERIAIS</p><p>A energia é consumida para a obtenção da matéria-prima e dos materiais de manufatura, seu</p><p>transporte e construção.</p><p>FASE E USO</p><p>A energia é consumida para fornecer a qualidade do ar interno adequado com as condições</p><p>visuais internas, térmicas, de conforto acústico, e para manutenção, restauração e renovação</p><p>da construção.</p><p>FASE DE DEMOLIÇÃO</p><p>A energia é consumida para demolição e remoção de entulho, eliminação dos resíduos de</p><p>construção, recuperação de alguns materiais e componentes da construção no processo de</p><p>reciclagem.</p><p>Nesse contexto, a avaliação do ciclo de vida (ACV) surgiu como uma ferramenta para avaliar</p><p>os impactos ambientais causados durante o ciclo de vida de um produto, incluindo produção de</p><p>material, transporte, construção, manutenção e disposição final.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>Segundo Santos (2007), o uso da ACV como ferramenta de gestão ambiental teve início</p><p>na</p><p>década de 1960 em diferentes formas e com uma variedade de nomes em diferentes países.</p><p>Desde então, o termo por extenso ou a própria sigla têm sido adotados quando nos referimos</p><p>aos estudos do ciclo de vida ambiental.</p><p>De acordo com o padrão internacional de avaliação do ciclo de vida ISO 14040 (Organização</p><p>Internacional para Padronização, 2010), a ACV examina de forma sistêmica os aspectos e</p><p>impactos ambientais dos sistemas de produtos, desde a aquisição de matéria-prima até a</p><p>disposição final, de acordo com a finalidade e o campo de estudo estipulado.</p><p>Ao integrar a ACV em seu projeto, profissionais de engenharia, design e construção podem</p><p>avaliar os impactos do ciclo de vida dos materiais, componentes e sistemas, conseguindo, a</p><p>partir daí, escolher combinações que reduzem os impactos ambientais.</p><p>Esse método é cada vez mais usado por pesquisadores, indústrias, governos e grupos</p><p>ambientalistas para auxiliar na tomada de decisões para o desenvolvimento de estratégias e a</p><p>seleção de materiais relacionados ao meio ambiente.</p><p>A ACV é utilizada para:</p><p>COMPARAR DOIS SISTEMAS CONCORRENTES AO</p><p>LONGO DE SEU CICLO DE VIDA COMPLETO OU</p><p>PARCIAL.</p><p>COMPARAR AS FASES DO CICLO DE VIDA DO MESMO</p><p>SISTEMA.</p><p>COMPARAR UM SISTEMA E SUAS ALTERNATIVAS.</p><p>COMPARAR UM SISTEMA A UMA REFERÊNCIA.</p><p>Essas comparações são úteis para auxiliar na identificação de oportunidades para melhorar os</p><p>aspectos ambientais dos produtos em vários pontos do seu ciclo de vida, bem como para</p><p>promover estratégias de planejamento, definição de prioridades e marketing de produtos.</p><p> EXEMPLO</p><p>Essa comparação é usada no esquema de rotulagem ecológica ou ambiental do produto.</p><p>FASES DA ACV</p><p>De acordo com as normas ISO 14040 e 14044, uma ACV é realizada em quatro fases distintas</p><p>seguindo um processo iterativo:</p><p>FASE 01</p><p>Objetivo e escopo.</p><p>FASE 02</p><p>Inventário do ciclo de vida (Life Cycle Initiative – LCI).</p><p>FASE 03</p><p>Avaliação do impacto do ciclo de vida (Life Cycle Impact Assessment – LCIA).</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>FASE 04</p><p>Interpretação de resultados e busca de melhorias.</p><p>Veja cada uma das fases detalhadamente a seguir:</p><p>OBJETIVO E ESCOPO</p><p>Na primeira fase, o profissional apresenta e especifica o objetivo e o escopo do estudo de ACV</p><p>em relação à aplicação pretendida. Essa é uma etapa importante que será usada para</p><p>determinar a unidade funcional e os limites do estudo. A unidade funcional especifica a função</p><p>desempenhada pelo sistema estudado e pode ser usada para analisar os impactos em uma</p><p>unidade comum.</p><p> EXEMPLO</p><p>Os impactos do produto durante um ano de uso.</p><p>Essa fase também inclui a escolha dos limites do estudo da ACV.</p><p>INVENTÁRIO DO CICLO DE VIDA</p><p>O inventário do ciclo de vida é uma coleção exaustiva de todas as emissões e consumos de</p><p>cada etapa da análise do ciclo de vida. Essa segunda fase de ACV envolve a coleta de dados e</p><p>modelagem de componentes de edifícios, bem como a descrição e a verificação de dados. Os</p><p>resultados do inventário fornecem dados sobre todas as entradas e saídas na forma de fluxos</p><p>elementares de e para o ambiente de todos os processos unitários envolvidos no estudo.</p><p>Os procedimentos de alocação são necessários ao lidar com vários processos de saída</p><p>(sistemas que geram mais de um produto). De fato, nesse caso, as entradas (matérias-primas</p><p>e fluxos de energia) para o sistema e os impactos ambientais resultantes precisam ser divididos</p><p>entre as várias saídas do produto.</p><p>javascript:void(0)</p><p> EXEMPLO</p><p>Um exemplo disso é a produção de vapor e eletricidade em uma usina, pois o impacto</p><p>ambiental dela (infraestrutura, combustível) precisa ser dividido entre os dois produtos (vapor e</p><p>eletricidade).</p><p>No caso da reciclagem de materiais, os benefícios ambientais (matéria-prima evitada durante a</p><p>extração) e os encargos (coleta de resíduos, uso de energia durante o processo de reciclagem)</p><p>deverão ser divididos entre o processo que gera os resíduos (sistema de produto primário) e o</p><p>processo que usará a fração reciclada (produto secundário).</p><p>AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO CICLO DE VIDA</p><p>A fase de avaliação de impacto da AVC visa avaliar a conversão das emissões em impactos</p><p>ambientais e de saúde de um produto, sistema ou serviço usando os resultados da análise de</p><p>inventário do ciclo de vida. Em geral, esse processo envolve a associação de dados de</p><p>inventário com dados específicos. O nível de detalhe, a escolha dos impactos avaliados e as</p><p>metodologias utilizadas dependem do objetivo e do âmbito do estudo.