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<p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>O conceito de “contrato” é discutido pela doutrina e cada doutrinador dá o seu conceito.</p><p>Vamos apenas visualizar o conceito de Paulo Nalin para obtermos um norte:</p><p>“O contrato interprivado é uma relação jurídica subjetiva, nucleada na solidariedade constitucional, destinado à produção de efeitos jurídicos existenciais e patrimoniais, não só entre os titulares subjetivos da relação, como também perante terceiros.” – Paulo Nalin</p><p>___________________________________________________________</p><p>No que toca os conceitos de contrato, pede-se para se ater mais na sua função do que necessariamente ao conceito estático, uma vez que, o dinamismo contratual deixa qualquer conceito obsoleto com muita rapidez, por mais novo que seja.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Professor, essa lógica leva a abandonar a estrutura do art. 104 do Código Civil e apontar apenas para questões principiológicas do contrato?</p><p>Vejamos o próximo slide</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:</p><p>I - agente capaz;</p><p>II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;</p><p>III - forma prescrita ou não defesa em lei.</p><p>Essa estrutura já é presumida de qualquer negócio jurídico, ou seja, é algo inerente, natural...</p><p>A questão da função do contrato ou aspectos principiológicos, neste momento da aula, é uma tentativa de demonstrar a maneira que a hermenêutica deve seguir, porque, o contrato ele pode conter todos os requisitos do art. 104, mas, se não houver uma função social ou os princípios, como o da boa-fé, estão sendo violados, poderá parte lesada ou prejudicada pedir a rescisão.</p><p>Demonstra-se que entender o funcionamento do contrato por essa perspectiva é mais dinâmica e acompanha a “lógica contratual” do que se estabelecer em algo estático.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Há inúmeros princípios, vamos tratar aqueles mais importantes e com mais incidência na prática.</p><p>Vejamos os próximos slides</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Autonomia privada e liberdade de contratar</p><p>A autonomia privada consiste que as pessoas possam estipular entre si as cláusulas de seus contratos.</p><p>Logo, tem-se a liberdade de contratar, também encontrada na Constituição Federal de 1988 na liberdade de iniciativa (parágrafo único, art.170).</p><p>Isso é ilimitado?</p><p>A própria legislação coloca limites, como o próprio art. 104 antes visto, como também, o art. 421 do CC/2002:</p><p>“Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato”</p><p>Além da liberdade de contratar, há de se falar também da liberdade contratual.</p><p>A liberdade de contratar se liga à escolha do parceiro contratual, ao passo que a liberdade contratual se liga ao conteúdo do contrato.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Força obrigatória (pacta sunt servanda)</p><p>“O contrato faz lei entre as partes”, já diz o ditado. Assim, se feito um contrato, de acordo com a lei, o contratante pode valer-se do aparato coercitivo do Estado para fazer cumprir o pacto. É o outro lado da moeda da liberdade de contratar.</p><p>Daí decorrem duas consequências bastante importantes:</p><p>Irretratabilidade: Por decorrência da autonomia, o contrato não pode ser alterado unilateralmente. É a pedra angular da segurança jurídica;</p><p>Intangibilidade: Também por decorrência da autonomia, há impossibilidade de revisão judicial, exceto para resolver o contrato ou declarar nulidade.</p><p>Resolução do contrato é a extinção do pacto por inadimplência. O aprofundamento será realizado no momento oportuno.</p><p>Mas é importante pontuar que, o referido princípio ganhou novos contornos, sendo um pouco mitigado na contemporaneidade, devido as consequências de levar um contrato até a sua última vírgula quando o estado das coisas mudaram.</p><p>Vejamos esse ponto melhor no próximo slide</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Força obrigatória (pacta sunt servanda)</p><p>Há uma coisa chamada: cláusula rebus sic stantibus</p><p>A cláusula rebus sic stantibus (“enquanto as coisas estão assim”) confirma, ao contrário de rechaçar, a regra de que há imutabilidade nos pactos; alterações só são possíveis quando a realidade se altera.</p><p>Apesar desta cláusula ser do direito canônico, foi resgatada no que se passou a chamar de “Teoria da imprevisão por onerosidade excessiva” e “Teoria da quebra da base objetiva do negócio”, contidas de maneira explícita e implícita, respectivamente, nos arts. 317 e 478 do CC/2002, em linhas gerais esse tema será aprofundado no momento oportuno.</p><p>______________________________________________________________</p><p>Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.</p><p>Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Consensualismo</p><p>É o consenso que permite aos contratantes escolher a carga eficacial do pacto, de maneira ampla.</p><p>Verificada a vontade de ambas as partes, não há mais que se exigir nada dos contratantes</p><p>_________________________________________________________________________</p><p>Equilíbrio contratual</p><p>Esse princípio trata da justiça contratual, ou seja, da proporcionalidade entre a prestação e a contraprestação dos contratantes. Origina-se, em última instância, dos postulados constitucionais de redução das desigualdades e promoção do bem-estar coletivo (art. 3º, incs. III e IV da CF/1988).</p><p>O CC/2002 tem numerosos dispositivos que permitem intervenção no contrato quando ele for desequilibrado, favorecendo em demasia um contratante em face do outro. Os casos de:</p><p>Dolo – art. 156;</p><p>Lesão – art. 157;</p><p>Resilição unilateral – art. 473, parágrafo único;</p><p>Exceção de contrato não cumprido – art. 476</p><p>São alguns dos exemplos nos quais o legislador, ao visualizar um desequilíbrio entre a prestação e a contraprestação, permite ao lesado valer-se de variados remédios para que a prestação seja reequilibrada.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Boa-fé objetiva</p><p>Artigos 113 e 422 do Código Civil:</p><p>Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.</p><p>§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)</p><p>(...)III - corresponder à boa-fé</p><p>Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.</p><p>Professor, então é obrigado a ter a boa-fé apenas na conclusão e na execução, conforme o texto do art. 422?</p><p>Jurisprudência e doutrina sempre afiançaram que mesmo antes e até mesmo depois do término do pacto o princípio continua sendo de observância obrigatória.</p><p>Assim, amplia-se o ‚âmbito de aplicação do art. 422 para compreender nele também as fases pós-contratual (post factum finitum) e pré-contratual, incluindo-se até as tratativas preliminares.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Função Social do Contrato</p><p>Artigos 421:</p><p>Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.</p><p>A função social do contrato tem um viés axiológico (um valor juridicamente protegido), criada a partir de uma visão integrativa do contrato na sociedade, de modo a conciliar os interesses individuais com os interesses da sociedade toda, promovendo a dignidade da pessoa humana.</p><p>O contrato, então, deixa de interessar apenas aos contratantes, já que o poder negocial, como fundamento da atividade privada, é fonte do ordenamento jurídico de maneira mais ampla. O benefício da compreensão da liberdade contratual não pode ser usufruído apenas pelo contratante em detrimento do interesse público, que é superior.</p><p>A constitucionalização do Direito Privado determina, em última análise, o cumprimento das</p><p>inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.</p><p>OBRIGADO</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p><p>image3.png</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.jpeg</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.png</p><p>image11.png</p><p>image12.png</p><p>disposições constitucionais nas mais comezinhas relações jurídicas interprivadas. O art. 173, ß4º, da CF/1988, deixa claro que os negócios jurídicos interprivados não podem implicar abuso do poder econômico que gerem dominação de mercado, com consequente eliminação da concorrência e aumento arbitrário do lucro.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Vamos agora adentrar na FORMAÇÃO DO CONTRATO.</p><p>Trabalharemos 4 fases:</p><p>FORMAÇÃO DO CONTRATO</p><p>Tratativas Preliminares</p><p>Proposta</p><p>Aceitação</p><p>Contrato Preliminar</p><p>O contrato não deve ser visto como um ato, antes como um processo, que se desenvolve mais ou menos lentamente a depender de um sem-número de fatores, como a complexidade, o montante financeiro envolvido, o grau de paridade entre os contratantes etc.