</p><p>INTERPRETAÇÃO E BUSCA DE MELHORIAS</p><p>A última etapa leva à conclusão sobre se as ambições do objetivo e do escopo podem ser</p><p>atendidas. De acordo com a norma ISO 14043, a fase de interpretação deve incluir três etapas:</p><p>IDENTIFICAÇÃO DAS QUESTÕES SIGNIFICATIVAS</p><p>Dados importantes de inventário, categorias de impacto significativo, contribuições dominantes</p><p>de um estágio do ciclo de vida etc.</p><p>AVALIAÇÃO</p><p>Os objetivos da avaliação visam estabelecer a confiabilidade dos resultados do estudo, com</p><p>particular atenção às questões identificadas na primeira etapa da interpretação. São</p><p>necessárias verificações de sensibilidade ou análises de incertezas. Eles determinam se os</p><p>resultados de ACV são afetados por incertezas nos dados, métodos de alocação ou cálculo dos</p><p>resultados do indicador de categoria etc. Uma análise de sensibilidade estima os efeitos dos</p><p>dados e métodos escolhidos sobre os resultados e conclusões do estudo.</p><p>RECOMENDAÇÕES, CONCLUSÕES E RELATÓRIOS</p><p>Limitações da ACV são descritas e recomendações são formuladas. Todas as conclusões são</p><p>elaboradas durante essa fase. Uma busca por melhorias pode então ser realizada,</p><p>identificando oportunidades para reduzir impactos e estratégias de desenvolvimento. A fase de</p><p>interpretação pode envolver o processo iterativo de revisão do escopo do ACV, bem como a</p><p>natureza e a qualidade dos dados coletados de acordo com o objetivo definido.</p><p>ESTÁGIOS DE CICLO DE VIDA DE UMA</p><p>CONSTRUÇÃO</p><p>Uma avaliação do ciclo de vida de um edifício envolve todo o processo que compõe o seu ciclo</p><p>de vida. Isso significa incluir todas as etapas da avaliação a partir do fornecimento de matéria-</p><p>prima, a fabricação de produtos de construção, a construção propriamente dita, o estágio de</p><p>processo, o estágio de uso e a demolição até o momento em que os materiais são eliminados</p><p>ou reciclados. Portanto, o ciclo de vida de uma construção pode ser dividido em cinco estágios</p><p>que precisam ser tratados:</p><p></p><p>01</p><p>PRODUÇÃO</p><p>Fabricação de materiais de construção (incluindo extração de matéria-prima, transporte,</p><p>processos de fabricação).</p><p>02</p><p>CONSTRUÇÃO</p><p>Transporte de materiais para o canteiro de obras e o processo de construção.</p><p></p><p></p><p>03</p><p>USO</p><p>Manutenção (incluindo a substituição necessária de componentes do edifício), uso de energia,</p><p>uso de água e, eventualmente, outros processos relacionados à construção (por exemplo,</p><p>transporte de ocupantes, lixo doméstico etc.).</p><p>04</p><p>POTENCIAL RETROFIT DO EDIFÍCIO</p><p>Envolve a atualização da estrutura do edifício, sistemas ou controles por meio da incorporação</p><p>de novas tecnologias para melhorar o desempenho energético, o aumento da vida útil e a</p><p>redução significativa do consumo de água (NBR 15.575-1, 2013).</p><p></p><p></p><p>05</p><p>DEMOLIÇÃO DO EDIFÍCIO</p><p>Evacuação e tratamento de resíduos de demolição. A possível reutilização e reciclagem de</p><p>componentes deve ser levada em consideração.</p><p>VEM QUE EU TE EXPLICO!</p><p>Ciclo de vida útil dos materiais</p><p>Estágios de ciclo de vida de uma construção</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NAS INDÚSTRIAS</p><p>MÓDULO 3</p><p> Analisar a eficiência energética nas indústrias</p><p>EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NAS INDÚSTRIAS</p><p>À medida que a indústria cresce, também aumenta a necessidade de energia, e sabemos que</p><p>um dos maiores problemas no mundo atual é justamente a geração dessa energia que vem</p><p>sendo cada vez mais requisitada.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>O Brasil se considera um país privilegiado nesse setor por possuir um grande potencial hídrico</p><p>para a construção de usinas hidrelétricas. Entretanto,</p><p>depois das últimas crises de chuvas,</p><p>descobrimos que não somos invulneráveis à falta de energia como pensávamos.</p><p>O conceito de eficiência energética tem sido muito utilizado nas indústrias porque o cenário</p><p>econômico atual torna necessário controlar o consumo de energia para reduzir custos e manter</p><p>ou aumentar a produção.</p><p>A eficiência energética envolve vários aspectos que vão desde a implementação de mudanças</p><p>de comportamento e procedimentos de produção, passando pelo desenvolvimento de políticas</p><p>públicas específicas até chegar à utilização de equipamentos mais eficientes.</p><p> RESUMINDO</p><p>Para que a indústria se torne mais eficiente no que se refere ao consumo de energia, é</p><p>necessária uma iniciativa por parte do próprio setor industrial, mas esse movimento também</p><p>deve ser incentivado pelo governo por meio de políticas públicas e programas destinados a</p><p>facilitar o acesso às fontes de energia mais eficientes e sustentáveis.</p><p>Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), no Brasil, os ganhos com eficiência</p><p>energética contribuíram para a economia de energia em torno de 14% entre os anos de 2015 e</p><p>2018.</p><p>A indústria brasileira (extrativa, de transformação e produção de eletricidade e de combustíveis)</p><p>é responsável por uma grande parcela do consumo de combustíveis e eletricidade, e indica ter</p><p>um grande potencial para eficiência energética a ser aproveitado. O aproveitamento de ganhos</p><p>de eficiência energética em todos os setores da economia constitui um relevante elemento de</p><p>portfólio para o atendimento à demanda de energia.</p><p>A eficiência energética é um componente importante na transição para uma economia de baixo</p><p>carbono, sendo reconhecida como um fator significativo para o desenvolvimento sustentável.</p><p>VANTAGENS DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA</p><p>NA ENERGIA ELÉTRICA PARA A INDÚSTRIA</p><p>Veja algumas vantagens que a indústria tem ao utilizar a eficiência energética:</p><p>MELHOR APROVEITAMENTO DAS INSTALAÇÕES E</p><p>EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS, O QUE CONTRIBUI</p><p>PARA UMA MELHORA DOS PRODUTOS.</p><p>REDUÇÃO DO CONSUMO ENERGÉTICO, O QUE</p><p>CONTRIBUI PARA O AUMENTO DA PRODUÇÃO SEM</p><p>PREJUDICAR A SEGURANÇA.</p><p>REDUÇÃO DO GASTO COM ELETRICIDADE.</p><p>NOÇÕES SOBRE FORNECIMENTO DE</p><p>ENERGIA ELÉTRICA</p><p>Por que estudar o fornecimento de energia elétrica?</p><p>A energia elétrica é a forma de energia mais consumida nos processos produtivos. Algumas</p><p>alternativas para aumentar a eficiência energética não são implantadas devido aos elevados</p><p>custos quando comparados aos possíveis decréscimos nas faturas de energia elétrica. Saber</p><p>como são realizados os cálculos dessas faturas permite a tomada de decisões corretas para a</p><p>elaboração de projetos com eficiência energética.</p><p>O fornecimento de energia elétrica deve ser viabilizado segundo a necessidade e em função da</p><p>forma adequada da sua utilização de acordo com a Resolução Normativa nº 414, de 9 de</p><p>setembro de 2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).</p><p>TENSÕES DE FORNECIMENTO</p><p>A ANEEL define os níveis de fornecimento de tensão para unidades consumidoras de acordo</p><p>com os valores a seguir:</p><p>TENSÃO SECUNDÁRIA DE DISTRIBUIÇÃO</p><p>Quando a carga instalada na unidade consumidora for igual ou inferior a 75kW.</p><p>TENSÃO PRIMÁRIA DE DISTRIBUIÇÃO INFERIOR A</p><p>69.000V</p><p>Quando a carga instalada na unidade consumidora for superior a 75kW e a demanda</p><p>contratada ou estimada pelo interessado para o fornecimento for igual ou inferior a 2.500kW.</p><p>TENSÃO PRIMÁRIA DE DISTRIBUIÇÃO IGUAL OU</p><p>SUPERIOR A 69.000V</p><p>Quando a demanda contratada ou estimada pelo interessado para o fornecimento for superior a</p><p>2.500kW.</p><p>OUTROS</p><p>Em determinadas condições previstas na legislação, a concessionária poderá adotar outros</p><p>limites para estabelecimento da tensão de fornecimento.</p><p>GRUPOS TARIFÁRIOS</p><p>Para efeito de faturamento da energia elétrica, distinguem-se dois grupos tarifários:</p><p>GRUPO A</p><p>Grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão igual ou</p><p>superior a 2.300V, ou, ainda, atendidas em tensão inferior a 2.300V a partir de sistema</p><p>subterrâneo de distribuição, caracterizado pela estruturação tarifária binômia e subdividido nos</p><p>seguintes subgrupos:</p><p>Subgrupo A1 – tensão de fornecimento igual ou superior a 230.000V.</p><p>Subgrupo A2 – tensão de fornecimento de 88.000V a 138.000V.</p><p>Subgrupo A3 – tensão de fornecimento de 69.000V.</p><p>Subgrupo A3a – tensão de fornecimento de 30.000V a 44.000V.</p><p>Subgrupo A4 – tensão de fornecimento de 2.300V a 25.000V.</p><p>Subgrupo A5 – tensão de fornecimento inferior a 2.300V, atendidas a partir de sistema</p><p>subterrâneo de distribuição e faturadas neste grupo em caráter opcional.</p><p>GRUPO B</p><p>Grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão inferior a</p><p>2,3kV, caracterizado pela tarifa monômia e subdividido nos seguintes subgrupos:</p><p>Subgrupo B1 – residencial.</p><p>Subgrupo B1 – residencial baixa renda.</p><p>Subgrupo B2 – rural.</p><p>Subgrupo B2 – cooperativa de eletrificação rural.</p><p>Subgrupo B2 – serviço público de irrigação.</p><p>Subgrupo B3 – demais classes.</p><p>Subgrupo B4 – iluminação pública.</p><p>CLASSIFICAÇÃO DA UNIDADE CONSUMIDORA</p><p>A distribuidora deve classificar a unidade consumidora de acordo com a atividade nela exercida</p><p>e a finalidade da utilização da energia elétrica, ressalvadas as exceções previstas na</p><p>Resolução Normativa nº 414 de 9 de setembro de 2010.</p><p>A classe industrial se caracteriza pelo fornecimento à unidade consumidora em que seja</p><p>desenvolvida atividade industrial, conforme definido na Classificação Nacional de Atividades</p><p>Econômicas (CNAE), assim como o transporte de matéria-prima, insumo ou produto resultante</p><p>do seu processamento, caracterizado como atividade de suporte e sem fim econômico próprio,</p><p>desde que realizado de forma integrada fisicamente à unidade consumidora industrial.</p><p>DEMANDA (KW)</p><p>Considera-se como média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema</p><p>elétrico pela parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um</p><p>intervalo de tempo especificado.</p><p>Entenda quais são os tipos de demanda a seguir:</p><p>DEMANDA CONTRATADA</p><p>Demanda de potência ativa a ser obrigatória e continuamente disponibilizada pela</p><p>concessionária, no ponto de entrega, conforme valor e período de vigência fixados no contrato</p><p>de fornecimento e que deverá ser integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período</p><p>de faturamento, expressa em quilowatts (kW).</p><p>DEMANDA DE ULTRAPASSAGEM</p><p>Parcela da demanda medida que excede o valor da demanda contratada, expressa em</p><p>quilowatts (kW).</p><p>DEMANDA FATURÁVEL</p><p>Valor da demanda de potência ativa, identificado de acordo com os critérios estabelecidos e</p><p>considerado para fins de faturamento, com aplicação da respectiva tarifa, expressa em</p><p>quilowatts (kW).</p><p>DEMANDA MEDIDA</p><p>Maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada no intervalo de 15</p><p>(quinze) minutos durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW).</p><p>CONSUMO QUILOWATT-HORA (KWH)</p><p>O consumo de energia faturado é o efetivamente medido no período (geralmente mensal).</p><p>TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA</p><p>Segundo a Resolução Normativa nº 479 da ANEEL, de 3 de abril de 2012, é o conjunto de</p><p>tarifas aplicáveis aos componentes de consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência</p><p>ativas de acordo com a modalidade de fornecimento.</p><p>Veja a diferença entre os dois tipos de tarifas existentes:</p><p>Sistema tarifário convencional:</p><p>Estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas de consumo de energia elétrica e/ou demanda</p><p>de potência independentemente das horas de utilização do dia e dos períodos do ano.</p><p></p><p>Sistema tarifário horo-sazonal:</p><p>Estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica</p><p>e de demanda de potência de acordo com as horas de utilização do dia e dos períodos do ano.</p><p>No sistema tarifário horo-sazonal podem ocorrer situações que vão interferir no valor da tarifa,</p><p>veja quais são a seguir:</p><p>TARIFA AZUL</p><p>Modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica</p><p>de acordo com as horas de utilização do dia e os períodos</p><p>do ano, bem como de tarifas</p><p>diferenciadas de demanda de potência de acordo com as horas de utilização do dia.</p><p>TARIFA VERDE</p><p>Modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica</p><p>de acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano, bem como de uma única</p><p>tarifa de demanda de potência.</p><p>HORÁRIO DE PONTA (P)</p><p>Período definido pela concessionária e composto por 3 (três) horas diárias consecutivas,</p><p>exceção feita aos sábados, domingos e feriados nacionais, considerando as características do</p><p>seu sistema elétrico.</p><p>HORÁRIO FORA DE PONTA (F)</p><p>Período composto pelo conjunto das horas diárias consecutivas e complementares àquelas</p><p>definidas no horário de ponta.</p><p>PERÍODO ÚMIDO (U)</p><p>Período de 5 (cinco) meses consecutivos, compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas</p><p>leituras de dezembro de um ano a abril do ano seguinte.</p><p>PERÍODO SECO (S)</p><p>Período de 7 (sete) meses consecutivos, compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas</p><p>leituras de maio a novembro.</p><p>ACOMPANHAMENTO E ANÁLISE DO</p><p>CONSUMO</p><p>O acompanhamento do consumo de eletricidade em uma empresa tem como objetivos</p><p>conhecer o perfil da organização, identificar pontos onde será possível implementar ações para</p><p>redução do consumo e acompanhar a evolução dele ao longo dos meses.</p><p> DICA</p><p>Numa primeira etapa, a análise deve ser feita por meio das faturas de consumo para um</p><p>acompanhamento mensal, sendo recomendado que se faça uma síntese das informações em</p><p>uma planilha para facilitar a análise.</p><p>Para que a análise dessas faturas seja eficiente é necessário que não só as áreas</p><p>administrativa e financeira participem desse processo, mas também a área técnica, como, por</p><p>exemplo, o setor de manutenção e o setor de projetos.</p><p>Também é muito importante um bom conhecimento da legislação que regulamenta o</p><p>fornecimento de energia elétrica no Brasil, determinando as modalidades tarifárias disponíveis,</p><p>as grandezas a serem utilizadas para o faturamento, os parâmetros determinados em contrato</p><p>e estipulando como será a relação entre a concessionária e o consumidor de eletricidade.</p><p>Em muitos casos, é possível se alcançar uma economia considerável no consumo de energia</p><p>elétrica somente pela análise do histórico de consumo, pois em várias empresas o setor técnico</p><p>não participa da contratação do fornecimento de energia, o que pode levar a erros na escolha</p><p>da faixa de contratação por demanda.</p><p>No âmbito da indústria nem sempre é possível fazer o acompanhamento do consumo de</p><p>energia de forma eficiente somente pela análise das faturas enviadas pela concessionária.</p><p>Nessas situações, é necessário instalar medidores de energia em pontos específicos para se</p><p>fazer um acompanhamento mais detalhado do consumo em diferentes partes, analisando, por</p><p>exemplo, seções, galpões, circuitos ou até máquinas, se for o caso.</p><p>ESTABELECIMENTO DE ÍNDICES DE</p><p>CONSUMO ESPECÍFICO</p><p>A fim de se obter um melhor gerenciamento do consumo de energia elétrica em relação à</p><p>produção é muito importante estabelecer índices que permitam analisar a quantidade de</p><p>energia utilizada para a fabricação de cada produto, como, por exemplo:</p><p>KWH POR QUILOGRAMA DE PEÇA TRATADA.</p><p>KWH POR METRO DE PRODUTO.</p><p>KWH POR UNIDADE PRODUZIDA.</p><p>KWH POR METRO CÚBICO DE PRODUTO.</p><p>KWH POR AVE CONGELADA.</p><p>KWH POR LITRO DE PRODUTO.</p><p>FORÇA MOTRIZ</p><p>Ao analisarmos os usos da energia elétrica na indústria, vemos que a maioria deles é utilizada</p><p>em força motriz (incluindo os usos finais força motriz e refrigeração). Segundo o BEN 2005</p><p>(EPE, 2006), cerca de 68% da energia elétrica utilizada no setor secundário é em força motriz,</p><p>como podemos ver na tabela a seguir.</p><p>Setor Total GWh/a</p><p>Força motriz e refrigeração</p><p>GWh/a %</p><p>Cimento 3.754 3.702 99%</p><p>Ferro-gusa e aço 16.889 14.111 84%</p><p>Ferroligas 7.659 236 3%</p><p>Mineração e pelotização 9.292 8.586 92%</p><p>Não ferrosos 33.907 10.282 30%</p><p>Química 21.612 16.465 76%</p><p>Alimentos e bebidas 19.851 16.009 81%</p><p>Têxtil 7.776 7.582 98%</p><p>Papel e celulose 14.098 13.442 95%</p><p>Cerâmica 3.050 2.745 90%</p><p>Outros 34.173 23.750 70%</p><p>Total 172.061 116.909 68%</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p>Tabela: Consumo de energia força motriz.