</p><p>Como foi visto anteriormente, por exemplo, o princípio da boa-fé também abrange a fase pré-contratual, de forma que, o contrato é algo dinâmico e funcional</p><p>Vamos ao próximo slide</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Tratativas preliminares</p><p>As tratativas preliminares nada mais são dos que as negociações prévias ao pacto propriamente dito.</p><p>A fase de pontuação é o momento no qual as partes avaliam, ponderam e analisam as consequências da assunção de um contrato, momento esse cada vez mais comprimido pela pactuação praticamente instantânea contemporânea, especialmente nos contratos de adesão.</p><p>A rigor, as tratativas preliminares, em regra, não têm força vinculante (pourparlers informels, a proposta não formalizada).</p><p>Isso porque há direito do contratante de contratar, não dever.</p><p>Entretanto, há responsabilidade quando uma parte cria expectativas (inclusive levando a outra parte a fazer despesas) e, sem motivo plausível, põe fim às tratativas.</p><p>REGRA EXCEÇÃO</p><p>Não têm força vinculante, não gerando qualquer obrigação; Violação da boa-fé objetiva pela criação de expectativas;</p><p>Não permitem tutela específica para obrigar a pactuação. Obrigam a indenizar extracontratualmente, se desmotivada a desistência.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Proposta</p><p>Iniciadas as tratativas preliminares, surge a proposta, que é a “firme declaração receptícia de vontade dirigida a pessoa a qual pretende alguém celebrar um contrato, ou ao público”, nas palavras de Orlando Gomes.</p><p>A proposta tem que ser</p><p>Clara</p><p>Precisa</p><p>Séria</p><p>Definitiva</p><p>Vejamos o art. 427:</p><p>Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.</p><p>É interessante que há casos, por exemplo no Canadá, que a Justiça aceitou “concordância” de uma das partes por usar o emoji de “joinha” no whatsApp. Logo, é importante visualizar as formas de propostas no mundo moderno, como nos aplicativos de mensagem.</p><p>Link da notícia sobre o “joinha”: https://www.canalrural.com.br/noticias/internacional/fazendeiro-e-multado-em-quase-r-300-mil-por-ter-usado-emoji-de-joinha-%F0%9F%91%8D-em-contrato/</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Aceitação</p><p>Em geral, quando a aceitação não é costumeira ou o proponente a dispensa, nos termos do art. 432, o contrato se conclui mesmo em não havendo aceitação expressa.</p><p>É até importante relembrar o art. 111:</p><p>“Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.”</p><p>De qualquer forma, essa regra não vale para as relações de consumo, por força da aplicação do art. 39, inc. III, do CDC. Essa regra veda ao fornecedor enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto ou serviço.</p><p>A aceitação só produz efeitos se se adequar plenamente à proposta. Se houver divergência ou não se ajustar perfeitamente, há dissenso</p><p>Vejamos um exemplo no próximo slide</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Aceitação</p><p>Pode o aceitante oferecer contraproposta, que é a aceitação modificativa, com adições ou restrições que impedem a adesão plena.</p><p>Nesse caso, na leitura do art. 431, a aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.</p><p>Invertem-se os polos: o aceitante vira o proponente e vice-versa.</p><p>Assim ocorre quando você propõe vender seu carro a mim por R$45 mil (você é o proponente e eu sou o aceitante) e eu faço uma contraproposta de R$42 mil (eu sou o proponente e você é o aceitante). Invertem-se os polos. Apesar de aparentemente sem sentido tal regra, ela é relevante para a fixação do local da contratação, por exemplo.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Contrato Preliminar</p><p>O contrato preliminar é também chamado de pré-contrato, promessa de contrato, compromisso de contrato, contrato preparatório ou pactum de contrahendo.</p><p>Em resumo, num trava-língua, podemos conceituá-lo como o “contrato em que o contratante contrata a obrigação de contratar”.</p><p>O art. 462 do CC/2002 estabelece que o contrato preliminar deve conter todos os requisitos essenciais do contrato definitivo, exceto a forma. Daqui se retira o princípio do consensualismo, com a força e a importância que atualmente possui.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Vamos adentrar na:</p><p>CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS</p><p>A classificação será quanto aos:</p><p>Sujeito</p><p>Objeto</p><p>Forma</p><p>Pode-se visualizar que há uma lógica nessa classificação, que pode ser vista no art. 104 do Código Civil:</p><p>Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:</p><p>I - agente capaz Sujeito</p><p>II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável Objeto</p><p>III - forma prescrita ou não defesa em lei Forma</p><p>Vejamos o próximo slide</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>A classificação quanto ao SUJEITO</p><p>Quanto ao SUJEITO pode ser</p><p>Bipartites e pluripartites/ Plúrimos/ Plurilaterais</p><p>Unilaterais e bilaterais/sinalagmáticos</p><p>Individuais e coletivos/normativos</p><p>Pessoais e impessoais</p><p>Vamos ao próximo slide ver sobre cada um</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Bipartites</p><p>Nos contratos bipartites temos apenas dois polos na relação jurídica contratual. Assim ocorre com a maioria dos contratos, como a compra e venda (comprador e vendedor), a doação (doador e donatário), a prestação de serviço (prestador e consumidor) etc.</p><p>Pluripartites/ Plúrimos/ Plurilaterais</p><p>Nada impede que haja uma pluralidade de pessoas num dos polos da relação contratual, como ocorre no caso em que eu e minha esposa doamos um terreno para você; o contrato de doação é bipartite, pois tem apenas duas partes, ainda que num dos polos exista mais de uma pessoa.</p><p>Veja que esse conceito se aproxima bastante da noção processual de polo, que independe do número de pessoas (o polo ativo de uma ação de indenização pode ser composto por várias pessoas, cujas relações internas são estudadas pelo litisconsórcio).</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Unilaterais</p><p>Segundo essa classificação, o contrato pode criar obrigações para uma ou para ambas as partes. Nos contratos unilaterais há obrigações somente para um dos contratantes, como no contrato de comodato do livro da biblioteca ou da doação pura, no qual o comodatário/donatário é somente “credor” e o comodante/doador é somente “devedor”.</p><p>Assim, uma parte concorre com direitos e a outra parte concorre com deveres. Em suma, nos contratos unilaterais os vetores vão para o mesmo lado, e uma parte é só credora e outra só devedora.</p><p>Já nos contratos bilaterais, cada contratante é credor e devedor ao mesmo tempo em vetores contrários, como numa compra e venda. Assim, no contrato bilateral há direitos e deveres para ambas as partes, reciprocamente. Há, entre os contratantes de um contrato bilateral ou sinalagmático um complexo de obrigações, enfeixadas numa relação jurídica complexa.</p><p>bilaterais/sinalagmáticos</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Individuais e coletivos/normativos</p><p>Nos contratos individuais cada contratante expressa seu consentimento individualmente, ou seja, esse contrato trata de pessoas certas e determinadas.</p><p>Nos contratos coletivos há um acordo normativo, que engloba pessoas certas, mas apenas determináveis. São exemplos a convenção coletiva de trabalho, no âmbito trabalhista, e o plano de saúde empresarial, no âmbito civil. Nos dois casos, há um intermediário entre os contratantes, sendo que um deles, de maneira coletiva, estabelece</p><p>as clausulas que vigerão entre o outro e os contratantes que não participam diretamente do pacto.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Pessoais e Impessoais</p><p>Em regra, a pessoa do contratante é indiferente à contraparte, juridicamente falando. É o caso da compra e venda ou da locação, contratos nos quais a transferência da propriedade ou da posse são mais importantes do que a pessoa do contratante.</p><p>Contudo, nos contratos pessoais, personalíssimos ou intuitu personae, a consideração da outra pessoa é elemento determinante de sua conclusão (elemento causal do negócio, motivo determinante). Isso porque somente aquela pessoa é capaz de executar o contrato, ou porque interessa à parte que seja executado especificamente por aquele.</p><p>Por exemplo, é pessoal a obrigação de fazer de serviço infungível, como pintar um quadro. Consequência dessa distinção é que os contratos pessoais são intransmissíveis (no caso de morte ou interdição) e nem podem ser cedidos (numa assunção de dívida ou numa cessão de posição contratual).