</p><p>Adaptado de BEN, 2005.</p><p>MOTOR ELÉTRICO</p><p>Os motores elétricos geralmente respondem por quase metade do consumo total de energia da</p><p>indústria e representam uma oportunidade significativa de economia financeira com o consumo</p><p>de energia. Quatro áreas oferecem economia potencial no que diz respeito à seleção e</p><p>operação de motores elétricos:</p><p>MOTOR DE ALTO RENDIMENTO</p><p>DIMENSIONAMENTO DE MOTORES ADEQUADO À</p><p>CARGA</p><p>USO DE DISPOSITIVOS PARA PARTIDA “SUAVE”</p><p>MANUTENÇÃO REGULAR</p><p>Entenda melhor cada um a seguir.</p><p>MOTOR DE ALTO RENDIMENTO</p><p>Por definição, um motor será mais eficiente do que outro se usar menos energia para produzir</p><p>a mesma saída nominal. A maioria dos motores com eficiência energética é geralmente</p><p>construída com materiais de alta qualidade e técnicas de fabricação avançadas e resultam em</p><p>menos desperdício de energia sendo produzida por meio de vibração, ruído e calor.</p><p>Alguns países adotaram padrões mínimos de desempenho energético para novos motores</p><p>elétricos. Muitos outros desenvolveram padrões que os motores devem atender para serem</p><p>vendidos como motores com alto desempenho em eficiência energética.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>Um grande incentivo para o desenvolvimento dos motores elétricos de indução trifásicos é o</p><p>programa de etiquetagem e padronização, que desde 1993 vem sendo o grande motivador</p><p>para o desenvolvimento nesse setor.</p><p>As atividades se iniciaram dentro do grupo de motores, o GT-Motores, do PBE – Programa</p><p>Brasileiro de Etiquetagem, que estabelece metas para rendimentos nominais mínimos, sendo</p><p>de vigência anual ou bienal. As metas são estabelecidas pelos participantes do grupo de</p><p>trabalho, que são os fabricantes de motores (Weg, Kohlbach, Eberle, Sew, Siemens), Cepel –</p><p>Centro de Pesquisa em Energia Elétrica (responsável pelos testes), Inmetro – Instituto Nacional</p><p>de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (coordenador) e Procel – Programa Nacional de</p><p>Conservação de Energia Elétrica.</p><p>Além disso, os fabricantes concorrem para a obtenção do Selo Procel, que premia os</p><p>equipamentos mais eficientes nas determinadas categorias.</p><p>O êxito do estudo feito pelo grupo de trabalho propiciou um desenvolvimento grande para a</p><p>eficiência energética tanto dos motores da linha normal como dos da linha de alto desempenho,</p><p>e fez com que o motor elétrico trifásico de indução fosse o primeiro equipamento a ter os</p><p>índices mínimos de desempenho regulamentados para atender à Lei de Eficiência Energética</p><p>(Lei nº 10.295 de 17 de outubro de 2001 – BRASIL, 2001).</p><p>DIMENSIONAMENTO DE MOTORES ADEQUADO À CARGA</p><p>Muitos motores são especificados em potência muito acima da necessária para movimentar a</p><p>carga para a qual serão utilizados. Em alguns casos, esse dimensionamento exagerado é</p><p>necessário por causa das aplicações em que partidas severas exigem esse procedimento</p><p>devido à sobrecarga, mas na maioria das situações é possível utilizar motores com menor</p><p>potência e, consequentemente, menores em suas dimensões físicas, o que por si só já</p><p>proporciona economia de energia.</p><p>USO DE DISPOSITIVOS PARA PARTIDA “SUAVE”</p><p>A partida de motores de forma direta sempre leva a um pico de corrente que pode ser de seis a</p><p>dez vezes a corrente nominal do motor, o que, além de levar a um alto consumo de energia,</p><p>também provoca alto desgaste do equipamento ao longo do tempo, encurtando, assim, a vida</p><p>útil do motor.</p><p> EXEMPLO</p><p>A utilização de métodos alternativos de partida, como, por exemplo, a partida estrela-triângulo,</p><p>reduz o pico de corrente, mas não o elimina por completo.</p><p>Sendo assim, é possível conseguir uma redução significativa no consumo de energia elétrica</p><p>utilizando dispositivos para partida de motores que eliminam os picos de corrente e permitem</p><p>um controle da potência fornecida de forma otimizada.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Entre esses dispositivos os mais utilizados em motores e</p><p>bombas elétricas são os inversores</p><p>de frequência e os soft starters.</p><p>MANUTENÇÃO REGULAR</p><p>Tal como acontece com outras peças de capital, os motores elétricos e os dispositivos que eles</p><p>acionam devem passar por manutenção regular para:</p><p>CERTIFICAR-SE DE QUE OS COMPONENTES</p><p>ESTEJAM LIMPOS E LIVRES DE POEIRA E ÓLEO.</p><p>OPERAR COM DESEMPENHO MÁXIMO EM</p><p>COMPARAÇÃO COM AS ESPECIFICAÇÕES DO</p><p>FABRICANTE.</p><p>IDENTIFICAR ÁREAS DE DESGASTE OU DANOS</p><p>ANTES QUE O DESEMPENHO DO MOTOR SEJA</p><p>DEGRADADO.</p><p>COGERAÇÃO DE ENERGIA</p><p>Uma estratégia para economia de energia utilizada na indústria é a cogeração. Em muitos tipos</p><p>de indústria o próprio processo de produção fornece combustível para movimentar um gerador</p><p>de energia elétrica. Esse combustível pode ser o calor resultante dos processos de fabricação</p><p>que será utilizado para gerar vapor, ou, em outros casos, o vapor já é o resultado do processo</p><p>e será utilizado diretamente na geração de energia.</p><p>A energia gerada será fornecida ao sistema elétrico e convertida em créditos para serem</p><p>descontados na fatura de energia.</p><p>Outra forma de cogeração é a utilização de painéis fotovoltaicos, que, dependendo do tipo de</p><p>tecnologia utilizada, podem ter a energia gerada utilizada diretamente em alguma parte da</p><p>empresa, como iluminação externa, por exemplo, ou também estar conectado ao sistema</p><p>elétrico para compensação de créditos.</p><p> Construção do linhão de alta tensão para cogeração de energia elétrica da Usina São</p><p>Martinho, em Pradópolis (SP).</p><p>VEM QUE EU TE EXPLICO!</p><p>Tarifas de energia elétrica</p><p>Motor elétrico</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>MÓDULO 4</p><p> Analisar a eficiência energética nas instalações comerciais e residenciais</p><p>EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NAS</p><p>INSTALAÇÕES COMERCIAIS E</p><p>RESIDENCIAIS</p><p>EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NAS</p><p>INSTALAÇÕES COMERCIAIS E</p><p>RESIDENCIAIS</p><p>Com o alto custo da energia elétrica nos dias de hoje, é quase obrigatório que residências e</p><p>comércios adotem medidas para economia de energia. Essas medidas visam reduzir o</p><p>consumo sem prejudicar a atividade comercial ou diminuir o conforto e modificar o modo de</p><p>vida das pessoas nas residências. As possibilidades para redução de consumo são muitas e</p><p>devem ser avaliadas no comércio em função das necessidades e custos envolvidos.</p><p>No que se refere às residências, por serem ambientes de convivência familiar, as questões</p><p>ligadas à educação necessitam de maior empenho e atenção. Já a instalação de equipamento</p><p>visando economia de energia irá depender diretamente de aspectos financeiros.</p><p>EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NAS</p><p>INSTALAÇÕES COMERCIAIS</p><p>O setor comercial utiliza menos de 20% do total da energia final produzida pela sociedade. Isso</p><p>é composto por quantidades quase iguais de carvão, gás, petróleo e eletricidade.</p><p>Os principais usos de energia no comércio são:</p><p>RESFRIAMENTO DE EDIFÍCIOS</p><p>USO DE ELETRODOMÉSTICOS, ESPECIALMENTE</p><p>MÁQUINAS DE ESCRITÓRIO</p><p>ÁGUA QUENTE</p><p>ILUMINAÇÃO</p><p>Alguns desses usos se assemelham aos do setor doméstico, mas a escala é muitas vezes</p><p>maior e as estratégias precisam levar em conta as diferenças entre os ambientes doméstico e</p><p>de trabalho.</p><p>Embora o setor comercial seja um usuário relativamente pequeno da energia final total, ele é</p><p>líder em eficiência energética.</p><p>A economia pode, muitas vezes, ser feita por meio de mudanças nas práticas de trabalho ou</p><p>em conjunto com reformas de edifícios. Tais mudanças podem ser econômicas em curto prazo.</p><p>Essa é, portanto, uma área muito atraente para a economia de energia e na qual o governo</p><p>local tem um papel importante.</p><p>ESTRATÉGIAS PARA ECONOMIA DE ENERGIA NO</p><p>COMÉRCIO</p><p>Para muitas empresas, as preocupações ambientais como o aquecimento global e a poluição</p><p>do ar são secundárias em relação aos benefícios financeiros derivados da redução do consumo</p><p>de energia.</p><p>Economia substancial para ambos, proprietários e os ocupantes de edifícios comerciais, pode</p><p>ser feita por meio da introdução da gestão de energia, que são programas para implementação</p><p>de medidas visando a eficiência energética mediante diferentes abordagens, veja cada uma</p><p>delas a seguir:</p><p>ABORDAGENS TÉCNICAS</p><p>Existem várias medidas à disposição das empresas para reduzir o consumo de energia. O</p><p>setor comercial é mais diverso que o setor doméstico e geralmente é aconselhável realizar uma</p><p>auditoria energética primeiro para determinar as principais áreas de uso de energia na empresa</p><p>e as oportunidades de economia.</p><p>As opções técnicas disponíveis para o setor comercial se referem às principais áreas de uso,</p><p>que são:</p><p>PROJETO DE CONSTRUÇÃO SENSÍVEL AO CLIMA.</p><p>ATUALMENTE, MUITOS PROJETOS INCLUEM</p><p>MEDIDAS VISANDO A ECONOMIA DE ENERGIA. EM</p><p>CONSTRUÇÕES JÁ EXISTENTES É POSSÍVEL</p><p>IMPLEMENTAR ELEMENTOS QUE CONTRIBUAM PARA</p><p>A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA GRAÇAS ÀS REFORMAS.</p><p>PROJETOS QUE APROVEITAM A ILUMINAÇÃO</p><p>NATURAL PARA REDUZIR O USO DA ILUMINAÇÃO</p><p>ELÉTRICA DURANTE O DIA.</p><p>A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ISOLANTES E JANELAS</p><p>QUE, QUANDO FECHADAS, BLOQUEIAM GRANDE</p><p>PARCELA DO CALOR, REDUZINDO, ASSIM, A</p><p>NECESSIDADE DE USO DO AR-CONDICIONADO.</p><p>A UTILIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE ILUMINAÇÃO</p><p>EFICIENTE, COM LÂMPADAS DE ALTO RENDIMENTO</p><p>COMO AS DO TIPO LED (LIGHT EMITTING DIODE –</p><p>DIODO EMISSOR DE LUZ), POR EXEMPLO, E</p><p>INTERRUPTORES INTELIGENTES QUE DESLIGAM A</p><p>ILUMINAÇÃO CASO NÃO HAJA PESSOAS NO LOCAL.</p><p>UM PROGRAMA DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO PARA</p><p>EQUIPAMENTOS QUE CONSOMEM MUITA ENERGIA,</p><p>COMO, POR EXEMPLO, BOMBAS E APARELHOS DE</p><p>AR-CONDICIONADO.</p><p>O DIMENSIONAMENTO CORRETO DE EQUIPAMENTOS</p><p>EM RELAÇÃO À POTÊNCIA E À APLICAÇÃO ONDE</p><p>SERÁ UTILIZADO É DE GRANDE IMPORTÂNCIA PARA</p><p>A REDUÇÃO DE CONSUMO.</p><p>A ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO QUE</p><p>POSSUAM ETIQUETA DE ECONOMIA DE ENERGIA.</p><p>USO DE ENERGIA SOLAR</p><p>Atualmente, a utilização de energia solar é uma das opções mais utilizadas para a economia de</p><p>energia. A legislação incentiva o uso da energia solar por meio da microgeração, na qual a</p><p>energia excedente gerada será comprada pela concessionária de energia.</p><p>A energia solar pode ser utilizada em duas maneiras diferentes:</p><p>Placas fotovoltaicas</p><p>Geram energia para alimentar a instalação elétrica. O excedente é convertido em créditos pela</p><p>concessionária de energia e, posteriormente, irá gerar descontos nas faturas.</p><p>E</p><p>Sistema de aquecimento de água</p><p>Aquece a água através de transmissão de calor dos raios solares e fornece água quente no</p><p>chuveiro e nas torneiras, sendo um sistema eficiente que reduz consideravelmente o gasto com</p><p>energia.