</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>QUESTÃO</p><p>De acordo com o que foi estudado em sala de aula, os contratos personalíssimos, ou seja, que só podem ser prestado por uma pessoa em específico, como nos casos de prestação de serviço infugível, pode ser classificado quando ao sujeito contratual em:</p><p>Coletivo</p><p>Normativo</p><p>Impessoal</p><p>Instantâneo</p><p>Pessoal</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a letra “E”.</p><p>É importante lembrar que o contrato pessoal tem natureza intuitu personae, isto é, personalíssimo, configura, de forma geral, alguma prestação de serviço infungível.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>QUESTÃO</p><p>2) Julgue o próximo item.</p><p>A classificação dos contratos, dentro do Código Civil, é rígida, de maneira que, não há possibilidade de um mesmo contrato pertencer a duas ou mais classificação.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é “ERRADO”.</p><p>A classificação e espécies dos contratos privados é um assunto muito debatido na doutrina, porque, a doutrina, no geral, classificam de maneira própria, isto é, pode haver doutrinador que estabelece determinados elementos e critérios de classificação e outros que estabelecem outros elementos e critérios.</p><p>É bom pontuar que os contratos são livres para serem estipulados, desde que, respeite a lei e as exigências que o ordenamento jurídico impõe, como a escritura pública para os imóveis com valor acima de 30 salários mínimos.</p><p>Voltando ao enunciado, um mesmo contrato pode pertencer a mais de um classificação, como o caso do pacto de alienação fiduciária: sendo bipartite, há duas pessoas; sendo oneroso, visto o pagamento (será estudado adiante);</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>A classificação quanto ao OBJETO</p><p>Quanto ao OBJETO pode ser</p><p>Vamos ao próximo slide ver sobre cada um</p><p>Gratuitos/benéficos e onerosos</p><p>Comutativos e aleatórios</p><p>Principais e acessórios</p><p>Instantâneos e de duração</p><p>Instantâneos de execução imediata e diferida</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Nos contratos onerosos à vantagem equivale um sacrifício, seja para a parte, seja para um terceiro, como numa permuta. Nos contratos gratuitos só uma parte tem proveito, como na doação.</p><p>A classificação, portanto, parte de uma premissa de ônus e bônus, de sacrifício patrimonial. Nos contratos gratuitos, apenas uma parte sacrifica seu patrimônio, ao passo que nos contratos onerosos há mútuo sacrifício, ainda que não necessariamente 100% equivalente.</p><p>Consequência disso é que somente nos contratos onerosos (e nos gratuitos em que a onerosidade seja relevante, como na doação com encargo) se aplica a disciplina dos vícios redibitórios e da evicção. Essa percepção nada mais faz do que traduzir para o Direito o velho brocardo popular, “a cavalo dado não se olha os dentes”</p><p>Gratuitos/benéficos e onerosos</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Essa classificação só vale para os contratos onerosos. Ou seja, não há que se falar em contrato benéfico aleatório ou contrato benéfico comutativo, mas apenas em contrato oneroso comutativo e contrato oneroso aleatório.</p><p>Nos contratos comutativos, a vantagem e o sacrifício são equivalentes. Ou seja, as partes têm, de antemão, certeza quanto à prestação e quanto à contraprestação, como na locação, no comodato, na compra e venda de imóvel em geral.</p><p>Já nos aleatórios, há alternativa de ganho ou perda, havendo incerteza na contraprestação ou em sua duração; a incerteza é, portanto, elemento central do contrato, como, por exemplo, na loteria, na compra e venda de safra, no mercado de ações etc. Posso, num seguro, pagar R$3 mil e receber R$80 mil se meu carro é roubado; ou nada receber, percebendo a seguradora os R$3 mil integralmente, se não houver qualquer sinistro</p><p>Comutativos e Aleatórios</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>É necessário conhecer a famosa expressão latina:</p><p>Accessorium sequitur suum principale: O acessório segue o seu principal.</p><p>O mais correto seria nominá-los como independentes ou dependentes.</p><p>Os contratos acessórios ou dependentes não têm existência autônoma, própria, independente, mas têm por função garantir o cumprimento das obrigações contraídas no contrato principal. Não faz sentido, portanto, visualizar-se um contrato acessório, ou dependente, sem que seu par principal, ou independente, seja invocado.</p><p>Exemplo, o contrato de aluguel é principal, mas pode haver um contrato de caução sendo acessório. Extinguindo-se o contrato de aluguel, deixa de existir o contrato de caução.</p><p>Em metáfora pode ser colocado como a gravidade do nosso sistema, sendo o sol o contrato principal e os demais planetas os contratos acessórios. Se não há a gravidade do sol (principal), não há possibilidade da existência dos planetas como é no momento, já que a “gravitação jurídica” do principal cria a órbita para os acessórios.</p><p>Principais e Acessórios</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Os contratos instantâneos são aqueles cujas prestações podem ser realizadas em um único instante, podem ser cumpridos numa única prestação. Trata-se de classificação que toca ao cumprimento; cumpre-se imediatamente.</p><p>Já o contrato de duração em sentido amplo (lato sensu), também chamado de contrato de trato sucessivo, de execução continuada ou de débito permanente, tem sua execução protraída no tempo, ou seja, a natureza da prestação torna impossível de se realizar em um instante. Ou seja, o contrato de duração não pode ser cumprido numa única prestação.</p><p>Ex: contrato de doação é instantâneo, porque, uma vez passado o bem doado, exauri o pacto.</p><p>Ex: O contrato de locação é de duração, porque, há parcelas sucessivas que se prolonga no tempo.</p><p>MAS CABE DIZER QUE O INSTANTÂNEO POSSUI UMA SUBCLASSIFICAÇÃO </p><p>Instantâneo e de Duração</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Contratos instantâneos de execução imediata: A execução é feita imediatamente após a formação (compra e venda com pagamento imediato)</p><p>Contratos de duração de execução diferida: A execução é igualmente realizada em um único ato, mas a termo, no futuro, por conveniência das partes (compra e venda com parcelamento).</p><p>Essa classificação é relevante porque as regras aplicáveis aos contratos de duração se aplicam também aos contratos instantâneos de execução diferida, mas não aos contratos instantâneos de execução imediata.</p><p>Por exemplo, a revisão do contrato por onerosidade excessiva não é cabível nos contratos instantâneos de execução imediata, mas cabível é nos contratos de duração e nos contratos instantâneos de execução diferida.</p><p>Instantâneos de execução imediata e Diferida</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>A classificação quanto à FORMA</p><p>Quanto à FORMA pode ser</p><p>Vamos ao próximo slide ver sobre cada um</p><p>Consensuais e Formais/Solenes</p><p>Típicos/nominados e Atípicos/Inominados</p><p>Paritários e por adesão</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Em regra, apenas o consentimento basta para formar o contrato (basta a integração das vontades, o acordo), mas, por vezes, algo mais também é necessário para perfectibilizar o contrato.</p><p>O “nível” de formalidade ou “solenidade” dependerá do contrato, desde uma forma escrita, simples, até forma pública, mais complexa, até formas “soleníssimas”,</p><p>como ocorre em algumas modalidades de testamento.</p><p>Por isso, entenda que contrato formal é gênero. O contrato pode ser formal em sentido amplo (lato sensu), englobando o contrato formal em sentido estrito (stricto sensu) e o contrato solene.</p><p>Contrato formal stricto sensu é aquele exige alguma forma, ao passo que o contrato solene exige solenidade (forma) pública.</p><p>Consensuais e Formais/Solenes</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>A distinção deriva do art. 425 do CC/2002, que permite a construção de contratos de modo livre. Assim, os contratos típicos ou nominados referem-se a contratos esquematizados em lei, com previsão legal mínima. Os contratos atípicos, ao contrário, não têm previsão legal, ou seja, não têm um estatuto legal mínimo.</p><p>Típicos/nominados e Atípicos/Inominados</p><p>Paritários e por adesão</p><p>No contrato de adesão, no qual inexiste discussão prévia a respeito das cláusulas contratuais, mas apenas a predisposição das cláusulas por uma parte, e a adesão, ou não, da outra, a condições que lhe são impostas.</p><p>Os contratos paritários são espécie de contrato em que as partes encontram-se em igualdade de condições para discutir os termos do ato do negócio e fixar as cláusulas e condições contratuais; esta igualdade entre os sujeitos do negócio jurídico vincula o contrato paritário ao princípio da autonomia da vontade.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Vamos adentrar na:</p><p>TRANSMISSÃO CONTRATUAL</p><p>A transmissão contratual é a passagem, em alguma medida, de deveres e obrigações/de deveres ou obrigações a um terceiro estranho da relação contratual primária, ou seja, a um terceiro que não estava compondo os polos contratuais.</p><p>Serão explorados os seguintes pontos:</p><p>Cessão de posição contratual</p><p>Estipulação em favor de terceiro</p><p>Contrato com pessoa a declarar</p><p>Promessa de fato de terceiro</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Sem previsão legal expressa, mas extremamente comum na prática, dadas as dificuldades de certos tipos de contratos (sobretudo nos casos de financiamento imobiliário), a cessão de posição contratual tem fundamento no art. 425, que permite a criação de contratos atípicos.</p><p>Para a cessão de posição contratual necessita-se da figura do cedido (devedor), do cedente (credor originário, que “sai” da relação) e do cessionário (novo credor), num contrato cujas prestações não tenham sido adimplidas totalmente.</p><p>Cessão de posição contratual</p><p>Segundo o STJ, ainda que não tenhamos disposição expressa, como variados ordenamentos jurídicos estrangeiros, a cessão de posição contratual é permitida no Brasil por aplicação dos arts. 421 e 425. A cessão de posição contratual contará com dois contratos: o contrato-base, no qual se prevê uma das posições a ser transferida, e o contrato-instrumento, pelo qual se realiza a cessão propriamente dita.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>A sua previsão está no arts. 436-438, recomenda-se a leitura simples da letra da lei.</p><p>Segundo Orlando Gomes, estipulação em favor de terceiro é:</p><p>“O contrato por via do qual uma das partes se obriga a atribuir vantagem patrimonial gratuita a pessoa estranha à formação do vínculo contratual.”</p><p>Sua importância prática é enorme, sobretudo nos contratos de seguro de vida, constituição de renda e transporte para terceiros.</p><p>De qualquer sorte, ela ocorre nas mais variadas situações. É essencial que a estipulação seja feita gratuitamente, pois, se houver imposição de contraprestação, perde-se a essência da estipulação. Veja que o próprio nome pressupõe a gratuidade, até porque não se pode “estipular” onerosamente.</p><p>Continuemos no próximo slide</p><p>Estipulação em favor de terceiro</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Professor, então posso comprar um carro e estipular a um terceiro?</p><p>Sim!</p><p>Mas... Não seria mais dinâmico comprar o carro e doar? Qual será a diferença prática de doar o carro ou estipular ao meu amigo?</p><p>Vejamos o próximo slide</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Vamos adentrar no exemplo.</p><p>Os vícios redibitórios não podem ser exigidos nos casos de doador, mas pode ser exigindo nos casos de estipulação. Agora vamos aplicar isso no exemplo do slide anterior:</p><p>Pode comprar o veículo e, ato contínuo, me doar. Pode também fazer uma estipulação em meu favor. O que distinguirá ambas as situações? Segundo a lenda urbana, caso o cliente encontre picadas de mosquitos no couro do boi, a fábrica troca todo o banco de couro imediatamente.</p><p>Não pense em Direito do Consumidor ou o exemplo perde a graça...</p><p>No primeiro caso, (DOAÇÃO) se o seu amigo encontrar os malfadados furos no carro, não poderá ele reclamar com a fábrica, eis que você é o doador e o seu amigo o donatário. Vícios redibitórios não são oponíveis ao doador, ausente dolo.</p><p>No segundo, (ESTIPULAÇÃO) o seu amigo pode exigir o cumprimento do contrato, tanto quanto você, estipulante. O estipulante pode, por ato entre vivos ou por disposição de última vontade, substituir o beneficiário, sem a anuência do próprio beneficiário e do promitente, segundo dispõe o art. 438 e seu parágrafo único.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Previsão nos arts. 467-471, recomenda-se a leitura simples da letra da lei.</p><p>O art. 467 coloca que “no momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes”.</p><p>Assim, o nomeado assume a posição contratual do nomeante, que deixa a relação, como se ele mesmo tivesse contratado originariamente em nome próprio. Exige-se prazo para a nomeação. Esse prazo pode ser convencional, mas, se o contrato se omitir, será ele de 5 dias, segundo dispõe o art. 468. A forma da aceitação deve seguir a forma do próprio contrato, ou o contrato acessório será ineficaz, como exige o parágrafo único desse dispositivo.</p><p>Ao assumir tal posição, o terceiro, agora parte, assume todos os direitos e obrigações oriundas do contrato, a partir do momento em que a nomeação é feita, não podendo o outro contratante negar-se a contratar, nos termos do art. 469.</p><p>Contrato com pessoa a declarar</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Previsão nos arts. 439 e 440, recomenda-se a leitura simples da letra da lei.</p><p>Trata-se, segundo Paulo Lôbo, de uma:</p><p>“Obrigação assumida por uma parte no contrato, de obter a prestação de terceiro, no interesse da outra e da consecução do fim contratual.”</p><p>Ou seja, comprometo-me a conseguir que outrem faça algo por mim, mas se não o fizer, eu é quem estou inadimplindo, segundo o art. 439. A exceção fica por conta do parágrafo único, que isenta de responsabilidade a pessoa se ela for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime de bens do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.</p><p>Assim, se prometo que minha esposa prestará fiança, se ela não prestar, nem ela nem eu nos responsabilizaremos, caso sejamos casados num dos regimes de comunhão de bens (comunhão parcial de bens, comunhão universal de bens e participação final nos aquestos). Isso porque a fiança exige, nos regimes supracitados, vênia conjugal (art. 1.647, inc. III), inexistente no caso.</p><p>Continuemos no próximo slide</p><p>Promessa de fato de terceiro</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>No entanto, se o terceiro já se comprometeu a executar, a responsabilidade passa a ser dele, segundo o art. 440.</p><p>Aqui, novamente, quem contrata sabe que o inadimplemento do pacto lhe permitirá perseguir perdas e danos, mas não sabe contra quem, se contra o promitente (até a aceitação do terceiro), ou se contra o terceiro (depois da aceitação).</p><p>Promessa de fato de terceiro</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Faça a diferenciação entre doação e estipulação em favor de terceiro, com exemplo diferente do que foi colocado em sala de aula.</p><p>Podem realizar qualquer tipo de consulta: internet, vade mecum e outros meios;</p><p>Não é aprofundado, apenas decorra de maneira simples;</p><p>No máximo 10 linhas;</p><p>Citação apenas de forma indireta;</p><p>Entregar HOJE para confecção de visto;</p><p>EXERCÍCIO</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Vamos adentrar na:</p><p>GARANTIAS CONTRATUAL</p><p>O Código Civil, quando dispõe sobre transferência</p><p>de bens entre particulares, cria algumas garantias, de forma que, pode-se reputar que as garantias mais importantes estão ligadas aos defeitos, problemas e vícios que esses bens podem conter. Percebe-se que, por exemplo, aquele que compra o bem, possui uma expectativa que o objeto esteja bem e, visando essa noção vamos explorar os seguintes tópicos:</p><p>Vícios Redibitórios</p><p>Evicção</p><p>Exceção do Contrato não cumprido</p><p>Vejamos o próximo slide.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Vícios Redibitórios</p><p>Conceitos: Eles são os defeitos ocultos que desvalorizam a coisa ou a tornam imprestável para o uso proposto. Aplica-se a redibição ainda que a coisa pereça em poder do adquirente, desde que o vício tenha surgido antes da tradição.</p><p>Vejamos o que diz o art. 441 do Código Civil:</p><p>Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.</p><p>Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.</p><p>A disciplina dos vícios redibitórios vale para todos os contratos comutativos e onerosos; ou seja, não vale para contratos aleatórios ou gratuitos/benéficos, conforme regra do art. 441.</p><p>Aplica-se aos contratos comutativos, já que a lei pretende dar garantia ao trânsito jurídico das riquezas (vale, portanto, para todos os contratos translativos da propriedade), mas não para os gratuitos/benéficos (por conta da liberalidade do doador e da ausência de onerosidade para o donatário), contudo, aplica-se às doações onerosas.