</p><p>ABORDAGENS EDUCACIONAIS</p><p>O maior potencial de economia de energia em edifícios comerciais está nas mãos de seus</p><p>ocupantes. As soluções técnicas geralmente são bem-sucedidas apenas na produção de</p><p>economia financeira em que os ocupantes do edifício são parte integrante da gestão de energia</p><p>estratégica.</p><p> EXEMPLO</p><p>Um ocupante que deixa as luzes acesas o tempo todo sem necessidade pode rapidamente</p><p>neutralizar a economia feita com a instalação de iluminação de potência. Nessa situação,</p><p>apenas a conscientização e a mudança de comportamento dos ocupantes resultarão em</p><p>economia de energia.</p><p>O apoio da administração e dos funcionários é essencial para o sucesso de qualquer programa.</p><p>O suporte da gestão normalmente pode ser obtido mediante o uso de estudos de caso ou</p><p>análise simples de custo-benefício em uma área, como a iluminação. O apoio do funcionário</p><p>pode ser mais difícil de obter, especialmente em empresas onde os funcionários já estão</p><p>sobrecarregados, ou onde não há senso de propriedade ou responsabilidade pela conservação</p><p>de energia medidas.</p><p>Duas opções para envolver os funcionários ou ocupantes do edifício podem ser obtidas</p><p>mediante:</p><p>Treinamento de pessoal e incentivos que os estimulem a serem eficientes em energia, por meio</p><p>de medidas como adesivos nos interruptores de luz com a mensagem “desligue quando sair”.</p><p>Desenvolvimento de equipes de gestão de energia com representação de todos os níveis da</p><p>organização e departamentos. Embora sejam opções independentes, a maior economia de</p><p>energia surgirá de uma combinação de ambos os métodos.</p><p>EFICIÊNCIA ENERGÉTICA RESIDENCIAL</p><p>O consumo</p><p>de energia doméstico tem impacto financeiro direto nos usuários. É nesse setor</p><p>que vemos uma maior preocupação com a eficiência energética devido ao grande nível de</p><p>desperdício que existe.</p><p>Nesse campo, a educação e as iniciativas de políticas e regulamentações podem ser</p><p>particularmente eficazes.</p><p>ABORDAGENS PARA ECONOMIZAR ENERGIA NO</p><p>SETOR RESIDENCIAL</p><p>Uma infinidade de abordagens está disponível para alcançar economia de energia e redução</p><p>dos custos no setor residencial, variando desde tecnologias de economia de energia, como</p><p>isolamento e design de edificações, até a educação para que os moradores mudem seus</p><p>hábitos diários. Veja:</p><p>ABORDAGENS TÉCNICAS</p><p>Economia de energia e custos podem ser alcançados reformando casas existentes ou</p><p>projetando novas edificações e usando aparelhos que propiciem economia de energia.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>A reforma de edificações existentes pode ser a solução para obter melhor eficiência energética.</p><p>A taxa de fluxo de calor para dentro ou para fora de um edifício e a transferência de ar entre o</p><p>interior e o exterior são determinados pelo desenho da envoltória do edifício. Essa envoltória é</p><p>composta pelas paredes, pisos, sótão, tetos, vidros e o porão de uma casa, basicamente tudo</p><p>aquilo que circunda o espaço que se deseja manter quente no inverno e/ou fresco no verão.</p><p>O objetivo é abordar as deficiências no design do envelope de construção tanto quanto</p><p>possível para evitar o ganho de calor no verão e reduzir a perda de calor no inverno,</p><p>prevenindo vazamentos de ar.</p><p>É crucial que os espaços internos estejam razoavelmente bem selados para que o calor não</p><p>seja perdido no inverno ou ganho no verão. No entanto, é preciso ter cuidado para evitar que a</p><p>eliminação do fluxo de ar saudável possa levar a um acúmulo de ar poluído no interior.</p><p>ISOLAMENTO</p><p>O isolamento é um material usado para desacelerar o fluxo de calor em um edifício. Ele ajuda a</p><p>tornar as casas mais confortáveis e energeticamente eficientes ao longo do ano. No inverno,</p><p>diminui a perda de calor e ajuda a prevenir o acúmulo de condensação durante os meses de</p><p>verão, reduzindo o ganho de calor e mantendo as edificações frescas.</p><p>Essas medidas podem reduzir o aquecimento e custos de resfriamento em torno de 15% a</p><p>45%, dependendo de fatores como a quantidade original de isolamento, o tamanho da casa, os</p><p>vazamentos de ar, o uso de energia pessoal e os hábitos de vida.</p><p>COR DO TELHADO E DA PAREDE</p><p>As superfícies escuras absorvem o calor, enquanto as brancas o refletem. Portanto, telhados</p><p>escuros podem contribuir significativamente para o ganho de calor de um edifício, enquanto os</p><p>telhados brancos reduzem esse ganho.</p><p>Em climas quentes é benéfico escolher telhados brancos ou claros, enquanto em climas mais</p><p>frios o uso de telhados mais escuros pode ajudar na captura de calor.</p><p>LUZ NATURAL</p><p>Usar a luz solar natural para iluminar edifícios é uma forma econômica de se obter iluminação.</p><p>A luz do dia é mais bem alcançada quando é considerada no projeto geral de edifícios antes da</p><p>construção, no entanto, também é possível reformar as casas existentes.</p><p> ATENÇÃO</p><p>A instalação de claraboias pode ser muito eficaz, mas alguns cuidados devem ser tomados</p><p>para evitar ganho excessivo de calor solar.</p><p>A pintura de paredes internas e das partes externas das janelas em cores claras pode</p><p>aumentar a eficácia da iluminação natural.</p><p>ABORDAGENS EDUCACIONAIS</p><p>As abordagens educacionais servem como instrumento de informação e de mudança de</p><p>hábitos da população. Campanhas em nível nacional que auxiliam na disseminação de</p><p>conhecimento sobre o uso eficiente da energia para a adoção de hábitos de consumo mais</p><p>conscientes e mudanças comportamentais podem gerar economia de energia e redução de</p><p>custos consideráveis.