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Vícios Redibitórios</p><p>Para que se verifique a existência de um vício redibitório, exige-se a presença de três requisitos, extraídos do art. 441:</p><p>Vício Oculto</p><p>Se for aparente ou de fácil constatação, presume-se que o adquirente quis receber a coisa ainda assim.</p><p>Existência no momento da conclusão do contrato</p><p>Ou melhor, na execução, já que o contrato e a tradição podem acontecer em momentos diferentes, mas, se aparece posteriormente, já no domínio do adquirente, não vale. Portanto, se o vício aparece posteriormente, não é redibitório</p><p>Torna a coisa imprópria para o uso destinado ou lhe diminui o valor</p><p>Substancialmente, e não vício insignificante ou que não altere o valor (outra diferença para o Direito do Consumidor).</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Professor, diante do vício redibitório, poderá a pessoa prejudicada ficar com o bem e pedir o abatimento ou será nulo o negócio, de maneira que, não caberá nenhum tipo de convalidação?</p><p>Vejamos o próximo slide</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Vícios Redibitórios</p><p>Vejamos o que diz o art. 442:</p><p>Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.</p><p>Ainda sobre esse ponto, observamos o que diz o art. 443 do Código Civil:</p><p>Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.</p><p>Se conhecia: Restituição + Perdas e Danos</p><p>Não conhecia: Restituição + Despesas Contratuais Observe que na legislação aqui não há “Perdas e Danos”.</p><p>Vejamos os prazos para reclamar os vícios</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Vícios Redibitórios</p><p>Os prazos serão organizados, de acordo com o art. 445 do CC/2002, da seguinte maneira:</p><p>Bens Móveis</p><p>30 dias (contados a partir da tradição)</p><p>Bens Imóveis</p><p>1 ano (contado a partir da tradição).</p><p>Exceções</p><p>Se o sujeito já estava na posse do bem (traditio brevi manu) o prazo cai pela metade, contado da conclusão do negócio;</p><p>Quando o vício se conhece posteriormente (como numa rachadura dentro de uma viga), começa a contar o prazo de seu conhecimento, segundo o ß1º. Limita-se o prazo total, porém, a 180 dias, no caso de bens móveis, e 1 ano, se imóveis;</p><p>Os semoventes têm regulamentação própria, não se sujeitando a esses prazos, segundo o ß2º;</p><p>Não corre o prazo na constância de cláusula de garantia, mas o adquirente deve denunciar o defeito em 30 dias, tomando conhecimento dele, sob pena de decadência (art. 446).</p><p>Vamos tratar da Evicção no próximo slide.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>EVICÇÃO</p><p>Segundo César Fiuza, “É a perda judicial da coisa, em virtude de sentença, por quem a possuía como sua, em favor de terceiro, detentor de direito anterior sobre ela”.</p><p>Em outras palavras, é atribuída a titularidade da coisa a outrem, que não o alienante ou o comprador (que cria ser o titular da coisa pela transmissão da propriedade). É garantia própria dos contratos comutativos que cria a obrigação de transferir o domínio de determinada coisa e deriva da obrigação do alienante de garantir a posse justa da coisa.</p><p>Ocorre quando o adquirente perde a coisa em virtude de decisão judicial que reconhece a outrem o direito de propriedade anterior a ele, ou ainda quando ato administrativo o faz, segundo o STJ (REsp 259.726).</p><p>Isso ocorre sobretudo com a autoridade policial, como, por exemplo, nos casos de carros com licenciamento fraudado vendidos.</p><p>EVICÇÃO</p><p>Vejamos os três requisitos para a configuração da evicção:</p><p>Privação do Direito</p><p>Pode ser total ou parcial</p><p>Por exemplo, se eu compro uma fazenda de 1.000 ha e perco três numa ação reivindicatória, não posso devolver os outros 997 ha, pois a evicção È pequena. Nesse caso, posso pedir apenas abatimento pelos hectares perdidos. Contrariamente, se eu perco 700 ha, posso devolver os outros 300 ha, recebendo o que paguei de volta ou abater o preço, proporcionalmente. Se a evicção for total, porém, só cabe resolução e consequente indenização, evidentemente, por lógica.</p><p>Sentença Judicial reconhecendo o direito preexistente</p><p>Em regra, È necessária sentença condenatória, mas excepcionalmente pode ocorrer quando perde o adquirente o domínio da coisa pelo implemento da condição resolutiva. O evicto deve denunciar a lide ao evictor (art. 125, inc. I, do CPC/2015). Se não denunciar, deverá entrar com ação autônoma de evicção (ß1º); se denunciar, na própria sentença o juiz condena o evicto. Lembre-se que não cabe mais a denunciação per saltum</p><p>Risco Anterior à aquisição da coisa</p><p>Deve o evicto ter boa-fé, ignorando que a coisa era alheia ou litigiosa. Do contrário, não poderá ele demandar pela evicção, nos termos do art. 457. O contrato deve ser bilateral, comutativo e oneroso.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Pode também ser interpretado levando em conta a correção monetária ou a aquisição de outro bem igual, segundo o valor de mercado.</p><p>Vamos tratar da Exceção do Contrato não cumprido no próximo slide.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Como esse é mais simples, podemos ir diretamente ao texto legal:</p><p>Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.</p><p>Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.</p><p>________________________________________</p><p>Um exemplo do nosso cotidiano: ao ir no shopping, você primeiro paga no balcão e, posteriormente, você pega o seu lanche e não ao contrário. A depender do local, não poderá a pessoa pedir a comida antes de pagar.</p><p>EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Descreva brevemente um vício redibitório parcial em um carro e um vício redibitório em total em um boi procriador, demonstrando os requisitos do art. 441 do Código Civil.</p><p>Podem realizar qualquer tipo de consulta: internet, vade mecum e outros meios;</p><p>Não é aprofundado, apenas decorra de maneira simples;</p><p>No máximo 10 linhas;</p><p>Citação apenas de forma indireta;</p><p>Entregar HOJE para confecção de visto;</p><p>EXERCÍCIO</p><p>QUESTÕES</p><p>(IADES/PROCURADOR/AL-GO/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA)</p><p>A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,</p><p>como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Certo. São os arts. 421 e 422 do CC:</p><p>Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.</p><p>Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual.</p><p>Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.</p><p>(CESPE/TJDFT/JUIZ/2014 - ADAPTADA)</p><p>A principal característica do contrato de seguro é a unilateralidade.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Errado.</p><p>O contrato de seguro é bilateral, porque impõe obrigação a ambas as partes: ao segurado, porque ele tem que pagar o prêmio; e ao segurador, porque ele tem que pagar a cobertura no caso de sinistro. Não há, pois, unilateralidade.</p><p>(COPS-UEL/PREFEITURA DE LONDRINA-PR/PROCURADOR/2019) Pode-se classificar o contrato de compra e venda como</p><p>bilateral, oneroso, formal e aleatório.</p><p>gratuito, bilateral, formal e aleatório.</p><p>comutativo, unilateral, de execução simultânea e translativo.</p><p>unilateral, translativo, oneroso e de execução diferida.</p><p>oneroso, translativo, bilateral e comutativo.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Letra e.</p><p>É oneroso, porque as partes buscam um proveito econômico com suas prestações;</p><p>é translativo, porque implica o dever de transferir a propriedade de um bem;</p><p>é bilateral, porque gera obrigação a ambas as partes (vendedor tem que pagar o preço, e comprador tem que transferir a coisa);</p><p>e é comutativo, porque o proveito econômico buscado pelas partes é pré-estimado e não depende da álea.</p><p>(CRESCER/PROCURADOR/PREFEITURA DE URUÇUÍ-PI/2018/ADAPTADA)</p><p>Nos contratos bilaterais, poderão os contratantes exigir o implemento da obrigação do outro, ainda que não cumprida a sua obrigação.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Errado.</p><p>Parte final da questão contraria o art. 476 do CC.</p><p>Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.</p><p>(NC-UFPR/CARTÓRIO/CARTÓRIO/TJ-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA)</p><p>Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Certo. É o art. 422 do CC.</p><p>Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.</p><p>(FUNDEP/COHAB MINAS/ADVOGADO/2015 – ADAPTADA)</p><p>Os contratos inominados são lícitos, desde que observadas as normas gerais fixadas pelo Código Civil</p><p>Certo.</p><p>Os contratos atípicos (os que não são disciplinados em lei) têm que observar as regras gerais do CC, conforme art. 425 do CC.</p><p>Geralmente, eles são também contratos inominados (os que não têm um nome legal), de modo que seria viável afirmar que os contratos inominados também têm que observar as regras gerais do CC à luz de uma interpretação extensiva do art. 425 do CC.</p><p>A doutrina, porém, admite a existência de contratos nominados que sejam atípicos, pois, embora tenham um nome legal, não são disciplinados pela lei.</p><p>Para eles também cabe a aplicação extensiva do art. 425 do CC.</p><p>Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.</p><p>(VUNESP/ADVOGADO/CÂMARA DE PIRACICABA-SP/2019/ADAPTADA)</p><p>O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>Certo.</p><p>É o art. 462 do CC:</p><p>Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>Há muitas questões que abordam o texto literal do art. 462, vejamos no próximo slide.</p><p>(CONSULPLAN/OFICIAL/CARTÓRIO/TJ-MA/2019/ADAPTADA) O contrato preliminar, inclusive quanto a forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>__________________________</p><p>(FMP/PROCURADOR/PGE-AC/2017/ADAPTADA) O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>___________________________</p><p>(VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/2019/ADAPTADA) O contrato preliminar, e também quanto à forma, não necessita conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>___________________________</p><p>(NC-UFPR/ADVOGADO/PREFEITURA DE CURITIBA-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>___________________________</p><p>(FAUEL/PROCURADOR/PREFEITURA DE PARANAVAÍ-PR/2018/ADAPTADA) O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>Por esse motivo, o art. 462 do CC/2002 deverá está na ponta da caneta, já que, como a evidência deles em prova de concurso é alta, com toda certeza, cairá na prova alguma questão nesse sentido.</p><p>Lembre-se das fases do contrato, sendo que o contrato preliminar é o primeiro momento da formação do pacto.</p><p>Apesar de ser o primeiro momento da formação do contrato, deverá, por exemplo, ser observado o art. 104 do Código Civil, como também, os princípios da boa-fé e outros.</p><p>Logo, levem o art. 462 do Código Civil para a vida de vocês:</p><p>Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>(QUADRIX/ADVOGADO/CREA-TO/2019-PR/2019/ADAPTADA)</p><p>O direito de evicção é aplicado nos contratos onerosos, inclusive quando realizados em hasta pública. No entanto, as partes podem, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou mesmo excluir a responsabilidade pela evicção.</p><p>Certo.</p><p>São os arts. 447 e 448 do CC:</p><p>Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.</p><p>Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção</p><p>(FAURGS/CARTÓRIO-TJRS/TITULAR/2015 – ADAPTADA)</p><p>Na estipulação em favor de terceiro, se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, ainda assim poderá o estipulante exonerar o devedor.</p><p>ERRADO.</p><p>É o contrário do art. 437 do CC:</p><p>Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.</p><p>Apenas para relembrar (texto retirado do slide respectivo de transmissão contratual):</p><p>“A sua previsão está no arts. 436-438, recomenda-se a leitura simples da letra da lei.</p><p>Segundo Orlando Gomes, estipulação em favor de terceiro é:</p><p>“O contrato por via do qual uma das partes se obriga a atribuir vantagem patrimonial gratuita a pessoa estranha à formação do vínculo contratual.”</p><p>Sua importância prática é enorme, sobretudo nos contratos de seguro de vida, constituição de renda e transporte para terceiros.</p><p>De qualquer sorte, ela ocorre nas mais variadas situações. É essencial que a estipulação seja feita gratuitamente, pois, se houver imposição de contraprestação, perde-se a essência da estipulação. Veja que o próprio nome pressupõe a gratuidade, até porque não se pode “estipular” onerosamente. “</p><p>(IESES/TITULAR/CARTÓRIO TJSC/2019/ADAPTADA)</p><p>Se parcial, mas considerável, for a evicção, não é lícito ao evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Errado.</p><p>É o contrário (art. 455 do CC). Veja:</p><p>Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>REVISÃO PARA A PROVA</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>PRINCÍPIOS</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Força obrigatória (pacta sunt servanda)</p><p>“O contrato faz lei entre as partes”, já diz o ditado. Assim, se feito um contrato, de acordo com a lei, o contratante pode valer-se do aparato coercitivo do Estado para fazer</p><p>cumprir o pacto. É o outro lado da moeda da liberdade de contratar.</p><p>Daí decorrem duas consequências bastante importantes:</p><p>Irretratabilidade: Por decorrência da autonomia, o contrato não pode ser alterado unilateralmente. É a pedra angular da segurança jurídica;</p><p>Intangibilidade: Também por decorrência da autonomia, há impossibilidade de revisão judicial, exceto para resolver o contrato ou declarar nulidade.</p><p>Resolução do contrato é a extinção do pacto por inadimplência. O aprofundamento será realizado no momento oportuno.</p><p>Mas é importante pontuar que, o referido princípio ganhou novos contornos, sendo um pouco mitigado na contemporaneidade, devido as consequências de levar um contrato até a sua última vírgula quando o estado das coisas mudaram.</p><p>Vejamos esse ponto melhor no próximo slide</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Força obrigatória (pacta sunt servanda)</p><p>Há uma coisa chamada: cláusula rebus sic stantibus</p><p>A cláusula rebus sic stantibus (“enquanto as coisas estão assim”) confirma, ao contrário de rechaçar, a regra de que há imutabilidade nos pactos; alterações só são possíveis quando a realidade se altera.</p><p>Apesar desta cláusula ser do direito canônico, foi resgatada no que se passou a chamar de “Teoria da imprevisão por onerosidade excessiva” e “Teoria da quebra da base objetiva do negócio”, contidas de maneira explícita e implícita, respectivamente, nos arts. 317 e 478 do CC/2002, em linhas gerais esse tema será aprofundado no momento oportuno.</p><p>______________________________________________________________</p><p>Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.</p><p>Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Boa-fé objetiva</p><p>Artigos 113 e 422 do Código Civil:</p><p>Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.</p><p>§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)</p><p>(...)III - corresponder à boa-fé</p><p>Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.</p><p>Professor, então é obrigado a ter a boa-fé apenas na conclusão e na execução, conforme o texto do art. 422?</p><p>Jurisprudência e doutrina sempre afiançaram que mesmo antes e até mesmo depois do término do pacto o princípio continua sendo de observância obrigatória.</p><p>Assim, amplia-se o ‚âmbito de aplicação do art. 422 para compreender nele também as fases pós-contratual (post factum finitum) e pré-contratual, incluindo-se até as tratativas preliminares.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>Função Social do Contrato</p><p>Artigos 421:</p><p>Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.</p><p>A função social do contrato tem um viés axiológico (um valor juridicamente protegido), criada a partir de uma visão integrativa do contrato na sociedade, de modo a conciliar os interesses individuais com os interesses da sociedade toda, promovendo a dignidade da pessoa humana.</p><p>O contrato, então, deixa de interessar apenas aos contratantes, já que o poder negocial, como fundamento da atividade privada, é fonte do ordenamento jurídico de maneira mais ampla. O benefício da compreensão da liberdade contratual não pode ser usufruído apenas pelo contratante em detrimento do interesse público, que é superior.</p><p>A constitucionalização do Direito Privado determina, em última análise, o cumprimento das disposições constitucionais nas mais comezinhas relações jurídicas interprivadas. O art. 173, ß4º, da CF/1988, deixa claro que os negócios jurídicos interprivados não podem implicar abuso do poder econômico que gerem dominação de mercado, com consequente eliminação da concorrência e aumento arbitrário do lucro.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>FORMAÇÃO DO CONTRATO</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>FORMAÇÃO DO CONTRATO.</p><p>4 fases:</p><p>FORMAÇÃO DO CONTRATO</p><p>Tratativas Preliminares</p><p>Proposta</p><p>Aceitação</p><p>Contrato Preliminar</p><p>O contrato não deve ser visto como um ato, antes como um processo, que se desenvolve mais ou menos lentamente a depender de um sem-número de fatores, como a complexidade, o montante financeiro envolvido, o grau de paridade entre os contratantes etc.