</p><p>Algumas das medidas incluem:</p><p>Manter as luzes e outros aparelhos desligados durante o dia, tanto quanto possível.</p><p>Fechar portas e janelas para manter o calor dentro ou fora.</p><p>Evitar utilizar equipamentos em horários de pico.</p><p>Trocar uma lâmpada tradicional por uma fluorescente ou por lâmpadas de LED.</p><p>Utilizar equipamentos com selo Procel.</p><p>Procel é um programa governamental coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e</p><p>executado pela Eletrobras (secretaria executiva do programa). Ele foi instituído em 30 de</p><p>dezembro de 1985 pela Portaria Interministerial nº 1.877 e visa promover a racionalização da</p><p>produção e do consumo de energia elétrica, além da redução do seu desperdício.</p><p>Muitas das medidas para eficiência energética utilizadas na área comercial se aplicam também</p><p>no setor residencial. Dois exemplos dessas medidas são o uso de energia solar e a utilização</p><p>de equipamentos que privilegiam a economia de energia.</p><p>VEM QUE EU TE EXPLICO!</p><p>Abordagens técnicas</p><p>Abordagens educacionais</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>javascript:void(0)</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Ao longo deste conteúdo, estudamos alguns assuntos importantes, tais como os projetos</p><p>arquitetônicos e os materiais construtivos, o ciclo de vida útil dos materiais, a eficiência</p><p>energética nas indústrias e nas instalações comerciais, de modo a promover o</p><p>desenvolvimento sustentável dos recursos de construção.</p><p>Nos últimos anos, os problemas ambientais estão ganhando destaque crescente à medida que</p><p>as pessoas prestam cada vez mais atenção à conservação de energia e à proteção ambiental,</p><p>que se tornaram tendências inevitáveis na indústria da construção.</p><p>A eficiência energética hoje precisa ser pensada não somente como uma medida adotada por</p><p>profissionais técnicos, mas também como algo que faz parte do dia a dia de qualquer pessoa,</p><p>esteja ela em casa, na rua ou no ambiente de trabalho.</p><p> PODCAST</p><p>Agora, a especialista Renildes Matos de Freita encerra o tema falando sobre os principais</p><p>tópicos abordados.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. ANEEL. Programa de Eficiência Energética</p><p>(PEE). Consultado na internet em: 21 jun. 2021.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 15575-1/2013: Edificações</p><p>habitacionais – desempenho. Consultado na internet em: 20 jun. 2021.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 14001: Sistemas de</p><p>Gestão Ambiental – requisitos e diretrizes para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 14004: Sistemas de</p><p>Gestão Ambiental – diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. Rio de</p><p>Janeiro: ABNT, 2004.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 14040: Gestão</p><p>Ambiental. Avaliação do ciclo de vida – princípios e estrutura. ISO/TC 207, 2006 (versão</p><p>internacional).</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 14044: Gestão</p><p>Ambiental. Avaliação do ciclo de vida – requisitos e diretrizes. ISO/TC 207, 2006 (versão</p><p>internacional).</p><p>BRASIL. Balanço Energético Nacional (BEN): Ano-base 2004. Rio de Janeiro: Ministério de</p><p>Minas e Energia, 2005. Consultado na internet em: 11 out. 2021.</p><p>BRASIL. Decreto nº 9.864, de 27 de junho de 2019. Dispõe sobre a política nacional de</p><p>conservação e uso racional de energia, e dispõe sobre o comitê gestor de indicadores e níveis</p><p>de eficiência energética. Consultado na internet em: 11 out. 2021.</p><p>BRASIL. Legislação nº 1877, de 1985. Institui o Programa Nacional de Conservação de</p><p>Energia Elétrica (Procel), com a finalidade de integrar as ações do Ministério de Minas e</p><p>Energia e da Indústria e Comércio, visando à conservação de energia elétrica no país.</p><p>Consultado na internet em: 11 out. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.991 de 24 de julho de 2000. Dispõe sobre realização de investimentos em</p><p>pesquisa e desenvolvimento e em eficiência energética por parte das empresas</p><p>concessionárias, permissionárias e autorizadas do setor de energia elétrica, e dá outras</p><p>providências. Brasília: Diário Oficial da União, 2000.</p><p>BRASIL. Lei nº 10.295 de 17 de outubro de 2001. Dispõe sobre a política nacional de</p><p>conservação e uso racional de energia e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da</p><p>União, 2001.</p><p>BRASIL. Lei nº 13.280 de</p><p>3 de maio de 2016. Altera a Lei nº 9.991, de 24 de julho de 2000,</p><p>para disciplinar a aplicação dos recursos destinados a programas de eficiência energética.</p><p>Brasília: Diário Oficial da União, 2016.</p><p>EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. EPE. Relatório Síntese do Balanço Energético</p><p>Nacional. Consultado na internet em: 22 jun. 2021.</p><p>INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA. INMETRO.</p><p>Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). Consultado na internet em: 22 jun. 2021.</p><p>PROGRAMA NACIONAL DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES. Procel Edifica.</p><p>Consultado na internet em: 8 out. 2021.</p><p>SANTOS, A.H.M. et al. Eficiência energética teoria e prática. 1. ed. Itajubá, MG: FUPAI,</p><p>2007.</p><p>EXPLORE+</p><p>Veja como Paula Grünberg, Marcelo Medeiros e Sérgio Tavares abordam a busca pelo</p><p>aumento da eficiência energética no artigo Certificação ambiental de habitações:</p><p>comparação entre LEED for Homes, Processo AQUA e Selo Casa Azul, publicado em</p><p>2014 na revista Ambiente & Sociedade.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Renildes Matos de Freita</p>