</p><p>Como foi visto anteriormente, por exemplo, o princípio da boa-fé também abrange a fase pré-contratual, de forma que, o contrato é algo dinâmico e funcional</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS</p><p>A classificação será quanto aos:</p><p>Sujeito</p><p>Objeto</p><p>Forma</p><p>Pode-se visualizar que há uma lógica nessa classificação, que pode ser vista no art. 104 do Código Civil:</p><p>Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:</p><p>I - agente capaz Sujeito</p><p>II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável Objeto</p><p>III - forma prescrita ou não defesa em lei Forma</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>TRANSMISSÃO DO CONTRATO</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>TRANSMISSÃO CONTRATUAL</p><p>A transmissão contratual é a passagem, em alguma medida, de deveres e obrigações/de deveres ou obrigações a um terceiro estranho da relação contratual primária, ou seja, a um terceiro que não estava compondo os polos contratuais.</p><p>Serão explorados os seguintes pontos:</p><p>Cessão de posição contratual</p><p>Estipulação em favor de terceiro</p><p>Contrato com pessoa a declarar</p><p>Promessa de fato de terceiro</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>GARANTIAS CONTRATUAIS</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>GARANTIAS CONTRATUAL</p><p>O Código Civil, quando dispõe sobre transferência de bens entre particulares, cria algumas garantias, de forma que, pode-se reputar que as garantias mais importantes estão ligadas aos defeitos, problemas e vícios que esses bens podem conter. Percebe-se que, por exemplo, aquele que compra o bem, possui uma expectativa que o objeto esteja bem e, visando essa noção vamos explorar os seguintes tópicos:</p><p>Vícios Redibitórios</p><p>Evicção</p><p>Exceção do Contrato não cumprido</p><p>Vejamos o próximo slide.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>(NC-UFPR/CARTÓRIO/CARTÓRIO/TJ-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA)</p><p>Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.</p><p>________________________</p><p>(IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA)</p><p>Os princípios de probidade e boa-fé devem ser resguardados tão somente durante a execução do contrato</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>CERTO / ERRADO</p><p>A boa-fé tem de ser observado antes (sob pena de responsabilidade civil pré-contratual ou por culpa in contrahendo), durante (sob pena de responsabilidade contratual) e após (sob pena de responsabilidade post factum finito), conforme interpretação doutrinária do art. 422 do CC.</p><p>Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.</p><p>2016 – TRT 4™ REGIÃO – TRT 4™ REGIÃO (RS) – Juiz do Trabalho Substituto</p><p>Assinale a assertiva INCORRETA sobre contratos.</p><p>A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstancias do caso.</p><p>A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.</p><p>Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi aceito.</p><p>Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.</p><p>O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Letra “c”</p><p>A alternativa A está correta, na literalidade do art. 427: “A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos</p><p>dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso”.</p><p>A alternativa B está correta, conforme o art. 431: “A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta”.</p><p>A alternativa C está incorreta, segundo o art. 435: “Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto”.</p><p>A alternativa D está correta, de acordo com o art. 426: “Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva”.</p><p>A alternativa E está correta, na dicção do art. 462: “O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado”.</p><p>O Código Civil, quando dispõe sobre transferência de bens entre particulares, cria algumas garantias, de forma que, pode-se reputar que as garantias mais importantes estão ligadas aos defeitos, problemas e vícios que esses bens podem conter. Percebe-se que, por exemplo, aquele que compra o bem, possui uma expectativa que o objeto esteja bem e, visando essa noção, considere o art. 476 do Código Civil:</p><p>“Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.”</p><p>O referido artigo dita sobre qual garantia contratual estudada em sala de aula:</p><p>Evicção</p><p>Vícios redibitórios</p><p>Exceção do contrato não cumprido</p><p>Vício oculto de decisão judicial</p><p>Frutos viciados de uma evicção</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Letra “c”</p><p>O art. 476 trata da exceção do contrato não cumprido, possuindo o seguinte texto no Código Civil:</p><p>Da Exceção de Contrato não Cumprido</p><p>Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.</p><p>Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.</p><p>2016 – FAURGS – TJ/RS – Juiz Estadual Substituto</p><p>Sobre os efeitos da boa-fé objetiva, é INCORRETO afirmar que</p><p>servem de limite ao exercício de direitos subjetivos.</p><p>resultam na proibição do comportamento contraditório.</p><p>qualificam a posse, protegendo o possuidor em relação aos frutos já percebidos.</p><p>servem como critério para interpretação dos negócios jurídicos.</p><p>reforçam o dever de informar das partes na relação obrigacional.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Letra “c”</p><p>A alternativa A está correta, de modo a evitar o abuso de direito por um dos contratantes.</p><p>A alternativa B está correta, já que o contratante de boa-fé não pode ora fazer uma coisa, ora fazer outra, criando, no outro contratante, expectativas que não serão preenchidas.</p><p>A alternativa C está incorreta, tratando-se essa hipótese de boa-fé subjetiva, típica da análise dos direitos reais.</p><p>A alternativa D está correta, sendo essa uma das mais relevantes funções da boa-fé objetiva, a hermenêutica, que indica ao julgador como interpretar o negócio em caso de dívida.</p><p>A alternativa E está correta, pela criação dos deveres laterais de conduta.</p><p>(VUNESP/ADVOGADO/CÂMARA DE PIRACICABA-SP/2019/ADAPTADA)</p><p>O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>Certo.</p><p>É o art. 462 do CC:</p><p>Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>Há muitas questões que abordam o texto literal do art. 462, vejamos no próximo slide.</p><p>(CONSULPLAN/OFICIAL/CARTÓRIO/TJ-MA/2019/ADAPTADA) O contrato preliminar, inclusive quanto a forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>__________________________</p><p>(FMP/PROCURADOR/PGE-AC/2017/ADAPTADA) O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>___________________________</p><p>(VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/2019/ADAPTADA) O contrato preliminar, e também quanto à forma, não necessita conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>___________________________</p><p>(NC-UFPR/ADVOGADO/PREFEITURA DE CURITIBA-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>___________________________</p><p>(FAUEL/PROCURADOR/PREFEITURA DE PARANAVAÍ-PR/2018/ADAPTADA) O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>Por esse motivo, o art. 462 do CC/2002 deverá está na ponta da caneta, já que, como a evidência deles em prova de concurso é alta, com toda certeza, cairá na prova alguma questão nesse sentido.</p><p>Lembre-se das fases do contrato, sendo que o contrato preliminar é o primeiro momento da formação do pacto.</p><p>Apesar de ser o primeiro momento da formação do contrato, deverá, por exemplo, ser observado o art. 104 do Código Civil, como também, os princípios da boa-fé e outros.</p><p>Logo, levem o art. 462 do Código Civil para a vida de vocês:</p><p>Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>EXTINÇÃO CONTRATUAL</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>A extinção contratual põe fim às obrigações amarradas outrora, podendo acontecer de forma amigável ou litigiosa, como também, pode acontecer por inadimplência ou por simples vontade das partes em não possuírem mais interesse no pacto.</p><p>Há uma grande confusão terminológica com os termos “rescisão”, “resolução” e “resilição”, de maneira que, é muito comum ver o uso dessas palavras de forma difundida nos textos acadêmicos e legal. Para melhor compreensão, tem-se o seguinte esquema:</p><p>RESCISÃO</p><p>Resolução</p><p>Resilição</p><p>(gênero)</p><p>(espécies)</p><p>É a extinção oriunda pela inadimplemento</p><p>É a extinção oriunda pela vontade das partes</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>RESOLUÇÃO CONTRATUAL</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>RESOLUÇÃO CONTRATUAL</p><p>Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.</p><p>O principal efeito da resolução É extinguir o contrato ex tunc (retroativamente).</p><p>Dessa forma, em relação às partes, as prestações executadas devem ser reciprocamente restituídas, restabelecendo-se o status quo ante. Se a devolução daquilo que foi executado se tratar de dinheiro, ela deve ser feita com a correção monetária e juros de mora, sob pena de locupletamento sem causa de um dos contratantes e de violação do princípio do equilíbrio contratual.</p><p>Exceção à essa regra existe nos contratos de trato sucessivo (aqueles que não podem ser executados de uma vez só). Nessas situações, é impossível aos contratantes restituir aquilo que já foi executado, operando-se a resolução apenas eficácia ex nunc (sem retroação)</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>RESOLUÇÃO CONTRATUAL</p><p>Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.</p><p>Segundo prevê o art. 474, todo contrato bilateral possui implicitamente, em si, a chamada cláusula resolutiva tácita. Essa cláusula autoriza a parte a requerer a resolução do contrato se a contraparte deixar de executar sua obrigação.</p><p>Porém, nesse caso, exige-se, para a resolução contratual, intervenção judicial para a prova do inadimplemento. Vale dizer, será o juiz a dizer que o descumprimento é ou não imputável ao devedor.</p><p>Apesar de todo contrato possuir, em si, uma cláusula resolutiva tácita, nada impede que os contratantes insiram, dentre as disposições contratuais, uma cláusula atinente à resolução, prevendo resolução por inadimplemento total ou parcial.</p><p>Em havendo a cláusula contratual que possibilita às partes a resolução, ela se opera diretamente, ipso jure, ou seja, não é necessária a interpelação judicial (art. 474).</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>RESOLUÇÃO CONTRATUAL POR ONEROSIDADE</p><p>Primeiro, tome muito cuidado ainda para não confundir duas situações</p><p>que são muito próximas: a onerosidade excessiva e a lesão, dois institutos que acabam tendo aplicação prática muito semelhante, mas que têm fundamentos e funcionamento diferentes.</p><p>Só para relembrar a “lesão”:</p><p>Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.</p><p>A lesão está na base, na origem do negócio; a desproporção já existe na formação do contrato. Já na onerosidade excessiva a desproporção não existe no início do contrato, mas se acopla a ele na execução.</p><p>Além disso, a lesão é defeito do negócio jurídico que gera anulabilidade, que se supre nos casos em que a parte que gerou a lesão modifica a cláusula contratual, ao passo que a onerosidade excessiva não é defeito do negócio (pelo que não se fala em má-fé), mas gera a resolução do contrato, ou sua modificação pelo contratante que se aproveita dela.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>RESOLUÇÃO CONTRATUAL POR ONEROSIDADE</p><p>Em resumo</p><p>Vamos adentrar no texto legal</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>RESOLUÇÃO CONTRATUAL POR ONEROSIDADE</p><p>Da Resolução por Onerosidade Excessiva</p><p>Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.</p><p>Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.</p><p>Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>RESILIÇÃO CONTRATUAL</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>RESILIÇÃO CONTRATUAL</p><p>Segundo Orlando Gomes a resilição contratual é:</p><p>“A dissolução do contrato por simples declaração de vontade de uma ou das duas partes contratantes.”</p><p>Apesar de a resilição ter como fundamento a lei, ela pode ser convencionada pelas partes, de modo a possibilitar arrependimento do pacto. Quando contratualmente prevista, em geral ela vem acompanhada de uma sanção.</p><p>Assim, exercida a faculdade do arrependimento, a outra parte terá como contrapartida uma multa penitencial (que nada mais é do que uma compensação pecuniária à parte que não pôde receber a vantagem esperada no contrato).</p><p>A multa penitencial é diferente da cláusula penal:</p><p>Cláusula penal pressupõe inadimplemento de obrigações contratuais (e, portanto, tem caráter ressarcitório, pelos danos causados);</p><p>Multa penitencial pressupõe o arrependimento pela contratação (e, portanto, tem caráter liberatório, garantindo o poder de desvinculação pelo arbítrio).</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>RESILIÇÃO CONTRATUAL</p><p>A resilição ocorre de dois modos. Em ambos os casos há extinção com efeitos ex nunc, ou seja, apenas com efeitos futuros, mas não retroativamente.</p><p>Observem que a resolução, a depender da natureza do contrato, tem efeito retroativo (ex tunc), enquanto a resilição não terá efeito retroativo (ex nunc).</p><p>Aconselha-se “decorar” esses termos em latim, porque, há questões de prova que citam apenas a expressão latina, já esperando que o candidato já tenha conhecimento de sua semântica.</p><p>São as duas formas de resilição:</p><p>BILATERAL;</p><p>UNILATERIAL;</p><p>Vejamos cada uma das formas de resilição</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>RESILIÇÃO CONTRATUAL - BILATERAL</p><p>Forma pura e mais comum de resilição. Com vista no princípio da autonomia privada, se têm as partes liberdade para criar uma vinculação, têm igualmente o poder de se desvincular, se assim o desejarem.</p><p>O modo mais comum de resilição bilateral é o distrato, “negócio jurídico pelo qual as partes, declarando conjuntamente a vontade de dar cabo do contrato, rompem o vínculo, extinguindo a relação jurídica”, segundo Orlando Gomes. O distrato é, portanto, um contrato pelo qual as partes “descontratam” outro contrato.</p><p>Qualquer contrato pode ser resilido por distrato, desde que não tenha operado todos os seus efeitos, ainda. O conteúdo do distrato é livre, mas sua forma deve ser igual à do contrato, se a lei exige forma específica para ele, consoante regra do art. 472. Assim, numa compra e venda imobiliária, o distrato tem de ser feito por escritura pública, como o contrato.</p><p>Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>RESILIÇÃO CONTRATUAL - UNILATERAL</p><p>Entretanto, a resilição é admitida em alguns casos, através da denúncia. Sua natureza é de direito potestativo, pois, por vezes, é o único meio de acabar com o contrato sem descumpri-lo. A resilição unilateral pode ser classificada em motivada e desmotivada. Vejamos o próximo slide.</p><p>Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.</p><p>Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>RESILIÇÃO CONTRATUAL - UNILATERAL</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>(CESPE/ANALISTA/TCE-ES/2013/ADAPTADA) O término das relações contratuais por mútuo consenso das partes constitui.</p><p>a) anulação do contrato.</p><p>b) revogação do contrato.</p><p>c) resilição do contrato.</p><p>d) resolução do contrato.</p><p>e) rescisão do contrato.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>COMENTÁRIOS.</p><p>GABARITO “C”</p><p>Resilição é o desfazimento do contrato por pura vontade das partes: se for só de uma parte, tem-se uma resilição unilateral (art. 473, CC); se for de ambas, trata-se de resilição bilateral, também chamada de distrato (art. 472, CC). O gabarito é “C”, portanto. Veja os referidos dispositivos:</p><p>Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.</p><p>Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.</p><p>Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>(CESPE/ANALISTA/TJ-SE/2014/ADAPTADA)</p><p>A resilição bilateral de determinado contrato equivale ao distrato desse pacto.</p><p>Resilição bilateral é sinônimo de distrato. GABARITO Certo.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>(CESPE/JUIZ LEIGO/TJ-BA/2019/ADAPTADA) Para a execução de um contrato, Rui realizou significativos investimentos, enquanto Leandro optou pela resilição unilateral desse negócio jurídico após determinado período de tempo. Conforme o Código Civil, a denúncia unilateral do contrato:</p><p>produz efeitos imediatamente, em respeito à autonomia da vontade da parte.</p><p>não produz efeitos, uma vez que tal modalidade é nula.</p><p>não produz efeitos, já que Rui realizou significativos investimentos.</p><p>produz efeitos depois de transcorrido tempo compatível com a natureza e o volume dos investimentos.</p><p>produz efeitos somente para a parte que realizar a denúncia.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>COMENTÁRIOS.</p><p>GABARITO “D”</p><p>Parágrafo único do art. 473:</p><p>Art. 473. (...)</p><p>Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.</p><p>TEORIA GERAL DOS CONTRATOS</p><p>(CESPE/AUDITOR/TCE-RO/2019/ADAPTADA)</p><p>É facultado ao credor diante do inadimplemento do devedor, escolher entre exigir o cumprimento da prestação ou exigir a resolução do contrato, cabendo, em qualquer das hipóteses, a respectiva indenização.</p><p>CORRETO, NOS TERMOS DO ART. 475</p><p>Art. 475. A parte lesada pelo</p>